el a plebe nova fase 1933 n007

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Arquivo "EDGARD LEUENROTH' Instituto de Füosofia e Ciências Humana8 Q^ÍÜ-Ò U N 1 c A M P Sabado, 7 de Janeiro de 1933 Fundado em 17 - 6 -1917 — Nova fase N. 7 PERIODICO LIBERTÁRIO REDATOR-GERENTE: RODOLPHO FEL1PPE Redação e administração LAOEIRA DO CARMO N.o 7 Expediente A noite ASSINATURAS : Semestre .... 5SOOO Numero avulso S200 — Pacote: 12 exemp. 2SOOO Toda corespondencla, vale» e registrado» devem ser endereçados á Caixa Postal, 195 S. Paulo Brasil A Republica Socialista e os latifúndios O dr. Mario PintJ Serva, em uma entrevista dada á «Folha da Noite»,de 28 de Novembro ultimo, querendo cri- ticar a Pontes de Miranda a proposi- to da ideia da Republica Socialista, diz, referindo-se á questão dos lati- fúndios : «Os nossos sociologos de gabinete é que estão inventando problemas que não existem no Brasil, como esse de latifundio, que ha pouco jocosamente o interventor de Goyaz contestou, de- clarando que tinha terras de sobra em seu Estado, mas que ninguém as que- ria nem de graça. Ai está o proble- ma brasileiro». Não quero discutir com mais um doutor. Contudo faço notar o seguin- te E' que apesar de todos os seus títulos, si se dissesse ao dr. Mario Pinto Serva : — Aqui estão 10 alqueires de terra. Sãos seus, e, desde já, vae responsabili- zar-se pelos impostos. Terá que os trabalhar sozinho, por si mesmo, para poder viver, nãQ dependendo de outros recursos. Arranje-se como pudér,pro- cure ferramentas, sementes, construa ^as 0 .; plcnte, tr-sii- etiid?, venHa. «s produtos, organize o transporte, perca de 6 a 8 mezes a esperar que venham, plantas donde se retiram as tintas para imprimir. Depois que você extrair to- dos esses materiaes e os tiver trans- formado segundo os fins aos quaes se destinam, então poderá fazer os jor- naes e declarar-se dono e senhor dos rotativas e das gazetas. Todos aqueles que aspiram a ser proprietários de grandes diários fariam como os cablocos de Goiás : desisti- riam do presente de gregos, conven- cidos de que isso é uma caçoada. Oferecer a terra inculta ao pobre caboclo que tem, como instrumen- to de trabalho, as unhas, para esga- ravatar o sólo, dizer a esse desgraça- do, de quem a sociedade exige o tra- balho de um dia para o sustento do dia imediato : — cave, plante, cuide, trabalhe de sol a sol, pague os im- postos, seja proprietário, enriqueça-se, tem para isso, tudo quanto é preciso> isso é que é, segundo o nosso pare- cer não «jocosamente ridículo, mas, p»rversí\ Porque, os desgraçados que não pos- suem ferramentas, sementes, nem de talvez, as primeiras colheitas, se a sê-( que viver, enquanto esperam as co- ca, o vento ou a chuva de pedra não danificar por completo o seutrabalho, e é daí por deanfe que terá o direito de começar a comer. Então, o dr. Mario Pinto Serva po- deria demonstrar «jocosamente» que i essa pesada tarefa é muito pesada pa- ra os seus hombros fraquinhos de ci- tadino, de sociologo de gabinete. O dr. Mario Pinto Serva não com- preendeu ainda o que significa a pa- lavra socialismo. Socializar a terra e os meios de produção é restituir ao produtor tudo aquilo de que a socie- dade capitalista a desapossou. Não se trata de dizer ao «caboclo»: lheitas, podem somente supor que to- dos os doutores e todos os interven- tores civis ou militares caçoam de- les . . . r\ obra da Revolução Francêza Justamente a obra profunda e durá- vel da Revolução Francêza, foi a pos- se da terra, pelos camponezes. Mas, tomaram as terras com as cons- I truções, oa produtos, os animaes. Primeiramente colheram, depois se> -Aí estão florestas virgens para der-! mearam e continuaram, sem patrões, rubar e valorizar, faça estradas, casas, pague impostos, enriqueça-se. Socialização Não, sr. dr., perdão! Socializar é pôr á disposição dos produtores a ri- queza social adquirida, o que signifi- caria dizer aos cablocos : estas plan- tações, estas florestas, estas ferramen- tas, estas maquinas, as sementes, os animaes, as casas, tudo é de vocês. Utilizem-nas, façam produzir, aumen- tem, aproveitem, multipliquem as co- lheitas e as produções. Então, poder- se-ia demonstrar «jocosamente» ao dr. Mario Pinto Serva e ao sr. interven- tor de Ooiás que, a questão dos lati- fijndios, priicipalmente no Brasil, em- bora ainda «na éra do Jeca Tatu» é precisain^ite.a questío primordial. Porquanto, segundo as próprias esta- tísticas do dr. Mario Pinto Serva, pa- ra 42:000.003 de habitantes no Brasil, ha de 200 a 300.000 operários para 30:000.000 de iletrados ou analfabetos, cifra equivalente, quasi na sua totali- dade ao tipo do Jeca-Tatú. Poder-se-ia, melhor ainda, dizer ao jornalista «livresco»: — Você quer ser alto emprezario da Associação da Im- prensa? Diretor de jornais, proprietá- rio de Diários Associados ? Ali estio arvores, fibras preciosas com as quaes se faz o papel de jornal. Lá está a terra onde jazem os mineraes para a construção das maquinas ; aqui, as sem proprietários feudaes — a fazer o que toda a vida haviam feito: tra- balhar. Mas, a Revolução lhes permitiu tra- balhar para eles, em vez de trabalhar para o senhor — como fizeram, sendo servos. A burguezi^, em seguida res- tabeleceu a ordem restabelecendo a exploração sob outra forma mais moderna ; mas, feita a divisão da ter- ra, em 1789, mantem-se ainda e faz que, de todas as potencias européas, unicamente a França, economicamen- te, se conservasse em situação privi- legiada. Bem comunais Bens comunais existem ainda em to- das as regiões da França. São pra- dos onde os pobres tem o direito de seu prestigio para levar a pastar uma vaca, um cavalo, um asno, carneiros, se os possuem. Florestas divididas em lotes, todos os anos, para que os pobres da co- muna possam cortar a madeira afim de se aquecer no inverno. Terras de cultura repartidas entre os menos ri- cos para fazerem as suas planta- ções, além de que, os proprietários dos trigaes ou dos castanhaes não têm o direito de pôr animaes a pastar, após as colheitas, enquanto o povo não foi respigar. Porque, na França, «o cos- tume faz a lei». O equilíbrio economico da França vem da pequena propriedade derivada da Revolução Francêza e não das di- vidas de guerra. Porquanto, nos Esta- dos Unidos, o ouro produziu o desequi- líbrio total da sua vida economica eos 12 milhões de sem-trabalho. O Taylorismo, o Fordismo tão lou- vado, a Standardização, a Racionali- zação criaram o mais terrível dese- quilíbrio social de todos os tempos. Mas, como cada mal tem o seu re- medio, os leitores de «O Estado de São Paulo», de 23-11-32 e os de «A Plebe», n.o de 17-12-32 terão podido ver por um exemplo citado numa re- vista norte-americana «Atlantic Mon- thly», como, forçados pelas circuns- tancias, os sem-trabalho dos Estados Unidos resolveram o seu problema. E, si os revolucionários fossein ver- dadeiramente revolucionários, procu- rariam inspirar-se, para cumprir a obra revolucionaria, nas aspirações, nas rea- lizações sociais renlizadas por todos os povos no dia seguinte ao das revo- i luções. O capitalismo l . > ;1 - ^^ A sociedade capitalista por sevs ex- cessos se destróe por si mesma. Os financeiros estabeleceram a «entente» internacional para explorar a humani- dade. mas, também, aceleraram, acu- mularam as causas de baixo egoísmo que os conduzirão inevitavelmente á falência do sistema capitalista. Negar o problema não é fazê-lo des- aparecer, nem é resolvê-lo. O dr Mario Pinto Serva está con- vencido de que os Estados Unidos e a Inglaterra, sem se dizerem socialis- tas, estão um seçttlo adeante do Bra- sil. Creio, justartíente, que a lição dos fátos demonstra claro que nSo é des- ses países que devamos copiar, si, co- mo observa, os governos brasileiros são exclusivamente * plagiai ios, inca- pazes de inovações». Também o modelo não pode ser o da ditadura fascista... Diz o dr. Mario Pinto Serva que «os excessos da Revolução Francêza can- saram o povo que; por ultimo, foi pro- curar a salvação no proprio regimen absolutamente oposto, isto é, na ferrea tutocracia napolepnica». Isso é uina falsa interpretação dos fátos. Após o 1789, a nobreza alemã, austríaca e inglêsa, por solidariedade de casta, qniz restabelecer a realeza e a nobreza na França. O povo francês teve de fazer face ás potencias coligadas, armando os | «sans-culoüe« cor.i geneYaes de 25 anos, Hoche, Marceau. Kleber e também j Napoleão Bonaparte. Vencidos os coligados em Valmy, Bonaparte,fnibicíoso, aproveitou-se de dar um golpe de A função da Lei Desafio quem quer que seja a que descubra uma única dôr que não derive de uma lei ou de um preconceito, que não se refira a uma tirania qual- quer. que não corresponda a um constrangimento, numa palavra, que não possa, afinal, resumir-se co- mo segue: «Não faço o que me agrada, sou obrigado a fazer o que não me convêm.» A sociedade parece-se com uma imensa galé onde os individuos circulam com os membros partidos pelas cadeias, prostrados pelos entraves. Estão como que aprisionados num desses instrumen- tos de tortura que utilisaram no tempo dos tratos. O corpo inteiro está apertado, as diferentes peças do aparelho aproximam-se alternadamente, apertando ora a cabeça, ora os pés. Qualquer que seja o tor- mento sofrido, vem do instrumento de tortura. Quan- do vejo, pois, populações inteiras só interromper os seus gemidos para pedir novas leis, parecem-me condenados á tortura que suplicam ao carrasco para que se mostre brando e compadecido, para que lhe esmague um pouco menos o estomago, ainda quando tenha que indenisar-se sobre as pernas e sobre o crânio. Insensatos! reclamais leis, como se elas faltas- sem \ Ignorais, pois, que, desde ha cem anos, vossos amos fabricaram mais de duzentas mil leis, decretos cinco por e eüxtüs, uuao iXiií líüíiiSxCátC, dia. Compulsai-as todas; tomai-as uma a uma e não eucontrareis uma única que não vá afligir um certo numero de entre vós. A sorte de uma lei, qualquer que elá seja, é levar consigo a dôr; se o sofrimento está em toda parte, é porque a legislação tudo inva- diu, tudo regulamentou, tudo codificou. SEBASTIÃO FAURE. dios» não interessa a este país é uma enormidade. Justamente ela se impõe, imperiosa, inevitável, e nenhuma politica fará obra durável sem resolver essa ques- tão dos latifúndios. No momento em que a Standardi- zação, a Racionalização faliram, a ra- zão deveria indicar que, em um pais como o Brasil, com uma poptilaçSo essencialmente agrícola, é preciso dar ao «Jéca-Tatús» a terra com os meios de a fazer produzir. E então, teríamos de ver os 30.000.000 de «Jecas-Tatii» demonstrar—por fátos —que a riqueza e o bem estar serão restabelecidos na terra, através da for- mula justa, equitativa, humana: — a maquina para o operário, a terra para o caniponio. Do contrario, os milhões dos sem- trabalho do mundo inteiro, exercito que v.ne crescendo a todos os ins- tantes, cont a falência do regimen in- dustrial, farão como os sem-trabalho da Liga organizada pelos 4o.ooo esta- dunidenses. Reunir-se-ão em uma Liga Estado (IS Brutnaire) e impor-se ao monstro que terá por fim «Trabalhar povo francês. Não foi o povo quede- para consumir», realizando o contra- sejou ou que lhe impoz o golpe de r j 0 da sociedade capitalista que faz Estado: foi a sua vaidade, a «vo- produzir para «vender» e destróe a lontá di potenza» ancestral... riqueza natural quando esta não é O povo acabará por compreender dinheiro circulante, todas as farçns e sacudir o jugo des- escombros da sociedade capitalista agonizante. O industrialismo não poderá resistir aos que podem viver e organizar o apoio mutuo sem dinheiro. A pedra vem rolando:.. 12-32. A. NÉBL1ND LEITOR R I A 1 0 0 ses processos ditatoriais. Esse não é o caminho. O Jéca-Tatú Dizer, também, que, no Brasil, ha 3O.OC0.00Q de «Jécas-Tatús»e que, por outra parte, a questão dos «latifun- E o exemplo a iniciativa, os pri- meiros passos no-los deu o país do dólar, vieram -nos dos Estados Unidos, (é um símbolo!) da colonia de des- ocupados da cidade de Seattle, orga- nizados sem dinheiro, pelo acôrdo livre e apoio mutuo, sistema de trocas e aproveitamento de todos os produtos e de todas as energias humanas. Uma alvorada no cáos de ruínas e Se não o colecionas, não inutilizes este jornal. Dá-o a um amigo, oferece-o a um companheiro, envia-o pelo correio a um parente ou a um conhecido. Se te agrada e interessa faz o possivel para que outras pessoas tam- bém o leiam e por ele se interessem. Quantas vezes um simples semanario de propa- ganda achado por acaso a embrulhar qualquer merca- doria não contribuiu para atrair ás nossas idéas aque- le que lhe lançou os olhos, movido pela simples curiosi- dade do titulo ? Por isso não desperdices nenhum exem- plar. Divulgar A " P L E B E " dever de todo trabalhador de conciencia livre

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  • Arquivo "EDGARD LEUENROTH'

    Instituto de Fosofia e Cincias Humana8

    Q^- U N 1 c A M P

    Sabado, 7 de Janeiro de 1933 Fundado em 17 - 6 -1917 Nova fase N. 7

    P E R I O D I C O L I B E R T R I O REDATOR-GERENTE: R O D O L P H O FEL1PPE

    Redao e administrao LAOEIRA DO CARMO N.o 7

    Expediente A noite

    ASSINATURAS :

    Semes t r e . . . . 5SOOO Numero avulso S200 Pacote: 12 exemp. 2SOOO

    Toda corespondencla, vale e registrado devem ser endereados Caixa Postal, 195

    S. Paulo Brasil

    A Republica Socialista e os latifndios O dr . Mario PintJ Serva, em uma entrevista dada Folha da Noite ,de

    28 de Novembro ul t imo, querendo cri-

    ticar a Pontes de Miranda a proposi-

    to da ideia da Republica Socialista,

    diz, referindo-se questo dos lati-

    fndios :

    Os nossos sociologos de gabinete

    que esto inventando problemas que

    no existem no Brasil, como esse de

    latifundio, que ha pouco jocosamente

    o interventor de Goyaz contestou, de-

    clarando que tinha terras de sobra em

    seu Estado, mas que ningum as que-

    ria nem de graa. Ai est o proble-

    ma brasileiro.

    No quero discutir com mais um

    doutor. Contudo fao notar o seguin-

    te E' que apesar de todos os seus

    ttulos, si se dissesse ao dr. Mar io

    Pinto Serva :

    Aqui esto 10 alqueires de terra.

    Sos seus, e, desde j, vae responsabili-

    zar-se pelos impostos. Ter que os

    trabalhar sozinho, por si mesmo, para

    poder viver, nQ dependendo de outros

    recursos. Arranje-se como pudr,pro-

    cure ferramentas, sementes, construa

    ^as0.; plcnte, tr-sii- etiid?, venHa. s

    produtos, organize o transporte, perca

    de 6 a 8 mezes a esperar que venham,

    plantas donde se retiram as tintas para

    imprimir. Depois que voc extrair to-

    dos esses materiaes e os tiver trans-

    formado segundo os fins aos quaes se

    destinam, ento poder fazer os jor-

    naes e declarar-se dono e senhor dos

    rotativas e das gazetas .

    Todos aqueles que aspiram a ser

    proprietrios de grandes dirios fariam

    como os cablocos de Gois : desisti-

    riam do presente de gregos, conven-

    cidos de que isso uma caoada.

    Oferecer a terra inculta ao pobre

    caboclo que s tem, como instrumen-

    to de trabalho, as unhas, para esga-

    ravatar o slo, dizer a esse desgraa-

    do, de quem a sociedade exige o tra-

    ba lho de um dia para o sustento do

    dia imed ia to : cave, plante, cuide,

    trabalhe de sol a sol, pague os im-

    postos, seja proprietrio, enriquea-se,

    tem para isso, tudo quanto preciso>

    isso que , segundo o nosso pare-

    cer no s jocosamente ridculo, mas,

    prvers\

    Porque, os desgraados que no pos-

    suem ferramentas, sementes, nem de

    talvez, as primeiras colheitas, se a s-( que viver, enquanto esperam as co-

    ca, o vento ou a chuva de pedra no

    danificar por completo o seutrabalho,

    e da por deanfe que ter o direito

    de comear a comer.

    Ento, o dr. Mario Pinto Serva po-

    deria demonstrar jocosamente que i

    essa pesada tarefa mui to pesada pa-

    ra os seus hombros fraquinhos de ci-

    tadino, de sociologo de gabinete.

    O dr. Mario Pinto Serva no com-

    preendeu ainda o que significa a pa-

    lavra social ismo. Socializar a terra

    e os meios de produo restituir ao

    produtor tudo aqui lo de que a socie-

    dade capitalista a desapossou.

    No se trata de dizer ao caboclo:

    lheitas, podem somente supor que to-

    dos os doutores e todos os interven-

    tores civis ou militares caoam de-

    les . . .

    r\ obra da Revoluo Francza

    Justamente a obra profunda e dur-

    vel da Revoluo Francza, foi a pos-

    se da terra, pelos camponezes.

    Mas, tomaram as terras com as cons-

    I trues, oa produtos, os animaes.

    Primeiramente colheram, depois se> -A esto florestas virgens para der-! mearam e continuaram, sem patres,

    rubar e valorizar, faa estradas, casas,

    pague impostos, enriquea-se.

    Socializao No, sr. dr . , perdo! Social izar

    pr disposio dos produtores a ri-

    queza social adquirida, o que signifi-

    caria dizer aos cablocos : estas plan-

    taes, estas florestas, estas ferramen-

    tas, estas maquinas, as sementes, os

    animaes, as casas, tudo de vocs.

    Utilizem-nas, faam produzir, aumen-

    tem, aproveitem, mult ip l iquem as co-

    lheitas e as produes. Ento, poder-

    se-ia demonstrar jocosamente ao dr.

    Mario Pinto Serva e ao sr. interven-

    tor de Oois que, a questo dos lati-

    fijndios, pri icipalmente no Brasil, em-

    bora ainda na ra do Jeca Tatu

    precisain^ite.a questo primordial.

    Porquanto, segundo as prprias esta-

    tsticas do dr. Mario Pinto Serva, pa-

    ra 42:000.003 de habitantes no Brasil,

    ha de 200 a 300.000 operrios para

    30:000.000 de iletrados ou analfabetos,

    cifra equivalente, quasi na sua totali-

    dade ao tipo do Jeca-Tat.

    Poder-se-ia, melhor ainda, dizer ao

    jornalista livresco: Voc quer ser

    alto emprezario da Associao da Im-

    prensa? Diretor de jornais, propriet-

    rio de Dirios Associados ? Ali estio

    arvores, fibras preciosas com as quaes

    se faz o papel de jornal. L est a

    terra onde jazem os mineraes para a

    construo das maquinas ; aqui, as

    sem proprietrios feudaes a fazer

    o que toda a vida haviam feito: tra-

    balhar.

    Mas, a Revoluo lhes permitiu tra-

    balhar para eles, em vez de trabalhar

    para o senhor como fizeram, sendo

    servos. A burguezi^, em seguida res-

    tabeleceu a ordem restabelecendo

    a explorao sob outra forma mais

    moderna ; mas, feita a diviso da ter-

    ra, em 1789, mantem-se ainda e faz

    que, de todas as potencias europas,

    un icamente a Frana, economicamen-

    te, se conservasse em situao privi-

    legiada.

    Bem comunais

    Bens comuna is existem ainda em to-

    das as regies da Frana. So pra-

    dos onde os pobres tem o direito de seu prestigio para

    levar a pastar u m a vaca, um cavalo,

    um asno, carneiros, se os possuem.

    Florestas divididas em lotes, todos

    os anos, para que os pobres da co-

    muna possam cortar a madeira afim

    de se aquecer no inverno. Terras de

    cultura repartidas entre os menos ri-

    cos para a fazerem as suas planta-

    es, alm de que, os proprietrios dos

    trigaes ou dos castanhaes no tm o

    direito de pr animaes a pastar, aps

    as colheitas, enquanto o povo no foi

    respigar. Porque, na Frana, o cos-

    tume faz a le i .

    O equil brio economico da Frana

    vem da pequena propriedade derivada

    da Revoluo Francza e no das di-

    vidas de guerra. Porquanto, nos Esta-

    dos Unidos, o ouro produziu o desequi-

    lbrio total da sua vida economica eos

    12 milhes de sem-trabalho.

    O Taylorismo, o Fordismo to lou-

    vado, a Standardizao, a Racionali-

    zao criaram o mais terrvel dese-

    quilbrio social de todos os tempos.

    Mas, como cada mal tem o seu re-

    medio, os leitores de O Estado de

    So Paulo, de 23-11-32 e os de A

    Plebe, n.o de 17-12-32 tero podido

    ver por um exemplo citado numa re-

    vista norte-americana Atlantic Mon-

    thly, como, forados pelas circuns-

    tancias, os sem-trabalho dos Estados

    Unidos resolveram o seu problema.

    E, si os revolucionrios fossein ver-

    dadeiramente revolucionrios, procu-

    rariam inspirar-se, para cumprir a obra

    revolucionaria, nas aspiraes, nas rea-

    lizaes sociais renlizadas por todos

    os povos no dia seguinte ao das revo- i

    lues.

    O capitalismo l . >;1- ^ ^

    A sociedade capitalista por sevs ex-

    cessos se destre por si mesma. Os

    financeiros estabeleceram a entente

    internacional para explorar a humani-

    dade. mas, tambm, aceleraram, acu-

    mularam as causas de baixo egosmo

    que os conduziro inevitavelmente

    falncia do sistema capitalista.

    Negar o problema no faz-lo des-

    aparecer, nem resolv-lo.

    O dr Mario Pinto Serva est con-

    vencido de que os Estados Unidos e

    a Inglaterra, sem se dizerem socialis-

    tas, esto um settlo adeante do Bra-

    si l . Creio, justartente, que a l io dos

    ftos demonstra claro que nSo des-

    ses pases que devamos copiar, si, co-

    m o observa, os governos brasileiros

    so exclusivamente * plagiai ios, inca-

    pazes de inovaes.

    Tambm o modelo no pode ser o

    da ditadura fascista...

    D iz o dr. Mario Pinto Serva que os

    excessos da Revoluo Francza can-

    saram o povo que; por ul t imo, foi pro-

    curar a salvao no proprio regimen

    absolutamente oposto, isto , na ferrea

    tutocracia napolepnica.

    Isso uina falsa interpretao dos

    ftos. Aps o 1789, a nobreza alem,

    austraca e inglsa, por solidariedade

    de casta, qniz restabelecer a realeza e

    a nobreza na Frana.

    O povo francs teve de fazer face

    s potencias coligadas, armando os |

    sans-culoe cor.i geneYaes de 25 anos,

    Hoche, Marceau. Kleber e tambm j

    Napoleo Bonaparte.

    Vencidos os coligados em Valmy,

    Bonaparte,fnibicoso, aproveitou-se de

    dar um golpe de

    A funo da Lei Desafio quem quer que seja a que descubra

    uma nica dr que no derive de uma lei ou de um preconceito, que no se refira a uma tirania qual-quer. que no corresponda a um constrangimento, numa palavra, que no possa, afinal, resumir-se co-mo segue: No fao o que me agrada, sou obrigado a fazer o que no me convm.

    A sociedade parece-se com uma imensa gal onde os individuos s circulam com os membros partidos pelas cadeias, prostrados pelos entraves. Esto como que aprisionados num desses instrumen-tos de tortura que utilisaram no tempo dos tratos. O corpo inteiro est apertado, as diferentes peas do aparelho aproximam-se alternadamente, apertando ora a cabea, ora os ps. Qualquer que seja o tor-mento sofrido, vem do instrumento de tortura. Quan-do vejo, pois, populaes inteiras s interromper os seus gemidos para pedir novas leis, parecem-me condenados tortura que suplicam ao carrasco para que se mostre brando e compadecido, para que lhe esmague um pouco menos o estomago, ainda quando tenha que indenisar-se sobre as pernas e sobre o crnio.

    Insensatos! reclamais leis, como se elas faltas-sem \ Ignorais, pois, que, desde ha cem anos, vossos amos fabricaram mais de duzentas mil leis, decretos

    cinco por e e x t s , u u a o iXii l i i S x C t C , dia.

    Compulsai-as todas; tomai-as uma a uma e no eucontrareis uma nica que no v afligir um certo numero de entre vs. A sorte de uma lei, qualquer que el seja, levar consigo a dr; se o sofrimento est em toda parte, porque a legislao tudo inva-diu, tudo regulamentou, tudo codificou.

    SEBASTIO FAURE.

    dios no interessa a este pas

    uma enormidade.

    Justamente ela se impe, imperiosa,

    inevitvel, e nenhuma politica far

    obra durvel sem resolver essa ques-

    to dos latifndios.

    No momento em que a Standardi-

    zao, a Racionalizao faliram, a ra-

    zo deveria indicar que, em um pais

    como o Brasil, com uma poptilaSo

    essencialmente agrcola, preciso dar

    ao Jca-Tats a terra com os meios

    de a fazer produzir .

    E ento, teramos de ver os 30.000.000

    de Jecas-Tatii demonstrarpor ftos

    que a riqueza e o bem estar sero

    restabelecidos n a terra, atravs da for-

    mu la justa, equitativa, h umana : a

    maquina para o operrio, a terra para

    o caniponio.

    Do contrario, os mi lhes dos sem-

    trabalho do m u n d o inteiro, exercito

    que v.ne crescendo a todos os ins-

    tantes, cont a falncia do regimen in-

    dustrial, faro c o m o os sem-trabalho

    da Liga organizada pelos 4o.ooo esta-

    dunidenses. Reunir-se-o em uma Liga

    Estado (IS Brutnaire) e impor-se ao monstro que ter por f im Trabalhar

    povo francs. No foi o povo quede- para consumir , realizando o contra-

    sejou ou que lhe impoz o golpe de r j 0 da sociedade capitalista que faz

    Estado: foi a sua vaidade, a vo- produzir para vender e destre a

    lont di potenza ancestral... riqueza natural quando esta no

    O povo acabar por compreender dinheiro circulante,

    todas as farns e sacudir o jugo des-

    escombros da sociedade capitalista

    agonizante.

    O industr ia l ismo no poder resistir

    aos que podem viver e organizar o

    apoio mu tuo sem dinheiro.

    A pedra vem rolando:..

    12-32.

    A. NBL1ND

    L E I T O R R I A 1 0 0

    ses processos ditatoriais.

    Esse no o caminho.

    O Jca-Tat Dizer, tambm, que, no Brasil, ha

    3O.OC0.00Q de Jcas-Tatse que, por

    outra parte, a questo dos latifun-

    E o exemplo a iniciativa, os pri-

    meiros passos no-los deu o pas do

    dlar, vieram -nos dos Estados Unidos,

    ( um s m b o l o ! ) da colonia de des-

    ocupados da cidade de Seattle, orga-

    nizados sem dinheiro, pelo acrdo

    livre e apo io mu tuo , sistema de trocas

    e aproveitamento de todos os produtos

    e de todas as energias humanas.

    Uma alvorada no cos de runas e

    Se no o colecionas, no inutilizes este jornal. D-o a um amigo, oferece-o a um companheiro, envia-o pelo correio a um parente ou a um conhecido. Se te agrada e interessa faz o possivel para que outras pessoas tam-bm o leiam e por ele se interessem. Quantas vezes um simples semanario de propa-ganda achado por acaso a embrulhar qualquer merca-doria no contribuiu para atrair s nossas idas aque-le que lhe lanou os olhos, movido pela simples curiosi-dade do titulo ? Por isso no desperdices nenhum exem-plar.

    Divulgar

    A "P L E B E " dever de todo trabalhador

    de conciencia livre

  • Durante a tempestade Nesta hora de confuso nacional, m o amarelo das legies de outubro,

    quando se assiste derrocada da C o m S. Paulo, a velha combora da

    velha e fanatica politicagem profis- , pol i t icagem profissional, aquela mes-

    sional e burgueza, que smpre viveu, j ma que ontem martirizou a pequem'-

    como ainda vive, sugando as tetas j na e gloriosa Paraba e derramou o

    do tezouro, dolorosamente lamen- 1 sangue de seu Presidente, depois de

    tavel que a igreja (1) tenha tomado j ter levado o Brasil ao desespero das

    O ano tsrrivel

    de 1932

    uma atitude de franca solidariedade armas, tudo isto aliado alta bur-

    queles que em plena Const i tu io guezia indusfrial capitalista de Mata-

    de 91 opr im iam mais do que a Dita- razzo, Martinelli, Crespi et caterva.

    dura sem leis e que j no conside- p a r a aqueles que defendem idas e

    ram mais, como outr'ura, a questo princpios no possvel a adeso

    social no Brasil como um caso de aos partidos que se degladiam no

    po l i c i a . atual momento historico brasileiro.

    Para o observador dos problemas

    brasileiros ha de ter chamado a aten-

    o a no participao do operaria-

    do, num momento em que a super-

    excitao dos Demstenes da Demago-

    gia levava tanta gente a se alistar. O

    radio no anunciou ainda a adeso

    de uma s sociedade proletaria.

    Quanto ao clero, porm, ele preferiu

    cerrar as paginas luminosas do Evan-

    gelho de Cristo, to manso e humil-

    de de corao, para ler aos seus fiis

    a cartilha manuseada pelos velhos

    caciques da politica profissional de

    S. Pau lo . Estas l inhas registam ape-

    nas acontecimentos e ftos, no tra-

    zem o travo amargo do odio ou do

    partidarismo porque os homens no

    ine impressionam, so falveis, porque

    s as idas conseguem normar con-

    dutas e traar diretrizes firmes para

    o progresso das sociedades e dos

    povos.

    Foi assim, que ouv imos atravs das

    antenas da Rad io Educadora Paulista

    os ftos que vo abaixo: rebentado

    o movimento revolucionrio, na Pau-

    lica, comearam as manifestaes

    de apoio com um manifesto conci-

    tando o povo e que era assinado em

    primeiro logar pelo Arcebispo D .

    Duarte Leopoldo, seguido de ntele-

    tuais e burguezes; 2 o) depois ocu-

    param o microfone da Radio Educa-(

    dora vrios padres que falaram em

    l inguagem incendiaria; 3 . ) Foi dito

    que havia padres lutando no sector

    S u l ; 4 .o ) o Bispo de Santos encabe-

    ou o movimento para angariar di-

    nheiro para fazer a guerra; 5 . ) o

    Bispo de Taubat mandou preparar

    campos de aviao para os avies

    rebeldes; 6 o bispo de Assis fez

    exortaes ao povo mineiro para ade-

    rir ao mov imento , e mandou prgar

    a campanha nos p lp i tos das igre-

    jas ; 7.) Foi l ido no comeo da luta

    um telegrama de Botucatu, dizendo

    que o bispo local estava organizando

    batalhes patrioticos e concitava o

    povo p i ra a l u t a ; 8 o) na Capital

    paulista tm sido anunciadas missas

    em varias igrejas, no pela paz, mas

    pela vitoria de suas armas. Agora na

    campanfia do Ouro (donativos para

    sustentar a luta) os padres esto

    dando auxlios dos cofres eclesisti-

    cos e D . Duarte Leopoldo deu or-

    dem para entregar todo o ouro das

    igrejas e deu a prpria tira.

    10) As associaes catlicas, tanto

    de homens como de senhoras, esto

    colaborando abertamenten a campanha,

    tanto nos misteres da caridade como

    no de arregimentao e disso tes-

    temunho o noticirio radiotelefonico.

    11) O s batalhes patrioticos eram

    abenoados nas igrejas...

    O pouco que a fica elucidativo

    e eloquente, e no exige coment-

    rios.

    Em face da situao brasileira, a

    atitude digna para aqueles que de-

    fendem idas e se batem por prin-

    cpios a de absoluta neutralidade,

    ou ento, de combate aos dois gru-

    pos, que defendem velharias e ana-

    cronismos e lutam por ambies e

    interesses pessoais.

    A Ditadura, com o seu cortejo de

    erros imperdoveis, cont inuando a

    mesma politica de perseguies e

    revivendo odios adormecidos e cha-

    gas cicatrizadas, tem ao seu lado o

    mi l i t a r i smo dos tenentes e o fascis-

    As castas que lutam j pertencem

    s velharias do passado . . . O mundo

    contemporneo est cansado da ex-

    plorao e da mentira da burguezia,

    do capital ismo, do mi l i tar ismo e do

    profissionalismo pol i t ico . Ares novos

    arejam o ambiente social do mundo.

    Uma rajada de espiritualismo e de

    social ismo sacode a conciencia uni-

    versal. O desespero dos povos neste

    grande minuto de vibratilidade e de

    trepidao outra cousa no sino

    o clamor da Humanidade que grita

    por uma nova Humanidade! E' o

    brado de angustia e de dr que se

    da boca de Michael Gold no seu

    N O MATA?A'S. A M A A O TEU

    P R O X I M O C O M O A TI M E S M O .

    E' o apelo dirigido s Foras espi-

    rituais. E no clero paulista e aos

    Homens que lutam fazendo jorrar I

    dos flancos o sangue generoso dos O pOVO festejou COm alegre nossos irmos, numa guerra satanica / rudo entrada do ano n O V O . e desgraada, eu lembro estas menu- E desta vez, damOS-lhe razo, raveis palavras de Romain Ro l and : O UO que fidou foi to frtil

    em desastres, crises economi-Em marcha ! Saltai as*ronteras! . . . cas, runas financeiras, bo-

    e que a ronda dos homens faa a j minaes guerreiras desonca-1 volta do g lobo, dando-se as mos !

    Homens, estais loucos! Matais a

    patria, acreditando defende-la. A Pa-

    tria sois todos vs.

    Vossos in imigos so vossos ir-

    mos.

    Abraai-vos, mi lhSes de seres.

    Belo Hor izonteMinas .

    ANBAL V A Z DE M E L O .

    N O T A Este artigo, escrito por

    ocasio da Revoluo Paulista, foi

    impedido de sair publ icado devido

    violncia da censura pol icial , que

    recebeu ordens do Governo Mineiro.

    Por isso s agora se pub l icaA. V. M.

    BSH5H5BSHSHHESH5HSaSHSHSH5HSSSH5a

    O

    (1) No nos parece. Tratando-se de uma arremetida contra tudo qe generoso, livre, moderno, a Igreja estava no seu papel pretendendo aju-dar a deter o carro do Progresso. (Nota da Redao).

    magistral l ivro cjudeus sem Dinhei-

    roe que o grito dos que traba-

    lham e so humi lhados e sacrifica-

    dos. E' o c lamor insufocavel e ator-

    doante do proletariado universal que

    pede uni pouco mais de po para

    seu estomago faminto, emquanto a

    burguezia alucinada que governa e

    explora atira ao fundo dos mares

    caf, trigo, etc., e com o suor dos

    seus f i lhos miserveis al imenta as

    bocas dos canhes, adquirindo m-

    quinas de guerra e gazes asfixiantes,

    ao mesmo tempo que exila nas Cle-

    velandias, Cambucs, Fernando d No-

    ronha, Sibria, Ushuaa os idealistas,

    os Revolucionrios da Internacional

    do Fretem/sino e do Pan-Hunianis-

    mo.

    A dr, a misria, o luto, a fome

    a prostituio universal, tudo isso

    obra mald i ta do regimen burgus-

    capitalista-militar. Foi essa trinca

    mald i ta que atirou o mundo na .lou-

    cura planetaria de 1914 e que ainda

    agora est preparando uma outra san-

    gueira no Extremo Oriente.

    Foi ela ainda que entre ns mer-

    canti l izou o ensino, venalizou {juizes,

    assalariou jornais, prostituiu inteli-

    gncias, pz a fraude nas industrias,

    desavergonhou comerciantes, fundan-

    do e favorecendo a industria das

    falncias, transformou o comercio

    bancario em agiotagem, degradou

    ul t ima ;degrada?.o o parlamentaris-

    mo, inventou e protegeu a advocacia

    administrativa; macu lou bordados

    gales, apodreceu o regimen eleito-

    ral, gerou e amamentou o sibaritismo

    polit ico, conspurcou lares, poluiu

    cousas santas e quasi arraza moral

    mente o Brasil.

    Ao lado destas desgraas internas,

    os povos devem-lhe a loucura fas-

    cista, as ditaduras tr ipudiando sobre

    o Direito e massacrando as liberda-

    des, o desequilibrio financeiro com o

    sacrifcio dos mi lhes de homens

    unidades economicastragados na

    Grande Guerra e dever talvez, num

    futuro que no est longe, uma nova

    e terrvel conflagrao mundial que

    j se esboa, em tintas sanguneas,

    nos horizontes longnquos da Europa

    e da sia.. .

    Emquanto se passa o drama brasi-

    leiro, reflexo da trepidao universal,

    assinalando o crfepusculo da velha e

    decadente burguezia c os clares da

    alvorada do Brasil novo de amanh,

    emquanto ainda o clro paulista pega

    em armas, abenoa batalhes patrio-

    ticos, leva palavras de fogo s mas-

    sas delirantes e nos plpitos da Casa

    que se diz de Cristo, cuja vida foi o

    mais belo Poema de Amor , de Paz e

    de Fraternidade, se fecha o Evange-

    lho para a prdica da Lei de Cain e

    se oficiam missas, no pela paz, mas

    pela vitoria das suas armas, resta-nos

    o consolo de termos bradado, em

    pleno calor e desespero da batalha

    fratricida, o grito de Amo r do NA-

    Z A R E N O e do filosofo da renuncia:

    meu sonho de liberdade

    (Poesia recitada no festi-

    val pr

  • Vs, sotainas, que empre- Quanta pobre me que ainda gastes todo o esforo ao vos- j espera pelos seus iludidos fi-so alcance para a vitoria de! lhos, que nunca mais voltaro! S. Paulo.podeis-me dizer quem Apontavam-nos como covar-deu origem a tudo isto? apon- des. tar me o culpado de todo este j Aquele que no ia, tinha que transe doloroso que veio en-j vestir saia; como se fosse lutar o corao do Brasil ?!... j vergonha vesti-las! Pois eu

    , , .. visto-as e me honro delas e Vos, que dos pulpitos m e s j ^ a g

    mo das escadarias dos templos p qualquer pa-mduzieis,deixando alucinados, viva s custas dn aquelles que vos rodeavam: " t a , que viva as custas do para ouvir-vos, dizendo ser necessrio derramar o sangue, lutar pela Patria: Mes ! mandai vossos filhos; esposas

    I

    mandai vessos esposos ; noi-

    Teve razo e merece apoio meu o general Rabello em querer punir os bispos e pa-dres que formaram batalhes

    vas' mandai vossos noivosi para matar seus irmos. que-derramar o sangue pela liber-|les. Que s o M a i s responsa dade e peia justia, assim di-f!8 e Que deviam ser depor-

    tados para o exilio. Se porventura eu tivesse a

    felicidade de ve-los na minha presena, os marcaria com ferro em braza ! E assim eles se lembrariam toda a vida dos nossos irmos que, encoraja-dos por eles, morreram em nome de Deus. Pobres filhos e irmos que pediam aos bons coraes uma esmola. Vs, polticos, padres, que devieis sofrer o que estes esto so-frendo. Esmola, vs estais cos-tumados a recebel-a, no a d-la. Sofrimento no com vocs nem pelo amor de Deus. Querieis que S. Paulo fosse

    contassem com i vitorioso para poderdes abra ' ar o Universo inteiro ? No so todos brasileiros, no so todos irmos ?

    Porque deportar politicos e no estes padres tambm, que so to responsveis como os primeiros ?

    Campinas, 26-12 932.

    JOSEFINA PARRILO

    Avante, camaradas

    zieis, e agora porque vos, pa-dres, no ides novamente dos plpitos falar, rogar por aque-las que ficaram sem o seu ma-rido, por estas que ficaram sem o seu nico e inesquec-vel filho, por estas outras mais que perderam o seu noivo, a eomodidade que havia nos la-res, que outrora foi feliz ? Oh ! como triste vr estas pobres frmilias desamparadas sem abrigo para pousar, e sem ter, ao menos, quem lhes d uma migalha de po, para matar-lhes a fome que as tortura ! E por culpa de quem ? De vo-cs em grande parte. Se os ! politicos no

    o vosso apoio a guerra no se I desencadearia. Se os bispos, padres e todos os catolicos instrudos prgassem a paz e no instigassem luta de mor-te, a guerra no se produziria ou pouco duraria. Mas, vs, que "vos julgais representan-tes de Deus e tudo saberdes andais to enganados e mais que qualquer outro mortal. Enganais, explorais e, ainda por cima, se possvel, massa-crais a humanidade, aqueles que no enxergam, porque fi-caram cgos com as vossas labias, que no sabem de onde vem uma imagem e pem-se a adora-la, sem qe ela na-da possa fazer, nem nada lhes possa dar. Cgos, abri os olhos bem abertos para poderdes enxergar estes sotainas, inti-tulando-se ministros de Deus e arrastando-vos para a guer-ra, para a morte. No adoreis a? imagens que no passam de estatuas de pau, de pedra de gsso, de mrmore,de bron ze. Despertai e deixai de ser ingnuos e ignorantes como sois. A estes padres no falta nada, quando vs, pvo, se quizerdes viver tendes de tra-balhar e do vosso suor que vos vem o po. Reparai nesse ex-combatente de nome Wal-domiro Gonzaga que ficou gra-vemente enfermo nas trinchei-ras, tendo filhos menores e agor apela para as almas ca-ridosas, para que lhe forne- nica classe que lhe poderia prestar o ain um pequeno auulio. E se apoio almejado, s;ria a numerosa osse S esse ! Mas so aos mi- classe proletaria, que sempre foi lhares os mortos, os mutilados,;

    os doentes, os inutilizados, os orfos, as viuvas. Quem o culpado de todo este amargor? Sois vs. sotainas. No tendes vergonha de periir auxlios para aquellas famlias que fi-caram sem abrigo em Cuuha e que nada tinham com isso?

    No'tendes remorsos de dizer das frias, lei das oito horas, sindca-

    deiroz ideais revolucionrios consoli-

    daro a organizao, porem, no para

    satisfazer paixes sectaristas e crimi-

    nosas, no para proteger aqueles que

    sempre nos perseguiram e continuaro

    a faze-lo, mas sim para defender-nos

    de todos que querem expjorar a nos-

    sa boa f, o nosso suor e nosso tra-

    balho. Faremos a organizao para

    defender os nossos direitos ^espezinha-

    dos durante toda a vida e, por ulti-

    mo, para prestar a nossa solidariedade

    ao proletariado nacional e internacio-

    nal, que sofre deste mesmo mal, e

    tambm para um dia no muito longe,

    poder varrer como um ciclone, toda

    casta privilegiada e empodrecida.

    exploradora e delituosa que rouba,

    protegida pelas suas leis draconianas

    o produtor de toda a riqueza social,

    o fomentador de todo o progresso..

    Para isso, torna-se necessrio que

    nossas organizaes sejam limpas de

    toda a politica e dos aproveitadores da

    boa f proletria que se introduzem

    no jnosso meio para interromper a

    nossa cbra, por estarem a servio da

    burguesia exploradora e ladravaz.

    Nossas organizaes de classe e os

    seus militantes, aconselhados pela ex-

    perencia que tm adquirido durante

    Estamos em princpio, bem se pode

    dizer, de executar uma grande obra e

    se no cimentarmos bem os seus ali-

    cerces, tudo ruir novamente, tudo ir

    agua abaixo, como sucedeu com as

    anteriores. A escravido que temos

    sofrido durante o perodo destes lti-

    mos doze anos, dar-nos- fora para

    a luta j comeada. Devemos fortale-

    cer nosso vigor de lutadores, porm,

    com novos rumos; que as contendas

    mal interpretadas no tornem a apa-

    recer enre ns, e, desta frma, estare-

    mos prevenidos para a resstencia.

    Estejamos sempre na espetativa, isso

    sim, porque uma imprevidncia de

    nossa parte pode causar grandes da-

    nos nossa classe. Aqueles que deno-

    dadamente queiram sacrificar-se em

    beneficio da obra redentora, no de-

    vero esperar nem desperdiar o tem-

    po. Hoje, no so mais os tempos pas-

    sados, a Aurora da Liberdade se

    aproxima, o inimigo est na defensiva,

    e para sustentar a terra que lhe foge

    dos ps, transige ou demonstra tran-

    sigir, porm, ele prepara o golpe rnor-

    ! tal, com o intuito de nos aniquilar.

    1 Nosso dever, se somos concentes,

    j sobrepor ao golpe da criminosa

    final.

    tro desta engrenagem politico-econo-mica sem que preliminarmente se trans-forme ou qnebre a estrutura social existente, a qual nos impede toda a liberdide de movimentos, nos sufoca todo o impulso de aspiraes elevadas e generozas e nos aniquila todos os passos dados a caminho duma socie-dade em que n3o exista a propriedade privada que reduz fome os trabalha-dores que nada possuem, nem o Esta-

    ' do, gendarme de todos aqueles que tm medo de perder os frutos de suas aladroadas rapinagens, nem os juizes e tribunais que condenam priso o desgraado que roubou um pao por n i o ter trabalho e galardoam com seu respeito e admirao os grandes pira-tas do comercio, da finana e da in-dustria que dentro da lei roubam mi-lhes explorando desalmadamente in-finidade de famlias proletarias.

    as sucessivas lutas proletarias, todos j burguezia o nosso contragolpe

    devem estar preveni- i A Revoluo Social est na mente de

    todos ;1 sem excepo,

    dos e dar o grito de alerta a

    os oprimidos, contra os nossos

    gos, que, sem dvida alguma,

    raro impedir por todos os mais era- j

    pulosos meios a nossa obra de Re- j

    deno Proletaria.

    todas as classes sociais. Preparemo-

    inimi- n o s P a r a e'a> camaradas, para o ad-

    procu- v e n ' o da Justia e da equidade.

    Eis o nosso dever.

    JOSE' PRADOS ESCOBAR.

    troca de produtos ?

    Depois de ter sido jugulado pelas

    armas o movimento militar deste Es-

    tado, que cobriu de luto e de dr

    grande parte da famiiia proletaria bra-

    sileira, o governo federai chegou

    concluso de que, para contradeter a

    ambio desmedida dos profissionais

    da politica, dos industriais falsificado-

    res e do clero vors e exterminador,

    espera sempre de ocasio1 propcia

    para cravar o punhal mil vezes assas-

    sino, sem alma nem piedade alguma,

    no peito do povo, deve contar com

    uma nova fora que o ampare e

    evite novas e possveis insurreies.

    Abandonado pelos polticos que o

    acompanharam no movimento de 30,

    hostlisado pelo capitalismo estrangeiro

    por no ter satisfeito todos os apetites

    que este ambicionava, talvez os mili

    tares ss no o podessem sustentar se

    de novo outro levante chegasse a es-

    tourar, e, para isso, pensou que a

    o Sul, entre o Leste e o Oeste. Ha a concorrncia de produtos dentro do propro paiz e cada um quer tirar o melhor partido possvel da situao, e iodos se julgam com mais direitos uns que os outros. Um exemplo, recente,

    o costume I 'oca'. de casa. O governo brasileiro, para favorecer So Paulo, publicou de-creto proibindo a plantao de caf em todo o territrio nacional dentro de um certo numero de anos, ameaando com pezadas multas todos aqueles que des-obedecerem. Naturalmente, S. Paulo, ao menos no ntimo, aplaudiu, achou que era medida acertada e que s perdeu pela demora.

    Passam dias e novo decreto. Agora limitando a plantao da cana des-sucar ou restringindo a sua aplicao

    __ , para obrigar ca dos produtos de que necessitamos, j produo do alcool-motor e para ir em

    O governo brasileiro chegou a permu- , socorro dos Estados nortistas produto-

    tar ca c por trigo da America do Nor-1 >'cs d c assucar, em crise pela sua gran-

    oferta de carvo alemo por | a b l l n d a n c i a de produto e pela sua , . , . . . mima procura e deminuto preo. Pron-

    cafe do Brasil. Mas no se pode chegar ; to> j a S . p a u l o no concordou. Achou

    Haveria geito de se poder minorar as

    tristssimas condies e deficuldades da

    hora presente njcando-se paulatina-

    mente uma srie de medidas, entre as

    quais a que facilitasse a troca de pro-

    dutos, volfando-se a reatar

    antiqussimo, que nossos antepassados

    usaram, cuja tradio no se perdeu de

    todo e que muitas tribus ainda hoje

    usam na Africa e na Oceania.

    No Brasil sobra o caf : queima-se,

    joga-se ao mar, inutiliza-se de todos os

    modos e por todas as formas. Falta-

    nos o trigo, o carvo, o ao, o ferro,

    l. Portanto nada mais logico, rcio , , . c ' i 1 sucar ou restringindo a sua aplicao e Ementar que oferece-lo cm tro- p r o d u 3 o d o s u c a t . p a r a

    Pobrigar

    a acordo nenhum. que precisava cultivar pelo menos tanto

    Logo surgiram os protestos, as resis-1 assucar quanto o gasto de sua popula tencis, as hostilidades de todos aqueles | .

  • inmeras dificuldades. Tem lotao para 800 doentes e abriga mais de 1.300. Est s u p e r lotada. No pode haver tratamento eficiente para to-da essa gente. Ha poucos dias o dr. Synesio Rangel Pestana, diretor clinico desse estabelecimento, fez sentir s autoridades policiaes que no podia mais receber os doentes e feridos que costu-mam encaminhar para l. O problema srio. Centenas de desamparados no tm onde aliviar as suas dres, agravadas pela indigncia. Entretanto, o Arcebispo D. Duarte, que no hesitou em entregar 20 kilos de ouro, patrimonio da Curia que es-tava sob sua guarda, para fomentar o fratricdio de Ju-lho, ainda no tomou atitude compatvel com a misso que desempenha.

    No haver nas arcas desse humilde e pauprrimo vigrio de Cristo, umas gramas de ou-ro para aliviar as dres de algumas centenas de infeli-zes ? O seu representado um Deus de Misericrdia co-mo apregoa ou um Deus de sangue e de crimes ? Onde est a famigerada caridade que os seus auxiliares pre-gam .. . para que outrem faa?

    Para que esse Fausto das Igrejas, quando existe tanta dr a minorar ? Para que se levantam templos suntuosos, se no temos escolas suficien-tes para alfabetizar milhares de creanas, hospitaes para abrigar milhares de sofredo res, crches para milhares de creanas e leprosarios para muitos milhares de infelizes que a coletividade repudia, num justificado gsto de hor-ror pelo contagio da molstia incurvel ?

    Onde o Arcebispo sepultou os ensinamentos do grande re-volucionrio, Jesus, aprovei-tado pela igreja como divin-dade para bestficar a massa ?

    Qual a verdadeira finalida-de do clero ? Ajudar ao pro-ximo ou impregnar a multido de mentiras que a cincia j destruiu, para servir-se dela, por procurao do capitalis-mo, a seu bel prazer ?

    O que no tem utilidade pa-ra a massa trabalhadora deve ser destrudo. Destruamos es-se ninho de aves de rapina, como intil e indesejvel.

    J O O P O N T E S M O R A E S

    Federao Operaria de So Paulo NOTA OFICIAL

    Mais ou menos solucionados, os movimentos grvistas en traram era declnio, com a vitoria quasi completa dos trabalhadores. Os manejos reacionrios do capitalismo, aliado aos governantes fas-cistas da hora atual, no pro-duziram efeito deante da re-pulsa conciente dos trabalha-dores organizados e filiados Federao Operaria de S. Paulo. Os trabalhadores de So Paulo, desiludidos mais uma vez com as promessas dos polticos e reacionrios respondem com o seu des-interesse e com a sua repul-sa, s manobras do Minist-rio do Trabalho, que com a Lei de Sindicalizao, pre-tende amarrar os trabalha-dores s convenincias poli-ticas da burguezia. A lei de sindicalizao no surtiu efei-to em So Paulo, onde os trabalhadores conservam linha de conduta, nas lutas contra os exploradores e mer-cenrios da industria e da politica, adquirida em mais de 30 anos de propaganda libertaria.

    As leis do Ministrio do

    ca-

    rada J Carlos Boscolo, fez uma conferencia de lor apreciavel pelo seu rter educativo e pela lgica dos argumentos defendidos inteligentemente: O Prole-tariado anta o SiniicaHsmo Revolucionrio.

    E' louvvel a obra educa-tiva da U. A. C. C. A. de S. Paulo instituindo as confe-rencias semanaes.

    Ja tivemos a oportunidade de ouvir, nessas reunies da 'J. A. C. C. A. a palavra de Francisco Frola, Maria La-cerda de Moura, Florentino de Carvalho, Adelino de Pi nho, e agora a do camarada J. Carlos Boscolo.

    Seguir-se-o naturalmente, outras conferncias, sendo de lamentar que essa obra no seja imitada pelos ou-tros sindicatos.

    Fsstiva! de Confraternizao Esta Unio est organizan-

    do para sabado, 21 do cor-rente, um grande festival de confraternizao proletaria que se realizar no salo Celso Garcia.

    Sindicato dos Trabalhadores m Fabricas de Gfispos

    F IL IADO A' F. O . S. P

    Trabalho paridas como o ra-tinho da montanha s i m b l i c a s ^ ^ d K " ^

    F E D R O KROPOTKINE

    O Anarquismo)) Sua filosofia Seu

    ideal Suas bases ci-entificas Seus prin-cpios economicos.

    Com prefacio, biografia e notas.

    Esta importante obra aparecer, em edio brasileira, dentro em breve.

    raSE5HS25ESB5E5!SH525E5aSH5H5E5H5a

    Nosso Balancete ENTRADAS

    LISTA n. 24 7$000

    LISTA n. 40 35$000

    LISTA n. 57 li$600

    LISTA de Caldas 93$000

    Do Rio - lista 103 . . . . 7$ooo

    lio . . . . 26$ooo

    lov . . . . 4o$ooo

    Lista entre operrios da Fa-

    brica Nardelli 2i$ooo

    Pacoteiros de S, Paulo . . 89$4oo

    Do interior 71 $000

    Lista da administrao . . i49$6o

    Total . . . 479$6oo

    DESPEZAS Deficit do balancete anterior 7oo$soo

    Confeo e compilao da

    edio de fioje 430$00

    Slos, Para expedio 27$600

    Total 1:158$ loO

    CONFRONTO

    Despesas 1:158$IOO

    Camaradas ! Este sindicato nada tem de comum

    com o Sindicato Chapeleiro do Esta , . | - e S . Paulo, sindicato este reco-

    fora de poca, leis ja traas- 1 nhecido pelo Ministrio do Trabalho, Isadas e ranosas em quasi segundo o Estado noticiou, todas as partes do mundo, o governo esfora se em atrair para

    - a esfera da sua influencia o movimento na o resolvem aqui, como nao S-Inciicai resolvem em parte nenhuma As manobras empregadas para levar

    q u e bradnhas, a diviso do trabalho em va- I 2 t u r m a s > augmento de 5o o/o nos

    Isalaros, as 2 horas p*ra refeio, o descanso semanal e, sobretudo, o res-peito moral e tratamento mais humano aos que trabalham em cafs, no esque-cendo que pleiteou, em tempo, chegan do a interessar vivamente a imprensa do pais, a substituio da gorgeta pela porcentagem sobre as vendas,concita os empregados em cafs a organizarem nas respetivas casas em que trabalham, uma tabela que responda ao seguinte questionrio :

    Quantas horas trabalham ? Quantas turmas tem o estabelecimen-

    to ? Quantas horas tem para a refeio 9 Tem descanso semanal ? Quanto ganha? De acordo com o resultado que de-

    ver ser apurado o mais breve poss-vel, a Unio dos E. em Cafs vai ini-ciar uma severa campanha no sentido de que sejam respeitadas as disposies do decreto municipal que estabelece o horrio de oito horas, denunciando pu-blicamente as casas que fugirem ao cumprimento da lei, assim como de-nunciar e far riscar do seu quadro associativo, os empregados que, mal intencionados e ignorantes, procurarem acomodar-se aos interesses dos seus pa-tres, no exigindo que seja cumprido o horrio de oito horas.

    J chegaram Comisso Executiva algumas reclamaes sobre o procedi-mento de alguns companheiros que, ha-bituados a serem escravos no podem compreender o beneficio que trar para a classe em geral o horrio de oito ho-ras. Desde j previne a C . E. da U. E. C. que far uma sindicancia riesse sen tido e, uma vez apurada a responsabi-lidade desses companheiros, dirigir um manifesto classe, denunciando esses indivduos que procaram sempre ferir os interesses da classe nas suas reivin-dicaes.

    a outros coerencia, a outros gramtica, mas fiquem certos que s no se publicar aquilo que de todo no se preste, for tanto, no se zanguem quando no estamparmos os seus escritos : porque lhes falta de todo verdade, atuali-dade, oportunidade.

    Depois, o nosso jornal um orgo de idas. E que idas! As mais largas, levantadas, ge-nerosas que possvel men fe humana coneeber. Todos os assuntos podem ser enca-rados e subordinados ao nos-so ponto de vista. Literatura, frases bonitas, estilo elegante para no dizer nada, obriga-do, dispensamos. E' como re-conhecer mrito ao livro ape-nas pela sua capa dourada. O problema hamano to ex-tenso e generalizado, a Ques-o Social to vasta e to com-

    plexa em seus domnios que, quem tiver olhos para ver e juizo para raciocinar, no pre-cisa muito trabalho para en-contrar assuntos numerosos para criticar, esplanar, com-bater, com proveito para os leitores e para o ideal que preoonisamos.

    Eis o recado que tnhamos a dar.

    Unio dos Ca liteiros de Se Paulo

    FILIADO A' F. O. S. P.

    Esta associao avisa aos membros desta corporao que o seu verdadeiro

    Correio P lebeu

    Liga Operaria da Construo Civil

    * * ^ f " " u V . . . . I V iiiuiiuuiaa ^aia icvai u w w v.wipumytiu i j ucu 3tu vciuauciiu

    do mundo OS problemas dos a efeito esta obra de corrupo opera- i sindicato de ceasse a U dos C . de trabalhadores. Os trabalhado -1 r i a s o n u m e r o s a s e v a r i a d a s - s- P*ulo, rua Quint ino Bocaiuva, 80, r p s p m i p h n rip r p s n l v p i - nu- v e r n o e s P e r a conseguir, apode- e que devem fugir obra mistifica-i e o e q u e a n u u e i c a u i v c r r a ndo-se dos sindicatos, opr a classe dora dos elementos polticos que pro-seus problemas sem decretos operaria agrupada economicamente curam dividir os trabalhadores para nas suas lutas de classe, por- classe operaria agrupada politicamente, domina-los. que OS governos so todos ' tornando-se depois, graas a uma srie

    4 . J x { j _ j e i de medidas legislativas, o senhor abso-constitudos para defenderem ; luto d a a o *indical 'A s nossas baseS OS interesses do capitalismo de acordo disem em seu artigo l . o : e as leis que vierem bene- l O sindicato no poder tomar parte ficiar as classes operarias f .m nenhuma iniciativa politica nem re-n n QPrrt i i i r f a M i m n r i r i n s hS l o s a> P r e m t e r a 3 faculdade absolu-nao sero nunca cumpnaas, ta d e p r o p a g a r e p rotestar contra to-porque O capitalismo organi- dos os males que da politica ou reli-Zado se ope tenazmente ao gio provierem em prejuzo daliberda-cumprimento dessas leis, e, dee d o progresso. n a m i a p l a h n r n A questo para nos, sindicalistas re-se consenu na sua eiaoora- v o i u c i o n a r i o S ) est posta da seguinte ao e por uma questo de maneira : lutar contra o patronato para ttica, para iludir as massas | obter, custa dele, um aumento cons-revoltadas pela misria. tante d e b e m e s t a r ' t e n d o P r fim a

    A Federao Operaria de tal sindicato Sao Paulo, continuando a sua reformista, estamos em oposio, maxi-Obra de arregimentao do m com os seus fundadores pescado-proletariado margem de res d e a u a s turvas: um professor e um ferrovirio 1

    Entradas

    Deficit

    479$ 6 OO

    678$500

    toda a politica, concita. os trabalhadores a resistirem aos ataques da burguezia, e a repudiar o anzol que ela pretende atirar-lhe por inter-mdio do Ministrio do Tra balho..

    A liberdade de ao, a li-berdade de luta, a liberdade de reunio, a liberdade de pensar: eis o que os traba-lhadores devem conquistar o Sindicato Livre, sem pas-tores, sem chefes, sem mis tificadores, sem parasitas.

    Unio dos Artfices em Cal-ados e Ciasses Anexas

    FILIADA A' F E D E R A O OPERA-RIA D E S P A U L O

    Comemorando a tragica morte dos camaradas Anto nino Domingues e Ricardo Cipolla, barbaramente assas-sinados, pelos sicrios da bur-guezia, a U. A. C. C. A. de So Paulo, conforme estava anunciado, realizou no dia 2 do corrente, em sua sde social, uma reunio de pro-paganda, na qual falaram v-rios oradores.

    Como conferencista tomou

    Impotentes em organizar as suas clas-ses lanaram .o anzol na classe dos cha-peleiros. Para esses sindicalistas refor-mistas, a mesma questo posta assim : agruparem-se os operrios para esta-belecerem um acordo com o patrona-to, afim de o convencerem a conceder algumas satisfaes, sem ir de encontro aos privilgios patronais.

    Esta frma de proceder afasta-nos para bem longe do fim que nos pro-pomos !

    O operrio entra no sindicato, para a lutar contra o patronato, instrumento direto da sua escravido e contra o Es-tado, defensor natural do patronato.

    E' no sindicato que ele adquire to-da a sua fora de ao e onde as ideias comeam a evoluir para a defesa -dos seus interesses.

    Camaradas chapeleros ! Vosso dever organizar-vos no nos-

    so Sindicato dos Trabalhadores em Fa-bricas de Chapos, para em breve nos filiarmos, alm da Federao Operaria de S. Paulo, nossa Federao Inter nacional dos Chapeleros, qual a nos-sa classe sempre esteve filiada. A COMISSO .

    Unio dos Empregados em Cafs FILIADA A* F E D E R A O OPERA-

    RIA DE S. P A U L O Tendo em vista sempre a defesa dos

    empregados em cafs de S. Paulo, este sindicato, que tantas conquistas tem rea-lizado desde a sua fundao, pois no se podem esconder as verdades aos olhos dos que querem ver e todos sa-bem que a U. E. C . conquistou em 1922

    Cascavel R. E os novos assi-nantes ? Precisamos divulgar o jor-nal em todos os meios.

    Caxamb V Recebemos tra duo . E originaes para quando?

    Bag C. Mui to b em ! Espera-mos pelo que nos prometeu. Tem recebido o jornal regularmente?

    Porto Alegre H. Recebemos os 20$ e carta. Apraz-nos a franqueza e agradecemos a sna dedicao pela causa.

    Belo Horizonte A. V. Fazemos votos de completo xito para o tra-balho em gestao que nos anunciou e que pela audacia de concepo ir agitar o meio ambiente em que vi-vemos, devendo lanar jactos de luz nas trevas.

    Curitiba V. Pelo que dizes na carta percebe-se que mu i to ha que fazer para desbravar o caminho. 0 terreno ficou abandonado por lon-go tempo e agora temo-lo invadido pela tiririca politiqueira. Mas, com pacincia e constancia, havemos de l impar o campo e ver surgir o fruto

    FILIADA A' F. O . S. P . desejado.

    O movimento da Casa Nardelli con- t Vera-Cruz D. Recebemos ca r-tinua ainda sem soluo, sendo digna t a " S e u e m 6 exemp. de cada numero, de elogios a atitude dos operrios des- Curitiba S. Recebemos cs ?0. ta fabrica, que se mantm firmes e dis- J remetemos os livros. postos a no entrar no trabalho sem que sejam satisfeitas as suas reclama-es.

    Amanh, domingo, S, haver uma grande assembla geral da classe, na sde social, rua Quintino Bocayuva, 80. Ningum deve faltar.

    A COMISSO EXECUTIVA

    I oem que a u. c . conquistou em 1922 parte nesga reunio o cama-;s 1923 at 1925, a abolio das