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SEXTA-FEIRA, 1 JUNHO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N o 1571 (II Série) | Preço: 0,90 Hoje fazemos 80 anos 1 de junho Dia Mundial da Criança PUB PUB IGAT considera que Câmara de Ourique violou PDM em Garvão A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAT) declarou nulas as deliberações do executivo municipal de Ourique quanto ao licenciamen- to para a construção da Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Garvão. Um equipa- mento que começou a funcionar há cerca de um mês mas que ainda não foi oficialmente inaugura- do. E que agora pode fechar as portas em defini- tivo. Isto porque, segundo o relatório da IGAT, foi violado o regulamento do PDM de Ourique. O mesmo já havia acontecido com a instalação da fábrica Montaraz. pág. 7 Psiquiatras reúnem-se em Serpa e faltam no Hospital de Beja Começou ontem, e termina sábado, em Serpa, o 2.º Congresso da Associação Psiquiátrica do Alentejo (APA). Uma reunião que junta centenas de especia- listas da área da saúde mental e onde o suicídio é o tema dominante. Entretanto, na cidade de Beja, no Hospital José Joaquim Fernandes, um edifício novo, espera por especialistas, para evitar que os casos agudos de doentes psiquiátricos tenham de ser encaminhados para Lisboa. Mas não há espe- cialistas que queiram ocupar as vagas. pág. 6 O “Diário do Alentejo” celebra hoje 80 anos. Uma data bonita. Uma idade bonita. Repleta das histórias que fazem a própria História da nossa região. E por isso somos indiscutivelmente o jornal mais lido no distrito de Beja É avançado na idade, o “DA”. Mas não é, não quer ser, um jornal velho. Pelo que convidámos os nossos leitores mais jovens a participar nesta edição que assinala, por igual, o Dia Mundial da Criança. Que é o que hoje todos nós queremos ser. Crianças repletas de sonhos. Ano LXXXI , N o 1571 ( II Série ) | Preço: 0, 90 N º 1571 (II Série) | 1 junho 2012 “DA” lidera audiências no distrito de Beja Encontro de Culturas começa amanhã em Serpa pág. 27 Associação Nacional de Municípios em causa Autarcas rejeitam acordo pág. 10 MARIA BARRIGA, 7 ANOS págs. 2/3

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Diario do Alentejo

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Page 1: Efiçao N.º 1571

SEXTA-FEIRA, 1 JUNHO 2012 | Diretor: Paulo BarrigaAno LXXXI, No 1571 (II Série) | Preço: € 0,90

Hoje fazemos80 anos

1 de junhoDia Mundial

da CriançaP

UB

PUB

IGAT considera que Câmara de Ourique violou PDM em GarvãoA Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAT) declarou nulas as deliberações do executivo municipal de Ourique quanto ao licenciamen-to para a construção da Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Garvão. Um equipa-mento que começou a funcionar há cerca de um mês mas que ainda não foi oficialmente inaugura-do. E que agora pode fechar as portas em defini-tivo. Isto porque, segundo o relatório da IGAT, foi violado o regulamento do PDM de Ourique. O mesmo já havia acontecido com a instalação da fábrica Montaraz. pág. 7

Psiquiatras reúnem-se em Serpa e faltam no Hospital de BejaComeçou ontem, e termina sábado, em Serpa, o 2.º Congresso da Associação Psiquiátrica do Alentejo (APA). Uma reunião que junta centenas de especia-listas da área da saúde mental e onde o suicídio é o tema dominante. Entretanto, na cidade de Beja, no Hospital José Joaquim Fernandes, um edifício novo, espera por especialistas, para evitar que os casos agudos de doentes psiquiátricos tenham de ser encaminhados para Lisboa. Mas não há espe-cialistas que queiram ocupar as vagas. pág. 6

O “Diário do Alentejo” celebra hoje

80 anos. Uma data bonita. Uma idade

bonita. Repleta das histórias que fazem

a própria História da nossa região. E por

isso somos indiscutivelmente o jornal

mais lido no distrito de Beja É avançado

na idade, o “DA”. Mas não é, não quer ser,

um jornal velho. Pelo que convidámos os

nossos leitores mais jovens a participar

nesta edição que assinala, por igual, o

Dia Mundial da Criança. Que é o que

hoje todos nós queremos ser. Crianças

repletas de sonhos.

Ano LXXXI, No 1571 (II Série) | Preço: € 0,90

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“Diário do Alentejo” líder de audiências. Todas as semanas mais de 28 mil pessoas leem o “Diário do Alentejo”, segundo um estudo da Marktest quanto à audiência de leitores de jornais regionais no distrito de Beja. Um resultado esmagador que deixa a grande distância os restantes títu-los que se publicam na região. Segundo este estudo, o “DA” é um jornal verdadeiramente paritário. Os seus leitores dividem-se exatamente em

percentagens iguais entre o sexo masculino e feminino. Já no que toca a idades, há um claro “refrescamento” nos habituais seguidores do jornal. Quase 75 por cento dos nossos leitores têm entre 15 e 54 anos de idade e estão na vida ativa, se bem que o seu poder de compra, reflexo da crise e da região em que nos inserimos, não seja o mais elevado. O “DA” é um jornal com passado e com futuro assegurado. PB

Após 80 anos a informar o Alentejo, aniversário memorável para qualquer

jornal regional, o “Diário do Alentejo” merecia mais. Mais simpatia da

região, mais estratégia para o futuro, menos indefinições. Este jornal cumpre

uma função informativa e até social importante, embora deva distanciar-se

totalmente do poder político, condição essencial para a sua continuidade.

Parabéns a todos quantos colaboraram para o 80.º aniversário.

Jorge RosaPresidente

da Câmara

Municipal

de Mértola

INFO

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03A imprensa regional tem dado um contributo decisivo na promoção da coesão regional, bem como tem sido um

estímulo à descentralização. O “Diário do Alentejo”, ao longo dos seus 80 anos de existência, soube implantar-se

a nível regional, nacional e junto das comunidades portuguesas, particularmente onde vivem e trabalham

alentejanos e é por isso ainda mais importante porque cumpre com a obrigação de divulgar a sua atividade, a

promoção cultural, os acontecimentos e a vida na região. Parabéns ao “DA”, que considero um património do

Alentejo, reafirmando que não deve ser visto como mais um jornal, mas sim como um órgão com responsabilidades

na defesa da região e da profunda ligação às populações, dando prioridade sempre ao serviço público.

Vítor ProençaPresidente

da Câmara

Municipal

de Santiago

do Cacém

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Entrevista

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O que motivou a sua ida para Beja?

Em 1975 terminei no Hospital de Santa Maria o estágio policlínico, após a licencia-tura em Medicina na Universidade Clássica de Lisboa. Nessa altura tinha sido criado o Serviço Médico à Periferia, obrigatório para os jovens médicos recém-licenciados. Este serviço transformou completamente a assis-tência médica, particularmente nas popula-ções carenciadas do interior, e foi um impor-tante motor para a implementação do Serviço Nacional de Saúde. O grupo de médicos do qual fazia parte optou por escolher o conce-lho de Mértola, em 1976. A minha vinda para o Alentejo foi uma decisão feliz, que me fez recordar os espaços livres de África, onde nasci e que me permitiu conhecer e contactar com este extraordinário povo alentejano, que segundo o poeta José Gomes Ferreira “nunca canta sozinho”. De 1977 a 1983 trabalhei no Hospital Distrital de Beja, onde terminei a especialidade de radiologia, sob orientação do dr. João Manuel Covas Lima.

Como surgiu o convite para dirigir o “Diário

do Alentejo”?

O “Diário do Alentejo” foi fundado a 1 de ju-nho de 1932, por Carlos Marques e Manuel António Engana. Este jornal esteve sem-pre ligado aos interesses da população alen-tejana, alertando e discutindo as grandes questões desta vasta região e contribuindo ainda para a sua dinamização cultural. É compreensível que a interrupção da sua publicação, a 6 de fevereiro de 1980, tenha criado um enorme vazio na imprensa regio-nal local. Para ultrapassar este cenário, as câmaras municipais do distrito de Beja e de Grândola, Santiago do Cacém e Sines cons-tituíram a associação de municípios que ori-ginou as bases materiais para o reapareci-mento do “Diário do Alentejo”, a 25 de abril de 1982, em vésperas de completar a 1 de ju-nho os 50 anos de vida. Quanto ao convite para dirigir o jornal, foi-me apresentado por essa extraordinária figura humana, de seriedade, lealdade, inteligência, cultura e amor ao Alentejo, o João Honrado, na al-tura presidente da Assembleia Municipal de Beja. Conhecedor da importância do re-aparecimento do jornal, não podia negar o convite, apesar da minha inexperiência no mundo do jornalismo. Interpretei-o como uma missão cívica. O meu gosto pela lei-tura e escrita e a apetência pela tertúlia cul-tural contribuíram para aceitar esta tarefa. Estes aspetos também foram traduzidos no mandato que cumpri como presidente da Assembleia Municipal de Beja, a partir de 10 de janeiro de 1983.

Jorge Guedes Campos foi o primeiro diretor da segunda série do “DA”

Um jornal com uma missão cívicaA medicina trouxe-o ao Alentejo, corria o ano de 1976. Apaixonou-se desde

logo pela paisagem, que lhe recordava os espaços livres do seu Moçambique

natal, e pelo “extraordinário povo alentejano”. Por “missão cívica”, Jorge

Guedes Campos aceitou a direção do “Diário do Alentejo ” quando o jornal

reapareceu, em 1982. Dos três anos em que exerceu funções, guarda a me-

mória duma “experiência inesquecível que muito me enriqueceu humana-

mente, aprendendo muito mais do que o esforço despendido.”

Texto Alberto Franco

Que situação se vivia nessa altura na

região?

No início da década de 80, o Alentejo apre-sentava, infelizmente, aspetos negativos, se-melhantes aos atuais, nomeadamente, na esfera económico-social. Nesses anos, as-sistiu-se a uma instabilidade económica, a um acentuado aumento dos combustíveis e da eletricidade bem como ao agravamento do custo de vida. Foram ainda implemen-tadas medidas ruinosas que conduziram ao desmantelamento da incipiente indústria alentejana e da desarticulação da estrutura produtiva agrícola. Ainda nesse período ve-rificou-se uma acentuação do desemprego. Este cenário conduziu à desvalorização da moeda e preparou a entrada do Fundo Monetário Internacional. A atual repetição dos mesmos problemas significa, natural-mente, que não aprendemos com os erros e insistimos na falta de rigor e na ausência de políticas visando o progresso económico, cultural e social. Torna-se evidente que é necessário uma alteração do paradigma po-lítico fundamentado unicamente na auste-ridade e na recessão, com esgotamento dos recursos financeiros. Por outro lado, feliz-mente, nesses anos havia aspetos positivos, traduzidos, por exemplo, numa maior parti-cipação cívica e numa maior discussão ide-ológica. Estes aspetos ainda se tornam mais evidentes quando comparamos com o cin-zentismo e a ausência de ideologias que es-truturas sem rosto pretendem atualmente impor à escala global.

Os meios que tinha para fazer o jornal eram

suficientes?

Apesar das naturais dificuldades, foi pos-sível programar uma cuidadosa renovação gráfica e deve ser referido que o “Diário do Alentejo”, nesta nova fase da sua existên-cia, herdou instalações, maquinaria e fun-damentalmente um excecional grupo de profissionais de impressão gráfica e dos serviços administrativos, bem como um pequeno, mas experiente, corpo redato-rial. Foi a sua extraordinária dedicação e o apoio material da Associação de Municípios que criaram as condições para o jornal re-nascer. A composição, impressão, publici-dade e assinaturas funcionaram na praça da República, n.º 43. No respeitante à re-dação, inicialmente funcionou na praça da República e depois transitou para a rua Abel Viana, n.º 1.

Qual a composição da equipa?

Quando recomeçou sob a minha dire-ção, em 25 de abril de 1982, o “Diário do

Ao longo dos seus 80 anos de história rica e multifacetada, o “Diário do Alentejo” afirmou-se como um dos

órgãos de informação e comunicação mais relevantes da nossa região, contribuindo para a divulgação das

potencialidades de um território verdadeiramente de exceção, dando a conhecer o nosso passado coletivo,

debatendo amplamente o presente e ajudando a rasgar os caminhos do futuro. Faço votos de que, nos próximos

80 anos da sua vida, o “DA” prossiga a defesa incansável deste Alentejo cada vez mais próspero e qualificado,

afirmando continuadamente a sua independência, a sua isenção e tendo como princípio aquele que Salgueiro

Maia sempre transportou consigo e transmitiu de modo exemplar: “Servir sem nunca se servir”. Parabéns.

Carlos BeatoPresidente

da Câmara

Municipal

de Grândola

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Alentejo” tinha como chefe de redação o Miguel Patrício e como jornalista o Pedro Ferro. Mais tarde regressou ao jornal a que sempre pertenceu, o inesquecível, dedi-cado e talentoso José Moedas. Ainda refiro o Manuel de Sousa Tavares. O João Paulo Velez integrou esta equipa como diretor --adjunto em abril de 1983 e a 7 de junho de 1985 substituiu-me nas funções de diretor. Foi um grupo fantástico e recordo, parti-cularmente, os que já faleceram. Sem estes jornalistas não tinha sido possível relançar o “Diário do Alentejo” e manter a sua qua-lidade informativa, literária, de discussão e análise. Para mim, os jornalistas, gráfi-cos, administrativos e todos quantos cola-boraram com o jornal foram uma verda-deira família com quem muito aprendi e a quem devo muita amizade.

Como se deu a sua saída?

Em setembro de 1983 fui convidado a con-correr para assistente hospitalar no serviço de radiologia do Hospital de Santa Maria, tendo sido posteriormente indicado para organizar uma secção de neurorradio-logia. Mais tarde, em 1985, fui nomeado assistente da Faculdade de Medicina de Lisboa e visando o doutoramento para pro-fessor da universidade obtive uma bolsa de

estudo da Fundação Calouste Gulbenkian para estagiar na Universidade de Western Ontário, no Canadá. Assim, tornou-se im-possível manter a direção do jornal que foi assumida pelo João Paulo Velez, na altura diretor-adjunto.

Recorda algum episódio desses anos?

Gostaria de recordar as reuniões clínico - -imagiológicas no Hospital Distrital de Beja sob a orientação do saudoso dr. João Manuel Covas Lima, que me entusiasmaram a se-guir a carreira de radiologia e a permanecer no Alentejo. Outros episódios igualmente importantes foram os espetáculos de ani-versário que o “Diário do Alentejo” organi-zou em 1984, com o Janita Salomé e o Carlos do Carmo, e em 1983 com os Ceifeiros de Cuba, Sérgio Godinho e José Afonso. Penso que o José Afonso, já doente, fez um grande esforço em estar presente, tendo sido a sua última atuação. O nome maior da música portuguesa despediu-se assim do Alentejo que tanto amava. Recordo ainda com emo-ção o convívio e a tertúlia com o Manuel da Fonseca, o Michel Giacometti, o João Hogan, o João Honrado, o Adriano Correia de Oliveira, o José Colaço, o Carreira Marques, o Rodeia Machado, o Francisco Felgueiras, o Francisco Santos, entre tantos outros amigos que, me perdoem, não serem mencionados.

Que balanço faz da experiência como dire-

tor do jornal?

Subscrevo o que escrevi a 31 de maio de 1985: “Valeu a pena”. Foi uma experiência inesquecível que muito me enriqueceu hu-manamente, aprendendo muito mais do que o esforço despendido. Consegui vol-tar a juntar gente dispersa. A minha dis-creta colaboração conduziu novamente o “Diário do Alentejo” ao seu prestígio ha-bitual, que se tem reforçado com as dire-ções seguintes. Congratula-me ver o nosso jornal continuar a defender, intransigente-mente, os interesses da região. Por último, esta experiência permitiu-me disfrutar da amizade de muita gente boa da cidade e do nosso Alentejo.

Continua a acompanhar o jornal?

Apesar das dificuldades de tempo, deriva-das da minha atividade académica e assis-tencial, tento sempre acompanhar e ler o jornal, aqui em Lisboa e nas cada vez mais frequentes estadias em Beja, por motivos fa-miliares e profissionais. Neste 80.º aniversá-rio desejo as maiores felicidades ao “Diário do Alentejo”, na pessoa do seu diretor.

05

Razão de existir

Os jornais estão como as pessoas. Vivem mais. Há tempos atrás andar por cá 80 anos não era para todos, nem sequer

para a maioria. A esperança de vida era muito menor, a qualidade da vida vivida muito mais baixa.

Mas hoje é assim. Apesar dos dias de cinza que atravessamos, vivemos mais tempo e temos mais capacidade para resistir à idade avançada. Ainda bem que assim é.

Vem isto a propósito do “Diário do Alentejo”, jornal referência da extraordinária planície dos sonhos, terra de gerações inconfor-madas, de gentes simples e dignas. Tive – há já três décadas! – o privilégio de dirigir um título prestigioso que acabara de cair na crise e na fa-lência. À frente de um excecional grupo de pro-fissionais, em que pontuavam figuras com o ta-lento e o labor de José Moedas, Manuel de Sousa Tavares, Pedro Ferro e Miguel Patrício, todos eles já desaparecidos, o desafio era grande. Mas foi possível com a qualidade de todos eles e de numerosos outros colaboradores reconquistar crédito e respeito da opinião pública e começar a trilhar um caminho difícil e árduo de reafir-mação de um jornalismo desejoso de mostrar as diferentes cambiantes da vida, um mundo em diferentes cores, sem deixar de proclamar os anseios da região.

Faz impressão, confesso-vos, olhar para trás. Ver como quase todos os grandes desíg-nios acabaram por se concretizar. Escrevíamos muito sobre a conclusão de Alqueva e ela aí está. Mas tantos anos depois, que se tornou mais complicado produzir de forma compe-titiva em mercados fortemente concorren-ciais. Falávamos no aproveitamento multifun-ções do porto de Sines e aí o temos a abrir-se como a porta da entrada dos navios do canal do Panamá. Mas foi preciso tanto tempo que o seu desenvolvimento tarda em produzir todos os efeitos esperados. Defendia-se a abertura da Base Aérea 11 ao tráfego civil e aí temos o ae-roporto de Beja. Mas tão tarde que a crise não deixa atrair visitantes e investidores como talvez fosse possível há 10 ou 15 anos antes. Digamos que, como é sabido, ter razão antes de tempo pode ser um perigo. Acreditamos, apesar de tudo, que o pleno benefício destes empreendimentos acabará por vir ao de cima. Mais tarde que o necessário.

Em muitas áreas o progresso foi, toda-via, tangível. Os vinhos alentejanos têm ex-celente qualidade. O turismo desenvolveu --se com belíssimos projetos. Aos campos do Alentejo chegam culturas de perfil exporta-dor, o ensino ganhou expressão nunca vista. Mas os desafios para combater a desertifi-cação do interior, a falta de investimento e a perda de qualidade de vida de setores da po-pulação colocam-se todos os dias aos políti-cos, ao poder local, aos empresários, a cada cidadão. Ao “Diário do Alentejo”, também, pois essa será sempre a sua razão de existir. Por muitos mais anos.

João Paulo VelezDiretor do “DA” entre 1983 e 1989

Médico jornalista

Jorge Guedes Campos nasceu em Moçambique, em 1947, filho de pai ri-batejano e mãe da Beira Alta. Queria estudar Direito, mas acabou por ti-rar Medicina e não se arrependeu. Após o 25 de Abril, o Serviço Médico à

Periferia fê-lo conhecer o Alentejo. Apaixonado pela região, trabalhou no hos-pital de Beja entre 1977 e 1983, onde concluiu a especialidade de radiologia. Mas este não era o único interesse do médico vindo de Moçambique. O seu empenhamento cívico e cultural levou-o a ser convidado para dirigir o “Diário do Alentejo” que, em 1982, se preparava para reaparecer, após dois anos de paragem. “Apesar de gostar muito de ler e escrever, a minha experi-ência na matéria limitava-se aos jornais escolares que fazia com o hoje jorna-lista Mário Crespo, meu colega de escola em Moçambique”, confessa. “Mesmo assim, aceitei o desafio.” Numa redação formada por Miguel Patrício, Pedro Ferro, José Moedas e outros, Jorge Guedes Campos crê que devolveu o jornal “ao seu prestígio habitual, que se tem reforçado com as direções seguintes”. A carreira médica, na área da neurorradiologia, e a preparação do doutora-mento obrigaram-no a sair de Beja e a passar a direção do “Diário do Alentejo” a João Paulo Velez. Entre outras funções, Jorge Guedes Campos dirige atual-mente o serviço de Imagiologia Neurológica do Hospital de Santa Maria e é professor associado convidado da Faculdade de Medicina de Lisboa. Mantém uma forte ligação ao Alentejo, por motivos profissionais e familiares, mas também em homenagem à “experiência inesquecível” que foi dirigir o jornal.

Alberto Franco

Subscrevo o que escrevi a 31 de maio de 1985: “Valeu a pena”. Foi uma experiência inesquecível que muito me enriqueceu humanamente, aprendendo muito mais do que o esforço despendido. Consegui voltar a juntar gente dispersa. A minha discreta colaboração conduziu novamente o “Diário do Alentejo” ao seu prestígio habitual, que se tem reforçado com as direções seguintes.

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AtualCongresso da APA arrancou ontem em Serpa

Faltam psiquiatras em Beja

Começou ontem, e termina sábado, em Serpa, o 2.º Congresso da Associação Psiquiátrica do Alentejo (APA). Entretanto, na cidade de Beja, no Hospital José Joaquim Fernandes, um edifício novo espera por especialistas, para evitar que os casos agudos de do-entes psiquiátricos tenham de ser en-caminhados para Lisboa.

O Alentejo é a região do mundo com a mais alta taxa de suicídio. Luiz Gamito, um dos responsáveis pela

organização do 2.º Congresso da APA expli-cou ao “Diário do Alentejo” que “enquanto a taxa não baixar” os psiquiatras têm “a obri-gação de dedicar a maior atenção a esta re-alidade”.

Para este especialista, que no sábado

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irá moderar o fórum do encontro sobre o tema, e onde participarão ainda Fernando Areal e Mário Jorge, pode “dividir-se o País em duas metades, traçando uma linha em Santarém”. Acima desta linha o problema é residual, mas abaixo, “com maior incidên-cia no Alentejo, os anos passam e a taxa fica, sem que se assista a uma transforma-ção positiva neste importante indicador de saúde pública”.

Segundo este especialista, o cená-rio resulta de “políticas erradas em que o Alentejo tem sido desde sempre preterido”, afirma. Talvez assim se possa compreender a razão pela qual o Hospital José Joaquim Fernandes está a encontrar dificuldades em recrutar especialistas para o seu novo ser-viço de psiquiatria.

É que para Luiz Gamito, não é só a

questão dos vencimentos que determina a falta de especialistas: “O planeamento na colocação de psiquiatras no território nacio-nal não tem tido lógica”, afirma, acrescen-tando que falta “uma política que promova a colocação de médicos, região a região”.

Margarida Silveira, administradora da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, disse ao jornal “i” que o recrutamento de es-pecialistas é uma prioridade, mas “os médi-cos não parecem querer vir para o interior”.

O edifício encontra-se praticamente pronto e poderá ser inaugurado na primeira quinzena de julho, mas a equipa de psiquia-tria a funcionar no hospital não permite internamentos.

Assim, apesar de a nova infraestrutura ir começar a facultar consultas, “o interna-mento só em 2013, por falta de equipa mé-dica”. Para já, irá ser lançado um concurso público, e só depois disso, caso não haja candidaturas, poderão “pedir autorização ao ministro para oferecer mais”, disse ao “i” a responsável da Ulsba.

Durante o fim de semana mais de uma centena de especialistas, entre “médicos psi-quiatras, clínicos gerais e médicos de famí-lia, psicólogos e enfermeiros”, irão debru-çar-se, na Junta de Freguesia de Salvador, em Serpa, sobre temas tão variados como “A psiquiatria na crise”; “Psicopatologia: Urbano vs Rural”; ou “A psiquiatria, o fu-turo e as tecnologias de informação e comunicação”.

No entanto, passado o congresso, “sem mais nenhuma outra motivação” os espe-cialistas “ficarão nas grandes cidades. Só virão aqueles que gostem muito…”, avisa Luiz Gamito.

Aníbal Fernandes

Filatelia e novos livros nos 80 anos do “DA”

O “Diário do Alentejo” comemora, hoje, dia

1, 80 anos e durante este ano várias iniciativas

assinalarão a efeméride. A começar pelos

vários eventos filatélicos, nomeadamente

uma exposição de filatelia, que poderá ser

visitada até hoje no CCD do hospital de Beja, e

a emissão de um selo e de um carimbo especial

evocativos aos 80 anos do “DA”, produtos estes

que, segundo Geada de Sousa, colaborador e

responsável pela coluna de filatelia do “DA”,

“vão dar origem a um sobrescrito de 1.º dia de

circulação e de um postal máximo”. Para Geada

de Sousa, “o “DA” marca a vida da cidade e da

região e merece esta distinção”. Durante este

ano de aniversário, também vão ser lançados

livros e a apresentação da primeira obra

acontece já na segunda-feira, 4, pelas 18 e 30

horas, no “Vovó-Joaquina”, em Beja. Trata-se

do novo livro de Ana Paula Figueira, docente e

cronista do “Diário do Alentejo”. Caleidoscópio

11211 – colectânea ilustrada de colunas de opinião

é uma coletânea ilustrada das colunas de

opinião que Ana Paula Figueira escreveu para

o “DA” em 2011. O livro conta com ilustração

de Pedro Emanuel Santos. “Desde sempre que

o ‘DA’ faz parte da minha vida e é com muito

orgulho que atualmente assino um espaço

de opinião. Diria que, de uma certa forma,

esta é também uma outra maneira de lhe

prestar a minha homenagem”, diz a autora.

Quem também lança um novo livro este ano

é Paulo Monteiro e Susa Monteiro, autores de

banda desenhada e também colaboradores

do “Diário do Alentejo”. Insulações poderá

ser apresentado a qualquer momento. O livro

compila uma série de ilustrações que foram

feitas, propositadamente, em 2011 e 2012, para

ilustrar reportagens e notícias do “DA”. Para os

autores, este livro também tem “um significado

especial”. Primeiro porque “esta é uma maneira

de revisitar o próprio jornal e porque assinala

os 80 anos do ‘DA’”. E depois porque é um livro

feito “em conjunto”, o que lhes dá muito prazer.

O “Diário do Alentejo” tem ao longo destes 80 anos desempenhado um papel relevante na vida da região, na vida

política, social, económica, é, portanto, um título com prestígio. Ao comemorar estes 80 anos, devemos pensar em

encontrar uma solução que possa viabilizar o futuro do “Diário do Alentejo” e viabilizá-lo no sentido dele poder

continuar a desempenhar o seu papel como meio de comunicação social, acarinhado e querido pelas pessoas. O

futuro do “DA” não passa necessariamente por uma presença esmagadora dos municípios, passará provavelmente por

encontrar outras soluções onde os municípios poderão ou não estar presentes. Estes 80 anos deverão fazer-nos refletir

sobre o futuro do jornal e a necessidade de encontrarmos uma posição equilibrada que viabilize esse mesmo futuro.

António SebastiãoPresidente

da Câmara

Municipal

de Almodôvar

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“Diário do Alentejo” – 80 anos de intervenção

Lembro-me do “Diário do Alentejo” desde sempre, Somos contemporâ-neos visto que tenho 75 anos, me-

nos cinco que ele. Com ele aperfeiçoei os meus primeiros conhecimentos de lei-tura, em casa de meus pais seus assinantes. Aconteceu isto no Monte Grande, freguesia de Rio de Moinhos, concelho de Aljustrel. Cresci, portanto, na companhia do “Diário do Alentejo”. Diariamente, naqueles tem-pos, era aguardado com ansiedade para uma leitura informativa tão necessária para aqueles que, como nós, viviam iso-lados no campo exercendo a sua atividade agrícola. Eram tempos du-ros, de traba-lho, de esperança t a m b é m , a o s quais o “Diário do Alentejo” prestava toda a atenção. Nele se anuncia-vam as herdades que estavam para venda ou arrenda-mento bem como outras situações ligadas ao setor. Era, de facto, um elo muito forte, desperta-dor de oportunidades que, sem ele, passa-riam despercebidas. Após a adolescência e juventude, e durante elas, mantive-me sem-pre seu leitor, em circunstâncias diferentes por já viver na sede do concelho. Terá sido este o período menos intenso da relação que mantive com o “Diário do Alentejo”, em-bora, sempre, com uma grande afetividade. Esta afetividade impôs-me um comporta-mento, o de estar, sempre, ao lado daqueles que quiseram ultrapassar as crises, várias, porque passou. Lembro-me de ter estado, de alma e coração, ao lado do dr. Henriques Pinheiro para que o “Diário do Alentejo” con-tinuasse a ser a voz intransigente na defesa dos nossos valores, nesta imensa região, que to-dos amamos – Alentejo. Noutra crise, a que foi resolvida pela Associação de Municípios de Beja, como vereador da Câmara Municipal de Aljustrel, foi-me dada a oportunidade de con-tribuir na ajuda da sua solução. Enfim, falar do “Diário do Alentejo” é como falar de alguém que nos é muito querido. Aceitei fazê-lo pela circuns-tância do mesmo não poder ser feito por quem mais merecia esta tarefa – António Alexandre Raposo, seu saudoso diretor, a quem presto a minha sincera homenagem.

Luís Bartolomeu Afonso Palma

António Alexandre RaposoDiretor do “DA” entre 1989 e 1997

Diariamente, naqueles tempos, era aguardado com ansiedade para uma leitura informativa tão necessária para aqueles que, como nós, viviam isolados no campo exercendo a sua atividade agrícola.

A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAT) declarou nulas as de-liberações do executivo municipal de Ourique quanto ao licenciamento para a construção da Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Garvão. Um equipamento que começou a fun-cionar há cerca de um mês mas que ainda não foi oficialmente inaugurado. E que agora pode fechar as portas em definitivo. Isto porque, segundo o re-latório da IGAT, foi violado o regula-mento do PDM de Ourique.

O pedido de nulidade das delibera-ções da Câmara de Ourique que aprovaram o projeto de arquite-

tura e o licenciamento do edifício foram agora participadas pela IGAT ao Ministério Público, junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja. Estes atos remontam a março e junho de 2009, durante o ante-rior mandato autárquico, pelo que não será possível aplicar sanções tutelares contra os eleitos. Este tipo de violação do PDM pode levar à perda de mandato dos eleitos envol-vidos no processo.

Ainda há pouco mais de uma semana, a autarquia ouriquense emitiu uma nota

de imprensa onde salientava que a IGAL tinha procedido a uma “análise exaustiva ao funcionamento” do município, “não tendo encontrado, na conduta dos elei-tos, uma única causa de reparo ou cen-sura”. No entanto, segundo o documento a que o “Diário do Alentejo” teve acesso, a IGAL interpôs junto da Procuradoria da República diferentes ações adminis-trativas especiais para declaração da nuli-dade de atos do executivo municipal e da Assembleia Municipal de Ourique, entre os quais este, referente ao licenciamento de construção da Unidade de Cuidados Continuados de Garvão.

Pedro do Carmo, presidente da autar-quia ouriquense, já contestou junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja as ações movidas pela IGAL e salienta que, “se fosse hoje tornaria a fazer o mesmo e não tenho qualquer dúvida que o tribunal nos dará razão”. As deliberações em causa, prossegue, “foram tomadas com base em relatórios técnicos, pelo que decidi em consciência”. Para mais, salienta Pedro do Carmo, “o que está em causa é um equipa-mento social que faz muita falta à popula-ção e que cria postos de trabalho, numa re-gião onde eles são raros”.

A Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Garvão foi construída em terrenos cedidos pela Câmara de Ourique, no recinto da feira. No pre-ciso local onde, há perto de seis anos, foi igualmente promovida pela autarquia a construção da fábrica de transformação de porco de raça alentejana, Montaraz, que, segundo a IGAL também viola o PDM de Ourique. Na ocasião, para além da nulidade dos atos do executivo, tam-bém foi pedida a aplicação de sanção tu-telar contra os elementos do órgão execu-tivo. Com as eleições de outubro de 2009 essa medida prescreveu, mas a ação ad-ministrativa ainda decorre no Tribunal Administrativo de Beja.

Na ocasião, revela Pedro do Carmo, “so-fremos uma denúncia do PSD local que pe-dia a minha perda de mandato. Agora vejo com grande estupefação, mas sem sur-presa, que a história se volta a repetir. Mas tenho a certeza que o tribunal nos dará ra-zão em ambos os caos”. Sem sucesso até ao fecho da presente edição, o “Diário do Alentejo” tentou contactar o diretor da Unidade de Cuidados de Garvão, Reinaldo Soares.

Paulo Barriga

IGAT pede nulidade na aprovação da Unidade de Cuidados de Garvão

Câmara de Ourique viola PDM

É uma grande longevidade já de um jornal que tem as suas particularidades, mas penso que tem feito, no

cômputo geral, um ótimo trabalho, se bem que ultimamente ande um bocado apagado, penso que há que

reativá-lo de novo, porque tem de chegar a mais gente. O universo alentejano não é só o nosso Alentejo, é

Lisboa, é a grande Lisboa e outras áreas, onde urge de facto que ele chegue, porque penso que tem de ser um

elo de união entre a diáspora alentejana, e até ao momento não o tem sido. Há que rever essas situações todas,

se calhar a questão económica também pesa em tudo isto, mas no essencial tem sido um trabalho positivo.

António TerenoPesidente

da Câmara

Municipal

de Barrancos

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O universo eleitoral dos militantes do PS no distrito de Beja diminuiu para metade, passando de cerca de 1 800 para pouco mais de 900 filiados, depois da limpeza dos cadernos eleitorais que aconteceu recentemente. Foram eliminados militan-tes que já faleceram, outros que muda-ram de residência e outros que deixaram de pagar quotas. Em véspera de elei-ções para as concelhias e para a distri-tal, os dois candidatos à presidência da Federação consideram que esta redução do número de militantes no distrito “não vai alterar” significativamente os resul-tados eleitorais até porque corresponde ao que é “a vida ativa do partido”.

Texto Carlos Júlio

Hoje e amanhã realizam-se as eleições para as concelhias do PS e no dia 15 de junho é eleito o novo presidente da

distrital e os delegados ao congresso federa-tivo, marcado para 1 de julho em Mértola.

Os candidatos à distrital, Pedro do Carmo e Hélder Guerreiro, vão ser confrontados com um universo eleitoral mais reduzido do que aquele que elegeu Pita Ameixa, o presidente cessante, há dois anos. Na altura, os militan-tes socialistas inscritos nas diversas secções

do PS no distrito de Beja rondavam os 2 500. Os cadernos eleitorais foram agora limpos e revistos e deles constam apenas cerca de 900 militantes.

“Ainda está a decorrer o prazo de recla-mações, mas o número de militantes, no uso da sua capacidade de elegerem e serem elei-tos, deverá situar-se entre os 910 e os 920”, disse ao “Diário do Alentejo” o ainda presi-dente da distrital, Pita Ameixa, recordando que nas eleições de há dois anos “apesar do

universo eleitoral ser maior apenas votaram cerca de 500 pessoas”, o que significa que “já nessa altura muitos dos militantes que perde-ram agora essa categoria estavam à margem da vida partidária”. Por isso, considera Pita Ameixa, “os resultados eleitorais não vão so-frer nenhuma alteração devido à redução do universo eleitoral”.

Pedro do Carmo também partilha esta opinião, embora considere que estes núme-ros representam “um claro decréscimo” de militantes do partido no Baixo Alentejo e que o novo presidente terá que fazer um “grande trabalho” para “a adesão de novos militantes” e para “a refiliação” de outros que viram per-dida a sua qualidade de militantes por terem quotas em atraso.

O atual presidente da Câmara de Ourique, a única secção que viu aumentar o número de filiados, revela que foi criada, paralelamente, uma base de dados onde consta o nome da-queles que foram excluídos por terem quotas em atraso. “É preciso trazê-los de volta para o partido. E apesar da quota ser baixa, se houver vários anos em falta, nesta altura de grandes dificuldades económicas, isso pode pesar no bolso das pessoas”, diz Pedro do Carmo.

“Apesar de termos tido novas adesões, a estratégia em Ourique passou por realizar-mos iniciativas e encontros anuais em que os militantes pagavam as quotas, evitando assim grandes atrasos”, acrescenta o candidato à dis-trital do PS, que diz estar seguro da vitória nas eleições de dia 15 de junho.

“Havendo dois candidatos é natural que a votação seja muito participada, mas não julgo que os resultados finais sejam muito renhidos. Estou plenamente confiante em que ganho a eleição”, afirma Pedro do Carmo.

Confiante na vitória diz estar também Hélder Guerreiro, vereador na Câmara de Odemira. “Espero uma grande mobilização do eleitorado para estas eleições. As sessões que tenho feito têm sido muito participadas, penso que o partido está preparado para dar a vitória a quem estiver melhor colocado para ser o novo presidente da distrital e penso que serei eu o escolhido”, refere Hélder Guerreiro, para quem a diminuição do número de eleito-res “significa a limpeza dos cadernos eleitorais de muitas pessoas que já não acompanhavam a vida do partido e traduzem. Muito provavel-mente, o que é a vida ativa do PS no distrito”.

“É preciso perceber, no entanto, por que é que alguns deixaram de ser militantes e recu-perar essas pessoas e, dentro do possível, ca-tivar os que querem estar dentro do Partido Socialista”, diz Hélder Guerreiro, salientando que “tem de ser feito um esforço para aumen-tar a militância”.

Ciclo eleitoral no PS começa com novos cadernos eleitorais

Socialistas de Beja perdem metade dos militantes

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Pita Ameixa deixa a distrital

Pita Ameixa lidera a distrital do PS há 10 anos. Sai agora e considera positiva a existência de duas listas. “Mostra a vitalidade do partido e a democracia, pela sua própria natureza, implica diversidade de opiniões e a existência de diferenças.

Vai haver um debate para escolher a melhor proposta e os dois candidatos vão ter opor-tunidade de se dirigirem diretamente aos militantes do partido”.

O ainda líder da distrital do PS não hesita em fazer um balanço do seu mandato. Para Pita Ameixa este balanço divide-se em três patamares, todos eles com resultados positivos.

“A nível interno, conseguimos impor um funcionamento democrático e de quali-dade nos diversos órgãos do partido, o que nem sempre acontecia. Quando tomei posse do cargo há 10 anos, havia alguma desorganização e algumas falhas na democracia in-terna do PS no distrito”, refere.

“Num outro plano, tivemos durante este período bons resultados eleitorais. O PS cresceu nas autarquias e a nível geral, com oscilações, é verdade, uma vez que estamos abrangidos por conjunturas, mas, em termos gerais, o PS cresceu eleitoralmente na re-gião”, acrescenta.

“Em terceiro lugar, julgo que tivemos capacidade política e prestígio para aproveitar-mos para o Alentejo e para o distrito de Beja o ciclo em que o PS esteve no governo. Basta dizer que foi em governos do PS que Alqueva e o aeroporto de Beja avançaram, as minas de Aljustrel reabriram, deu-se início à autoestrada Beja-Sines. Conseguimos que tudo isso fosse uma prioridade política do País e do PS e que fossem para a frente. Foram deci-sões históricas, em cinco ou seis grandes investimentos no Alentejo”, conclui. CJ

DA, 50 + 30

Estou ligado ao “Diário do Alentejo” há duas décadas. Trabalhei como jorna-lista, chefe de redação, diretor, editor.

Colaboro agora como colunista. Cheguei à praça da República em finais de

1992 para render Miguel Serrano. Na altura ainda conheci José Moedas, em final de carreira e símbolo de uma era, e Francisco Felgueiras, administrador da AMDB, ambos já desapare-cidos. Estabeleci laços de camaradagem e ami-zade com João Honrado, uma das pessoas a quem devemos – além de outras dívidas impa-gáveis –, a compra do título pelos municípios bejenses e o relançamento do jornal como se-manário em 25 de abril de 1982.

Ao longo destas duas décadas, o “DA” con-solidou o seu prestígio, adotou novas tecnolo-gias, cresceu.

Entre 1992 e 2011 trabalhei com diferen-tes diretores – primeiro António Alexandre Raposo, mais tarde António Brito, Francisco Pacheco, João Matias e Paulo Barriga. Trabalhei com jornalistas como Rafael Rodrigues, Joana Gomes, Paulo Barriga, Francisco Pratas, Firmino Paixão, José Saúde, Carlos Coutinho, Carla Ferreira, Nélia Pedrosa e Bruna Soares. Com fotógrafos como Mariano Martins, Teresa Marujo, José Serrano e José Ferrolho. Com gráficos talentosos como Aníbal Fernandes, com informáticos competentes como Miguel Medalha. Com paginadoras dedicadas como Aurora Correia, Antónia Bernardo, Cláudia Serafim, Teresa Morgado, Carminda Valente, Teresa Brinca.

Ao longo desses anos, o “DA” contou com colunistas como Manuel Geraldo (“Policiário”), Manuel Vieira (tauromaquia), Geada de Sousa (filatelia) ou Paulo Monteiro e Luiz Beira (banda desenhada). Com cronistas excelentes como Correia da Fonseca e Santiago Macias, duas das pessoas que melhor escrevem em Portugal. E com muitos outros colaboradores de qualidade.

Pelos serviços comerciais passaram José Zambujal, Germinal Correia, Leopoldo Santos, Mariana Spencer, Ana Neves, Carlos Costa. Na gráfica do “DA” – encerrada de forma pre-cipitada – convivi com tipógrafos experientes como Leonel Serafim, António Inácio, Manuel Pedro, Tói Salgado, Vítor Dores, Domingos Gonçalves, Vítor Viegas, gente que amava o jornal que fazia.

Estes e tantos outros trabalhadores (uns desaparecidos, alguns reformados, muitos ainda nos seus postos) são construtores de boa parte da história do DA. Presto-lhes homena-gem quando festejamos os 80 anos do jornal, 50 como diário privado mais 30 como sema-nário público.

Os atuais trabalhadores – e os municí-pios proprietários – têm a responsabilidade de prosseguir a caminhada deste notável jor-nal alentejano.

Em tempo de medos e silêncios, de explo-ração e pilhagem, o “Diário do Alentejo” pú-blico e democrático, com uma orientação de-cente, é mais do que nunca indispensável a Beja e à região.

Carlos Lopes PereiraDiretor do “DA” entre 1997 e 2002

Candidatos Pedro do Carmo e Hélder Guerreiro

O “Diário do Alentejo” é um património referencial da nossa região. Na verdade, o nosso jornal tem sido ao longo sobretudo dos anos

post 25 de Abril não só a voz do Alentejo em termos noticiosos, como também um ativo agente cultural, uma escola de jornalismo

e um arquivo histórico vivo e permanentemente atualizado da região e dos seus protagonistas. O seu papel de elo de comunicação

e informação com a comunidade alentejana na diáspora é outra vertente que importa salientar. Propriedade da Ambaal, não tem

sido fácil ao jornal afirmar a sua independência política nem evitar a sua transformação em boletim supramunicipal. Hoje, fruto

de um trabalho de restruturação e modernização realizado nos últimos anos, o “DA” é um verdadeiro jornal regional, profissional,

tecnicamente atualizado, dinâmico, criativo e inovador, de que todos nos devemos orgulhar e que devemos preservar e fortificar.

Pulido ValentePesidente

da Câmara

Municipal

de Beja

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Voz da Planície chega a acordo com jornalista

O jornalista Teixeira Correia retirou, na passada semana, o pedido de

insolvência coerciva que tinha interposto contra a rádio Voz da Planície.

Em causa estava o pagamento de salários em atraso e indeminizações

que, segundo a direção da estação emissora, foram “integralmente

saldados”. Justino Engana salienta que a cooperativa radiofónica

“sempre reconheceu os direitos dos trabalhadores dispensados no início

do ano” e que os devidos pagamentos “dependiam da disponibilidade

financeira para fazer face aos compromissos”. “As nossas dificuldades

financeiras são públicas e notórias”, acrescenta o diretor executivo da

rádio Voz da Planície. A emissora também liquidou os créditos devidos

ao operador técnico Augusto Pinto. Teixeira Correia pertenceu aos

quadros na Voz da Planície nos últimos 10 anos.

Escola Fialho de Almeida In Motion

“EPFA In Motion” é o nome do projeto que a Escola Profissional Fialho

de Almeida (EPFA), de Vidigueira, está a desenvolver desde o início da

semana e que chega hoje ao fim. De acordo com os responsáveis, trata-se

de um projeto que visa divulgar o “saber fazer” dos alunos “nas mais

variadas áreas de formação, os projetos e atividades da escola, bem como

reafirmar a sua posição na região”. A EPFA convidou “diversas escolas da

região, alunos, professores e pais/encarregados de educação, a visitarem

a escola nestes dias e a participarem nas diferentes atividades”.

O coração ao serviço do “DA”

Sou alentejano e sempre gostei de jornais. Ainda gosto de jornais! Gosto de lê-los, folheá-los, olhá-los e imaginá-los. Também gosto de criar

jornais e encher de letras aquelas páginas brancas que se vão cultivando, uma a uma, como se fossem uma extensa terra ansiosa.

Fazer um jornal não é como fazer um filho. Mas nas manhãs em que lhe tocamos, quando chegam frescos de tinta, parece que estamos a pôr o dedo indi-cador entre os dedinhos muito pequeninos de um fi-lho. Isso passa logo. Os filhos são a nossa vida e o sen-tido que nos acarreta para um destino. Os jornais não! Tresandam terrivelmente a efémero. Como se fossem um copo de água. Depois daquelas páginas, bebe-mos outras páginas e outros nomes. Outras vidas, ou-tras vontades e outros silêncios. Tudo se esbate num ápice…

Talvez seja esta a condição estranha e inexplicável que me prende aos jornais. Aos vários jornais, como se fossem pessoas de todas as cores e feições. Gosto

de uns, não gosto de outros. Leio uns, não leio ou-tros. Elogio uns, condeno outros. Mas não me escuso a senti-los. Olhá-los nos olhos e esperar que me olhem nos olhos.

Por dentro deste vício terno, tenho andado a ler milhares de jornais. A folheá-los e imaginá-los. A construir alguns e a tentar ajudar outros. Saí-me me-lhor em certas viagens do que noutras, mas fi-las sem-pre com afeição sanguínea.

Numa delas, pus o meu coração ao serviço do “Diário do Alentejo”. Enlevado e profundamente de-voto a um trabalho que durou quase três anos e meio. Com profissionalismo e integridade. Fi-lo com paixão pelo jornalismo e pela minha pátria, num caminho árduo e assente numa ideia, certamente ingénua, que se deixou orientar sem táticas.

Não o lamento porque foi uma honra muito grande! Aquela redação, aquelas pessoas, aquelas estórias... nem vocês sabem nem eu o disse algum dia que, estar aqui, nesta casa cheia de laços eter-nos, foi um privilégio sem alcance. Foram 165 se-manas de momentos irrepetíveis, dando o corpo ao manifesto para dignificar o caráter histórico e in-contornável e excecional que, em 80 anos de uma existência cheia, prevalece como lugar único das nossas vidas.

António José BritoDiretor do “DA” entre 2002 e 2005

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É uma referência para a região, uma referência na comunicação, faz parte de

todos nós, do nosso quotidiano. Ressalvo também a importância que tem tido

a disponibilização on line do arquivo fotográfico do “Diário do Alentejo”, que

tem sido uma marca em todos os concelhos. Alguns já não recordam, outros não

conheceram, algumas das artérias principais das vilas, alguns rostos. É uma ideia

extraordinária, fabulosa e que espelha um pouco o que tem sido o “Diário do Alentejo”,

ou seja, é a nossa referência, faz parte da nossa cultura e da nossa identidade.

Pedro do CarmoPesidente

da Câmara

Municipal

de Ourique

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Nova unidade móvel em Mértola

A Câmara Municipal de Mértola

apresentou ontem, quinta-feira, a

nova Unidade Móvel Médico–Social

à população, com uma ação de

sensibilização sobre doenças

cardiovasculares. A primeira iniciativa

da nova unidade móvel contou com

a colaboração do Centro de Saúde de

Mértola e insere-se no Projeto Mértola

+, que assinala o Ano Europeu do

Envelhecimento e da Solidariedade entre

Gerações. A aquisição da segunda unidade

móvel vai permitir, segundo a autarquia,

“melhorar os serviços já prestados

pela antiga carrinha, possibilitando

que estes sejam prestados com maior

qualidade, uma vez que a nova viatura

dispõe de melhores equipamentos”. A

utilização das duas unidades móveis em

simultâneo “proporciona, igualmente,

que os cuidados de saúde junto dos mais

necessitados sejam prestados com maior

frequência”, conclui.

Bolsas de estudo em Vidigueira

A Câmara Municipal de Vidigueira entrega

amanhã, sábado, pelas 15 horas, no

centro multifacetado, as bolsas de estudo

referentes ao ano letivo de 2011/2012, a 60

estudantes do concelho que frequentam o

ensino superior.

Enfermagem no Litoral Alentejo

O Hospital do Litoral Alentejano promove

entre hoje, sexta-feira, e amanhã,

sábado, as III Jornadas de Enfermagem

– “Acrescentando Valor aos Cuidados

de Saúde no HLA, E.P.E…”, integradas

nas comemorações do 8.º aniversário

da unidade hospitalar. As jornadas vão

decorrer no auditório do hospital, em

Santiago do Cacém, e são dirigidas a

enfermeiros, alunos de enfermagem,

outros alunos e outros profissionais da

área da saúde.

Deputado Mário Simões retoma Roteiro Social

O deputado do PSD eleito pelo círculo

de Beja inicia hoje, sexta-feira, o II

Roteiro Social, com uma visita ao

Centro Social e Paroquial do Salvador,

“associando-se assim às comemorações do

Dia Internacional da Criança”. As visitas

a instituições de solidariedade social do

distrito de Beja terão lugar durante este

mês, às segundas e sextas-feiras. De acordo

com Mário Simões, “esta iniciativa pretende

continuar o levantamento dos problemas

sociais que assolam o distrito visitando

preferencialmente os concelhos e IPSS que

não foram abrangidos no I Roteiro”.

80 lindas primaveras

O nosso “Diário do Alentejo” co-memora 80 anos de vida desde a sua fundação no ano longínquo

de 1932. Guardei, mas não digo religiosa-mente, porque não sou religioso, o exem-plar quando das bodas de diamante, dos seus 75 anos em 2007, altura em que exer-cia a função de diretor do jornal, de há muito semanário, mas que se continua a chamar de diário para manter o título com que se fundou. Havia interrompido então as minhas funções de administra-dor delegado da associação de municípios de Beja, depois Ambaal, que já desempe-nhava desde 1999, e por decisão do seu conselho de administração, em dezembro de 2005 exerci tais funções de diretor do nosso jornal até janeiro de 2008.

Uma experiência riquíssima essa. Como já conhecia as manhas à casa, e que residiam sempre na dicotomia entre mu-nicípios muito bem tratados pelo jornal e municípios muito mal tratados jornalisti-camente, correspondendo ou procurando fazer corresponder esta situação às iden-tidades político-partidárias em presença, por um lado a dos diretores do jornal e por outro as existentes na associação de mu-nicípios, tentei demonstrar que era possí-vel uma relação aberta e franca do diretor com todos os presidentes de câmara mu-nicipal, legítimos representantes dos mu-nicípios proprietários do jornal.

Em primeiro lugar mantendo como mais marcante na linha editorial a defesa da região e das suas premissas de desen-volvimento económico e social onde to-dos, públicos e privados, se reconheciam. Depois sublinhar a forte identidade cul-tural da região e das suas gentes, as es-pecificidades e singularidades próprias dos vários territórios que a compõem en-quanto fatores de coesão social potencia-dores de novos investimentos. Depois o estabelecimento do princípio de que to-dos os municípios deveriam ver regular-mente publicadas nas páginas do “DA” as suas iniciativas, grandes ou pequenas, por forma a que todos se sentissem tratados com justiça, isto é, independentemente de existirem municípios com grande capaci-dade de produção de informação, que os municípios com pouca notoriedade noti-ciosa igualmente se revissem nas páginas do seu jornal.

Lá que não foi fácil, não foi, nunca é. Que apareceram algumas chatices, claro. Mas que o “Diário do Alentejo” continua a ser indispensável na nossa região na pluralidade política da sua propriedade, não tenho dúvida nenhuma. Aos presi-dentes das câmaras municipais, ao atual diretor e aos trabalhadores e colaborado-res do jornal sinceros parabéns.

Francisco do Ó PachecoDiretor do “DA” entre 2005 e 2008

Vinte e oito de maio. À hora do jan-tar, em direto nas televisões, Miguel Relvas anuncia ter chegado a acordo com a Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) para o lançamento de uma linha de crédito de financiamento às au-tarquias no valor de mil milhões de euros. Antes, à saída da reu-nião, Fernando Ruas, presidente da ANMP, confessa, apesar do acordo, “não estar de sorriso rasgado”. Nas horas e dias que se seguiram, deze-nas de autarcas, de norte a sul do País, recusam, liminarmente, a pro-posta do Governo.

Texto Aníbal Fernandes

Do dossiê há meses em dis-cussão entre os autarcas e o Governo constava a Lei dos

Compromissos, a retenção de cinco por cento do IMI e uma linha de crédito de apoio às autarquias para pagamento de dívidas superiores a 90 dias. Apenas este último ponto obteve uma proposta con-creta por parte de Vítor Gaspar e Miguel Relvas, e, mesmo assim, com a condição de os municípios endividados aumenta-rem todos os impostos e taxas munici-pais para os níveis máximos, nomeada-mente em setores como o “saneamento, água e resíduos”, no IMI e na derrama, e na participação no IRS, cujo o máximo é cinco por cento.

Para além disso o Governo exige que os municípios que pretendam ace-der a este fundo renunciem a todos os

processos que possam ter interposto ao Estado.

“Uma chantagem inadmissível”. É assim que Pulido Valente, presidente da Câmara de Beja, reage aos termos do acordo, acrescentando que não passa de “imposições a troco de nada”.

Para José Maria Pós-de-Mina, pre-sidente da Câmara de Moura e presi-dente em exercício da Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (Ambaal), “trata-se de um docu-mento globalmente negativo” que con-figura “mais um grave ataque à autono-mia do Poder Local”.

Pós-de-Mina, chamando a atenção para o fato de o acordo ter sido assinado numa “data de triste memória na nossa história”, refere que o valor agora posto à disposição dos municípios “é o que nos últimos anos tem sido sonegado aos municípios”.

Pulido Valente confessa-se “muito desiludido” e acusa a ANMP de “es-tar rendida ao Governo”: “É a capitula-ção total”, afirma, antecipando que o Conselho Geral que terminou ontem, depois do fecho desta edição, irá “rejei-tar o acordo” e “convocar um congresso extraordinário”. Já Pós-de-Mina garante que o objetivo não é fazer “alterações li-geiras” na lei, mas sim “revogá-la”.

No que diz respeito ao IMI e à Lei dos Compromissos, também aqui os autar-cas não têm motivos para festejar: a re-tenção dos cinco por cento do IMI man-tém-se, e na Lei dos compromissos o Governo apenas manifestou disponibi-lidade para adequar algumas normas transitórias.

Governo anunciou acordo com municípios

Autarcas de Bejacontra

Fernando Ruas

Em primeiro lugar quero dar os parabéns ao “Diário do Alentejo”. É muito importante que os órgãos de comunicação regionais, como é o caso

do “DA”, que é propriedade dos municípios, tentem, na medida do possível, adaptar-se aos novos tempos. É muito importante que os órgãos

de comunicação regionais se adaptem cada vez mais também à realidade das redes sociais, da Internet, etc, e nesse sentido era também muito

importante que o “DA” pudesse partilhar, como está a fazer com o acervo fotográfico, outros documentos que constituem a memória viva da região,

que fazem a história do Baixo Alentejo. O “DA” atravessa grandes dificuldades, como muitas instituições e entidades neste país, os municípios

estão interessados, cada vez mais, em que se possa resolver esta situação e que se possa dar uma maior dignidade ao “DA”. Naturalmente que

depende de todos a existência de um processo consensual de restruturação para que o próprio jornal possa continuar e ficar bem vivo na memória.

Aníbal CostaPresidente

da Câmara

Municipal

de Ferreira do Alentejo

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Mina de São Domingos recebe encontro mineiro

Atuações de grupos corais alentejanos, exposições, colóquios,

visitas guiadas, jogos tradicionais e documentários vão marcar o

1.º Encontro Mineiro da aldeia de Mina de São Domingos, concelho

de Mértola, que vai decorrer nos próximos dias 8 e 9. O Encontro

Mineiro de São Domingos pretende “reforçar o nome de Mértola

e da Mina de São Domingos como destinos de eleição de turismo

cultural e científico” e, desta forma, ser um contributo para o

desenvolvimento do concelho de Mértola e das suas populações”,

explica o município. O evento, enquadrado no projeto europeu

Atlanterra/Green Mines, liderado em Portugal pela Agência de

Desenvolvimento Regional do Alentejo, é promovido pela Fundação

Serrão Martins em colaboração com a empresa municipal Merturis

e a Câmara de Mértola.

Boxerpa promove ação de divulgação

A equipa de atletas, o treinador e o psicólogo do Boxerpa (Serpa Team), seção

de boxe olímpico, promovem amanhã, sábado, pelas 11 horas, no ginásio

Formas Fitness Club, em Moura, um workshop informativo, seguido de

aula prática. De acordo com os responsáveis, esta ação de divulgação “visa

estender a prática do boxe olímpico pelos ginásios e clubes desportivos do

Baixo Alentejo, com o intuito de fazer crescer a prática da modalidade nas

vertentes boxe educativo, boxe recreativo e boxe competitivo”.

Um jornal muito grande

O “Diário do Alentejo” tem 80 anos. Para ter chegado a esta idade é preciso ser muito grande, bem maior do que qualquer pessoa

que por lá tenha passado. Trabalhei no jornal de 2008 a 2010, há não muito tempo, portanto, contudo, à me-dida que esse período se vai distanciando, menor pa-rece a minha contribuição. Foram três anos de coisas boas e más, numas sinto orgulho, em outras cometi erros, enfim, três curtos e insignificantes anos para o jornal, mas intensos e importantes para mim. Destaco três momentos desse triénio.

O primeiro foi o fecho da gráfica onde o “DA” era feito. Pertencia, tal como o jornal, à Ambaal e, por ausência de investimentos em equipamento fei-tos nas alturas próprias, foi-se desatualizando e o en-cerramento tornou-se inevitável. Com este desfecho perdeu-se um símbolo do jornal e de Beja, provavel-mente um bom negócio e só não se perderam dezena e meia de postos de trabalho porque os municípios e a Ambaal absorveram os trabalhadores, assumindo

as suas responsabilidades. Julgo que este caso reflete, como outros, a dificuldade em definir estratégias em matérias de interesse regional.

Mais tarde, ocorreu um episódio bem mais sério: a aprovação na AR da designada “Lei do pluralismo e da não concentração dos meios de comunicação so-cial”, que obrigava a Ambaal a alienar o jornal e que foi travado por veto presidencial. Neste caso as visões partidárias sobrepuseram-se a qualquer outra lógica, pouco importando que isso colocasse em risco a qua-lidade e, até, a sobrevivência do jornal.

Porém, as disputas partidárias iriam revelar--se ainda mais acesas e chegar mais perto nas elei-ções autárquicas de 2009. Para o jornal, este período foi apenas mais um entre muitos, para mim, porém, que o vivi pela primeira vez no “DA”, foi muito difí-cil. Propriedade dos municípios da Ambaal, o jornal é, nestes momentos, colocado com exagerada impor-tância no centro da disputa pelo poder nas autarquias. Vive-se um ambiente de tensão, que exige ponderação e capacidade de resistência.

Mas as eleições, como tudo o mais, passam e, como sempre, o “DA” continua o seu caminho, pas-sando pelas pequenas histórias e pela História com a sabedoria que os 80 anos lhe dão.

Parabéns!

João MatiasDiretor do “DA” entre 2008 e 2010

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O “Diário do Alentejo” é um jornal de referência no âmbito regional

e que também tem projeção nacional. É sempre importante uma

data como esta, que é uma idade bonita. É um jornal que tem um

grande passado, tem um grande reconhecimento e aquelo que

desejo é que possa ter um futuro ainda grande à sua frente.

José MariaPós-de-Mina

Presidente

da Câmara

Municipal de Moura

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EditorialHojePaulo Barriga

Que dia tão formidá-vel, este, o de hoje. 1 de junho de 2012. Dia

Mundial da Criança. Dia do di-reito ao sonho. Dia a brincar. Dia para brincar. Dia em que sur-giu pela primeira vez o “Diário do Alentejo”. Foi há 80 anos. Em Beja. Nasceu precisamente da brincadeira, ou do sonho, de um conjunto de intelectuais e de homens de letras. Em plena ditadura militar. Na antecâ-mera do Estado Novo. No prelú-dio da mais sangrenta das guer-ras. Na ressaca da maior crise financeira que a Humanidade até então conhecera. Nasceu num dos períodos mais cinzen-tos da História. Mas nasceu para dar um nadinha de luz ao ne-grume. Irreverente. Acutilante. Atuante. Frontal. Irónico. A pri-meira manchete do jornal, ima-gine-se, intitula-se “A Crise”. Foi em 1932. Bem poderia ter sido hoje. E ao longo destas úl-timas oito décadas, com alguns avanços e outros tantos recuos, franco e independente se man-teve. O “Diário do Alentejo” per-tence, desde a primeira hora, a quem o lê. É e sempre foi um jornal do leitor. E não de quem o fabrica. Pertence às pessoas. É com as pessoas que está. É das pessoas, das suas realizações in-dividuais e coletivas, que fala. E por isso manteve ao longo de to-dos estes anos uma fidelidade inabalável dos seus leitores. Dos seus legítimos proprietários, afi-nal. Hoje publicamos um estudo de audiências promovido pela Marketest que dá conta da forta-leza dessa relação. O “Diário do Alentejo” tem consigo quase 70 por cento das pessoas que leem jornais regionais no distrito de Beja. Um número que ape-nas surpreenderá os mais desa-tentos. Um número que nos dá ainda mais alento para prosse-guir. E que apenas confirma ofi-cialmente, cientificamente, a relação quase sanguínea que o “Diário do Alentejo” mantém com a região, com os seus leito-res, com os seus dedicados ami-gos. Uma relação aberta, fra-terna e verdadeira. Como o são as relações entre as crianças. Ainda que a brincar. Hoje é o seu dia. Hoje é o nosso dia.

O valor agora posto à disposição dos municípios “é o que nos últimos anos lhes tem sido sonegado”. O objetivo não é fazer “alterações ligeiras” na Lei dos Compromissos, mas sim “revogá-la, e não a aplicar”.

José Maria Pós-de-Mina, presidente da Associação de Municípios do Baixo

Alentejo e do Alentejo Litoral e da Câmara Municipal de Moura

Cascalheira da Silva,

68 anos, reformado do comércioSou leitor assíduo do “DA”. Desde a meninice que me lem-bro de o ver e folhear. É um jor-nal que nos diz muito. Dá-nos as notícias e defende os inte-resses da nossa região. Espero que nunca acabe. Era bom que noticiasse que o aero-porto finalmente funciona.

Paulo Narciso,

45 anos, comerciante Leio o “DA” desde sempre. É um jornal importante. Dá-nos a notícia próxima. E a notí-cia é tratada por pessoas aqui de Beja. Que conhecem bem a região e a sua realidade. Isso é fundamental. Nem me fa-lem em acabar com o “DA”. Que eu entro já em depressão.

Inácia Isidro,

49 anos, empregada de comércio Sim. Sou leitora do “DA “desde que me conheço. Faço a sua lei-tura semanalmente. O jornal tem muita importância para esta cidade. É uma excelente fonte de informação regional. Uma notícia boa era a da exis-tência de uma empresa que em-pregasse aqui muita gente.

Fernanda Pereira,

48 anos, professora Às vezes. Não sou uma leitora assídua. Que leia o “DA” to-das as semanas. Mas quando os assuntos me interessam leio, sim. O jornal é importante para a cidade. Informa os seus ci-dadãos. Divulga o que cá se passa. A nível cultural, social.

Voz do povo Costuma ler o “Diário do Alentejo”? Inquérito de José Serrano

Vice-versaA Lei dos Compromissos vai obedecer às especificidades das autarquias locais. Não deixaremos, naturalmente, de a cumprir. Conseguimos que ela atendesse às nossas especificidades que era, afinal, permitir que as operações básicas e fundamentais para o funcionamento de uma câmara não fossem limitadas. Não estamos com o sorriso rasgado, mas conseguimos o acordo.

Fernando Ruas, presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses e da Câmara Municipal de Viseu

Fotonotícia Dream team. Esta foi, por certo, uma das mais entusiasmantes e saudosas equipas de redação do “Diário do

Alentejo”. João Paulo Velez, então ainda um jovem jornalista, assumiu a direção do jornal em meados de 1983. Para liderar um grupo de

trabalho onde coexistia a experiência e o talento de José Moedas com a irreverência demolidora de Pedro Ferro. A capacidade de trabalho

de Miguel Patrício com o estilo moderno e incomparável de Manuel Sousa Tavares. Uma redação de luxo, de primeira água, que fez gigante

um pequeno jornal de província, recém-resgatado. Infelizmente, apenas João Paulo Velez é sobrevivo neste dia da festa dos 80 anos do “DA”.

Mas a nossa memória e a nossa saudade está com todos eles. Por igual. PB Foto Arquivo “DA”

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Rede social

Quais são as memórias que guarda da

gráfica onde anos a fio foi impresso o

“Diário do Alentejo” e que acabou

por encerrar?

São as melhores. É certo que também guardo algumas coisas más, mas pre-firo falar das boas. Entrei na gráfica ti-nha 13 anos e estive lá 40 anos. Foi lá que aprendi a minha vida. Foi lá que aprendi a ser homem. Era a minha se-gunda casa e, neste sentido, só posso ter boas memórias da gráfica e, conse-quentemente, do “Diário do Alentejo”.

Foi lá que se fez menino e moço.

Como eram esses tempos?

Não havia computadores. Eram os tempos do lynotype. A composição era feita à mão, letra por letra. A impres-são também não tinha nada a ver com a que existe atualmente. Recordo-me das máquinas com motor e correias. Quando as correias se partiam tínha-mos de dar à manivela. A impressão a chumbo. O jornal era diário e tínha-mos de o dobrar à mão todos os dias, à noite e à tarde, e depois existiam uns quantos trabalhadores que faziam a distribuição porta a porta na cidade. À noite dois ou três pegavam no jornal e levavam-no também para o correio. O jornal tinha quatro páginas. Mas nessa altura fazíamos um pouco de tudo, desde lavar o chão à impressão.

Tinha, assim, várias funções?

Sim, mas posso dizer que fui sempre impressor. Nos últimos anos é que fui encarregado da oficina.

A gráfica era uma boa escola de

tipógrafos?

Enquanto existiu foi-o sempre. Formou muita gente. Era uma grande escola, mas, sobretudo, era uma escola que formava homens para a vida.

Houve um período em que o jornal dei-

xou de ser editado…

Sim, e nessa altura a gráfica fechou. Aí conhecemos o desemprego. O que sa-bia era imprimir, mas tive de procurar outras coisas. Carreguei, por exem-plo, vários fardos de palha, abri valas e pintei. O “Diário do Alentejo” foi re-ativado e voltei ao meu posto de traba-lho, à minha vida.

O que acha que representam estes

80 anos do “Diário do Alentejo” para

a região?

Em minha opinião representam muito. Não tenho dúvidas que foi sem-pre o melhor jornal da região e ainda hoje o continua a ser. São 80 anos de muito trabalho, de muita dedicação, de empenho e muitas estórias. Aliás, o “Diário do Alentejo” é quem conta há 80 anos a história desta região.

Bruna Soares

6 perguntasa Leonel Serafim

Tipógrafo da antiga gráfica do “Diário do Alentejo”

Semana passada

QUINTA-FEIRA, DIA 24

BEJA CLONE DE PINHEIRO-WOLLEMI É ÁRVORE DE INTERESSE PÚBLICO

O clone de pinheiro-wollemi existente no jardim público de Beja, um tesouro vegetal do tempo dos dinossáurios, que os botânicos julgavam extinto há dois milhões de anos, foi classificado como Árvore de Interesse Público pela Autoridade Florestal Nacional. Segundo a Autoridade Florestal Nacional, a distinção justifica-se por ser “um exemplar único no País e raro no mundo e a sua proteção legal ser essencial à conservação de uma espécie, da qual só existem 100 indivíduos adultos no estado selvagem”, e “por estar em perigo de extinção”. Única na Península Ibérica e uma das poucas na Europa, a árvore, uma das mais antigas e raras do planeta, da qual existem registos fósseis com 90 milhões de anos, é um dos clones reproduzidos a partir dos cerca de 100 exemplares selvagens de pinheiro-wollemi, um fóssil vivo que foi descoberto, por acaso, na Austrália, em 1994. O clone esteve na Escola Superior Agrária de Beja entre outubro de 2005, quando foi adquirido no 1.º leilão de plantas promovido pela sociedade de vendas Sotheby’s, e 2011, ano em que passou a viver no jardim público da cidade.

ELVAS EDIFÍCIO DA MAIS ANTIGA POUSADA DE PORTUGAL ESTÁ À VENDA POR 1 ME

O imóvel da ex-pousada de Elvas, a mais antiga do País, está à venda por um “preço de referência” de um milhão de euros e a “pronto pagamento”, confirmou à Lusa fonte da Enatur. De acordo com a mesma fonte, o imóvel da ex-pousada da cidade raiana está à venda desde quinta - -feira, tendo o anúncio sido publicado na imprensa. No anúncio é descrito que a ex-pousada de Santa Luzia está instalada num terreno superior a 12 mil metros quadrados, com uma área construída de 2 796 metros quadrados, com piscina, garagens e court de ténis. A pousada encerrou em maio, tendo a comissão de trabalhadores, através de comunicado, explicado que “a maioria dos trabalhadores” do estabelecimento “chegou a acordo” com a empresa, ou para serem “transferidos” para outras unidades da rede, ou através de “rescisões amigáveis”. Em abril, o Grupo Pestana Pousadas (GPP) adiantara à Lusa que a atividade da pousada, com 20 trabalhadores, estava suspensa, devido à “quebra de reservas”. A Pousada de Santa Luzia foi inaugurada a 19 de abril de 1942 e contava com 24 quartos twin e um duplo.

SEXTA-FEIRA, DIA 25

ALMODÔVAR HOMENS ARMADOS ASSALTAM RESIDÊNCIA

Dois homens armados assaltaram uma residência isolada próximo de Gomes Aires, no concelho de Almodôvar, tendo furtado dinheiro e cartões de débito e algemado e agredido o proprietário, disse à Lusa fonte da GNR. Segundo a mesma fonte, a vítima, um homem de 56 anos que estava sozinho na habitação, foi assistido no Centro de Saúde de Ourique. Os assaltantes ameaçaram o proprietário da residência com uma arma de fogo e furtaram 100 euros em dinheiro e cartões de débito. A Polícia Judiciária está a investigar o caso.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 28

VIDIGUEIRA ADEGA COOPERATIVA AVANÇA COM INVESTIMENTO DE 1,5 MILHÕES DE EUROS

A Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito deu início às obras de construção de um novo edifício de engarrafamento e armazenagem. O investimento, apoiado pelo Proder – Programa de Desenvolvimento Rural, ronda 1,5 milhões de euros. Os trabalhos iniciaram-se com a decapagem do solo para construção do aterro. As obras deverão ficar concluídas no final deste ano. No quadro deste investimento, a adega vai adquirir uma nova linha de engarrafamento. José Miguel de Almeida, presidente da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito, considera, em declarações à rádio Pax, que é um investimento da “máxima importância” pois vai preparar aquela unidade para as exigências do futuro. As previsões apontam para um crescimento da produção.

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O turismo fez 100 anos e não se deixou de cantoriasDiz quem por lá andou que foi um dia inesquecível para Aljustrel, o passado sábado, com as comemorações do Centenário do Turismo em Portugal. Mas o ponto forte da festa foram mesmo os espetáculos que aconteceram na Pedreira do Plano, apesar do frio.

Vou comprar este livrinho para ler lá em casaInaugurou no passado sábado, mas prossegue até 10 de junho, o VIII Festival Internacional de BD de Beja. Em ano de vacas magras e com orçamento reduzido a zero foi bonito constatar a envolvência que a tribo da banda desenhada tem com este encontro anual.

ViváCuba e o resto não se pode escrever aquiDecorreu durante todo o fim de semana, em diferentes locais da vila de Cuba, muitos deles improváveis, a quarta edição da iniciativa ViváCuba – Livros & Companhia. Um belíssimo encontro em torno do livro, da leitura, das tradições e do cante às vozes.

Vamos lá a esticar bem essas perninhasOs residentes da Comunidade Terapêutica Horta Nova mostraram esta semana, em Beja, como é importante ocupar os tempos livres com atividade física. A iniciativa leva o nome de Boot Camp – Atividade Física Multidisciplinar e é para repetir.

Todos juntos a favor dos mais desfavorecidosAconteceu esta semana mais uma reunião, com visita à sede da EMAS, da rede social de Beja. Uma estrutura organizativa que envolve o município, as freguesias e dezenas de instituições de solidariedade social e associações do concelho de Beja.

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OpiniãoRelógioLuís Covas Lima Bancário

Objeto de utilidade, algu-mas vezes de decoração e outras de futilidade. Um relógio tem de ser enten-dido, seja pelos pontei-ros e pelo calendário que nem sempre possui, seja por uma beleza estética que lhe é inerente e que nada representa. O reló-

gio marca, queiramos ou não, o tempo e por isso ga-nha um enorme sentido quando o tempo é escasso e todos os segundos contam. Nestes tempos tão moder-nos e nocivos, onde nada se paga a pronto, o que conta são os prazos. A prazo – palavra tão comum na atua-lidade – temos investimento, emprego, recursos e ca-pacidades, ainda que cada vez mais em menor escala. Fora de prazo, temos endividamento, desemprego, de-sorientação política e social, numa escala cada vez mais crescente. A questão, não é a do relógio que determina o tempo, mas a ausência dele. E por isso, a expressão fora de prazo, que nunca é do nosso agrado, configura um tempo, um espaço, de dificuldades impostas e que não queremos. Poderemos também falar de gerações. Aquelas que anunciaram as novas gerações pelas me-lhores razões são as mesmas que agora renunciam ou dificultam o crescimento e o esplendor dessas mesmas gerações.

Quem tem responsabilidades não pode nem deve af irmar que os jovens portugueses deveriam emi-grar e que o desemprego gera uma nova oportunidade. Ainda que ditas num determinado contexto, não se adequam a quem, como as novas gerações, se orgulha do seu país e por ele quer fazer algo. Por isso revoltam e ofendem.

Além dos chavões da competitividade e do cresci-mento económico, o Estado Social é o maior desafio do novo século. Preocupações que devem motivar uma agenda política, onde impere o bom senso, cujo enfoque deverá ser para que os idosos tenham um resto de vida digna, nunca esquecendo a população ativa que é quem verdadeiramente sustenta a Segurança Social, para o fomento da natalidade de modo a contrariar a tendên-cia de uma população cada vez mais envelhecida, para uma Saúde abrangente e de igual acesso e para uma Educação de qualidade e de exigência, pois será ela que, no futuro, marcará a diferença do nosso país.

Dentro do prazo e não fora dele suspira-se por um milagre a tempo. O tempo continua a contar e os segun-dos a escassear. Tivemos duas grandes guerras. O re-ceio é muito grande e adivinha-se que o próximo con-f lito seja de uma gravidade tal, que será denominado de conf lito social à escala mundial. Poderá ser esta a ter-ceira grande guerra?

Está de parabéns o “Diário do Alentejo” que chega aos 80 anos de vida no Dia Internacional da Criança. Já passou também por muitas dificuldades e sempre soube renascer das cinzas. Com uma tiragem semanal de 6 000 exemplares, faz parte do panorama nacional pela sua distribuição, acolhimento e implantação. A ne-cessidade de se reinventar e adaptar aos novos tempos há muito que teve início, numa tentativa de maior apro-ximação aos seus fiéis e novos leitores. As entidades vi-vas da nossa região devem sentir, ajudar e divulgar este emblema que sempre foi um baluarte do nosso Alentejo. Os leitores agradecem.

Carmelo Aires, atual 20 anos depoisJosé Manuel Basso Médico termalista

Na edição de 18 de maio do “Diário do Alentejo”, com grande destaque de capa, o novo presidente da Comissão de Coordenação e D e s e n v o l v i m e n t o Reg iona l do A lentejo, António Dieb, proclama que: “O nosso grande fa-lhanço tem sido a incapa-

cidade de atrair investimento” e que é preciso encon-trar uma estratégia de desenvolvimento que passe pelo “investimento produtivo e gerador de mão de obra qua-lificada”.

2. Onde é que já ouvimos isso? Quantas vezes e há quanto tempo? Ao longo de mais de 30 anos e a gente de todos os quadrantes políticos. E não só da polí-tica. Também do mundo empresarial e dos sindicatos. Alguns alicerçados nos respetivos “cargos” tendencial-mente até que a morte os leve. Isto, num século e num tempo em que até Cuba (a de Fidel, não a do vinho alen-tejano), no aperfeiçoamento do socialismo e na limita-ção temporal do poder, limita o exercício de cargos em funções institucionais ou partidárias a dois períodos de cinco anos.

3.Há cerca de 20 anos (é verdade, mesmo 20!), num hotel de Portalegre, também já entretanto encerrado), o PCP distrital promovia uma iniciativa política justa-mente sobre desenvolvimento regional. Num momento (fugidio) de espantosa abertura política deste partido, o “artista principal” do conclave foi, nada mais nada me-nos, que o presidente da CCRA de então, Carmelo Aires. Que dizia, sem hesitações e sem que alguém o contes-tasse, ser obrigatório o ciclo seguinte de fundos comu-nitários ter como destino dominante as infraestrutu-ras para o desenvolvimento económico e projetos de iniciativa económica, tanto privados como de iniciativa do Poder Local ou de instituições de natureza social. Defendia, com grande convicção, que só excecional-mente e com forte justificação outras áreas (infraes-truturas básicas e equipamentos da área social) seriam elegíveis.

4.O problema é que no ciclo seguinte (Guterres e seus novos dirigentes da CCRA), em vez de se seguir no cami-nho apontado por Carmelo, o dinheiro comunitário vi-rou muito pouco para o setor económico. Mesmo muita coisa não elegível no 1.º QCA (ciclo inicial de ajudas da então ainda CEE) passou a sê-lo aparentemente com aprovação às vezes até entusiástica dos atores da região. Os fundos passaram a financiar infantários e escolas, muitas delas entretanto, caricatamente, já encerradas por falta de alunos ou postos médicos, alguns também já sem médicos, enfermeiros ou utentes!!! E equipamen-tos similares sem qualquer efeito desenvolvimentista...Hoje, em 2012, com frequência, vê-se o logótipo do QREN a patrocinar ou apoiar espetáculos e festarolas locais (sem alcance turístico mínimo) que deveriam co-munitária e solidariamente ser pagas pela comunidade local, sempre disponível de resto para comparticipar na ajuda a todo o tipo de obras de índole social.

5.Sobre a questão levantada da “mão de obra quali-ficada” e (acrescentamos nós) dos vulgarmente desig-nados “quadros” a coisa arrepia ainda mais fino e so-bre isso nos propomos opinar proximamente...

Obras da palavraAna Paula Figueira Docente do Ensino Superior

Há dois ou três dias acon-teceu-me uma situação curiosa: estava a con-versar com uma amiga quando, de súbito, esta é interpelada por a lguém que a cumprimenta e a quem ela me apresenta; depois de uma breve troca de dizeres sociais, o indi-

víduo diz que foi editado e já está à venda o seu pri-meiro livro de poesia! Demos-lhe os parabéns e desejá- -mos-lhe muitas vendas, mas… assim que ele se afastou a minha amiga comentou: “Mais um que não se vai po-der ler! Ele pensa que basta saber rimar…”.

Hoje a escrita banalizou-se, e são muitos os auto-res que pensam que o facto de terem um livro editado lhes confere a condição de escritores! Depois, constata-se que abundam textos carentes de autenticidade, ple-nos de metáforas vulgares, sem correspondência com o comum – como se isso lhes conferisse grandiosidade – que em nada honram a Literatura! Miguel Torga, ao seu jeito, classifica-os como “textos rebarbativos…sol-fas…escritos que respondem a esquemas pré-estabele-cidos” bastando “estar ao corrente dos pressupostos e depois verificar se as pedras estão bem colocadas no ta-buleiro” quando “a mais rica humanidade só tem uma coisa a dizer, e que apenas se deve esforçar por dizê-la o melhor possível de todas as maneiras possíveis, embora a saber que não há palavras para nenhum absoluto”.

Por outro lado, a preocupação dos editores (ou da sua maioria) já pouco tem a ver com a protecção da Língua Portuguesa ou com a divulgação da Literatura, sendo muito mais comercial: interessa vender mais e com menos investimento! Óbvio será dizer que um au-tor desconhecido que não é referido nos jornais, nas revistas, e não aparece na televisão, tem muitas difi-culdades em chamar a atenção de um editor para a sua escrita. Porquê? Simplesmente porque não vende tanto e tão rapidamente como seria desejável! Desta forma, quando se quer “romper” este status quo, a alterna-tiva é procurar subsídios para a publicação da obra que suportem o investimento inicial. Neste caso, o editor como pouco investiu, pouco tem a perder… logo, pouco faz para divulgar a obra! Resultado: sem um suporte de divulgação, no meio de milhares de obras, acaba por não vender ou vender pouco, por mais interessante que seja!

Infelizmente, a saga não acaba aqui: quando, por in-genuidade ou desconhecimento, a negociação e a assi-natura do contrato de edição são da responsabilidade do próprio autor, salvo raríssimas e honrosas excep-ções, aquele raramente é cumprido: já é ridículo que ao autor seja concedida uma percentagem mínima do pa-gamento, e mais ridículo ainda é o não cumprimento desse mesmo pagamento nos prazos devidos.

Resta-me ainda uma palavra para os livreiros: con-frontados com a concorrência das grandes superfícies, são remetidos para nichos de mercado, de livros e de leitores, e obrigados a trabalhar com margens cada vez menores. Não admira, pois, que seja uma profissão em extinção!

E quem perde no meio de tudo isto? Diria que todos, e em particular, a Cultura!

Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve se-gundo o Novo Acordo Ortográfico

Inicio estas crónicas no novo diário alentejano com uma sensação de orgulhosa gratidão, um alvoroçado sentimento de ternura e de saudade; e as primeiras palavras que me caem da pena são de saudação à cidade de Beja – a morena cidade onde aprendi a escrever e, pela primeira vez, ouvi a linda e perturbante palavra: Liberdade. Julião Quintinha, “Diário do Alentejo”, 2 de junho de 1932

14 A Imprensa, que já goza do privilégio de ser o quarto poder do Estado, tem um papel importante a desempenhar na vida das multidões que orienta e assume, por isso mesmo, as res-ponsabilidades inerentes à função especial que desempe-nha, e que bem orientada pode ser, e deve ser, um fator ines-timável para a marcha ascensional, dinâmica do Progresso. Ilídio Perfeito, “Diário do Alentejo”, 1 de junho de 1932

Nos 80 anos do “Diário do Alentejo” há que assinalar um percurso singular mas

sempre em estreita ligação com a história da região e dos seus protagonistas. Um

percurso nem sempre fácil, com momentos bons e outros mais complicados,

mas que alcançou afirmar-se em cada contexto. E que conseguiu ser sempre um

jornal vivo, empenhado e comprometido com o seu principal objetivo: informar

e defender o desenvolvimento da região. Por tudo, a todos os que já fizeram e a

todos os fazem agora este jornal, muitos parabéns.

João RochaPresidente

da Câmara

Municipal

de Serpa

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Nem sempre foram rosas. Ao longo dos tempos, o “DA” viveu períodos de grande instabilidade e de incerteza. Nos anos 1970, com a falência da sua empresa

proprietária, o jornal deixou de publicar-se. Ou vinha a público intermitentemente. Em 1982, as autarquias do Baixo Alentejo, juntas em associação, recuperaram o título e a oficina gráfica. Uma iniciativa ímpar dos municípios. Que teve na frente da carruagem o crer, a teimosia e a obstinação desmedida de um homem: JOÃO HONRADO. PB

Um jornal não se faz para dentro. Faz-se para fora. Para os LEITORES. Para as pessoas. E foram as pessoas que,

milhares todas as semanas, consolidaram o “DA” como líder de audiências na região. Pelo que este também é o dia dos nossos leitores, dos nossos assinantes – que vão desde o Canadá à Austrália – dos nossos anunciantes, dos nossos pontos de venda, que tanta visibilidade nos dão em banca. PB

Uma edição do jornal não bastaria para dar conta das centenas de COLABORADORES que o “DA” teve ao longo destes 80 anos.

Desde os rostos da sua fundação – Carlos Marques, António Manuel Engana, Julião Quintinha – até aos nossos atuais redatores, fotógrafos, paginadores, colonistas. Passando por talentos tantos e tão grandes como Melo Garrido, Manuel da Fonseca, José Moedas, Pedro Ferro, Manuel Tavares, Miguel Patrício, João Paulo Velez ou Miguel Serrano PB

Há 50 anosO 28 de Maioe pararna Praçada República

Nesses finais de maio de 1962, em vésperas de assinalar 30 anos de existência, o “Diário do Alentejo”

mantinha uma orientação editorial dúplice. Nas questões nacionais seguia a linha “ofi-cial” – vivia-se sob uma feroz ditadura e o jornal passava pelo crivo da Censura sala-zarista – e nos assuntos locais mantinha al-guma liberdade de crítica, habilmente apro-veitada pelos seus jornalistas.

Por exemplo, noticiava em linguagem fascista as comemorações do 36.º aniversá-rio do 28 de Maio, golpe militar que em 1926 derrubou a I República e abriu caminho ao “Estado Novo”. Escrevia na primeira página:

“Passa hoje mais um ano – o 36.º – so-bre a data do grande acontecimento polí-tico na vida da Nação que foi o Movimento Revolucionário do 28 de Maio.

A data terá de ser assinalada com o relevo dos grandes momentos históricos, porque essa revolução ‘triunfante sem luta, gloriosa sem sangue’, veio a imprimir novas direc-trizes políticas á Nação, estabelecendo o re-gime que, desde então, comanda os destinos da Pátria portuguesa.

Assim, como vem sendo tradicional, em vários pontos do País, o ‘28 de Maio’ será re-cordado através de sessões solenes e algumas inaugurações. (...)”.

Em contrapartida, os problemas de Beja eram abordados em geral de forma criativa. Leia-se como o jornalista Melo Garrido, na secção “Varandim da Cidade”, propunha so-luções para o estacionamento automóvel na Praça da República, já então a preocupar os cidadãos:

“A Praça da República voltou a ser um local muito concorrido, tanto durante o dia como em grande parte da noite, para o que muito concorrem os cafés, esplanadas e al-gumas pensões que existem ali.

Regista, por isso, um constante e intenso movimento de automóveis, cujos proprie-tários – segundo a informação que um de-les nos transmite, em tom de queixa – lutam com grandes dificuldades para estacionar, visto que ambos os lados da praça estão quase sempre ocupados.

Alvitra, pois, o mesmo leitor que, a exem-plo do que se concede em outras artérias ci-tadinas, se autorize a que as viaturas sejam dispostas de ‘forma oblíqua aos passeios, de modo a ganhar-se espaço e ser possível arru-mar um maior número de carros’.

Aqui registamos a sugestão, para que ela seja considerada por quem de direito e aten-dida, no caso de ser possível, claro.”

Note-se o tom “respeitoso” da sugestão, à cautela, e o artifício frequentemente utilizado nesta época – sobretudo por Melo Garrido e José António Moedas – de citar um leitor real ou imaginário, em todo o caso nunca identi-ficado, não fosse o diabo tecê-las...

Carlos Lopes Pereira

MemóriaUm conto juvenil

Na minha infância e juventude, dois dos meus lo-cais preferidos (entre outros), na aldeia onde nasci e onde vivia, eram a Biblioteca Itinerante n.º 18, da

Gulbenkian, que ali se deslocava uma vez por mês e a Casa do Povo, que ficava mesmo em frente à escola primária que frequentei durante três anos (o primeiro foi na escola da es-tação).

À biblioteca ia buscar os livros que o senhor Alberto (Veríssimo) me incentivava a levar (e eram alguns, todos os meses). À Casa do Povo ia ler as publicações que aí chegavam e, de entre todas, duas preferia: a revista semanal “Flama” e o “Diário do Alentejo”. Este último tem acompanhado toda a minha vida. Logo que pude tornei-me seu assinante, o que acontece até hoje.

O “Diário do Alentejo” sempre se distinguiu da restante imprensa da chamada “província”. Antes do 25 de Abril fa-zia parte de um reduzido leque de jornais (como o “Notícias da Amadora”, o “Jornal do Fundão” ou o “Comércio do Funchal”), que ousava enfrentar a censura e a ditadura. Além disso, os seus conteúdos escapavam ao banal registo de casa-mentos, formaturas e outros eventos locais e, tal como ainda hoje, distinguia-se também por ser um projeto profissional, feito por profissionais.

Foi, por isso, muito por “culpa” do “DA” que ganhei o gosto (que ainda mantenho) pela leitura (e pela escrita).

Espicaçado por uma professora de Português, colaborei, durante dois anos, no suplemento juvenil do jornal “Época” (que também chegava a Santa Vitória). Experiência que termi-nou no dia em que soube que esse jornal pertencia ao partido único, a Ação Nacional Popular, sucessor da União Nacional, de Salazar.

Estávamos em 1973, tinha 15 anos e começara a frequen-tar o 6.º ano do Liceu de Beja. Um dia, em outubro ou novem-bro, entrei timidamente na redação do “Diário do Alentejo”, instalada na praça da República, no mesmo prédio da livraria e da gráfica que o imprimia.

Lá estavam o José Moedas e o Manuel Sousa Tavares, de quem admirava os seus escritos. E o diretor, Melo Garrido, a quem me dirigi, falando-lhe do meu gosto pelos jornais, da in-tenção de ser jornalista e de como gostaria de ver publicado no “Diário do Alentejo” algo da minha autoria.

Melo Garrido disse-me, então, para lhe enviar um texto, para ele analisar e decidir sobre a sua publicação. Assim fiz e no dia 23 de dezembro desse ano era publicado um conto com o título “A Moda”.

Como forma de homenagear os 80 anos do “Diário do Alentejo”, e todos os profissionais que por ele têm passado, é esse conto que agora volto a publicar. Quase 40 anos depois, à exceção da guerra colonial, que nele estava presente, mantém uma atualidade que a todos nos deve inquietar e interrogar.

A ModaDepois de um copo e de uma palmada nas costas, começou

a moda. Era o melhor alto da aldeia. Do Alentejo. Até já can-tara na rádio. Com o grupo da Casa do Povo.

Nesse dia, houve feriado na aldeia. Todos quiseram ou-vir cantar os da moda. Entre estes, Toino, o melhor alto de Portugal.

O Toino era um tipo com sorte…Sorte malvada, dizia ele. Até já lhe morrera um moço na

tropa e agora já lá estava outro.Há anos, ouvindo falar nos que estavam além fronteira,

viu-se na mesma situação que eles: um bom carro, um bom par de notas no banco e uma boa vida. Isto, diziam eles, os emigrantes, quando escreviam às mulheres. Os filhos brinca-vam na lama… Mas que importa isso?

“Tou-me lixando para isto” – disse o Toino, um dia. Um homem é um homem. Iria para a França. Veriam, então, quem era ele.

Pediu emprestados os oitos contos para o gajo que os passaria. A ele e a mais três da aldeia. Partiram numa noite chuvosa.

“Não chores, mulher” – disse ele à partida – “Verás quem é rico daqui a uns meses”. Beijou os filhos e montou-se no automóvel.

Andou com água pelo pescoço. Viu as pontas das carabi-nas dos guardas. Mas chegou. São (?) e salvo (?)

De repente viu-se sozinho em Paris. O passador, logo que chegou à capital francesa, deixou-os à mercê da sorte.

Chorou. Como nunca antes o fizera. Nem no enterro do fi-lho que morrera na tropa. Andou aos pontapés. Passou fome. Roubou.

Voltou meses depois. Sem “massa”. Dizendo “merci”, de-baixo do qual escondia a miséria. Passou a embriagar-se todas as noites. Depois dava pancada na mulher, ao som do choro dos filhos.

Não queria trabalhar. Os ricos que o fizessem. Nele, já nin-guém punha as mãos em cima.

Esteve na cadeia por roubo. Saiu um mês depois. Roto. Sujo.

Agora, canta a moda na taberna. Reles. Miserável.Mas isso que interessa?Não é ele o melhor alto do mundo?

José Filipe Murteira Professor

Carta ao diretor

Onda de assaltos em CubaAugusto Pinto

Cuba

Venho informar-vos que a vila de Cuba está a ser assolada por uma onda de assaltos a residências. Aproveitam o fato de a maioria ser de pessoas que faz desta vila o seu local de re-pouso, estando o resto do dia ausente. Muitos escolheram a vila pela melhoria de qualidade de vida para si e para os seus fi-lhos, mas esta onda de assaltos começa a preocupar-nos.As entidades competentes têm de tomar uma atitude urgente para acabar com estes acontecimentos e dissuadir os “amigos do alheio” de tais práticas. Só no dia 22 de junho cinco residências foram as-saltadas durante o dia, número preocupante para a pacata vila de Cuba. Como já devem ter percebido, eu fui um dos que foi “visitado”, levaram sobretudo ouro e mais nada, mas há situações em que leva-ram LCD, portáteis, etc...

“Diário do Alentejo”, terça-feira, 7 de junho de 1932

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SaboiaEm 1960, viviam em Saboia 4 136 pessoas; hoje restam 1 157

A agricultura já não é quem mais ordena

O dia amanheceu bem quente para o lado interior do concelho de Odemira. Fim de maio a lembrar

agosto na forma como o sol queima, incle-mente, a paisagem serrana. Vindos da escola, com ares de missão cumprida e sede de ar li-vre, um grupo de rapazes desce a rua da junta de freguesia, traçando o caminho que nos leva ao coração de Saboia. Deixa-se para trás o largo da igreja de Nossa Senhora da Assunção, de pintura impecável, a azul e branco, mas sem vivalma por perto. Lá mais à frente, soam as primeiras vozes, buzinadelas, carros que estacionam, outros que arrancam, junto aos cafés e outros pequenos comércios da aldeia. Estamos na chamada “praça velha”, antigo mercado hoje transformado num alpendre co-munitário, onde os mais velhos se protegem do sol, sentados em bancos de jardim, ou esta-cionam as fiéis “motorizadas”.

No café ao lado, o mais concorrido, passa--se a vista sobre os jornais, discute-se a falta de sinal da Televisão Digital Terrestre, que per-siste sem soluções à vista, fala-se no passado, no que Saboia já foi. Terra de importantes ca-sas agrícolas servidas pelo caminho de ferro, que tinha uma imponente estação de cor-reios e até uma sala de cinema, imortalizada em nome de rua, Saboia já teve o seu tempo de pujança económica. Estatísticas de 1960 dão conta da existência de 4 136 habitantes, con-tra os 1 157 atuais. Não sabemos quantos se-riam em 1932, ano do nascimento do “Diário do Alentejo”, mas logo a 9 de julho uma notí-cia sobre a cerimónia de lançamento da pri-meira pedra do futuro “dispensário antituber-culoso” do concelho de Odemira diz bastante sobre a notoriedade desta “importante fre-guesia”. É assim que se lhe refere o então jo-vem diário, mesmo se redigido a mais de uma centena de quilómetros, com os acessos que podemos imaginar há 80 anos atrás.

“Saboia cada vez está mais fraca. Em tudo. Não há metade da gente que havia. Havia muito negócio com a agricultura, as pessoas trabalhavam e ganhavam bom di-nheiro. Agora não ganham, não gastam”, con-firma Manuel da Silva Guerreiro, de 74 anos, que goza agora os anos de reforma depois de toda uma vida a trabalhar no campo. Vive em Portela da Fonte Santa e tem como único luxo as idas e vindas à sede de freguesia, 10 quiló-metros que percorre na sua velhinha Famel, para um café e dois dedos de conversa. “A vida é fraca, está tudo muito caro e o dinheiro da reforma não dá. Bebe-se um cafezinho e aba-lamos”, comenta, elogiando o lar de terceira idade, gerido pela Associação Humanitária D. Ana Pacheco. “Uma coisa boa” que aconteceu à terra, reconhece, não só porque dá emprego

Saboia empobreceu, diz o povo, unânime. Em dinheiro e gente. Outrora

“importante freguesia” e terra de prósperas casas agrícolas servidas pelo

caminho de ferro, onde até havia sala de cinema, esta aldeia serrana do

concelho de Odemira viu morrer uns e abalar outros tantos, até aos seus

atuais 1 157 habitantes. Aos ricos lavradores substitui-se um lar de ter-

ceira idade, gerido por uma associação humanitária, que se transformou

no maior empregador da zona.

Texto Carla Ferreira Fotos José Ferrolho

a muita gente, mas sobretudo porque é a única alternativa para quem já não pode cuidar de si: “Há 50 anos, andavam as pessoas aí de porta em porta, pedindo uma esmolazinha, dor-mindo em palheiros. E agora não, quem não pode, vai para o lar”.

Na mesa ao lado, Acácio Lourenço, de 59 anos, concorda. “É o maior empregador da zona”, diz, saudoso dos tempos em que a “agri-cultura, os cereais e o gado eram o forte desta região”, com prósperas casas agrícolas como a Casimiro, que “trabalhava com cinco má-quinas de debulha e vários tratores agrícolas”. Pai de uma rapariga de 15 anos, o funcioná-rio da Câmara Municipal de Odemira vai adi-vinhando o futuro da filha, numa “terra onde os empregos estão todos ocupados”. “Se con-seguir que ela vá estudar para fora, ela pos-sivelmente já não vai voltar”, lamenta, lem-brando o destino de tantos outros, que andam agora pelo vizinho Algarve ou nos arredores de Lisboa.

Aurinda Cortes, que encontramos a aviar--se no pequeno comércio, já tem o filho na Marinha, com 25 anos. “Nem sequer pôs a hi-pótese de ficar cá”, sublinha, confessando que viver em Saboia “é bom, sossegado e calmo”, com a vantagem de estar próximo da barra-gem de Santa Clara e “não muito longe das praias”. Mas lamentavelmente, tudo isso não chega para ficar quando não há forma de ga-nhar o pão. “Aqui, tirando as escolas e o lar, não há trabalho em mais lado nenhum. Eu trabalho no lar e parte das outras mulheres de Saboia trabalha nas escolas”, que cobrem desde a infância até ao 3.º ciclo do ensino bá-sico, exemplifica.

Na subida íngreme para o lar benemérito de que tanto se fala, cruzamo-nos com Inácia Martins à porta de casa. Prestável, já a meio da casa dos 60, conta que foi ali que trabalhou ao longo dos últimos 14 anos, até fevereiro pas-sado. Está agora reformada, “porque chegou a hora de dar lugar aos novos”, mas há de sem-pre lembrar-se do antigo posto de trabalho como “das melhores coisas que apareceram aqui nesta aldeia”.

Quanto aos anos áureos de Saboia, ela, que chegou à terra bem novinha, vinda de um monte próximo para “servir na casa de um senhor muito rico”, prefere relativizar a sentir saudades. “Se hoje há muita dificul-dade, devido à falta de emprego, antigamente havia trabalho, mas não era remunerado, trabalhava-se os dias inteiros, de sol a sol, e ganhava-se pouco ou levava-se um ‘pão de ceia’ para casa, para dar de jantar à mulher e aos filhos. Hoje estamos em crise mas tenho uma vida muito melhor do que tinha antiga-mente”, remata.

Todos os anos, por altura do feriado de 15 de agosto, Saboia

cumpre a sua Feira das Atividades Culturais e Económicas

(Faces). Um certame que brinca com o próprio nome ao

assumir-se “como representante das diferentes ‘faces’

do interior do concelho de Odemira, dando provas do

dinamismo da freguesia de Saboia e limítrofes”. Dezenas

de expositores de várias atividades económicas, artesanato

ao vivo, debates, cinema, animação e espetáculos musicais,

com especial relevo para a música tradicional, têm sido

os ingredientes da festa. A organização é da Associação

Humanitária D. Ana Pacheco, com o apoio de várias

instituições locais, entre elas o município de Odemira

e as juntas de freguesia de Saboia, Santa Clara-a-Velha,

Luzianes-Gare, S. Teotónio e S. Martinho das Amoreiras.

Feira mostra as “Faces” do interior

de Odemira

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Em 10 anos (2001-2011), Saboia perdeu 187 habitantes.

Como se explica este êxodo?

O envelhecimento da população, a falta de emprego para fixar jovens, o estado atual do País também. O pouco emprego que havia era ao nível da construção e da agricultura e isso está tudo numa fase decrescente.

Quais são as alternativas, fora daqui?

Os mais jovens vão estudar e ficam pelos grandes cen-tros, onde conseguem arranjar emprego. Temos aqui próxima a barragem de Santa Clara, mas até agora, e já lá vão tantos anos, também não se tem aproveitado muito bem para criar emprego. Já se foi mais para o Algarve também, numa altura em que a construção estava em grande força. Entretanto, as pessoas mais idosas vão fa-lecendo e os mais novos deixam de ter ligação à terra e acabam por nem regressar em altura de festas. Perdem as referências.

O “Diário do Alentejo”, num das suas primeiras edições,

em 1932, refere-se a Saboia como uma “importante fre-

guesia”. Esse estatuto mudou?

Sim. Saboia perdeu muito. Nessa altura, tínhamos o ca-minho de ferro, a estação Santa Clara-Saboia, e tudo era distribuído a partir daí. Tínhamos também um armeiro, que era o maior do Baixo Alentejo, e uma casa agrícola, a Pacheco, Nobre & Matos, que também era fortíssima, com máquinas de debulha, tratores, moagem. A estação agora até está a funcionar melhor, começaram a parar os com-boios aí pelo princípio do ano, o intercidades e o alfa. Em duas horas, estamos em Lisboa e nisso até estamos melhor agora. O problema é haver pouca população…

E muito dispersa…

Hoje já se vai concentrando tudo na aldeia ou nos peque-nos aglomerados que temos: Nave Redonda, Portela da Fonte Santa, Moitinhas e Vale Touriz. Já os montes vão estando praticamente todos desabitados porque as pes-soas têm um certo receio de estar sozinhas e decidem vir para mais próximo da aldeia. Compram casa, alugam ou vêm para o lar. É que, apesar de não estarmos tão longe do Algarve nem das praias aqui do concelho, estamos aqui um pouco escondidos. Não é uma aldeia atraves-sada por uma estrada – as coisas passam-nos ao lado.

Qual é ainda a base económica da freguesia?

Um pouco de agricultura, a madeira, a cortiça, a pecu-ária, o lar da Associação Humanitária D. Ana Pacheco, que terá à volta de 50 empregados e que é o maior polo de emprego, as escolas, a junta e o pequeno comércio. Em termos de investimentos no turismo, há poucos, alguns no turismo rural mas pouca coisa. É que esta terra tem empobrecido. As pessoas com dinheiro saíram quase to-das para outros meios com mais desenvolvimento.

E os números do suicídio, que têm a freguesia muito es-

tigmatizada, são mesmo reais?

Não é a realidade. Temos suicídios, sim, mas toda a esta-tística que aparece apanha quatro freguesias: Santa Clara, Saboia, Pereiras e Luzianes. O posto da GNR está sediado em Saboia e todos os casos são registados como sendo na freguesia. Fizemos um apanhado nos últimos 20 anos e tinham-se suicidado 18 pessoas. Não é pouco mas é me-nos do que os dados conhecidos, que dão conta de 42 ca-sos, e esse empolamento não tem ajudado em nada a re-solver o problema.

Projeto “A Vida Vale” decorre há mais de um ano

Há quem diga que, de tantas vezes ser dita em momentos de maiores aflições, a frase “qualquer dia mato-me” entrou perigosamente na banalidade. Toda a gente em Saboia co-nhece alguém que se tenha finado pelas próprias mãos, na família, entre os vizinhos, novos, velhos, pobres, remedia-dos, saudáveis, doentes. “Aqueles que ficam cá, ficam afe-tados com aquilo. A gente começa a pensar e a dizer uns para os outros: mas seria porquê?”, comenta Manuel da

Silva Guerreiro. Com números que possivelmente não serão tão altos como demonstram as estatísticas oficiais (ler en-trevista), a verdade é que Saboia está frequentemente en-tre as freguesias que registam maior número de suicídios, num concelho, o de Odemira, que detém a mais alta taxa nacional. É nesse sentido que ali está a decorrer, desde fe-vereiro de 2011, o projeto “A Vida Vale”, promovido pela Fundação Odemira e apostado no combate à solidão e ao isolamento da população mais idosa, através de atividades como o teatro, o canto, o cinema, sessões de conto, traba-lhos manuais, dança ou yoga do riso.

Saboia sem sinal da Televisão Digital Terrestre

Desde janeiro, altura em que foi desligado o emissor da Foia (Algarve), que a freguesia de Saboia, assim como ou-tros locais do concelho de Odemira, estão com problemas na receção do sinal da Televisão Digital Terrestre (TDT). “A aldeia, em si, não tem praticamente sinal nenhum”, denuncia o presidente da junta de freguesia, Manuel Martins, lembrando que já foram enviados vários ofícios para a Anacom e que a resposta foi a garantia de que “90 por cento do território nacional está coberto pela TDT”. A população indigna-se e António Jacinto Bernardo (na foto) dá a cara: “Comprei os aparelhos [descodificado-res] e não há sinal. Tantas pessoas que compraram até a antena [satélite] e nada. Só mesmo com os operadores pagos. Em Monchique está igual e lá para cima, para o norte, também”.

Manuel Martins Presidente da Junta de Freguesia de Saboia

“Diário do Alentejo”, sábado, 9 de julho de 1932

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Futebol juvenil

Despertar despediu-se com nova derrota

Uma época para recordar

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Desporto

Campeonato Distrital de Iniciados (10.ª jornada): Despertar-Guadiana, 6-2; Moura-Vasco da Gama, 6-4; Odemirense --Rio de Moinhos, 3-1. Classificação final: 1.º Despertar, 26 pontos. 2.º Odemirense, 19. 3.º Moura, 17. 4.º Rio de Moinhos, 12. 5.º Vasco da Gama, seis. 6.º Guadiana, cinco.

Campeonato Distrital de Benjamins (10.ª jornada): Castrense-Sporting de Cuba, 6-7; Aldenovense-Ferreirense, 5-9; Renascente - -Despertar, 2-8. Classif icação final: 1.º Despertar, 28 pontos. 2.º Ferreirense, 22. 3.º Sporting de Cuba, 18. 4.º Aldenovense, 15. 5.º Castrense, seis. 6.º Renascente, zero.

Nacional 3.ª Divisão – Subida

10.ª jornada

Farense-Aljustrelense ........................................................3-3

Esp. Lagos-Quarteirense ...................................................3-2

Messinense-Sesimbra ....................................................... 2-0

J V E D G P

Farense 10 5 3 2 21-13 46

Quarteirense 10 6 2 2 17-9 38

Esp. Lagos 10 4 3 3 14-10 34

Aljustrelense 10 3 4 3 14-13 30

Sesimbra 10 3 2 5 6-13 29

Messinense 10 1 2 7 9-23 22

Nacional 3.ª Divisão – Manutenção

10.ª jornada

Pescadores-Redondense ..................................................3-2

Lagoa-U.Montemor ............................................................2-3

Despertar-Fabril ................................................................. 0-3

J V E D G P

Fabril Barreiro 10 6 1 3 19-16 36

U. Montemor 10 6 2 2 24-10 35

Lagoa 10 5 2 3 20-14 32

Pescadores 10 6 1 3 18-12 31

Redondense 10 0 4 6 7-18 14

Despertar SC 10 2 0 8 10-28 8

O Cabeça Gorda assegurou o título de Campeão Distrital da 2.ª Divisão e, con-juntamente com o Piense, ascende à di-visão principal da AF Beja.

Texto Firmino Paixão

Foi um campeonato memorável. As duas equipas promovidas foram co-nhecidas nas últimas jornadas da

O Despertar Sporting Clube despediu - -se da 3.ª Divisão Nacional com uma derrota em casa, por três a zero, com a formação do Fabril do Barreiro.

Texto e foto Firmino Paixão

Era um jogo que tinha apenas impor-tância para os barreirenses confirma-rem o primeiro lugar na série em que

asseguraram a manutenção neste patamar, em conjunto com o União de Montemor e o Lagoa. Foi a 26.ª derrota da equipa bejense nesta temporada, que não manchou a festa de consagração das equipas jovens do clube (benjamins, infantis e juvenis) que após o jogo receberam as suas faixas de campeões e respetivos troféus.

Desta ronda de despedida destaca --se a surpreendente vitória do União de Montemor no terreno do Lagoa, con-firmando a manutenção já assegurada na jornada anterior ante o Despertar. O Redondense fechou a época, também, com

uma derrota (3/2) no terreno dos Pescadores da Caparica, cujo triunfo não evitou a des-cida de divisão da formação lisboeta, acom-panhada pela equipa do Redondo e pelos bejenses. A estatística global da prova é di-vidida pelo Farense e pelo Despertar, por motivos diferentes, naturalmente, cabendo aos despertarianos a menções de pior ata-que (17 golos), pior defesa (79), menos vitó-rias (dois) e mais derrotas (26). Uma época para mais tarde recordar.

3.ª Divisão O Despertar perdeu com o Fabril na despedida da 3.ª Divisão

Objetivo conseguido antecipadamente

Uma época para reflexãoFoi com um brilhante empate a três bolas, no recinto do Farense, que o Mineiro Aljustrelense fechou a sua temporada desportiva.

Texto Firmino Paixão

Um resultado muito positivo e que mostra, como viemos referindo ao longo do campeonato, que a for-

mação mineira estava à altura dos restan-

tes adversários nesta fase da prova em que o Farense e o Quarteirense conseguiram a promoção à 2.ª Divisão Nacional, mas com os aljustrelenses sempre na corrida, embora lutando contra adversidades que foram para além da sua prestação em campo.

O Aljustrelense conseguiu o objetivo de manutenção logo na primeira etapa da prova, numa época que se iniciou com per-calços de vária natureza, sobretudo ao ní-vel da formação do plantel e da mudança

de treinador logo nas primeiras jornadas da prova (Eduardo Rodrigues sucedeu a Sério Abreu), mas a intranquilidade voltou a afe-tar o grupo de trabalho já na parte final da temporada, levando mesmo o plantel a to-mar algumas posições mais duras. Foi uma época que exige alguma reflexão.

O clube fechou esta etapa da prova na quarta posição (30 pontos), atrás do Farense, Quarteirense e Esperança de Lagos e com vantagem sobre o Sesimbra e o Messinense.

Distrital da 2.ª Divisão

O Ferrobico é campeãoprova e o título só ficou decidido na última ronda. Mais competitivo do que isto será di-fícil de reeditar.

O Ferrobico precisou de vencer em Saboia para ser campeão e ganhou mesmo. O Piense espreitava um deslize do adversá-rio, sentado no sofá, porque o Sanluizense, seu adversário da última jornada, faltou no 1.º de Maio em Pias, por não conseguir reunir plantel suficiente. Foi pena.

O campeão foi a equipa mais realizadora (76 golos), o Negrilhos teve a pior defesa (67), a melhor foi a do Saboia (17) e o pior ataque foi do Vale de Vargo (22). O Bairro da Conceição fechou o pódio do campeonato, mas sem direito a subida de divisão.

Resultados da 26.ª jornada: Saboia - -Cabeça Gorda, 1-2; Negrilhos-Barrancos, 4-2; Piense-Sanluizense, 3-0 (falta de com-parência dos visitantes); Renascente-Vale

de Vargo, 6-0; Ourique-Messejanense, 1-0; Bairro da Conceição-Alvorada, 5-2.

Classificação final: 1.º Cabeça Gorda, 57 pontos. 2º Piense, 55. 3.º Bairro da Conceição, 49. 4.º Saboia, 46. 5º Amarelejense, 45. 6.º Renascente, 39. 7.º Ourique, 33. 8.º Alvorada, 27. 9.º Vale de Vargo, 23. 10.º Sanluizense, 22. 11.º Messejanense, 20. 12.º Barrancos, 19. 13.º Negrilhos, nove.

Pesca Desportiva A primeira prova do Campeonato Regional de Pesca de Achigã de Margem, organizado pela Associação Regional do Baixo Alentejo de Pesca Desportiva, realiza-se no próximo domingo, dia 3, na Tapada Grande, em Mina de São Domingos.

Esperemos que o “Diário do Alentejo” continue e reforce aquele que é o seu principal

desígnio que é a promoção da região e aquilo que de bom se faz, aquilo que por cá de

alguma forma se vai realizando. É importante que as características deste jornal se

mantenham e se mantenha também esse seu principal objetivo e esperemos que essa

promoção do Alentejo perdure muitas vezes 80 anos. Neste aniversário do “Diário

do Alentejo” quero também deixar uma palavra de estímulo e um forte abraço para

todos os colaboradores que já estiveram e que estão presentemente nessa casa.

Nelson BritoPresidente

da Câmara

Municipal

de Aljustrel

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Depois das emoções vividas den-tro das quatro linhas, o tempo é agora de festa, de convívio e de recordação dos melhores mo-mentos de uma época desportiva globalmente bem-sucedida.

Texto Firmino Paixão

A Associação de Futebol de Beja realiza esta noite a sua XX Gala dos Campeões, cerimónia

em que distinguem os melhores agen-tes desportivos da época 2011/2012. A assembleia eleitoral para a recondu-ção do executivo liderado por José Luís Ramalho precederá a festa esperada pelos futebolistas da região.

O presidente da Associação de Futebol de Beja, José Luís Ramalho,

antecipa a sua análise à temporada que esta noite terá o seu epílogo: “Felizmente foi uma época sem gran-des problemas, podia ter sido melhor, pode sempre ser melhor, mas deixou --nos satisfeitos, apesar de todas as di-ficuldades existentes e da crise que in-felizmente tem afetado não só o País mas também o nosso desporto. As coisas correram razoavelmente bem”. E sustentou: “Os clubes estão a adap-tar-se a uma nova realidade que vai lançar grandes desafios e a mensagem que queremos fazer passar aos nossos clubes é que temos que aproveitar esta crise para assumirmos verdadeira-mente aquilo de que tanto se fala, que é o futebol formação”. E justifica: “Os tempos agora não são propícios para grandes loucuras”.

Num tempo em que mais do que nunca se justifica apostar nos jovens valores da região, Ramalho afirma: “A formação continua a ser uma forte aposta da associação”. E explica: “Por um lado queremos deixar a mensa-gem que gostaríamos de ver os jo-vens a competir por competir, sem aquela competição doentia que por ve-zes existe e que é má para o desporto e para os nossos jovens, porque não es-tamos a formá-los apenas como atle-tas, mas também como homens”. E garante: “Isso é importante, com esta aposta na formação a mensagem que queremos passar aos clubes é que du-rante a crise aproveitem os jovens, que lhes deem mais oportunidades e vol-tamos, se calhar, a ver as equipas mais regionais, com mais jogadores da

casa e talvez possamos ter melhores assistências”.

O mandato anterior deste execu-tivo foi marcado pela descentraliza-ção das grandes finais, potenciando as infraestruturas existentes nos diver-sos concelhos, uma opção que o pre-sidente da AF Beja considera que “foi uma decisão polémica”, mas da qual não está arrependido: “Apenas existe uma situação que, provavelmente, iremos rever, que é a final da Taça Distrito de Beja, devendo ser marcada logo no início e disputada sempre em Beja”, disse, justificando: “Tenho-me apercebido que para a maioria dos nossos dirigentes, em relação a esta fi-nal, a cidade de Beja é um pouco como o Jamor do Alentejo. Nesse sentido iremos marcar esse jogo em definitivo

para Beja, nas outras finais mantere-mos a descentralização, uma expe-riência muito boa”. O dirigente lem-bra ainda: “Este ano estivemos em seis concelhos, por onde passámos foi uma festa, as pessoas gostam e temos tido boas indicações nesse sentido. Mas é também um incentivo para aque-las populações, uma fonte de receita, há mais público e é uma forma de nós ajudarmos os clubes locais”.

Reeleito hoje para um novo qua-driénio, José Luís Ramalho enumerou os pontos fortes do próximo mandato: “Os objetivos foram já transmiti-dos aos nossos sócios através de uma carta: concretizarmos o sonho de ter-mos uma sede, mantemos a aposta no futebol jovem, no futebol feminino e no futsal”.

XX Gala dos Campeões da AF Beja

O futebol distrital em traje de gala

Os laureados na XX Gala dos Campeões Campeões distritais: Castrense (1.ª Divisão); Cabeça Gorda (2.ª Divisão); Aljustrelense (futebol feminino); Instituto Politécnico de Beja (fut-sal); Moura (juniores); Despertar (juvenis); Desportivo de Beja (ini-ciados), Despertar (infantis); Despertar (benjamins). Taça Distrito de Beja: Serpa (futebol); Aljustrelense (futebol feminino); Moura (ju-niores); Instituto Politécnico de Beja (futsal). Supertaça: Castrense (seniores); Moura (juniores); Casa do Benfica Castro Verde

(femininos); Núcleo Sportinguista de Moura (futsal). Taça Armando Nascimento (juvenis): Despertar; Taça Dr. Covas Lima (infantis): Clube Desportivo de Santo Aleixo da Restauração. Taça Joaquim Branco (benjamins): Núcleo Sportinguista de Beja. Taças Disciplina: Castrense (1.ª Divisão); Barrancos (2.ª Divisão); Odemirense (ju-niores); Juventude Boavista (juvenis); Almodôvar (iniciados); Renascente (infantis); Figueirense (benjamins); Ourique (femini-nos); Alfundão (futsal). Melhores marcadores: 3.ª Divisão: Nelson

Raposo (Aljustrelense); 1.ª Divisão – Rui Pepe (Castrense); 2.ª Divisão – António Fradinho (Amarelejense). Femininos – Ana Rita Batista (Aljustrelense). Futsal – Nuno Carapau (NSMoura). Melhores guarda-Redes: 3.ª Divisão: Miguel Cruz (Aljustrelense); 1.ª Divisão – João Candeias (Castrense); 2.ª Divisão – Nuno Jerónimo (Saboia). Árbitros distritais – 1.ª categoria: Bruno Vieira; 2.ª catego-ria: Hugo Silva; femininos: Marisa Sousa; futsal: David Tripa; assis-tentes: Valter Canhita; observador: Manuel Costa.

O “Diário do Alentejo” tem marcado ao longo destes 80 anos a nossa região em termos informativos e penso que é de extrema importância que

se deva manter, aliás, um órgão de comunicação social regional como este é a maneira que os organismos regionais têm de chegar também à

população, de fazer chegar as suas informações, as suas opiniões, os eventos que vão acontecendo em cada um dos municípios. Uma pessoa

informada é uma pessoa que decide melhor, às vezes as pessoas tomam decisões erradas porque a informação não lhes chega. Mas é preciso que

esta transmissão de informação se faça de forma isenta, e eu penso que isso se passa, para que não haja aquela ideia de pegar num diário, que até é

propriedade das câmaras, para poder usar como um meio de comunicação de propaganda. Isso nunca deverá acontecer. Deve ser um meio isento,

mas que seja profícuo na divulgação das atividades e até das opiniões que os autarcas têm acerca daquilo que se passa na sua região e no País.

João PenetraPresidente

da Câmara

Municipal

de Alvito

Page 20: Efiçao N.º 1571

Diá

rio d

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2012

20

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Futsal Baronia despromovido

O Campeonato Nacional de Futsal da 3.ª Divisão chegou ao

seu termo, numa ronda em que a o Baronia perdeu (4/1) no

recinto da Casa do Benfica de Vila Real de Santo António e Os

Independentes de Sines sofreram na Quinta do Conde a sua

quinta derrota (4/2) no campeonato. A equipa de Sines conclui

a prova num honroso terceiro lugar (55 pontos), atrás do Rangel

(67) e do Portela (76). O Desportivo da Baronia terminou no

12.º lugar (20 pontos) e está despromovido ao escalão regional.

Supertaça do Distrito Vitória de Moura

O Núcleo Sportinguista de Moura venceu a Supertaça de

Futsal vencendo a formação do Instituto Politécnico de Beja

(4/3), em jogo realizado no Pavilhão Municipal de Vidigueira.

A equipa académica, que já tinha conquistado o campeonato

e a Taça Distrito de Beja, abriu assim mão da Supertaça para a

formação leonina, que, ao longo da época, foi também um dos

seus principais opositores (2.º lugar na Taça Distrito e 3.º lugar

no campeonato).

Ferreira Ativa organiza Canoe Camping Tour

A movimento Ferreira Ativa organiza durante o fim

de semana um evento denominado Canoe Camping

Tour, que consiste na subida do rio Guadiana entre

as localidades de Guerreiros do Rio e de Pomarão.

O percurso tem a extensão de 25 quilómetros e

os participantes pernoitarão em Alcoutim.

“Leões de Beja” conquistam Taça Joaquim Branco

Um bom trabalho

de formação

O Núcleo Sportinguista de Beja venceu a Taça Joaquim Branco, na categoria de benjamins, batendo, na final, a equipa do Mineiro Aljustrelense por quatro a zero.

O jogo disputou-se no Estádio Municipal de Ferreira do Alentejo e a supremacia nos “leõezinhos de Beja” foi sempre evi-dente e fica justamente expressa no resultado final.

Tiago Morgado, técnico da equipa bejense, justificou a supe-rioridade da sua equipa referindo: “No campeonato não conse-guirmos passar à segunda fase, que era o nosso grande objetivo, mas na taça fomos a equipa que melhor futebol praticou, os resul-tados revelam isso, fizemos uma prova segura, com muitos golos marcados e poucos sofridos”. E prosseguiu: “Nesta final dominá--mos na primeira parte, tivemos as melhores oportunidades, não foi uma partida equilibrada como eu esperava ou esperaria tam-bém o técnico do Aljustrelense. Fomos muito superiores e vence-mos com muita justiça”.

O técnico revelou ainda: “Desta equipa vão subir cinco joga-dores para o escalão de infantis, é uma equipa com qualidade, jo-gam juntos há muitos anos, no próximo ano pensamos que eles ainda evoluirão mais e seremos melhores”. Não hora de reconhe-cer o mérito, Morgado assume: “Nos últimos anos o núcleo tem feito um trabalho muito bom, terminámos a primeira fase dos campeonatos de benjamins infantis com as duas equipas no ter-ceiro lugar, chegámos a esta final como já tínhamos conseguido na época passada, tudo isto é fruto do bom trabalho que está a ser desenvolvido”, concluiu. Firmino Paixão

Bairro NS Conceição Benjanins venceram Taça Joaquim Branco

Andebol Zona Azul à vista do pódio A duas jornadas do termo da fase final do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão, a Zona Azul está ainda na luta pelo segundo lugar (no primeiro está, de pedra e cal, a equipa do Boa Hora). Aos bejenses pede-se uma vitória em Samora Correia, na ronda de amanhã, em que o Módicus terá pela frente o líder da prova (dificilmente pontuará). Na úl-tima jornada recebe o Módicus e, ganhando, alcançaria esse lugar do pódio. Na última semana os bejenses jogaram em casa e venceram o Monte (28/24). Classificação: 1.º Boa Hora, 24 pontos. 2.º

Módicus, 17. 3.º Samora Correia, 15. 4.º Zona Azul, 14. 5.º AD Monte, 13. 6.º Ílhavo, 13.

Patinagem distrital de solo dance O Campeonato Distrital de Solo Dance realiza-se no próximo domingo no Pavilhão Polidesportivo de Serpa e será disputado por patina-dores do Aljustrelense, Clube de Patinagem de Beja e Sport Clube Serpa, nos escalões de infantis (cinco), iniciados (três), cadetes (três), juvenis (dois), juniores (um) e seniores (dois).

O que posso dizer do “Diário do Alentejo” é que é um jornal de referência, pelo menos no distrito de Beja, que é onde é

mais lido. Desde sempre o “Diário do Alentejo” tem feito chegar às nossas casas a informação da região e isso é bastante

importante e acho que o “DA” tem desempenhado muito bem esse papel. Têm existido umas questões, que são conhecidas,

que têm por vezes uma envolvência política, o que eu critico. O jornal tem de fazer o seu trabalho com toda a independência,

e por vezes tem havido algumas pressões políticas, em virtude de o “Diário do Alentejo” ser propriedade da Ambaal,

mas na maioria das ocasiões os jornalistas têm conseguido ultrapassar esse senão, portanto acho que o resultado do

trabalho jornalístico que tem sido desenvolvido na nossa região é bastante positivo e espero que se mantenha.

Francisco OrelhaPresidente

da Câmara

Municipal

de Cuba

Page 21: Efiçao N.º 1571

Diário do Alentejo1 junho 2012

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Diário do Alentejo nº 1571 de 01/06/2012 Única Publicação

COOPCASTRENSE – Cooperativa

de Consumo Popular Castrense, CRL

CONVOCATÓRIANos termos estipulados nos Estatutos e no Código Coopera-

tivo, convoco a Assembleia Geral da COOPCASTRENSE – Co-operativa de Consumo Popular Castrense, CRL, para reunir em sessão extraordinária, no dia 06 de Junho de 2012 (quarta-feira), pelas 21:00 horas, na sua sede, sita na Rua Alexandre Herculano, 11, em Castro Verde, com a seguinte ordem de trabalhos:

PRIMEIRO – Análise da situação da CoopCastrense, Coope-rativa de Consumo Popular Castrense, CRL.

SEGUNDO – Apresentação, discussão e votação de propostas para o futuro da Actividade da CoopCastrense.

NOTA 1: A Assembleia encontra-se legalmente constituída, quando se encontrarem presentes à hora marcada, o número legal de cooperadores estatutariamente previsto, ou trinta minutos depois, com a presença de qualquer número de cooperadores.

NOTA 2: Nos termos estatuários apenas poderão participar e votar os sócios da CoopCastrense, pelo que se deverão apresentar do respectivo cartão de sócio ou da sua identifi cação civil.

Castro Verde, 23 de Maio de 2012.O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral

Sebastião Colaço Canário

Diário do Alentejo nº 1571 de 01/06/2012 Única Publicação

CÂMARA MUNICIPAL DE BEJA

EDITALFAZ-SE PÚBLICO que, no dia 15 de Junho de 2012, pelas

10h30, dos Paços do Concelho, será realizada uma hasta pública para a venda de sucata propriedade deste Município.

A sucata é constituída por sucata diversa e contentores me-tálicos de deposição de resíduos urbanos.

A arrematação será feita mediante apresentação de propostas para assegurar o transporte e encaminhamento da sucata, as quais deverão conter a identifi cação do proponente e do preço oferecido, ser encerradas, em subscrito fechado, com indicação no exterior “PROPOSTA PARA A COMPRA DE SUCATA, PROPRIEDADE DO MUNICÍPIO DE BEJA” e da entidade alienante, o proponente e respectivos endereços e entregues neste Município até às 16 horas do dia 14 de Junho de 2012.

A abertura das propostas terá lugar na sessão pública a realizar no Salão Nobre, dos Paços do Concelho.

A venda será adjudicada à melhor proposta, entendendo-se esta como a que apresentar o preço mais elevado, reservando-se a Câmara Municipal, o direito de não adjudicar, se nenhuma proposta lhe convier.

A referida sucata poderá ser examinada pelos possíveis concorrentes no Parque de Materiais desta autarquia todos a dias úteis das 9 horas às 13 horas.

O pagamento do lote será feito no prazo de 15 dias, contados a partir da data do acto público em causa.

Os bens só podem ser levantados pelos adquirentes quando se encontrem integralmente pagos, no prazo máximo de oito (8) dias a partir da data do pagamento acima referida.

O não cumprimento das condições de aquisição implica, para o adquirente, a perda de quaisquer direitos sobre o lote, bem como das importâncias pagas.

Apenas poderão apresentar propostas os concorrentes que se encontrem licenciados como operadores de gestão de resídu-os, pela Agência Portuguesa do Ambiente, pelo que deverá ser entregue prova documental desta situação.

Se entre as propostas apresentadas houver duas ou mais de igual valor, proceder-se-á, em acto contínuo à respectiva abertura, a licitação verbal entre os proponentes ou devidamente apresen-tados, presumindo-se que desiste o proponente que se recusar a licitar ou que não estiver presente ou devidamente representado

Para conhecimento geral se publica o presente edital e outros de igual teor que irão ser afi xados nos locais a tal destinados.

Beja, 23 de Maio de 2012.O Vereador do Pelouro,

José Domingos Negreiros Velez

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Page 22: Efiçao N.º 1571

Diário do Alentejo1 junho 2012

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Page 23: Efiçao N.º 1571

Diário do Alentejo1 junho 2012

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Dr.ª Dulce Rocha Nunespsiquiatria e saúde mentalDr. Daniel Barrocaspsicologia clínicaDr.ª Maria João Póvoaspsicologia educacionalDr.ª Silvia Reisterapia da falaTerapeuta Vera Baião

Terapeuta Fábio Apolináriocirurgia vascularDr.ª Helena Manso

Dr.ª Nídia AbreupodologiaDr. Joaquim Godinho

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psicomotricidade|apoio pedagógicoTerapeuta Helena Louro

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Rua António Sardinha 23, 7800-447 BejaTelefone: 284 321 517 | Móvel: 961 341 105 | Fax: 284 327 331

[email protected]| www.facebook.com/clinibejawww.clinibeja.com

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/Desabituação tabágica – H. Pulido ValenteDr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de LisboaDr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de BejaDr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de BejaDr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo.Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumarDr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina FamiliarDr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (difi culdades específi cas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de BejaDrª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/Obesidade – Instituto Português de Oncologia de LisboaDr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. BejaDr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de ÉvoraDr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva.Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de BejaDr.ª Isabel Santos – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo AlentejoDr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de BejaDr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/ObstetríciaDr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de BejaDr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de BejaDr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta.Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/Orientação VocacionalDr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específi ca e não específi ca. Voz/Fluência.Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade.Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja

Marcações diárias pelos tels. 284 322 503

Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja

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Page 24: Efiçao N.º 1571

Diário do Alentejo1 junho 2012

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BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. GRACIETE MARIA BERNARDO MARTINS SILVA, de 76 anos, natural de Santa Clara-a-Velha, Odemira, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 24, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. ADRIANO ADELINO BAIÃO RAMOS, de 68 anos, natural de São João Baptista - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Amélia da Conceição Ramos. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 24, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

PENEDO GORDO

†. Faleceu a Exma. Sra. D. FRANCISCA BAPTISTA, de 84 anos, natural de Santiago Maior - Beja, solteira. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 24, da Casa Mortuária do Penedo Gordo, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Reverendíssimo Senhor Padre JOAQUIM FATELA, de 84 anos, natural de Meimoa - Penamacor. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 25, da Capela do Seminário de Beja, para o cemitério desta cidade.

PENEDO GORDO

†. Faleceu a Exma. Sra. D. IRENE DE JESUS GONÇALVES DUARTE FERRO, de 50 anos, natural de Bogas de Cima - Fundão, casada com o Exmo. Sr. José António Filipe Ferro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 25, da Casa Mortuária do Penedo Gordo, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. CARLOS FRANCISCO SERRA PIÇARRA, de 68 anos, natural de São João Baptista - Beja. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 29, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério do Olivais - Lisboa, onde foi cremado.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA ENCARNAÇÃO VICENTE, de 70 anos, natural de Santa Clara-a-Nova, Almodôvar, casada com o Exmo. Sr. Florival Mourinho Borges do Côrro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 29, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA LUÍSA PARREIRA CARRAPATO, de 81 anos, natural de Odivelas - Ferreira do Alentejo, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 30, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

NOSSA SENHORA DAS NEVES / BEJA

} †. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ FRANCISCO ROSA, de 72 anos, natural de Salvador - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria Eulália Silva e Silva Rosa. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 30, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

Às famílias enlutadas

apresentamos as nossas mais

sinceras condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt

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Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos

MISSA

Vítor Manuel

Álvaro Ruivo1º Ano de Eterna Saudade

Vítor, foste um Anjo na terra.

Recordamos-te com muita

saudade.

Mãe, irmã, esposa, filhos,

cunhados, sogros, sobrinho,

tios e primos participam a

todas as pessoas de suas

relações e amizade que será

celebrada missa pelo eterno

descanso do seu ente queri-

do no dia 05/06/2012, terça-

feira, às 18.30 horas na Igreja

da Sé em Beja, agradecendo

desde já a todos os que com-

parecerem ao acto religioso.

Estás sempre entre nós!

Dos amigos (1ª Liga)

AGRADECIMENTO

Adriano Adelino

Baião RamosFaleceu em 23/05/2012

Sua esposa e fi lha na impos-

sibilidade de o fazer pesso-

almente agradecem por este

meio a todos os profi ssionais

de saúde do hospital José

Joaquim Fernandes, em Beja,

pelo profi ssionalismo e dedi-

cação demonstrados durante

a sua doença e internamento

que muito contribuiram para

minimizar o seu sofrimento

até ao momento de partida,

assim como a todas as pes-

soas que o acompanharam

até à sua última morada.

PARTICIPAÇÃO E

AGRADECIMENTO

Irene de Jesus

Gonçalves Duarte

FerroSeu marido e fi lhos cumprem

o doloroso dever de participar

o seu falecimento no dia 25 de

Maio e pretendem por este

meio agradecer a presença

de todos os seus amigos que

a acompanharam até à sua

última morada.

Um agradecimento especial

para toda a equipa do Hospital

de Dia onde foi acompanhada

nos últimos dois anos e onde

encontrou sempre toda a de-

dicação, simpatia e profi ssio-

nalismo.

Um agradecimento muito es-

pecial para a equipa dos cui-

dados paliativos, constituída

pela Dra. Cristina Galvão e

pela Enf. Catarina que foram

inexcedíveis nos cuidados

prestados nos seus últimos

momentos de vida.

A todos muito obrigado.

PROFESSOR KADER

TEM PROBLEMAS COM A PESSOA AMADA OU A VIDA CORRE MAL SEM EXPLICAÇÃO?

Não desespere, o prof. KADER com o poder espiritual, aconselha e ajuda em pouco tempo, com sabedoria e

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Page 25: Efiçao N.º 1571

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Page 26: Efiçao N.º 1571

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26 Por uma feliz coincidência, o Dia Mundial da Criança

comemora-se no mesmo dia do aniversário do “Diário do

Alentejo”. Este ano assinalamos 80 anos de existência, e,

para além de vários textos evocativos ao longo do jornal,

contamos com a valiosa colaboração de alguns dos nossos

mais novos leitores.

Dia Mundial

da Criança

Manuel Reimão, 8 anosAntónio Eugénio, 9 anos

Ana Sofia Peneque, 10 anos

Nuno Figueira, 11 anos

Diana Tavares Aguiar, 11 anos

Ateliês, pinturas faciais e teatroDois ateliês, um de azulejaria e outro

de barro, destinados a crianças

dos jardins de infância e escolas

básicas, são as propostas do Museu

Regional de Beja para o dia de hoje,

Dia Mundial da Criança. O jardim

público de Beja recebe também,

durante a manhã, um conjunto

de ateliês (arqueologia, plantas

aromáticas ou chocolate). Ao longo

do dia terão ainda lugar outras

atividades como caminhadas,

peddypaper e animações de rua.

Serpa está a comemorar o Dia

da Criança desde ontem, com

iniciativas lúdicas e pedagógicas

para os mais pequenos. Hoje as

festividades concentram-se na

sede do concelho, com insufláveis,

modelação de balões e animação

com palhaços. Para segunda-feira

está marcado o BAALnik, que

consiste em teatro acompanhado

por um piquenique, atividade que

junta os alunos que fizeram parte do

programa Drama na Educação da

companhia Baal17, neste ano letivo.

Vidigueira recebe a peça de teatro

musical para a infância “Canta-me

um Conto”, pelo teatro Arte Pública,

pinturas faciais, modelagem de

balões, construção de fantoches,

tererés e origamis pelos alunos

da Escola Profissional Fialho de

Almeida (às 11 e às 14 e 30 horas).

Um espetáculo musical, pinturas

faciais, modelagem de balões e a

exibição do filme “Os Marretas” são

as atividades propostas pela Câmara

de Mértola para hoje. Em Barracos

haverá animação infantil com

jogos de água e pinturas na piscina

municipal (10 horas) e a visualização

do filme “O Gato das Botas” (15

horas), seguida de lanche convívio.

As comemorações em Moura

iniciam-se pelas 8 e 30 horas, no

centro histórico e comercial da

cidade, com a participação de

crianças do ensino pré-escolar e

do 1.º ciclo. A partir das 18 e 30

horas, na praça Sacadura Cabral,

realizam-se diversos ateliês,

desportos radicais e um

espetáculo musical com

Avô Cantigas.

Manuel Reimão, 8 anos

iniciam se pelas 8 e 30 horas, no

centro histórir co e comercial da

cidade, com a paaaarticipação de

crianças do ensino pré-escolar e

do 1.º ciclo. A partir das 18 e 30

horas, na praça Sacadura Cabral,

realizam-se diversos ateliês,

desportos radicais e um

espetáculo mmmusical com

Avô Cantigas.

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Fim de semana

Todos os caminhos vão dar a Serpa, a partir de amanhã, sábado, 2, dia de chegada de mais uma edi-ção do festival Encontro de Culturas. O evento, que juntará até ao dia 17 vários artistas, arranca pelas 18 horas, com a inauguração da exposição de fotografia “Territórios EmCantados – Músicas e Danças

do Mundo”, no Musibéria – Centro Internacional de Danças e Músicas do Mundo Ibérico. A exposição, no âmbito da enRede, pretende dar a conhecer e partilhar uma amostra das vivências cultu-

rais dos municípios, na área da música e da dança, através do registo fotográfico. Os trabalhos apresentados são da autoria de Andrea Gurgel (Natal), Teotônio Roque (Natal), Elderth Theza (São Gonçalo do Rio Abaixo), Stael Azevedo (Itabira) e Maria Moreira (Serpa). A exposição conta com a participação do grupo de percussão No Chilla (Argentina).

No domingo, 3, pelas 19 horas, acontece o Show de Sol a Sol, com atuações de Jaime Alem, Nair Cândia, Maíra Baldaia e Aulus Rodrigues e Débora Costa. De 4 a 8, na Biblioteca Municipal Abade Correia da Serra, espaço para uma exposição e demonstração de instrumentos pré-colombianos.

Esta é IX edição do festival e o programa, esse, é vasto. De acordo com a Câmara Municipal de Serpa, or-ganizadora do evento, “o objetivo principal é a promoção da cultura enquanto fator de desenvolvimento e de união entre os povos”.

Recorde-se que o dia 8 é um dos mais esperados desta edição, uma vez que terá lugar um espetáculo de ho-menagem a Cesária Évora, que conta com a participação de Tito Paris, Maria Alice, Nancy Vieira e

Albertino Évora. Zeca Baleiro sobe ao palco no

dia 9 e o dia seguinte é dedicado ao cante. Virgem Suta atua no

dia 12 e Magic Slim& The Teardrops no dia 13. Otaya yo chega a Serpa no dia 14

e Camané a 15. No dia 16 é a vez de Luz Casal subir

ao palco e, no dia 17, Pablon Alboran encerra os espetácu-

los na praça da República, sem-pre às 21 e 30 horas.

O Espaço Nora também conta com a atuação de vários grupos

musicais.

Música, dança, exposições

Serpa é caldeirão de culturas até ao dia 17

odos os caminhos vão dar a Serpa, a partir de amanhã, sábado, 2, dia de chegada de mais uma edi-ção do festival Encontro de Culturas. O evento, que juntará até ao dia 17 vários artistas, arranca pelas 18 horas, com a inauguração da exposição de fotografia “Territórios EmCantados – Músicas e Danças

do Mundo”, no Musibéria – Centro Internacional de Danças e Músicas do Mundo Ibérico.A exposição, no âmbito da enRede, pretende dar a conhecer e partilhar uma amostra das vivências cultu-

rais dos municípios, na área da música e da dança, através do registo fotográfico. Os trabalhos apresentados são da autoria de Andrea Gurgel (Natal), Teotônio Roque (Natal), Elderth Theza (São Gonçalo do Rio Abaixo), Stael Azevedo (Itabira) e Maria Moreira (Serpa). A exposição conta com a participação do grupo de percussão No Chilla (Argentina).

No domingo, 3, pelas 19 horas, acontece o Show de Sol a Sol, com atuações de Jaime Alem, Nair Cândia, Maíra Baldaia e Aulus Rodrigues e Débora Costa. De 4 a 8, na Biblioteca Municipal Abade Correia da Serra, espaço para uma exposição e demonstração de instrumentos pré-colombianos.

Esta é IX edição do festival e o programa, esse, é vasto. De acordo com a Câmara Municipal de Serpa, or-ganizadora do evento, “o objetivo principal é a promoção da cultura enquanto fator de desenvolvimento e de união entre os povos”.

Recorde-se que o dia 8 é um dos mais esperados desta edição, uma vez que terá lugar um espetáculo de ho-menagem a Cesária Évora, que conta com a participação de Tito Paris, Maria Alice, Nancy Vieira e

Albertino Évora.Zeca Baleiro sobe ao palco no

dia 9 e o dia seguinte é dedicado ao cante. Virgem Suta atua no

dia 12 e Magic Slim& The Teardrops no dia 13. Otaya yo chega a Serpa no dia 14

e Camané a 15. No dia 16 é a vez de Luz Casal subir

ao palco e, no dia 17, Pablon Alboran encerra os espetácu-

los na praça da República, sem-pre às 21 e 30 horas.

O Espaço Nora também conta com a atuação de vários grupos

musicais.

Música, dança, exposições

“Muito ajuda o que não atrapalha” em Castro Verde“Muito ajuda o que não atrapalha” é a mais recente produção

da Companhia de Teatro Baal 17, inserida no projeto de

Cooperação Transnacional “Rotas sem Barreiras”, promovido

pelas associações de desenvolvimento local Esdime e Terras

Dentro. O espetáculo poder ser visto hoje, sexta-feira, pelas 21

e 30 horas, em Castro Verde, no Anfiteatro Municipal. Neste

espetáculo de rua quatro aspirantes a guias turísticos apresentam

as melhores experiências que se podem imaginar. São autênticos

especialistas na matéria e agora querem pôr à prova as suas

ideias mirabolantes. A escolha é múltipla e poderá conhecer

o mundo sem qualquer esforço. Afinal “a melhor maneira de

viajar é sentir”, dizem eles (usando as palavras de um poeta).

“Gonçalves Correia – A utopia de um cidadão” na biblioteca de BejaAté ao dia 9, na Biblioteca Municipal de Beja José Saramago, pode ser visitada a exposição “Gonçalves Correia – A utopia de um cidadão”. Uma exposição para revisitar este concidadão bejense do século XX, um homem ímpar e os seus ideais anarco-sindicalistas, onde encontramos o respeito ao próximo, o pacifismo e o amor pela liberdade. A organização encontra-se a cargo da Biblioteca Municipal de Beja, mas contou com a colaboração da família de Gonçalves Correia

e com a coordenação científica de Francisca Bicho.

Santa Maria Summer Fest arranca hojeComeça, hoje, sexta-feira, 1, mais uma edição do festival Santa Maria Summer Fest, no anfiteatro exterior da Casa da Cultura de Beja, a partir das 20 horas. Hoje são muitas as bandas que sobem ao palco, mas o destaque vai para Mata Ratos. Corpus Christii, Mindfeeder, Göatfukk, Creation Undone e Reis do Asfalto também tocam no mesmo dia. Amanhã, sábado, é a vez de Heavenwood, Simbiose, For The Glory, RDB, Neoplasmah e Lunae Lumen. O evento contará ainda com zona de bares e os festivaleiros têm direito a campismo gratuito. As entradas

no Santa Maria Summer Fest também são gratuitas.

Ciclo “Vidas de Jazz” começa hoje em Beja O Conser vatório Regional do Baixo Alentejo (CRBA), através do seu Clube de Jazz, e a Biblioteca Municipal de Beja organizam o ciclo “Vidas de Jazz”, que pretende dar a conhecer o percurso de algumas figuras que deixaram uma marca indelével em diferentes períodos da história deste género musical: Benny Goodman, Django Reinhardt, Billie Holiday, Miles Davis e John Coltrane. O ciclo será ministrado por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do CRBA, e começa já hoje, sexta-feira.

Arranca amanhã a Rota da Tabernas, no concelho

de Grândola, que se prolongará até ao dia 14

de julho. A Taberna do Agostinho, em Santa

Margarida da Serra, é a primeira a receber a

visita. Comes e bebes e muita animação.

Rota das Tabernas no concelho de Grândola

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Boa vidaComer Massada de bacalhau com tomate e poejos

Ingredientes para 4 pessoas:400 gr. de massa cotovelo, 400 gr. de tomate maduro (de preferência da horta), 600 gr. de bacalhau demo-lhado, 2 cebolas médias, 1 dl. de azeite, 3 dentes de alho, 1 copo de vinho branco, 1 folha de louro, 1 molho pequeno de salsa, 1 molho de poejos, q.b. de piripiri, q.b. de sal, q.b. de água.

Confeção:Faça um refogado num tacho com o azeite, cebolas e alhos picados, louro e salsa picada grosseiramente. Quando a ce-bola estiver dourada junte o tomate limpo de peles e grai-nhas e picado e um pouco de sal. Adicione o vinho branco e o piripiri. Deixe ferver para o vinho evaporar o álcool. Junte a água suficiente e coza a massa. A meio da cozedura junte o bacalhau cortado aos bocados. Deixe ferver até es-tar tudo cozido. Coloque os poejos e retifique os temperos a seu gosto.Bom apetite.

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

FilateliaA “Filatelia” no “Diário do Alentejo”

Praticamente, desde a sua fun-dação, em 1932, que o “Diário do Alentejo” insere nas suas

páginas notícias de índole filatélica. Eram, geralmente, notícias que da-vam conta de novas emissões de selos portugueses e que eram elaboradas com base nas portarias que as anun-ciavam.

A partir dos primeiros anos da década de 60 estas notícias começa-ram a aparecer com maior frequên-cia; anunciavam não só as novas emissões de selos portugueses, mas também de outros países, sendo es-tas sempre acompanhadas da repro-dução dos selos que anunciavam.

As notícias eram elaboradas a partir de informações prestadas à redação do “Diário do Alentejo” pelo distinto filatelista José Guerreiro de Brito, infelizmente já falecido.

Em 1981 o saudoso José Moedas, diretor interino do jornal, convidou o engenheiro Guerreiro de Brito a escrever no “DA”, com regularidade, uma rubrica sobre filatelia. O con-vite foi aceite. Devido às dificulda-des que o jornal então vivia, a pri-meira “Filatelia” só viu a luz do dia em 23 de junho. A rubrica era quin-zenal e nunca foi assinada pelo seu autor.

Ainda na primeira metade dos anos 80, a pedido do engenheiro Guerreiro de Brito, a “Filatelia” passou a ser da responsabilidade de Geada Sousa e a sua periodicidade passou a semanal.

Por motivos profissionais, a cola-boração de Geada Sousa sofreu dois in-terregnos: um no final dos anos 80 e outro no final dos anos 90. Nestes dois períodos foi substituído pelo filatelista F. Matoso Galveias, que à época resi-dia e exercia a sua atividade profissio-nal em Beja.

Como facilmente se depreende, os artigos a publicar eram entregues na redação do jornal e eram escritos à máquina. Por razões várias, às vezes eram escritos à mão; eram autênticos hierógliflos.

Tal como acontece desde o iní-cio, é (quase) sempre a mesma pes-soa que na redação do jornal prepara o texto para publicação. Nos anos 80 foi a Antónia Bernardo, depois a Aurora Correia e presentemente é a Cláudia Serafim.

A “Filatelia” tem concorrido às mais diversas exposições oficiais. Aqui deixamos o palmarés já conquistado e que se encontra registado no seu passa-porte filatélico:

“Iphla 89” – exposição internacio-nal de literatura filatélica – Frankfurt

– abril 1989 – diploma de participação.“S. Mamede 90” – exposição regio-

nal – Portalegre – fevereiro 1990 – me-dalha de bronze prateado.

“Gaia 90” – exposição nacional – Vila Nova de Gaia – novembro/dezem-bro 1990 – medalha de prata.

“Philaibéria 91” – exposição luso--espanhola – Vila Nova de Gaia – ou-tubro 1991 –medalha de bronze prate-ado, 60 pontos.

“Lubrapex 92” – exposição luso--brasileira – Lisboa, maio 1992 – me-dalha de bronze prateado (60).

“Ebora 1994” – exposição nacio-nal – Évora – novembro 1994 – bronze prateado (63).

“Philaiberia 1995” – bilateral – Silves – julho 1995 – bronze (57).

“Lubrapex 1995” – bilateral – São Paulo – setembro/outubro 1995 – bronze prateado (64).

“Portimão 1996” – nacional – Portimão – julho 1996 – bronze prate-ado (63).

“Lubrapex 2003” – bilateral – Lisboa – setembro 2003 – prata (68).

“Sorocaba004” – nacional de li-teratura – Brasil – abril 2004 – prata grande + prémio de classe (68).

“Philaibéria 2004” – bilateral – Estremoz – outubro 2004 – prata grande (70).

“Estremoz 2005” – nacional lite-ratura – Estremoz – outubro 2005 – prata grande (71).

“Lubrapex 2006” – bilateral – Rio de Janeiro – outubro/novembro 2006 – vermeil (75).

“Ebora 2006” – nacional – Évora – novembro/dezembro 2006 – ver-meil (75).

“Lipsia 2007” – internacional de li-teratura – Leipzig – setembro 2007 – prata (66).

“Estremoz 2007” – II exposição na-cional de literatura – Estremoz – no-vembro 2007 –prata grande (72).

“Efiro 2008” – mundial – Bucareste – junho – bronze prateado (68).

“Viana 2008” – nacional – V. Castelo – outubro/novembro 2008 – prata (67).

“Lubrapex 2009” – bilateral – Évora – outubro 2009 – prata grande (70).

“Portugal 2010” – mundial – Lisboa – outubro de 2010 – bronze pra-teado (68).

Geada de Sousa

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O mundo do vinho em 10 artigos

Queijos e vinhos

9 Tal como no vinho, Portugal é fértil na oferta de bons queijos. Continuo, com este alimento rico e saboroso, a série de artigos que desenvolvem os fundamentos

básicos da combinação entre a comida e o vinho.O queijo é um alimento formado por uma matriz de pro-

teína (sobretudo a caseína), na qual estão “enjaulados” gló-bulos de água e gordura. A forma da estrutura química muda em função do queijo e é decisiva para o acerto das combinações com os vários tipos de vinho.

Para a boa convivência com o vinho tranquilo, o estado amolecido, quase derretido das proteínas do queijo é inde-sejável. Estes queijos de pasta mole (Estrela, Azeitão), fila-mentada (Mozzarella), fundida (com manteiga, especiarias, ervas) e embolorada (denominados “azuis” como o Stilton

ou o Roquefort) cobrem as papilas gustativas de modo profundo, ocul-tando a bondade sensorial de qual-quer vinho. A melhor maridagem é a que potencia a limpeza dessa capa pastosa através do elemento cáus-tico do vinho: o álcool. Com os quei-jos de pasta mole, referidos anterior-mente, os vinhos fortificados, como o Porto, Moscatel ou Madeira, são a melhor opção; a segunda opção re-cai nos vinhos tranquilos brancos, secos ou doces, porque os taninos dos tintos não se portam bem com estas cadeias alongadas e gorduro-sas de proteínas animais.

Guarde a opção do vinho tinto para as tipologias semiduras e du-ras, mais pobres em humidade e gor-dura, sobretudo para os queijos de pasta cozida (Emmental, Parmesão), para os prensados (Flamengo, Ilha, Cheddar, Gouda) e para os de cura longa (Terrincho Velho, Nisa). Nestes casos a combinação de texturas e densidade do corpo do vinho encon-tram maridagem perfeita com a soli-dez do queijo.

Nos queijos frescos, os tintos es-magam pela sua dimensão e os aro-mas animais e lácteos são adversos. Opte por vinhos brancos, que po-dem ser jovens ou de guarda, uma vez que a juventude do queijo agra-dece a parceria com néctares já mais evoluídos. Pelo contrário, quanto maior for a cura de um queijo, mais jovem deverá ser o vinho com que se casa. Com queijos picantes, opte por vinhos com mais baixa gradu-ação alcoólica. De um modo geral, o queijo é um alimento gordo pelo que se justifica a maridagem mais acertada com vinhos brancos, mais ácidos, o que vai contra os nossos costumes. Mas, no vinho como na política, sempre chega o dia de fa-lar claro.

Aníbal Coutinho

Vinho de Calendário

Já se encontra on line

e de acesso gratuito

o novo guia “Copo &

Alma, 319 Melhores

Vinhos para 2012”.

Só tem de entrar em

www.w-anibal.com e

conferir. No Alentejo

um vinho que ficou

às portas do guia foi

o tinto IG Alentejano

Dom Rafael, de 2009.

Vinho Diário

Um dos vinhos que

mais me impressionou

na recente prova

cega que deu origem

ao meu “Guia Popular

de Vinhos”, edição

2012, já nas livrarias e

nos supermercados,

foi o branco IG

Alentejano Casa de

Santa Vitória de 2010.

Compra segura em

qualquer prateleira.

A prepósito destes 80 anos, deste aniversário, a primeira coisa a fazer é dar os parabéns

aos continuadores de uma obra que é fundamental para toda esta região. Penso que um

órgão de comunicação social escrito é muito importante, independentemente de todas as

tecnologias que agora existem, e que se deve manter. Também dar os parabéns aos atuais

agentes do “Diário do Alentejo” e pelo trabalho que têm feito pela região, pelas autarquias,

pelas associações, pelas pessoas do Alentejo e demonstrar ao País que nós ainda resistimos e,

apesar de sermos cada vez menos, ainda cá estamos e queremos que o Alentejo progrida.

Francisco DuartePresidente

da Câmara

Municipal

de Castro Verde

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Petiscos

80

Fazemos agora oitenta anos, cá a malta, este jornal. Como era o mundo? E o “Mundo”, destes assim em maiúsculas, como temos a mania que é aquele

em que vivemos, coitados de nós, tão absolutamente ex-traordinários que somos.

Fiquemo-nos pelas potências, resumindo o impossí-vel de resumir: a Alemanha ainda não era de Hitler, tudo estava pronto para que viesse a ser mas não era, a Itália ti-nha à frente um palhaço rico vestido de luto que arreme-dava as virtudes do Império Romano mas que sem o po-der dos aliados teutónicos era a galhofa da Europa. Em Inglaterra, Winston Churchill, gordo, de lacinho e fume-gante, clamava sozinho, em discursos antológicos, con-tra o perigo do Eixo. A América recém-falida garantia a pés juntos que as guerras fora do continente americano tinham acabado de vez e no Japão milhões de atarefados súbditos do imperador formigavam diariamente nas fá-bricas de bombas, aviões modernos e navios de linha.

Na Rússia soviética, Estaline esforçava-se por apa-gar da lista de sucessores todos aqueles que a sua ima-ginação doentia acreditava puderem vir a disputar-lhe o poder. As purgas desses anos são histórias mal contadas que a influência junto dos média, dos partidos comu-nistas do sul da Europa, mais dos seus “compagnons de route”, tem conseguido ver afastados das páginas de di-vulgação geral, não especializada, de jornais e revistas.

Em Espanha havia uma república, a segunda, recen-temente decretada por vitória em eleições de 1931. O rei Alfonso XIII tinha abandonado o país nesse mesmo dia e os governos republicanos repartiam o seu débil po-der nas disputas entre anarquistas, anarcossindicalis-tas, comunistas, socialistas e mais alguns outros grupos de expressão eleitoral inexistente mas com capacidade

reivindicativa de rua significativa. A Igreja mais retro-grada do mundo católico, a espanhola, dividia uma po-pulação pobre, andrajosa, ignorante e assustada. Os ca-valeiros do Apocalipse espanhol, vestidos de castanho bávaro e negro piemontês, caracoleavam impacientes na procura do seu caudilho.

O reputado professor de finanças públicas, António Oliveira Salazar, ainda não era Presidente do Conselho de Ministros – primeiro-ministro – sê-lo-ia um mês mais tarde. A Ditadura Nacional – nome oficial do re-gime – será mais tarde substituída pelo Estado Novo. Ainda lá não estamos, estamos quase.

Vive-se mal, no Portugal desse tempo. Come-se mal e daí a quatro anos, quando rebenta a guerra civil de Espanha, passa-se a comer pouco. A fome então é de falta de alimento, não tinha a utilização político-sim-bólica que tem nos nossos dias, entre nós. O pão duro, é precioso, não se joga fora às toneladas.

Os pratos feitos com pão, açordas, migas, vinagra-das, são correntes e o acompanhamento é pouco ou nenhum.

As sardinhas chegam da costa em barricas, de sal-moura. Os transportes são difíceis, os combustíveis ra-ros e as estradas ruins. Alguns, péssimos, anos agríco-las vêm piorar a situação. Emigra-se para o Brasil, África está fechada, a nossa África de então evita os nacionais, receando estupidamente concorrências impossíveis. “Lá para fora” Portugal manda os degradados, prisioneiros políticos, em levas sucessivas – ainda conheci alguns em Timor.

Quando hoje, o seu neto não gostar da sopa, explique - -lhe que o mundo e a realidade são complexos. Explique - -lhe que nesta terra que é também a dele, os seus mais próximos, há pouco tempo – são só oitenta anos –, pas-saram muita fome. Explique-lhe com o coração.

Vai ver que ele percebe.

António Almodôvar

Quando hoje, o seu neto não gostar da sopa, explique -lhe que o mundo e a realidade são complexos. Explique -lhe que nesta terra que é também a dele, os seus mais próximos, há pouco tempo – são só oitenta anos –, passaram muita fome. Explique-lhe com o coração.Vai ver que ele percebe.

DR

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“da” faz psicanÁlise

para tratar distÚrbio

de personalidade:

chama-se “diÁrio” mas

na prÁtica É semanÁrio

Uma investigação Não confirmo, nem desminto descobriu que o “DA” está a ser acompanhado por um psicólogo do Clube de Jornalistas e que o ficheiro clínico revela que o jornal demonstra distúrbios de dupla personalidade por ter “Diário” no nome mas na prática ser semanário. Foi um emotivo “Diário do Alentejo” que nos confirmou esta história: “Só quem anda há muitos anos nas ro-tativas e empilhado nas melhores papelarias é que percebe o meu sofrimento. É muito difícil viver nesta duplicidade! Não é como a revista ‘Sábado’ que se chama assim, mas sai à quinta – é muito pior! Sabe o que é ser gozado pelo ‘DN’ e pelo ‘Sol’? Bocas do jornal ‘i’ ainda aturo, eles vendem menos do que eu… Só quero respeito, e não acabar como ‘A Capital’ ou o ‘Independente’…

Página de Necrologia lança OPA hostil sobre o “DA”

Trata-se de um exclusivo Não confirmo, nem desminto que promete abalar

o mundo dos media, da alta finança e das lápides funerárias. A página de ne-

crologia deste jornal está prestes a lançar uma proposta de aquisição sobre o

“DA”, como nos relatou o seu advogado: “A minha cliente está farta! Farta de

ser o jornal a recolher os louros quando toda a gente sabe que é a necrologia

que faz o jornal… Aqueles quatro senhores que costumam vaguear pelas

Portas de Mértola a recitar a nossa página sabem do que estamos a falar. Se a

página de necrologia fosse transferida para o boletim agrícola do Ministério

da Agricultura dedicado ao míldio e ao oídio, aquilo ia vender mais do que

pãezinhos quentes num país de terceiro mundo. Se não fosse a minha cliente,

as pessoas não socializariam tanto. Deixar-se-ia de ouvir o desbloqueador de

conversa mais eficaz às sextas: ‘Olha, sabes quem é que morreu?’”.

Autor da página de humor do “DA” apanhadoem orgia violenta com malacuecos do Diogo das Farturas

A relação tensa de Miguel Relvas com os jornalistas tem marcado a atuali-

dade nacional. Porém, não foi a jornalista do “Público” ameaçada com a di-

vulgação de dados da sua vida privada quem pagou a fava, mas sim um cola-

borador deste semanário. Uma fuga de informação de um relatório de Silva

Carvalho revelou o que já se suspeitava: o autor da página de humor do “DA”

foi apanhado numa orgia violenta com malacuecos do Diogo das Farturas.

Consta que o humorista, que foi considerado “o novo Guilherme Leite, mas

com cabelo”, estava na cozinha de sua casa a “debulhar” um saco com fartu-

ras quando foi interrompido pelo seu nutricionista e uma brigada da ASAE.

No momento em que foi apanhado em flagrante, a única desculpa que usou

foi: “Não é o que parece, é só sexo, não estou a comer este churro recheado

de chocolate…”. E foi exatamente esse churro que nos relatou momentos de

horror: “Esse senhor comediante é um selvagem! Tinha o apetite do Malato

depois de correr a maratona…”.

Inquérito Vai celebrar os 80 anos do “DA”?

DÁRIO FESTA DE ESPUMA, 68 ANOS

Organizador de eventos e pessoa

que empresta os suspensórios a Sá Pinto

A minha empresa já está a preparar uma grande festa com balões,

música ao vivo com o organista Rúben Rubéola, passeios de pó-

nei e degustação de sumos de ameixa. Destaque para o bolo de

aniversário com dois metros de altura de onde sairá o presidente

da Ambaal a cantar o tema “Congratulations” de Cliff Richard. Por

fim, magnífico espetáculo de fogo de artifício chinês – consiste

em comprar uma aparelhagem da loja dos chineses, ligá-la à ele-

tricidade e esperar que expluda. Não dura muito tempo…

JOSÉ ANTÓNIO SARAIVA, 64 ANOS

Diretor de jornal e pessoa que acha que os homossexuais cospem

fogo e morrem quando expostos ao Sol

Sou um grande apreciador de imprensa regional. Apesar de ser

uma lenda do jornalismo mundial, gosto de descer da minha mag-

nificência e conhecer um pouco do que se faz pela província – leia-

se, “tudo o que é de fora de Lisboa”. Vou celebrar comprando uma

torta da Dan Cake e espetando-lhe 80 velinhas. Muitos parabéns

ao “Diário do Alentejo”, em especial à página de humor a que cha-

mamos carinhosamente de “fonte”.

PRIMEIRA EDIÇÃO DO “DA”, 80 ANOS

Jornal extremamente bem conservado

Não sei se me apetece muito festejar, sinceramente. É verdade que

estou muito bonito, com um grafismo interessante, sim senhor,

mas já na primeira edição há 80 anos o tema era a crise!… Não po-

demos falar de outras coisas com interesse? O chefe Nobre podia

dar uma receita decente de fatias douradas – as minhas ficam to-

das moles e gordurosas. E aquela página de humor tem a piada de

um furúnculo a ser lancetado. Falem de coisas que interessem às

pessoas, como a extinção de sapateiros no Vale do Guadiana ou a

criação de lamas em Vale de Rocins.

Uma investigação conjunta Não confirmo, nem desminto/La Redoute descobriu que os trabalhadores do “Diário do Alentejo” foram, depois de muitos esforços e idas ao vidente Mokambo, bem sucedidos em convencer o diretor Paulo Barriga a usar outra camisa nos editoriais: “Tínhamos de fazer alguma coisa, não podia continuar”, afirmou-nos fonte do jornal disfarçada com uma gabardine cinzenta e uns óculos da Hello Kitty. “Fizemos de tudo para o convencer – mandámos um email anónimo a ameaçá-lo de que, caso não trocasse de indumentária, raptaríamos o senhor que escreve os textos de filatelia, e ele nem pestanejou; enviámos uma camisa igual com a etiqueta a dizer ‘made in ditadura sanguinária pelas mãos de crianças órfãs e famintas’, e nada… Até que um dia ele chegou ao jornal, fechámos a redação à chave, e fizemos-lhe a cabeça em água com uma maratona de vídeos dos Nirvana em que eles usam umas camisas do mesmo estilo e perguntámos-lhe: ‘É assim que queres acabar, Paulo?’ E ele lá se convenceu, finalmente. Aquela camisa era tããããããooo 1992… Com uns cobres que juntámos, compramos-lhe esta farpela na Feira de Castro. Fica ou não fica melhor?”.

Trabalhadores do “Diário do Alentejo” fazem vaquinha e compram uma camisa nova para Paulo Barriga usar nos editoriais

a continuar , disfarçada com s óculos da Hello o convencer –

mo a ameaçá-londumentária, reve os textos jou; enviámos

ueta a dizeria pelas mãos e nada… Até

nal, fechámoshe a cabeça de vídeos dos

mas camisasmos-lhe: ‘É

lo?’ E ele lá se la camisa era cobres que ta farpela na ica melhor?”.

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RIbanho POR LUCA

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO

ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL | Presidente do Conselho Directivo José Maria Pós-de-Mina | Praceta Rainha D. Leonor, 1 – 7800-431 BEJA | Publicidade e

assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 E-mail [email protected] | Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 E-mail jornal@diariodoalentejo.

pt Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) | Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083),

Carla Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586) Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Luca, Paulo Monteiro, Susa Monteiro Colaboradores

da Redacção Alberto Franco, Aníbal Fernandes, Carlos Júlio, Firmino Paixão, Marco Monteiro Cândido Provedor do Leitor João Mário Caldeira | Colunistas Aníbal

Coutinho, António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Constantino Piçarra, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Rute Reimão

Opinião Ana Paula Figueira, Bruno Ferreira, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Filipe Pombeiro, Francisco Marques, João Machado, João Madeira, José Manuel Basso,

Luís Afonso, Luís Covas Lima, Luís Pedro Nunes, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho Marques, Nuno Figueiredo | Publicidade

e assinaturas Ana Neves | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha | Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação

([email protected]) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 | Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 | Tiragem semanal 6000 Exemplares

Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA | Distribuição VASP

www.diariodoalentejo.pt

Hoje, sexta-feira, podem cair alguns aguaceiros na região. A temperatura deverá oscilar entre os 18 e os 33 graus centígrados. Amanhã, sábado, o céu deverá estar nublado e no domingo também se esperam nuvens.

Vidigueira inaugura centro multifacetado

É inaugurado hoje, sexta-feira, pelas 9 e 30 horas,

o Centro Multifacetado de Vidigueira. Hoje

assinalam-se também os 500 anos da entrega do Foral

a Vidigueira e o Dia Mundial da Criança com diversas

atividades para os cerca de 450 alunos do pré-escolar e

o 1.º ciclo do Agrupamento de Escolas de Vidigueira e

“Jardim da Pequenada”. Do programa destaque para

a sessão solene comemorativa dos 500 anos do foral,

intervenções de entidades convidadas e atuação do

grupo de hip hop – dança medieval (9 e 30 horas), e

ainda para leitura de textos e poemas de escritores e

poetas de Vidigueira, atuação do grupo dos AECS de

cante alentejano e degustação de produtos regionais

(10 e 30 horas). A noite termina ao som de um concerto

de jazz com Ma.jazz tick (21 e 15 horas).

Vila de Frades assinala os 500 anos do segundo foral

Vila de Frades assinala este ano os 500 anos da

atribuição do segundo foral, dado por D. Manuel em 1

de junho de 1512. As comemorações, organizadas pela

junta de freguesia, decorrerão durante todo o mês, “com

um conjunto de atividades que assinalam essa data,

envolvendo acima de tudo a comunidade local”. O ponto

alto dos festejos terá lugar na próxima segunda-feira, dia

4, com a sessão solene comemorativa, agendada para as

19 e 30 horas, e que será antecedida pela inauguração,

no Museu da Casa do Arco, da exposição “Imagens e

personagens”, de Manuel Carvalho. A sessão solene

inclui um concerto pela Banda Filarmónica dos

Bombeiros Voluntários de Vidigueira.

“XIV cultuneves” arranca na segunda-feira, dia 4

Tem início na próxima segunda-feira, dia 4, mais uma

semana cultural e desportiva da Freguesia de Nossa

Senhora das Neves, Beja, a XIV CultuNeves, que nesta

edição decorrerá até ao dia 10. Os eventos terão lugar no

largo da Escola. A XIV CultuNeves, que é organizada

pela junta de freguesia em colaboração com outras

entidades, “prevê este ano a realização de 21 iniciativas,

das quais 17 são culturais e quatro desportivas”.

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Quando se conta a história do “Diário do Alentejo” tam-bém se conta a história de

Francisco Pratas, jornalista, amante do desporto. Passou grande parte da sua vida na redação deste semanário, que em tempos foi diário. Começou a colaborar quando tinha apenas 14 anos, a escrever, como não poderia deixar de ser, sobre “bola”.

Como se inicia no jornalismo?

É muito engraçado. Sempre tive ten-dência para o jornalismo. Adorava escrever. Sempre fui benfiquista e lia, ainda nos tempos do liceu, o jor-nal do meu clube. Comemorava-se o aniversário e enviei um postal a dar os parabéns e eles publicaram o que escrevi. Fiquei cheio de orgulho de mim. Não queria acreditar. Os meus escritos tinham saído no jornal do Benfica. Toda a minha vida escrevi sobre “bola”.

Quando começou a colaborar com o

“Diário do Alentejo” tinha apenas 14

anos…

É verdade. Ainda estava a estudar e en-trei como colaborador. Já na altura ti-nha uma certa tendência para e escrita e gostava muito de desporto. Passado um tempo fui para Lisboa e levei o José Moedas para o “DA”, que escrevia ma-ravilhosamente bem. O José Moedas esteve lá até ao fim da sua brilhante carreira. Regressei de Lisboa e convi-daram-me novamente para o “Diário do Alentejo”. Fui-me mantendo, com o maior entusiasmo. Na altura o “DA” tinha uma boa equipa. Depois passá-mos uma das piores fases, nomeada-mente com a saída do Pedro Ferro,

Francisco Pratas, 83 anos, natural de Beja

Francisco Pratas sempre se conheceu a gostar de escrever e, neste sentido, a sua vida não podia ter sido outra. Foi escriturário. Foi jornalista. Uma vida dedicada às letras, portanto. Até porque a poesia também lhe está vincada no gosto. E de vez em quando ainda a escreve, quando lhe apetece, sem rotinas, nem pressas. Colaborou com a revista “Voz do Operário”, com a “A Bola” e esteve como jornalista efetivo do “Diário do Alentejo” cerca de 30 anos. No jornalismo dedicou-se ao desporto, uma das suas grandes paixões. Gosta de contar as estórias da sua cidade, de quando era menino e moço, e de dois dedos de conversa, sempre.

que era um elemento de peso, um bom jornalista. Nesta altura, infelizmente, o José Moedas também já estava com alguns problemas de saúde. Friso sem-pre, e não me canso de o dizer, que, para mim, o José Moedas foi o melhor jornalista que passou pelo “Diário do Alentejo”. Passámos fases muito di-fíceis. Depois veio o António Raposo para diretor e também o Miguel Serrano. Nessa altura salvámos o jor-nal. Depois foi sempre andando, umas vezes com mais dificuldades, outras com menos, até aos dias de hoje.

Como vê este jornal hoje?

É um bom jornal. Se quiserem este jornal mantem-se por muitos e bons anos e sem qualquer dificuldade. Tem um espaço grande de publicidade, que nenhum outro jornal da região tem. O “Diário do Alentejo” tem uma grande história, tem uma grande po-sição nesta região, sempre o teve. Tem um bom grafismo e tem bons jorna-listas. Tem tudo para continuar por muitos e bons anos. Continua a ser o melhor jornal do nosso distrito.

Considera que passados 80 anos

este continua a ser o jornal dos

alentejanos?

O “Diário do Alentejo” ensinou cen-tenas, para não dizer milhares, de alentejanos a ler. E eu tive um exem-plo desses em casa. Uma tia minha que não sabia ler. Era uma assinante e ao fim de uns anos sabia ler corre-tamente. Como é que não pode ser o jornal dos alentejanos? O “Diário do Alentejo” faz parte da história dos alentejanos.

Bruna Soares

Francisco Pratas começou a colaborar com o “DA” aos 14 anos

O jornalista amante do desporto

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