eficácia do glifosato no controle de cyperus rotundus l. em função do volume de calda

34
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA Victor Fonsêca de Araújo Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda Petrolina - PE 2015

Upload: victor19a

Post on 12-Apr-2017

351 views

Category:

Science


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA

Victor Fonsêca de Araújo

Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função

do volume de calda

Petrolina - PE

2015

Page 2: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

Victor Fonsêca de Araújo

Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função

do volume de calda

Petrolina - PE

2015

Trabalho apresentado a Universidade

Federal do Vale do São Francisco –

UNIVASF, Campus Ciências Agrárias,

como requisito da obtenção do título de

Bacharel em Engenharia Agronômica.

Orientador: Prof. Dr. Jerônimo

Constantino Borel.

Page 3: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

Araújo, Victor Fonsêca

A658e

Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda / Victor Fonsêca de Araújo. -- Petrolina, 2015.

X; 34 f. : il. ; 29 cm. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia

Agronômica) - Universidade Federal do Vale do São Francisco, Ciências Agrárias, Petrolina, 2015.

Orientador: Prof. Dr. Jerônimo Constantino Borel

1. Controle de Cyperus rotundus L. 2. Glifosato. 3. Volume de

calda. I. Título. II. Universidade Federal do Vale do São Francisco

CDD 668.654

Page 4: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda
Page 5: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

DEDICATÓRIA

Aos meus pais Maria dos Anjos e Jefferson José

pela condução ao caminho do bem e

ensinamentos transmitidos. Também pelo apoio e

incentivo ao longo de toda a vida.

Page 6: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

AGRADECIMENTOS

Este trabalho não é apenas fruto de conhecimento técnico, mas, sobretudo, foi

possibilitado graças ao apoio de muitas pessoas. Por isso, agradeço primeiramente a

Deus pelo dom da vida.

A minha companheira, amiga e amada namorada Ayla Ribeiro Soares. Pelos

momentos felizes que me proporciona, pelo incentivo nas conquistas, por me

fortalecer a cada derrota, pela paciência na minha ausência, por ter vivido e me

ajudado nas mais diversas dificuldades, pela pessoa especial que é e por me fazer

perceber a beleza na simplicidade das coisas.

Aos meus amigos de graduação, pela parceria e válido suor derramado em

várias conquistas em busca do aprendizado. Entre os muitos, agradeço em especial

a Carlos Roberto, Fábio Sanchez, Daniel Fagner, Toni Batista, Roberto Lustosa, Maria

Eugênia, Alana Juliete.

A cada professor do colegiado de Engenharia Agronômica pelos

conhecimentos transmitidos ao longo da graduação. Em especial, agradeço aos

professores Eliezer Saturbano, Evando Santos, Jorge Cortez e Ítalo Herbert

Cavalcante, com os quais eu tive satisfação de desenvolver atividades

extracurriculares e com isso obter conhecimentos importantes para minha formação

profissional por meio de sua orientação, empenho e sabedoria.

Ao professor Jerônimo Constantino Borel pela orientação, disponibilidade e

circunspeção durante o trabalho de conclusão de curso.

Ao Professor Daniel Mariano Leite pelas sugestões que tanto contribuíram para

o trabalho e pela sua disponibilidade.

A Nufarm pela grande oportunidade de estágio, por ter viabilizado todo o

aparato e apoio para o desenvolvimento do ensaio e também por ter me concebido

oportunidades ímpares. Em nome de Adilson Santos, um excelente profissional e

acima de tudo uma pessoa incrivelmente humana, agradeço à todos os profissionais

dessa empresa, também pela confiança e atenção dispensadas a mim.

Ao grupo Cappellaro Fruits por ceder a área para aplicação do experimento,

presteza de todo o apoio requerido e disponibilidade solicitada.

Page 7: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

“No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade.”

Albert Einstein

Page 8: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

RESUMO

As plantas daninhas causam interferência no cultivo ao competirem por recursos limitados, principalmente por nutrientes, e por isso representa um importante alvo a ser controlado afim de se alcançar melhores resultados produtivos. A tiririca (Cyperus rotundus L.) é considerada umas das plantas daninhas mais importantes do mundo devido a sua agressividade no modo de dispersão e por ser de difícil controle. Dessa forma, objetivou-se com a realização deste trabalho, avaliar a eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. sob diferentes níveis de volumes de calda. O experimento foi conduzido na fazenda Cappellaro Fruits que encontra-se no projeto irrigado Senador Nilo Coelho, núcleo 08, localizado no município de Petrolina-PE. Para o controle da tiririca foi pulverizado um total de 1890g do equivalente ácido de glifosato por hectare (3,5 L ha-1 do Crucial®), sendo aplicado por meio de um pulverizador costal pressurizado a CO2, sendo a avaliação do controle realizada pelo método visual. O delineamento experimental utilizado foi o de Blocos Casualizados, com seis tratamentos e quarto repetições. Cada unidade experimental constou de 1,2 x 6 m de comprimento. O fator em estudo foi o volume de calda para pulverização, dessa forma, os tratamentos foram compostos por: (T1) - Testemunha (ausência de aplicação); (T2) - 150 L ha-1; (T3) - 200 L ha-1; (T4) - 300 L ha-1; (T5) - 400 L ha-1; (T6) - 500 L ha-1. Os dados de eficácia dos tratamentos foram submetidos à análise de variância e à análise de regressão a 5% de significância pelo teste de F. Na comparação das médias, quando significativas, foi aplicado o teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Houve uma relação inversa entre o aumento do volume de calda e o controle, em que os tratamentos de 150 L ha-1 e 200 L ha-1 proporcionaram as melhores porcentagem de controle, havendo um incremento significativo até os 21 dias após a aplicação dos tratamentos. Dessa forma, o volume de 150 L ha-1 mostrou ser o mais adequado tanto pelos bons resultados de controle proporcionados como também por propiciar uma maior capacidade operacional à pulverização.

Palavras Chave: Herbicida. Tecnologia de aplicação. Tiririca.

Page 9: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

ABSTRACT

Weeds generate interferences in the farming system by competition for limited resources, especially nutrients, and therefore are an important target to be controlled in order to achieve better productive results. The nutsedge (Cyperus rotundus L.) is considered one of the most important weeds in the world due to its aggressiveness in the scatter mode and difficult control. Thus, the aim of this study was to evaluate the efficacy of glyphosate in the control of Cyperus rotundus L. under different spray volumes. The experiment was conducted at Cappellaro Fruits farm situated in the irrigated project Senator Nilo Coelho, Nº 08, located in Petrolina. To control of nutsedge was sprayed a total of 1890g of glyphosate acid equivalent per hectare (3.5 L ha-1 Crucial®) being sprayed using the help of knapsack sprayer at constant pressure by CO2, and the control evaluation was performed by visual method. The experimental design was a randomized blocks with four replications and six treatments. Each experimental unit measured 1.2 mx 6 m in length. The studied factor was the volume of glyphosate sprayed, thus, the treatments were: (T1) - Witness (no application); (T2) - 150 L ha-1; (T3) - 200 L ha-1; (T4) - 300 L ha-1; (T5) - 400 L ha-1; (6T) - 500 L ha-1. Efficacy data of the treatments were subjected to regression analysis and analysis of variance at 5% significance test by F. When comparing the means of effects, when significant, the Scott-Knott test was applied to 5% probability. The results showed an inverse relationship between increasing the amount of glyphosate and control, which treatments at 150 L ha-1 to 200 L ha-1 provided the best percentage of control, with a significant increase until 21 days after the application of treatments. Thus, the volume of 150 L ha-1 was the most suitable for the good results of control provided, as well as, by providing greater operational capacity to spraying.

Key Words: Herbicides. Spraying Technology. Nutsedge.

Page 10: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11

2. OBJETIVO .......................................................................................................... 12

3. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 12

3.1. Panorama da fruticultura no Vale do São Francisco ....................................... 12

3.2. Interferência das plantas daninhas na fruticultura ........................................... 13

3.3. Manejo integrado de plantas daninhas na fruticultura ..................................... 14

3.3.1. Uso do herbicida Glifosato ........................................................................ 15

3.4. Controle de Cyperus rotundus L. .................................................................... 16

3.5. Fatores que influenciam a tecnologia de aplicação de herbicidas .................. 18

4. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 21

4.1. Local do ensaio ............................................................................................... 21

4.2. Delineamento experimental ............................................................................ 21

4.3. Implantação do experimento ........................................................................... 21

4.4. Desenvolvimento do experimento ................................................................... 22

4.5. Variável analisada ........................................................................................... 24

4.6. Análise estatística dos dados .......................................................................... 24

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 24

6. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 28

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 29

8. ANEXO ............................................................................................................... 34

Page 11: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

11

1. INTRODUÇÃO

O Vale do São Francisco se destaca no cenário vitivinícola mundial, como uma

das regiões mais produtoras do Brasil (DRUMOND e ROCHA, 2011), contudo, muitos

problemas fitossanitários que acometem a videira, pode comprometer a

sustentabilidade plena da produção. As plantas daninhas são mais um importante alvo

a ser controlado afim de se alcançar melhores resultados produtivos (CARVALHO,

2014).

As plantas daninhas geram interferência no sistema por meio da própria

competição entre os recursos limitados, alelopatia e hospedagem de pragas e agentes

fitopatogênicos que atacam a cultura de interesse. E dessa maneira, implicam na

redução da produtividade das culturas, como observado por Carvalho et al. (1993),

em que, ao estudar a competição entre plantas daninhas e a laranjeira, verificou

perdas na produtividade de até 76%. Cerrizuela (1965 apud KISSMANN 1997, p. 225),

mostraram que num canavial em casos de alta infestação com tiririca, há uma queda

de até 75% na colheita do colmo devido à competição e seus efeitos alelopáticos.

A tiririca (Cyperus rotundus L.) é uma planta originária da Índia e que, por ser

cosmopolita, agressiva e de difícil controle, é considerada por muitos pesquisadores

umas plantas daninhas mais danosas ao sistema produtivo (PEREIRA e MELO,

2008). Sua agressividade é atribuída ao fato de apresentar rápida propagação

vegetativa por rizomas e tubérculos, metabolismo fotossintético C4, tolerância a altas

temperaturas e produção de aleloquímicos (PASTRE, 2006). O herbicida glifosato tem

uma comprovada eficácia no controle da tiririca, agindo tanto nas manifestações

epígeas quanto no segmento de cadeia de tubérculos, proporcionando reduções

significativas de rebrotas conforme o aumento da dose (SILVA, 2009).

Os fatores que influenciam a tecnologia de aplicação devem ser rigorosamente

equalizados para que se obtenham resultados eficientes na aplicação do herbicida.

Dentre os quais, o volume de calda utilizado nessas pulverizações, pode influenciar

na eficácia do controle de plantas daninhas, como verificado por Roman (2004), onde

o ação biológica do glifosato foi influenciado pelo volume de aplicação no controle da

Brachiaria plantaginea na condições de Passo Fundo (RS).

Page 12: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

12

2. OBJETIVO

Objetivou-se avaliar a eficácia do glifosato sob diferentes volumes de calda no

controle de Cyperus rotundus L. nas condições do Vale do São Francisco.

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Panorama da fruticultura no Vale do São Francisco

O mundo todo produz anualmente mais de 800 milhões de toneladas de frutas.

O Brasil ocupa o terceiro colocado no ranking das principais nações produtoras,

estando atrás apenas da China e da Índia, respectivamente, e exporta menos de 3%

da produção nacional (SANTOS et al., 2013). Em 2014, em negócios com o exterior,

o setor frutícola obteve US$ 3,2 bilhões, o que representa 3,2% da balança comercial

do agronegócio, que foi de US$ 96,7 bilhões (SANTOS et al., 2014).

O Nordeste brasileiro, com destaque para o Semiárido, onde localiza-se a

região do Submédio do Vale do São Francisco (maior polo frutícola do país),

representada principalmente pelas cidades Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), possui

condições de clima adequada ao bom desenvolvimento da fruticultura, apresentando

baixas precipitação pluviométrica e umidade relativa do ar e 2.800 horas anuais de

insolação, que, aliadas à disponibilidade de recursos hídricos, favorecem o bom

desempenho da fruticultura irrigada, gerando frutos de excelente qualidade durante o

ano inteiro. As condições edafoclimáticas favoráveis, associadas à tecnologia da

indução floral, possibilitam à fruticultura nordestina a obtenção de mais de uma

colheita por ano, favorecendo a comercialização de frutas nas janelas de mercado,

quando são praticados os melhores preços. Dentre as frutas que se tem utilizado

dessa tecnologia, destacam-se a manga e a uva, mas há também na região o cultivo

expressivo de goiaba, coco, melão, cebola, melancia, acerola, maracujá e banana

(CARVALHO, 2009).

A principal atividade frutícola no Vale do rio São Francisco é a produção de uva

e manga. Esse cultivo ocupa mais de 35 mil hectares em área plantada, exportando

grande parte dessa produção durante o ano. Em 2014, a manga do Vale respondeu

por 85% das 122,2 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil aos Estados Unidos

e União Europeia, o que a tornou a segunda fruta mais exportada em volume e a

primeira em receita. Já o mercado da uva, vem sofrendo modificações.

Page 13: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

13

Nos últimos anos, produtores de uva do Vale do São Francisco têm aumentado

a quantidade da fruta destinada ao mercado brasileiro devido aos bons preços

praticados, resultado do aumento da classe média, e pelo enfraquecimento da

economia e desvalorização da moeda dos principais importadores da uva brasileira.

Atualmente, a fruta da região do Vale já chega ao País inteiro, inclusive à região Norte,

onde a logística ainda é bastante precária (ZAGATI e BRAGA, 2013). Além das uvas

de mesa, o mercado da uva também abrange a produção de suco concentrado, vinhos

e espumantes.

3.2. Interferência das plantas daninhas na fruticultura

Entende-se por interferência a soma de pressões que a cultura sofre em virtude

da convivência com as plantas daninhas, por certo período e em determinadas

condições de clima, solo e manejo. O grau de interferência entre plantas cultivadas e

comunidades infestantes depende das manifestações de fatores ligados a

comunidade infestante (composição específica, densidade e distribuição), da própria

cultura (espécie ou variedade, espaçamento e densidade de plantio) e da época e

extensão da convivência (SILVA e SILVA, 2007).

A competição é a principal forma de pressão direta pelos fatores limitados num

ecossistema comum. Os recursos que estão mais frequentemente sujeitos a

competição são a luz, espaço e principalmente, água e nutrientes minerais essenciais.

De acordo com Durigan e Timossi (2002), a não realização do controle satisfatório de

plantas daninhas em épocas iniciais do ciclo de plantas cítricas, acarreta em

significativos prejuízos na absorção de nutrientes que promovem a completa formação

e maturação dos frutos, assim como o decréscimo hídrico no solo. Silva e Ronchi

(2003), ao avaliar a competição entre diversas espécies de plantas daninhas e plantas

de café, observaram umas das suas caraterísticas gerais, que é a capacidade muito

superior de extração e acúmulo de nutrientes pelas espécies invasoras, em relação

as plantas cultivadas, causando déficit na taxa de absorção dos nutrientes pela planta

de interesse econômico.

Certas espécies interferem alelopaticamente sobre as plantas cultivadas,

causando sérios prejuízos ao seu crescimento, desenvolvimento e produtividade

(OLIVEIRA JUNIOR, 2011). A exemplo da tiririca (Cyperus rotundus), que, segundo

Andrade et al. (2009), interferiu na germinação de sementes, no crescimento e

Page 14: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

14

desenvolvimento da parte aérea e radicular, de várias oleráceas como o rabanete,

alface, tomate, couve-flor, brócolis, mostarda e repolho. Rice (1974), define alelopatia

como o efeito prejudicial de uma planta sobre outra através da produção de compostos

químicos liberados ao ambiente. Outros danos diretos ocasionados pelas plantas

daninhas são a redução na qualidade do produto comercial; a possibilidade da não

certificação de campos de sementes e mudas em torrão, como é o caso de mudas

cítricas produzidas em viveiro infestado com tiririca e o parasitismo em plantas

cultivadas (SILVA e SILVA, 2007).

O principal dano indireto ocasionado pelas plantas daninhas é na ocasião em

que servem de hospedeiras alternativas de organismos nocivos a espécies vegetais

cultivadas, servindo como fonte de inóculo de doenças, ou também como abrigo para

insetos praga que em certos casos, podem ser vetores de severas doenças. Ronchi

et al. (2008) identificaram várias espécies, podendo ser citadas a Commelina

benghalensis e a Solanum americanum como plantas daninhas hospedeiras de

vetores importantes de vírus, principalmente o denominado mancha anelar, que

acomete o mamoeiro. É também percebida a interferência indireta de plantas

espontâneas no momento de determinados tratos culturais e da colheita mecanizada,

ao reduzir a eficiência da máquina, e manual, por dificultar a entrada do trabalhador

na área e até mesmo por poder abrigar animais peçonhentos.

3.3. Manejo integrado de plantas daninhas na fruticultura

O controle das plantas daninhas consiste em suprimir o crescimento e/ou

reduzir o número de plantas até níveis aceitáveis para convivência, de modo que estas

não causem prejuízos para a cultura. As possibilidades de controle de plantas

daninhas incluem os métodos preventivo, cultural, físico, mecânico, biológico e

químico (CARVALHO, 2014).

O controle preventivo objetiva a redução da infestação do banco de

dissemínulos na área, principalmente por meio da aquisição de sementes e mudas

certificadas, que garantem a pureza do material, assim como a utilização de esterco

curtido e a realização da limpeza das máquinas (MAIA e CAMARGO, 2012). O

controle mecânico consiste na eliminação das plantas daninhas por meio do efeito

físico, com uso de equipamentos como a enxada, o cultivador e a roçadeira. É o

método mais utilizado para manejar a vegetação da entre linha em pomares. Já o

Page 15: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

15

controle físico, prima pelo uso de alguma prática que exerça influência física sobre as

plantas daninhas, destacando-se a cobertura morta, bastante utilizada na linha de

plantio (VARGAS e OLIVEIRA, 2002). O método de controle químico baseia-se no uso

de produtos químicos (herbicidas) visando matar as plantas daninhas. É o método

mais difundido e sua aceitação decorre por: apresentar menor dependência de mão

de obra, que é cada vez mais cara e difícil de ser encontrada; ser rápido, prático e

eficiente; apresentar controle eficiente, mesmo em épocas chuvosas; poder ser usado

com eficiência mesmo na linha de plantio, sem danificar o sistema radicular da cultura

e poder controlar plantas daninhas de reprodução vegetativa (SILVA e SILVA, 2007).

Na cultura da videira, 29 herbicidas estão registrados junto ao Ministério da

Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA (Anexo). No entanto, esses herbicidas

pertencem a apenas quatro mecanismos de ação, sendo que nenhum deles é

totalmente seletivo para a cultura. Dessa forma, há limitação da rotação de herbicidas

com mecanismos de ação distintos, o que pode gerar problemas de manejo em

relação à seleção de flora tolerante ou mesmo resistente aos produtos (AGROFIT,

2015). Isso reforça a importância do manejo integrado de plantas daninhas.

Em outros países, além desses herbicidas registrados no Brasil, produtos como

flumioxazin, isoxaben, napropamide, norflurazon, oryzalin, oxyfluorfen, pendimethalin,

pronamide, rimsulfuron, trifluralin, carfentrazone, clethodim, diquat, fluazifop e

sethoxydim também são utilizados de maneira eficaz no controle das plantas daninhas

em videiras. No Brasil, a maioria dessas moléculas herbicidas é registrado para uso

em outras culturas (CARVALHO, 2014).

3.3.1. Uso do herbicida Glifosato

O glifosato é um herbicida pós-emergente, pertencente ao grupo químico das

glicinas substituídas, classificado como não-seletivo e de ação sistêmica. Apresenta

largo espectro de ação, o que possibilita um excelente controle de plantas daninhas

anuais ou perenes, tanto de folhas largas como estreitas (YAMADA e CASTRO,

2004).

O glifosato atua como inibidor da atividade da 5-enolpiruvilshiquimato-3-fosfato

sintase (EPSPS), que é catalisadora de uma das reações de síntese dos aminoácidos

aromáticos fenilalanina, tirosina e triptofano. E influencia também outros processos,

Page 16: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

16

como a inibição da síntese de clorofila, estimula a produção de etileno, reduz a síntese

de proteínas e a concentração da auxina (IAA) (GALLI e MONTEZUMA, 2005).

Quanto à absorção pela planta, o glifosato é absorvido basicamente pela região

clorofilada (folhas e tecidos verdes) e translocado, preferencialmente pelo floema,

para os tecidos meristemáticos. Os sintomas comuns observados após a aplicação

de glifosato são clorose foliar seguida de necrose. Mas outros sintomas podem ainda

ser identificados como o enrugamento ou mal formações (especialmente nas áreas

de rebrotamento) e necrose de meristema e também de rizomas e estolões de plantas

perenes (YAMADA e CASTRO, 2007). A molécula de glifosato é praticamente imóvel

no solo, por apresentar rápida e alta taxa de adsorção com os coloides e matéria

orgânica do solo (PRATA et al., 2002).

São escassos os trabalhos que tratam sobre o controle químico de plantas

daninhas na fruticultura, sendo necessário, muitas vezes, extrapolar resultados

obtidos de um cultura para outra, mesmo sem a devida precisão dessa prática.

Experimentos conduzidos por Carvalho et al. (2002, 2003), em quatro regiões

do estado de São Paulo, tiveram por objetivo estudar o manejo de plantas daninhas

com glifosato aplicado na linha da cultura de citros, associado ou não ao plantio direto

de várias coberturas nas entrelinhas. Essas áreas foram conduzidas por um período

de 2 a 5 anos e os resultados médios obtidos mostraram que as melhores

produtividades foram obtidas quando se utilizou o plantio de leguminosas (feijão de

porco, Canavalia ensiformis) como cobertura, seguido pelo tratamento com aplicações

de glifosato, nas doses de 1 080 g do Equivalente Ácido (E.A.) ha-1 e 540 g E.A. ha-1,

respectivamente, na linha e entrelinha, fazendo com que o pomar atingisse

produtividade de 41,1 t ha-1 (GALLI e MONTEZUMA, 2005).

3.4. Controle de Cyperus rotundus L.

Originária da Índia, a tiririca é umas das espécies vegetais com maior amplitude

de distribuição no mundo, estando presente em todos os países tropicais e

subtropicais e em muitos de clima temperado. No Brasil, ocorre praticamente em toda

extensão territorial, podendo atingir entre 15 e 50 cm de comprimento e densidade em

torno de 2000 brotações epígeas por m². Seus prejuízos podem acarretar, uma

redução média de 40% na produção (PASTRE, 2006).

Page 17: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

17

Moreira e Bragança (2011) definem a tiririca como uma espécie herbácea

perene que apresenta caules do tipo bulbo e rizoma longo. Folhas da base da planta

em número de 3 a 5, pouco menores que o eixo da inflorescência, todas lineares. Com

o eixo principal da inflorescência de forma triangular, contendo em seu ápice 3

brácteas, mais longas que os eixos secundários e semelhantes às folhas basais, uma

delas destacando-se pelo seu comprimento. Possui inflorescência do tipo espiga

lanceolada, apresentando coloração vermelho-ferrugínea. As flores mostram-se

aglomeradas nas espigas, não vistosas, desprovidas de perianto, gineceu

gamocarpelar com estilete trífido, androceu com três estames e fruto do tipo núcula.

Os tubérculos e bulbos basais constituem-se no principal local do crescimento

vegetativo prolífico porque contêm as gemas para folhas, rizomas, raízes e haste

floral.

Propaga-se principalmente por meio de tubérculos e engrossamentos dos

rizomas, os quais contêm gemas, e através de sementes. A dispersão por meio de

sementes é pouco significativa, já que apenas 5% delas são viáveis. Quando os

rizomas são rompidos ou quando ocorre movimentação do solo causando corte nos

rizomas, as gemas adicionais são estimuladas, causando o alastramento da invasora.

A disseminação dessa planta se dá na sua totalidade, por ação antrópica, através do

uso de matéria orgânica e máquinas e equipamentos contaminados com propágulos

da tiririca (PEREIRA e MELO, 2008).

Pelo intenso desenvolvimento de cadeias de pseudo-tubérculos no solo

formam-se clones de considerável tamanho. Dos bulbos basais e tubérculos de tiririca

formam-se extensos sistemas de rizomas que se desenvolvem horizontalmente e

verticalmente que podem se aprofundar até 40 cm. Os rizomas em si não tem gemas,

mas de espaço a espaço ocorre uma hipertrofia, semelhante a um tubérculo, no qual

ocorrem gemas. Durante os primeiros meses de formação das plantas, o sistema

vascular é contínuo através de rizomas e hipertrofias. Em plantas mais velhas a

continuidade dos rizomas é interrompida, o que explica a dificuldade de translocação

de herbicidas sistêmicos (PASTRE, 2006).

A fotossíntese de C. rotundus é efetuada pelo ciclo C4, altamente eficiente em

regiões quentes, pelo melhor aproveitamento da luz. Dessa forma, a parte aérea é

sensível a sombreamentos, mas especificamente para a tiririca, é falsa a impressão

de que a barreira de palha possa inibir totalmente a sua brotação e a formação de

Page 18: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

18

manifestações epígeas, pois o alto vigor germinativo dos tubérculos possibilita, em

alguns casos, a quebra dessa barreira física, como observado por (DURIGAN et al.,

2004).

O controle químico tem sido a alternativa de melhor eficiência no controle de

tiririca. A ação dos herbicidas, localizada ou sistêmica, é substancialmente

influenciada pelas características anatomorfo-fisiológicas das plantas, tais como a

orientação das folhas, espessura da cutícula e o transporte de assimilados que podem

alterar a interceptação, retenção, absorção e translocação das moléculas para os

sítios de ação. O mais importante efeito do herbicida é o decréscimo na produção e

na brotação dos tubérculos desta espécie por um período maior.

De acordo com Parker & Dean (1972 apud CLEMENTE, 2009, p.24), para fins

de controle químico, a emissão de brotamento múltiplo nos tubérculos pode levar a

três caminhos de melhoria da atuação dos herbicidas: (i) as gemas ativas são pontos

onde os herbicidas se translocam mais facilmente, sendo mortas com maior facilidade

que as dormentes; (ii) o brotamento extra pode esgotar as reservas dos tubérculos e

diminuir a capacidade regenerativa da planta após a aplicação de um herbicida e (iii)

as manifestações epígeas extras podem fornecer grande incremento na área foliar

para a maior absorção e translocação do herbicida.

O herbicida glifosato tem uma comprovada eficácia no controle da tiririca, pois

é translocado dentro da planta, matando as manifestações epígeas e controlando o

segmento da cadeia de tubérculos (DURIGAN, 2005). Em função disto, é o herbicida

que proporciona as maiores reduções na rebrota após determinado período de tempo

(KEELEY et al., 1986). Um estudo realizado por Arévalo et al. (1995) mostrou que

glifosato aplicado isolado nas doses de 720, 1440 e 2160 g ha-1, promoveu o controle

de C. rotundus aos 30 dias após a aplicação dos tratamentos, apresentando tendência

de ser mais eficaz, conforme o aumento da dose.

3.5. Fatores que influenciam a tecnologia de aplicação de herbicidas

Para que seja efetuado uma aplicação eficiente, é necessário que se tenha

conhecimento dos fatores que a influenciam. Balastreire (1990) cita o clima, o solo, o

hospedeiro, o princípio ativo, o veículo, a máquina e o operador, como as principais

variáveis responsáveis por imprecisões na aplicação.

Page 19: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

19

Condições climáticas apresentando umidade relativa acima de 50%, velocidade

do vento entre 3 e 10 km/h e temperatura abaixo de 30ºC, são as ideais para a

aplicação. Variações nesses parâmetros ou a combinação desfavoráveis dos mesmo,

pode prejudicar o sucesso da pulverização. A ausência de ventos impede que gotas

pequenas atinjam o alvo, por não terem energia suficiente para isso. Já a alta

velocidade, pode provocar deriva, assim como elevadas temperaturas, baixa umidade

relativa do ar, velocidade excessiva de deslocamento da máquina, alta volatilidade do

princípio ativo, tipo de ponta e seu correspondente espectro de gota dada uma

pressão de trabalho (ANDEF, 2014). Christofoletti, (1997) define a deriva como sendo

o desvio da trajetória das partículas liberadas pelo processo de aplicação e que não

atingem o alvo.

O glifosato, por ser um herbicida não-seletivo e altamente eficiente, se utilizado

de forma inadequada poderá ocasionar fitotoxicidade às plantas, sendo necessário o

controle rigoroso sobre a deriva, já que, considerando as características de

comportamento do glifosato no solo, se a aplicação do produto for feita dentro dos

padrões técnicos recomendados, é praticamente nula a possibilidade de vir a atingir

as plantas cultivadas. Gravena (2006), estudando o efeito do glifosato na laranjeira,

observou a queda de frutos em fase final de desenvolvimento devido à produção de

etileno em frutos em elevado estádio de maturação (causando a abscisão).

Doses não letais do glifosato inibem a produção de fitoalexinas derivadas da

rota chiquímica de algumas plantas, aumentando a susceptibilidade a patógenos

(BERGAMIN et al., 1995). É importante frisar que as fitoalexinas podem ser

produzidas por quatro rotas diferentes, sendo a do ácido chiquímico mais uma delas

e a única que pode ser afetada pelo glifosato (YAMADA e CASTRO, 2004). Além

disso, essa não é a rota metabólica mais importante. Vargas e Oliveira (2013) relatam

que quando for usar o glifosato em um vinhedo deve-se ter o cuidado em fazer a

desbrota antecipada de brotos no toco do porta-enxerto para evitar fitointoxicação das

plantas. Por outro lado, Cordero-Bueso et al. (2011 apud CARVALHO, 2014, p. 54) ao

realizar estudos em vinhedos na cidade de Madrid, observou que o uso de herbicidas

no controle de plantas daninhas, como o glifosato, pode ter estimulado a ocorrência

de populações de leveduras, incluindo as estirpes fermentativas (importantes na

produção vinícola), já que as leveduras poderiam ter utilizado o glifosato como

substrato energético. Outro fator relevante que afeta a aplicação de herbicida é o

Page 20: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

20

volume de calda utilizado, apesar de ser pouco evidenciado em estudos científicos. O

volume de aplicação é a quantidade total da solução entre o diluente (água) mais o

produto comercial (princípio ativo e ingredientes inertes) que é utilizado na

pulverização, por unidade de área ou por planta. O volume correto ou adequado, é

definido tecnicamente, levando-se em consideração o tipo de ponta utilizada,

condições climáticas locais, porte ou densidade foliar das plantas e modo de ação dos

defensivos agrícolas, não representando um valor pré-estabelecido.

Shiratsuchi e Fontes (2002), especificam a classificação de volumes de calda

em função dos tipos de cultura, conforme a tabela 1.

Tabela 1 – Classificação de volumes de calda.

Designação do Volume

Volume L ha-1

Culturas de Campo Culturas Arbóreas

Alto > 600 >1000

Médio 200-600 500-1000

Baixo 50-200 200-500

Muito Baixo 5-50 50-200

Ultra Baixo <5 >50

A quantidade do diluente utilizado possui a capacidade de influenciar na

concentração do princípio ativo e com isso afetar sua ação biológica. Volumes

excessivos, ocasionam a diluição do princípio ativo, reduzindo a chance de o mesmo

atingir o alvo, e ocasionam uma saturação da superfície foliar, provocando o

escorrimento do produto para o solo e sua consequente perda (SHIRATSUCHI E

FONTES, 2002). No caso de herbicidas sistêmicos, por possuírem uma alta

translocação na planta, não é necessário a cobertura total das folhas, podendo ter

gotas maiores que evitam a deriva e outras perdas (ANDEF, 2014). Fleck et al. (1999)

percebeu uma redução no controle de arroz daninho, utilizando glifosato, com

aumentos sucessivos do volume de calda utilizados.

O importante é colocar o produto de forma correta no alvo com o mínimo de

desperdício e contaminação do ambiente. As aplicações com volume de calda

menores têm sido preferidas por razões econômicas, tanto pela busca por maior

capacidade operacional dos pulverizadores, como pelo menor consumo de água.

Page 21: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

21

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Local do ensaio

O experimento foi conduzido na fazenda Cappellaro Fruits que encontra-se no

projeto irrigado Senador Nilo Coelho, Núcleo 08 (N-8), nas coordenadas 9°17'30" Sul

e 40°27'37" Oeste, localizado no município de Petrolina-PE. O clima da região é

classificado, segundo Köppen, como sendo de clima tropical semiárido, tipo BshW,

seco e quente na parte norte e semiárido quente estépico na parte sul, caracterizado

pela escassez e irregularidade das precipitações, com chuvas no verão e forte

evaporação em consequência das altas temperaturas.

4.2. Delineamento experimental

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com quatro

repetições e seis tratamentos. Cada unidade experimental constou de 1,2 m (largura

do camalhão) x 6 m de comprimento, sendo cada parcela delimitada por estacas

previamente identificadas. O fator em estudo foi o volume de calda para pulverização,

dessa forma, os tratamentos foram compostos por:

(T1) - Testemunha (ausência de aplicação);

(T2) - 150 L ha-1;

(T3) - 200 L ha-1;

(T4) - 300 L ha-1;

(T5) - 400 L ha-1;

(T6) - 500 L ha-1.

Para o controle da tiririca utilizou-se 3,5 L/ha do herbicida Crucial® (registrante:

Nufarm S.A.), que possui como princípio ativo o glifosato com a mistura dos sais de

potássio (298 g L-1) e de isopropilamina (MIPA) (400 g L-1). O Equivalente Ácido (E.A.)

do produto é de 540 g L-1, o que implica num total 1890 g do E.A. por hectare que foi

pulverizado no ensaio.

4.3. Implantação do experimento

A aplicação ocorreu no dia 27 de março de 2015, no período da manhã. Foram

mensurados as condições climáticas ambientais no início e no final da aplicação,

como especificado na tabela 2. Utilizou-se um anemômetro digital portátil da marca

Page 22: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

22

TFA (modelo 7607.01.0.00) para medir a velocidade do vento e um termômetro digital

também da marca TFA (modelo 30.1009) para medir a temperatura e a umidade

relativa do ar. Todos os parâmetros foram obtidos abaixo do parreiral, objetivando

refletir as reais condições do local de aplicação. A nebulosidade diurna foi estimada

em 20% e os ventos direcionavam-se do Sul para o Norte.

Tabela 2 – Dados coletados no início e fim da aplicação do ensaio.

4.4. Desenvolvimento do experimento

Sob o cultivo de videira (cultivar Vitória) conduzida em latada e em repouso

(estágio não produtivo), a área selecionada estava infestada naturalmente por

Cyperus rotundus em estádio de pré-florescimento, apresentando de 4 a 5 folhas,

numa densidade média de 512 manifestações epígeas m-2 e altura média de 50 cm,

que foram medidas com o auxílio de uma estrutura feita de tubo PVC contendo 1m2

de área e uma trena, respectivamente. Afim de se evitar estresse na tiririca e

consequentemente obter uma maior absorção do produto, foi aplicado uma lâmina de

irrigação no dia anterior à data de aplicação do ensaio. Para que não houvesse

fitointoxicação das videiras, foram retiradas todas as brotações do porta-enxerto (parte

basal), assim como todas as varas que estavam atingindo o solo.

Para aplicação dos tratamentos foi utilizado um pulverizador costal de pressão

constante da marca Herbicat, dada por CO2 comprimido (Figura 1), equipado com

quatro pontas distintas da marca Magnojet do tipo leque com jato plano (110.015,

110.02, 110.03 e 110.04) (Figura 2) usados em diferentes momentos, os quais

condicionaram aos diferentes tratamentos empregados.

O pulverizador foi acoplado a uma barra de 1,5 m de largura, equipado com

quatro bicos, distando-se 0,5 m entre os mesmos. Porém, para uma melhor

performance na pulverização, foram utilizados apenas os dois bicos do lado esquerdo

da barra, sendo tratado um lado do camalhão por caminhamento, totalizando dois

caminhamentos por parcela. O equipamento foi previamente calibrado, levando-se em

consideração uma velocidade de deslocamento constante de 1 m/s do aplicador e o

volume de calda coletado a uma determinada pressão por 30 segundos.

U.R. (%) V (km h-1) T (ºC)

Início 38 3 31,1

Fim 25 4 38,0

Page 23: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

23

Como o volume de aplicação era variável, a dose do produto comercial também

variou nos recipientes para cada tratamento afim de igualar a dose do produto por

parcela, de modo que: (T2) recebeu 23,4 mL L-1; (T3) recebeu 17,5 mL L-1; (T4) recebeu

11,7 mL L-1; (T5) recebeu 8,8 mL L-1; (T6) recebeu 7,0 mL L-1 (tabela 3). Essa

quantidade de produto foi obtida por meio de uma seringa graduada.

Figura 1 - Pulverizador costal pressurizado a CO2.

Fonte: ARAÚJO, V. F. 2015

Figura 2 - Amostra das pontas Magnojet utilizadas no ensaio. Ponta 110.015 (verde), ponta 110.02 (amarelo), ponta 110.03 (azul), ponta 110.04 (vermelho).

Fonte: ARAÚJO, V. F. 2015

Tabela 3 - Representação dos tratamentos.

Tratamento (L ha-1) Ponta Dose

Crucial® (mL L-1)

Dose glifosato E.A.

(g L-1)

Pressão (kgf cm-2)

Pressão (bar)

T1 Testemunha - - - - -

T2 150 110.015 23,4 12,64 0,9 0,88

T3 200 110.02 17,5 9,45 1,0 0,98

T4 300 110.03 11,7 6,32 1,0 0,98

T5 400 110.04 8,8 4,75 1,3 1,27

T6 500 110.04 7,0 3,78 2,4 2,35

Page 24: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

24

A água usada no ensaio foi a mesma disponibilizada ao produtor pelo distrito

de irrigação. A água mostrava-se incolor (livre do excesso de impurezas) e o seu pH

foi medido por meio de um pHmetro portátil digital portátil da marca Salcas (modelo

PH-1700). O valor médio de três medições foi de 6,1. Após a adição do glifosato à

calda, também foi mensurado o valor de pH, mostrando uma acidificação do meio à

um patamar médio de 4,7. Não foi adicionado redutor de pH, óleo mineral, espalhante

adesivo ou qualquer tipo de aditivo à calda.

4.5. Variável analisada

A eficiência dos tratamentos no controle (dessecação) de C. rotundus foi

avaliada aos 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação do tratamento (DAA) pelo método

de avaliação visual, atribuindo-se notas em porcentagem de controle em relação à

testemunha a partir da média das notas de dois avaliadores. A escala empregada

variou entre 0 (sem danos visíveis) e 100% (dessecação total de plantas) (SBCPD,

1995).

4.6. Análise estatística dos dados

Os dados de eficácia dos tratamentos foram submetidos à análise de regressão

e à análise de variância a 5% de significância pelo teste de F. Na comparação das

médias dos efeitos, quando significativas, foi aplicado o teste de Scott-Knott a 5% de

probabilidade. A análise dos dados foi realizada por meio do software estatístico

Sisvar (5.0) (FERREIRA, 2008).

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O glifosato provoca reações relativamente lentas na planta alvo, quando

comparados com herbicidas de contato, imprimindo sintomas de clorose foliar

seguidas de necrose. Os maiores incrementos no controle foram percebidos até os 14

DAA, alcançando patamares de até 80% no controle da tiririca. Além da elevada dose

utilizada do glifosato, a tecnologia de surfactantes bioativadores aliado a composição

de duplo sal do Crucial®, por proporcionar uma maior velocidade de penetração e

translocação do produto, pode ter influenciado no rápido controle da tiririca. Ainda

entre os 14 DAA e os 21 DAA houve um aumento substancial da ação herbicida

(Figura 3).

Page 25: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

25

Figura 3 - Porcentagem de controle de C. rotundus ao longo dos dias de avaliação para os diferentes tratamentos. A) 150 L ha-1, B) 200 L ha-1, C) 300 L ha-1, D) 400 L ha-1 E) 500 L ha-1.

O volume de calda influenciou de forma significativa na porcentagem de

controle de C. rotundus durante todo o período de avaliação. A figura 4 apresenta

regressões ajustadas ao modelo linear, em que é demonstrado uma relação inversa

entre o aumento do volume de aplicação e a dessecação de Cyperus rotundus L.,

sendo atingidos elevados coeficientes de determinação nas regressões.

Os menores volumes de calda proporcionaram uma maior percentagem de

controle da tiririca, corroborando com outras pesquisas desenvolvidas nesse âmbito.

41.3

8089 92.8

y = -0,18x2 + 8,58x - 8,84R² = 0,98

0

20

40

60

80

100

0 7 14 21 28

Co

ntr

ole

(%

)

Dias

A

28.8

63.870.3

76.3

y = -0,15x2 + 7,31x - 13,7R² = 0,97

0

20

40

60

80

100

0 7 14 21 28

Co

ntr

ole

(%

)

Dias

D

42.5

78.887.3 89

y = -0,18x2 + 8,29x - 5,85R² = 0,98

0

20

40

60

80

100

0 7 14 21 28

Co

ntr

ole

(%

)

Dias

B

38.8

68.878.3 80.3

y = -0,14x2 + 6,91x - 1,95R² = 0,99

0

20

40

60

80

100

0 7 14 21 28

Co

ntr

ole

(%

)

Dias

C

23.8

58.867.8 71

y = -0,16x2 + 7,83x - 22,05R² = 0,98

0

20

40

60

80

100

0 7 14 21 28

Co

ntr

ole

(%

)

Dias

E

Page 26: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

26

Figura 4 - Porcentagem de controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de

aplicação.

41.3 42.5 38.828.8

23.8

y = -0.0556x + 52.248R² = 0.9231

0

20

40

60

80

100

0 100 200 300 400 500

Co

ntr

ole

(%

)

volume de calda (L ha-1)

7 DAA

80 78.868.8

63.858.8

y = -0.064x + 89.848R² = 0.9778

0

20

40

60

80

100

0 100 200 300 400 500

Co

ntr

ole

(%

)

volume de calda (L ha-1)

14 DAA

89.0 87.378.3

70.3 67.8

y = -0.0662x + 99.009R² = 0.9687

0

20

40

60

80

100

0 100 200 300 400 500

Co

ntr

ole

(%

)

volume de calda (L ha-1)

21 DAA

92.8 89.080.3 76.3

71.0

y = -0.062x + 101.05R² = 0.9787

0

20

40

60

80

100

0 100 200 300 400 500

Co

ntr

ole

(%

)

volume de calda (L ha-1)

28 DAA

Page 27: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

27

Resultado semelhante foi encontrado por Mohamad e Omar (1998), que ao estudar o

efeito do volume de pulverização de glifosato para o controle de Cyperus rotundus em

estágio inicial de desenvolvimento, verificaram uma maior ação herbicida em

aplicações com 100 L ha-1 e 200 L ha-1, em relação ao maior volume de calda utilizado

(400 L ha-1). Ainda em concordância com os resultados encontrados, Liu e Campbell

(1996) e Campos et al. (2011), verificaram proporcionalidade inversa entre os fatores

em estudo e a eficácia herbicida do glifosato para as espécies Populus tremulois e

Pennisetum glaucum, respectivamente.

Esse maior controle é atribuído ao aumento da fitotoxicidade herbicida com o

aumento da sua concentração na calda devido à redução do volume do diluente

(BUHLER e BURNSIDE, 1987). A alta concentração herbicida na solução pode

aumentar a fitotoxicidade devido a maior absorção de herbicida por unidade de volume

da solução que penetra na folha, além de criar um gradiente de concentração entre a

solução e a folha, o que aumenta a taxa de difusão do herbicida para o interior da

folha (BUHLER e BURNSIDE, 1984). O elevado volume de calda também pode

ocasionar o escorrimento excessivo do produto para o solo, deixando de concentrar-

se no alvo, e perdendo sua ação devido às suas característica de baixa mobilidade no

solo e consequente inatividade absortiva pelas raízes.

Não foi observado qualquer sintoma visual de fitotoxicidade na videira em

nenhum dos tratamentos, mesmo o ensaio tendo sido aplicado sob condições

ambientais não tão favoráveis, refletindo temperaturas entre 31,1ºC e 38ºC e umidade

relativa do ar entre 38% e 25%, e que consequentemente favorecem a deriva, que é

umas das causas pelas quais é possível ocasionar problemas para a plantas cultivada.

A retirada das brotações emitidas pelo porta-enxerto, foi uma prática

preponderantemente adotada antes da aplicação, para que esse resultado tenha sido

alcançado.

Os valores de 150 L ha-1 e 200 L ha-1 proporcionaram os melhores resultados,

não diferindo-se estatisticamente entre eles nas avaliações, conforme a figura 5, e

assumindo valores significativamente superiores aos demais tratamentos. O efeito dos

tratamentos foi perceptível logo na primeira avaliação (7 dias), em que o T3 (200 L

ha-1) apresentou quase o dobro do controle quando comparado com T6 (500 L ha-1),

evidenciando 42,5% e 23,8%, respectivamente. Aos 28 DAA, o máximo controle foi

obtido, alcançando um patamar de 92,8% de controle por meio do T2 (150 L ha-1).

Page 28: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

28

Figura 5 - Porcentagem de controle visual em plantas de C. rotundus sob o efeito de

glifosato em diferentes volumes de calda aos 7, 14, 21 e 28 DAA.

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna e em cada avaliação pertencem, estatisticamente, ao mesmo grupo pelo teste de Scott-Knott ao nível de significância de 5% (P>0,05).

Além dos ganhos no controle, um reduzido volume de aplicação também

implica numa melhor capacidade operacional na pulverização, trazendo ganho no

tempo empregado nessa operação pela menor necessidade de reabastecimento do

pulverizador por unidade de área, remetendo a uma maior economia de água e menor

despesa para o agricultor.

6. CONCLUSÃO

Nas condições em que foi realizado o trabalho, conclui-se:

Existe efeito significativo do volume de calda no controle de plantas de C.

rotundus sob o efeito de glifosato, de modo que os menores volumes de calda

proporcionam melhor controle.

Os melhores resultados foram encontrados com o volume de aplicação de 150

L ha-1 tanto por reportar um maior percentual de controle como também por

propiciar uma maior capacidade operacional à pulverização.

0 0 0 0

A

A

A A

A

A

A A

A

B

B B

B

BC B

B

B

C B

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

7 Dias 14 Dias 21 Dias 28 Dias

Co

ntr

ole

(%

)

Testemunha 150 L/ha 200 L/ha 300 L/ha 400 L/ha 500 L/ha

Page 29: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

29

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGROFIT - Sistema de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons>. Acesso em: 10 de Maio 2015.

ANDEF - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL. Manual de tecnologia de aplicação. São Paulo, SP: Linea Criativa, 2014.

ANDRADE, H. M.; BITTENCOURT, A. H. C.; VESTENA S. Potencial alelopático de Cyperus rotundus L. sobre espécies cultivadas. Ciência e Agrotecnologia., Lavras, v. 33, Edição Especial, p. 1984-1990, 2009.

SANTOS, C. E. et al. Anuário brasileiro da fruticultura – Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta, Santa Cruz, 2013.

SANTOS, C. E. et al. Anuário brasileiro da fruticultura – Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta, Santa Cruz, 2014.

ARÉVALO, R. A.; COSTA, E. D.; ROZANSKI, A.; IGUE, T.; ROSSETTO, R. Efeito do glifosato no controle de quatro biótipos de Cyperus rotundus. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 20, 1995, Florianópolis. Resumos, Florianópolis: SBCPD. 1995. p. 393.

BALASTREIRE, L. A. Máquinas agrícolas. São Paulo: Manole, 1990. 307 p.

BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIM, L. (Ed.). Manual de fitopatologia. São Paulo: Ceres, 1995. p. 417-452.

BUHLER, D. D.; BURNSIDE, O. C. Effect of application factors on post emergence phytotoxicity of fluazifop-butyl, haloxyfopmetyl, and sethoxydin. Weed Science Society of America, San Juan, v.32, n.5, p.574-583, 1984.

BUHLER, D. D.; BURNSIDE, O. C. Effect of application variables on glyphosate phytotoxicity. Weed Science Society of America,San Juan, v.1, n.1, p.14-17, 1987.

CAMPOS, C. F. et al. Efeito de diferentes herbicidas, doses e volume de calda na dessecação de milheto [Pennisetum glaucum (L. Leek)]. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v. 78, n. 1, p. 63-69, mar. 2011.

Page 30: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

30

CARVALHO, L. B. (Org). Monitoramento e manejo de plantas daninhas em videira de altitude. Editado pelo autor, Lages, SC, 2014, 56 p.

CARVALHO, J. E. B.; PITELLI, R. A.; MONTEZUMA, M. C.; CALDAS, R. C. Efeito de períodos de controle de plantas daninhas sobre a produtividade dos citros em São Paulo. Cruz das Almas: Embrapa, 2003. 5 p. (Comunicado Técnico, n. 86).

CARVALHO, J. E. B. et al. Leguminosa no controle integrado de plantas daninhas para aumentar a produtividade da laranja-'pêra'. Revista Brasileira Fruticultura, Jaboticabal, v. 24, n. 1, p. 82-85, Abr. 2002.

CARVALHO, J. M. M. (Org.). Apoio do BNB à pesquisa e desenvolvimento da fruticultura regional. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 2009. 244 p.

CARVALHO, J. E. B.; CARDOSO, S. S.; COSTA NETO, A. O. Influência das épocas de controle das plantas daninhas sobre a produção de laranja-‘Pêra’. Planta Daninha, Viçosa, v. 11, n. 1/2, p.49-54, 1993.

CLEMENTE, G. T. Efeitos da aplicação de ácido giberélico na susceptibilidade de Cyperus rotundus L. ao glifosato. 2009. 40 p. Dissertação (mestrado) -Universidade estadual paulista, Botucatu, 2009.

CHRISTOFOLETTI, L. A. Considerações sobre tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas. Diadema: Spray Sistems do Brasil, 1997. 14 p.

DRUMOND, M. A.; ROCHA, E. M. M. (ed.). Fruticultura irrigada: o produtor pergunta, a Embrapa responde. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2011. 274 p. il. - (Coleção 500 perguntas, 500 respostas).

DURIGAN, J. C.; CORREIA, N. M.; TIMOSSI, P. C. Estádios de desenvolvimento e vias de contato e absorção dos herbicidas na inviabilização de tubérculos de Cyperus rotundus. Planta Daninha, Viçosa, v. 23, n. 4, p. 621-626, 2005.

DURIGAN, J.C.; TIMOSSI, P.C. Manejo de plantas daninhas em pomares cítricos. Bebedouro, SP: EECB, 2002, 53p. (Boletim Citrícola, n. 22)

Page 31: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

31

DURIGAN J.C., TIMOSSI, P.C. e LEITE, G.J. Controle químico da tiririca (Cyperus rotundus), com e sem cobertura do solo pela palha de cana-de-açúcar. Planta Daninha, Viçosa, v.22, n.1, p.127-135, 2004.

FERREIRA, D. F. SISVAR: Um programa para análises e ensino de estatística. Re vista Symposium, Lavras, v. 6, n. 6, p. 36-41, 2008.

FLECK, N. G. et al. Efeitos de parâmetros de aplicação na ação dessecante do herbicida sulfosate sobre plantas de arroz. Planta Daninha, Viçosa, v. 17, n. 1, p. 139-149, 1999.

GALLI, A. J. B.; MONTEZUMA, M. C. Glifosato: alguns aspectos da utilização de herbicida glifosato na agricultura. Santo André: ACADCOM Gráfica e Editora LTDA, 2005. 67 p.

GRAVENA, R. Respostas bioquímicas e fisiológicas de plantas de citros atingidas pelo glyphosate. 2006. 144 p. Tese (Doutorado em Fitotecnia) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba.

KEELEY, P. E., CARTER, C. H., THULLEN, R. J. Influence of glyphosate on respronting of parent tubers of Cyperus rotundus. Weed Science Society of America, San Juan, v. 34, n.1, p. 25-29, 1986.

KISSMANN, K.G. Plantas infestantes e nocivas. Tomo I 2. ed. São Paulo. Basf p.222-229, 1997.

LIU S. H.; CAMPBELL, R. A. Efficacy of glyphosate on Pupulus tremuloidesas affected by droplet size and spray volume. Journal of Forestry Science, New Zealand, v. 26, n. 1/2, p. 276-287. Feb. 1996.

MAIA, J. D. G.; CAMARGO, U. A (Ed.). O cultivo da videira Niágara no Brasil. Brasília, DF: Embrapa, 2012. 301 p.

MOREIRA, H. J. C.; BRAGANÇA, H. B. N. Manual de identificação de plantas infestantes: Hortifrúti. Campinas, SP: FMC Agricultural Products, 2011. 1017 p.

MOHAMAD, R.; OMAR D. Influence of palm oil on the efficacy of glyphosate in the control of Cyperus rotundus L. Faculty of Agriculture. Vienna, n. 5, p. 23-31. Feb. 1998. Disponível em: <

Page 32: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

32

http://www.iaea.org/inis/collection/NCLCollectionStore/_Public/29/026/29026627.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2015.

OLIVEIRA JUNIOR, R. S.; CONSTANTIN, J.; INOUE, M. H. Biologia e manejo de plantas daninhas. Curitiba: Omnipax, 2011. 348 p.

PASTRE, W. Controle de tiririca (Cyperus rotundus L.) com aplicação de sulfentrazone e flazasulfuron aplicados isoladamente e em mistura na cultura da cana-de-açúcar. 2006. 53 p. Dissertação (Mestrado em Agricultura Tropical e Subtropical) – Instituto Agronômico de Campinas, Campinas.

PRATA, F. Comportamento do glifosato no solo e deslocamento miscível de atrazina. 2002, 161 p. Tese (Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba.

PEREIRA, W.; MELO, W. F. Manejo da tiririca no sistema orgânico de produção de hortaliças. Brasília, DF: Embrapa Hortaliças, 2008. 4 p. (Embrapa Hortaliças. Comunicado Técnico, 63).

RICE, E. L. Allelopathy. New York, EUA: Academic Press. 1974, 353p.

ROMAN, E. S. et al. Influência do orvalho e volume de calda de aplicação na eficácia do glyphosate na dessecação de Brachiaria plantaginea. Planta Daninha, Viçosa, v. 22, n. 3, p. 479-482, 2004.

RONCHI, C. P. et al. Manejo de plantas daninhas na cultura do mamoeiro. Planta Daninha, Viçosa, v. 26, n. 4, p. 937-947, 2008.

SILVA, A. A.; RONCHI, C. P. Avanços nas pesquisas sobre o controle de plantas daninhas na cultura do café. In: Produção Integrada de Café, Viçosa, p.103-131, 2003.

SILVA, A. A.; SILVA, J. F. (Ed.) Tópicos em manejo de plantas daninhas. Viçosa: UFV, 2007. 367 p.

SILVA, F. M. L. et. al. Metodologia para determinar a viabilidade de tubérculos de Cyperus rotundus. Revista Brasileira de Herbicidas, Londrina, v. 8, n. 1, p. 1-10, jan./abr. 2009.

Page 33: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

33

SBCPD - SOCIEDADE BRASILEIRA DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS. Procedimentos para instalação, avaliação e análise de experimentos com herbicidas. Londrina: SBCPD, 1995. 42 p.

SHIRATSUCHI, L. S. FONTES, J. R. A. Tecnologia de aplicação de herbicida. Planaltina: Embrapa Cerrados. 2002. 30 p. (Embrapa Cerrados. Documentos, 78).

VARGAS, L.; OLIVEIRA, O. L. P. Manejo de plantas daninhas em fruticultura sob sistema de produção convencional, integrada e orgânica. Bento Gonçalves: CNPUV/Embrapa, 2002. 8 p. Disponível em: <www.cnpuv.embrapa.br/tecnologias/pin/pdf/p_14.pdf>. Acesso em: 22 de Maio 2015.

YAMADA, T; CASTRO, P.R.C. Glifosato, herbicida com singular modo de ação: efeitos secundários e implicações fisiológicas e agronômicas. In: Simpósio Sistema Agrícola Sustentável com Colheita Econômica Máxima. 119, 2004. São Pedro. Anais... São Pedro: POTAFOS, 2004.

YAMADA, T.; CASTRO, P. R. C. Efeitos do glifosato nas plantas: implicações fisiológicas e agronômicas. Informações Agronômicas, set. 2007. p. 32. (INPI. Encartes Técnicos, 119).

ZAGATI F. Q.; BRAGA, D. Vale do São Francisco tem clima favorável para fruticultura. O novo mapa hortifrutícula. Piracicaba, ano 11, n. 121, p. 13-14, mar. 2013.

Page 34: Eficácia do glifosato no controle de Cyperus rotundus L. em função do volume de calda

34

8. ANEXO

Herbicidas registrados junto ao MAPA para uso na videira. Fonte: Comitê Técnico de Viticultura.

Nome Comercial Princípio Ativo Classificação

Toxicológica

Modo

de

Ação

Dose (kg

ou l / ha)

Carência

(dias)

Credit Glifosato III S 1,5 a 6,0 17

Crucial

Glifosato (sal de

isopropilamina +

sal de potássio)

I S 0,8 a 5,0 17

Direct Glifosato III S 0,5 a 3,5 17

Diuron Nortox Diuron III S 2,0 a 6,0 100

Finale Glufosinato de

amônio I S 2,0 21

Glifosato 480

Agripec Glifosato IV S 1,0 a 6,0 17

Glifosato Atanor

48 Glifosato IV S 1,0 a 2,0 17

Gliz 480 SL Glifosato III S 1,0 a 6,0 17

Gliz plus Glifosato II S 1,0 a 6,0 17

Glyox Glifosato IV S 1,0 a 6,0 17

Gramocil Diuron + dicloreto

de paraquate II S + C 2,0 a 3,0 100

Helmoxone Dicloreto de

paraquat I C 1,5 a 3,0 1

Laredo Dicloreto de

paraquate I C 1,5 a 2,0 1

Liberty BCS Glufosinato de

amônio I S 2,0 21

Mademato Mademato I S 1,0 a 5,0 17

Orbit Dicloreto de

paraquate I C 1,5 a 3,0 1

Pilarsato Glifosato III S 1,0 a 5,0 17

Pocco 480 SL Glifosato III S 1,0 a 6,0 17

Polaris Glifosato IV S 0,5 a 5,0 17

Preciso Glifosato I S 0,5 a 3,5 17

Radar Glifosato III S 0,5 a 5,0 17

Roundup

original Glifosato III S 0,5 a 12 17

Roundup

Transorb Glifosato III S 0,5 a 4,5 17

Roundup WG Glifosato IV S 0,5 a 3,5 17

Rustler Glifosato III S 0,5 a 5,0 17

Stinger Glifosato III S 0,5 a 5,0 17

Sumô Glifosato III S 1,0 a 4,0 17

Classificação toxicológica: I- extremamente tóxico = Vermelho / II- Altamente tóxico = Amarelo/ III- Medianamente tóxico = Azul / IV- Pouco tóxico = Verde. Modo de Ação: C- contato / S- sistêmico.