edição 10 domingo, 09.03.2014 r$ 3,20 Órgão oficial da ... · mulher. o tempo segue o seu curso...

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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIV Edição 10 Domingo, 09.03.2014 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Leia na página 11 os desafios do Pr. Adulai Baldé, que juntamente com sua família e demais irmãos da congregação em Gabu, Guiné-Bissau, louvam a Deus pelas vitórias e oram pelos obstáculos existentes na evangelização de muçulmanos. Ex-muçulmano evangeliza muçulmanos Na comemoração do Dia Internacional da Mulher, O Jornal Batista traz em toda sua edição páginas que contam a trajetória da mulher na história da denominação batista, bem como ressalta sua adorável sensibilidade. Conheçam histórias que marcaram a sociedade. Dia de celebrar a sensibilidade feminina

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1o jornal batista – domingo, 09/03/14?????ISSN 1679-0189

Ano CXIVEdição 10 Domingo, 09.03.2014R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

Leia na página 11 os desafios do Pr. Adulai Baldé, que juntamente com sua família e demais irmãos da congregação em Gabu, Guiné-Bissau, louvam a Deus pelas vitórias e oram pelos obstáculos existentes na evangelização de muçulmanos.

Ex-muçulmano evangeliza muçulmanos

Na comemoração do Dia Internacional da Mulher, O Jornal Batista traz em toda sua edição páginas que contam a trajetória da mulher na história da

denominação batista, bem como ressalta sua adorável sensibilidade. Conheçam histórias que marcaram a sociedade.

Dia de celebrar a sensibilidade feminina

2 o jornal batista – domingo, 09/03/14 reflexão

E D I T O R I A L

Nessa data lem-bramos sempre de parabenizar a mulher pela con-

quista de espaço, de pronto há um retrô ao fatídico 8 de março de 1857, uma história de domínio público sobre as tecelãs da fábrica têxtil lá em Nova York, um holocaus-to. O tempo passa e numa Conferência na Dinamarca em 1910 ocorreu à decisão de instituir o dia 8 de março como Dia Internacional da Mulher. O tempo segue o seu curso e em 1975 um decreto da Organização das Nações Unidas oficializa a data que entrou na agenda internacional dos executivos e em particular da mulher, como reconhecimento pelo trabalho que o seguimento feminino desenvolve em vá-rias áreas do conhecimento. Em nossa pátria a década de 1930 marcou o calendário, 24 de fevereiro de 1932, data jamais esquecida, a institui-ção do voto feminino tanto no executivo quanto no legis-lativo, uma grande conquista abertura inquestionável na política. A mulher faz jus as homenagens que lhe pres-tam, ela é a maestrina dos instrumentos diários na ad-ministração do lar, trabalho secular, escola, filantropia e o que mais aparecer.

A mulher tem se destaca-do na literatura, nas casas legislativas, no executivo e judiciário. Em nossos arraiais ela se destaca nessas áreas e na liderança das organiza-ções, nas missões nacionais, transculturais e no ministério pastoral. Quando me repor-to ao trabalho de mulheres

aguerridas não posso deixar de mencionar Zênia Birzniek, nascida na Letônia, missio-nária do campo sergipano, já de saudosa memória. Re-centemente o pastor João Falcão Sobrinho citou Zênia como uma das missionárias heroínas que doou força e talento para que milhares de pecadores pudessem ver a verdade (OJB, 24.11.2013, p.5). Diviso sem muito esfor-ço mulheres da denominação batista no exercício ou fora de cargos de nossas insti-tuições que possibilitaram e fizeram diferença, levando a palavra de Cristo através de ações na área social, con-tribuindo com a melhoria da cidadania da população mais carente. Entre essas a missionária sergipana Hono-rina Alves Ribeiro hoje com mais de 90 anos, na juventu-de essa abnegada chegou a assumir o cargo de diretora do Lar F. F. Soren, cuidando de crianças órfãs, ao sair da instituição levou algumas consigo educando-as com os recursos de seu trabalho como professora, à época o Lar era localizado em Itacajá. Atualmente Honorina vive em Brasília, é membro da PIB do Gama as restrições de locomoção a impossibilita de ir a Igreja, assim a igreja quinzenalmente vai até sua residência realizar culto e preencher-lhe a vida com afe-to pelo muito que realizou.

E o universo abre o leque e apresenta mulheres com afa-zeres gigantes a exemplo da paraense Edméia Williams, cidadã do mundo, residiu no Iraque, cursou Liderança Cristã no Instituto Haggai,

em Cingapura, fez Missiolo-gia pelo Celly Oak College, na Inglaterra, voltando a sua pátria, o Brasil, radicou-se no Rio de Janeiro onde faz um trabalho meritório no Morro Dona Marta. Ali onde as políticas públicas são tes-tadas em face das visíveis carências, Edméia formou um coral com crianças da favela - início dos anos 90 fundou a casa Maria e Mar-ta - onde tem aplicado seu tempo, talento e finanças em benefício de crianças que não param de chegar. A carioca Marlene Baltazar da Nóbrega é mais uma mulher valorosa, conhece com pro-fundidade sua denominação onde tem exercido cargos de relevância a exemplo dos 13 mandatos na presidência da União Feminina Missio-nária Batista Fluminense, 9 mandatos na presidência da União Feminina Missionária Batista do Brasil e em meio aos países que formam a América Latina, Marlene foi eleita em 2008 na cidade de Guayaquil (Equador) pre-sidente da União Feminina Batista da América Latina, cargo que exerceu com ex-celência até o final do man-dato em novembro de 2013.

Quanta gente trabalhando nos bastidores, como essa gente corre para que tudo aconteça no momento e tem-po apropriado, os homens fazem sim seu trabalho com eficiência, mas o momento é das mulheres, portanto conti-nuo elencando mulheres do passado e do presente que marcaram indelevelmente sua passagem por determi-nados lugares, a paulista Elza

Seehagen Freitas, atualmente com mais de 80 anos, resi-dente em Araras (SP), cidadã fraterna das cidades onde o trabalho de seu esposo pas-tor Ivan Freitas, de saudosa memória, lhe possibilitou contribuir; Aracaju foi uma das cidades onde Elza labo-rou com outras companheiras no departamento feminino e em especial no departamento infantil promovendo na déca-da de 1950, com os recursos existentes, a melhoria da educação infantil nas igrejas sergipanas. Sua contribuição se estendeu até a mídia, co-laborando com o jornal local da denominação mantendo a coluna semanal intitulada O Batistinha, informando e orientando, nutrindo valioso feedback nas igrejas da capi-tal e interior.

Medito no Velho Testa-mento e encontro mulhe-res piedosas, vejo em Ana exercício de fé e ao mesmo tempo contentamento por ter alcançado graça diante de Deus (I Sm 2.1). Citando aqui mulheres valorosas do passado e da contempora-neidade enxergo o exemplo de Ana, no exercício de fé e obediência delas, assim estendo reconhecimento e sinceras homenagens a todas que por fé continuam empreendendo, dando o seu melhor, visando sempre o engrandecimento do reino de Deus seja através das or-ganizações missionárias ou nos campos que o Senhor dos exércitos as colocou.

Sandra NatividadeMembro do Conselho

Editorial de O Jornal Batista

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTELuiz Roberto SilvadoDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOArina Paiva(Reg. Profissional - MTB 30756 - RJ)

CONSELHO EDITORIALCelso Aloisio Santos BarbosaFrancisco Bonato PereiraGuilherme GimenezOthon AvilaSandra Natividade

EMAILsAnúncios:[email protected]ções:[email protected]:[email protected]

REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIACaixa Postal 13334CEP 20270-972Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

3o jornal batista – domingo, 09/03/14reflexão

bilhete de sorocabaJULIO OLIVEIRA SANCHES

Ao formar a mulher Deus dotou-a de sensibilidade não encontrada no ho-

mem. Por isso a mulher é es-pecial e completa o que falta no homem. “Não é bom que ele esteja só,” disse o Senhor. Dar-lhe-ei uma companheira que torne seu trabalho mais agradável, que o auxilie a viver e usufruir a sensibilida-de do Universo. A mulher é mais romântica. Mais sensí-vel ao belo criado por Deus. Emociona-se ao receber uma flor. Os homens não contem-plam flores. Chora ao ouvir o choro do recém-nascido, esquecendo a dor do parto. Algo especial, que levou Jesus a usar tal experiência para explicar aos doze o sig-nificado da separação que sua morte geraria em seus co-rações. A ressurreição traria de volta a alegria eterna da presença de Cristo aos cora-ções dos salvos (Jo 16.20-22).

O toque feminino no inte-rior da casa deixa e transfor-ma o lar em lugar agradável. O ambiente perfumado do lar, mesmo simples, é fruto da sensibilidade feminina. Ao adentrar qualquer ambiente é possível afirmar se nele há ou não o toque de uma mulher. Deus a formou assim e assim deve permanecer.

Esta sensibilidade torna a mulher mais solidária, em todos os aspectos da vida. Caso você não concorde, convido-o a visitar um hos-pital. A probabilidade de um acompanhante do sexo masculino é mínima. Ao lado de um doente sempre há uma mulher, seja filha, mãe, esposa, irmã, nora ou amiga. Homens não suportam ficar ao lado da cama de um enfer-

mo, especialmente terminal.A Bíblia relata-nos belíssi-

mas histórias em que a ação feminina foi decisiva na vida de alguém. Algumas têm seus nomes citados. Outras, a maioria aparece apenas com a identificação do lugar em que atuou. É a história da sunamita. Natural de Sunem (II Reis 4.8). Rica, ofereceu ao profeta Eliseu uma refeição. O profeta foi cativado pelo tempero. Todas as vezes que passava por Sunem se dirigia à residência dessa mulher em busca de saboroso quitute.

Não sabemos quantas refei-ções o profeta saboreou. O texto chama a atenção para a perspicácia e sensibilidade feminina. Ela diz ao marido: “tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus” (II Reis 4.9). As Igrejas deve-riam dar maior atenção a essa narrativa bíblica. Colocar nas comissões de sucessões pastorais apenas mulheres. Evitariam convidar desequi-librados para o ministério e consequente divisões do rebanho. Elas teriam maior capacidade para verificar se o “pastor” a ser convidado é ou não homem de Deus.

A sensibilidade feminina, sua observação persistente, os mínimos detalhes na vida do profeta leva-a a concluir que Eliseu era um homem de Deus. Comprometido com Deus e sua causa. Havia algo no semblante do profeta que o denunciava como alguém que mantinha íntima comu-nhão com Deus. Não era a mensagem de cada domingo, retirada da internet. Não era o púlpito que o fazia homem de Deus, mas, o seu agir diá-rio. O profeta não tinha curso

de especialização. Não pos-suía títulos de pós-graduação. Era um homem do campo, acostumado a andar atrás do arado de uma junta de bois. Mas, possuía algo imprescin-dível: Comunhão com Deus. Carecemos hoje de pastores assim. Homens que durante a semana revelem compro-misso e comunhão com o Senhor. Homens que não mentem.

A sunamita providenciou uma pequena edícula jun-to ao muro para acolher o profeta. Proporcionando-lhe momentos de descanso e reflexão na árdua tarefa de conduzir o povo ao encontro de Deus. O profeta retribui a hospedagem recebida. Gra-tidão é elemento integrante na vida daqueles que foram alcançados pela graça de Cristo. Ser grato é característi-ca do salvo. Numa sociedade ingrata e agressiva carecemos de vidas que saibam agrade-cer. Um copo d’água, uma refeição, o hospedar alguém que labuta no reino de Deus, reconhecer que o novo dia é um presente da misericórdia divina, transforma o viver diário em fonte de crescente alegria.

Todas essas verdades aflo-ram à mente ao pensar no Dia da Esposa do Pastor e no Dia Internacional da Mu-lher. Refletir sobre o atual papel da mulher na socieda-de é um desafio. O embate de conceitos, a liberdade feminina, o feminismo que denigre o valor da mulher, a ação da mulher cristã na sociedade, na família, na Igreja, são assuntos que carecem de reflexão. A mu-lher cristã é diferente. A esposa do pastor, seu papel

na Igreja ao oferecer supor-te ao ministério pastoral e especialmente ao desempe-nhar as funções de esposa, mãe e ajudadora, há que ser reconhecido pelas Igrejas com mais carinho. Neces-sária a recomendação de Paulo aos Filipenses 4.3, nas Igrejas hoje. As Igrejas exigem muito da esposa do Pastor, mas, oferecem pouco em reconhecimento. Algumas há que são eximias pregadoras. Suplantam os maridos em tudo. As Igrejas recebem, alegram-se, mas esquecem da recompensa.

Comprova-se esta verdade ao ver o número de pastores nas Assembleias da CBB sem as esposas.

Mesmo assim a esposa do Pastor não deixa de servir, de oferecer apoio ao esposo no desempenho do minis-tério. Às vezes derramando lágrimas pela ingratidão das ovelhas, sem mesmo revelar ao esposo o que ouve nos corredores do templo.

Às esposas de Pastores o nosso reconhecimento pelo seu dia. Pelo excelente mi-nistério que realizam.www.pastorjuliosanches.org

4 o jornal batista – domingo, 09/03/14

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Mulheres o serviam

reflexão

Há coisas, na biogra-fia de Jesus, que nos surpreendem. Uma delas é o pa-

pel que o gênero feminino de-sempenhou no seu ministério: “essas mulheres ajudavam a sustentá-lo com os seus bens” (Lucas 8.3). A longa lista in-cluía Joana, Susana e, a mais famosa, Maria Madalena.

A biografia da maioria dos líderes religiosos somente registra o papel do gênero masculino. Este fato não é es-tranho a um número conside-rável de ministros religiosos contemporâneos, que nunca admitem depender da ajuda feminina.

O ministério de Jesus, en-tretanto, demonstrou seu

caráter inclusivo, já a par-tir da sua genealogia, onde constam cinco mulheres, incluindo uma meretriz e uma estrangeira. A qualidade inclusiva da missão redentora de Jesus abrange, além das mulheres, as crianças, os estrangeiros, os humilhados, os injustiçados, os pobres, os ignorantes, os ricos, os pode-rosos, os eruditos.

Se queremos, de fato, se-guir a Cristo, nossa visão de ministério deve incluir todo o gênero humano, indistinta-mente. Aquela que recebeu o amor e a restauração do Cristo aprende a receber as pessoas, sem julgamento. Da mesma maneira como foi recebido.

Tarcísio Farias GuimarãesBacharel em Teologia, licenciado em História, pastor titular da PIB em Divinópolis, MG

O Brasil é uma Re-públ ica la ica , isto é, não pos-sui religião ofi-

cial. Desde 15 de novembro de 1889, data da procla-mação da República dos Estados Unidos do Brasil, nenhuma confissão religiosa deve ser favorecida pelo Es-tado. A primeira carta cons-titucional, de 24 de fevereiro de 1891, já declarava em seu Artigo 72º: “Nenhum culto ou igreja gozará de subvenção oficial, nem terá relações de dependência ou aliança com o Governo da União ou dos Estados”.

A Constituição atual, pro-mulgada em 1988, reafirma que o Brasil é um país laico e que Estado e Religião de-vem viver separadamente

neste solo. O Artigo 5º da nossa carta constitucional reafirma que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença”. Então, nas esco-las públicas e privadas não deve ser cultivada qualquer visão religiosa, a não ser que a Escola seja declarada-mente confessional. Mesmo estas precisam atender aos parâmetros curriculares na-cionais e jamais estabelecer programas de proselitismo religioso no ambiente es-colar.

Os pais evangélicos po-dem e devem solicitar à Escola onde matricularam seus filhos que atividades alternativas sejam oferecidas durante ensaios de festas de carnaval, festejos juninos e outros eventos associados à religiosidade católica. Estas datas não são apenas even-tos de cunho cultural, já que tem origem no catolicismo popular e sua inspiração é idólatra. Assim também, a

Escola secular não é lugar para comemoração de Pás-coa, Natal e outros eventos cristãos, os quais são vistos sob diferentes perspectivas entre os grupos religiosos atuantes no Brasil.

Nossos filhos devem ser orientados em casa, com a Bíblia aberta, a não deseja-rem participar de eventos que cooperam para a pro-pagação de atos contrários à nossa fé. Na verdade, se forem bem orientados, eles até sentirão prazer em ex-plicar aos demais colegas porque não participam de datas comemorativas do ca-lendário católico. Um dia, eles crescerão e entenderão que o nosso compromisso com Deus está acima do conforto pessoal.

Devemos aproveitar estas ocasiões, a exemplo dos festejos de carnaval próprios do início do ano, para com-partilhar com professores, diretores e coordenadores

pedagógicos nossa reflexão acerca da laicidade do Es-tado Brasileiro e as razões daquilo que professamos. Uma porta se abre para a pregação do Evangelho sem-pre que precisamos compar-tilhar a nossa fé.

Nossos irmãos em Cristo que atuam como profissio-nais da educação devem ser fomentadores desta dis-cussão. Podem propor às instituições escolares que desenvolvam um projeto pedagógico completamente

laico, que respeite a diver-sidade religiosa do nosso país e favoreça a inclusão de todos os estudantes no ambiente escolar. Mesmo os profissionais, podem solici-tar substituição em eventos que contrariam sua fé. Isto não é incômodo ou falta de profissionalismo. É cidada-nia plena, num Estado que se propõe a garantir o pleno gozo das liberdades indivi-duais para todos, inclusive o direito de não crer ou de crer naquilo que a minoria crê.

5o jornal batista – domingo, 09/03/14reflexão

Ela é uma pessoa amá-vel, tranquila, hoje com oitenta e dois anos de vida, uma

linda história que merece ser contada. Maria Viana mora no morro do Turano, na Ti-juca, desde quando veio de Cabo Frio, sua cidade natal. Aos vinte anos de idade, casou-se com um tintureiro e teve vários filhos. Ficou viúva aos 45 anos e come-çou a frequentar um centro de macumba, tornando-se totalmente escravizada pelos espíritos do mal. Quando ela pensava em afastar-se do ter-reiro, os espíritos ameaçavam matá-la de forma cruel, caso ela os deixasse. Sem mãe, que a abandonou com suas duas irmãs quando ela esta-va com sete meses, sem pai, sem marido, sem amigos, Maria começou a sentir uma profunda solidão na alma. Arranjou um companheiro e todos os fins de semana, ambos iam para os forrós, bailes e gafieiras. No dia 6 de janeiro de 1985, então já com 53 anos de idade, ela se aprontou e desceu o morro para encontrar-se com o companheiro a fim de irem para a feira de São Cristovão, onde passariam o domingo na farra, comendo sarapatel, dançando forró e bebendo cachaça. Ao passar pela porta da Igreja Batista da Liberdade, ela ouviu o cântico de um hino (108 CC) cujas palavras falaram fundo em seu coração. Ela parou e ficou escutando: “Nesse tão glorioso dia quando o crente ressurgir e da glória de Jesus participar, quando os crentes ressurgidos o saudarem no porvir e fizer-se então cha-mada, lá estarei. Quando se fizer chamada, lá estarei”.

Ela permaneceu como que petrificada por aquelas pala-vras que ouvia. Estava indo para um dia de orgia numa feira mundana onde passaria o dia comendo e bebendo pitu, achando que aquilo era uma boa vida e nem de lon-ge suspeitava que houvesse uma vida melhor para viver. Convidada a entrar por um irmão que estava à porta, com passos vacilantes entrou no templo. Foi recebida com muito amor e carinho pela Igreja e ao toque do Espírito Santo em sua alma, aceitou a Cristo e nasceu de novo.

Foi uma experiência real de novo nascimento. Eu era o pastor da Igreja na ocasião e tive o privilégio de batizá-la no dia 14 de dezembro de 1986. Desde então, sua vida mudou completamente. Jesus preencheu o vazio que en-chia seu coração de tristeza. Sentiu que não poderia con-tinuar vivendo com aquele companheiro e dele se se-parou. Logo em seguida este homem adoeceu gravemente e Maria o acolheu em um quarto da sua casa para tratar dele. Ele tinha sido casado e Maria conseguiu aproximá--lo da sua antiga esposa, que passou a cuidar dele e com ele voltou a viver. Desde então, Maria Viana cresceu muito no conhecimento da Palavra de Deus, começou a reunir as crianças vizinhas do bairro para lhes ensinar as histórias bíblicas, trabalhou como evangelista voluntária no presídio de Bangu e no Ferreira Neto, em Niterói, permanecendo fiel ao Senhor até esta data, na mesma Igreja Batista da Liberdade.

Ah, os hinos cujas letras e lindas melodias tocavam o coração dos pecadores e os atraiam para Jesus, para a sal-vação! Durante os cinquenta anos do meu pastorado, ba-tizei muitas pessoas que se converteram a Cristo atraídas por meio dos apelos canta-dos nos hinos que o povo de Deus entoava com unção espiritual. Graças a Deus, ainda há igrejas que se pre-ocupam em selecionar hinos e louvores que convidam os pecadores para virem a Jesus. A maioria dos cânticos atuais, muitos deles com belas letras e melodias, raramente levam uma mensagem de salvação para os pecadores. Nossos cânticos deixaram a teologia da proclamação do evange-lho e hoje expressam a teo-logia do usufruto do evange-lho. Exaltamos a Cristo, mas não assumimos com Cristo o compromisso de proclamar a sua salvação. Fica aí o meu apelo aos que escrevem as letras e compõe as melodias dos nossos louvores para que, além dos cânticos que falam da busca de sentido e de piedade para o viver, traduzam o convite de Jesus aos pecadores para estarem lá quando seus nomes forem chamados no Dia do Juízo.

Rute Salviano AlmeidaBacharel e mestre em Teologia, pós-graduada em História do Cristianismo, membro da Igreja Batista do Cambuí, Campinas, SP

Todo ano, ao come-morarmos o Dia In-ternacional da Mu-lher, lembramos sem-

pre que as mulheres cristãs são aquelas que têm mais a celebrar, porque Cristo as redimiu. Nós brasileiras cris-tãs, redimidas por Cristo, des-frutamos de liberdade para adorar a Deus em nosso país, para exercer quase qualquer profissão, para estudar, para viajar etc. Infelizmente, isso não ocorre em outros países.

Na África e alguns países do Oriente Médio, que pra-ticam uma religiosidade pri-mitiva, milhares de mulheres têm seus genitais mutilados, como forma de controle da mulher. Na Arábia Saudita, Irã e Afeganistão, que têm a maioria da população muçul-mana, mulheres são impedi-das de trabalhar e estudar e

só saem à rua com motivos justificados, acompanhadas de um parente e vestidas da cabeça aos pés pela burga.

Na Ásia, que vivencia a prática de várias religiões, como: budismo, taoismo, confucionismo e xintoísmo, as mulheres praticam o abor-to ao descobrirem que espe-ram uma menina. Na política do filho único, a preferência é por meninos. Até mesmo no judaísmo, as mulheres são discriminadas e são aconse-lhadas a não estudarem a To-rah. A idade escolar chegava cedo para os meninos judeus, aos 5 anos; mas, para as me-ninas não havia necessidade de educação escolar formal.

Porém, damos graças a Deus por Jesus Cristo que quebrou todas as barreiras culturais, sociais e religiosas e ensinou as mulheres, con-versou com elas, elogiou sua fé e contou até mesmo com sua ajuda financeira.

Jesus, mesmo nascido en-tre os judeus, pensava di-ferente, pois Seu reino não era desse mundo. Ele não

estava preocupado com pri-meiros lugares, com aparên-cias, com destaques e não discriminava ninguém. Ele foi contra a cultura de sua época e seguiu a justiça e graça de Deus que não faz acepção de pessoas.

Jesus incluiu mulheres em seu círculo de amigos e dis-cípulos e lhes ensinou os princípios do evangelho. Ele foi o primeiro judeu a ensinar mulheres. Maria, assentou--se aos seus pés para ouvir a sua palavra (Lucas 10.38-29). Jesus recebeu o serviço das mulheres. Ele não estava preocupado com aparências ou com a opinião de outros e as mulheres o serviram com seus bens (Lucas 8.1-3). Jesus conversou com as mulheres e lhes revelou grandes ver-dades. À mulher samaritana ele revelou que era o Messias (João 4.24-20); à Maria Mada-lena e a outra Maria revelou que havia ressuscitado (Ma-teus 28.1-10).

A pregação cristã é dife-rente das outras religiões: “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo, já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu, nem grego, não há servo nem livre; não há homem nem mulher, por-que todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3.28).

Queridas mulheres cristãs, parabéns a todas pelo nosso dia e mais do que nos ale-grarmos com conquistas ter-renas, com cargos melhores e profissões bem remuneradas, devemos nos alegrar por ser-mos do Senhor. Devemos nos alegrar por sermos boas filhas, boas amigas, boas es-posas e mães que guiam seus filhos nos princípios cristãos.

Regozijemo-nos sempre em Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, conscientes de que somos bem-aventuradas, pois somos filhas amadas de Deus, herdeiras com Cristo e co-cidadãs com os santos.

6 o jornal batista – domingo, 09/03/14 notícias do brasil batista

Sandra NatividadeMembro do Conselho Editorial de OJB

O campo sergipa-no continua ce-lebrando seus marcos de van-

guarda, no início de 2013 houve de 25 a 29 de janeiro a realização da 93ª Assem-bleia da CBB em Aracaju, para a alegria dos sergipanos - a segunda experiência em acolher o maior evento anual da denominação - já que a primeira em solo sergipano (75ª) aconteceu de 21 a 25 de janeiro em 1994 num cli-ma de companheirismo e en-tendimento mútuo. No ano que passou, 2013, os batistas sergipanos comemoraram largamente o primeiro cen-tenário da denominação no estado através PIB de Aracaju instalada em 19 de setembro de 1913. No início de 2014 a PIB em Propriá localizada há 105 km de Aracaju celebrou seus 90 anos de existência. A igreja nonagenária de Pro-priá, região do Baixo São Francisco sergipano, está situada na Avenida José Con-rado de Araújo, 264.

A primeira igreja batista dos ribeirinhos sergipanos foi organizada em 16 de fe-vereiro de 1924 com oito membros, sob a presidência do dr. Charles Franklin Stapp missionário norte-americano, responsável pelo campo ser-gipano. Na época a igreja es-tava localizada no logradou-ro denominado Rua Lopes Trovão, s/n residência de um de seus membros professor, Lauro Augusto do Carmo. Os fundadores chegaram por concessão de carta de-missória da PIB de Aracaju, igreja-mãe, lida no ato pelo representante oficial diácono Francisco Costa. Na ínte-gra a relação dos primeiros membros: Lauro Augusto do Carmo, Silvino Graça, Eze-quiel de Souza, Gumercindo

Baptista, Candido Siquei-ra, Maria Flora de Siqueira, Maria Mamedes Barros e Antonio José Passos. O ato organizacional contou com a presença de Álvaro Soares da Silva, pastor eleito da PIB de Penedo, igreja que originou a instalação dos batistas em Sergipe chegando a organizar duas igrejas a PIB de Aracaju, setembro de 1913 e a Igreja Batista em Villa Nova, atual Igreja Batista em Neópolis, setembro de 1924.

Na implantação do evan-gelho de Cristo em Propriá e região circunvizinha muitos foram os pastores, missio-nários da outra América e evangelistas leigos que tra-balharam diuturnamente em prol da evangelização no Baixo São Francisco. Pastores que a lideraram: J. J. Lemos Vasconcelos, Coriolano Cos-ta Duclerc, Tiago Lima, Al-bérico de Souza, missionário Sherrod S. Stower, Ezequias Silva, Benilton Carlos Bezer-ra, Wandir Lobo Bomfim, missionário Elmer Maurice Treadwell, Otoniel Marques Guedes, Hildebrando Tarquí-nio da Silva, Agripino Mari-nho, Luiz Cruz dos Santos, Silvino Ferreira da Silva, Isaú Hormíno de Matos, Manoel Cândido da Silva, Antonio Francisco dos Santos, Samuel Freitas, Dalmario Maciel, Erivelton, missionário Bruce Oliver, Jairo de Souza Perei-ra, Sérgio Paulo S. da Silva, Benilton da Costa Monteiro e desde 19 de fevereiro de 2000 Sandro Vieira Ribeiro.

Lideres que a administra-ram na interinidade: Álvaro Soares da Silva, Angélico Gomes da Silva, Antônio Mart ins Bezerra, Air ton Vieira Lima e missionário Wayne Sorrells. Evange-listas: Nelson Mangueira, Nelson Bonaparte e João Camilo dos Santos. A PIB em Propriá conta com apro-ximadamente 200 mem-bros, número naturalmente

ultrapassado com os dezes-seis batismos realizados, dia 16 de fevereiro, última noite das celebrações.

Em 2008 a igreja que co-memorou seu Jubileu de Ála-mo, organizou a Segunda Igreja Batista em Propriá, em 2010 a Igreja Batista Nova Jerusalém em Aracaju or-ganizou a Igreja Batista El Shaday em Propriá tendo, portanto naquela cidade três igrejas batistas filiadas as Convenções Batista Sergipa-na e Brasileira. O evangelho é propagado também por outras denominações existen-tes na cidade, mas os batistas realizam inserções e alguns até mantém seus programas na radiofonia ribeirinha atra-vés da 104 FM e Ilha FM. Os batistas em Propriá evangeli-zam e promovem impactos que mobilizam multidões cobrindo a região.

Programação dos 90 anosCinco noites de atividades

evangelísticas antecederam o aniversário da mais antiga igreja batista instalada no interior sergipano. Neste ano em que os batistas brasileiros direcionam todo o enfoque para a família, trabalhando o tema - Família, o ideal de Deus para o ser humano - a liderança da PIB em Propriá deu prioridade ao trabalho da denominação com os pe-queninos, dando oportuni-dade a organização Amigos de Missões, começando as comemorações com o Culto Infantil. O belo templo foi pe-queno para a afluência. Nas noites seguintes os preletores foram os pastores: Eubisergi Silva, Antonio Sampaio Neto, Armando Filho e Marivaldo Queiroz.

No domingo, última pro-gramação do aniversário, o preletor foi o pastor Paulo Sérgio dos Santos, da PIB de Aracaju, uma noite memo-rável com a celebração de 16 batismos e o testemunho carregado de emoção de Sandro Ribeiro, pastor da

PIB em Propriá, enfatizan-do que entre os batizan-dos estava sua filha de 16 anos. O novo templo não tinha batistério razão pela qual, até então, os batismos eram realizados no Rio São Francisco, rio que nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais e banha regiamen-te a cidade de Propriá. O batistério, segundo o pas-tor Sandro, era um sonho acalentado pela liderança da igreja há mais de dez anos, mas nessas come-morações se concretizou. Sandro Ribeiro carregando forte emoção por batizar sua filha e o maior número de batizandos numa única noi-te, fez a oração consagrando o batistério e realizando o batismo denominando o ato como histórico na vida da Igreja. Ainda naquela noite houve o memorial da ceia do Senhor onde os mais no-vos membros participaram. A cada programação grupos

musicais e cantores com-partilharam, a exemplo dos cantores Wanderson Silva, Amanda Neuman, Arman-do Filho, Grupos musicais locais e do Coral Vozes de Sião da PIBA, este sob a re-gência do maestro Rivaldo Dantas.

A igreja recebeu algumas homenagens uma das quais a representativa delegação de irmãos da PIB em Penedo (AL) e de placas de reco-nhecimento pelo transcurso dos 90 anos das instituições: Convenção Batista Sergipana e outra da igreja-mãe a PIB de Aracaju, além das inúmeras congratulações de igrejas da região. Para abrigar os convi-dados houve a necessidade de locar cadeiras extras e instalar telão para que pu-dessem acompanhar atenta-mente o culto. Que o evan-gelho de Cristo cresça e seus discípulos corram céleres na divulgação e proclamação da Palavra infalível.

PIB em Propriá: 90 anos na evangelização dos ribeirinhos sergipanos

Cidade de Propriá

Coral Vozes de Sião canta em celebração Dia de celebração

O novo batistério

7o jornal batista – domingo, 09/03/14missões nacionais

Marize Gomes GarciaRedação de Missões Nacionais

Ao longo dos últimos anos, Missões Na-cionais vem traba-lhando no mapea-

mento missionário do Brasil com o objetivo de preencher uma lacuna quanto a dados estatísticos que auxiliassem o planejamento do avanço do evangelho em nosso país continental.

A tarefa não foi fácil, mas, após trabalho árduo e dedi-cação de muitos irmãos, foi lançada a visão Brasil 2020. O mapeamento gerou um site www.visaobrasil2020.com.br onde qualquer pes-soa tem acesso ao cenário brasileiro e às necessidades e oportunidades missionárias. Dados como as 50 maiores prioridades missionárias em termos de plantação de igre-ja; as 20 cidades que mais cresceram em termos popu-lacionais com suas respecti-vas necessidades de novas igrejas e dados do Atlas do Desenvolvimento Humano do PNUD – Programa das Nações Unidas para o De-senvolvimento estão dispo-níveis para todos.

Como todo o mapeamen-to, este material conta com o auxílio das convenções estaduais, associações e igrejas locais para mantê-lo sempre atualizado, à medida que novas igrejas vão sendo plantadas, ou ainda, à medi-da que uma igreja sinaliza sua intenção de plantação em determinada localidade. Faça uma visita ao site e deixe seu comentário. De posse destes dados, temos (como Convenção Batista Brasileira) o desafio de até 2020 termos 21.000 igrejas batistas, o que representa um aumento na ordem de 60%. Este número represen-ta a proporção de uma igreja para cada 10.000 habitantes, tendo como base a projeção do Instituto Brasileiro de Ge-ografia e Estatística (IBGE) de que seremos 21.000.000 de habitantes em 2020.

Se por um lado a Visão Brasil 2020 nos indica para onde desejamos caminhar na propagação do evange-lho, a visão Igreja Multipli-cadora nos orienta como devemos ser igreja multipli-cadora. Duas ferramentas disponibilizadas para pas-tores e suas igrejas são os livros Igreja Multiplicadora – Cinco Princípios Bíblicos para Crescimento e Pequeno Grupo Multiplicador – Com-partilhando o Amor de Deus por meio dos Relaciona-mentos. “Por quatro anos trabalhamos Igreja Multi-

plicadora apenas como um programa de plantação de igrejas. Hoje o conceito evo-luiu e a plantação é apenas um dos cinco princípios so-bre os quais toda a ação de Missões Nacionais está ba-seada”, declarou Pr. Fabrício Freitas, gerente executivo de evangelismo de Missões Nacionais.

Como bem destacam os lí-deres de Missões Nacionais, não há nada novo, visto que são princípios bíblicos pra-ticados pela Igreja de Atos. Porém a realidade de nossas igrejas mostra que muitos de nós temos nos esquecido de praticar os mesmos. Numa breve análise dos números de igrejas e de seus mem-bros entre 2005 e 2012, temos um crescimento do número de igrejas na ordem de 24% em sete anos (de 10.233 igrejas em 2005 para 12.722 em 2012), enquanto o número de membros de nossas igrejas cresceram 52% no mesmo período (1.009.100 batistas em 2005 para 1.536.298 em 2012). Para os próximos sete anos, o crescimento do número de batistas projetado é da ordem de 154%.

Para compartilhar a visão Igreja Multiplicadora com toda a sua equipe, Missões Nacionais vem realizando reuniões de alinhamento. Além da equipe gerencial e dos líderes dos estados, fun-cionários da sede e líderes das Cristolândias no estado do Rio de Janeiro também participaram deste alinha-mento ao longo da última semana de fevereiro.

Os pastores do estado do Rio também terão oportu-nidade de participar de um encontro onde será apresen-tada a visão. Durante o mês de março, a cada quinta-feira

acontece um encontro na sede de Missões Nacionais (Rua Gonzaga Bastos, 300 – Vila Isabel – Rio de Janeiro). A programação tem início às

8h30 com um café da manhã e estende-se até o final da tarde. Apesar de gratuito, é necessário que os pastores façam suas inscrições em

nosso site www.missoesna-cionais.org.br. As vagas são limitadas, por isso, inscreva--se já em uma das datas: 13, 20 ou 27 de março.

Líderes das Cristolândias alinhados com a visão multiplicadora

Onde queremos chegar?

8 o jornal batista – domingo, 09/03/14 notícias do brasil batista

Francisco Bonato PereiraPastor batista e membro do Conselho Editorial do Jornal Batista

A Comunidade das Nações comemora Dia Internacio-nal da Mulher desde 8 de março de 1910, a partir da

deliberação da 2ª Conferência das Mulheres Socialistas, na Dinamar-ca. A ONU endossou a celebração (1975) e a UNESCO reconheceu de maneira oficial o dia 8 de março como o dia da Mulher (1977). Nós cristãos batistas nos unimos nessa homenagem à mulher esposa, mãe, filha, irmã, mas também a todas as mulheres, nesse dia quando são lembradas as lutas das filhas de Eva por sua equiparação na sociedade, resgatando o lugar recebido de Deus no gênero humano, como seres criados à imagem e à semelhança do Criador, condição nem sempre reconhecida na sociedade humana.

A mulher, segundo a narrativa do Livro Sagrado, foi feita pelo Criador, a partir da costela do homem. E tirada do seu lado para que não lhe fosse in-ferior ou superior, mas em igualdade, do lado para caminhar par e passo com ele, para ajudá-lo e compartilhar da sua caminhada. O homem foi feito pelo Criador como a coroa da criação e a mulher como o aperfeiçoamento dessa criação.

O Dia Internacional da Mulher. A data em que a humanidade re-verencia a luta do gênero feminino pelo reconhecimento da igualdade da mulher e do homem, marcada pela trágica morte de 139 operá-rias de uma fábrica de tecidos, em Nova Iorque, a 8 de março de 1857 quando, depois durante a greve, ocuparam a fábrica reivindicando melhores condições de trabalho com redução da jornada diária de trabalho de 16 para 10 horas, a equi-paração de salários com os homens (as mulheres recebiam 2/3 do salário de homem) e tratamento digno no ambiente de trabalho. A manifes-tação foi reprimida com violência ímpar, com os patrões mandando trancar a fábrica com as mulheres, sendo esta incendiada, morrendo 130 mulheres carbonizadas, num ato cruel e desumano. Hoje há uma discussão de que a origem decorreu doutro fato similar.

A conferência na Dinamarca (1910) decidiu que a data de 8 de março passaria a ser o Dia da Mulher, em homenagem àquelas mulheres que morreram na fábrica em 1857, lu-tando por seu direito de igualdade. A Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, através de norma, oficializou a universalidade do dia 8 de março, como marco da luta fe-minina pela equiparação do gênero humano, criados iguais no princípio da Criação, como lemos no Livro do Gênesis 1.27: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”.

A história das mulheres batistasObjetivo da comemoração da

data. A instituição do dia internacio-nal da mulher teve por objetivo não apenas lembrar o fato, mas discutir a condição feminina, quase sempre in-feriorizada na sociedade. Na maioria dos países passaram a ser realizadas conferências e debates para discutir o papel da mulher, no esforço para ten-tar diminuir as diferenças de gêneros em todos os seus aspectos, em face do preconceito e da desvalorização da mulher.

E hoje, com todos os avanços, as mulheres em muitos lugares ainda sofrem com salários baixos, a violên-cia masculina, a jornada excessiva de trabalho e as desvantagens na carreira profissional. Muito já foi conquis-tado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história e este é nosso objeto nesta palavra.

O espaço da mulher cristã na igreja batista. Jesus Cristo, no seu ministério e nos seus ensinos, res-gatou a mulher da sua condição de subserviência na sociedade do seu tempo mas, apesar do cristianismo haver dado novo status a mulher, os costumes e as regras da sociedade permaneceram colocando a mulher em segundo plano, como um ser menor. A nossa própria denominação sofreu influência externa, tratando a mulher como um ser de menor importância, inclusive no espaço do templo e das atividades eclesiásticas, quando era submetida a silêncio. Nós batistas, uma denominação conhecida pelo exercício da sua democracia, nem sempre tivemos espaço para a voz e a opinião da mu-lher. Nas igrejas batistas nos Estados Unidos, essa falta de espaço levou as mulheres a empreender a criação do espaço próprio. A instituição da União Feminina Missionária (1780), quando as mulheres foram encoraja-das a formar círculos missionárias e bandas infantis nas igrejas e Escolas Dominicais. As mulheres fizeram maiores avanços quando Henry Tu-pper, Secretário da Junta de Missões Estrangeiras, nomeou Edmonia Moon (1872), a primeira mulher para o ser-viço missionário (FLETCHER, Jesse. The Southern Baptist Convention: A Sesquicentennial History. Broadman Publishers, 1994. p. 74-75, 84-88). A partir de então as Uniões Femini-nas Missionárias Estaduais tornaram celeiros de vidas e de recursos para a obra de missões e no envio de mis-sionários para os campos inclusive do exterior, enviaram missionarias para o exterior.

O Brasil recebeu muitas missio-nárias enviadas pelos batistas norte--americanos, como Maggie Rice (1887) e Emma Morton Ginsburg (1889), sustentadas por recursos das Uniões Femininas Missionárias (LANDERS, Clauybor. Emma Mor-ton Ginsburg). Estas missionárias batistas – Ann Luther Bagby (1881-1937), Kate Stevens Crawford Taylor (1882-1894) e mais de uma centena de outras dedicaram as vidas ao ser-

viço no Reino do Senhor no Brasil, conquistando lugar de destaque no Reino de Deus, nas igrejas cristãs batistas e na própria sociedade bra-sileira, desempenhando funções e atividades então somente exercidas por homens. Representando esse universo das pioneiras do trabalho batista no Brasil destacamos as vidas de Ann Luther Bagby (1881-1937), de Kate Stevens Crawford Taylor (1882-1894) e de Emma Morton Ginsburg (1889-1934).

ANN LUTHER BAGBY, escritora, musicista, dirigente de educandário, professora, nasceu em Kansas City, Missouri (USA), a 20 de março de 1859, filha do pastor batista John Luther e de Ann Luther. Convertida e batizada (1870) por seu pai no Rio Mississipi, estudou no Colégio Baylor, tornando-se organista e professora da Escola Bíblica Dominical da IB de Galveston, Texas. Eleito seu pai - Dr. John Luther -, Presidente do Colégio de Baylor, Missouri (USA), Anne Lu-ther tornou-se professora de Matemá-tica e Diretora das Moças do Colégio. Casou (1880), com o Pastor William Buck Bagby, sendo nomeados pela Junta de Richmond, missionários para o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro a 2 de março de 1881. Dirigem-se a Santa Bárbara onde há uma Igreja Batista, para estudar a língua.

O casal se torna amigo do pastor Antonio Teixeira de Albuquerque, com quem estudam a língua portu-guesa. Mudam em julho de 1882, com os casais Zacarias Taylor e Teixeira de Albuquerque, para Sal-vador (BA), iniciando a pregação do Evangelho e fundando a Igreja Batista da Bahia, a 15 de outubro de 1882, composta por Anne Luther Bagby, William Buck Bagby, Kate Stevens Crawford Taylor e Zachary Clay Taylor e Antonio Teixeira de Albu-querque, se reunindo no antigo Colé-gio dos Jesuítas, em Salvador (BA). O casal Bagby se muda a 24 de julho de 1884, para o Rio de Janeiro. Capital do Império do Brasil, com 500 mil habitantes, a maior cidade do Brasil. Anne Bagby fundou (1902) o Colégio Batista Brasileiro, de São Paulo, com-prado com as economias da família, sendo diretora da instituição por 16 anos (1902-1918), enquanto o mari-do servia no campo paulista.

O casal teve sete filhos, vários deles missionários no Brasil. Participou da organização da Convenção Ba-tista Brasileira (1907). Aposentado (1926) o casal permaneceu no Brasil, apoiando os filhos, missionários no país. Ann Luther Bagby faleceu no Recife (1937) e sepultada no Cemité-rio Britânico (HARRISON, Helen Ba-gby, OS BAGBY NO BRASL, JUERP).

Ann Luther Bagby serviu como missionária no Brasil durante 45 anos (1881-1926), como pianista, educa-dora religiosa, pregadora, escritora, professora no Colégio Batista de São Paulo, influênciou várias gerações de jovens da sociedade paulista, seus alunos.

KATE STEVENS CRAWFORD TAYLOR (1882-1894), nasceu em Bell, Texas (1862), estudando na Trai-ning School e na Universidade Baylor, Texas, filha de um pastor e sua mãe, mulher de grande cultura. Casou com Zacarias Clay Taylor (1881), aos 19 anos, em cerimônia celebrada pelo pastor Travis Hawthorne. Nomeada pela Junta de Richmond, missionária para o Brasil, com o esposo, chegando ao Brasil em fevereiro de 1882. No Brasil encontrou o casal Bagby em Santa Bárbara, onde estudaram a lín-gua portuguesa, com o pastor Antonio Teixeira de Albuquerque, de quem se tornaram amigos. Mudam em julho (1882), com os casais Bagby e Teixeira de Albuquerque, para Salvador (BA), iniciando a pregação do Evangelho e fundando a Igreja Batista da Bahia, a 15 de outubro de 1882, composta por Anne Luther Bagby, William Buck Bagby, Kate Stevens Crawford Taylor e Zachary Clay Taylor e Antonio Tei-xeira de Albuquerque, se reunindo no antigo Colégio dos Jesuítas, em Salvador (BA).

O casal Taylor permanece em Salva-dor enquanto Bagby se muda para o Rio de Janeiro (24 de julho de 1884), pregando no Estado e apoiando o trabalho em Alagoas e Pernambuco. O casal Taylor teve quatro filhos. Kate faleceu (1894) aos 32 anos, após servir 12 anos de Brasil, sepultada no Cemi-tério Britânico de Salvador.

Kate Taylor serviu no Brasil (1882-1894) como professora da EBD, dirigente dos cultos e pregadora nas ausências habituais do marido, que a cada três meses se ausentava por

9o jornal batista – domingo, 09/03/14notícias do brasil batista

O livro “Vozes Fe-mininas no Início do Protestantis-mo Brasileiro”

apresenta as pioneiras evan-gélicas que se dedicaram de corpo e alma para a evan-gelização do Brasil. Elas en-

frentaram a morte de filhos e esposos, conviveram com epidemias e inundações e so-freram com graves doenças; mas, sem perder o ânimo, evangelizaram, visitaram, pregaram, ensinaram, escre-veram, compuseram letras e músicas, pesquisaram a nos-sa história e foram dedicadas esposas e mães que transmi-tiram aos filhos os ensinos do evangelho de Cristo.

O contexto da época com o reinado de D. Pedro II, a escravidão e os abolicionistas será enfocado, assim como o papel feminino e as primeiras vozes que se ergueram na educação e literatura. Porém, o mais edificante será conhe-cer melhor as bravas mulhe-res que se comprometeram integralmente na formação de cidadãos da pátria, para que o Brasil se tornasse um país melhor.

Ao ler as biografias das primeiras missionárias estran-geiras, como Sarah Kalley, Martha Watts, Carlota Kem-per e Ana Bagby, como tam-bém ao conhecer as vidas das missionárias brasileiras envia-das ao sertão e aos indígenas, das esposas dos missionários pioneiros, das líderes femini-nas, das escritoras, das musi-cistas e poetisas, percebe-se com emoção que cada uma, à sua maneira, contribuiu para o desenvolvimento do cristianismo no Brasil.

O livro foi escrito por Rute Salviano Almeida, membro da Igreja Batista do Cambuí, em Campinas, escritora da editora Hagnos, bacharel e mestre em teologia e pós--graduada em História do Cristianismo.

Que esse livro aumente o conhecimento do leitor sobre o protestantismo brasileiro e

o faça orgulhar-se de fazer parte do reino de Deus aqui na terra e comprometer-se com a divulgação do evan-gelho de Cristo.

O lançamento do livro acon-tecerá no dia 9 de março, às 9 horas, na Igreja Batista do Cam-buí, localizada na Rua Vieira Bueno, 20, Campinas, SP.

A história das mulheres batistas

Um livro sobre as mulheres da história do protestantismo brasileiro

até 45 dias em viagens ao sertão da Bahia, ao oeste de Pernambuco e ao Piauí e ao Maranhão. Traduziu vários hinos, incluídos no Cantor Cristão, entre os quais “O Grande Amigo” e “Tu deixaste Jesus, teu reino de luz”.

EMMA MORTON GINSBURG. Nascida Owensboro, Kentucky (USA) a 16 de janeiro de 1865, filha de Mary Proctor e Henry Thomas Mor-ton, filha de pastor. Era membro da IB Louisiana, quando a morte prematura de Maggie emocionou os batistas desse Estado e Emma resolveu con-sagrar a vida a serviço do Senhor, no lugar de Maggie. Buscou orientação e teve convicção da chamada, foi enviada ao Brasil como missionária pela União das Mulheres Batistas do Missouri (Missouri Woman´s Missio-nary Union).

O aprendizado do latim, aos sete anos, a ajudou a aprender a língua portuguesa, tornando-se uma das

missionárias que melhor falava e escrevia nessa língua e uma das pri-meiras redatoras das lições da Escola Dominical. Exímia pianista, dirigia os cânticos dos hinos na IB Niterói, auxiliando Salomão Ginsburg.

Salomão Ginsburg servia como pastor na IB Niterói, auxiliado por Emma, na música e na evangeliza-ção, na ausência da James Jackson Taylor. O convívio dos dois, o tempo passado nas viagens do Rio a Niterói, levou-os a admiração mútua e um dia Salomão pediu Emma em casamento. Casados Emma e Salomão Ginsburg (1892) serviram no Rio de Janeiro (DF), em Niterói, Campos e São Fi-délis (RJ), no Recife (PE), e São Paulo (SP). Emma organizou na IB Niterói (RJ) a primeira Sociedade Auxilia-dora de Senhoras no Brasil (1893) e a Sociedade de Senhoras no Brasil, na IB Campos (Baltazar: Historia da UFMBB) e na IB São Fidélis (1894) e nas IB de Paraíba do Sul (1895), IB Santa Bárbara (1895), Macaé (1896), IB Ernesto Machado (1899) e, como diz Marlene Baltazar da Nóbrega, historiadora da UFMBB: “A notícia se espalhou e foram organizadas outras na PIB de Campos dos Goytacazes, PIB de Macaé, PIB de Aperibé, PIB de Paraíba do Sul, PIB de Ernesto Machado...”, fruto do trabalho de Emma Ginsburg, que com o esposo, semeava no solo fértil do Brasil, com as primeiras igrejas fluminenses as organizações missionárias femininas. Quando os Ginsburg deixaram a região (1900) havia oito igrejas, com 500 membros e as respectivas Socie-dades de Senhoras. Em Campos (RJ) nasceram as primeiras filhas do casal

Ginsburg - Arvila, Brazilia e Claire.Emma Ginsburg foi a primeira mu-

lher a ensinar num Seminário Batista no Brasil (Recife), ensinando língua portuguesa e noções de educação religiosa aos primeiros alunos (1902-1909), seguindo-se Aline Muirhead (1917), que ensinou grego. Emma or-ganizou a Sociedade Auxiliadora de Senhoras (SAS) na PIB Recife (1900), tornando-as ativas na evangelização, distribuindo folhetos e cantando nos eventos externos. A presença do Coro da Sociedade Auxiliadora de Senhoras foi registrada na organiza-ção da: IB Cordeiro (1905), da IB da Rua Imperial (1905) e na IB da Torre (1908), no Recife e na organização da Sociedade de Senhoras da IB Imperial (1909). No Recife nasceram os filhos Henrieta, Estelle e Louis.

Emma Ginsburg foi mensageira à Assembleia da Convenção Batista Brasileira (CBB), em 1907, na cidade do Salvador (BA), representando a “Sociedade Auxiliadora de Senhoras da Primeira Egreja Baptista do Recife”, nomeada relatora da Comissão sobre o trabalho feminino no Brasil, emitiu parecer recomendando que cada So-ciedade Auxiliadora de Senhoras se fizessem representar na Assembleia seguinte: “... que cada Sociedade de Senhoras organizada envie uma ou mais das irmãs à Convenção de 1908, para se poder organizar uma Sociedade Auxiliadora Nacional de Senhoras”. O seu parecer é reconheci-do como a origem da obra missionária feminina no âmbito da CBB.

O casal Ginsburg foi transferido para Salvador (1909), servindo quatro anos na Bahia (1911-1913), dirigindo o

campo, nas férias de Zacarias Taylor, organizando a IB Juazeiro (1911). Transferido para o Rio de Janeiro (1913) e assumiu o Jornal Batista e organizou a IB Jacarepaguá (RJ), onde Emma organizou a Sociedade de Se-nhoras e permaneceu ativa no traba-lho educacional. Transferido para São Paulo (1923) onde fixaram residência, indo ele pregar no interior do Estado e em Goiás, enquanto Emma e as fi-lhas dirigiam e ensinavam no Colégio Batista (SP). Falecendo Salomão Gins-burg em São Paulo (SP), a 31 de março de 1927, Emma e as filhas receberam o apoio dos missionários e da Junta de Richmond, ao decidir permanecer no Brasil, ensinando no Colégio Batista de São Paulo. Após servir por 45 anos no Brasil (1934), Emma se aposentou e foi residir em Owensboro, Missouri (USA), onde foi chamada à presença do Senhor (1951).

Emma Ginsburg serviu no Brasil (1889-1934) como pianista, educa-dora religiosa, professora de Colégio e do Seminário Batista. Organizou as Sociedades de Senhoras na IB Niterói, IB Campos, IB São Fidélis, IB Recife, IB Imperial e IB Torre (Recife). Escreveu as primeiras lições para a EBD, publicada em Boletim por William Bagby. O seu parecer na CBB é considerado o marco inicial do trabalho feminino missionário no âmbito da CBB.

Ao Senhor sejam dadas honra, glória e louvor pelas mulheres cristãs batistas do Brasil, representadas lem-bradas nas pessoas das pioneiras Ann Luther Bagby, Kate Stevens Crawford Taylor e Emma Mortor Ginsburg. Amém!

Escritora Rute Salviano Almeida

10 o jornal batista – domingo, 09/03/14 notícias do brasil batista

Ester Blair e Eleneide Blair

No dia 14 de ja-neiro de 1914, nasceu em San-tarém, Pará, uma

menina a quem seus pais, João Cândido Menezes e Maria Campos de Menezes, deram o nome de Carmélia. Os tempos passaram e no dia 14 de janeiro de 2014, comemorou-se os 100 anos de nascimento desta menina, com ela em vida com a famí-lia. Menina que, quando bem jovem, deve ter encantado, com seus belos olhos azuis, o jovem Brasilino Blair Ma-ciel, igualmente nascido em Satarém. Casaram-se em 31 de dezembro de 1932.

Deste matrimônio nasce-ram os filhos Elienai (in me-moriam), Ester, Brasilino, João (in memoriam), Maria Isabel (in memoriam), Rai-mundo Brasilio (in memo-rian), Eliester e Eleineide, todos Menezes Blair.

O casal e os filhos fre-quentavam a inesquecível e amada Igreja Batista de Santarém, onde o saudoso Pastor Sóstenes Pereira de Barros era presidente. Nessa Igreja frequentavam reuni-ões, faziam visitas e coope-ravam em muitas atividades. Carmélia foi sempre gran-de ajudadora e lutadora ao lado de seu esposo dividia seu tempo entre as tarefas

domésticas e aquelas da Igreja. Incansável em orien-tar os filhos no caminho do Senhor. Em casa, dedicava--se a todas atividades com os 8 filhos: a alimentação, as roupas e a educação. No meio desses afazeres sem-pre cantava hinos cristãos. Os cantos domésticos eram diários e infalíveis. Os en-sinamentos bíblicos eram sabiamente reforçados pelas lições oferecidas pela Escola Bíblica Dominical, muitas ve-zes ministradas sob os ramos

frondosos das graves árvores existentes no quintal, onde se localizava o templo da Igreja. Hoje, aos cem anos de vida, Carmélia ainda se lembra e canta alguns desses hinos.

Quando os filhos mais ve-lhos saiam para o trabalho, interrompia suas atividades para fazer leituras diárias da Bíblia, agora para os filhos menores, garantindo que cada um decorasse os versí-culos bíblicos, para recitá-los na Escola Bíblica Dominical. Além disso, para completar o

orçamento familiar, Carmélia oferecia pensão – estadia, café da manhã e roupa la-vada - para alguns trabalha-dores. E ainda encontrava tempo para sair de ônibus com seus filhos pequenos para fazer aqueles trabalhos na Igreja, de visitação a pes-soas doentes.

Passavam-se os anos e, em julho de 1951, a família mudou-se de Santarém para São Paulo. Os tempos eram outros! O casal Brasilino e Carmélia foram verdadeiros

heróis. Dificuldades surgi-ram, mas todas superadas pela misericórdia de Deus. Logo a família começou a frequentar a Igreja Batista da Liberdade, em São Paulo. Foi recebida de braços abertos e carinhosamente acolhida pelo Pastor Erodice Fontes de Queiroz. Nesta Igreja, Carmélia passou a fazer parte ativa da então chama-da Sociedade de Senhoras. Frequentava reuniões, fazia visitas e cooperava com as demais atividades.

Em 14 de junho de 1979, o Patriarca da família, já debili-tado, foi aclamado por Deus deixando profundas sauda-des. Todavia em lembranças daquele agente fiel e homem lutador, os filhos, netos e bisnetos, noras, genros, e outros familiares receberam alguns amigos para agradecer a Deus a longevidade con-cedida à Matriarca Carmélia Menezes Blair, que completa viva seus 100 anos bem vivi-dos de existência.

Em reunião alegre os ami-gos e inumeros parentes de Carmélia foram recebidos em reunião festiva, cantando hinos cristãos, leitura bíblica, reflexão na palavra do Pastor Prof. Julio Oliveira Sanches, recitação de poesia pela Prof. Audiva Oliveira Sanches, testemunhos e oração final seguiu-se lauto almoço e plena confraternização.

100 anos da menina Carmélia

11o jornal batista – domingo, 09/03/14missões mundiais

Pr. Adulai BaldéMissionário da terra em Gabu, Guiné-Bissau

Eu, Pr. Adulai Baldé, juntamente com mi-nha família e demais irmãos da congrega-

ção em Gabu, Guiné-Bissau, damos graças ao nosso Se-nhor Jesus Cristo pelas imen-sas vitórias que ele tem nos dado.

A cada dia recebo muitas pessoas que saem das aldeias distantes e chegam aqui com muitas perguntas sobre o evangelho. Temos orado por muitos líderes muçulmanos,

Marcia PinheiroRedação de Missões Mundiais

A JMM este ano pas-sou a investir ain-da mais no envol-vimento de igrejas

e pastores com potencial missionário, aproximando--os de suas ações. À frente desta missão está o Pr. Adil-son Santos. Após oito anos e meio atuando na mobiliza-ção missionária do estado de São Paulo e dois anos e meio na mobilização nacional, Adilson assumiu a função de coordenador estratégico. Ele ainda dedicará uma parte do ano para o acompanhamento pastoral de missionários. A mudança é um dos investi-mentos de Missões Mundiais em 2014 para levar o evan-gelho todo a toda a criatura, que você confere a seguir em entrevista exclusiva.

Fale um pouco deste seu novo papel na missão.

Adilson Santos: Podemos dizer que meu trabalho ago-ra será de buscar um maior envolvimento de igrejas e pastores com potencial mis-sionário, buscando a apro-ximação deles com a JMM e nossos projetos. No segundo semestre terei a responsabili-dade de pastorear nossos mis-sionários que estão no Orien-te Médio e Norte da África. Trabalho focado na amplia-ção da visão e envolvimento de igrejas e pastores por todo o Brasil. Quanto ao pastoreio dos missionários, esta é uma das áreas que a JMM vem investindo cada vez mais. O cuidado espiritual adequado

e Deus tem respondido as nossas orações. Em resposta a elas, o Senhor tem trazido muita aproximação, bons relacionamentos e respeito pelo nome de Jesus entre os fulas; tudo isso é motivo para louvar o nosso grande e único Salvador Jesus Cristo.

Temos quatro candidatos ao batismo, todos ex-muçul-manos: Serifo, Ansaru, Cum-ba e a Satu. Nosso desejo é construir uma igreja, e isso é um desafio, pois os mu-çulmanos construíram uma grande mesquita a apenas 30 metros de onde queremos erguer o templo da Primeira

dos missionários permite a longevidade no campo, ou seja, a redução do retorno prematuro de missionários. Com este apoio, queremos que o missionário desenvol-va melhor o seu trabalhado, recebendo o cuidado mais de perto em suas necessidades não só espirituais, mas tam-bém familiares, ministeriais e físicas.

Por que esse cuidado será direcionado especificamente aos missionários dessas regiões, Oriente Médio e Norte da África?

Adilson Santos: Vamos trabalhar com missionários que estão em campos onde há registro de perseguição aos cristãos, guerras e rejei-ção extrema ao evangelho. Minha missão é estar com eles, ouvi-los, compartilhar a palavra de Deus e partici-par de datas especiais nos alegrando, juntos, nas vitó-rias. Vamos desenvolver um programa de aconselhamento bíblico. Através de visitas periódicas queremos pres-tar apoio pastoral e bíblico para as questões que surgem com qualquer ser humano. No campo, várias situações espirituais e emocionais se intensificam.

Que resultados espera desse novo trabalho?

Adilson Santos: Estamos com uma expectativa muito positiva de contribuir para aumentar a visão missionária e o comprometimento com a Grande Comissão de várias igrejas e pastores do nosso celeiro de Missões que é o

Igreja Batista em Gabu. Ore para que o Senhor nos ajude suprindo os recursos neces-sários para a construção do templo dessa igreja.

O desafio no meio mu-çulmano não é pequeno, mas Jesus é maior do que qualquer obstáculo e não há nada que devemos te-mer. Nós, que saímos do islamismo, somos vistos como t ra idores, e o Al -corão (livro sagrado dos islâmicos) nos condena à pena de morte. Estamos evangelizando pessoas da tribo à qual pertencemos e não é fácil avançar ali.

Brasil. Várias igrejas têm um grande potencial missioná-rio. Isso significa número significativo de membros com perfil vocacional. Jovens universitários e profissionais com idade entre 40 e 50 anos dispostos a sinalizar o reino de Deus em todo o mundo usando sua profissão.

O senhor também fará algumas viagens com pastores voluntários. De que forma pretende agir nessas caravanas?

Adilson Santos: Temos uma viagem programada com o setor de voluntários da JMM para o Oriente Médio. A data será de 28 de outubro a 12 de novembro. Os interessados devem entrar em contato com o setor de voluntários. O coordenador Cláudio Elivan cuidará da formação e saída da caravana do Brasil e eu os receberei no Oriente Médio para as atividades.

Sobre a mobilização missionária no estado de São Paulo, o que ficou para os seus sucessores?

Adilson Santos: Fui mobili-zador em São Paulo durante oito anos e meio, e estive à frente da mobilização no Bra-sil por dois anos e meio. Nes-te período de coordenação de mobilização ampliamos as ações dos mobilizadores e fizemos a composição do mapa promocional. Estados e regiões que não tinham representação foram contem-plados. Também ampliamos os congressos Conexão e es-tabelecemos acampamentos de pastores e promotores em todas as regiões do Brasil.

Nosso trabalho de evange-lização só é possível graças às suas preciosas orações e apoio.

Peço que você ore espe-cificamente por dois líderes muçulmanos que vieram pedir oração em nossa casa, Alassana Djaló e Koli Djaú.

Eu e minha família tam-bém precisamos de suas orações. Muitas pessoas vêm a nossa casa para perguntar sobre Jesus. Interceda para que possamos ter sabedoria ao responder às perguntas, pois são muçulmanos letra-dos que nos fazem questio-namentos.

Neste período de atuação nacional, o Pr. Alex Uemura nos ajudou na liderança da equipe em São Paulo.

O senhor é muito querido e respeitado não só em igrejas de São Paulo, como de todo o Brasil. Como alcançou este prestígio e confiança?

Adilson Santos: Toda honra e glória sejam dadas ao nosso Deus. Ele é quem nos capaci-ta e nos concede vitórias. Foi um trabalho de construção. Tínhamos um sonho. Fomos compartilhando este sonho com vários líderes e o sonho foi se tornando realidade. Nossa denominação Batista é historicamente missioná-ria. Nosso povo ama a obra missionária. Entendemos que se a informação chegar aos ouvidos, olhos e coração do nosso povo, Deus fará com que os frutos sejam colhidos em todo o mundo.

Não posso deixar de agra-decer aos meus diretores executivos que me deram todo o apoio nestes 11 anos de trabalho. Pr. Waldemiro Timchak me convidou para a JMM e deixei a PIB Itape-ma, no Guarujá/SP. Aprendi muito com ele e agradeço a Deus pelo privilégio de ter trabalhado ao seu lado du-rante vários anos. Pr. Sócra-tes Oliveira foi o diretor da transição, e a JMM continuou avançando enquanto oráva-mos pelo novo executivo. Pr. João Marcos Barreto Soares é um amigo. Ele é visionário. Está propondo alvos arroja-dos e estamos ultrapassando com a ajuda de Deus. Uma de suas ênfases tem sido o

As dificuldades aparecem, mas a vitória é do Cordeiro, e a glória de Deus pode ser vista em nossas vitórias.

Agradecemos imensamen-te aos irmãos que ajudam no nosso sustento, contribuindo em oração e financeiramente para nos abençoar aqui em Guiné-Bissau.

cuidado para com os missio-nários e equipe. Agradeço pela confiança em meu tra-balho neste novo momento.

Para a posição de liderança na mobilização missionária em São Paulo, o senhor já tem um sucessor?

Adilson Santos: O Pr. Alí-pio Coutinho (veja matéria na edição 56 da revista “A Colheita”) foi meu aluno no seminário. Ele sempre de-monstrou amor por Missões. Além disso, é extremamente relacional. Gosta de gente, é líder e fez um excelente trabalho de revitalização de igrejas na região do litoral de São Paulo. Alípio é presi-dente da OPBB-Litoral. Ama servir às pessoas e principal-mente os missionários. Alia-do a isso, ele tem experiência gerencial e administrativa na área secular. Aproveito para pedir o apoio das igrejas e dos pastores de São Paulo à JMM e ao ministério do Pr. Alípio na liderança de nossa equipe no estado. Também quero agradecer aos mobi-lizadores de São Paulo que têm me ajudado muito na mobilização. Muito obriga-do à Andrea Espírito Santo, Cintia Silva, William Viel. Agradeço ainda, na casa mis-sionária, a Ronaldo Emiliano, Rosana Atanázio... Roberto Maranhão, nas artes, e Elza Santos, secretária e back--office.

Ex-muçulmano evangeliza muçulmanos

Pr. Adulai Baldé

Adilson Santos: uma estratégia em campo

Pr. Adilson Santos

12 o jornal batista – domingo, 09/03/14

Dr. Reynaldo Corrales FilhoPresidente União Missionária de Homens Batistas da Associação do Litoral Paulista

Mesmo com sol escaldante os homens e mu-lheres batistas se

uniram mais uma vez em 1º de fevereiro e rumaram ao litoral Sul do Estado de São Paulo, mais precisamente na Primeira Igreja Batista de Mongaguá, lá foi realizado o MMASEL - Mutirão Missioná-rio de Ação Social e Evange-lismo do Litoral. Tivemos a partir das 9h o Dia de Ação Social com aferição de pres-são, teste de glicemia capilar, corte de cabelo, manicure, atendimento psicológico e psicanalítico, trabalho com

as crianças com apresenta-ção de teatro de fantoches. O grupo dirigido pela irmã Cláudia também teve diver-sos trabalhos com as crianças presentes.

Tivemos maravilhosos tes-temunhos pelos irmãos que foram ao campo lançar a rede e as sementes, a alegria do Pastor Donizetti Dominiqui-ni em receber este grupo de homens e mulheres que ser-vem ao Senhor com alegria. Todos os irmãos da Primeira Igreja Batista de Mongaguá nos receberam com alegria e uniram-se a nós para procla-mar o Deus Vivo! As 17h o seminarista Douglas Muniz nos trouxe a mensagem de Deus no culto da vitória.

Voltamos para casa com a alegria de ter servido a Deus com alegria e determinação.

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Sob ele nãohá nadade novo(Ec 1:9)

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Estilomusicaldos MCs

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Região de montanhasonde a arca de Noé

parou, após o Dilúvio(Gn 8:4)Nele o

anjo derra-mou suataça (Ap

16:17-18)

(?) caia-dos: a eles

Jesuscomparouos escri-bas e osfariseus

(Mt 23:27)

Vínculo (fig.)Foi proferido porJesus, ao expirar

(Mc 15:37)

Ela, eminglês

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Como João Batistachamou a

Jesus (Jo 1:29)

3/rir — she. 6/dórios. 8/caatinga. 9/sepulcros. 10/consolador. 11/amalequitas.

notícias do brasil batista

Realizado mais um Mutirão Missionário de Ação Social e Evangelismo do Litoral

OBITUÁRIO

13o jornal batista – domingo, 09/03/14notícias do brasil batista

Eudoxio de AzeredoDiácono, membro fundador da IB Memorial de Duque de Caxias, membro fundador da Academia de Letras de Duque de Caxias e ex- presidente da U. de Homens batistas do Brasil

Há mais ou menos quinze dias caiu a ficha.

Olhei ao meu redor e vi que Vitalma não estava. Seu sorriso doce, seu olhar manso, sua voz sua-ve, já não existiam mais em nossa casa. Foram quarenta e oito anos de amor intenso, amizade e respeito mútuo. Tudo isto vivido na mesma cidade, na mesma igreja, na mesma residência.

Casamo-nos em julho de 1965 no pequeno salão da Igreja Batista Memorial de Duque de Caxias, onde seu pai era pastor. Pode-se somar aos quarenta e oito anos de matrimônio aos oito que o antecederam, porque juntos participávamos das peças, das declamações e liderá-vamos os jovens da Igreja. Nas chamadas festas sociais lá estávamos nós, eu ela, sorridentes e felizes sem as preocupações do “flart” ou as malícias do namoro. Um dia resolvi dizer-lhe que estava apaixonado e que se ela to-passe nós nos casaríamos. Foi numa primavera, setembro de 1964, quando colhi uma flor para lhe oferecer. Como, ela gostava de flores! Ela não titubeou, deu-me a resposta afirmativa no ato. Em abril de 1965 ficamos noivos e em julho do mesmo ano nos casamos. Era uma moça ver-dadeiramente crente.

Vivemos intensamente a caravana Boina Azul (os Flu-minenses da época se recor-dam muito bem). Vivemos intensamente a nossa Igreja, a nossa denominação. Não perdíamos as convenções, nem a Fluminense nem a Brasileira. Na Associação Ba-tista Caxiense, que também não perdíamos, lá estava ela sempre fazendo a abertura da Associação – momento cívico - , com a famosa en-trada das bandeiras. Eu era o seu ajudante número um. Enquanto eu me dediquei,

ao longo de minha vida a União Masculina, ela, por sua vez, dedicou de corpo e alma a União Feminina. Na igreja, liderava com eficácia as irmãs da MCA, no Estado, além de fiel colaboradora, foi líder regional das moças e na Associação sempre par-ticipou da diretoria. Aceitava sempre ser vice-presidente, achava que ser presidente não era muito a sua praia. No entanto, as reuniões da diretoria, eram quase sempre em nossa casa. Às vezes, eu chegava em casa tarde, e lá estava aquele grupo enorme de mulheres na discussão de seus problemas.

Nos cinco últimos anos, tomamos uma decisão ra-dical. Não veríamos mais o Jornal Nacional. Daríamos o horário nobre para Deus. Se a TV estivesse ligada, a desli-gávamos e sentávamos para ler a Bíblia, a revista da EBD e cumprir as orientações da denominação como “os cem dias de oração”. Ah! Não posso deixar de mencionar o Manancial, para ela era insubstituível. De repente, com a Bíblia, a revista da EBD e o Manancial nas mãos pronto para o nosso “cultinho

diário”, olho ao meu redor e não a vejo. Estou fisicamente só. Deus chamou esta mara-vilhosa companheira no dia 15 de setembro de 2013.

Sei onde ela está, e isto me consola. Foi lindo ouvir o tes-temunho dos pastores no seu culto de despedida. Testemu-nhos lindos como os do meu pastor Paulo Roberto Freitas de Albuquerque e do Pr. Eber Silva, que ela viu menino; da irmã Marlene Baltazar da Nóbrega Gomes, presidente da UFMBB; da irmã Hilde-te Siqueira Fernandes, sua companheira inseparável de Associação e muitos outros, que ali estiveram presentes. Isto consolou e acalmou mui-to o meu coração. O templo estava superlotado. Foi uma celebração linda. Senti que anjos cantavam no céu por-que com certeza um outro anjo havia chegado. Hinos como “Deus Cuidará de Ti”, “Mais Perto Quero Estar” e “Sou Feliz Com Jesus”, me fazem chorar porque os cantávamos sempre usando a letra do Cantor Cristão, porque foi através dele que os aprendemos.

Deus não nos deu filhos biológicos, mas nos deu um

do coração, Luiz Vital, que nos deu três netos lindos: Klinger (futuro pastor), Kevim e Derek e uma nora linda e crente, cujo prazer é estar sempre celebrando o Senhor. Este ano fui para Convenção em João Pessoa, mas desta vez só. Sem ela, que não per-

dia uma reunião festiva dos batistas. Como eu me senti só eu e Deus sabemos. Este ano foi menos uma mulher batista a celebrar a alegria que nos invade quando juntos esta-mos a celebrar o nosso Deus.

Meu Deus, olha para mim porque eu estou só.

Vitalma Cabral de Azeredoestá em glória

(1934-2013)

14 o jornal batista – domingo, 09/03/14 ponto de vista

A patern ida de de Deus é uma ver-dade que consola, conforta, encoraja

e fortalece o nosso coração e a nossa mente. Em toda Escritura, suficiente Palavra de Deus, esta verdade é re-corrente. Deus é um Pai cujo amor excede infinitamente o amor de mãe. Esta é se-cundária, mas Deus, nosso Pai, é primário. Precisamos ver algumas características desse Pai tão amoroso, cuja natureza é amor (I João 4.8). Neste texto, vamos conside-rar três traços da paternidade de Deus e a nossa resposta como filhos obedientes.

A paternidade de Deus se conhece pelo seu amorHá um texto clássico em

Isaias 49.15, que diz: “Pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda amamenta, a ponto de não se compadecer do filho do seu ventre? Mas ainda que ela se esquecesse, eu não me esquecerei de ti”. O amor de Deus é infinita-mente maior do que o amor de mãe. O Seu amor cria, sal-va, santifica e glorifica ao que crê. Ele também corrige com firmeza e zelo (Hb 12.6). O amor do Pai é um amor en-corajador, pois “Ele dá força ao cansado e fortalece o que não tem vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços cairão, mas os que es-peram no Senhor renovarão as suas forças; subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; andarão e não se fatigarão” (Is 40.29-31). Na Parábola dos três pródigos (Lc 15.11-32), nós temos um pai de amor, de amor extravagante, incom-parável, que perdoa, recebe, se alegra sobremaneira e dá festa pela volta do filho que estava perdido. Há três pará-bolas contados por Jesus em Lucas 15: Da dracma, da ove-lha e do filho perdidos reve-lam um Pai que procura, que atrai no Seu próprio amor. É o Pai incrível na linguagem de Wayne Jacobsen. Este ma-ravilhoso Pai faz festa, pois há celebração no céu quando um pecador, uma criatura se torna filho (Lc 15.7). A Sua natureza é salvar. Ele é o Autor da salvação. Mas há uma outra característica da Sua paternidade.

A paternidade de Deus se conhece pela sua

verdade absolutaO nosso Deus é vivo e

verdadeiro. A experiência de Elias diante dos 450 pro-

fetas de Baal revela a verda-de de Deus em contraposi-ção à mentira do homem (I Rs 18.20-39). Jesus sempre manifestou a coerência do Pai. Toda a vida de Jesus Cristo foi a verdade do Pai revelada em carne e osso (João 14.6). Ele é a imagem visível do Deus invisível (Cl 1.15). Jesus Cristo cumpriu toda a Escritura. A Sua Reve-lação é a verdade absoluta. Todo o ministério de Jesus, o Filho, foi fundamentado na coerência do Pai. O Fi-lho é a verdade com o Pai. Todos os milagres de Jesus foram feitos com base nessa realidade. O Pai revelou no Filho toda a verdade do evangelho que sempre foi um contraponto à mentira e hipocrisia da religião sis-temática, preconceituosa e escravizadora, representa-da pelos religiosos judeus. Deus, o Pai, revelou a exa-tidão de Sua revelação no ministério do Filho. Pode-mos testemunhar a verdade absoluta por meio da fé. A verdade nos leva a conhecer outra característica muito importante do nosso Pai.

A paternidade de Deus se conhece pela sua santidade

“Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou Santo” (Lv 19.2). O funda-mento para sermos santos é a santidade de Deus, nosso Pai. A santidade é Seu atributo moral. De Gênesis ao Apo-calipse temos um Pai santo e devemos ser santos em todo o nosso procedimento (I Pe 1.16). Esta é a palavra segura de Pedro. Ao receber o chamado profético, Isaías teve a visão da santidade de Deus (Is 6.1-8). Os anjos de-clararam entre si ou uns aos outros: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos” (Is 6.3). É maravilhoso sabermos que o nosso Pai é Santo. Ele é o nosso modelo de santida-de. Devemos sempre olhar para o nosso Pai através do Filho pela revelação das Es-crituras. Sem a santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). Deus determinou a Josué que o povo se santifi-casse antes de atravessar o rio Jordão nas suas cheias (Js 3.5). A santificação do povo era a condição essencial. O povo atravessou porque foi obediente à determinação do Pai. Há muitos insucessos em nossa vida espiritual porque vivemos uma vida profana, carnal e centrada em nós mesmos. O nosso Pai não aceita a periferia, mas a cen-

tralidade em nossas vidas. Ele deve ser sempre a prioridade. Consideremos um último ponto muito importante.

A paternidade de Deus deve ter a nossa resposta como filhos

O apóstolo Paulo escreve aos irmãos em Filipos, di-zendo: “Fazei todas as coisas sem queixas nem discórdias; para que vos torneis filhos de Deus irrepreensíveis, sin-ceros e íntegros no meio de uma geração corrupta e per-versa, na qual resplandeceis como luminares no mundo, retendo a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu tenha motivo de me or-gulhar do fato de que não foi em vão que corri ou traba-lhei” (2.14-16). Este texto é precioso e revela o nosso pri-vilégio e a nossa responsabi-lidade como filhos de Deus. Há, então, três características dos filhos obedientes ao Pai.

Filhos irrepreensíveis ou inculpáveis (amemptós). “Sem defeito, inculpável.

Descreve a postura do cristão no mundo. Ele deve estar aci-ma de qualquer suspeita; nin-guém tem do que o acusar”.

Filhos sinceros (akéraios). “Puros, sem mistura, sem mescla, não adulterados. A palavra é aplicada ao leite que não é misturado com água e, também, à pureza do metal. Descreve o que o cristão deve ser em si mes-mo: puro, sem dissimulação, sem segundas intenções. Je-sus Cristo e o apóstolo Paulo recomendaram tal atitude (Mt 10.16; Rm 16.19).

Filho Inculpáveis (ámo-nos). Sem mancha, imacula-dos, sem nódoas, inocentes. A palavra era usada para ani-mais usados para o sacrifício; eles não podiam ter defeito. Esta palavra descreve o que o cristão deve ser diante de Deus. A Bíblia nos diz que foi assim que Jesus Cristo se ofereceu vicariamente por nós (Hb 9.14; I Pe 1.19): sem mancha, sem pecado. O Cor-deiro de Deus foi imolado por nós (I Co 5.7), a fim de

nos tornar sem mácula, nem ruga, nem impureza algu-ma (Ef 5.25-28), cumprindo assim, parte do objetivo da nossa eleição eterna (1.4).

Concluindo, precisamos confiar no Pai. Teologica-mente, nada é mais exato do que dizer que Deus é Fiel e Digno de confiança. Mas aprender a crer nessa con-fiança em meio às guinadas de nossas vidas é o desafio mais difícil que enfrentamos (Jacobsen, 20.12: 51).

A paternidade de Deus nos traz segurança. Jesus se refe-ria ao Pai com muita ternura: “Eu e o Pai somos um” (João 10.30).

A paternidade de Deus foi perdida no Éden, mas re-conquistada na cruz e na ressurreição pela Pessoa de Jesus Cristo. Os que estão em Cristo são do Pai por di-reito de criação e por direito de redenção. O nosso Pai é cheio de graça e de verdade. Como filhos desse Pai, deve-mos sempre ser obedientes e, acima de tudo, glorificá-lO.

“A paternidade de Deus”

15o jornal batista – domingo, 09/03/14ponto de vista

Em art igo an te r io r busquei descrever al-gumas preliminares comportamentais ou

atitudinais quando se refere à defesa daquilo que cremos. Hoje temos a reflexão sobre preliminares hermenêuticas ou da ciência da interpreta-ção que nos conduz ao que cremos e como cremos. Não é meu objetivo aqui definir esta ou aquela crença, mas em apresentar alguns passos preliminares que estão conti-dos no processo da formação de nossa interpretação so-bre diversos temas bíblicos. Além disso, vou evitar o uso de terminologia técnica para que o maior número de pes-soas possa compreender o artigo.

Um ponto fundamental é lembrarmos que há pelo me-nos duas possibilidades no “fazer teologia”. Podemos nos valer de uma “teologia afirmativa/declarativa” ou avançarmos em busca de uma “teologia explicativa”. Ao afirmamos que aceitamos esta ou aquela posição teo-lógica sobre, por exemplo, calvinismo/arminianismo ou mesmo sobre a ordenação feminina, sem se aprofundar nos textos bíblicos, estamos expondo uma teologia de-clarativa, pois não há uma argumentação, apenas uma declaração talvez originária numa preferência ou até pressuposições pessoais. Então, a teologia declara-tiva ou afirmativa apenas considera declarar algo sem a devida comprovação exe-gética, diferentemente do “fazer teologia explicativa”, que significa estudar o texto bíblico aplicando princípios rigorosos de hermenêutica, exegese, etc.

Mas também não basta di-zer “eu sou contra” ou “eu sou a favor”, não é assim que no modo batista de pensar e crer que deve ser nosso pro-cedimento. Devemos dizer “eu sou contra ou a favor por causa dos seguintes fatos e argumentos bíblicos ...” que se originaram em um exaus-tivo, sério e desapaixonado trabalho exegético.

Podemos, por exemplo, ob-servar a olho nu as estrelas do céu, tentar contá-las, buscar a sua localização geral. É uma visão superficial da abóbada celeste. O astrônomo, dife-rentemente, por causa de sua capacitação e ferramental especializado tem condições de ir mais longe e alcançar a visão no que é conhecido em astrofísica como “objetos do céu profundo”. Se você não possui habilidade exegética e não aplica todos os princípios hermenêuticos possíveis, ten-do apenas lido este ou aquele comentarista, então deve ser honesto, pois a realidade nua e crua é que sua afirmação é apenas opinativa.

Já ouvi colegas afirmando “A posição que defendo é bíblica” neste ou naquele assunto. Na realidade o que você tem é uma interpretação sobre os ensinos bíblicos. Va-mos lembrar que na maioria dos temas da teologia bíbli-ca é possível obter, até se valendo dos mesmos textos, diversas possibilidades de interpretação a depender das regras hermenêuticas, dos recursos e dos pressupos-tos e condicionamentos do intérprete. Por exemplo, já tenho lido intérpretes que, se valendo dos ensinos de Ro-manos 9, chegam a conclu-sões calvinistas, mas também arminianas. Na questão da ordenação feminina consegui mapear três possibilidades de interpretação:

(1) Hermenêutica literal gramatical que busca con-siderar o texto bíblico, sem priorizar ou levar em conta o papel e a função da mulher no contexto da época bíbli-ca, portanto, cada texto que se refere à mulher deve ser tomado literalmente como é expresso nas Escrituras de modo que a mulher não pode liderar um agrupamento, muito menos o homem.

(2) Hermenêutica literal contextual que busca conside-rar o texto bíblico levando em conta o papel e a função da mulher no contexto da época bíblica de modo que isso aca-be demonstrando que o texto bíblico foi escrito descreven-

do como o evangelho deveria ser aceito num ambiente em que a mulher era desconsi-derada, portanto, não pode-ria liderar um agrupamento, nem mesmo um homem e, se o evangelho acolhesse a liderança da mulher naquela época, simplesmente não se-ria aceito. Assim, cada texto que tira da mulher o seu papel da liderança deve ser conside-rado dentro daquele contexto e que deve ser considerado o papel da mulher desde a cria-ção do mundo, após a queda e a restauração concedida pelo evangelho.

(3) Hermenêutica sociocul-tural: que destaca o papel da mulher na sociedade contem-porânea, sendo necessário atualizar nossas práticas e compreensão da Bíblia.

As duas primeiras alterna-tivas partem das Escrituras, portanto passível de diálogo a partir deste ponto comum. A primeira não considera o princípio hermenêutico do contexto externo ao texto, a segunda o considera. Na terceira alternativa a Bíblia deixa de ser referência ou ponto de partida sendo um argumento que não é aco-lhido de forma ampla pelo nosso modo batista de ser e pensar que considera a Bíblia como nossa regra de fé e prática.

Por estes dois exemplos, é possível entender que é um risco dizer que a minha in-terpretação é a única correta, pois sempre vamos ao texto bíblico com uma posição predefinida e, neste caso, tudo o que lemos e estuda-mos será por meio de uma “lente colorida”. Para sermos honestos, não há como fazer uma interpretação como que num ambiente esterilizado, asséptico de pressupostos e de escolha desta ou aquela abordagem hermenêutica. Temos de conhecer nossos pressupostos e condiciona-mentos, pois isso vai nos ajudar a mergulhar de modo mais profundo nas Escrituras.

Outro detalhe importante é não ter medo da verdade e das descobertas bíblicas, quem sabe o outro lado pode

ter descobertas que você pre-cisará confrontar com suas opiniões e, falando em opi-nião, é necessário diferenciar entre opinião e interpretação bíblica. Portanto, não basta dizer sou contra ou a favor e pronto, não é assim que a Bíblia deve ser interpretada e ensinada.

E nem estou falando de outro tema sério: não se faz séria interpretação a partir de uma tradução bíblica. Comparar traduções??? Isto é empreendimento de segunda linha no processo de inter-pretação séria.

Diante desta análise, lanço um desafio a você para reler todos os argumentos – favo-ráveis ou não a determinado tema – e considerar cada um deles vendo como cada ex-positor trabalha com o texto bíblico, se leva em conside-ração o ensino geral das Es-crituras desde a criação, pas-sando pela redenção. Como cada alternativa trabalha com cada argumento e como os argumentos se excluem ou se tocam. Se você puder estudar o texto a partir das línguas originais, faça isso. Trabalhe considerando os diversos princípios hermenêuticos de análise, veja os significados envolvidos no texto bíbli-co tomando cuidado para não cometer o deslize do presentismo (levar ao texto bíblico conceitos recentes sobre as coisas). Já ouvi que embora a Bíblia seja escrita com tinta indelével, nos-sa teologia é escrita a lápis. Assim, devemos dar espaço para o diálogo, sempre por meio de sadia hermenêutica e exegese, ouvir com amor e paciência o outro interprete é um santo remédio contra a intolerância e o dogmatismo, pois todos temos o Espírito de Deus em nós, como já escrevi no artigo anterior.

Finalmente, temos diante de nós ainda a questão de prioridades para as quais te-mos de dar conta ao povo de Deus com respostas bíblicas, criativas e sábias e nem sem-pre determinado tema poderá estar sendo conectado a estas prioridades.

Dentro disso conclamo sua consciência a se ajuntar conosco para buscarmos respostas a dezenas de te-mas que prioritariamente o “chão da igreja”, o povo de Deus, até mesmo o ministé-rio pastoral necessitam de respostas e a convivermos em amor, paciência e desejo de instruir com mansidão nos temas divergentes e, tudo isso, com a Bíblia na mão como nossa regra de fé e prática. Dentre estes temas posso citar, começando por necessidades ligadas ao mi-nistério pastoral:

(1) saúde psicoespiritual do pastor, esposa e sua família, incluindo as questões ligadas à desagregação familiar pas-toral, divórcio, etc.

(2) valorização do ministé-rio, a partir de vida piedosa, bíblica, pregação e ensinos sadios, e recuperação do sentido do servir a Deus e ao seu Reino;

(3) despertamento voca-cional;

(4) recapacitação e aperfei-çoamento bíblico, teológico, etc para os pastores;

(5) capacitação e recapaci-tação na área de aconselha-mento, inclusive de famílias da igreja;

(6) temas gerais e urgentes a serem discutidos:

- homossexualidade e iden-tidade de gênero diferente da identidade bio-sexual;

- novas alterações do Códi-go Penal que afrontam a vida, indivíduo e, especialmente a família em relação os princí-pios bíblicos;

- “indivíduolatria” da so-ciedade contemporânea que tem provocado egoísmo, violência, promiscuidade, afastamento das Escrituras por parte de pastores e ove-lhas que desejam definir e ver a vida do ponto de vista pessoal e não do ponto de vista das Escrituras.

- dilemas éticos e da bioé-tica como inseminação artifi-cial, abortamento, etc;

- fragmentação e destruição da família;

Eis aí o desafio, quem se habilita?