edicao 201 diagramacao - arquidiocesedegoiania.org.br para que o seu amor permaneça em nós e nós...

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Mons. João Daiber destaca São José como homem justo Um convite a viver liturgicamente a Semana Santa Escola de Ministérios prepara cantores e instrumentistas pág. 3 pág. 2 pág. 7 T ARQUIDIOCESE PALAVRA DO ARCEBISPO VIDA CRISTÃ Capa: Ana Paula Mota págs. 4 e 5 semanal Edição 201ª - 25 de março de 2018 www.arquidiocesedegoiania.org.br Siga-nos EDICAO 201 DIAGRAMACAO.indd 1 21/03/2018 19:27:43

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Mons. João Daiberdestaca São José

como homem justo

Um convite a viverliturgicamente a

Semana Santa

Escola de Ministériosprepara cantores e

instrumentistaspág. 3pág. 2 pág. 7

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Nesta Semana Santa, toda a nossa Igreja, no mundo in-teiro, estará reunida em pe-nitência, oração e louvor a

Deus, por sua infi nita misericórdia, ao enviar-nos o Cristo Salvador. Somos todos convidados a participar da litur-gia própria desse período, ceando com nosso Mestre, Jesus, vigiando e orando com Ele durante sua paixão e morte na cruz, para ressurgirmos com Ele dos sepulcros que nos afastam do Reino de

Deus, para uma vida nova, edifi cada no seu Evangelho. Vamos nos sentar à Mesa do Senhor, para aprendermos,

ainda mais, sobre o sagrado que mora nos verdadeiros atos de humildade e serviço aos irmãos, no exemplo de Jesus ao lavar os pés dos discípulos. Além da promessa de vida plena e eterna aos que permanecerem em seu Amor, na Santa Ceia Ele insti-tuiu um canal aberto de comunicação com a Trindade Santa, no mistério do pão e do vinho transformados no Seu corpo, san-gue, alma e divindade, dados a nós em comunhão.

Acolhamos o novo mandamento que nos foi dado naquele dia, marcando para sempre a história da humanidade, por ser a mais poderosa arma contra o mal: Amar o próximo como a nós mesmos! Quanto sentido se esconde neste ensinamento maior... Para que o Seu Amor permaneça em nós e nós Nele, devemos amar uns aos outros como Ele nos amou (Jo 15,9-17).

Olhemos para a Cruz de Cristo, na Sexta-feira Santa. Colo-quemos a seus pés as nossas faltas, o nosso pedido de perdão, por ter pecado em pensamentos, atos e omissões. Ele é a ver-dade e o caminho para o Reino de Deus, que precisa ter início em nossas vidas, hoje. Um verdadeiro exame de consciência diante da realidade que nos envolve, deve nos remeter à busca de Jesus em nosso meio, nesta semana e depois, de forma per-manente, onde ele indicou que o procurássemos depois da sua ressurreição:

"... porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me [...] Em verdade vos digo que, sempre que o fi zestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fi zestes." (cf. Mt 25,35)

A entrada de Jesus em Jerusalém, neste Domingo de Ra-mos, saudado pela multidão, nos convida a refl etir sobre os ca-minhos trilhados por Ele até o calvário. Aquela pergunta feita ao sumo sacerdote Anás, ainda ecoa para nós:

“Se falei mal, mostra onde está o mal; mas, se falei bem, por que me bates?” (Jo 18,23)

Em meio a tantas mazelas construídas pela humanidade, como as misérias material e espiritual, as guerras que matam pe-las armas e as cotidianas, podemos ver Jesus açoitado, humilha-do, subjugado e crucifi cado novamente, todos os dias. Basta olhar para as crianças, mulheres e idosos que são vítimas do abando-no, de violências física, verbal e muitas outras; e para todas as pessoas executadas nos diversos calvários contemporâneos.

Que ao fi nal desta Santa Semana, nos perguntemos o que podemos fazer para colaborar na superação dos martírios que acontecem todos os dias em nosso meio, – como a violência, em suas muitas faces –, sendo instrumentos para levar o misericor-dioso amor de Deus ao mundo. Não nos cansemos de plantar sementes de esperança por meio do amor cristão.

"Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter afl ições. Coragem! Eu venci o mundo." (Jo 16,33)

Março de 2018 Arquid iocese de Go iânia

PALAVRA DO ARCEBISPO2 PALAVRA DO ARCEBISPO2 PALAVRA DO ARCEBISPO2

Arcebispo de Goiânia: Dom Washington CruzBispos Auxiliares: Dom Levi Bonatto e Dom Moacir Silva Arantes

DOM WASHINGTON CRUZ, CPArcebispo Metropolitano de Goiânia

Editorial“QUE VOS AMEIS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI”

Coordenadora de Comunicação: Eliane Borges (GO 00575 JP)Consultor Teológico: Pe. Warlen MaxwellJornalista Responsável: Fúlvio Costa (MTB 8674/DF)Redação: Fúlvio CostaRevisão: Thais de Oliveira e Jane GrecoDiagramação: Carlos HenriqueColaboração: Marcos Paulo Mota(Estudante de Jornalismo/PUC Goiás)

Estagiárias: Isabella Garcia e Claudia Cunha(Estudantes de Jornalismo/PUC Goiás)Fotogra� as: Rudger RemígioTiragem: 25.000 exemplaresImpressão: Grá� ca Moura

Contatos: [email protected] Fone: (62) 3229-2683/2673

Após o longo inverno da Quares-ma, em que nos preparamos com a Lectio Divina (Leitura Orante da Bí-blia), chegamos à tão esperada Sema-na Santa. A preparação, porém, con-tinua. Diante da Páscoa do Senhor, somos todos convidados a viver o indispensável na Semana Santa. Entrevistado, padre Antônio Doni- zeth do Nascimento sugere que não nos preocupemos tanto com os ritos e fórmulas, mas tão somente com a vivência do mistério da Paixão, Mor-

te e Ressurreição de Cristo. Ainda nesta edição, trazemos matérias sobre o Projeto Cantando a Liturgia; a Lectio Divina do dia 17 de março; e o Encontro de preparação para a Semana Santa. Todos promovidos pela Arquidiocese. Na seção Vida Cristã, um interessante artigo es-crito pelo monsenhor João Daiber, sobre a vida de São José, que foi celebrado no dia 19.

Boa leitura!

Na manhã do dia 21 de março, no auditório da Cúria Metropolitana, o diretor geral da Feira da Solidariedade, padre Maximiliano Gonçalves da Cos-ta, esteve reunido com os representan-tes das Obras Sociais de nossa Arqui-diocese. A Feira integra a programação da Jornada da Cidadania 2018, que acontece de 24 a 26 de maio, no Centro de Convenções da PUC Goiás, locali-zado no Jardim Mariliza. A Jornada da Cidadania é realizada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás e a Ar-quidiocese de Goiânia.

No início da reunião, padre Max conduziu um momento de oração e apresentou a proposta para a Jornada da Cidadania deste ano. Ele destacou também a importância da participação

das Obras Sociais nesse evento, que oferecerá gratuitamente à popula-ção centenas de serviços, ofi cinas, palestras, apresentações culturais e muito mais.

A Feira da Solidariedade apresen-ta os trabalhos das Obras Sociais da Igreja que atuam no âmbito da Ar-quidiocese de Goiânia, por meio da exposição de diversos produtos em estandes, com o desejo de despertar a sociedade para a importância da economia solidária, da responsabili-dade social e do consumo conscien-te. Estimula a comunhão, o respeito e o envolvimento das pessoas com a prática da caridade cristã. A renda será toda destinada à manutenção dos projetos desenvolvidos.

Fique por dentroObras Sociais planejamFeira da Solidariedade

ProgramaEncontro Semanal

Assista pela PUC TV, todo sábado, às 8h30(Reprise aos domingos, 17h15, edição reduzida)

Marca da PUC TV

Canais: 24.1 HD / 22 Net / 324 SKY, Vivo e Claro HDTV

Marca da Arquidiocese

Muitos membros, um só corpo

Programa

ENCONTRO SEMANAL

Assista pela PUC TV,todo sábado, às 8h30

Canais: 24.1 HD / 22 Net324 SKY, Vivo e Claro HDTV

Reprise aos domingos, às 17h15

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Esse foi o tema do quinto en-contro da Lectio Divina, realizado na Paróquia Universitária São João Evangelista, no Setor Universitário, no último dia 17, e que teve como orientador Dom Moacir Silva Aran-tes, bispo auxiliar de Goiânia. A Lec-tio Divina, leitura orante da Bíblia, é um alimento para a vida espiritual com momentos de oração, louvor, contemplação, silêncio diante de Deus, em que a oração envolve e aproxima o fi el de Deus.

Durante o encontro, Dom Mo-acir chamou os presentes a refl etir sobre o Evangelho do dia (Jo 12,20-23), que fala do grão de trigo, o qual, O Encontro de preparação para

a Semana aconteceu no sábado, dia 17, no Centro Pastoral Dom Fernan-do (CPDF). O coordenador arqui-diocesano de Liturgia e Arte Sacra e administrador paroquial da Paró-quia São José, do Setor Sul, em Goi-ânia, padre Antônio Donizeth do Nascimento, apresentou às equipes de liturgia e de canto o livreto que contém as instruções para que se ce-lebre bem a Semana Santa. “Usem o folheto litúrgico e o livreto da Se-mana Santa como um guia para bem celebrar a Semana Santa e não como

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Iniciado projeto Cantando a LiturgiaAulas de técnica vocal, liturgia e violão

No último dia 15, foram iniciadas as atividades do Projeto “Cantando a Li-turgia”, uma iniciativa da

Arquidiocese de Goiânia, com vis-tas à formação litúrgico-musical dos cantores e instrumentistas que já se dedicam ao ministério pastoral em suas comunidades. Para este ano, o Projeto contará com aulas de técni-ca vocal, violão e liturgia. As aulas ocorrerão de março a dezembro, se-diadas no Centro Pastoral Dom An-tonio (CPDA), no Centro.

Conforme aponta o professor José Reinaldo Martins Filho, que minis-trará a ofi cina “música e liturgia”, no curso, “apesar de já existirem muitas iniciativas de formação musical para os católicos, este traz uma diferença substancial: a articulação entre uma boa formação técnica, isto é, que os

faça capazes de executar com qua-lidade o repertório litúrgico, e uma formação litúrgica e espiritual, que dará condições de os agentes de pas-toral reconhecerem, por si sós, a di-nâmica do Ano Litúrgico, bem como a importância da música e do canto em nossas liturgias”.

Para a professora Leonice Ângela, coordenadora e professora de canto no Projeto, “foi possível notar uma expectativa muito grande por parte das pessoas e ao mesmo tempo uma signifi cativa vontade de aprendizado, sede de conhecimento e entusiasmo pela realização desta capacitação”.

Esse primeiro dia também con-tou com a presença do padre Sérgio Ricardo Rezende, grande incentiva-dor do Projeto, que saudou alunos e professores. Ao todo, serão ofere-cidas 90 vagas, sendo 30 destinadas

aos instrumentistas (violão) e 60 aos cantores. Algumas vagas ainda se encontram à disposição dos inte-ressados, que deverão ter idade a partir de 16 anos e, de preferência,

conforme a própria Escritura Sagra-da, deve morrer para que possa dar frutos. “Jesus é o grão de trigo que morreu para nos dar a vida nova e redimir os nossos pecados”. Ao fa-lar sobre a Palavra de Deus, o bispo afi rmou que ela foi inspirada no Es-pírito de amor. “Devemos pedir ao Espírito Santo para conduzir nossos olhos, ouvidos e coração à Palavra de Deus”, disse.

Como gesto concreto para a se-mana, Dom Moacir pediu que os presentes fi zessem o exercício de praticar a esmola, sem pensar no que a pessoa que recebeu irá fazer com o que foi dado. “Dê sem fazer um julgamento, pois, a partir do momento que você dá, já não per-tence mais a você”. uma arma para ferir a Sagrada Li-

turgia”, exortou.José Reinaldo, membro da equipe

de Liturgia da Arquidiocese de Goi-ânia, falou sobre as partes cantadas do livreto da Semana Santa. Vale destacar que não houve nenhuma mudança nos cantos litúrgicos do livro atual em relação aos anos an-teriores, pois se trata de um rito, e o rito se faz com repetição. “Todos os cantos do livro estão organizados de acordo com os ritos da Semana San-ta e não devem ser substituídos”, lembrou padre Antônio.

Contemplando o Cristo da Cruze da Glória (Jo 12,20-33)

Arquidiocese promove encontro depreparação para a Semana Santa

já se dedicarem ao trabalho pastoral em suas comunidades. Para mais informações, ligar no número 3223-0759 ou pelo e-mail [email protected].

MARCOS PAULO MOTAAcadêmico de Jornalismo/PUC Goiás

CLAUDIA CUNHAAcadêmica de Jornalismo/PUC Goiás

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Na véspera do início da Se-mana Santa, o coordena-dor arquidiocesano de Li-turgia e Arte Sacra, padre

Antônio Donizeth do Nascimento, concedeu entrevista ao Encontro Semanal. O conteúdo apresentado aqui, antecipamos, é muito rico e trata-se de um importante subsídio para nos orientar sobre o sentido e a dimensão da Semana Santa em

Padre, o que é a Semana Santa e quando ela começa?

A Semana Santa começa com o pôr do sol de sábado. A partir de sá-bado à noite (24) já é domingo Dia do Senhor. E ela se encerra com o pôr do sol de domingo, neste ano dia 1º de abril. Esse é o tempo que a gente diz “Semana Santa”.

nossa caminhada cristã até a Páscoa – ápice da fé.

Na entrevista, tivemos o difícil de-safi o de apresentar um tema denso, mas de forma sucinta, isto é, comu-nicar profundamente a densidade da fé cristã. Padre Antônio explica que a Semana Santa tem início com o pôr do sol de sábado, dia 24, e prossegue até o pôr do sol de domingo, 1º de abril, Páscoa do Senhor. Ele também

Para viver bem a Semana Santa, é necessário ter feito uma caminhada mais próxi-ma a Deus na Quaresma?

Na verdade, a função da Quares-ma é uma caminhada rumo à Pas-coa. Essa é a sua fi nalidade. Não tem nenhum sentido a Quaresma fora da perspectiva pascal. Absolutamente nenhum, senão mero exercício hu-mano de procurar emagrecer e con-trolar os apetites, os pensamentos, os desejos. Mas do ponto de vista da fé, o que justifi ca a Quaresma é ser tempo de preparação para celebrar o mistério pascal.

Por que chamamos a Sema-na Santa de “Semana das se-manas”?

A gente também usa uma outra expressão que é “o coração do ano litúrgico é a Semana Santa”. Se você entende o ano litúrgico como um corpo, nós podemos considerar que a Semana Santa é o coração, porque, podemos dizer que, na linguagem

enfatiza que é indispensável aos cris-tãos, durante a Semana Santa, viver o seu sentido cristológico: “Viver o mistério de Cristo. Renovar com ele uma relação de aliança, voltar a ele a fonte primordial”.

O sacerdote faz também a distin-ção entre a liturgia da Igreja na Sema-na Santa e a encenação do caminho ao calvário, realizada em muitas pa-róquias, e relata como surgiram essas

litúrgica, tudo caminha para lá, tudo encontra lá o seu sentido último em Cristo, na Paixão, Morte e Ressurrei-ção de Jesus, e tudo deriva daquele mistério celebrado na Semana Santa; tudo deriva dela.

O que é indispensável para os cristãos durante a Sema-na Santa?

Viver o mistério de Cristo. Vi-ver. Mais do que saber, mais do que regras e normas, costumes, tradições e repetições de ritos, é vi-ver o mistério de Cristo. Isso que é o indispensável. Renovar com ele uma relação de aliança, voltar a ele a fonte primordial. A causa da vida nova que nós recebemos é ele. A Semana Santa é, por excelência, o encontro de cada cristão com a sua própria fonte, a fonte na qual se diz no salmo de Jerusalém: “De Jerusa-lém todo homem nasceu”. Nós po-demos dizer da Semana Santa: de Cristo e da fonte que é Cristo todos nascemos.

encenações. Padre Antônio deixa cla-ro, ainda, que o fundamental e mais importante é viver liturgicamente a Semana Santa como mistério da Pai-xão, Morte e Ressurreição de Cristo. “Na encenação as pessoas assistem, participam emocionadas, mas rece-bendo uma interpretação do artista. Na liturgia não. Na liturgia é o próprio Cristo que vive o mistério; você parti-cipa do mistério. É muito diferente”.

Antigamente, a Semana das Dores era mais falada. O que é Semana das Dores e quan-do de fato ela começa e ter-mina?

A Semana das Dores, do mesmo modo, é a semana do quinto domin-go da Quaresma até sábado à tarde da véspera de Domingo de Ramos. A questão é que a Semana Santa é genuinamente uma semana cristo-lógica. A Semana das Dores é an-tes da Semana Santa. A gente pode viver os atos de piedade, devoção a Nossa Senhora, ao sofrimento de Maria, mas isso não é a centralidade do mistério da Semana Santa, a dor de Nossa Senhora. A centralidade da Semana Santa é a Paixão, Mor-te e Ressurreição de Jesus Cristo; a centralidade é Cristo. Na Semana das Dores, se meditava e se rezava o mistério da dor de Nossa Senhora, das dores de Maria. Era uma sema-na piedosa e bonita dedicada a Nos-sa Senhora, para que não enchesse a Semana Santa com atos de devoção,

FÚLVIO COSTA

ENTREVISTA

Padre Antônio Donizeth do Nascimento

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de extravagâncias de devoção, dolo-rosa. Mas a centralidade da Semana Santa não é a dor de Nossa Senho-ra, mas, sim, a Paixão e Morte de Cristo, que também venceu a dor de Nossa Senhora e a dor da humani-dade inteira.

Qual o sentido da Semana Santa para a vivência cristã do povo de Deus durante o resto do ano litúrgico?

O sentido mais importante da Semana Santa é que é um tempo para ser vivido na Igreja. É a Páscoa anual. Todo domingo celebramos a Páscoa de Cristo, a Páscoa Semanal. Na Semana Santa se celebra como Igreja, no mundo inteiro, um ato de parar tudo e voltar tudo e todos, como Igreja, à fonte primordial, que é Cristo. Santo Agostinho medita o Evangelho de João que relata so-bre o soldado que traspassa o lado de Cristo; vendo que Cristo estava morto, o soldado não lhe quebrou as pernas, mas traspassou-lhe o lado e, ao tirar a lança, verteu san-gue e água. O santo usa uma ex-pressão que, na Semana Santa, nós vamos à fonte, que é o lado de Cris-to traspassado. Nós vamos beijar a cruz, tocar a cruz, tocar a chaga do lado de Cristo traspassado, e dizer: “aqui eu nasci, aqui é o lugar, aqui é a minha fonte”. É mais do que água benta, é o próprio Cristo a fonte.

Qual a distinção entre a li-turgia da Igreja na Semana Santa e a encenação do ca-minho ao calvário, realizada por muitas paróquias?

Há dois documentos, da Congre-gação para o Culto Divino, que se chamam Carta circular sobre a prepa-

ração e celebração das festas pascais e Diretório sobre Piedade Popular e Litur-gia. Essas duas referências dão uma normativa muito curiosa e ao mesmo tempo corrigem a Igreja com os se-guintes elementos: as dramatizações e cultos da piedade surgiram, em sua maioria, para preencher o vazio de conteúdo dos cristãos leigos sobre o mistério de Cristo. Isso, principal-mente, em muitas localidades onde não havia padres, nas periferias. As pessoas começaram a perceber a grandeza da Paixão, Morte e Ressur-reição de Cristo e assim passaram a valorizar essas encenações.

Particularmente, aqui no Brasil, isso tomou uma proporção muito grande quando começaram a fazer as Via-Sacras temáticas a partir da Campanha da Fraternidade. No en-tanto, essas encenações começaram a ter patrocínio de muitos missio-nários estrangeiros. Só que, como esses missionários foram embora, envelheceram, mudaram-se, esses grupos passaram a ter vínculos com as Secretarias de Cultura dos Muni-cípios, com os políticos, e então as encenações foram sendo fi nanciadas pelo poder público. Além disso, es-ses grupos de encenação tomaram uma autonomia e passaram a fazer uma interpretação a partir da com-preensão deles, e não uma interpre-tação bíblica, teológica e eclesial da fé; uma interpretação própria, que não é necessariamente a interpreta-ção razoável dos fatos e dos textos sagrados que relatam uma Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Se-nhor Jesus Cristo.

É preciso alguma aproximação e esforço da Igreja para corrigir alguns elementos que não são muitos saudá-veis nessas encenações. Na maioria das vezes, elas são muito longas e de-moradas, exaustivas. Quando termi-nam, as pessoas saem delas dizendo “nossa, foi bonito, chorei, me emo-cionei”. Mas, na encenação, Cristo já ressuscita na Sexta-feira da Paixão. E aí no Sábado Santo e no Domingo de Páscoa o cristão nem vai à Igreja e nem reza, ou seja, nem celebra o mi-

nistério da Ressurreição, o mistério da vida nova, que brota. Celebrar é diferente de encenar. Na encenação você assiste e se emociona. Mas pela celebração você participa do mistério do qual se refere. É muito diferente. Embora a encenação tenha elemen-tos importantes, culturais, artísticos, transmite a fé, transmite a história bíblica, mas nela você acaba receben-do uma interpretação do artista. Na Liturgia não. Na Liturgia é o próprio Cristo que vive o mistério; você par-ticipa do mistério.

Quem assiste à encenação à noite suspende a participa-ção litúrgica?

Jamais. Esse talvez seja um dos desvios mais graves e que precisa de uma aproximação muito gran-de. Em paróquias por onde passei, o que mais me assustava era ver que os jovens faziam a encenação com a maior dedicação do mundo, mas na Sexta-feira da Paixão eles estavam exaustos; no Sábado Santo sumiam, e no Domingo de Páscoa nem apa-reciam na Igreja. Era uma meninada que crescia sem uma verdadeira ins-trução na fé.

Sem experimentar Cristo ressus-citado você não vai a lugar nenhum. Sem o encontro com Cristo ressus-citado, a morte dele é a repetição das estatísticas de tantas mortes dos jornais, da televisão e dos aconteci-mentos da história; é repetir as en-cenações do cotidiano. A Liturgia não possibilita somente encenar, ver, assistir ou fi car sabendo, mas participar dos sofrimentos de Cris-to e da vida nova que brota da sua ressurreição. Essa distinção é funda-mental, e nenhuma encenação subs-tituirá a celebração litúrgica, na qual o cristão participa da vida nova que Cristo traz.

Como se insere a procissão do encontro dentro da Se-mana Santa?

A procissão do encontro é uma maneira zelosa, uma orientação da Igreja inserida na quarta-feira, an-tes do Tríduo Pascal, para que este

seja o mais cristológico possível. Não deve ser um ato de piedade e devoção a Nossa Senhora, ou um momento para rezar mil Ave Ma-rias, para fi car adorando o Santíssi-mo com as escalas de louvor a noite inteira. Não é para isso. A procissão do encontro é contemplar o mistério da paixão e do sofrimento de Nossa Senhora, da dor dela vendo e convi-vendo com o Filho no caminho do calvário, na Via Crucis. É uma ma-neira zelosa de meditar os mistérios de Nossa Senhora e o seu sofrimento antes do Tríduo sacro, para quando nele entrar, não ter nada que tire o foco central: a Paixão, Morte e Res-surreição de Cristo, da qual Maria também participou.

É tradição o povo ir à Missa na quinta, morrer com Jesus na sexta, mas não ressusci-tar no Sábado Santo. Qual a importância da missa da Vi-gília Pascal?

A distinção, na verdade, é até mais ampla. A liturgia, que começa com o pôr o sol da quinta-feira, ou seja, a celebração da Ceia do Senhor, do lava-pés, ela se encerra com a Vigília Pascal. É um culto só, que começa na quinta-feira e termina com a Vigília Pascal. Há uma unidade indivisível na celebração da Paixão, na quinta; da Morte, na sexta; e da Ressurreição, no sábado. É uma liturgia só. Não são três liturgias. É uma ação litúrgica com uma unidade indivisível, embo-ra feita em momentos diferentes, mas é a mesma liturgia. É a mesma ação de culto. A pessoa nunca participa-rá dessa unidade se ela for somente a uma. Não tem como participar da quinta-feira e dizer que já foi no res-to. Existe uma unidade indivisível: quinta-feira, Paixão; sexta-feira, Mor-te; sábado, Ressurreição.

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Liturgia eucarísticaMemória viva do altar da Cruz de Cristo

Ao Altar levamos os nossos donsA espiritualidade da doação de si,

que esse momento da Missa nos ensi-na, possa iluminar os nossos dias, os relacionamentos com os outros, aqui-lo que levamos a cabo e os sofrimen-tos que encontramos, ajudando-nos a construir a cidade terrena à luz do Evangelho.

É tudo isso que exprime também a oração do ofertório. Nela, o sacerdote pede a Deus que aceite os dons que a Igreja lhe oferece, invocando o fruto do admirável intercâmbio entre a nos-sa pobreza e a sua riqueza. No pão e no vinho apresentamos-lhe a oblação da nossa vida, a fi m de que seja transfor-mada pelo Espírito Santo no sacrifício de Cristo, tornando-se com Ele uma única oferenda espiritual agradável ao Pai. Enquanto concluímos assim a pre-paração dos dons, dispomo-nos para a prece eucarística (cf. ibid., n. 77).

Sem dúvida, a nossa oferta é pou-ca coisa, mas Cristo tem necessidade desse pouco. O Senhor nos pede pou-co e nos dá muito. Pede-nos pouco. Na vida diária, pede-nos a boa von-tade; pede-nos um coração aberto; pede-nos a vontade de ser melhores, para receber Aquele que se oferece a si mesmo a nós na Eucaristia; pede-nos essas oblações simbólicas que depois se tornarão o seu Corpo e o seu San-gue. Uma imagem desse movimen-to oblativo de oração é representada pelo incenso que, consumido no fogo,

liberta uma fumaça perfumada que se eleva: incensar as ofertas, como se faz nos dias santos, incensar a cruz, o altar, o presbítero e o povo sacerdotal manifesta visivelmente o vínculo ofer-torial que une todas essas realidades ao sacrifício de Cristo (cf. OGMR, n. 75). E não vos esqueçais: há o altar, que é Cristo, mas sempre em referên-cia ao primeiro altar, que é a Cruz; e ao altar, que é Cristo, levamos o pouco dos nossos dons, o pão e o vinho, que depois se tornarão muito: o próprio Je-sus que se oferece a nós!

Audiência Geral.Sala Paulo VI, 28 de fevereiro de 2018

-os aos discípulos, dizendo: “Tomai e comei... bebei: isto é o meu Corpo... isto é o cálice do meu Sangue. Fazei isto em memória de mim!”.

Obediente ao mandato de Jesus, a Igreja dispôs a Liturgia Eucarística em momentos que correspondem às palavras e aos gestos realizados por Ele na vigília da sua Paixão. Assim, na preparação dos dons, levam-se ao altar o pão e o vinho, ou seja, os elementos que Cristo tomou nas suas mãos. Na prece eucarística, damos graças a Deus pela obra da redenção, e as ofertas tornam-se o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo. Seguem-se a fração do Pão e a Comunhão, me-diante a qual revivemos a experiên-cia dos Apóstolos que receberam os dons eucarísticos das mãos do pró-prio Cristo (cf. Ordenamento Geral do Missal Romano, 72).

Portanto, ao primeiro gesto de Je-

Queridos irmãos e irmãs!

Continuemos as catequeses sobre a Santa Missa. À Litur-gia da Palavra – sobre a qual meditei nas catequeses pas-

sadas – segue-se a outra parte consti-tutiva da Missa, que é a Liturgia Eu-carística. Nela, por meio dos sinais sa-grados, a Igreja torna continuamente presente o Sacrifício da nova aliança, selada por Jesus no altar da Cruz (cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. Sacrosanc-tum concilium, 47). O primeiro altar cristão foi o da Cruz, e quando nos aproximamos do altar para celebrar a Missa, a nossa memória vai ao altar da Cruz, onde se realizou o primeiro sacrifício. O sacerdote, que na Missa representa Cristo, cumpre aquilo que o próprio Senhor fez e confi ou aos discípulos na última Ceia: tomou o pão e o cálice, deu graças e distribuiu-

sus: “Tomou o pão e o cálice do vi-nho”, corresponde a preparação dos dons. É a primeira parte da Liturgia Eucarística. É bom que o pão e o vi-nho sejam apresentados ao sacerdote pelos fi éis, porque eles signifi cam a oferta espiritual da Igreja ali congre-gada para a Eucaristia. É bom que precisamente os fi éis levem o pão e o vinho ao altar. Não obstante hoje, “os fi éis já não levem, como outrora, o próprio pão e vinho, destinados à Li-turgia, todavia o rito da apresentação desses dons conserva o seu valor e sig-nifi cado espiritual” (ibid., n. 73). E a esse propósito, é signifi cativo que, ao ordenar um novo presbítero, o bispo, quando lhe entrega o pão e o vinho, diz: “Recebe as ofertas do povo santo para o sacrifício eucarístico” (Pontifi -cal Romano – Ordenação dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos).

O povo de Deus que leva a oferta,

o pão e o vinho, a grande oferta para a Missa! Portanto, nos sinais do pão e do vinho, o povo fi el põe a própria oferta nas mãos do sacerdote, que a coloca no altar, ou mesa do Senhor, “que é o centro de toda a Liturgia Eucarística” (OGMR, n. 73). Ou seja, o centro da Missa é o altar, e o altar é Cristo. É necessário olhar sempre para o altar, que constitui o cerne da Missa. Por conseguinte, no “fruto da terra e do trabalho do homem” ofe-rece-se o compromisso dos fi éis a fa-zer de si mesmos, obedientes à Pala-vra divina, um “sacrifício agradável a Deus Pai Todo-Poderoso”, “pelo bem de toda a sua Santa Igreja”. Des-se modo, “a vida dos fi éis, o seu lou-vor, o seu sofrimento, a sua oração e o seu trabalho unem-se aos de Cristo e à sua oblação total, adquirindo as-sim um novo valor” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1.368).

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Março de 2018 Arquid iocese de Go iânia

6 CATEQUESE DO PAPA

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Março de 2018Arquid iocese de Go iânia

7VIDA CRISTÃ

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pois do nascimento, o pai tomava a criança nos seus braços, agradecia a Deus e “dava um nome” à crian-ça. Assim reconhecia, perante a Lei, que o fi lho era dele. José, des-cendente da casa de Davi, se tor-nou, então, “legalmente”, o pai de Jesus Cristo.

Deus, que avisou qual deveria ser o nome do menino, também es-colheu José para dar a seu Filho uma família humana e assumir a missão de criar, proteger e apoiar a criança, dando a ela um lar. E isso José fez: ele protegeu Jesus do massacre dos inocentes de Belém, acabou levan-do o menino e sua mãe para Naza-ré, ensinou para ele a profi ssão de carpinteiro e, como todo pai judeu, instruiu-o sobre a história de seu povo e o introduziu na participação

do culto e na compreensão das es-crituras sagradas.

E nós? A vida de José tem alguma coisa a ver conosco? Normalmente, não nos aparecem anjos para nos avi-sar o que devemos fazer, mas, certa-mente, Deus confi a a cada um de nós uma missão semelhante à de José. Outros fi lhos e fi lhas de Deus pre-cisam de ajuda, de apoio ou de pro-teção e Jesus mesmo garante que ele está presente neles. Quem é “justo”, como José, talvez não perceba essa presença na hora de decidir o que fa-zer, mas isso determinará o futuro de cada um (cf. Mt 25). Que possamos viver envolvidos como José na his-tória de Deus, realizando a missão para a qual Deus chama a cada um: procurar, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça (cf Mt 6,33).

José chegou à conclusão de que teria que se separar da sua futura es-posa, por ela ser escolhida por Deus como o instrumento para a realiza-ção das profecias anunciadas du-rante séculos a respeito do “ungido do Senhor”, o Cristo. Como poderia José ter a ousadia de pensar em ca-sar com Maria. Mas o Anjo do Se-nhor apareceu para José em sonho e lhe falou: “Não fi queis com medo” (cf. Mt 1,20). Anunciou também a ele que Deus o havia escolhido para a missão de “dar o nome” ao menino: Jesus, “Deus salva”.

Para alguém ser considerado membro do povo judeu, teria que nascer de uma mãe judia, descen-dente de Abraão. Era óbvio quem era a mãe, mas não era tão óbvio quem era o pai. Normalmente, de-

Depois de mostrar que São José era descendente de Davi, a quem Deus pro-meteu que sua descen-

dência iria reinar para sempre, e também descendente de Abraão, a quem Deus anunciou que todos os povos da terra seriam abençoados por meio dele, São Mateus relata uma nova etapa na história da sal-vação, com as seguintes palavras: “Ora, a origem de Jesus Cristo foi assim...” (cf. Mt 1,18).

Maria, a mãe de Jesus, estava prometida em casamento a José, mas ela fi cou grávida por obra do Espírito Santo. Mateus destaca que José era um homem “justo” e isso deve ser entendido à luz do senti-do da palavra “justo”, ao longo do Evangelho, em que Jesus fala da justiça do Reino de Deus, de justi-ça maior que a justiça dos mestres da Lei, da necessidade de ser justo como Deus é justo.

José não queria denunciar Maria publicamente, pois ela seria ape-drejada, conforme a Lei. Ele, então, resolveu repudiá-la em segredo. Muito já foi escrito sobre essa su-posta tragédia na vida de José, da sua decepção, das suas mágoas... No entanto, se ele iria deixar Maria “em segredo”, parece que ninguém ain-da tinha percebido que Maria estava grávida. Como então pôde José ter percebido isso? Teria que ser Maria a contar para ele o acontecido. José claramente conhecia e confi ava em Maria e, por isso, acreditou na pala-vra dela, mas ele fi cou “com medo” de se casar com ela.

São José: Homem Justo e BondosoMONS. JOÃO DAIBERVigário da Paróquia São José, Setor Sul

Afresco da igreja de São José, em Nazaré,na Terra Santa, construída sobre acasa onde acredita-se que Jesus

viveu com José e Maria

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“Vi o sepulcro de Cristo vivo e aglória do Ressuscitado” (Sequência Pascal)

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Siga os passos para a leitura orante:

8 LEITURA ORANTE

DIÁC. MARCOS PAULO VILELA DE ASSIS (SEMINARISTA)Seminário São João Maria Vianney

“Viu e acreditou” (cf. Jo 20,8)

Iremos celebrar a maior festa cristã, a Páscoa de Jesus. O evangelista João apresenta a cena de uma manhã de domingo, o primeiro dia da semana,

na cidade de Jerusalém. Narra o espanto dos discípulos ao descobrir o sepulcro vazio (cf. Jo 20,1). Esse primeiro dia nos remete à nova Criação. O Senhor inaugu-ra um novo tempo e quer, diante do mis-tério do sepulcro vazio, que tenhamos a certeza de que a morte não tem a vitória sobre a vida (cf. Rm 6,9). O homem novo, que ressurge com Cristo, deve ser aquele que se opõe totalmente ao pecado e busca realizar plenamente a vontade de Deus, sendo perseverante até a morte, e morte de Cruz (cf. Fl 2,8), pois quem se apega à sua vida, vai perdê-la, e quem perde sua vida por causa do Evangelho vai ganhar a vida eterna (cf. Mc 8,35).

ESPAÇO CULTURAL

Sugestão de leituraNo dia 20 de março, foi lançado o mais novo livro do papa Francis-co: Deus é jovem. A obra, que tem tradução em seis idiomas, é resul-tado de uma conversa do pontí� ce com o jornalista Thomas Leon-cini. O livro-entrevista traz uma visão do papa Francisco a respeito de grandes temas da atualidade para os jovens, tanto os engajados na Igreja como aqueles que não são católicos. Francisco ainda faz apontamentos sobre como as novas gerações podem se tornar pro-tagonistas da história. Além de jornalista, o italiano Thomas Leon-cini é escritor e ligado a estudos de modelos psicológicos e sociais. Ele também é coautor do livro Geração Líquida, com Zygmunt Bau-man, um dos maiores � lósofos e pensadores contemporâneos.

Autor: Thomas Leoncini/Papa FranciscoOnde encontrar: Livrarias católicas

A atitude do discípulo amado, ao ver os panos de linho no chão, levou-o a dar um salto na fé: viu e acreditou (cf. Jo 20,8). Ele foi o único que fi cou com o Senhor até o fi m (cf. Jo 19,26). Ao se deparar com essa cena do sepulcro vazio, ele sabia que estava diante de algo infi nitamente misterioso e lançou, mais uma vez, a sua confi ança no Senhor. Como o discípulo amado, podemos olhar a nossa vida, diante de tantas incertezas. Quando parece ser o “fi m”, o Senhor vai além, e transforma toda realidade, nos dá uma nova esperança, de uma salvação eter-na. Acolhamos essas realidades como um convite a uma vida nova e à renovação da nossa fé no Cristo Ressuscitado.

Texto para a oração: Jo 20,1-9 (página 1337– Bíblia das Edi-ções CNBB)

É importante que se crie um clima e um ambiente de si-lêncio, tranquilidade, calma e paz. Assim, como que uma “es-cada” que nos conduz a Deus, faça este percurso espiritual:

1. Primeiramente, faça uma leitura atenta. O que o texto diz? Leia com a convicção de que Deus fala com você. Faça silêncio interior para ouvir a Deus.

2. Após, faça a meditação livre. O que o texto diz para você? Refl ita, faça do texto um ruminar, repetindo as palavras ou frases mais signifi cativas. Aplique a mensa-gem no seu hoje.

3. Em seguida, faça uma oração espontânea. O que o texto faz você dizer a Deus? Com base no texto, tenha uma conversa sincera com Deus. Adore, louve, agradeça, peça perdão, e peça que ajude você a ser perseverante, até o fi m.

4. Passa-se agora à contemplação. Saboreie Deus tão pre-sente na sua realidade, em sua vida. Faça planos, proje-tos de crescimento na fé.

5. Por fi m, realize a ação. Busque realizar o amor de Deus em sua vida, amando-o acima de tudo, e renove a sua fé no Cristo Ressuscitado e o desejo de segui-lo mais de perto.

(DOMINGO DE PÁSCOA: At 10,34a.37-43; Sl 117(118) 1-2.16-17.22-23; Cl 3,1-4; Jo 20,1-9)

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