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Jornal do Comércio - Porto Alegre Quinta-feira 27 de novembro de 2014 Política 18 Editora: Paula Coutinho [email protected] Buscar credibilidade [email protected] Edgar Lisboa Repórter Brasília Política 18 Editora: Paula Coutinho [email protected] Vote contra você Um deputado recebe no seu gabinete um telefonema de um mi- nistro que afirma: “a sua emenda está aqui em cima; a sua emenda parlamentar para o seu município, para a sua região, está aqui na minha mesa; a presidente quer liberar o pagamento, mas ela pede, ou eu peço para você, deputado, votar hoje à noite contra o Código Florestal, ou contra o veto do fator previdenciário, ou votar contra o movimento maravilhoso da Saúde Mais 10, e outras votações”.A conversa hipotética, relatada pelo deputado Darcísio Perondi (PMDB), pode ser algo do passado. De acordo com o parlamentar, a votação de dois destaques é o que falta para aprovar a proposta de emenda à Constituição (PEC) que institui o Orçamento Impositivo. O texto, que obriga o governo a reservar parte do orçamento para pagar emendas parlamentares, pode enterrar conversas desse tipo e, segundo Peron- di, garantir a independência do Congresso. Mas o governo não vai dei- xar. “Os deputados estão dizendo que o presidente da Câmara, Henri- que Eduardo Alves (PMDB-RN), é o culpado. Ele não é o culpado. É a pressão do fraco, do esvaziado governo federal. Está no triste caso do seu primeiro mandato, e o governo legitimou o segundo mandato”. Política 18 Editora: Paula Coutinho [email protected] Rua Vilela Tavares nº 300 - São João - Porto Alegre - Fones: (51) 3342.0298 / (51) 3342.5433 engeté[email protected] EXAUSTÃO - VENTILAÇÃO - REFRIGERAÇÃO VENDA DE EQUIPAMENTOS SISTEMAS DE AR CONDICIONADO CENTRAL MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA (PMOC) [email protected] (51) 3378-8000 I www.pcmsocarloschagas.com.br Presidente da CPI é indicado para uma vaga no TCU O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades na Petrobras, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), foi indicado, nesta terça-feira, para uma vaga de ministro do Tribunal de Con- tas da União (TCU). Segundo o presidente do Se- nado, Renan Calheiros (PMDB- -PB), ele foi o único inscrito para a vaga do ministro José Jorge, obrigado a se aposentar, porque completou 70 anos no último dia 18. O prazo se encerrou nesta terça-feira. O novo ocupante da cadeira herdará a relatoria dos processos de investigação da Petrobras, en- tre eles o que avalia prejuízos na compra da refinaria de Pasade- na, no Texas, Estados Unidos. A oposição acusa o presiden- te da CPI de blindar o Palácio do Planalto e a Petrobras nas inves- tigações. Ele nega. O nome do senador Vital do Rêgo será submetido à análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Se aprovado, ainda terá de passar pela análise do plenário do Senado Federal. A indicação do peemedebis- ta foi apresentada à Secretaria- -Geral do Senado com apoio das lideranças do PMDB, PP, PSD, PV, PTB, PR e DEM, que reúnem 40 senadores. Inicialmente, o Palácio do Planalto trabalhava para lançar o nome da ministra da Secreta- ria dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti, para o posto, mas a pe- tista enfrenta forte resistência no Congresso Nacional. Ex-senadora e ex-ministra das Relações Ins- titucionais da presidente Dilma Rousseff, Ideli colecionou desafe- tos, especialmente no PMDB. Se for confirmado para a vaga, Vital poderá ficar 19 anos na Corte. O TCU é composto por nove ministros, sendo três indi- cados pela Câmara dos Deputa- dos, três pelo Senado e três pelo presidente da República. PETROBRAS Janot pedirá abertura de inquérito contra políticos Com o fim da delação do doleiro, procurador decide quem vai ao STF O procurador-geral da Repú- blica, Rodrigo Janot, deve pedir, nos próximos dias, as primeiras aberturas de inquérito contra políticos que detêm foro privile- giado. Com o fim da delação pre- miada do doleiro Alberto Youssef, ele fará uma análise do material e decidirá não só quem deve res- ponder junto ao Supremo Tribu- nal Federal (STF), mas também quais dos envolvidos sem foro deverão ser processados na últi- ma instância do Judiciário. Segundo a reportagem apu- rou, com as delações do ex-di- retor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Youssef, Janot entende que já é possível se ter uma visão global dos crimes, não sendo necessário esperar ou- tras delações que estão em curso ou ainda sendo negociadas para se iniciar os inquéritos no STF. A ideia de Janot é abrir uma série de inquéritos no STF. Al- guns podem englobar mais de um político, caso a atuação este- ja interligada. O mesmo sistema será usado para envolvidos sem foro, que poderão responder no STF caso sua participação seja muito próxima de alguma auto- ridade. Na terça-feira passada, Janot enviou dois pareceres em proces- sos que correm no STF e tentam retirar a Operação Lava Jato da Jus- Caberá a Rodrigo Janot (e) encaminhar pareceres à Suprema Corte tiça Federal de primeira instância. Alegando usurpação de com- petência, uma vez que há políti- cos nas delações, as defesas de um dos sócios da Sanko Sider Murilo Barrios pediram para atos do juiz federal Sergio Moro serem considerados nulos e revo- gadas as prisões, uma vez que o caso deveria ser do STF. O mesmo fez a defesa de Waldomiro de Oliveira, um em- pregado de Youssef em nome de quem uma das empresas do esquema, a MO Consultoria, está registrada. Em seus pareceres, Janot é contra a retirada dos processos da primeira instância. Para ele, as delações que citam políticos não foram usadas nas denúncias contra quem responde aos pro- cessos na Justiça federal. Diz ain- da que o direito a ampla defesa foi assegurado aos acusados. Caberá ao ministro Teori Za- vascki, relator do caso no STF, decidir se os processos seguirão ou não na primeira instância da Justiça Federal. JOSÉ CRUZ/ABR/JC Alíquota zero para teteiras O deputado Alceu Moreira (PMDB) pediu ao Palácio do Planalto que seja editado um decreto colocando peças de borracha para má- quinas ordenhadeiras na tabela de produtos com incidência zero do Imposto sobre Produtos Industrializados. De acordo com ele, es- sas peças, chamadas teteiras, têm que ser trocadas a cada 2,5 mil ordenhas ou seis meses. “Estes itens de borracha que compõem o equipamento de ordenha são de vital importância para a sanidade do rebanho, a qualidade do produto e a remuneração do produtor, na sua grande maioria pequenos e médios de agricultura predomi- nantemente familiar”, disse. Duas por porte Quem tem licença para porte de arma poderá ter até duas armas registradas no mesmo documento. Projeto de lei do deputado Onyx Lorenzoni (DEM) modifica a legislação, que permite uma arma para cada documento permitindo porte de arma. Na avaliação de Lorenzoni, isso é um ônus indevido para o cidadão. “Trata-se de exigência desproporcional e abusiva, pois equivale a requerer de um motorista a expedição de uma Carteira Nacional de Habilitação para cada veículo que possuir”, afirma. A reforma política é algo tornado mais urgente ainda depois das eleições passadas. “Nas últimas eleições, todos os candidatos perceberam que a popu- lação não está satisfeita e deseja que o político esteja mais perto do povo. En- quanto não conseguirmos mais credibi- lidade, toda a sociedade sofre. Se não conseguirmos fazer a reforma ainda este ano, que nos empenhemos no co- meço da próxima Legislatura”, disse o deputado Renato Molling (PP, foto). LUCIO RENATO JR/AGÊNCIA CÂMARA/DIVULGAÇÃO/JC

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Jornal do Comércio - Porto AlegreQuinta-feira27 de novembro de 2014

Política18

Editora: Paula [email protected]

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Edgar Lisboa

Repórter Brasília

Política18

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Vote contra vocêUm deputado recebe no seu gabinete um telefonema de um mi-

nistro que afirma: “a sua emenda está aqui em cima; a sua emendaparlamentar para o seu município, para a sua região, está aqui naminha mesa; a presidente quer liberar o pagamento, mas ela pede,ou eu peço para você, deputado, votar hoje à noite contra o CódigoFlorestal, ou contra o veto do fator previdenciário, ou votar contrao movimento maravilhoso da Saúde Mais 10, e outras votações”. Aconversa hipotética, relatada pelo deputado Darcísio Perondi (PMDB),pode ser algo do passado. De acordo com o parlamentar, a votaçãode dois destaques é o que falta para aprovar a proposta de emenda àConstituição (PEC) que institui o Orçamento Impositivo. O texto, queobriga o governo a reservar parte do orçamento para pagar emendasparlamentares, pode enterrar conversas desse tipo e, segundo Peron-di, garantir a independência do Congresso. Mas o governo não vai dei-xar. “Os deputados estão dizendo que o presidente da Câmara, Henri-que Eduardo Alves (PMDB-RN), é o culpado. Ele não é o culpado. É apressão do fraco, do esvaziado governo federal. Está no triste caso doseu primeiro mandato, e o governo legitimou o segundo mandato”.

Política18

Editora: Paula [email protected]

Rua Vilela Tavares nº 300 - São João - Porto Alegre - Fones: (51) 3342.0298 / (51) 3342.5433

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EXAUSTÃO - VENTILAÇÃO - REFRIGERAÇÃO

VENDA DE EQUIPAMENTOS

SISTEMAS DE AR CONDICIONADO CENTRAL

MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA (PMOC) [email protected](51) 3378-8000 I www.pcmsocarloschagas.com.br

Presidente da CPI é indicado para uma vaga no TCUO presidente da Comissão

Parlamentar de Inquérito (CPI)que investiga irregularidadesna Petrobras, o senador Vital doRêgo (PMDB-PB), foi indicado,nesta terça-feira, para uma vagade ministro do Tribunal de Con-tas da União (TCU).

Segundo o presidente do Se-nado, Renan Calheiros (PMDB--PB), ele foi o único inscrito paraa vaga do ministro José Jorge,obrigado a se aposentar, porquecompletou 70 anos no último dia18. O prazo se encerrou nesta

terça-feira.O novo ocupante da cadeira

herdará a relatoria dos processosde investigação da Petrobras, en-tre eles o que avalia prejuízos nacompra da refinaria de Pasade-na, no Texas, Estados Unidos.

A oposição acusa o presiden-te da CPI de blindar o Palácio doPlanalto e a Petrobras nas inves-tigações. Ele nega.

O nome do senador Vital doRêgo será submetido à análise daComissão de Constituição, Justiçae Cidadania (CCJ). Se aprovado,

ainda terá de passar pela análisedo plenário do Senado Federal.

A indicação do peemedebis-ta foi apresentada à Secretaria--Geral do Senado com apoio daslideranças do PMDB, PP, PSD, PV,PTB, PR e DEM, que reúnem 40senadores.

Inicialmente, o Palácio doPlanalto trabalhava para lançaro nome da ministra da Secreta-ria dos Direitos Humanos, IdeliSalvatti, para o posto, mas a pe-tista enfrenta forte resistência noCongresso Nacional. Ex-senadorae ex-ministra das Relações Ins-titucionais da presidente DilmaRousseff, Ideli colecionou desafe-tos, especialmente no PMDB.

Se for confirmado para avaga, Vital poderá ficar 19 anosna Corte. O TCU é composto pornove ministros, sendo três indi-cados pela Câmara dos Deputa-dos, três pelo Senado e três pelopresidente da República.

PETROBRAS

Janot pedirá abertura deinquérito contra políticosCom o fim da delação do doleiro, procurador decide quem vai ao STF

O procurador-geral da Repú-blica, Rodrigo Janot, deve pedir,nos próximos dias, as primeirasaberturas de inquérito contrapolíticos que detêm foro privile-giado.

Com o fim da delação pre-miada do doleiro Alberto Youssef,ele fará uma análise do materiale decidirá não só quem deve res-ponder junto ao Supremo Tribu-nal Federal (STF), mas tambémquais dos envolvidos sem forodeverão ser processados na últi-ma instância do Judiciário.

Segundo a reportagem apu-rou, com as delações do ex-di-retor da Petrobras Paulo RobertoCosta e do doleiro Youssef, Janotentende que já é possível se teruma visão global dos crimes,não sendo necessário esperar ou-tras delações que estão em cursoou ainda sendo negociadas parase iniciar os inquéritos no STF.

A ideia de Janot é abrir umasérie de inquéritos no STF. Al-guns podem englobar mais deum político, caso a atuação este-ja interligada. O mesmo sistemaserá usado para envolvidos semforo, que poderão responder noSTF caso sua participação sejamuito próxima de alguma auto-ridade.

Na terça-feira passada, Janotenviou dois pareceres em proces-sos que correm no STF e tentamretirar a Operação Lava Jato da Jus-

Caberá a Rodrigo Janot (e) encaminhar pareceres à Suprema Corte

tiça Federal de primeira instância.Alegando usurpação de com-

petência, uma vez que há políti-cos nas delações, as defesas deum dos sócios da Sanko SiderMurilo Barrios pediram paraatos do juiz federal Sergio Moroserem considerados nulos e revo-gadas as prisões, uma vez que ocaso deveria ser do STF.

O mesmo fez a defesa deWaldomiro de Oliveira, um em-pregado de Youssef em nomede quem uma das empresas doesquema, a MO Consultoria, está

registrada.Em seus pareceres, Janot é

contra a retirada dos processosda primeira instância. Para ele,as delações que citam políticosnão foram usadas nas denúnciascontra quem responde aos pro-cessos na Justiça federal. Diz ain-da que o direito a ampla defesafoi assegurado aos acusados.

Caberá ao ministro Teori Za-vascki, relator do caso no STF,decidir se os processos seguirãoou não na primeira instância daJustiça Federal.

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Alíquota zero para teteirasO deputado Alceu Moreira (PMDB) pediu ao Palácio do Planalto

que seja editado um decreto colocando peças de borracha para má-quinas ordenhadeiras na tabela de produtos com incidência zerodo Imposto sobre Produtos Industrializados. De acordo com ele, es-sas peças, chamadas teteiras, têm que ser trocadas a cada 2,5 milordenhas ou seis meses. “Estes itens de borracha que compõem oequipamento de ordenha são de vital importância para a sanidadedo rebanho, a qualidade do produto e a remuneração do produtor,na sua grande maioria pequenos e médios de agricultura predomi-nantemente familiar”, disse.

Duas por porteQuem tem licença para porte de arma poderá ter até duas armas

registradas no mesmo documento. Projeto de lei do deputado OnyxLorenzoni (DEM) modifica a legislação, que permite uma armapara cada documento permitindo porte de arma. Na avaliação deLorenzoni, isso é um ônus indevido para o cidadão. “Trata-se deexigência desproporcional e abusiva, pois equivale a requerer deum motorista a expedição de uma Carteira Nacional de Habilitaçãopara cada veículo que possuir”, afirma.

A reforma política é algo tornadomais urgente ainda depois das eleiçõespassadas. “Nas últimas eleições, todosos candidatos perceberam que a popu-lação não está satisfeita e deseja que opolítico esteja mais perto do povo. En-quanto não conseguirmos mais credibi-lidade, toda a sociedade sofre. Se nãoconseguirmos fazer a reforma aindaeste ano, que nos empenhemos no co-meço da próxima Legislatura”, disse odeputado Renato Molling (PP, foto). LU

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