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caderno do PROFESSOR    E    D    U    C    A    Ç     Ã    O    F     Í    S    I    C    A ensino médio volume 1 - 2009 2 a -  SÉRIE

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  • caderno doPROFESSOR

    EDUC

    AO

    FS

    ICA

    ensino mdio

    volume 1 - 20092a- SRIE

  • So Paulo (Estado) Secretaria da Educao. Caderno do professor: educao fsica, ensino mdio - 2a srie, volume 1 / Secretaria da Educao; coordenao geral, Maria Ins Fini; equipe, Adalberto dos Santos Souza, Jocimar Daolio, Luciana Venncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Srgio Roberto Silveira. So Paulo : SEE, 2009.

    ISBN 978-85-7849-226-7

    1. Educao Fsica 2. Ensino Mdio 3. Estudo e ensino I. Fini, Maria Ins. II. Souza, Adalberto dos Santos. III. Daolio, Jocimar. IV. Venncio, Luciana. V. Sanches Neto, Luiz. VI. Betti, Mauro. VII Silveira, Srgio Roberto. VIII. Ttulo.

    CDU: 373.5:796

    S239c

    GovernadorJos Serra

    Vice-GovernadorAlberto Goldman

    Secretria da EducaoMaria Helena Guimares de Castro

    Secretria-AdjuntaIara Gloria Areias Prado

    Chefe de GabineteFernando Padula

    Coordenadora de Estudos e NormasPedaggicasValria de Souza

    Coordenador de Ensino da RegioMetropolitana da Grande So PauloJos Benedito de Oliveira

    Coordenadora de Ensino do InteriorAparecida Edna de Matos

    Presidente da Fundao para oDesenvolvimento da Educao FDEFbio Bonini Simes de Lima

    Coordenao do Desenvolvimento dos Contedos Programticos e dos Cadernos dos ProfessoresGhisleine Trigo Silveira

    AUTORES

    Cincias Humanas e suas Tecnologias

    Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Lus Martins e Ren Jos Trentin Silveira

    Geografia: Angela Corra da Silva, Jaime Tadeu Oliva, Raul Borges Guimares, Regina Araujo, Regina Clia Bega dos Santos e Srgio Adas

    Histria: Paulo Miceli, Diego Lpez Silva, Glaydson Jos da Silva, Mnica Lungov Bugelli e Raquel dos Santos Funari

    Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina Schrijnemaekers

    Cincias da Natureza e suas Tecnologias

    Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabola Bovo Mendona, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo

    Cincias: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite, Joo Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Julio Czar Foschini Lisba, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Mara Batistoni e Silva, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Rogrio Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordo, Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume

    Fsica: Luis Carlos de Menezes, Sonia Salem, Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Iv Gurgel, Lus Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti, Maurcio Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell Roger da Purificao Siqueira e Yassuko Hosoume

    Qumica: Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valena de Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidio

    Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    Arte: Geraldo de Oliveira Suzigan, Gisa Picosque, Jssica Mami Makino, Mirian Celeste Martins e Sayonara Pereira

    Educao Fsica: Adalberto dos Santos Souza, Jocimar Daolio, Luciana Venncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti e Srgio Roberto Silveira

    LEM Ingls: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lvia de Arajo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo

    Lngua Portuguesa: Alice Vieira, Dbora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, Jos Lus Marques Lpez Landeira e Joo Henrique Nogueira Mateos

    Matemtica

    Matemtica: Nlson Jos Machado, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, Jos Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moiss, Rogrio Ferreira da Fonseca, Ruy Csar Pietropaolo e Walter Spinelli

    Caderno do GestorLino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice Murrie

    Equipe de Produo

    Coordenao Executiva: Beatriz Scavazza

    Assessores: Alex Barros, Antonio Carlos Carvalho, Beatriz Blay, Carla de Meira Leite, Eliane Yambanis, Heloisa Amaral Dias de Oliveira, Jos Carlos Augusto, Luiza Christov, Maria Eloisa Pires Tavares, Paulo Eduardo Mendes, Paulo Roberto da Cunha, Pepita Prata, Renata Elsa Stark, Solange Wagner Locatelli e Vanessa Dias Moretti

    Equipe Editorial

    Coordenao Executiva: Angela Sprenger

    Assessores: Denise Blanes e Lus Mrcio Barbosa

    Projeto Editorial: Zuleika de Felice Murrie

    Edio e Produo Editorial: Conexo Editorial, Edies Jogos de Amarelinha, Jairo Souza Design Grfico e Occy Design (projeto grfico)

    APOIOFDE Fundao para o Desenvolvimento da Educao

    CTP, Impresso e AcabamentoImprensa Oficial do Estado de So Paulo

    EXECUO

    Coordenao GeralMaria Ins Fini

    ConcepoGuiomar Namo de MelloLino de MacedoLuis Carlos de MenezesMaria Ins FiniRuy Berger

    GESTO

    Fundao Carlos Alberto Vanzolini

    Presidente do Conselho Curador:Antonio Rafael Namur Muscat

    Presidente da Diretoria Executiva:Mauro Zilbovicius

    Diretor de Gesto de Tecnologias aplicadas Educao:Guilherme Ary Plonski

    Coordenadoras Executivas de Projetos:Beatriz Scavazza e Angela Sprenger

    COORDENAO TCNICA

    CENP Coordenadoria de Estudos e Normas Pedaggicas

    A Secretaria da Educao do Estado de So Paulo autoriza a reproduo do contedo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educao do pas, desde que mantida a integridade da obra e dos crditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* devero ser diretamente negociados com seus prprios titulares, sob pena de infrao aos artigos da Lei n 9.610/98.

    * Constituem direitos autorais protegidos todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que no estejam em domnio pblico nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.

    Catalogao na Fonte: Centro de Referncia em Educao Mario Covas

  • Prezado(a) professor(a),

    Dando continuidade ao trabalho iniciado em 2008 para atender a uma das

    prioridades da rea de Educao neste governo o ensino de qualidade , enca-

    minhamos a voc o material preparado para o ano letivo de 2009.

    As orientaes aqui contidas incorporaram as sugestes e ajustes sugeridos

    pelos professores, advindos da experincia e da implementao da nova pro-

    posta em sala de aula no ano passado.

    Reafirmamos a importncia de seu trabalho. O alcance desta meta concre-

    tizado essencialmente na sala de aula, pelo professor e pelos alunos.

    O Caderno do Professor foi elaborado por competentes especialistas na rea

    de Educao. Com o contedo organizado por disciplina, oferece orientao

    para o desenvolvimento das Situaes de Aprendizagem propostas.

    Esperamos que voc aproveite e implemente as orientaes didtico-peda-

    ggicas aqui contidas. Estaremos atentos e prontos para esclarecer dvidas ou

    dificuldades, assim como para promover ajustes ou adaptaes que aumentem

    a eficcia deste trabalho.

    Aqui est nosso novo desafio. Com determinao e competncia, certamen-

    te iremos venc-lo!

    Contamos com voc.

    Maria Helena Guimares de CastroSecretria da Educao do Estado de So Paulo

  • So Paulo faz escola Uma Proposta Curricular para o Estado 5

    Ficha do Caderno 7

    Orientao sobre os contedos do bimestre 8

    Tema 1 Ginstica de academia Prticas contemporneas, processo histrico, modismos e tendncias 11

    Situao de Aprendizagem 1 Ginstica no s academia? 14

    Atividade Avaliadora 16

    Proposta de Situaes de Recuperao 17

    Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreenso do tema 17

    Tema 2 Mdias e ginstica 19

    Situao de Aprendizagem 2 Promessas mil... 21

    Atividade Avaliadora 22

    Proposta de Situaes de Recuperao 23

    Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreenso do tema 23

    Tema 3 Corpo, sade e beleza: capacidades fsicas 24

    Situao de Aprendizagem 3 Como identifico e avalio as minhas capacidades fsicas 25

    Atividade Avaliadora 29

    Proposta de Situaes de Recuperao 29

    Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreenso do tema 30

    Consideraes finais 31

    SUMriO

  • 5SO PaUlO Faz ESCOla UMa PrOPOSTa CUrriCUlar Para O ESTadO

    Prezado(a) professor(a),

    com muita satisfao que apresento a todos a verso revista dos Cadernos do

    Professor, parte integrante da Proposta Curricular de 5a a 8a sries do Ensino Fun-

    damental Ciclo II e do Ensino Mdio do Estado de So Paulo. Esta nova verso

    tambm tem a sua autoria, uma vez que inclui suas sugestes e crticas, apresentadas

    durante a primeira fase de implantao da proposta.

    Os Cadernos foram lidos, analisados e aplicados, e a nova verso tem agora a medida

    das prticas de nossas salas de aula. Sabemos que o material causou excelente impacto

    na Rede Estadual de Ensino como um todo. No houve discriminao. Crticas e suges-

    tes surgiram, mas em nenhum momento se considerou que os Cadernos no deveriam

    ser produzidos. Ao contrrio, as indicaes vieram no sentido de aperfeio-los.

    A Proposta Curricular no foi comunicada como dogma ou aceite sem restrio.

    Foi vivida nos Cadernos do Professor e compreendida como um texto repleto de sig-

    nificados, mas em construo. Isso provocou ajustes que incorporaram as prticas e

    consideraram os problemas da implantao, por meio de um intenso dilogo sobre o

    que estava sendo proposto.

    Os Cadernos dialogaram com seu pblico-alvo e geraram indicaes preciosas para

    o processo de ensino-aprendizagem nas escolas e para a Secretaria, que gerencia esse

    processo.

    Esta nova verso considera o tempo de discusso, fundamental implantao

    da Proposta Curricular. Esse tempo foi compreendido como um momento nico,

    gerador de novos significados e de mudanas de ideias e atitudes.

    Os ajustes nos Cadernos levaram em conta o apoio a movimentos inovadores, no

    contexto das escolas, apostando na possibilidade de desenvolvimento da autonomia

    escolar, com indicaes permanentes sobre a avaliao dos critrios de qualidade da

    aprendizagem e de seus resultados.

  • 6Sempre oportuno relembrar que os Cadernos espelharam-se, de forma objetiva,

    na Proposta Curricular, referncia comum a todas as escolas da Rede Estadual, reve-

    lando uma maneira indita de relacionar teoria e prtica e integrando as disciplinas

    e as sries em um projeto interdisciplinar por meio de um enfoque filosfico de Edu-

    cao que definiu contedos, competncias e habilidades, metodologias, avaliao e

    recursos didticos.

    Esta nova verso d continuidade ao projeto poltico-educacional do Governo de

    So Paulo, para cumprir as 10 metas do Plano Estadual de Educao, e faz parte das

    aes propostas para a construo de uma escola melhor.

    O uso dos Cadernos em sala de aula foi um sucesso! Esto de parabns todos os que

    acreditaram na possibilidade de mudar os rumos da escola pblica, transformando-a

    em um espao, por excelncia, de aprendizagem. O objetivo dos Cadernos sempre ser

    apoiar os professores em suas prticas de sala de aula. Posso dizer que esse objetivo foi

    alcanado, porque os docentes da Rede Pblica do Estado de So Paulo fizeram dos

    Cadernos um instrumento pedaggico com vida e resultados.

    Conto mais uma vez com o entusiasmo e a dedicao de todos os professores, para

    que possamos marcar a Histria da Educao do Estado de So Paulo como sendo

    este um perodo em que buscamos e conseguimos, com sucesso, reverter o estigma que

    pesou sobre a escola pblica nos ltimos anos e oferecer educao bsica de qualidade

    a todas as crianas e jovens de nossa Rede. Para ns, da Secretaria, j possvel antever

    esse sucesso, que tambm de vocs.

    Bom ano letivo de trabalho a todos!

    Maria ins FiniCoordenadora Geral

    Projeto So Paulo Faz Escola

  • 7FiCHa dO CadErnOGinstica; Mdias e ginstica; Corpo, sade e beleza

    nome da disciplina: Educao Fsica

    rea: Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    Etapa da educao bsica: Ensino Mdio

    Srie: 2a

    Perodo letivo: 1o bimestre de 2009

    Temas e contedos: Ginstica

    Mdias e ginstica

    Corpo, sade e beleza

  • 8OriEnTaO SObrE OS COnTEdOS dO biMESTrEA Educao Fsica no Ensino Mdio

    deve possibilitar aos alunos confrontar suas experin cias de Se-Movimentar no mbi-to da Cultura de Movimento juvenil com outras dimenses do mundo contempor-neo, gerando contedos mais prximos de sua vida cotidiana. Assim, a Educao Fsica pode tornar-se mais relevante para eles, no s durante o tempo e o espao da escolari-zao, como, e principalmente, auxiliando-os a compreender a Cultura de Movimento de forma mais crtica. Isso lhes possibilitar participar e intervir nessa cultura com mais recursos e de forma mais autnoma. Vale lembrar que os alunos do Ensino Mdio, ao longo dos ciclos anteriores de escolariza-o, j vivenciaram um amplo conjunto de experi ncias de Se-Movimentar, incluindo o contato com as codificaes das culturas es-portiva, gmnica, rtmica e das lutas.

    Podemos, ento, definir como objetivos ge-rais da Educao Fsica no Ensino Mdio: a compreenso do jogo, do esporte, da ginstica, da luta e atividade rtmica como fenmenos socioculturais em sintonia com os temas do nosso tempo e com a vida dos alunos, amplian-do os conhecimentos no mbito da Cultura de Movimento; e a ampliao das possibilidades dos significados e sentidos das experincias de Se-Movimentar em jogos, esportes, ginsticas, lutas e atividades rtmicas rumo construo de uma autonomia crtica e autocrtica.

    Tomando-se por bases essas considera-es, vislumbra-se a Proposta Curricular da Educao Fsica no Ensino Mdio como uma rede de inter-relaes, partindo dos cin-co grandes eixos de contedo (jogo, esporte, ginstica, luta e a atividade rtmica), que se cruzam com eixos temticos interdiscipli-nares relevantes na sociedade, gerando sub-temas a serem tratados como contedos ao longo das sries. Os eixos temticos escolhi-dos (corpo, sade e beleza, contemporanei-dade, mdias e lazer e trabalho) justificam-se por estarem relacionados construo da Cultura de Movimento contempornea e por serem importantes e atuais para a formao de um jovem no Ensino Mdio.

    Neste 1o bimestre da 2a srie sero aborda-dos o eixo de contedo ginstica e os temas Mdias e Corpo, sade e beleza.

    Em ginstica, tratar-se- do fenmeno das academias, com seus modismos, tendncias e variados tipos e formas de ginsticas, alm de suas promessas de melhoria da sade e embe-lezamento fsico. O que se pretende que os alunos, alm de reconhecerem as ginsticas como possibilidades para o seu Se-Movimen-tar dentro e fora das academias, identifiquem os interesses e motivaes envolvidos na sua prtica, bem como o seu contexto histrico e interesses financeiros implicados nas ginsticas

    Por Cultura de Movimento entende-se o conjunto de significados/sentidos, smbolos e cdigos que se produzem e reproduzem dinamicamente nos jogos, esportes, danas e atividades rtmicas, lutas, ginsticas etc., os quais influenciam, delimitam, dinamizam e/ou constrangem o Se-Movimentar dos sujeitos, base de nosso dilogo expressivo com o mundo e com os outros.

    O Se-Movimentar a expresso individual e/ou grupal no mbito de uma Cultura de Movimento; a relao que o sujeito estabelece com essa cultura a partir de seu repertrio (informaes/conhecimentos, movimentos, condutas etc.), de sua histria de vida, de suas vinculaes socioculturais e de seus desejos.

  • 9Educao Fsica 2 srie, 1 bimestre

    de academia. A finalidade capacitar o es-tudante para a argumentao consistente ao analisar modismos e tendncias da ginstica nos dias atuais, e estimular autonomia no ge-renciamento das suas experin cias do Se-Mo-vimentar.

    O tema Mdias fundamental para o en-tendimento da Cultura de Movimento con-tempornea, para que o aluno compreenda as referncias externas provenientes da tele-viso, de revistas, da internet etc., que mode-lam percepo, valorizao e construo do seu Se-Movimentar, muitas vezes atendendo a modelos que apenas do suporte a interesses mercadolgicos e que precisam ser submetidos anlise crtica. Neste 1o bimestre sero enfa-tizadas as relaes entre as mdias e as prticas de ginsticas, principalmente aquelas desen-volvidas no mbito das chamadas academias, de modo que os alunos possam relacionar os significados propostos pelas mdias com o seu Se-Movimentar na ginstica e se sintam capa-zes a analisar criticamente as mensagens midi-ticas que tratem da ginstica.

    A importncia do tema Corpo, sade e beleza centra-se no fato de que no s as do-enas relacionadas ao sedentarismo (hiperten-so, diabetes, obesidade etc.), mas tambm o insistente chamamento para determinados pa-dres de beleza corporal, em associao com produtos e prticas alimentares e de exerccio fsico, que colocam os alunos do Ensino Mdio na linha de frente dos cuidados com o corpo e com a sade. Neste 1o bimestre, aprofundar-se-o os conceitos e os modos de avaliao das capacidades fsicas, de modo que permi-ta que os alunos as discriminem do ponto de vista conceitual, identifiquem sua ocorrncia nas ginsticas de academia, e apliquem os conhecimentos assim construdos na criao de exerccios ginsticos.

    importante ressaltar que tais conte-dos e temas, que tero prosseguimento nos

    prximos bimestres desta srie, bem como nos anos seguintes do Ensino Mdio, devem ser abordados de modo transversal em suas inter-relaes. Por exemplo, as mdias exer-cem papel decisivo na definio dos mode-los de beleza corporal hegemnicos em nossa sociedade, modelos esses que as ginsticas de academia prometem aos seus seguidores. Por sua vez, o treinamento de capacidades fsicas, como fora e resistncia, est presente em di-versos tipos e formas de ginstica propos-tos nas academias. Nesse sentido, os temas Ginstica, Mdias e Corpo, sade e beleza po-dem ser desenvolvidos de modo integrado.

    As estratgias escolhidas que incluem a re-alizao de prticas ginsticas e testes de avalia-o de capacidades fsicas, busca de informaes, entrevistas com praticantes de ginstica e inter-pretao dos resultados, anlise de materiais provenientes das mdias, debates, relato das pr-prias percepes, anlise e criao de exerccios ginsticos procuram ampliar as possibilidades de aprendizagem e compreenso dos alunos no mbito da Cultura de Movimento.

    A avaliao proposta de modo integrado ao processo de ensino e aprendizagem, sem se restringir a procedimentos isolados e formais (como uma prova, por exemplo). Sugere-se privilegiar a proposio de Atividades Avalia-doras que, integradas ao percurso de apren-dizagem, favoream a elaborao de snteses relacionadas aos temas e contedos aborda-dos e bem como a aplicao, em situaes- -problema, das habilidades e competncias pretendida para os alunos.

    As Atividades Avaliadoras devem per-mitir aos alunos a gerao de informaes ou indcios, qualitativos e quantitativos, verbais e no-verbais, que sero ento in-terpretados pelo professor nos termos das expectativas de aprendizagem em relao aos contedos. Nesse sentido, o professor pode valer-se de observaes sistemticas sobre

  • 10

    interesse, participao e capacidade de coope-rao do aluno, autoavaliao, trabalhos e pro-vas escritas, resoluo de situaes-problema, elaborao e apresentao de situaes tticas nos esportes coletivos, dramatizaes, dentre outros recursos.

    Por fim, importante lembrar que a avaliao no tem como nica finalidade atribuir conceitos e notas aos alunos, mas conscientiz-los sobre suas aprendizagens, assim como problematizar e aperfeioar a prtica pedaggica para que essas expectati-vas sejam atingidas.

    A quadra o tradicional espao da aula de Educao Fsica, mas algumas Situaes de Aprendizagem aqui sugeridas podero ser desenvolvidas no espao da sala de aula, no ptio externo, na biblioteca, na sala de infor-mtica ou de vdeo, bem como em espaos da comunidade local, desde que compatveis com

    as atividades programadas. Algumas etapas podem ser tambm realizadas pelos alunos como atividade extra-aula (pesquisas, produ-o de textos etc.).

    As orientaes e sugestes a seguir visam a oferecer-lhe subsdios para o desenvolvimento dos temas propostos. No pretendem apre-sentar as Situaes de Aprendizagem como as nicas a serem realizadas, nem restringir a sua criatividade, como professor, para outras atividades ou variaes de abordagem dos mesmos temas.

    As Situaes de Aprendizagem aqui suge-ridas tambm podero ser enriquecidas com leitura de textos (adequados ao nvel do En-sino Mdio) e exibio de filmes relacionados aos temas. Sugestes nesse mbito sero apre-sentadas ao longo deste Caderno.

    Isto posto, professor, bom trabalho!

  • 11

    Educao Fsica 2 srie, 1 bimestre

    TEMa 1 GinSTiCa dE aCadEMia PrTiCaS COnTEMPOrnEaS, PrOCESSO HiSTriCO, MOdiSMOS E TEndnCiaS

    No Brasil, os espaos privados para a pr-tica da ginstica, que hoje conhecemos por academias, surgiram na dcada de 1930, na cidade do Rio de Janeiro, sob influncia de mtodos ginsticos europeus do incio do sculo XX. Na dcada de 1960, alm da calistenia, muitas academias dedicavam-se ao levantamento de peso, prtica associa-da ao halterofilismo.

    Nos anos 1980, a ginstica aerbica ganhou grande espao nas academias, beneficiando-se da popularidade do conceito de exerccio ae-rbio, difundido na dcada anterior pelo m-dico norte-americano Kenneth Cooper (criador do que ficou conhecido como Mtodo Cooper), e pelos vdeos de ginstica (com nfase na ginstica localizada) produzidos pela atriz norte-americana Jane Fonda. Contudo, ca-racterizada pela excessiva presena de saltitos e giros, realizados sem a devida preocupao com a postura, a ginstica aerbica dos anos 1980 levou ao aparecimento de leses articu-lares em seus praticantes da a denominao ginstica de alto impacto pela qual ficou co-nhecida. Surge, ento, a ginstica aerbica de baixo impacto, que busca minimizar os efeitos lesivos s articulaes, seguida do step trainning, ginstica que alterna movimentos de subida e descida de um pequeno degrau.

    As esteiras rolantes e bicicletas ergomtricas logo chegaram como alternativas exercitao aerbia. A hidroginstica (ginstica realizada na piscina) agrega exerccios da ginstica loca-lizada e da ginstica aerbica, com a vantagem de a gua minimizar o impacto na articulao dos joelhos e servir, ao mesmo tempo, de fator

    de resistncia para os movimentos, potenciali-zando o efeito dos exerccios.

    Atualmente a ginstica localizada segue os princpios da teoria do treinamento fsico e, em obedincia a princpios cinesiolgicos e anatmicos, busca isolar os grupamentos musculares que se deseja atingir e atender a diferentes finalidades emagrecimento, deli-neamento ou hipertrofia muscular, resistncia muscular etc. , e com isso promete atender aos apelos estticos dos praticantes. Seus exer-ccios podem valer-se do peso do prprio cor-po ou utilizar pequenos pesos, como halteres e caneleiras. Por isso, s vezes, a ginstica lo-calizada confundida com ginstica batizada de musculao, embora esta se caracterize mais pelo uso de mquinas sofisticadas, de alta eficincia no isolamento dos msculos e na gradao da carga.

    Nos ltimos anos, cresceram em larga es-cala os programas padronizados de ginstica, concebidos e comercializados por empresas es-pecializadas, com forte apoio de estratgias de marketing. Por exemplo, o sistema body (body systems) bodypump, bodystep etc. , proprie-dade de uma empresa da Nova Zelndia, que tem nas academias brasileiras seus melhores clientes. A desvantagem desses programas que, ao padronizar os exerccios e sua progres-so, perdem de vista a heterogeneidade de seus participantes e a individualidade das pessoas.

    Alm de trazer para o seu interior os avanos tcnico-cientficos no campo do treinamento fsico, as academias buscaram diversificar suas prticas para atrair novos clientes e diminuir

  • 12

    a evaso, pois grande parte das pessoas inter-rompe peridica ou definitivamente a frequn-cia s academias. Sabe-se que, com a chegada do vero, aumenta significativamente o n-mero de usurios das academias. Dezenas de diferentes prticas so oferecidas hoje nas in-meras academias espalhadas por todo o Brasil. No Estado de So Paulo, raro o municpio que no conte com pelo menos uma academia de ginstica. Muitas dessas prticas desapare-cem to rapidamente como surgiram.

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    Tendncia recente a ginstica fast-food por analogia aos estabelecimentos que oferecem lanches e refeies rpidas. So academias que prometem efeitos estticos e de melhoria da sade e qualidade de vida com um circuito de exerccios que combina os ae-rbios e de os fora muscular, com durao de 30 minutos e frequncia de trs vezes por semana.

    O fenmeno do surgimento, proliferao e diversificao das academias de ginstica pode ser entendido na perspectiva do crescimento dos espaos privados de lazer e servios e a simultnea reduo e degradao dos espaos

    Figura 1 Variedade de prticas ofertadas em uma academia.

    pblicos nas ruas, praas e parques estamos sujeitos violncia, poluio, falta de limpeza e conservao etc. Alm disso, a quase ausn-cia de polticas pblicas de lazer e esporte no estimula convenientemente o acesso s insta-laes esportivas mantidas pelos poderes mu-nicipal, estadual ou federal.

    As academias de ginstica surgem, ento, como alternativa no chamado mercado do corpo e do fitness, que vende promessas de beleza e sade por meio de produtos e servios para parcelas cada vez maiores da populao. No sendo mais restritas classe mdia alta, oferecem, em um s local, prticas ginsticas diversificadas, o que permite atender a vrios interesses no mbito do Se-Movimentar.

    Todavia, ao se beneficiarem da difuso por parte das mdias, de um modelo de beleza corporal cada vez mais predominante carac-terizado pela magreza, no caso das mulheres, e hipertrofia muscular, no caso dos homens , as academias, apoiadas por estratgias de pro-paganda e marketing, prometem milagres. Por exemplo, fique em forma para o vero em apenas um ms, atraindo novos interessa-dos que pagam pelos servios prestados.

    Mas ser que a ginstica s serve para emagrecer e, consequentemente, atender a um padro de beleza imposto pelas mdias? No h nela, em seus diversos tipos e formas, ou-tros valores e sentidos? Relaxamento, bem-estar, sociabilizao, melhoria da condio fsica geral, reabilitao fsica: as diferentes ginsticas podem ter sentidos diversificados para diferentes pessoas.

    Outra problematizao que deve ser apresen-tada aos alunos se a ginstica s pode ser prati-cada no interior das academias. H um conjunto de prticas ginsticas que podem ser realizadas em outros espaos, como caminhada, corrida, exerccios de flexibilidade e exerccios localiza-dos que utilizam o peso do prprio corpo.

  • 13

    Educao Fsica 2 srie, 1 bimestre

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    Figuras 2 e 3 Basta um pouco de criatividade para praticar ginstica em qualquer lugar e adaptar equipamentos um banco de jardim, para abdominais, ou uma garrafa PET cheia de areia que, alm de servir de peso para a ginstica localizada, ainda contribui para a reutilizao de material descartvel.

  • 14

    Tempo previsto: 4 a 6 aulas.

    Contedos e temas: histria das academias origem e diversificao; interesses e motivaes na prti-ca das ginsticas em academias ou em outros espaos.

    Competncias e habilidades: reconhecer a participao nas ginsticas como possibilidades do Se-Mo-vimentar; identificar os interesses e motivaes envolvidos na prtica dos diversos tipos e formas de ginstica; identificar as tendncias das ginsticas de academia nas suas relaes com o contexto his-trico e interesses mercadolgicos; reconhecer que h tipos e formas de ginstica que podem ser pra-ticados fora das academias; selecionar, relacionar e interpretar informaes e conhecimentos sobre ginstica para construir argumentao consistente e coerente, na anlise dos modismos e tendncias da ginstica.

    recursos: papel; caneta; pincel atmico ou giz; cartolina ou lousa.

    Para que os alunos possam usufruir com mais amplitude da ginstica como possibilida-de do Se-Movimentar, preciso que gerenciem autonomamente suas prprias prticas. Esse processo no favorecido pelas academias, na medida em que elas criam uma relao de dependncia com seus usurios tanto ao ofe-

    recer programas prontos e padronizados, como ao omitir informaes que permitam a compreenso dos processos fisiolgicos e psi-cossociais envolvidos. Oferecer conhecimento e proporcionar algum domnio desses processos uma das tarefas que cabe Educao Fsica no Ensino Mdio.

    SITuAO DE APRENDIZAGEM 1 GINSTICA NO S ACADEMIA?

    Inicia-se a Situao de Aprendizagem com uma simulao de atividades de ginstica re-alizadas em academias, oportunidade em que os alunos tomaro contato com a variedade de prticas realizadas nesse contexto. Posterior-mente, prope-se aos alunos uma discusso sobre a origem, a proliferao e a diversifica-o das academias em nossa sociedade, com vistas a compreender melhor esse fenme-no contemporneo. Em seguida, os alunos

    pesquisaro dados sobre prticas preferidas e motivos pelos quais as pessoas praticam ginsticas em academias ou em outros es-paos, seguida do mapeamento dos resul-tados. Por fim, sugerem-se questes para que os alunos possam compreender mais criticamente diante do fenmeno das acade-mias. Na Atividade Avaliadora, solicita-se aos alunos que produzam um texto-sntese sobre o tema.

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    Educao Fsica 2 srie, 1 bimestre

    desenvolvimento da Situao de aprendizagem 1

    Etapa 1 Simulando as academias

    Sugira aos alunos que reproduzam algu-mas situaes caractersticas de atividade ginstica vivenciadas por eles em academias ou observadas em programas de televiso. Vrios alunos, por certo, j frequentaram ou frequentam academias de ginstica. Se nenhum aluno tiver essa experincia, sugira alguns exemplos de atividades. A inteno, neste momento, apresentar a eles um grande painel sobre atividades ginsticas realizadas em academias. Posteriormente a essa simula-o, na mesma aula, ou na seguinte, discuta com os alunos sobre os motivos que explicam a proliferao das academias, os interesses e as motivaes que levam muitas pessoas a buscar ginsticas de academia, a tendncia padronizao dos exerccios realizados nes-ses locais, o mercado do corpo, os padres de beleza reinantes nas academias ou, ainda, outros temas pertinentes.

    Etapa 2 Os praticantes de ginstica so...

    Proponha aos alunos que, divididos em grupos, faam entrevistas com pelo menos cinco usurios de academias de

    Possibilidades interdisciplinares

    Professor, o tema ginsticas de academia (prticas contemporneas, processo histrico, modismos e tendncias) poder ser desenvolvido de modo integrado com a disciplina Filosofia, na medida em que envolve contedos como mercado do corpo e autonomia, e com Lngua Portuguesa (produo de textos). Converse com os professores responsveis por essas disciplinas em sua escola. Essa iniciativa facilitar aos alunos compreendam os contedos de forma mais global e integrada.

    ginstica e com pessoas que realizam periodicamente caminhadas ou corridas, ou outro tipo de ginstica, desde que re-alizado fora das academias. Oriente-os a coletar dados sobre os entrevistados (sexo, idade etc.), o tipo de ginstica praticada, o motivo que os leva a pratic-las, h quanto tempo praticam-na, e outras questes per-tinentes. Pea primeira metade do grupo que entreviste usurios de academias, e outra metade, que converse com pratican-tes em outros ambientes ou instituies que no as academias.

    Com os dados das entrevistas apresentados, faa um mapeamento desse material. Isso pos-sibilitar a construo e a apresentao dos re-sultados em forma de tabelas ou grficos que evidenciem os motivos que levam as pessoas de diferentes faixas etrias a buscar a ginstica, em academia ou fora dela, e tambm a prefe-rncia de prticas em relao ao gnero ou ou-tra varivel. Poder tambm ser observada a relao entre os motivos que levam o usurio prtica de determinada atividade e a identifica-o dessa ginstica com as tendncias de deter-minada estao do ano (o vero, por exemplo). importante, nesse processo, a comparao entre os motivos e os significados apresentados pelos frequentadores de academias e os prati-cantes de ginstica fora das academias.

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    Etapa 3 nossa opinio sobre os praticantes ...

    Depois da apresentao dos resultados da pesquisa, pea aos alunos que busquem extrair concluses parciais da anlise das ta-belas geradas com os dados obtidos nas en-trevistas. Com esses dados, proponha uma dinmica de discusso entre os alunos. Pea a eles que se organizem em grupos e, durante 15 minutos, discutam o tema com base nos dados das entrevistas, elaborando snteses parciais. Em seguida, proponha a fuso de grupos (cada dois grupos formam um novo grupo), os quais, durante aproximadamente 15 minutos, compartilharo as concluses iniciais, procurando perceber as diferenas de opinies presentes na sntese parcial, ela-borando, por fim, uma nova sntese. Essa sntese ser apresentada a todos os outros grupos. Essa forma de organizao no tra-balho em grupos otimiza o tempo e diminui a possibilidade de os grupos seguidamente

    repetirem as mesmas afirmaes. O profes-sor poder auxiliar os alunos nas apresenta-es, procurando aproximaes das respos-tas (concluses parciais) com os temas.

    Sugira algumas questes para nortear as discusses entre os alunos, como: Por que as pessoas procuram as academias? O que leva os proprietrios de academias a diversificar as propostas de prticas de atividades e espa-os? Quais as diferenas e semelhanas entre a prtica de ginstica em academias e fora delas? Quais os significados que um e outro grupo do prtica de ginstica? O que voc entende por mercado do corpo?

    Para a concluso desta etapa, aprofunde os temas mercado do corpo, atividade de academia e perda de autonomia, relao da proliferao das ofertas e pblico para academias com a diminuio de espaos p-blicos para ginstica, alm de outros que porventura surjam ao longo das etapas.

    ATIVIDADE AVALIADORA

    Pea aos alunos que, individualmente e com base nas discusses e atividades realizadas ao longo das aulas, produzam um texto-sntese que contemplem as seguintes questes:

    Quais so os interesses e motivaes fque me levam procura pela prtica de alguma forma de ginstica?

    Com que prticas ginsticas eu me iden- ftifico?

    Qual a contribuio das academias para fque eu construa minha autonomia na prtica da ginstica?

    Posso praticar ginstica fora das acade- fmias? Como?

    Qual a importncia da prtica da gins- ftica para as pessoas em geral?

    Verifique se, na argumentao, os alunos utilizam de modo consistente e coerente as informaes apresentadas no trabalho em grupo, se identificam os interesses e motiva-es envolvidos nas ginsticas de academia, se explicitam as possibilidades da ginstica para suas experincias de Se-Movimentar. Aps a leitura dos textos, faa as complementaes e esclarecimentos que julgar relevantes.

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    Educao Fsica 2 srie, 1 bimestre

    Durante o percurso pelas vrias etapas da Situao de Aprendizagem, talvez alguns alunos no apreendam os contedos da for-ma esperada. Sero necessrias, professor, outras Situaes de Aprendizagem, que per-mitam ao aluno revisitar o processo de outra maneira. Tais Situaes de Aprendizagem podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolver todos os alunos ou apenas aqueles que apresentarem dificuldades. Por exemplo:

    roteiro de estudos com perguntas nortea- fdoras elaboradas pelo professor e poste-rior apresentao em registro escrito;

    pesquisa em f sites ou em outras fontes para posterior apresentao;

    reapresentao da Atividade Avalia- fdora desenvolvida em outra linguagem (por exemplo, dramatizar a argumen-tao contida em um texto escrito, ou apresent-la com imagens extradas de diversas mdias).

    PROPOSTA DE SITuAES DE RECuPERAO

    RECuRSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALuNO PARA A COMPREENSO DO TEMA

    livros

    FRAGA, Alex Branco. Exerccio da informa-o: governo dos corpos no mercado da vida ativa. So Paulo: Autores Associados, 2006.

    Denuncia como o discurso do estilo de vida saudvel e ativa por meio das ativida-des fsicas sustentado em saberes biomdi-cos esconde estratgias de controle sobre a educao corporal, a sade e a autonomia dos indivduos.

    NOVAES, Jefferson; SILVEIRA NETO, Eduardo. Ginstica de academia: teoria e pr-tica. Rio de Janeiro: Sprint, 1996.

    Apresenta dados histricos sobre o surgi-mento das academias no Brasil, os princpios tericos e diretrizes para a prtica da ginstica de academia.

    SABA, Fbio. Aderncia prtica do exerccio f-sico em academias. So Paulo: Manole, 2001.

    Analisa como a aderncia entendida como conjunto de determinantes pessoais e ambien-tais pode proporcionar a continuidade da participao das pessoas em programas de exerccio fsico, minimizando a desistncia. Re-lata estudo de campo com dados sobre as aca-demias no Brasil.

    artigo

    SECRETARIA DE ESTADO DE EDuCAO DE MINAS GERAIS. Tipos, caractersticas e finalidades: ginstica geral, ginstica de academia e exerccios fsi-cos. Orientaes pedaggicas: Educa-o Fsica Ensino Mdio. Disponvel em: . Acesso em: 3 dez. 2008.

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    Apresenta informaes sobre as tendncias recentes das ginsticas de academia e aponta como essas ginsticas influenciam os interesses e motivaes dos jovens. Sugere alternativas para prticas de atividades fsicas/exerccios, compa-rando-as com as ginsticas de academia, em ter-mos de caractersticas, vantagens e desvantagens.

    FilmeGarotas formosas. Direo: Nnegest Likk. EuA, 2006. 98min.

    A personagem principal uma estilista obesa e muito simptica. Em um mundo de aparncias e medidas minsculas, ela encon-tra dificuldades em obter aceitao e desta-que e se mete em situaes muito divertidas. Quando ganha uma viagem com as despesas pagas para um maravilhoso resort, conhece o homem dos seus sonhos, que delicadamente lhe apresenta aspectos sociais, econmicos e culturais relacionados aos padres de beleza femininos.

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    Educao Fsica 2 srie, 1 bimestre

    TEMa 2 MdiaS E GinSTiCaAs mdias (jornais, revistas, televiso, cine-

    ma, outdoors, internet etc.) so as principais responsveis pela difuso de um modelo de beleza em nossa sociedade. Em jornais, revis-tas, televiso ou cinema, o ideal de beleza feminino associado a juventude, pele e olhos claros, magreza, corpo cheio de curvas etc., assim como em relao beleza masculina esse conceito associado a homens jovens, brancos, magros e musculosos.

    Algumas teorias da comunicao sugerem que as mdias possuem a capacidade de nos convencer e persuadir, e a propaganda, por exemplo, criaria necessidades de consumo, e por isso compramos coisas que, se pensarmos bem, no precisaramos. Outras propem que as mdias no intervm assim to diretamente, mas influenciam o modo como construmos a imagem da realidade social e como escolhe-mos os assuntos que julgamos ser importantes para nossa vida, modelando, portanto, nossos modos de pensar, sentir e agir.

    De qualquer modo, h consenso de que as mdias exercem influncia decisiva no mbito da Cultura de Movimento, ao propor enten-dimentos do que so e para que servem o es-porte, a ginstica, a dana etc., e fazem isso no de modo neutro ou balizadas apenas por critrios tcnico-cientficos, mas de modo interessado, para vender, alm de si mesmas, produtos e servios. Por isso, as mdias no s divulgam o esporte, a ginstica etc., mas so agentes que participam decisivamente no pro-cesso de transformao dessas prticas (mu-dana de regras nos esportes, por exemplo) e na constituio de novas formas de consumo (vesturio esportivo, equipamentos como es-teiras rolantes e aparelhos de eletroestimula-o muscular etc.).

    Por sua vez, a ginstica, em seus vrios tipos e formas, associada busca desse ideal. Basta prestar ateno em revistas voltadas ao pblico adolescente e jovem (em especial s meninas), venda em qualquer banca de jornais, e consta-tar o que apenas sugerem ou prometem explici-tamente emagrecimento (em conjugao com dietas, cosmticos e cirurgias), definio e hi-pertrofia muscular. Nota-se ainda a tendncia de indicar a ginstica aerbica, a caminhada e a corrida com o objetivo de perder calorias (e, portanto, emagrecer), e a ginstica localizada e a musculao para definio e hipertrofia mus-cular. Para as mulheres, enfatizam-se os exer-ccios para glteos e coxas, e para os homens, braos e peitoral.

    Percebe-se ainda que as matrias que sugerem programas de exerccios, ou as pro-pagandas de equipamentos domsticos (para realizar exerccios abdominais, por exemplo), prometem efeitos rpidos, com pouco esforo. Raramente apresentada alguma fundamen-tao tcnico-cientfica coerente e adequada para validar tais promessas.

    Poucas vezes, em matrias publicadas em revistas ou em jornais, em programas televisi-vos ou em propagandas, a ginstica associa-da ao desenvolvimento, possvel para todos, de uma boa condio fsica geral, ou a bem-estar, relaxamento, sociabilizao etc.

    A escola precisa apostar no desenvolvimen-to da capacidade crtica dos alunos diante das mdias e critic-las, a partir de uma anlise dos critrios que presidem um fenmeno. Isso porque os consumidores das mdias (todos ns, na condio de leitores, telespectadores etc.) no so necessariamente passivos diante delas; somos capazes de desvendar os mecanismos dos

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    P

    ures

    tock

    X

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    Figuras 4 e 5 Mulheres so estimuladas a realizar mais exerccios para ndegas e membros inferiores e homens, para braos e peitorais.

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    Educao Fsica 2 srie, 1 bimestre

    seus discursos (construdos com palavras, sons e imagens), isto , interpret-los criticamente. Para isso, preciso que a escola posicione-se como mediadora entre os alunos e as mdias, fornecendo-lhes os instrumentos para efetua-rem tal interpretao crtica e, dessa maneira, compreenderem-se melhor como leitores, teles-pectadores etc.

    A Educao Fsica como disciplina escolar precisa apresentar aos alunos atividades que permitam evidenciar os interesses e as estrat-gias das mdias no mbito da Cultura de Movi-mento (em especial no campo do esporte e da ginstica). Isso contribuir para a formao de cidados crticos diante dessas agncias sociais to importantes no mundo contemporneo.

    Possibilidades interdisciplinares

    Professor, o tema mdias e ginstica poder ser desenvolvido de modo integrado com a disciplina Filosofia, na medida em que envolve contedos como mercado do corpo e gnero, com Lngua Portuguesa e Literatura, na produo de textos, e com Arte, na produo de uma capa de revista ou de uma dramatizao. Converse com os professores responsveis por essas disciplinas em sua escola. Essa iniciativa far com que os alunos compreendam os contedos de forma mais global e integrada.

    SITuAO DE APRENDIZAGEM 2 PROMESSAS MIL...

    Parte-se da anlise de matrias ou pro-pagandas que tenham a ginstica por tema, extradas de revistas, jornais, internet ou te-leviso. A seguir, prope-se o mapeamento dos dados, buscando evidenciar padres de caractersticas das pessoas envolvidas nas matrias, tipos de exerccios e seus efeitos prometidos etc. Na Atividade Avaliadora,

    sugere-se a produo, por parte dos alunos, de uma capa de revista ou de uma propa-ganda que evidencie outros significados e sentidos para a prtica da ginstica. Esta Si-tuao de Aprendizagem poder ser desen-volvida em conjunto com o tema ginsticas de academia (prticas contemporneas, pro-cesso histrico, modismos e tendncias).

    Tempo previsto: 3 a 4 aulas.

    Contedos e temas: significados e sentidos da ginstica no discurso das mdias; mdias e padres de beleza corporal.

    Competncias e habilidades: perceber a associao promovida pelas mdias entre ginstica e padres de beleza; relacionar os significados e os sentidos propostos pelas mdias com suas prprias experin-cias do Se-Movimentar na ginstica; analisar criticamente produtos e mensagens da mdia que tratem da ginstica.

    recursos: computador com acesso internet; papel; caneta; cola; pincel atmico de vrias cores; cmara filmadora (opcional).

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    desenvolvimento da Situao de aprendizagem 2

    Etapa 1 anlise de matrias ou de propagandas

    Solicite previamente aos alunos que pesqui-sem, em revistas, jornais, sites, televiso etc., matrias ou propagandas que tratem da gins-tica. Em grupos, os alunos devero enumerar os tipos e as formas de ginstica que so objetos das matrias ou de propagandas; os exerccios, objetivos e efeitos propostos para sua prtica (emagrecimento, hipertrofia muscular, resis-tncia aerbia etc.); se os exerccios e objetivos so propostos especificamente para homens ou mulheres (ou ambos os sexos), bem como o tempo proposto para alcan-los, as capacida-des fsicas envolvidas nos exerccios propostos e as caractersticas fsicas das pessoas que apa-recem nas imagens das matrias.

    Etapa 2 Mapeamento e discusso

    Em conjunto com os alunos, realize o mapeamento dos dados, buscando eviden-ciar as seguintes questes: quais so os ti-pos e as formas de ginstica, os objetivos e os efeitos propostos mais frequentes, e para quais sexos, e os menos frequentes ou ausentes (por exemplo, relaxamento, inte-rao social etc.); quais as capacidades fsi-cas mais envolvidas e as menos envolvidas ou ausentes; qual o tempo proposto para alcanar os objetivos e os efeitos prome-tidos; quais as caractersticas fsicas mais frequentes das pessoas que aparecem nas imagens, a relao dessas caractersticas com os padres de beleza predominantes em nossa sociedade, e outros tpicos con-siderados pertinentes. Procure destacar a importncia das imagens como fator de convencimento do leitor ou telespectador.

    Considere as seguintes questes:

    O que as diferentes mdias (televiso, frevistas, jornais, internet etc.) propem ou prometem em relao ginstica?

    Por que as pessoas acreditam nessas pro- fmessas? Eu acredito nessas promessas?

    A ginstica pode ter outros valores e fobjetivos alm dos predominantemente apregoados pelas mdias?

    ATIVIDADE AVALIADORA

    Solicite aos alunos que, em grupos, elaborem uma capa de revista, uma propaganda ou uma curta matria jornalstica, em que se denunciem as fragilidades e os problemas das promessas das mdias e se apresente a ginstica como detentora de outros sentidos e valores (bem-estar, interao social, promoo da sade para todas as pesso-as). uma propaganda televisiva tambm poder ser apresentada na forma de dramatizao, que poder ser exibida ao vivo ou em formato audio-visual, gravado com cmeras digitais de aparelhos celulares ou de vdeo, se isto for possvel.

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    Educao Fsica 2 srie, 1 bimestre

    Durante o percurso pelas vrias etapas da Situao de Aprendizagem, talvez alguns alu-nos no apreendam os contedos da forma esperada. Sero necessrias, professor, outras Situaes de Aprendizagem, que permitam ao aluno revisitar o processo de outra maneira. Tais Situaes de Aprendizagem podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, individualmente ou em peque-nos grupos, envolver todos os alunos ou ape-nas aqueles que apresentarem dificuldades. Por exemplo:

    roteiro de estudos com perguntas norte- fadoras elaboradas pelo professor e pos-terior apresentao das respostas em registro escrito;

    pesquisa em f sites ou em outras fontes para posterior apresentao;

    reapresentao da Atividade Avaliadora fdesenvolvida em outra linguagem (por exemplo, produzir um texto com base nas questes que orientam a Atividade Avaliadora proposta).

    PROPOSTA DE SITuAES DE RECuPERAO

    livro

    BETTI, Mauro (Org.). Educao fsica e m-dia: novos olhares, outras prticas. So Paulo: Hucitec, 2003.

    Ao longo de quatro captulos com autorias diversas, so apresentados fundamentos te-ricos sobre as relaes entre Educao Fsica, Cultura de Movimento e mdias na contem-poraneidade, abordando a mdia esportiva, a televiso, a indstria cultural, o mundo virtual dos jogos eletrnicos e da internet, bem como estudos de campo no mbito escolar.

    artigos

    BETTI, Mauro. Corpo, cultura, mdias e Educao Fsica: novas relaes no mundo

    contemporneo. Lecturas: Educacin Fsica y Deportes, Buenos Aires, v. 10, no 79, p. 1-9, 2004. Disponvel em: . Acesso em: 3 dez. 2008.

    SECRETARIA DE ESTADO DE EDuCAO DE MINAS GERAIS. Influn-cias da mdia na prtica da ginstica. Orienta-es pedaggicas: Educao Fsica Ensino Mdio. Disponvel em: . Acesso em: 3 dez. 2008.

    Texto de carter didtico, com reflexes re-ferentes influncia das mdias sobre a prtica de atividades fsicas e esportivas, com desta-que para a ginstica.

    RECuRSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALuNO PARA A COMPREENSO DO TEMA

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    O sedentarismo surgiu principalmente pelo aumento da industrializao e da au-tomao, advindas do avano tecnolgico. Essa situao rebaixa a condio fsica das pessoas em relao ao padro recomendvel para que se tenha um nvel de sade consi-derado aceitvel.

    Sabe-se que a atividade fsica regular ele-va o nvel das capacidades fsicas que esto diretamente relacionadas ao bom funciona-mento do organismo humano, gerando me-lhorias em diversas esferas da vida cotidiana das pessoas.

    Por capacidades fsicas (dentre elas esto a fora, a velocidade, a flexibilidade, a re-sistncia e a agilidade) entende-se que so as condies intrnsecas, modificadas pelo ambiente, que permitem a realizao dos di-versos tipos de movimento. O entendimento das diferentes manifestaes das capacidades fsicas e suas contribuies para a melhoria funcional do organismo deve ser tratado no mbito escolar, para demonstrar a necessi-dade da realizao de atividades fsicas re-gulares no s durante as aulas de Educao Fsica, mas por toda a vida.

    As capacidades fsicas podem ser assim definidas:

    resistncia: a capacidade que permite realizar movimentos durante um determinado perodo de tempo sem perda da qualidade de execuo, isto , prolongando o tempo de execuo at o surgimento de sintomas ou sinais de fadiga (GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005, p. 53). Em relao ao metabolismo energtico, divide-se em aerbia e anaerbia.

    Fora: a capacidade de exercer tenso muscular contra resistncia, que ocorre por meio de aes musculares (BARBANTI, 2003, p. 273-274). A fora pode ser classificada, em relao ao tipo de traba-lho muscular, em dinmica ou esttica; em relao s formas de exigncia do movimento envolvido, em fora mxima, rpida e de resistncia.

    Flexibilidade: a capacidade que permite a amplitude mxima de um movimento, em uma ou mais ar-ticulaes (GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005, p. 184), sem causar leso. Para Saba (2003, p. 104), flexibili-dade a capacidade de realizar movimentos amplos, utilizando com facilidade a mobilidade articular.

    Velocidade: a capacidade de mover o corpo ou parte dele com rapidez ou no menor tempo possvel. Na Educao Fsica, usualmente associada velocidade mxima, que o limite superior de veloci-dade que um indivduo consegue desenvolver na realizao de uma tarefa motora (GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005, p. 129). Pode ser classificada em diferentes tipos: velocidade de reao, acclica e cclica.

    agilidade: a capacidade de executar movimentos rpidos e ligeiros com mudanas de direes (BARBANTI, 2003, p. 15).

    TEMa 3 COrPO, SadE E bElEza CaPaCidadES FSiCaS

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    Educao Fsica 2 srie, 1 bimestre

    SITuAO DE APRENDIZAGEM 3 COMO IDENTIFICO E AVALIO AS MINHAS CAPACIDADES FSICAS

    Prope-se a retomada das principais capa-cidades fsicas vivenciadas ao longo do pero-do de escolarizao anterior (resistncia, fora, flexibilidade, velocidade e agilidade), por meio de atividades que solicitem essas capacidades, para favorecer a compreenso conceitual sobre

    elas. Em seguida, prope-se a avaliao das ca-pacidades fsicas por parte dos prprios alunos. Por fim, na Atividade Avaliadora, solicita-se aos alunos que realizem anlises de modalida-des de ginsticas de academia, a fim de identifi-car as capacidades fsicas envolvidas.

    Tempo previsto: 7 a 8 aulas.

    Contedos e temas: capacidades fsicas: resistncia, fora, flexibilidade, velocidade e agilidade; indica-dores de avaliao das capacidades fsicas.

    Competncias e habilidades: discriminar conceitualmente as capacidades fsicas; avaliar sua prpria condio com relao s capacidades fsicas; identificar as capacidades fsicas envolvidas em algumas ginsticas de academias; aplicar o conhecimento obtido na criao de exerccios ginsticos adequa-dos para o desenvolvimento das capacidades fsicas pretendidas.

    Recursos: fita mtrica ou trena; papel; caneta ou lpis.

    Possibilidades interdisciplinares

    Professor, o tema capacidades fsicas poder ser desenvolvido de modo integrado com outras disciplinas, na medida em que envolve contedos comuns: Biologia (organismo humano, sade) e Fsica (movimento, fora, velocidade, energia mecnica). Converse com os professores respons-veis por essas disciplinas em sua escola. Essa iniciativa far com que os alunos compreendam os contedos de forma mais global e integrada.

    desenvolvimento da Situao de aprendizagem 3

    Etapa 1 identificao das capacidades fsicas

    Organize um circuito de exerccios cujas estaes solicitem as cinco capacidades fsicas. A participao dos alunos nesse circuito dar-se- de duas formas: na primeira, eles executam

    os exerccios durante um perodo de tempo; na segunda, no mesmo perodo de tempo, os alunos tentaro ampliar o nmero de repeties para cada exerccio.

    Aps a realizao do circuito, questione os alunos sobre as capacidades fsicas solicitadas em cada estao, e sobre como perceberam as caractersticas de cada uma com base nas pr-prias sensaes e percepes.

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    Depois de retomar os conceitos das capacidades fsicas, proponha aos alunos a re-alizao de testes para que eles avaliem o nvel de desenvolvimento de suas capacidades. No necessrio que todos os alunos realizem todos os testes em aula, nem que o professor aplique os testes em todos os alunos, mas que compre-endam os princpios que regem sua utilizao. Sugerem-se que sejam utilizadas as seguintes estratgias: a) explicao sobre o modo de exe-cuo dos testes para todos os alunos; b) orga-nizao dos alunos em grupos; c) cada grupo fica responsvel pela aplicao dos testes em seus prprios componentes, o que pode ser fei-to em aula ou fora dela.

    Em seguida, aps todos os alunos terem rea lizado os testes, o professor deve auxiliar na interpretao dos resultados.

    importante frisar que no se est preocu-pado com a comparao de desempenho entre os alunos, mas que cada aluno possa perceber as suas caractersticas, dificuldades e limitaes, de modo que reflitam sobre quanto devem se empenhar para aumentar ou manter o nvel de desenvolvimento de suas capacidades.

    Os alunos podero elaborar uma ficha em que constem os resultados iniciais e espaos para anotar resultados de testes posteriores. Periodicamente, sero realizadas novas ava-liaes, visando a mostrar aos alunos que as medidas das capacidades fsicas sofrem alte-raes em razo do crescimento, da atividade fsica regular, da especializao em alguma atividade fsica etc.

    Etapa 2 Formas de avaliao das capacidades fsicas

    aValiaO da FlEXibilidadE

    Teste de sentar e alcanar modificado

    Registra-se a distncia mxima alcanada durante a flexo do tronco sobre o quadril, na posio senta-da, mantendo-se os joelhos estendidos e os ps afastados 30 centmetros entre si, posicionados sobre marcas de referncia para o apoio dos calcanhares. Os dedos devem apontar para cima. Posiciona-se uma escala mtrica (fita mtrica ou trena) feita com material que no deforme, a qual deve ser fixada no solo de modo que o ponto zero fique voltado para o tronco do avaliado e a outra extremidade seja estendida na direo dos ps, passando pelo centro da distncia que os separa, e fixada ao solo. O ponto da escala que coincide com a linha imaginria que liga as marcas de apoio dos calcanhares deve registrar 63,5 centmetros. Colocando uma mo sobre a outra, o avaliado deve deslizar vagarosamente as mos sobre a escala, em direo aos ps, o mais distante possvel, permanecendo nesta posio por cerca de dois segundos. Retorne para a posio inicial e realize mais trs tentativas, registrando o melhor dos resultados obtidos nas duas ltimas.

    Fonte: adaptado de Osness et al. GOBBI, Sebastio; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases terico-prticas do condi-cionamento fsico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 192.

    Sugestes de testes para avaliao das capacidades fsicas

    Professor, voc certamente conhece vrios testes de avaliao de fora, resistncia, agilidade e flexibi-lidade. Escolha os que melhor se adaptarem s suas necessidades de desenvolvimento do tema. A seguir, sero apresentadas algumas sugestes de testes.

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    Educao Fsica 2 srie, 1 bimestre

    Figura 8 Execuo do teste de flexo-extenso por homens.Figura 8 Execuo do teste de flexo-extenso por homens.

    Figura 7 Execuo do teste de flexo-extenso por mulheres.

    Figura 6 Esquema para aplicao do teste de sentar e alcanar modificado.

    Con

    exo

    Edi

    tori

    alC

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    o E

    dito

    rial

    aValiaO da FOra dE braOSTeste de exo e extenso dos cotovelos (apoio frontal)

    alunos: posicionados em decbito ventral, com os ps e as mos apoiados no solo, estando estas afastadas conforme a distncia dos ombros. Deve-se estender e fl exionar os membros superiores, at que o trax toque o solo, sem descansar, mantendo o alinhamento de tronco e membros inferiores. Registra-se o maior nmero de ciclos completos (extenso e fl exo).

    alunas: posicionadas em decbito ventral, com as mos afastadas conforme a distncia dos ombros e os joelhos apoiados no solo, estando as pernas e ps elevados, mantendo um ngulo de 90 entre coxas e pernas. Deve-se estender e fl exionar os membros superiores, at que o trax toque o solo, sem descansar, mantendo o alinhamento de tronco. Registra-se o maior nmero de ciclos completos (extenso e fl exo).

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    aValiaO da VElOCidadE

    Corrida de 50 metros Parado

    No local escolhido para o teste (quadra, ptio ou outro local), devem ser demarcadas duas linhas (linhas de sada e de chegada) delimitando uma distncia correspondente a 50 metros, que ser mar-cada com o auxlio de uma trena. Aps um comando de partida (apito), o(s) aluno(s), posicionado(s) atrs da linha de largada, deve(m) correr na mxima velocidade possvel at ultrapassar a linha de chegada, cronometrando-se o tempo utilizado para percorrer os 50 metros com preciso de dcimos de segundo. Quanto menor o tempo registrado, melhor ser o resultado do teste.

    Fonte: JOHNSON & NELSON, apud GOBBI, Sebastio; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases terico-prticas do condicio-namento fsico (Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 142).

    aValiaO da aGilidadEShuttle run Corrida de vai-e-vem

    Com o auxlio de uma trena, deve-se demarcar duas linhas (largada e chegada) distantes 5 metros uma da outra, no local escolhido para o teste (quadra, ptio ou outro local). Aps um comando de partida (apito), o(s) aluno(s), posicionado(s) atrs da linha de largada com os ps em afastamento anteroposterior, deve(m) correr na mxima velocidade possvel em direo linha de chegada, ultrapassando-a com os dois ps. Em seguida, sem parar, retoma(m) o mais rpido possvel para a linha de chegada, tambm passando ambos os ps por esta, completando um ciclo de corrida de vai-e-vem. Registra-se o tempo necessrio para a realizao de 5 ciclos de corrida (teste completo) com preciso de dcimos de segundo, sendo o resultado final expresso em dcimos de segundo, ou seja, para um tempo de 23,5 segundos o resultado ser de 235,0. Quanto menor for o tempo registrado, melhor ser o resultado do teste.

    Antes de iniciar ambos os testes, os alunos devem fazer aquecimento e alongamento prvios, para evitar possveis leses associadas aos nveis mximos de contraes realizadas durante a execuo de suas respectivas corridas.

    Fonte: ADAM et al., apud GOBBI, Sebastio; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases terico-prticas do condiciona-mento fsico (Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 143-144).

    aValiaO da rESiSTnCia CardiOVaSCUlar

    Teste de Tanaka

    Teste proposto para avaliar crianas e adolescentes, deve ser realizado em um local com distncia conheci-da (pista de atletismo, quadra etc.). Ao longo do local escolhido para o teste, devem ser colocadas marcaes (a cada 50 metros ou distncias menores), a partir da linha de largada, para servir de referncia. Aps um comando de partida, o(s) aluno(s) deve(m) percorrer a mxima distncia possvel durante 5 minutos. Essa dis-tncia ser registrada com o auxlio de uma trena, contando-se o nmero de voltas completas mais a distncia adicional. Os corredores devem ser orientados a manter um ritmo de corrida que permita realizar o teste de forma contnua (sem parar), pois quanto maior a distncia percorrida, melhor ser o resultado do teste.Fonte: Tanaka, citado por GOBBI, Sebastio; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases terico-prticas do condiciona-mento fsico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 75-76.

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    Educao Fsica 2 srie, 1 bimestre

    ATIVIDADE AVALIADORA

    Aproveitando as entrevistas realizadas com praticantes de ginstica e frequentado-res de academias (Etapa 2 do tema ginsti-cas de academia, pea aos alunos que ana-lisem, nos termos das capacidades fsicas desenvolvidas em aula, as prticas relatadas pelos entrevistados. Quando possvel, soli-cite aos alunos que faam visitas a uma ou mais academias do bairro para observar as prticas ginsticas oferecidas (por exemplo,

    cada grupo de cinco a sete alunos analisa um tipo ou uma forma de ginstica), des-tacando as capacidades fsicas envolvidas. Outra opo valer-se da sesso de gins-tica ministrada pelo professor convidado na Etapa 3. Tomando por base a apresentao das anlises das prticas de ginsticas por parte dos grupos, avalie se os alunos conse-guiram identificar e discriminar as capaci-dades fsicas envolvidas.

    PROPOSTA DE SITuAES DE RECuPERAO

    Durante o percurso pelas vrias etapas da Si-tuao de Aprendizagem, talvez alguns alunos no apreendam os contedos da forma espera-da. Sero necessrias, professor, outras Situa-es de Aprendizagem, que permitam ao aluno revisitar o processo de outra maneira. Tais Si-tuaes de Aprendizagem podem ser desenvol-vidas durante as aulas ou em outros momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolver todos os alunos ou apenas aqueles que apresentarem dificuldades. Por exemplo:

    roteiro de estudos com perguntas nortea- fdoras elaboradas pelo professor e poste-rior apresentao em registro escrito;

    pesquisa em f sites ou em outras fontes para posterior apresentao;

    apreciao e registro por parte do aluno fde seus prprios movimentos e dos mo-vimentos dos colegas;

    atividades que sintetizem determinado fcontedo, em que as vrias atividades sero refeitas numa nica aula e dis-cutidas posteriormente (por exemplo, circuito que contemple as vrias capaci-dades fsicas tratadas no bimestre).

    Etapa 3 Uma visita interessante

    Convide um professor que trabalhe em uma academia nas proximidades da escola (ou pea sugestes aos alunos) e sugira uma aula cujo tema v ao encontro das necessi-dades e dos interesses dos alunos em virtude das experincias vivenciadas nas etapas e nas

    Situaes de Aprendizagem propostas ante-riormente. Depois, estabelea um debate en-tre o visitante e os alunos, com destaque para o tema das capacidades fsicas utilizadas na aula desenvolvida; se possvel, agende uma visita academia.

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    livros

    BARBANTI, Valdir J. Dicionrio de educao Fsica e esporte. 2a ed. So Paulo: Manole, 2003.

    Na forma de verbetes, apresenta defini-es e conceitos bsicos sobre as capacida-des fsicas.

    ELLIOTT, Bruce; MESTER, Joachim. Treinamento no esporte: aplicando cincia no esporte. So Paulo: Phorte Editora, 2000.

    Expe princpios conceituais e metodologia para o treinamento de fora, flexibilidade, velo-cidade e resistncia aerbica e anaerbica, com especial aplicao em modalidades esportivas.

    GOBBI, Sebastio; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases terico-prticas do condicionamento fsico. Rio de Janeiro: Gua-nabara Koogan, 2005.

    Aborda as diversas capacidades fsicas, e caracteriza sua relao com a condio de sade e seu desenvolvimento ao longo da vida, destacando aspectos relacionados infncia, adolescncia e ao envelhecimento. Contm propostas de avaliao para indivduos em diferentes idades, bem como referncias a parmetros gerais e especficos que devem

    ser levados em considerao ao elaborar programas de condicionamento fsico desti-nados ao desenvolvimento das vrias capa-cidades fsicas.

    KRAEMER, William J.; FLECK, Steven J. Treinamento de fora para jovens atletas. So Paulo: Manole, 2001.

    Trata dos princpios que devem reger o trei-namento de fora para crianas e jovens, com exemplos de exerccios, bem como de programas aplicados a vrias modalidades esportivas.

    SECRETARIA DE ESTADO DA EDu-CAO DE SO PAuLO. Coordenadoria de Estudos e Normas Pedaggicas. Oficinas curriculares de atividades esportivas e motoras. So Paulo: SEE/CENP, 2007.

    Exemplifica diversos exerccios (em forma de circuito) para o desenvolvimento das diver-sas capacidades fsicas.

    WEINECK, Jrgen. Biologia do esporte. So Paulo: Manole, 2000.

    Trata dos efeitos da atividade fsica e do trei-namento fsico-esportivo sobre o corpo huma-no, explicitando os fenmenos de adaptao dos diferentes sistemas orgnicos ao treinamento.

    RECuRSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALuNO PARA A COMPREENSO DO TEMA

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    Educao Fsica 2 srie, 1 bimestre

    COnSidEraES FinaiSProfessor, com as orientaes contidas nes-

    te Caderno da 1a srie do Ensino Mdio es-peramos ter contribudo para o seu trabalho pedaggico cotidiano nas aulas de Educao Fsica, na perspectiva de ampliar as possibi-lidades e significados do Se-Movimentar dos alunos no mbito da Cultura de Movimento. As Situaes de Aprendizagem aqui propos-tas para os temas esporte e corpo, sade e bele-za permitem as mais diferentes adaptaes em virtude das caractersticas especficas de cada escola, assim como uma anlise crtica de sua

    parte, a fim de aperfeioar a Proposta Curri-cular da disciplina de Educao Fsica.

    preciso tambm lembrar que os temas e contedos propostos para o Ensino M-dio constroem uma continuidade ao longo das diversas sries e bimestres. Portanto, as Situaes de Aprendizagem propostas neste 1o bimestre, assim como as competncias e habilidades nelas trabalhadas, no devem ser tomadas de modo isolado, mas em relao ao que j foi desenvolvido anteriormente e ao que se seguir.