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Revista Canavieiros - Março 2012 1

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Revista Canavieiros - Março 2012

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Revista Canavieiros - Março de 2012

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Revista Canavieiros - Março 2012

3Editorial

A Copercana mantém uma par-ceria com 39 produtores de amendoim que em 2011 pro-

duziram 34 mil toneladas do grão. Em 2012, os cooperados vão entregar 48 mil toneladas do produto à cooperati-va, o que representa um aumento de mais de 40% em relação ao ano passa-do. Mas a safra brasileira que era para ser acima da média, pode ser 20% me-nor do que as estimativas apontavam. As condições climáticas atrapalharam o desenvolvimento das plantas. Confi-ra as informações completas na “Re-portagem de Capa” da edição de mar-ço da Revista Canavieiros.

Manoel Ortolan, presidente da Ca-naoeste, é o entrevistado desta edição. Ortolan comentou os problemas que os fornecedores enfrentaram com os custos elevados de produção de cana e falou sobre a necessidade de políticas públicas voltadas ao setor de bioener-gia. No final da entrevista, o presiden-te da associação também comentou a reestruturação pela qual a Canaoeste está passando para melhor atender as necessidades dos associados.

Dois artigos estão publicados na secção “Ponto de Vista: José Mário Paro, diretor adjunto da Canaoeste e conselheiro da Sicoob Cocred, assi-na o artigo “Reflexões”. E o jornalis-ta Rodrigo Lara Mesquita fala sobre o código florestal no artigo “Código Florestal, utopia ou loucura?”.

No dia 27 de fevereiro, a Secre-taria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, realizou a comemoração oficial dos 120 anos de criação da pasta a fim de perpe-tuar esta data na história. Uma co-mitiva de cooperados e associados do Sistema Copercana, Canaoeste e

Sicoob Cocred foram à São Paulo participar das comemorações. Essa notícia o leitor encontra nas páginas da Copercana. Também nestas pági-nas está o CanaSauro Rex 2012. O presidente da Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo recebeu o prêmio na noite de 6 de março, em Araçatuba. Amigos e fa-miliares de Toninho Tonielo presti-giaram a premiação.

Nas páginas da Canaoeste, além da Circular do Consecana com os pre-ços de fevereiro, é possível conferir as seguintes notícias: 1) Canaoeste realiza seminários para produtores e técnicos; 2) PECEGE/CNA - levanta-mento de custos de produção do setor sucroalcooleiro do Centro-Sul. Para complementar as informações da Ca-naoeste, o advogado da associação, Juliano Bortoloti, escreveu sobre os temas: Declaração de Conformidade da Atividade Agropecuária e Certifi-cação Integrada Unidade Industrial/Fornecedor – Uma nova realidade.

As condições de produtor de ali-mentos e combustíveis colocaram o Brasil numa posição desafiadora: abastecer com sustentabilidade. Para isso, o país investe cada vez mais em pesquisas e tecnologias de pon-ta como a “agricultura de precisão”. Esse é o assunto da secção “Novas Tecnologias”.

Em “Opinião”, o consultor em ges-tão agrícola, Fábio Paro, assina o ar-tigo “Nova realidade, oportunidades e pontos de atenção para os fornece-dores”. Além disso, confira as Infor-mações Setoriais com o consultor da Canaoeste, Oswaldo Alonso, dicas de leitura e grafia correta, os eventos do mês de abril e o classificados.

As expectativas das safras de amendoim e cana-de-açúcar

Boa leitura!Conselho Editorial

RC

Conselho editoRial:Antonio Eduardo TonieloAugusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido VanzellaManoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio SicchieriOscar Bisson

editoRa:Carla Rossini - MTb 39.788

PRojeto gRáfiCo e diagRamação: Rafael H. Mermejo

equiPe de Redação e fotos:Carla Rodrigues - MTb 55.115Murilo SicchieriRafael H. Mermejo

ComeRCial e PubliCidade:Marília F. Palaveri(16) 3946-3300 - Ramal: [email protected]@revistacanavieiros.com.br

imPRessão:São Francisco Gráfica e Editora Ltda

tiRagem: 20.000 exemplares

issn: 1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuída gra-tuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas e informes publicitários são de responsabilidade de seus autores. A re-produção parcial desta revista é autoriza-da, desde que citada a fonte.

endeReço da Redação:A/C Revista CanavieirosRua Augusto Zanini, 1591 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550Fone: (16) 3946 3300 - (ramal 2190)[email protected]

www.revistacanavieiros.com.br www.twitter.com/canavieiros www.facebook.com/RevistaCanavieiros

Expediente:

Revista Canavieiros - Março de 2012

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Ano VI - Edição 69 - Março de 2012 - Circulação: Mensal

Índice:

E mais:

Capa - 20Copercana vai receber 48 mil

toneladas de amendoim

11.000 hectares foram plan-tados com o grão pelos coopera-dos que fazem parte do Projeto Amendoim da cooperativa

10 - Notícias Copercana

14 - Notícias Canaoeste

18 - Notícias Sicoob Cocred

- Toninho Tonielo recebe o troféu Canasauro Rex 2012- 120 anos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

- Canaoeste realiza seminários para produtores e técnicos- PECEGE/CNA - levantamento de custos de produção do setor sucroalcooleiro

do Centro-Sul

- Balancete Mensal

Circular Consecana

.................página 13

Novas Tecnologias

.................página 22

Notas

.................página 24

Informações Setoriais

.................página 26

Assuntos Legais

.................página 28

Opnião

.................página 32

Cultura

.................página 35

Classificados

.................página 36

Agende-se

.................página 38

Capa: Produção: Daniel Pelanda e Ercília Mazza; Foto: Rafael Mermejo

05 - EntrevistaManoel OrtolanPresidente da Canaoeste“Clima influencia a safra 2012/2013 e a produção deve

ser igual a 2011/2012”

08 - Ponto de Vista

José Mario ParoDiretora Adjunto da Canaoeste e Conselheiro da

Sicoob CocredReflexões

07 - Ponto de VistaRODRIGO LARA

MESQUITAJornalista

Código Florestal, utopia ou loucura?

Revista Canavieiros - Março 2012

5Entrevista

Manoel Ortolan

Clima influencia a safra 2012/2013 e a produção deve ser igual a 2011/2012

Carla Rossini

Revista Canavieiros: A Safra passada de cana-de-açúcar, sofreu uma quebra de produção por fatores já conhecidos. Que consequências essa quebra de produção trouxe para os fornecedores de cana?

Manoel Ortolan: Quebra de pro-dução implica em redução da oferta e consequente alta nos preços. Isso aconteceu em um canavial já debili-tado por condições adversas de anos anteriores e daí termos uma redução grande na produção. Mesmo com os preços melhores a equação não fe-chou. Perdemos renda, tivemos preju-ízo e temos dificuldades para investir nos novos plantios.

Revista Canavieiros: Geralmen-te, a safra tem início em maio. Como o senhor acredita que vai ser esse ano?

Manoel Ortolan: O período oficial ou normal da safra tem início em 1º de abril e vai até final de novembro. Devido ao estágio de desenvolvimen-to das plantas, acredito que a maioria das usinas deverão entrar em opera-ção a partir da 2ª quinzena de abril. Teremos usinas moendo em março e início de abril, mas serão poucas.

Revista Canavieiros: É esperado um crescimento tímido do setor em 2012. Essa informação se confirma?

Manoel Ortolan: A cada dia que passa nos aproximamos mais da pro-dução da safra passada, 493 milhões de toneladas de cana. Falávamos em

A afirmação é do presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, que concedeu entrevista exclusiva a Revista Canavieiros em meados de março. Ortolan comentou os problemas que os fornecedores en-frentaram com os custos elevados de produção e falou sobre a ne-cessidade de políticas públicas voltadas ao setor de bioenergia. No final da entrevista, o presidente da associação também comentou a reestruturação pela qual a Canaoeste está passando. Confira!

“...O Consecana busca aperfeiçoamento ou

ajustes frequentes de forma a promover uma distribuição justa da receita

entre as partes...”

530 milhões, mas o clima mais uma vez está desfavorável, a falta de chu-vas se acentuando e a produção es-timada vai encolhendo. Hoje, já nos conformamos com produção igual a safra 2011/2012.

Revista Canavieiros: Em termos de preços, mediante a essa situação que o senhor nos colocou, a safra 2012/2013 vai ser melhor?

Manoel Ortolan: É possível que sim. O mercado de açúcar cresce cer-ca de 3% ao ano e o carro flex conti-nua sendo comercializado. Portanto, a demanda é crescente. A produção desta nova safra implicará em re-dução de oferta de açúcar e etanol e haverá redução do estoque mun-dial de açúcar. Essa situação deverá influenciar os preços para cima ao longo da safra. Por volta de agosto/setembro já começaremos a enxergar a produção final e aí vamos ver o que acontecerá.

Revista Canavieiros: E isso é um bom sinal aos produtores?

Manoel Ortolan: O preço será

bom só que não temos a produção, infelizmente, funciona desta forma. Acredito que com a elevação do pre-ço da cana, apesar da produtividade menor, nesta safra o produtor poderá auferir um resultado final melhor.

Revista Canavieiros: O senhor é um dos representantes dos fornece-dores de cana do Consecana. Quais são os trabalhos que estão sendo re-alizados por esse conselho?

Manoel Ortolan: O Consecana busca aperfeiçoamento ou ajustes frequentes de forma a promover uma distribuição justa da receita entre as partes. No momento ou nesta safra, vamos realizar um trabalho para de-terminação do número de cargas a se-rem amostradas com colheita de cana mecanizada e crua. Estaremos tam-bém revendo os indicadores de preços dos produtos açúcar e etanol.

Revista Canavieiros: Como o se-nhor vê a relação dos produtores de cana com a sustentabilidade?

Revista Canavieiros - Março de 2012

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RC

Entrevista

“...O nosso foco aqui na associação é atender es-

ses produtores que devem estar mais capacitados e

especializados. A Canaoeste precisa fazer

frente a isso...”

Manoel Ortolan: Hoje todo pro-dutor tem que trabalhar sua proprieda-de e produzir de forma sustentável, o que significa economicamente viável; socialmente justa e ambientalmente correta. Não é uma tarefa fácil. Hou-ve já grandes avanços na área social e ambiental, mas a econômica implica em fatores que escapam do nosso con-trole, a exemplo do clima.

Revista Canavieiros: Os custos de produção aumentaram significativa-mente. No que isso implica?

Manoel Ortolan: Até alguns anos passados o Brasil tinha uma vanta-gem competitiva grande em relação a outros países produtores de açúcar e também exportadores, que era o bai-xo custo de produção. Isso permitiu inclusive essa expansão vertiginosa do setor que em 4 a 5 anos colocou mais de 100 novas unidades em fun-cionamento. O retorno do investi-mento era atrativo. Mas, rapidamente o custo cresceu de tal forma que hoje já temos países disputando mercado com o Brasil e principalmente trouxe um problema sério para nós em rela-ção ao etanol. Com um custo baixo, pudemos manter preços baixos para o etanol na bomba por muitos anos,

mesmo sem a gasolina aumentar de preço. Hoje isso não é mais possível em função da elevação dos custos. Há que haver algo em termos de política pública que torne a produção do eta-nol atrativa aos investidores ou essa produção vai estagnar. A pesquisa, iniciativas privadas em tecnologia, ou

seja, algo que dependa dos produtores para promover ganhos de eficiência também precisa ocorrer, mas isso leva tempo. Urge que o governo faça algo tanto com relação ao etanol quanto a bioenergia.

Revista Canavieiros: A Canaoes-te está passando por uma reestrutu-ração nos seus escritórios regionais e ampliando a sua área de atuação. Quais são os planos para 2012?

Manoel Ortolan: É importante

estarmos próximo ao produtor e essa reestruturação visa estarmos mais próximo de várias formas. Uma des-sas formas é colocar os agrônomos no campo, regionalizados, permitin-do acesso rápido às propriedades. É uma transferência de tecnologia de uma forma mais rápida, são visitas as propriedades, reuniões realizadas e tudo isso vai chegando com uma ve-locidade maior pela proximidade ao produtor. Existem medidas também na comunicação que estamos tra-balhando. Temos nosso site que foi reformulado recentemente, a revista Canavieiros e o Informe Canaoeste que também visam aproximar o asso-ciado da Associação. Se o produtor não tem tempo para deslocamento, é só acessar o site e conversar com os agrônomos ou com a diretoria. Tam-bém no site estão todas as nossas in-formações do setor e as informações do Consecana. Estamos atentos bus-cando sempre informar mais e me-lhor, buscamos pessoas que possam escrever e produzir artigos de inte-resse de nossos produtores, já que está havendo uma mudança no perfil do associado. Esses grandes grupos buscam produtores empreendedores que querem montar suas estruturas

e colocar suas canas na usina. Essa nova administração das usinas não quer mais estar fa-zendo serviços para produtor, como colheita, plantio, como é usual na região de Sertão-zinho. O rumo é outro e isso significa que vamos ter coo-perados ou produtores mais empreendedores, com conhe-cimento e visão de negócio. O nosso foco aqui na associação é atender esses produtores que devem estar mais capacitados e especializados. A Canaoes-te precisa fazer frente a isso e vamos fazer graças a essa re-estruturação, tanto na parte de comunicação como na parte de gestão, na difusão de novas tecnologias e na capacitação dos nossos profissionais. A associação não pode ficar pa-rada no tempo, tem que acom-panhar o desenvolvimento.

Fachada da diretoria da Canaoeste

Revista Canavieiros - Março 2012

7Ponto de Vista

Código Florestal, utopia ou loucura?

Só um indivíduo socialmente irres-ponsável seria contra a possibilida-de de o Brasil reverter, num perí-

odo de tempo plausível, os erros graves cometidos no seu processo de ocupação territorial. Querer resolver esses proble-mas numa patada, com um golpe de for-ça, é ignorar o processo histórico, suas circunstâncias e criar um ambiente propí-cio para toda ordem de conflitos.

A versão do Senado para o Código Florestal prevê a recuperação de áreas de preservação permanente (APPs) em to-das as propriedades rurais. Quem defende esse dispositivo está praticamente conde-nando à morte 4,5 milhões de pequenos agricultores, responsáveis por mais da metade da produção de alimentos no País, e colocando uma bomba no colo da presi-dente Dilma Rousseff. E está fazendo isso premido por argumentos e campanhas que muitas vezes se sustentam mais por argumentos emocionais do que racionais; não é possível reverter 500 anos de um processo econômico com um decreto.

No final do século passado, foram consideradas APPs as faixas marginais dos rios, as encostas de morros e outras situações. Mas a ocupação desses locais já ocorrera, ao longo dos nossos 500 anos de história. Os principais exemplos são as pastagens nas montanhas de Minas Ge-rais, como ocorre nos Alpes e nos Andes; os vinhedos e macieiras em encostas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, como em grande parte da Europa; o café em altitude em São Paulo e Minas Gerais, como na Colômbia; os bananais no Vale do Ribeira, como no Equador; e a ocupa-ção de várzeas e terras férteis à margem de rios com plantios de arroz, irrigação, criação de búfalos e outras atividades, como no Nilo, no Mekong, etc.

Na versão aprovada na Câmara dos Deputados, as atividades agropecuárias tradicionais, desenvolvidas até 2008 em APPs, seriam consolidadas, com a proi-bição de abertura de novas áreas. Mas o Senado impôs mais uma condição: os agricultores devem arrancar cultivos e pomares, retirar o gado e recuperar a ve-getação nativa em faixas de 15 até 500 metros de cada lado dos rios e riachos. Ao longo do Rio São Francisco ou de rios de Mato Grosso, por exemplo, isso pode re-presentar a perda de mais da metade das

*RODRIGO LARA MESQUITA, jornalista; Twitter: @rmesquita

áreas produtivas. Para quem tem diversos riachos na propriedade pode inviabilizar toda a produção. É também o caso dos projetos de irrigação, instalados ao lado dos rios. A proposta, portanto, é de que o Estado imponha essa perda agrícola e ainda transfira o ônus para os agriculto-res: uma utopia ou loucura, dependendo da sua perspectiva.

Segundo fontes do Ministério do Meio Ambiente, a agricultura perderia 33 mi-lhões de hectares. Para outras fontes, isso representaria arrancar cultivos, pomares e pastagens de 60 milhões de hectares. Quanto menor a propriedade rural, pior a sua situação. Os pequenos utilizam a to-talidade das terras para produzir e sobre-viver. De acordo com a Lei n.º 8.629/93, pequenas propriedades são imóveis entre um e quatro módulos fiscais (MFs), cuja dimensão é definida pelo Incra para cada município. Em parte do Brasil, o Senado propõe que essa perda de terras produti-vas se limite ao máximo de 20% da pro-priedade com menos de quatro MFs. Ora, ao longo dos rios estão os terrenos mais férteis. Na maioria dos casos, esses 20% de terras férteis garantem 50% a 80% da renda do produtor.

Um estudo da Embrapa Gestão Terri-torial verificou, com base no Incra e no Censo Agropecuário do IBGE de 2006, que os imóveis com até quatro MFs cor-respondem a 89% dos estabelecimentos agropecuários do País, ocupam 11% do território e contribuem com 50% da pro-dução agropecuária. Eles serão duramen-te atingidos por essa medida, cujo alcance social e econômico o Ministério do Meio Ambiente e o governo não dimensiona-ram, muito menos o Senado. Como im-por indiscriminadamente a recomposição com vegetação nativa de áreas produti-vas, se elas foram ocupadas em confor-midade com a lei de seu tempo?

O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, já prevê uma enxurrada de ações ju-diciais. Se não é uma enorme irresponsa-bilidade defender tal medida, é uma tenta-tiva de passar a borracha na nossa história e em alguns casos levar a fatura para quem não tem nenhuma responsabilidade sobre esse passado. Áreas de preservação permanente devem ser recuperadas quan-do e onde for pertinente, e todos os esfor-ços nesse sentido são bem-vindos. Mas

exigir a mesma faixa de vegetação para um riacho que corre dois meses na caa-tinga, ou desce encachoeirado as serras do Espírito Santo, ou escoa quase imper-ceptível pela pampa gaúcha, ou forma um pequeno igarapé na Amazônia é ignorar a diversidade do meio ambiente. Cada bio-ma pede critérios específicos.

Os Estados devem participar da avalia-ção e do esforço para recompor as APPs de forma adequada, considerando a ocupa-ção das terras, as tecnologias empregadas, a situação de conservação dos solos e das águas e, mais do que tudo, a história de como isso ocorreu, num processo secular. A regularização das atividades econômi-cas produtivas até 2008 em APPs dará se-gurança jurídica ao homem do campo. O princípio da precaução sugere que o gover-no avalie a situação das APPs e só depois proponha sua recuperação, por meio de critérios técnicos, lá onde for necessário, de forma adequada e no tempo possível. Forçar a recomposição como regra absolu-ta pode quebrar a agricultura e os agricul-tores, além de abalar profundamente um dos setores mais desenvolvido e dinâmico da economia do Brasil.

Vale lembrar de novo que o objetivo das leis é apoiar a sociedade, e não con-trolar a sociedade. São dinâmicas, evo-luem com ela, contribuindo para a forma-ção do arcabouço institucional. Quando as estruturas legais se chocam com as estruturas sociais, elas criam as condições para conflitos sem fim.

Rodrigo Lara Mesquita - JornalistaFonte:- O Estado de S. Paulo

Caderno A, página A2 - 17/03/2012

RC

Revista Canavieiros - Março de 2012

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Certamente não estarão passan-do despercebidas, aos leitores desta revista, as dificuldades e

transformações que a maioria das na-ções está atravessando, transformações estas que estão afetando todas as ativi-dades humanas, ao redor do planeta.

Observadores conceituados da cena mundial têm afirmado que, ultrapassa-das as atuais turbulências, o mundo não será mais o mesmo. Saber qual será o papel de nosso país na nova conjuntura mundial é a questão que vem ocupando as mentes de todos aqueles que se inte-ressam pelo tema.

Pelo que se tem noticiado, há con-

senso a nível mundial de que os países emergentes de hoje, em especial os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) figurarão entre as maio-res potencias globais, dentro de poucos anos.

Um outro consenso está no entendi-mento de que o mundo busca segurança alimentar e energética.

As duas situações – ascensão dos países emergentes e produção de ali-mentos e energia – nos afetam direta e intensamente, abrindo horizontes qua-se ilimitados de possibilidades, onde o agronegócio continuará sendo o princi-pal motor do nosso desenvolvimento.

Já se disse que o Brasil crescerá mes-mo que não queira, arrastado pelas ne-cessidades dos demais países. A questão, então, passa a ser esta: seremos apenas atores coadjuvantes neste novo mundo, em função da geografia; da dimensão territorial e populacional; do potencial produtivo agrícola e das disponibilida-des de recursos naturais, como tem sido desde os tempos do Brasil – Colônia, ou saberemos nos colocar numa posição de liderança, com peso e competência para influir nos destinos da humanidade?

Por tudo que tenho conseguido captar, através das diversas mídias, esta alme-jada posição no pódio mundial não está assegurada. E o termo pódio não foi aqui usado por acaso: o mundo hoje é extre-mamente competitivo e só alcançarão o pódio as nações altamente desenvolvidas.

Talvez não seja demais lembrar al-gumas das principais amarras que nos atêm num limbo cinzento, onde, não raro, não se consegue visualizar a luz de um futuro possível. A começar pela mentalidade nacional, tomada no sen-tido coletivo, possivelmente o maior dos nossos males. Padecemos de um arraigado terceiro – mundismo, que nos aprisiona a um terrível complexo de in-ferioridade, desacreditando até mesmo de nossas imensas oportunidades de propiciar aos brasileiros um nível de bem-estar ainda não vivenciado.

Ainda quanto à mentalidade, é preo-cupante a dificuldade que temos tido em nos posicionar com clareza diante do binômio ideologia x desenvolvimento. O exemplo mais recente é a exasperante discussão do novo Código Florestal.

A propósito, lembro-me agora do genial Joãozinho Trinta, mestre carna-valesco, que carimbou: “o povo gosta de luxo. Quem gosta de miséria é o in-telectual.”

Enquanto isto, as nações mais dinâ-micas seguem ocupando um espaço que poderia ser nosso.

Até uma próxima oportunidade.

*

RC

Ponto de Vista

José Mario Paro*Reflexões

Revista Canavieiros - Março 2012

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Revista Canavieiros - Março de 2012

10Notícias Copercana

Toninho Tonielo recebe o troféu Canasauro Rex 2012

O prêmio é concedido a profissionais que há mais de 30 anostrabalham em prol do setor sucroenergético

O presidente da Copercana e Si-coob Cocred, Antonio Eduar-do Tonielo recebeu o Prêmio

CanaSauro Rex 2012. A solenidade de premiação aconteceu na noite de 6 de março, em Araçatuba e é uma rea-lização da Safra Eventos, empresa que organiza a Feicana FeiBio - Feira de Negócios do Setor de Energia. Amigos e familiares de Toninho Tonielo presti-giaram a premiação.

Em seu discurso emocionado, To-nielo relembrou sua trajetória profis-sional e falou da honrosa premiação. “É uma grande alegria receber esse prêmio. Grandes feras já receberam e por isso estou muito orgulhoso. Dedi-co esse prêmio aos meus familiares, amigos e colaboradores, porque ne-nhum diretor faz uma empresa sozi-nho”, ressaltou Tonielo.

Durante o evento foram homenagea-dos 40 profissionais que há mais de 30 anos trabalham pelo desenvolvimento do setor sucroenergético. Entre eles, o presidente da Canaoeste, Manoel Orto-lan e o prefeito de Nova Independência, José Pedro Tonielo. Esses profissionais receberam o Prêmio CanaSauro 2012,

Carla Rossini

Celso Junqueira (presidente da Udop); Cido Sério (prefeito de Araçatuba); Antonio Tonielo (presidente da Copercana); Plínio Nastari (presidente da Datagro) e Flávio Nasser (diretor da Safra Eventos)

Celso Junqueira (Udop); Manoel Ortolan (presidente da Canaoeste) e Flávio Nasser (Safra Eventos)

Durante o evento foram homenageados 40 profissionais que há mais de 30 anos trabalham pelo desenvolvimento do setor sucroenergético

mas o grande homenageado da noite foi Toninho Tonielo, eleito CanaSauro Rex.

Para o diretor da Safra Eventos, Flá-vio Nasser, a premiação é uma forma de ressaltar a contribuição desses pro-fissionais no desenvolvimento do setor da bioenergia no Oeste Paulista. “Esses CanaSauros passaram por muitas di-ficuldades e merecem nosso reconhe-cimento. Antonio Tonielo ao receber o CanaSauro Rex representa essas 40 pessoas, na sua dedicação e disposi-ção que nos impressiona, servindo de

exemplo para aqueles que iniciam as atividades no setor”, disse.

O presidente da UDOP, Celso Tor-quato Junqueira Franco, ressaltou em seu discurso que Toninho Tonielo, assim como os demais homenageados da noite, conseguiram vencer muitas crises. “Es-ses CanaSauros se dedicaram ao setor ainda quando não existia apoio tecnoló-gico suficiente, mesmo assim insistiram e foram determinantes na construção de um setor que passou e passa por muitas crises, mas que permanece confiante”.

Revista Canavieiros - Março 2012

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Celso Junqueira (Udop); Manoel Ortolan (presidente da Canaoeste) e Flávio Nasser (Safra Eventos)

A vereadora Rita Tonielo, Toninho e Celso Junqueira

Toninho e Manoel Ortolan

Adézio Marques (CeiseBR), Toninho Tonielo,Lelo Bighetti e Manoel Ortolan

Plínio Nastari e Toninho Tonielo

Amigos e familiares de Toninho Tonielo prestigiaram a premiação

Mauro Sponchiado (Smar); Lelo Bighetti, Toninho, Neli e José Pedro Tonielo

A Safra Eventos, instituiu em 2008 o Prêmio CanaSauro, uma homena-gem aos profissionais que por mais de 30 anos se dedicam ao segmento sucroenergético. Esses profissionais são reconhecidamente considerados a “inteligência do setor”. Em 2008, mais de 70 profissionais, liderados pelo ex--ministro Roberto Rodrigues recebe-ram seus troféus. Em 2009, Araçatuba presenciou um encontro memorável que entrou para a história do setor su-croalcooleiro: 70 personalidades que contribuíram para a consolidação e o crescimento do setor foram homenage-ados com o Prêmio CanaSauro e Cana-Sauro Rex, destaque para o empresário Cícero Junqueira Franco. Em 2010 foi realizado o III Prêmio CanaSauro, onde mais de 50 personalidades foram homenageadas e o vice-presidente do Grupo Cosan e presidente da Cosan Açúcar e Álcool, Pedro Izamu Mizuta-

Sobre o prêmio

ni, recebeu o troféu CanaSauro Rex, a maior homenagem da noite. Em 2011 foram homenageados 50 CanaSauros e o CanaSauro Rex foi o diretor da Data-gro, Plínio Nastari. Esse ano, foi a vez de Toninho Tonielo receber o título CanaSauro Rex.RC

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12Notícias Copercana

120 anos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São PauloAssociados do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred participaram das comemorações

No dia 27 de fevereiro, a Secre-taria de Agricultura e Abasteci-mento do Estado de São Paulo,

realizou a comemoração oficial dos 120 anos de criação da pasta a fim de per-petuar esta data na história. Estiveram presentes produtores rurais, lideranças e autoridades do setor sucroenergético, parlamentares federais e estaduais, ex--secretários, presidentes de entidades de classe e confederações, o governador do Estado, Geraldo Alckmin, o vice-go-vernador, Guilherme Afif Domingos, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Barros Munhoz, a secre-tária de Agricultura do Estado, Mônika Bergamaschi e o diretor regional dos Correios de São Paulo, Wilson Abadio de Oliveira.

A Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred levaram aproximadamente 40 produtores rurais ao evento. Na oca-sião foi realizado o lançamento do selo personalizado e do carimbo comemo-rativo pelo Ministério das Comunica-ções e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Também foram prestadas homenagens aos ex-secretários da pasta e assinados vários documentos e deli-berações pelo governador e pela secre-tária que irão favorecer aos produtores e todo setor agropecuário.

Durante seu discurso, a secretária Monika Bergamaschi, falou sobre o crescimento do valor agropecuário e a importância de sua participação na eco-nomia brasileira. Também destacou os investimentos realizados em pesquisas que contribuíram para o seu desenvol-vimento. “A agricultura é a base do país. Precisamos trabalhar para que continue sendo aplicados recursos na política agrícola, proporcionando ao setor ferramentas que busquem sem-pre o que há de melhor. O futuro clama por uma nova agricultura (sustentável), e para isso, contamos com o apoio do

Carla Rodrigues

governo, para que juntos estabeleçamos uma real comunicação com a socieda-de”, pronunciou a secretária.

O governador, Geraldo Alckmin, proferiu palavras de otimismo em rela-ção aos desafios do setor, que segundo ele, é avançar de acordo com aquilo que o momento impõe para a cadeia produtiva. “Nós vamos apoiar muito os nossos institutos de pesquisas, ao produtor rural com melhorias na vi-gilância sanitária, estradas vicinais, apoio técnico e amparar a agricultura familiar através dos nossos programas. Os desafios são enormes e é uma gran-de alegria comemorar as conquistas até aqui realizadas, e retemperar as forças para avançarmos ainda mais os 120 anos”, disse Alckmin.

BOSQUE DOS 120 AnOSApós o fim da solenidade, todos os

presentes se dirigiram para a parte ex-terna da secretaria, onde 120 árvores de espécies nativas do Estado foram plantadas como forma de colaborar para a restauração da flora e fauna do Parque Estadual das Fontes do Ipi-ranga. As mudas das árvores foram fornecidas pelo Departamento de Se-mentes, Mudas e Matrizes da CATI (Coordenadoria de Assistência Téc-nica Integral) e plantadas pelos pro-dutores, autoridades e lideranças que participaram da comemoração. O pre-sidente da Canaoeste, Manoel Ortolan e o presidente da Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo compuseram a lista de autoridades e cada um plantou uma árvore.

Dirigentes e cooperados da Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred participaram das comemorações

Antonio Tonielo e Manoel Ortolan plantaram árvores no Bosque de 120 anos da Secretaria observados pelos associados

RC

Revista Canavieiros - Março 2012

13Notícias Canaoeste

Consecana CIRCULAR Nº 13/11DATA: 29 de Fevereiro de 2012

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de ajuste parcial da safra 2011/2012. O preço médio do kg de ATR para o mês de FEVEREIRO de 2012, referente à Safra 2011/2012, é de R$ 0,5002.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril de 2011 a fevereiro de 2012 e acumulados até FEVEREIRO são apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado ex-terno (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à indústria (EAI e EHI) e ao mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD).

Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril de 2011 a fevereiro de 2012 e acumulados até FEVEREIRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/11, são os seguintes:

Revista Canavieiros - Março de 2012

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Canaoeste realiza seminários para produtores e técnicos

A Canaoeste, em parceria com a Stab (Sociedade dos Técnicos Açucareiros Alcooleiros do

Brasil) realizou, no dia 28 de fevereiro, no Centro de Convenções do Centro de Cana IAC (Instituto Agronômico), um seminário com o tema “Fisiologia de Florescimento/Isoporização e Matura-ção em Cana-de-Açúcar – Ailto Anto-nio Casagrande”, para técnicos, pesqui-sadores e produtores rurais. O intuito foi discutir e trocar informações sobre as novidades de mercado e a evolução das pesquisas nas lavouras canavieiras.

Durante o seminário, vários assuntos foram abordados, como: características varietais quanto à florescimento, isopo-rização e responsividade à maturadores; fisiologia de florescimento e isoporiza-ção; inibição de florescimento e isopo-rização e impactos agrícolas; fisiologia da maturação; climatologia; e impactos da qualidade da matéria-prima na in-dústria causados pelo florescimento, isoporização e maturação.

O presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan e o diretor, Luiz Carlos Tasso Júnior, assim como a equipe técnica da associação, participaram do seminário. Segundo Ortolan, a Canaoeste, ao pro-mover este tipo de evento, está ajudan-do a disseminar conhecimento dentro da cadeia produtiva do setor sucroener-gético, principalmente após a modifica-ção estrutural que houve no setor com a concentração de alguns grupos. “Nós temos um grande número de profissio-nais que estão chegando ao setor ago-ra, um predomínio muito acentuado de jovens, e, é claro que eles precisam de capacitação e conhecimento para poder desenvolver um trabalho cada vez me-lhor junto às unidades industriais em prol do setor, e é em eventos como este de que encontramos isso”, disse o pre-sidente da Canaoeste.

Carla Rodrigues

O evento foi realizado em parceria com a Stab e discutiu novas ferramentas de fisiologia da cana-de-açúcar

Para o consultor agronômico da Canaoeste e coordenador do evento, Oswaldo Alonso, o tema “fisiologia” é pouco abordado entre os institutos de pesquisas e até mesmo, dentro do próprio setor, daí a sua importância. “O aspecto mais importante deste encon-tro foi trazer essa fisiologia trocada em miúdos, ou seja, trazer o linguajar de quem está no campo no dia-a-dia para explicar como estas ferramentas fun-cionam na prática”, disse Alonso.

O pesquisador e diretor do Centro de Cana IAC, Marcos Landell, falou em sua apresentação sobre as estraté-gias que o produtor deve adotar para minimizar o florescimento e a isopo-rização na cana-de-açúcar e alertou

para a época certa de colheita. “Além do uso de inibidores de florescimento e o uso de variedades que apresentam menos esse fenômeno de florescimen-to e isoporização, o produtor também pode minimizar esses problemas e

Produtores e técnicos participaram do Seminário

O seminário homenageou o professor Ailto, formado em Engenharia

Agronômica em 1967 ESALQ/USP.

Consultor agronômico da Canaoeste e coordenador do evento, Oswaldo Alonso

O presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan e o diretor, Luiz Carlos Tasso Júnior, assim como a equipe técnica

da associação, participaram do seminário.

Notícias Canaoeste

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aperfeiçoar a produtividade, colhendo a cana mais antecipada. A cana que tem a tendência a florescer e a isopo-rizar não deve ser colhida depois do mês de agosto, que já é um mês de dé-ficit hídrico muito pronunciado, e essa condição de isoporização passa a ser mais acentuada, reduzindo o colmo, e, portanto, reduzindo a produtividade da cana”, explicou Landell.

A professora da UNESP (Universi-dade Estadual Paulista) do campus Ja-boticabal/SP, Márcia Mutton, destacou em sua apresentação a importância da maturação da cana-de-açúcar na qua-lidade final da matéria-prima, que é destinada à indústria. De acordo com a professora, a maturação é uma carac-terística favorável, pois “quanto mais madura a cana estiver, maior o teor de açúcares acumulado no colmo, e con-sequentemente, melhor e mais rica a matéria-prima que será destinada ao processamento”.

Já o florescimento é um evento na-tural da planta, algumas variedades flo-rescem mais, outras menos, e este pro-cesso pode ou não comprometer o nível de açúcar acumulado nos tecidos de ar-mazenamento. “Quando o florescimen-

Pesquisador e diretor do Centro de Cana IAC, Marcos Landell

Presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan

Professora da UNESP do campus Jaboticabal/SP, Márcia MuttonO presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan e o diretor,

Luiz Carlos Tasso Júnior, assim como a equipe técnica da associação, participaram do seminário.

to afeta a planta, vai gerar problemas no processamento da produção de açúcar e álcool, dentre eles, a isoporização, ou seja, quando a cana isoporiza, diminui o peso dos colmos, a quantidade de cal-do extraído pelas moendas é menor, e isso faz com que a moenda tenha mais dificuldade em processar esse material. A quantidade de caldo extraído pela indústria é menor e o processamento deste material, por exemplo, a queima do bagaço, será mais leve e terá dificul-dade para queimar na caldeira, prejudi-cando a geração de vapor para manter a indústria”, esclareceu a professora.

HOMEnAGEMO seminário “Fisiologia de Flores-

cimento/Isoporização e Maturação em Cana-de-Açúcar – Ailto Antonio Casa-grande” homenageou o professor, forma-do em Engenharia Agronômica em 1967 pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - ESALQ/USP. Ingressou como docente na Faculdade de Agrono-mia de Jaboticabal – Instituto Isolado de Ensino Superior, atual FCAV/UNESP.

Nesta Instituição de Ensino Superior deixou fluir seu dom natural de Ensinar e de ouvir, dedicando-se integralmente ao Ensino de Graduação em Agronomia ministrando as disciplinas de Agricultu-ra Geral e Cultura da cana-de-açúcar.

No dia 15 de março, a Canaoeste participou como uma das associações apoiadoras do “II Encontro de Usuá-rios e Variedades de Cana-de-açúcar – Frederico de Menezes Veiga”, também realizado no Centro de Convenções do Centro de Cana IAC.

O evento teve como objetivo reunir produtores e técnicos de diversos gru-pos e usinas para discutirem a impor-tância e o uso do manejo varietal nas diferentes áreas. Em sua apresentação, o supervisor de desenvolvimento agro-nômico do Grupo Raízen (Unidade Jaú), Sebastião Santos Ribeiro, expli-cou como desenvolver e a importância de se ter um manejo adequado para cada região. “Para conseguir alcançar a

Além disso, professor Ailto, ocu-pou cargos de chefe de departamen-tos, idealizou importantes eventos, dedicou-se a melhorias da faculdade, institutos de pesquisas, entre outras funções e atividades de grande rele-vância para o setor.

O presidente da Canaoeste, Mano-el Ortolan, participou deste momento especial na vida do professor e disse estar honrado por poder prestigiar essa homenagem ao seu lado. “Para nós da Canaoeste, o professor Ailto é uma lembrança muito boa. Ele já realizou várias palestras em nossa associação e em todas foi muito feliz em suas apre-sentações. Foi no campo que ele se apaixonou pela cana-de-açúcar e, gra-ças ao seu empenho e dedicação à esta cultura, se tornou um orgulho muito grande dentro do setor sucroenergético.

“II Encontro de Usuários e Variedades de Cana-de-açúcar – Frederico de Menezes Veiga”

produtividade desejada, tem que haver planejamento, escolha de variedades propícias e logística adequada”, disse.

Estiveram presentes aproximada-mente 150 pessoas, entre eles produto-res, colaboradores e técnicos das usinas São Luiz, Iracema e São Manoel, dos Grupos Tereos (Guarani), Raízen e Car-los Lyra Sud, da Agrícola Rio Claro e da AFOCAPI (Associação dos Forne-cedores de Cana de Piracicaba).

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16Notícias Canaoeste

PECEGE/CNA - levantamento de custos de produção do setor sucroalcooleiro do Centro-Sul

O PECEGE - Programa de Edu-cação Continuada em Econo-mia e Gestão de Empresas,

da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), e a CNA - Confederação da Agricultu-ra e Pecuária do Brasil, divulgaram o relatório final de custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol da safra 2011/12, até outubro, da região Centro-Sul. Estes levantamentos já são realizados há 5 safras com o obje-tivo de desenvolver uma pesquisa de extensão universitária que possibilite a criação e divulgação de informações do setor sucroenergético e de interes-se público. A série de levantamentos teve como objetivo original calcular indicadores de custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol nas grandes regiões sucroenergéticas brasileiras. Com a evolução dos tra-balhos, foram adicionados: a) defini-ção de uma metodologia de apuração padronizada de custos aos participan-tes da pesquisa; b) desenvolvimen-to de indicadores de desempenho de processos técnicos; c) caracterização de nível tecnológico; e, d) criação de conceito em indicadores de preços de uma cesta de insumos para toda pro-dução agroindustrial deste setor.

A série de levantamentos tem a contribuição de quase 2 centenas de instituições, entre usinas, associações de classe de fornecedores de cana, sindicatos, federações, fabricantes de equipamentos, centros de pesquisa,

Fonte: PECEGE/CNA (2012

fornecedores de insumos e finan-ciadores desses estudos. Neste levantamento , até outubro da safra 2011 / 12, foram mensura- dos os custos agroindustriais, de fornecedores de cana e usi-nas das Regiões Tradicional (es-tados de SP, PR e RJ) e de Expansão (GO, MC, MS e oeste do estado de SP), Amostras estas, que representa-ram cerca de 20% da produção da Re-gião Centro Sul.

Quando comparada às duas safras anteriores (elevado contingente de cana bis na safra 2010/11), a safra 2011/12 foi marcada pela queda na produtividade e qualidade da cana e menor utilização da capacidade in-dustrial. Estes fatores promoveram aumento dos custos agroindustriais e, que de uma safra para outra, foram processados quase 20% menos ARTs--Açúcares Redutores Totais (que, multiplicados por 0,905, correspon-dem aos ATRs) nas mesmas capacida-des médias das Unidades Produtoras Tradicionais (e pouco mais de 15% nas de Expansão – canaviais mais jovens que as Tradicionais). Estas di-ferenças de idades médias permitem refletir sobre os impactos do elevado

índice de florescimento e, principal-mente, da isoporização em canaviais mais velhos e de menores produtivi-dades, realçando a indiscutível e forte influência da “Mãe Natureza” sobre o manejo da cultura.

A variação de preços dos produtos foi fator importante tanto para o au-mento de custos, em função dos au-mentos de preços da matéria-prima e da remuneração da terra, bem como em impactos na rentabilidade. As variações nos preços dos demais fa-tores de produção relevantes foram próximas a taxa de inflação da eco-nomia brasileira em 2011, e, conse-quentemente, tiveram menores influ-ências no aumento de custos da safra 2011/12.

Apesar do sensível aumento de custos, os preços mais altos dos pro-dutos, especialmente na região tradi-cional, permitiram que, pela primei-

Tabela A:- Custos de produção de cana-de-açúcar (R$/t) e margem de contribuição na safra2011/12 (até outubro 2011, inclusive).

Regiões Produtores COT* Custo CT** Custo Margem Operacional Econômico Econômica R$ / t cana R$ / t cana em %Tradicionais Fornecedores 52,50 70,63 (1) 4,9 Próprios 62,04 70,06 0,3Expansões Fornecedores 46,48 56,29 35,6 Próprios 55,09 60,52 21,4

Fonte:- PECEGE/CNA – 2012

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ETAPA DE PRODUçãO TRADICIOnAL ExPAnSãO

I- Lavoura* 3.162,83 3.227,43 Formação do canavial 3.457,08 3.634,95 Tratos culturais cana-planta 367,08 318,15 Tratos culturais cana-soca 877,94 918,82 Colheita 1.793,85 1.597,44

II- Remuneração da terra 1.160,00 802,47 III- Custos administrativos 565,94 188,45 IV- Depreciações total 306,30 132,44

Depreciação de máquina 230,41 101,34 V- Remuneração do capital 332,30 250,07

CUSTO TOTAL 5.296,96 4.395,22 *A etapa e sub-etapas de produção I incluem os custos com depreciação de máquinas desta-

cados na etapa IV

Tabela B. Custos por etapa de produção de cana (R$/ha) dos fornecedores, na safra 2011/12.

ra vez nos levantamentos PECEGE/CNA, em termos médios, todos os agentes do setor sucroenergético do Centro-Sul conseguissem remunerar todos os seus fatores de produção. A Tabela A destaca o resumo dos cus-tos totais econômicos da cana na sa-fra 2011/2012 e a Tabela B apresenta a divisão de custos operacionais por processo de produção agrícola de for-necedores de cana-de-açúcar.

No cálculo do Custo Operacional Total–COT* (Tabela A) são conside-rados os desembolsos realizados ao longo da safra (tais como, mão-de--obra, insumos, materiais de escri-tório e demais custos diretos), assim

como depreciações de benfeitorias, máquinas e equipamentos. O Custo Total-CT** leva em conta também os custos de oportunidade do capital in-vestido. O Custo Econômico ou Total apurado pelo estudo PECEGE/CNA, para fornecedores das áreas tradicio-nais da Região Centro Sul, foi de R$ 70,63 tonelada de cana.

Comparativamente e na mesma data, o Custo Total apurado pela Or-plana (vide Tabela A, em CT** (1)) totalizou R$ 76,60 e R$ 78,34/t cana, uma vez que as produtividades mé-dias apuradas pelo CTC - Centro de Tecnologia Canavieira, acumuladas até outubro de 2011, respectivamen-

te para o Estado de São Paulo Região Centro Sul, foram 70,9 e 69,3t cana/ha. A Margem Econômica (na mesma Tabela A) merecerá revisão ao final da safra (até 10 de abril), após conhecer os valores médios de “fechamento” da tonelada de cana a serem pagas a fornecedores.

Por sua vez, na área tradicional, os resultados econômicos das produ-ções de açúcar e etanol mostraram--se, até outubro, mais remuneradores que os resultados de cana própria ou de fornecedores, em função da sig-nificativa redução da produtividade agrícola. Deve-se, entretanto, aguar-dar levantamentos PECEGE/CNA ao final do ano-safra (pós abril 2012) para se estabelecer os apropriados comentários.

Os relatórios completos são de livre acesso e estão disponíveis no site www.pecege.esalq.usp.br/por-tal. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (19) 3375-4250.

Assessoria de comunicação ESALQ USP

Comentários por Oswaldo Alonso

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18Notícias Sicoob Cocred

Balancete MensalCOOP. CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO

INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - FEVEREIRO/2012Valores em Reais

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20 Copercana vai receber 48 mil toneladas de amendoim

11.000 hectares foram plantados com o grão pelos cooperados que fazem parte do Projeto Amendoim da cooperativa

Em 2011, os produtores que fa-zem parte do Projeto Amendoim Copercana, produziram 34 mil

toneladas do grão. Neste ano, os coope-rados vão entregar 48 mil toneladas do produto à cooperativa, o que representa um aumento de mais de 40% em rela-ção ao ano passado.

A área plantada dos cooperados também aumentou 29%. Foram 11.000 hectares plantados, sendo 3.000 hecta-res de variedades auto-oléicas desen-volvidas pelo IAC – Instituto Agronô-mico. “Essas variedades tem dado bons resultados de produtividade aos nossos cooperados e também atendem as ne-cessidades de qualidade exigidas pelos compradores”, explicou o gerente da Uname – Unidade de Grãos da Coper-cana, Augusto César Strini Paixão.

A Copercana mantém uma parce-ria com 39 produtores de amendoim que realizam o manejo atendendo os padrões exigidos pelos compradores. “A cooperativa fornece a semente, os insumos, toda a assistência técnica e o

Carla Rossini

custeio agrícola para os produtores, que depois entregam para a cooperativa um produto de melhor qualidade. É uma parceria que está dando muito certo”, disse Augusto.

Em meados de março, apenas 40% da safra dos cooperados havia sido co-lhida, mas o grão apresentava boa qua-lidade. Isso é uma boa notícia quando o assunto é preço. Segundo o gerente da Uname, “com o aumento no custo gerado pela queda de produtividade, a lucratividade deste ano deve ser igual à safra passada”.

O Estado de São Paulo é o maior pro-dutor nacional de amendoim e, atualmen-te, o Sudeste do Brasil é a região com a maior área plantada (mais de 70%), seguido pela região Nordeste (cerca de 15%), cujos principais estados produtores são Bahia, Ceará, Sergipe e Paraíba.

BRASILNo Brasil, foram 115.000 hectares

plantados nesta safra que teve início em outubro de 2011. A colheita vai até abril

de 2012, mas a safra que era para ser acima da média, pode ser 20% menor do que as estimativas apontavam. As condições climáticas atrapalharam o desenvolvimento das plantas. “A falta de chuvas no Estado de São Paulo nos meses de dezembro e janeiro prejudicou a formação do grão”, disse Augusto.

As estimativas apontavam que o Brasil estaria produzindo 300.000 tone-

Augusto César Strini Paixão, gerente da Uname

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ladas de amendoim, mas é provável que a produção fique igual ao ano passado: 250.000 toneladas. Desse montante, 25% é exportação e os outros 75% aten-dem o consumo do mercado interno.

Apesar dos bons preços praticados até o momento, ainda não é possível saber se a queda na produtividade tam-bém atingiu outros países produtores de amendoim. Por isso, Augusto alerta aos produtores para uma possível variação nos preços pagos pelo mercado.

SOBRE O AMEnDOIMO amendoim é uma leguminosa

originária da América do Sul, rica em óleo, proteínas e vitaminas, além de ser importante fonte de energia e ami-noácidos. No século XVIII foi intro-duzido na Europa e no XIX difundiu--se do Brasil para a África e, ainda, do Peru para as Filipinas, China, Ja-pão e Índia. Atualmente o amendoim é apreciado em praticamente todos os

A produção brasileira de grãos do período 2011/12 chega a 157,8 mi-lhões de toneladas, com uma redução de 3,1% ou de 5,026 milhões de tone-ladas a menos, se comparada à safra anterior, quando chegou a 162,837 milhões de toneladas. Os números são do sexto levantamento realizado pela Conab e anunciado no início de mar-ço, em Brasília.

Mas em comparação com o últi-

mo levantamento, houve um aumento de 0,5% ou de 744,2 mil toneladas a mais. O acréscimo se deve à recu-peração de parte da lavoura do milho primeira safra e do crescimento do milho segunda safra.

O milho e a soja, culturas de maior peso na produção, chegam a 83% de toda a safra, com um volume de 130,451 milhões de toneladas. O mi-lho deve crescer 7,5%, considerando a safra total, estimada em 61,703 mi-lhões de toneladas. No caso do milho segunda safra, a estimativa é de 25,804

países pelo seu incomparável sabor e versatilidade de uso em pratos salga-dos, em doces e pela indústria de óle-os, entre outras aplicações.

Com esse diversificado potencial, o amendoim passou a ser uma das legu-minosas produtoras de grãos mais plan-tadas em todo o mundo, tendo adquiri-do relevância na alimentação de alguns

países da América Latina, da África e da Ásia. Desempenha ainda importante papel social na segurança nutricional e na sustentabilidade da agricultura em áreas áridas e semiáridas de diversos países dos cinco continentes. Em geral, o sistema de produção típico da Arachis hypogaea L., nome científico do amen-doim, demanda poucos insumos e baixa mecanização.

Foto: Edgard Junior

Produção nacional de grãos sobe para 157,8 milhões de toneladas

milhões de toneladas, 20,1% maior que o colhido no período passado, quando registrou 21,481 milhões de toneladas. A produtividade deve chegar a 3,838 quilos por hectare, com aumento de 5,2% em relação à safra anterior de 3,647 quilos por hectare. Já a soja deve cair 8,7%, ficando a produção em 68,749 milhões de toneladas.

Área – O cultivo da safra 2011/12

deve ocupar uma área em torno dos 51,682 milhões de hectares, com um crescimento de 3,6% sobre os 49,888 milhões de hectares do último período. Isto representa um aumento de 1,794 milhão de hectares. A ampliação se deve ao milho primeira safra (9,2%), ao segunda safra (14,1%) e à soja (3,3%).

O arroz, no entanto, teve redução de

área, devendo perder 10,8% ou o equiva-lente a 305,2 mil hectares com relação ao cultivo anterior, quando chegou a 2,820 milhões de hectares. A perda maior é do estado do Rio Grande do Sul, que deixa de cultivar 118,6 mil hectares.

Outra queda foi do feijão primeira safra. Houve uma redução de 147,9 mil hectares em relação ao cultivo anterior de 1,420 milhão de hectares. O maior produtor nacional, o Paraná, deixou de cultivar 95,2 mil hectares se comparada à safra anterior, quan-do semeou 344,1 mil hectares. Já o feijão segunda safra, semeado no fi-nal de janeiro, deve ter um cultivo de 1,773 mil hectares, com uma redução de 2,8% sobre a safra anterior, de 1,824 mil hectares.

O quinto levantamento considerou, no caso da região Nordeste, apenas o oeste da Bahia, o sul do Maranhão e sul do Piauí. Já para a região Norte, considerou somente os estados do Tocantins e de Rondônia. As demais regiões mantiveram as áreas da safra anterior, devido o plantio ser feito so-mente após o início das chuvas.

Fonte: Conab – Companhia Na-cional de Abastecimento

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22Novas Tecnologias

Agricultura de precisão: nova tecnologia permite ao produtor gerenciar sua lavoura e a respeitar as variações do campo

As condições de produtor de ali-mentos e combustíveis colo-caram o Brasil numa posição

desafiadora: abastecer com sustentabi-lidade. Para isso, o país investe cada vez mais em pesquisas e tecnologias de ponta como a “agricultura de precisão”.

A ferramenta é baseada em planeja-mento - ideal para o momento pelo qual o setor sucroenergético atravessa -, bus-cando o manejo adequado com o intui-to de reduzir os impactos ambientais e aumentar a produtividade. Conhecedo-ra deste cenário, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) conduz uma Rede de Pesquisa com mais de 200 pesquisadores e conta com o apoio de aproximadamente 50 insti-tuições, com a finalidade de difundir a agricultura de precisão no país, tornan-do a agricultura mais sustentável.

Segundo o pesquisador da Embrapa Instrumentação e coordenador da Rede de Agricultura de Precisão II, Ricardo Inamasu, o Brasil ainda comete muitos excessos. Para ele, cuidar e conhecer a lavoura é um desafio para muitos e é isto que a tecnologia denominada “agri-cultura de precisão” propõe.

Confira a seguir a entrevista conce-dida pelo pesquisador à Canavieiros.

Revista Canavieiros: O que é agri-cultura de precisão? Como funciona?

Ricardo: A agricultura de precisão é uma forma de gerenciamento da lavou-ra que leva em conta a variabilidade es-pacial. O campo tem variações. Setores que produzem mais, outros que são mais úmidos, mais férteis, mais suscetíveis à doenças e assim por diante. A agricultu-ra convencional, apesar das diferenças, trata como tudo igual. A agricultura de precisão respeita essas diferenças e faz uso de dados e informações do campo. Ferramentas como GPS, sensores, sis-

Carla Rodrigues

temas de informação são muito úteis para essa forma de gestão.

Revista Canavieiros: A agricultura de precisão pode ser utilizada em todas as culturas e regiões ou tem alguma limitação?

Ricardo: Só não pode ser utilizada em culturas e regiões que são unifor-mes. Quanto mais variações houver pode-se obter maior retorno econômico e benefício ao meio ambiente.

Revista Canavieiros: Todo produ-tor pode utilizá-la?

Ricardo: A agricultura de precisão só depende do gestor. Dizemos até que é uma postura gerencial que leva em conta a variabilidade. Isso depende do olho e da sensibilidade do produtor. Se o pro-dutor percebe que separar um setor da lavoura pode melhorar a qualidade, está praticando a agricultura de precisão.

Revista Canavieiros: A agricultura de precisão está relacionada somente ao usa de ferramentas de alta tecnolo-gia ou há outros meios para obtê-la?

Ricardo: Há exemplos muito inte-ressantes em que o produtor percebeu a diferença da qualidade no seu produto e dessa forma destinou seu produto para

diferentes mercados. Nesse caso uma simples prancheta pode resolver, entre-tanto, se o produtor perceber que com-prando máquinas informatizadas traz retorno econômico, deve então investir.

Revista Canavieiros: Além da respon-sabilidade de abastecimento, o país pre-cisa saber produzir com sustentabilidade. De que maneira a agricultura de precisão pode “colaborar” para que o Brasil tenha uma agricultura sustentável? E em rela-ção à economia de combustível?

Ricardo: Muitos produtores não co-nhecem a variabilidade da sua lavoura. Realizar essa gestão é buscar maior ren-tabilidade tendo como efeito colateral uma redução de excessos. Ora, é cuidar do meio ambiente aumentando retorno econômico. Haveria um meio melhor para ajudar o meio ambiente? Outro

Ricardo Inamasu

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efeito da adoção da agricultura de pre-cisão é o potencial de uso dos dados co-letados no campo para a rastreabilidade. É, portanto, a agricultura do futuro e é a agricultura que valoriza o homem como gestor do campo. Ele ainda demandará muitas máquinas e tecnologias.

Revista Canavieiros: Qual é o ga-nho energético da aplicação do siste-ma de agricultura sustentável?

Ricardo: A agricultura brasileira avança a passos notáveis. Com a tec-nologia, novas variedades têm obtido ganho energético considerável. Ela (sus-tentabilidade) tem entrado na pauta cada vez mais com maior força. A sustenta-bilidade possui três componentes prin-cipais: social, ambiental e econômico. Não haverá espaço para excessos e des-perdícios irresponsáveis. Nesse contexto a agricultura de precisão é uma forma de exercer a responsabilidade e com os da-dos coletados o agricultor poderá mos-trar a sua contribuição à sociedade.

Revista Canavieiros: Fale um pouco sobre a rede de agricultura de precisão da Embrapa. Quais são seus objetivos?

Ricardo: A rede é uma forma de vá-rios grupos de pesquisa poder trabalhar de forma sinérgica e com otimização de recursos. Participam cerca de 200 pes-quisadores oriundos de 20 unidades da Embrapa de diversas regiões. Conta com apoio e parceria de aproximadamente 50 instituições entre privadas e públicas. O objetivo da rede é difundir a agricultu-ra de precisão no País, fundamentando o conhecimento por meio de trabalhos científicos e desenvolver tecnologias para que a agricultura brasileira seja cada vez mais competitiva e sustentável.

DEPOIMEnTOS“O produtor agrícola tem que obter

resultados práticos dentro de um curto período de tempo, a tecnologia tem que estar madura e trazer resultados quanti--qualitativos comprovados.

Os produtores que não colhem sua produção devem atentar-se ao uso do piloto automático nas empresas que realizam essa operação. Precisam infor-mar-se e entrar no processo desta tec-nologia, pois os resultados na qualidade

da matéria-prima e pisoteio de soquei-ras são significativamente melhores, mas que exige um trabalho prévio de plantio ou pelo menos de mapeamento das linhas de cana.

Infelizmente os produtores não es-tão esclarecidos sobre os benefícios que as tecnologias denominadas de agricultura de precisão trazem, já que foram comercialmente mal exploradas. Os fabricantes e fornecedores destas tecnologias não se preocuparam em mostrar os resultados financeiros de forma integrada, e sim em fazer contas isoladas sem levar em conta o negócio como um todo. A agricultura de preci-são tornou-se ferramenta de marketing puro e é uma tecnologia com potencial muito acima desta finalidade; envolve administrar a lavoura com uma qualida-de que as tecnologias tradicionais não conseguem alcançar.

Apesar disso, eu acredito que a agri-cultura de precisão está conquistando seu espaço no setor produtivo, principal-mente nos grandes grupos que já adotam desta tecnologia e de outras que estão chegando a grau de maturidade e resul-tados. É uma realidade mais presente na cultura de grãos e que ganha espaço na lavoura de cana, deixando de lado os re-sultados econômicos, de sustentabilida-de, de geração de conhecimentos técni-cos, que não são mais questionáveis; está faltando ganhar escala e divulgação”.

Fábio Paroconsultor em gestão agrícola

“Começamos a implantar estas tec-nologias em nossa área em 2006, mas posso afirmar que ainda não termina-mos, uma vez que cada ano que passa, novas tecnologias surgem e possibilitam melhoras constantes em nossas refor-mas. Para isso, utilizamos o conceito de

agricultura de precisão em sua essência, fazemos adubação em taxas variáveis desde a correção do solo até mesmo a adubação de formação do canavial. Uti-lizo também piloto automático em todas as operações agrícolas, desde o preparo de solo, plantio mecanizado, colheita mecanizada e adubação de soqueira. Quanto ao meu custo/benefício de pro-dução, acredito que para isolar fatores na agricultura é muito difícil, pois cada ano é um ano, o clima interfere na cul-tura muito mais que qualquer tecnologia empregada, portanto este tipo de análise precisa ser feita em longo prazo para ser melhor quantificado economicamente. Mas posso assegurar uma coisa, fazen-do adubação e correção da maneira que estamos fazendo, tenho a garantia de que não estou pecando nem por falta nem por excesso. A falta sem dúvida lhe traz um decréscimo de produtividade, porém o excesso não lhe traz aumento de produti-vidade; é fato que os ganhos com aduba-ção e correção de solo não são lineares.

Com o piloto automático, obtivemos alguns ganhos, como: aumento do ren-dimento operacional no plantio e na co-lheita, menor compactação do solo, re-dução de até 40% nos índices de perdas na colheita mecanizada e possibilidade de colheita de alta qualidade em canas altamente produtivas.

Já em relação a essência da agricultu-ra de precisão, constatamos que nosso solo é absolutamente heterogêneo. Em primeiro momento, percebemos que es-távamos aplicando alguns nutrientes em excesso e pecando em outros. Com esta tecnologia corrigimos nossa adubação e creio que estamos colhendo bons re-sultados, atingindo produtividades bem acima da média de nossa região”.

Victor Campanelli – produtor rural

Fábio Paro Victor Campanelli

RC

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24Notas

Tecnologia Comprovada

DuPont inaugura mais um etapa do Centro de Inovação e Tecnologia

O diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, intermediou um experimento entre a Usina

Aralco e a empresa Jumil, para que uma nova tecnologia fosse aplicada. Trata--se da Plantadora Adubadora JM 7090 PD EXACTA que a usina utilizou em dezembro de 2011 para fazer o plantio de soja na palhada de cana. A máquina possui vários pontos positivos, mas os principais são o rendimento operacio-nal e redução de custos.

Após 100 dias do plantio efetuado, representantes da Copercana e da usina observaram que houve uma boa distri-buição das plantas na linha de plantio, comprovando o bom desempenho da plantadora usada no experimento.

SOBRE O PLAnTIO DIRETO

Através do experimento, é possível observar muitos benefícios do sistema de plantio direto na palhada da cana. A região sofreu uma seca no período de fevereiro/março, como a maioria do Estado de São Paulo, mesmo assim, foi

No dia 20 de março, o Centro de Inovação e Tecnologia da DuPont, situado na cidade de

Paulínia, interior do Estado de São Pau-lo, inaugurou em seu espaço o “Centro de Inovação Brasil”, voltado para pes-quisas realizadas nas áreas de energia, segurança e alimento, necessários para ajudar o país a enfrentar os desafios oriundos do crescimento populacional e da preservação do meio ambiente.

possível notar que as plantas de soja se desenvolveram bem, graças a umidade que foi absorvida pelo solo no período mais chuvoso. No sistema de plantio convencional, a quebra de produção causada pela seca seria maior.

O bom desempenho da plantadora e os bons resultados do plantio direto na palhada da cana agradaram muito os técnicos da usina que pretendem expandir as áreas para o próximo plantio de soja.RC

Desde sua inauguração em 2009, o Centro de Inovação e Tecnologia, recebeu investimento de US$ 11 milhões para ex-pandir sua área de atuação. Hoje, o Cen-tro é capacitado para desenvolver análises nas áreas de sementes, biocombustíveis, polímeros e embalagens industriais, tintas automotivas e tecnologias para proteção.

Estiveram presentes para a inaugu-ração clientes e parceiros da empresa,

além do presidente da DuPont Brasil e vice-presidente da América Latina de Vendas de Produtos Agrícolas, Ricar-do Vellutini, do presidente da DuPont América Latina, Eduardo Wanick, do vice-presidente Executivo, Diretor de Inovação e membro da Diretoria Exe-cutiva da DuPont, Thomas Connelly Jr. e da vice-presidente de Tecnologia e Inovação para a DuPont América Lati-na, Victoria Brady.

Após 100 dias do plantio efetuado, observaram que houve uma boa distribuição das plantas na linha de plantio, comprovando o bom desempenho da plantadora

Victoria Brady, Thomas Connelly, Ricardo Vellutini e Eduardo Wanick

RC

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Revista Canavieiros - Março de 2012

26Informações Setoriais

Chuvas de fevereiro e Prognósticos Climáticos de março a maio 2012

Fevereiro de 2012:- chuvas anotadas durante o mês

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoTécnico Agronômico da Canaoeste

A média das chuvas anotadas durante o mês de fevereiro (105mm) foi quase a metade da média das normalidades climáticas de todos os locais informados (223mm). Apenas em Be-bedouro, na E.E. Citricultura, a chuva do mês foi semelhante à média, mesmo porque choveu quase 100mm só no dia 21. E, à exemplo dos três meses anteriores, a distribuição das chuvas nesta região foi bem irregular.

O Mapa 1 mostra, já em mea-dos de fevereiro, que uma lar-ga faixa do oeste do Estado

encontrava-se com baixa e crítica Dis-ponibilidade de Água no Solo. Baixa Disponibilidade esta que, até o final do mês, praticamente migrou toda para a faixa centro-norte do estado.

Ao final de fevereiro de 2011 (vide Mapa 2) notava-se que apenas no “qua-drilátero” Catanduva-S.J. Rio Preto--Araçatuba-Lins e estreita faixa no oeste Andradina-Dracena a Disponibi-lidade de Água no Solo encontrava-se como baixa; nas demais áreas sucro-energéticas do estado esta Disponibi-

lidade de Água era de boa a alta. En-quanto que, em fevereiro de 2012 (vide Mapas 1 e 3), o efeito La Niña deve ter “subido”, provocando tamanha irregu-laridade de chuvas durante o mês, es-tendendo-se por toda região canavieira do Paraná, Oeste de São Paulo, Leste do Mato Grosso do Sul e até significa-

Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 13 a 15 de fevereiro de 2012 Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de fevereiro 2011

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RC

tiva faixa do Triângulo Mineiro (vide o Mapa reduzido de final janeiro de 2012, anexo ao Mapa 3, que mostrava boa Disponibilidade de Água, exceto núcleo de Bauru). Ainda, ao final de fevereiro de 2012, com exceção de nú-cleos de Assis e Piracicaba, toda faixa sucroenergética Centro Sul de São Pau-lo ainda dispunha de média a alta Dis-ponibilidade de Água no Solo.

Para subsidiar planejamentos de ativi-dades futuras, a Canaoeste resume o prog-nóstico climático de consenso entre IN-MET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de março-abril--maio, conforme mostrado no Mapa 4.

• Para os meses abril a maio, prevê--se temperaturas médias próximas das respectivas médias históricas em toda Região Centro Sul;

• Quanto às chuvas, o consenso INMET-INPE assinala que, durante o mesmo período, poderá ocorrer iguais probabilidades entre as classes abaixo a acima das respectivas médias históricas em toda área sucroenergética da Região Centro Sul, exceto Rio Grande do Sul;

• Como referência de normais climá-ticas para Ribeirão Preto e municípios vizinhos, pelo Centro de Cana-IAC, as

médias históricas de chuvas são: 70mm em abril e 55mm em maio.

A SOMAR Meteorologia, por sua vez, com base em modelos climáticos mais frequentes, prevê que para a região de abrangência da Canaoeste as chuvas de abril poderão se concentrar apenas nos dez dias iniciais e em maio/junho podem “ficar” próximas às respectivas médias históricas. Logo, não se prevê (hoje) chu-vas tão intensas como ocorreram no iní-cio de abril de 2011 e tampouco, não tem previsão de total escassez de chuvas para os meses subsequentes. E, com possível surpresa (positiva) para julho, que serão revisados nos meses mais próximos.

A Canaoeste volta a enfatizar sobre a necessária qualidade das mudas para os plantios, condição mais que fundamen-tal para assegurar maior produtividade e longevidade dos canaviais. A relação custo/benefício das mudas sadias é por demais de favorável.

Face estas previsões climáticas para estes próximos meses, a Canaoeste re-comenda, ainda, aos produtores de cana muitas atenções mesmo - em monitora-mentos / controles de broca e, mesmo, ao final do ciclo da cigarrinha das raízes ela

Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de fevereiro 2011 Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de fevereiro de 2012

Mapa 4:- Adaptação pela CANAOESTE do Prognóstico de Consenso entre INMET e INPE para o trimestre março-abril-maio.

Prognóstico este muito próximo do anterior.

RC

pode “aprontar”; às doenças (variedades); e, a partir destes dias de plantios de cana de ano e meio, evitar que matos “dani-nhem” suas suadas receitas.

Estes prognósticos serão revistos a cada edição da Revista Canavieiros. Prognósticos climáticos relevantes ou fatos serão noticiados em nosso site www.canaoeste.com.br.

Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos mais próximos ou através do Fale Conosco Canaoeste.

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Declaração de conformidade da atividade agropecuária

No final do ano de 2011, publi-cou-se no Diário Oficial do Estado de São Paulo a Re-

solução Conjunta SMA/SAA/SJDC (Secretaria de Agricultura e Abaste-cimento, Secretaria de Meio Ambien-te e Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania.) n. 01, de 27/12/2011, que dispõe sobre o licenciamento ambien-tal das atividades agropecuárias no Es-tado de São Paulo.

Pela referida Resolução, em função do reduzido potencial de poluição e degradação, fica dispensado de se sub-meter ao licenciamento ambiental as seguintes atividades: cultivo de espé-cies de interesse agrícola temporárias, semi-perenes e perenes; apicultura em geral e ranicultura; criação de animais, exceto as atividades de avicultura, sui-nocultura e aquicultura; limpeza de pastos cuja vegetação a ser removida esteja em estágio pioneiro de regene-ração; e, projetos de irrigação.

Também, ficam desobrigados de li-cenciamento ambiental a implantação de poços rasos ou profundos e de estru-turas para permitir a captação ou lan-çamento superficial em corpos d’água, bem como a regularização de barra-

bastando ao produtor o preenchimento de um simples ato declaratório através de um formulário eletrônico publicado no sitio da Coordenadoria de Assis-tência Técnica Integral – CATI (http://www.cati.sp.gov.br/new/servicos/re-querimento_dcaa.php, ou, na impossi-bilidade de acesso, poderá o produtor dirigir-se diretamente na Casa da Agri-cultura local.`

Para que a Casa da Agricultura lo-

cal possa expedir a aludida Declara-ção, o interessado deverá dirigir-se a ela munido dos seguintes documentos: (I) CPF do declarante; (II) CPF do pro-prietário do imóvel - se este não for o declarante (cópia simples); (III) Inscri-ção do Produtor no CNPJ Rural; e (IV) Contrato de arrendamento, comodato ou equivalente, se o declarante não for o proprietário do imóvel (original ou cópia autenticada).

Feito isso, o técnico da Casa da

Agricultura local irá verificar os do-cumentos, bem como irá confrontar as informações preenchidas na Decla-ração de Conformidade da Atividade Agropecuária (DCAA) com a Unidade de Produção Agropecuária - UPA do imóvel rural e, estando tudo em or-dem, emitirá a DCAA em quatro vias, das quais duas serão do declarante, uma ficará arquivada no Escritório de Desenvolvimento Rural e a outra será remetida à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB.

Tudo indica que a Declaração de

Conformidade da Atividade Agrope-cuária será um dos documentos exi-gidos pelas instituições financeiras da atividade rural, para comprovar a re-gularidade ambiental da atividade a ser financiada, razão pela qual é de suma importância que os produtores rurais paulistas cumpram referida norma.

gens e travessias existentes destinadas a atividades agropecuárias, quando não implicarem supressão de vegetação na-tiva, não sendo dispensada, porém, a obtenção de outorga ou cadastro para utilização do recurso hídrico.

Todas estas atividades são dispensa-das de licença ambiental, desde que: a) atendam à legislação pertinente ao Uso e Conservação do Solo; b) atendam à legislação pertinente ao uso de Agro-tóxicos; c) adotem boas práticas de produção agropecuária; d) não impli-quem intervenção em áreas de preser-vação permanente, nem supressão de vegetação nativa; e) não ultrapassem 1.000ha caso constituam ampliações de atividades já existentes na proprie-dade; f) não ultrapassem 1.000ha caso constituam novos empreendimentos agropecuários.

Para implementação desta dispensa, a Secretaria da Agricultura e Abaste-cimento, atendendo ao disposto no § 1º, do artigo 2º, da Resolução Con-junta SMA/SAA/SJDC nº 01/2011, expediu e publicou a Resolução SAA nº 3 de 19/01/2012, dispondo sobre o procedimento da Declaração de Con-formidade da Atividade Agropecuária,

Juliano BortolotiAdvogado da Canaoeste

Assuntos Legais

RC

Produtores com pequeno potencial poluidor e de degradação ficarão dispensados da licença ambiental, desde que apresentem Declaração de Conformidade da Atividade Agropecuária

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Certificação integrada unidade industrial/fornecedor – uma nova realidade

Vínhamos alardeando há algum tempo que as unidades industriais, buscan-do adequar-se às exigências internacionais para exportação de seus produtos, estavam em processos de certificação aceitos e reconhecidos mundialmente. Prevíamos que em algum momento deste processo, esbarrariam na necessida-de de integrar-se com o fornecedor da matéria-prima, no caso a cana-de-açú-car, que deveriam de igual forma comprovar o cumprimento das boas práticas ambientais, trabalhistas, fiscais, dentre outras, de sua atividade agrícola.

Pois bem, deparei-me com a notícia veiculada no Valor, em 24/02/2012, que vai ao encontro do que preconizávamos. Vejamos:

Raízen e Bayer terão programa de certificação rural em Piracicaba A Raízen, a maior processadora

de cana-de-açúcar do país, e a Bayer CropScience anunciaram hoje parceria para desenvolver o programa de cer-tificação Valore, criado pela Bayer e voltado ao incentivo de boas práticas agrícolas. A iniciativa envolverá 14 for-necedores de cana da Raízen que aten-dem as usinas Costa Pinto, Bom Retiro, Santa Helena e São Francisco, todas na região de Piracicaba (SP).

Segundo informações das duas em-presas, o projeto-piloto, que será con-cluído até o segundo semestre de 2012, inclui metodologias como sistema de

gestão integrado, adoção de boas práti-cas agrícolas, preocupação com o meio ambiente e com o bem-estar dos traba-lhadores, além de atendimento rigoroso à legislação brasileira.

A meta é preparar os produtores que fornecem cana à Raízen para o proces-so de auditoria e certificação realizado pelo grupo alemão TÜV Rheinland, um dos maiores do mundo e cujos critérios são baseados nos princípios de desen-volvimento sustentável da agricultura e atendem a normas internacionais, a exemplo das solicitadas pela Certifica-ção Bonsucro (Valor, 24/2/12)

Então, a partida já foi dada e a via é de mão única, razão pela qual o produ-tor rural cada vez mais se aproxima do conceito de empresário rural, devendo se adequar às normas ambientais, tra-balhistas, fiscais, de uso e conservação do solo, de agrotóxicos, dentre outras exigíveis pelas referidos processos de certificação, sob pena de ficarem à margem do mercado e, até mesmo, impedidos de fornecerem seu produto às unidades industriais que se encon-tram inseridas neste contexto, sem falar, ainda, na impossibilidade de fi-nanciamentos públicos e privados para implantação e custeio de sua atividade agrícola, uma vez que as instituições financeiras são consideradas co-res-ponsáveis pelo financiamento de ativi-dades que não atendam à legislação, o que significa que não mais empresta-rão dinheiro para quem não respeitar as citadas normas e, consequentemen-te, decretará a extinção do produtor rural que deixar de observar as novas exigências impostas pelo mercado e pela sociedade.RC

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A nova realidade econômica nos canaviais brasileiros ocasio-nado pela entrada de grupos

estrangeiros e grupos empresariais de outros segmentos do mercado nacional traz notícias de mudanças quase diaria-mente na imprensa setorial e aberta.

Dentro da cadeia produtiva, os for-necedores de cana-de-açúcar sempre tiveram papel importante tanto nos as-pectos econômicos quanto nos aspectos sociais pela descentralização de renda, pela grande capacidade produtiva e en-tendimento da cultura, pela perseveran-ça na continuidade da atividade econô-mica mesmo em anos consecutivos de resultados negativos e pelo otimismo renovado com muito pouco incentivo e reconhecimento.

As práticas administrativas desses grupos empresariais realizarão transfor-mações significativas e muitas oportuni-dades surgirão se forem rapidamente de-tectadas e aproveitadas pelos produtores, associações e cooperativas. Duas áreas chamam a atenção nesse momento: a de cunho tecnológico e a de cunho de parti-cipação de mercado e representatividade.

Na área de tecnologia vemos o avanço das telecomunicações e da informática nas lavouras onde o acompanhamento da produção e a rastreabilidade da matéria prima cana-de-açúcar ganham destaques pela importância no processo produtivo. O acompanhamento da produção sempre foi e continua sendo fator de grande pre-ocupação para os produtores e gestores agrícolas. A cana-de-açúcar carregada nos caminhões gera dois grandes produ-tos que se finalizam nas balanças e labo-ratórios das usinas (leiam-se indústrias): a própria matéria-prima que entra no pro-cesso de transformação industrial e as in-formações geradas nesse momento.

A matéria-prima no processo in-dustrial gera os açúcares, o etanol, a energia, o bagaço, a ração animal e os subprodutos. Essa mesma viagem gera informações que serão utilizadas para determinar a produtividade agrícola da área colhida, para pagamento de forne-cedores, para pagamento de prestadores de serviços dentre outras que dificil-mente são esgotáveis em um artigo.

O ponto de atenção nesse segundo enfoque refere-se a qualidade com

Ponto de Vista

*Fábio ParoNova realidade, oportunidades e pontos de atenção para os fornecedores

que essas informações são geradas, tanto para a administração agrícola quanto para terceiros que dependem delas para que seu negócio caminhe. Tradicionalmente os controles dessas viagens são realizados por aponta-mentos manuais em fichas, colagem de etiquetas com códigos de barras ou com algum dispositivo eletrônico que tenta melhorar esse trabalho. É bas-tante comum encontrar números altos de perdas de informações ou extravios dessas fichas por falta de atenção, por descuido, por descomprometimento chegando a 10% como número mé-dio de não aproveitamento extremos maiores e menores.

Com a chegada de novas tecnologias que permitem um melhor controle, tam-bém que os fornecedores de cana e ser-viços tenham acesso as suas informa-ções com a mesma qualidade que dos administradores agrícolas respeitando e diferenciando quais são as informações pertinentes e quem deve acessá-las.

O novo cenário será constituído do uso de rádio comunicador, de sinais de celulares e de satélites em conjun-to com os denominados computadores de bordo nas máquinas e caminhões agrícolas da colheita para retirar o pa-pel desse momento e, com isso, gerar a confiabilidade desejada sem a interfe-rência humana nesses resultados.

A nova realidade nos canaviais brasileiros com a entrada de grupos estrangeiros traz

notícias de mudanças quase diariamente

Continuação pág. 34...

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Esse modelo de controle já existe e funciona com boa confiabilidade em algumas unidades e tende a crescer rapidamente. Aos fornecedores cabe a atenção na evolução da aplicação dessas tecnologias em suas lavouras, do uso pelas empresas prestadoras de serviços e das usinas, da solicitação ao acesso dessas informações quando forem referentes às suas informações e ao acesso via internet da rastreabili-dade de suas produções.

Às associações e cooperativas ca-bem o monitoramento da qualidade desses trabalhos e uso dessas tecnolo-gias, e buscar a maior integração dese-jável sem comprometer o bom relacio-namento comercial e sem perder espaço para outras empresas interessadas nesse modelo integrado de produção.

A outra frente de oportunidade se refere à busca da sustentabilidade pe-las empresas com destaque aos gran-des grupos com capital aberto em bolsa de valores e com capital estran-geiro (controlador ou com participação societária menor), através do relacio-namento com seus parceiros e com a comunidade na qual suas atividades econômicas atuam.

Esse grupo, que é toda a comunidade com que a empresa interage, é formado

pelos fornecedores de matéria-prima, serviços e equipamentos, pelos funcio-nários, pelos colaboradores indiretos, pelos órgãos públicos e seus represen-tantes nos mais diversos interesses e pelas organizações não governamentais (ONGs). São os denominados stakehol-ders. A importância desse grupo e de sua opinião vem aumentando, pois as empresas não são mais avaliadas so-mente pelo que produzem, mas, tam-bém pelos benefícios que propiciam ao maior número de pessoas.

Em relatos da Unica (União da In-dústria da Cana-de-açúcar) de 2010, para o sucesso na obtenção de alguns certificados, as empresas associadas dependem de uma boa avaliação dos seus stakeholders e essa instituição se compromete a ampliar a consul-ta, melhorar a interação e o diálogo principalmente com ONGs de direitos humanos, de meio ambiente e forne-cedores de cana-de-açúcar. Porém, para os fornecedores, as oportunidades caminharão um pouco mais se forem levados em considerações os aspectos econômicos de médio e longo prazos.

Para empresas de capital aberto existe um mecanismo legal de oferta de ações aos seus funcionários, finan-ciados pelos próprios rendimentos sa-lariais e interesse de aquisições indi-

viduais. Por que não trocar quilos de ATR por ações? Em empresas de capi-tal aberto ou capital fechado?

Aos fornecedores de cana-de-açúcar esse mecanismo carece de um estudo da viabilidade de adotar essa prática e de buscar participação em maior esca-la pelas suas cooperativas. Cooperati-vas de fornecedores buscando comprar ações das empresas e quiçá que seus representantes tenham cadeiras nos conselhos administrativos para atuar e auxiliar nas estratégias adotadas.

A CVM – Comissão de Valores Mo-biliários passa a ter importância nesse novo cenário e pode vir a ser um novo fórum de negociações de interesses mais voltado ao mercado e suas im-plicações, sem cair na fácil tentação da beligerância. Nas duas situações e frentes se imaginam que essas oportu-nidades deverão ser cuidadosamente estudadas e avaliadas pelos fornece-dores, suas associações e cooperativas.

Esses espaços e oportunidades estão aí para serem explorados, caberão as iniciativas e ações para aproveitá-las lembrando que outros participantes dessa cadeia poderão fazê-las, se já não o estiverem.

*Consultor em Gestão Agrícola

RC

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Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português.

“Eu meço a felicidade pelo vento batendo em meu rosto...”Grillo - Jornalista

Cultivando a Língua Portuguesa

PARA VOCÊ PENSAR:

* Advogada, Prof. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de

vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.

1) Pedro disse:Eu “perdôo” a atitude grosseira.

Correto: perdoo....o Novo Acordo Ortográfico não!Dica da nova Regra: ditongos “ôo” não terão mais o acento circonflexo.

2) Eles “lêem” muito e todos os dias....para ler corretamente: eles precisam saber a Nova Regra Ortográfica.

Correto: leem.Dica da Nova regra Ortográfica: o circunflexo do hiato “êem”, segundo o

Novo Acordo Ortográfico- 5ª edição - não será mais usado com “eem”.

3) - “Apazigúe” a situação familiar, Maria!Para apaziguar, segundo a Nova Regra Ortográfica: o acento agudo do “U” tôni-

co (forte) dos verbos apaziguar, averiguar, arguir... Não será mais usado.

Corretos: apazigue, averigue, argue...

SAIBA MAIS PARA nãO ERRAR:

1) PISCINEIRO - É assim que nos referimos àquele profissional que cuida de piscinas.

Dica útil: o uso do sufixo “eiro”, designa “atividade profissional”. Ex.: tesou-reiro, banqueiro, serralheiro...

2) plural de giz – gizes - corretoplural de blitz - blitzes - correto

Dica útil: palavras terminadas em “Z” fazem plural com o acréscimo de “es”.

3) Mulher diz: obrigada, grata, agradecidaHomem diz: obrigado, grato, agradecido

“Gosto das belas coisas claras e simples, das grandes ternuras perfeitas, das doces compreensões silenciosas,

gosto de tudo, enfim, onde encontro um pouco de beleza e de verdade.”

(Florbela Espanca)

“General Álvaro Tavares Carmo”

A revenda competitiva no Agronegócio

O passado recente exibe a revolução na dis-tribuição de insu-mos agropecuá-rios. O presente livro apresenta alguns fatores críticos que im-pactam a com-petitividade das revendas de in-sumos agropecu-ários. Os autores contam com am-pla experiência em pesquisas acadêmicas, alinhadas a atuação em consultorias no mundo real das revendas, nos últimos 15 anos.

Dentre os diversos temas abordados pelos autores em seus respectivos artigos, estão: as tendências da distribuição de insumos agrope-cuários, com destaque para os setores de defen-sivos, fertilizantes, máquinas e implementos, sementes e crédito; métodos de planejamento e gestão estratégica, ferramenta gerencial que permite a identificação dos principais pontos críticos das revendas e o desenvolvimento de estratégias para torná-las mais competitivas; o estreitamento da relação das revendas com os fornecedores de insumos, as técnicas da gestão da força de vendas, os possíveis conflitos de uma gestão familiar, a estruturação de um pro-cesso eficiente de compras, os cinco principais problemas existentes nas vendas; o merchandi-sing nas revendas é discutido em um conjunto de três artigos que abordam o processo de se-leção, compra e gerenciamento e disposição de estoque, a venda em si, etc.

A obra encerra-se com a consolidação dos pontos de aprendizado para aumentar a compe-titividade das revendas.

(Trecho extraído e adaptado da introdução do livro.)

MARINO, Matheus Kfouri; NEVES, Mar-cos Fava, org. A revenda competitiva no agronegócio: como melhorar sua rentabilida-de. São Paulo: Atlas, 2008. 112 p.

Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a

Biblioteca da Canaoeste.NOVO ENDEREçO: Rua Frederico Osa-

nan, nº842 - Sertãozinho-SP

Renata Sborgia

Revista Canavieiros - Março de 2012

Revista Canavieiros - Março de 2012

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2008, cabine simples e na cor branca;- Fiat Strada, cabine estendida, ano 2007,

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- MATA-BURRO medindo 3,00m de largura x 2,20m, construído com 10 barras de trilhos TR-25 de 3,00m e 4 barras transversais TR-22 de 2,20m. Preço para pagamento à vista R$ 3.000,00.

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- 01 bomba FMC completa, para Jumbim, Atomizador ou outros fins (em ótimo estado);

- 01 carroceria Fachini – cana intei-ra – reforçada – 8m de comprimento X 2.6m de largura. (em ótimo estado);

- 01 carroceria Galego – cana inteira e de planta de cana – reforçada – 8m de comprimento X 2,6m de largura. (em ótimo estado);

- 01 cultivador DMB com 2 caixas para adubo, acoplado de grade – 8 dis-cos cada linha – acionamento lateral com corrente podendo trabalhar com trator

abaixo de 100cv (em ótimo estado); - 01 colheitadeira de cana CASE

A7700 (esteira), motor Cummins M11, despontador, disco de corte lateral, auto tracks (copiador de solo), elevador es-tendido. Ano de fabricação 2009 (em ótimo estado);

- 04 reboques agrícola (Transbordo) SMR ano 2009 (Sermag) chassis duplo (em ótimo estado);

- 01 caminhão FORD 5032, ano 2006, 4x4 traçado, (pneus semi-novos) com carroceria canavieira (GOYDO) ano 2009, com 8m de comprimento, com cabos de aço e cambão. Valor: R$ 150.000,00 (em ótimo estado);

- 01 reboque 2 eixos (GOYDO), ano 2009, 8,20m de comprimento X 2,60m de largura e 4,40m de Altura, com ca-bos de aço e cambão (pneus em bom estado) - medida dos pneus: 1000/20 (em ótimo estado);

Tratar pelos telefones: (17) 3281.5120 (Luciana – escritório) / (17) 8158.1010 (Marcus) / (17) 8158.0999 (Nelson).

VEnDEM-SE- Ford Cargo 2626 / 05, 6x4 e tanque

GASCOM 16.000 l Agribomba novo;- Ford Cargo 2425 / 02, 6x4 e tanque

GASCOM 16.000 l Multiflex novo;- Ford Cargo 2425 / 98, 6x4, tanque

novo 16.000 l, bombeiro e pipa;- Ford F13000 / 86, toco, tanque de

água 9.000 l, bombeiro e pipa;- Ford F12000 / 9,3 toco, tanque de

água 9.000 l, bombeiro e pipa;- Ford F11000 / 82, toco, tanque de

água 9.000 l, bombeiro e pipa;- VW 13-180 / 06 e 08, toco, equipa-

do com tanque de água novo de 10.000 l, bombeiro, pipa;

- VW 26-260 / 06 traçado, equipado com betoneira 8m³ nova;

- VW 26-260 / 06, 6x4, no chassi com 109.000km – original;

- VW 31-260 / 06, 6x4, novo chassi com 38.000km – original;

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- VW 26-260 / 08, 6x4, basculante 12m³ com 79.000km – original;

- VW 14-220 / 97, truck com munk IMAP - mod. 20.000;

- MB 2423K / 07, no chassi com 58.000km – original;

- MB 1318 / 89, truck com munk ARGOS - mod. 20.500;

- MB 1516 / 86, truck com munk IMAP - mod. 20.000;

- MB 1313 / 82, toco com munk MOTOCANA - mod. 10.000;

- MB 1113 / 85, toco com munk MUNCK - mod. 640-18;

- MB 1318 / 88, truck, com baú 11 metros;

- MB 1513 / 81, toco, tanque de água 10.000 l, bombeiro e pipa;

- MB 1113 / 73, toco, tanque de água 9.000 l, bombeiro e pipa;

- MB 1620 / 03, truck no chassi, úni-co dono, motor novo e pneus excelentes;

- Semi Reboque Prancha NOMA / 07, 3 eixos, rampa hidráulica. 3m lar-gura, 19,80 comprimento;

- Munk ARGOS / 2010, mod. 20.500, 3 lanças hidráulicas, 2 manu-ais, e 4 patolas;

- Munk MUNCK mod. 640-18.- Tanque de Fibra com capacidade

de 16.000 l;- Carreta com Tanque de Fibra,

22.000l e 2 eixos;- Caçamba Basculante para cami-

nhão toco com 5m³ na caixa;- Baú para caminhão 3/4, toco e truck;- Tanque de água para caminhão de

9.000 l, usado e revisado;- Tanque de água para caminhão

novo de 16.000 l;- Tanque de água para caminhão

usado de 6.000 l e 8.000 l.Tratar com Alexandre pelos tele-

fones: (16) 3945.1250 / 9766.9243 / 7813.3866 id 96*81149 ou com Luiz Monteiro pelos telefones: (16) 3945.4760 / 9766.9244 / 7813.3865 id 96*81149. Email: [email protected]

VEnDE-SE- 01 Caminhão Ford Cargo 1622,

ano 2000 e modelo 2001. Valor R$ 90.000,00. Tratar com Márcio Sarni pelos telefones: (16) 3946.4200 / (16) 9101.5687.

VEnDEM-SE- Volks 7.90, ano 1991, na cor bran-

ca, em perfeito estado e pronto para trabalhar;

- Volks 14.210, na cor branca, tru-ck com munck masal 30mil, com 02 lança hidráulica e 02 lança mecânica. Tratar com Adriano pelos telefones: (16) 3945.8980 / (16) 8128.6006 / ID 89*3009.

VEnDE-SE- Linda propriedade. Possui 13 al-

queirões, localizados a 20km de Frutal –MG, formada em pasto com terra boa para plantio de soja e cana-de-açúcar. Possui barracão fechado de 250m² co-berto com estrutura metálica, tanque combustível e bomba. A casa sede tem 03 dormitórios, 02 banheiros, lajeada mais duas casas para funcionários, mina de água com roda d’água, poço artesiano, curral com embarcardor, chiqueiro, represa, paiol, campo de futebol, pomar e área verde (APP). Fica situada entre duas usinas, Frutal e Cururipe (asfalto vai parar na porta).

Tratar com Francisco pelos tele-fones: (16) 8843.1179 ou (16) 3023. 5166.

VEnDE-SE- 01 tanque de inox rodoviário de

4000 l, para leite com duas repartições e bomba. Tratar pelo telefone: (19) 3672. 2818 - Santa Cruz das Palmei-ras/SP.

VEnDEM-SE- Casa de lazer à margem da represa

de Volta Grande com quatro suítes, sala, cozinha, varanda com fogão à lenha / forno / churrasqueira, 1 WC externo, spa com oito bicos de hidromassagem e bela jardinagem com piscina ornamen-tal. Tudo isso em um condomínio mu-rado, próximo a Ubatã. Toda sua infra-estrutura (piscina, quiosque, campo de futebol iluminado e rampa para barcos) é para apenas 20 lotes, portanto muita privacidade e pouca despesa;

- Lotes para construção de casas, lo-calizados a 40 km de Uberaba/MG e 35 Km de Conceição das Alagoas /MG.

Tratar pelos telefones: (34) 3338. 3946 ou (34) 9972.3946.

VEnDEM-SE- Fazenda Sud Menuci com 165

alqueires, formada em pasto às mar-gens do rio Tietê, localizada a 9 km do asfalto e a 15 km da indústria San-ta Adélia (cana-de-açúcar). Valor: R$ 39.000,00 o alqueire ou área total por R$ 6.435.000,00. 40% a vista, 30% com um ano de prazo e 30% com mais seis meses de prazo. Correção 0.8 a.m (combinar);

- 150 alqueires, formada em pasto com nove divisões. Possui cerca pa-raguaia, energia elétrica, 100% plana, boa para plantio ou criação de gado, casa sede, duas casas de colonos, curral com brete e balança e lagoas. Locali-zada as margens do rio Paracatu. Valor pedido: R$ 2.000.000,00;

- 36 alqueires, planta 32 de cana, lo-calizado na região de Auriflama. Preço por alqueire: R$ 40.000,00;

- 120 alqueires, planta 110 de cana, localizado na região de Santo Antônio do Araguangá/SP. Preço por alqueire: R$ 45.000,00;

Tratar com Amaral pelos telefones: 9174.8183 (claro) / 8217.1255 (tim) / 9739 9340 (vivo).

VEnDE-SE- Tanque de água com duas rodas

e capacidade para 4.000 litros. Valor: R$ 3.500,00. Tratar com Luiz Augusto pelo telefone: (16) 8158.7008.

VEnDE-SE- 01 aviário completo com estrutura

metálica para criação de frango de en-gorda. Capacidade de até 25000 aves. Tratar com Mauro pelo telefone: (16) 9961.4583.

VEnDE-SE- 66 alqueires margeando (±400m)

do Rio Grande, na Barragem Água Vermelha, em Paulo de Faria - SP, toda de terra roxa e em pastagem, possui sede, curral e rancho (para pescaria). Valor: R$ 50.000,00/alqueire. Tratar com o proprietário pelo telefone: (16) 9706.8589.

Anuncie aqui, envie um e-mail para [email protected]

ou ligue para (16) 3946.3300 R:2008

Revista Canavieiros - Março de 2012

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Eventos em Abril 2012

Aberta venda de ingressos para a Agrishow 2012

TECnOSHOw COMIGO 2012Empresa Promotora: COMIGOTipo de Evento: Exposição / FeiraInício do Evento: 09/04/2012Fim do Evento: 13/04/2012Estado: GOCidade: Rio VerdeLocalização do Evento: Centro Tecnológico COMIGO (CTC)Informações com: Secretaria GeralSite: www.tecnoshowcomigo.com.brTelefone: 64 3611-1525E-mail: [email protected]

xVI DIA DE CAMPO CAP JR – SOJA, MILHOE AMEnDOIM * SAFRA 2011/12

Dia: 14/04Local: Unesp / Centro de Convenções “Ivaldo Melito”Cidade: Jaboticabal/SPInscrições: de 13/03 a 14/04 através do site www.capjr.

com.brInvestimento: R$ 20,00 - até dia 11/04 / R$ 25,00 após 11/04Informações: (16) 3209-2600 – ramal: 2847

Visitantes e compradores já podem adquirir seus ingres-sos para a Agrishow 2012 (Feira Internacional da Tecnologia Agrícola em Ação). A venda antecipada já está disponível no site do evento (http://www.agrishow.com.br/2012/Visitar/In-gressos/). Os ingressos custam de R$ 13 a R$ 26

Promovido pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, o evento deve receber nos cinco dias de realização cerca 150 mil visitantes. Em 2011, a Agrishow contou com um público de 146.836 mil pessoas de 50 países e mais 765 expositores de 45 países, movimentando R$ 1,755 bi em negócios.

Realizado de 30 de abril a 4 de maio, em Ribeirão Preto/SP, a Agrishow 2012 é uma iniciativa da ABIMAQ (Associa-ção Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) em conjunto com a ABAG (Associação Brasileira do Agribusi-ness), ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos) e SRB (Sociedade Rural Brasileira).

Mais informações através do site oficial do evento: http://www.agrishow.com.br

Evento exclusivo para profissionais do setor. É proibida a entrada de menores de 16 anos.

AGRISHOw 2012 - 19ª Feira Internacional de Tecnologia em Ação

Empresa Promotora: ABIMAQ, ABAG, SRB e ANDATipo de Evento: Exposição / FeiraInício do Evento: 30/04/2012Fim do Evento: 04/05/2012Estado: SPCidade: Ribeirão PretoLocalização do Evento: Pólo de Desenvolvimento Tec-

nológico dos Agronegócios do Centro - Leste Anel Viário Km 321

Informações com: Reed Exhibitions Alcantara MachadoSite: www.agrishow.com.brTelefone: 011 3060-5000E-mail: [email protected]

ExPO LOnDRInATipo de Evento: Exposição / Feira AgropecuáriaInício do Evento: 05/04/2012Fim do Evento: 15/04/2012Cidade: LondrinaEstado: PR

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