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Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 1

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Decisão adiada

Boa leitura!Conselho Editorial

Editorial

Depois de uma longa espera pela15ª Conferência da ONU sobreMudança Climática, realizada em

Copenhague, a COP 15, no início destemês, o planeta precisou aceitar a decisãodos líderes de 193 países de adiar o acor-do para um novo encontro que deve ocor-rer no próximo ano. Na Reportagem deCapa desta edição você pode conferir oque foi discutido durante a COP 15, asdificuldades e principalmente a tentativado Brasil em buscar uma solução para ospaíses em desenvolvimento.

O secretário estadual de Agriculturae Abastecimento, João de Almeida Sam-paio Filho, é o entrevistado deste mês efala sobre a grande importância de SãoPaulo no valor da agropecuária nacional.Além disso, o secretário expõe pontossobre o seguro rural, contrato de opção,aumento da área do produtor e o que es-pera para 2010.

Em Assuntos Legais, o advogado daCanaoeste, Juliano Bortoloti, traz explica-ções sobre a publicação do decreto queinstitui o Programa Federal de Apoio àRegularização Ambiental de Imóveis Ru-rais, o programa “Mais Ambiente”, e tam-bém sobre a prorrogação para o dia 11 dejunho de 2011 do prazo para averbação dareserva florestal legal. E há novidade: umnovo serviço oferecido pelo INCRA (Ins-tituto Nacional de Colonização e ReformaAgrária) permite que os proprietários ru-rais possam emitir o certificado de cadas-tro de imóvel rural pela internet, um docu-mento indispensável para a realização detransações imobiliárias.

O destaque desta edição é a atualizaçãoda Unica (União da Agroindústria da Cana-de-açúcar) sobre a estimativa de moagemde cana para a safra 2009/10. O novo resul-tado ultrapassou os 529, 54 milhões de to-neladas, enquanto que, de acordo com aConab, a produção brasileira de açúcar seráa maior dos últimos 30 anos.

O diretor-adjunto da Canaoeste, JoséMario Paro, expõe seu Ponto de Vistasobre o final desta safra, que prevê 50

Decisão adiada

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milhões de toneladas no campo e uni-dades que emendaram uma safra à ou-tra. Também aborda a posição que o pro-dutor precisa ter nesta fase e o que pro-mete o futuro próximo.

As Novas Tecnologias mostram o pro-jeto e construção de carretas de transbor-dos para cana-de-açúcar apresentadosdurante workshop realizado em RibeirãoPreto pelo IAC (Instituto Agronômico),vinculado à APTA, da Secretaria de Agri-cultura e Abastecimento do Estado de SãoPaulo. E também uma nova forma de sus-tentabilidade: o uso agrícola do lodo deesgoto, que pode aumentar produtivida-de e reduzir o custo de produção.

A secção Noticias Copercana traz aparceria feita entre o Sebrae-SP e a Coper-cana para o desenvolvimento da ativida-de da ovinocultura na região, que contacom o PCQ (Programa Cordeiro de Quali-dade) para a valorização do produto final.Nesta secção você também poderá sabersobre a reinauguração da loja de ferragensda Copercana em Santa Rosa de Viterbo etambém a inauguração da nova agênciaCocred na cidade.

Já em Notícias Canaoeste está a parti-cipação do presidente da associação,Manoel Ortolan, no encontro da WABCG(Associação dos Produtores de Beterra-ba Açucareira e Cana, da sigla em inglês)e na reunião da ISO (Organização Interna-cional do Açúcar), em Londres, no mês denovembro.

Em Pragas e Doenças, o gerente do De-partamento Técnico da Canaoeste, Gusta-vo Nogueira, faz um alerta sobre a chegadada ferrugem alaranjada nos canaviais pau-listas, que já provoca danos em Araraqua-ra-SP. O acompanhamento do desenvolvi-mento da doença é de grande importânciapara futuros plantios.

Além disso, você pode conferir tam-bém as dicas de leitura, Língua Portugue-sa e as informações setoriais do mês denovembro de acordo com o assessor téc-nico da Canaoeste, Oswaldo Alonso.

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Virando a página...

José Mario Parodiretor adjuntoda Canaoeste

IndiceIndiceIndiceIndiceIndiceEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTE

CapaCapaCapaCapaCapa

OUTRASOUTRASOUTRASOUTRASOUTRASDESTDESTDESTDESTDESTAAAAAQUESQUESQUESQUESQUES

NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotícias

NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotíciasCocredCocredCocredCocredCocred

CanaoesteCanaoesteCanaoesteCanaoesteCanaoeste

- Balancete Mensal

WABCG e ISO discutem perspectivaspara 2010

As decepções da COP 15

Depois de duas semanas dediscussões, a 15ª Conferênciada ONU sobre MudançaClimática de Copenhagueterminou de formamelancólica:

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NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotíciasCopercanaCopercanaCopercanaCopercanaCopercana- Parceria Copercana e Sebrae-SPbeneficia ovinocultura- Loja de ferragens da Copercana éreinaugurada em Santa Rosa de Viterbo

CIRCULARCONSECANA

ASSUNTOSLEGAIS

ROTAÇÃO DECULTURA

DESTAQUE

INFORMAÇÕESSETORIAIS

NOVASTECNOLOGIAS I

PRAGAS EDOENÇAS

REPERCUTIU

CULTURA

AGENDE-SE

CLASSIFICADOS

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CONSELHO EDITORIAL:Antonio Eduardo Tonielo

Augusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido Vanzella

Manoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio Sicchieri

Oscar Bisson

EDITORA:Cristiane Barão – MTb 31.814

JORNALISTA RESPONSÁVEL:Carla Rossini – MTb 39.788

DIAGRAMAÇÃO:Rafael H. Mermejo

EQUIPE DE REDAÇÃO / FOTOS:Carla Rodrigues - MTb 55.115

Carla RossiniCristiane Barão

Rafael H. Mermejo

COMERCIAL E PUBLICIDADE:Janaina Bisson

(16) 3946-3311 - Ramal: [email protected]

IMPRESSÃO:São Francisco Gráfica e Editora

TIRAGEM:11.000 exemplares

ISSN:1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuídagratuitamente aos cooperados, associados

e fornecedores do Sistema Copercana,Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas

são de responsabilidade dos autores. Areprodução parcial desta revista é

autorizada, desde que citada a fonte.

ENDEREÇO DA REDAÇÃO:Rua Dr. Pio Dufles, 532

Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680Fone: (16) 3946 3311 - (ramal 2190)

www.revistacanavieiros.com.br

www.twitter.com/[email protected]

Ponto de vistaPonto de vistaPonto de vistaPonto de vistaPonto de vista

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EntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevista

João SampaioSecretário estadual deAgricultura e Abastecimento

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A diversificação de SãoPaulo

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Novas TNovas TNovas TNovas TNovas Tecnologias IIecnologias IIecnologias IIecnologias IIecnologias IILodo de Esgoto: uso agrícolapode aumentar produtividade e reduzir ocusto de produção

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A diversificação de São Paulo

João Sampaio

Entrevista

João SampaioSecretário estadual de Agricultura e Abastecimento

A diversificação de São Paulo

Cristiane Barão

Para o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, João de Almeida Sampaio Filho, a diversifi-cação tem garantido a São Paulo participação marcante no valor da agropecuária nacional – 20%, enas exportações do setor – 25%. Também é um dos fatores que faz da região de Barretos a primeira

do Estado na geração de renda.

Segundo ele, apesar de a cana ocupar 5 milhões de hectares ou 25% da área ocupada com culturas no Estado,ainda há espaço para avanços, sobretudo em áreas que podem ser aproveitadas, principalmente na recuperação depastagens e no consórcio cana com pecuária. No entanto, ele acredita que o ritmo de crescimento será menor.

Por e-mail, o secretário também falou sobre seguro rural, contrato de opção, perspectivas para 2010 e o desafiode aumentar a renda do produtor de cana. Abaixo, a íntegra da entrevista.

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Entrevista

“"Equilibrar os custos. Essa é uma formade assegurar mais renda ao produtor"

Canavieiros - São Paulo foi pio-neiro na subvenção do seguro ru-ral. Qual a abrangência do progra-ma paulista?

João Sampaio - O projeto de sub-venção ao prêmio do seguro ruralfoi criado pioneiramente em 2004 eno ano passado, batemos os recor-des de pagamentos e participaçõesde produtores rurais paulistas. Nociclo agrícola de julho de 2007 a ju-lho de 2008 foram 2.717 subvençõespagas totalizando R$2,63 milhões. Com ampli-ação dos beneficiáriosparticipantes e agilida-de no processo de recebimento de50% do prêmio pago direto ao pro-dutor, o segundo semestre de 2008totalizou 5.013 subvenções com va-lor de R$ 7 milhões pagos ao agri-cultor. O crescimento gradual daparticipação é reflexo de algumas al-terações como a modificação no en-quadramento dos beneficiários, quese limitavam a pequenos e médiosprodutores com renda anual de atéR$ 400 mil, para um limite de sub-venção de até R$ 24 mil por produ-tor independente da sua renda agro-pecuária no ano. A segunda altera-ção é que, ao invés do produtor pa-gar integralmente o prêmio, ele pagasomente 50% e o governo do Esta-do repassa às seguradoras os 50%restantes. Além disso, o agricultorpode se beneficiar também da sub-venção de 50% do projeto do go-verno Federal, implementado em2006, cabendo dessa forma ao pro-dutor paulista o pagamento de 25%do prêmio total.

Canavieiros - No âmbito federal,a área segurada não chega a 10%do total com culturas. Por que o pro-grama não avança?

Sampaio - Há duas explicaçõesbásicas: falta de recursos do gover-no Federal para o seguro rural e, por-tanto para a subvenção, o que acabaresultando num seguro muito caro. Ea outra é que o produtor brasileironão tem a cultura de fazer seguro. Ne-cessitamos torná-lo mais popular, re-

duzindo seu custo, e disseminarmosa ideia de que qualquer agriculturacompetitiva precisa estar segurada.Também no passado, tivemos expe-riências mal sucedidas de pagamen-to de seguro, então, o produtor ficadesconfiado.

Canavieiros - Há pouco tempoo senhor disse que o governo estu-da a implantação do contrato deopção. Como esse mecanismo vaifuncionar? Há previsão para a im-plantação?

Sampaio - Trata-se de um projetoinédito no país que oferecerá subsí-dio (subvenção) aos produtores quequeiram assegurar o preço da suasafra por meio de mecanismos ofere-cidos no mercado financeiro. O cha-mado Projeto de Seguro de Renda,numa parceria com o Banco do Bra-sil, deve entrar em funcionamento em2010. O projeto visa subsidiar partedas operações que serão realizadasvia mercado futuro, com base nas

cotações BM&F/Bovespa para mi-lho, soja, café eboi. O produtorpoderá exercer aopção de vendano momento emque os preços demercado estive-rem em um pata-mar satisfatório.O produtor exer-ce a opção e de-pois a entrega fi-sicamente. Paraisso, o prêmio

pago pelo contrato será subvencio-nado. A intenção do governo do Es-tado é subvencionar 50% do prêmiopago nos contratos para exercer o di-reito da opção. A partir do momentoem que ele adquire o direito de exer-cer a opção, ele já está protegido, seo preço cair, ele exerce a opção devenda, se os preços subirem até ovencimento do contrato, ele entregaa mercadoria com a valorização ad-quirida. O ônus fica apenas com os

custos do pagamento doprêmio e esses serão ban-cados 50% pelo governodo Estado.

Canavieiros - A cana ocupa hoje5,46 milhões de hectares em SãoPaulo. Há cinco anos, ocupava 3milhões/ha. Há espaço para a cul-tura avançar ainda?

Sampaio - A cana cresceu nos úl-timos anos em cima das áreas de pas-tagens degradadas, particularmentena região oeste do Estado. O ritmode crescimento foi forte, não acredi-to que teremos este mesmo patamarde expansão, mas ainda temos áreasque podem ser aproveitadas, princi-palmente na recuperação de pasta-gens e no consórcio cana com pecu-ária, como já tem sido feito com osconfinamentos na região nordestedo Estado.

Canavieiros - O levantamento doIEA, divulgado em novembro, mos-tra que houve redução da área plan-tada em regiões tradicionais, comoAraraquara (-17,4%), Limeira (-10,9%) e Barretos (-10,3%), en-quanto que novos plantios são mar-cantes em regiões como Sorocaba eBragança Paulista. Essa é uma ten-dência?

Sampaio - Ainda não podemosafirmar que é uma tendência, mesmoporque o levantamento do IEA foifeito num momento estratégico e é aprimeira vez que se aponta isso naestimativa de safra. Algumas novasunidades estão sendo instaladas eisso acaba refletindo no plantio decana em áreas específicas.

Canavieiros - O setor sucroener-gético tem crescido, enquanto a ren-

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Entrevista

"O desafio da sustentabilidade naagricultura brasileira está na nossa

pauta, não há como fugir. O mercadocomprador e a sociedade nos cobram e

teremos que nos adequar"

da do produtor de matéria-primaestá na direção oposta. Na opi-nião do senhor, o que é precisofazer para elevar a renda?

Sampaio - Equilibrar os custos.Essa é uma forma de assegurarmais renda ao produtor. Outra émelhorar as condições de preçosnos produtos finais, a cadeia pre-cisa buscar o equilíbrio. Mas osetor possui fóruns de discussãoque permitem uma melhor relação.

Canavieiros- A re-gião de Barretos é a queapresenta a maior ren-da do Estado. Isso é atri-buído a que fatores?

Sampaio - Barretos éuma região diversificada,temos ali várias culturasconvivendo ou ainda to-talmente integradas. Barretos possuigrandes áreas de cana, mas tambémcultivo de laranja, assim como cres-cimento de áreas de seringueira, semcontar parte dos grãos, que servemna reforma dos canaviais. E a carac-terística que se tem tornado marcan-te em áreas de pecuária com o cresci-mento da cana. Há uma integraçãodas duas atividades, tanto que o nú-mero de confinamentos e semi confi-namentos utilizando cana para ali-mentação animal aumentou na região.Esta diversidade faz com que a ren-da agrícola da região seja a maior. Eusempre digo que o produtor não podefocar somente em uma atividade, eletem que ter várias opções para nãoperecer completamente nas crises deum ou outro produto.

Canavieiros - É possível traçaras perspectivas para o agronegó-cio em 2010?

Sampaio - Pelos primeiros nú-meros que apuramos do setor doagronegócio paulista em 2009, di-ante do quadro pessimista que tí-nhamos depois de outubro de2008, no auge da crise econômica,2009 apresentou-se de forma ra-zoável. Alguns produtos obtive-ram bons preços internacionais

como é o caso do açúcar e tam-bém na área de madeiras. No setorde grãos, o quadro foi totalmentedesfavorável e no Brasil, o maisgrave, tem sido o câmbio que, paraa cafeicultura e citricultura, temsido penoso. Para 2010, sou oti-mista, o processo de recuperaçãoestá em andamento e devemos terum quadro melhor para carnes,sucroalcooleiro e grãos. Agora, ocâmbio vai continuar achatando arenda dos produtores, se não hou-ver alteração neste quadro.

Canavieiros - E para as pró-ximas décadas? Quais serão osdesafios?

Sampaio - O desafio da susten-tabilidade na agricultura brasileira

está na nossa pauta, não há como fugir.O mercado comprador e a sociedade noscobram e teremos que nos adequar. Porisso, são importantes as discussões emtorno da legislação ambiental, sobre ouso de adubação química, procedência ecertificação dos produtos. O Brasil teráque encarar estes e outros desafios quese colocam nas próximas décadas. Cla-ro que temos ainda que considerar a in-fraestrutura logística deficiente, a polí-tica de crédito agrícola defasada e a fal-ta de seguro rural. Apesar de competiti-vo, temos ainda muitos obstáculos aserem superados.

Canavieiros - Qual a participação deSão Paulo na produção agropecuárianacional e nas exportações?

Sampaio - No valor da produção agro-pecuária e florestal respondemos porquase 20% do valor total do país, deve-mos atingir em 2009 , cerca de R$ 40 bi-lhões. Nas exportações, também respon-demos por 25% das exportações do se-tor no país. São Paulo tem um papel im-portante como corredor de exportação degrande parte dos produtos e mais: temos

um mercado consumidor imen-so e necessário para manter equi-líbrio entre oferta e demanda dosprodutos agrícolas brasileiros.

Canavieiros- Qual a parti-cipação das culturas na áreaplantada do Estado: grãos, flo-restas plantadas, pastagens,laranja e café?

Sampaio - Hoje, a cana-de-açúcarocupa mais de 25% da área total cultiva-da com 5 milhões de hectares, as flores-tas plantadas chegam a 1 milhão de hec-tares e as pastagens em torno de 9 mi-lhões de hectares. Laranja permanececom área estável em torno de 670 milhectares, com uma migração de poma-res para a região sul do Estado, enquantoque o café também permanece com 230mil hectares. São Paulo não é tradicio-nalmente um produtor de grãos, maschegamos a mais de 2,5 milhões de hec-tares cultivados anualmente. Tambémsomos grandes produtores de flores, fru-tas, borracha natural, assim como naprodução de ovos e carne de frango,portanto com uma cesta diversificada deprodutos. Creio que isso seja a nossaprincipal marca e vantagem produtiva.

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Ponto de Vista

Virando a página...Virando a página...José Mario Paro*

Quando esta revista estiver che-gando às mãos de seus leito-res, a maioria das usinas e des-

tilarias do Centro-Sul do país terá pa-rado suas máquinas, o que não signifi-ca dizer que toda a cana terá sido co-lhida. Fala-se que restarão 50 milhõesde toneladas no campo, por excessode chuvas e/ou manutenção deficien-te das indústrias.

Tenho lido que cerca de 50 unida-des não interromperão suas atividades,emendando a presente safra à próxi-ma. Seriam indústrias que começarama safra tarde, com muita cana a colher epouco dinheiro no banco, necessitan-do fazer caixa.

Além da ocorrência de chuvas acimadas médias históricas e das conseqüên-cias da falta de manutenção em váriasunidades, outros fatos impactantes es-tão transformando a safra 2009/10 emuma safra histórica, justificando a velhamáxima: “cada safra é uma safra”.

Inquestionavelmente, a inevitávelconsolidação do setor tem sido trau-matizante, pois levou de roldão usinascomo a Santa Elisa, Vale do Rosário,Da Barra, Nova América, para ficar na-quelas que melhor representaram umaera que não mais voltará.

É então oportuno que, neste pon-to, eu complete o título desta coluna:de “VIRANDO A PÁGINA...” para “VI-RANDO A PÁGINA DO CALENDÁ-RIO”, pois a página desta safra levarátempo para ser virada.

E quanto a nós, produtores, queestamos carregando o insucesso dassafras 07/08 e 08/09 e sentindo a sa-fra 09/10 não corresponder plena-mente às expectativas? Teremos tem-po para respirar?

Considero essa a grande perguntaa ser respondida no momento e, paraisso, precisaremos de três boas safrasseguidas: 09/10, 10/11 e 11/12:

1 – Safra 09/10: foiuma safra de alto custo.Cortamos, carregamos etransportamos muitacana e pouco açúcar e ashoras paradas penaliza-ram a todos.

Somente em outubropassado o preço do kg doATR chegou a R$ 0.3102(média do Estado), não seconfirmando a esperadarecuperação mais rápidados preços.

Mesmo fechando a R$ 0.33/kg/ATR,número esperado, é bom não esquecerque está prevista uma quantidade mé-dia de 9 kg de ATR a menos do que noperíodo passado, que já não foi tão bomneste aspecto. E mesmo os possíveisR$ 0.33/kg/ATR corresponderão a so-mente 85% do valor da safra 06/07, des-contada a inflação do período.

Os preços do açúcar e do álcoolaparentemente já alcançaram seu picoe temos ainda o efeito do câmbio, a pre-judicar toda a cadeia do agronegócio,sem falar na inadimplência que boaparte de nós está amargando, por faltade pagamento de algumas indústrias.

2 - Safra 10/11: parece prome-ter bem:

- boas produtividades agrícolas emgrande parte devido à ocorrência daschuvas que ora tanto nos incomodam;

- maiores possibilidades de o climacomportar-se dentro das médias his-tóricas, permitindo a recuperação doteor de ATR;

- provável permanência de preçosmais regulares e em bons níveis.

O câmbio possivelmente continua-rá sendo um fator baixista.

3 – Safra 11/12: muitas perguntase poucas respostas.

Continuará faltando açúcar nomundo? E o álcool, como será o merca-

do interno? Vamos, enfim, exportarmais? E o pré-sal? E os preços do pe-tróleo?

Em que resultará o forte “lobby”político que se espera ser articuladopelos grandes grupos que estão sen-do formados?

Quem estará no governo? Qual serásua política para o agronegócio e, emespecial, para a cana? E o açúcar e oálcool?

E quanto aos juros e ao câmbio apartir do segundo semestre de 2010?

Ensinava o saudoso Prof. MarioHenrique Simonsen, economista emé-rito e ex-ministro da Fazenda: “os jurosaleijam e o câmbio mata”.

Outros sábios nos falaram (e conti-nuam nos falando) de outras verdades:“ não há mal que sempre dure e nembem que nunca se acabe”.

Ou ainda: “uma regra de ourodo bem viver é não sofrer por ante-cipação”.

E assim vou chegando ao finaldeste texto, em que meu propósito foitrazer à tona algumas questões nasquais nós, produtores, devemos re-fletir. Não sem antes desejar a todosnós três ótimos anos-safras: este e osdois próximos.

*diretor adjunto da Canaoeste

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Parceria Copercana eSebrae-SP beneficiaovinocultura

NotíciasCopercana

Parceria Copercana eSebrae-SP beneficiaovinocultura

Os criadores de ovinos da re-gião de Sertãozinho podemcontar com uma parceria en-

tre a Copercana e o Sebrae-SP paraauxiliá-los no desenvolvimento daatividade. O primeiro passo dessaunião de esforços é implantar o PCQ(Programa Cordeiro de Qualidade),com o objetivo de organizar a cadeiaprodutiva da ovinocultura e agregarvalor ao produto final.

O PCQ visa à qualidade por meioda aplicação de tecnologia nas propri-edades, utilizando as consultorias téc-nicas in loco para orientação em sani-dade, nutrição, manejo reprodutivo eboas práticas, tudo com o apoio dasunidades móveis Cordeirinho (examesde OPG, andrológico e diagnóstico degestação) e Cordeirão (ultrassonogra-fia de carcaças para avaliação de es-pessura de gordura, marmoreio e es-pessura de olho de lombo).

Além da tecnologia, o Sebrae -SPdisponibiliza consultor de grupo, degestão financeira – para ajudar o pro-dutor a entender os seus custos deprodução – e um consultor especia-lista da cadeia da ovinocultura paraorientações referentes à comerciali-zação e mercado.

Por meio dos trabalhos já realiza-dos foi possível perceber que osprodutores já obtiveram melhores re-sultados em relação à organização dogrupo, redução da mortalidade, doscustos e informações sobre os mer-cados local e regional.

Carla Rossini

O objetivo é desenvolver cada vez mais a atividade na região

Visitas aos frigoríficos da regiãoPara agilizar as ações de desenvol-

vimento das parcerias para o abate, ela-boração dos cortes especiais e comer-cialização conjunta da carne de cordei-ro, uma equipe formada por meio daparceria Copercana e Sebrae- SP visi-tou vários frigoríficos da região.

O médico veterinário da Coperca-na, Gustavo Lopes, e os consultoresdo Sebrae-SP, Fernando Marino e

Alexandre Couri, visitaram o BarraMansa (Sertãozinho), Ligeirinho(Guariba), Fripom (Pontal) e o Frigo-rífico São Sebastião (Descalvado).Segundo Lopes, todos os estabele-cimentos demonstraram interesse noabate de ovinos. “Alguns precisamde adaptações e outros já estão pron-tos, como é o caso do Frigorífico SãoSebastião, que possui SISP e já reali-za abate de ovinos”, afirmou.

Parceria em DescalvadoO Frigorífico São Sebastião abate

suínos e cordeiros pelo valor de R$10,00 por cabeça. Assim que os cortesestiverem aprovados no SISP será pos-sível realizar os cortes especiais comopernil, paleta, carré e costela, tudo em-balado a vácuo.

A proposta firmada com o frigorífi-co é abater os animais que estão noconfinamento da Copercana e disponi-

bilizar o produto final para vendas nosSupermercados na rede Copercana.Dessa forma, será possível criar um ci-clo de produção e comercialização.

Os produtores também podem op-tar em retirar seus animais do confina-mento e vendê-los direto para frigorífi-cos ou para outros clientes.

Fonte: Ovinonews

Confinamento daCopercana

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NotíciasCopercana

Loja de ferragensda Copercana éreinaugurada emSanta Rosa deViterbo

Loja de ferragensda Copercana éreinaugurada emSanta Rosa deViterbo

A loja de ferragens da Coper-cana em Santa Rosa de Vi-terbo foi reinaugurada no

dia 30 de novembro. Na mesma opor-tunidade, a Cocred deu início às ati-vidades de sua mais nova agência.

Cooperados, diretores e autorida-des participaram da cerimônia, que reu-niu aproximadamente 200 pessoas. Opresidente da Copercana e Cocred,Antonio Eduardo Tonielo, falou sobrea credibilidade que as cooperativasestão recebendo dos produtores ru-rais de Santa Rosa. “Estamos satisfei-tos com a receptividade que tivemosem Santa Rosa e por isso estamos au-mentando os nossos serviços e colo-cando à disposição dos cooperados eclientes o que há de melhor no merca-do agrícola”, disse Tonielo.

Também fizeram uso da palavra odiretor da Cocecrer, David de Andra-de, e a presidente da Câmara de San-ta Rosa, vereadora Gislaine Apareci-

Carla Rossini

Também foi inaugurada a nova agência da Cocred

da Badan Eleutério. O presidente daCanaoeste, Manoel Ortolan, e o dire-tor da Copercana, Pedro Esrael Bi-ghetti, estiveram presentes e partici-param do corte da fita inaugural.

Loja de FerragensPensando sempre no produtor, a

Copercana conta com uma rede pró-pria de Lojas de Ferragens. São 11lojas no Estado de São Paulo e trêslojas em Minas Gerais, para que osprodutores rurais encontrem todo oapoio de que necessitam bem próxi-mo a sua propriedade.

A Copercana fornece aos coope-rados todos os produtos necessári-os às suas atividades rurais, incluin-do sementes, corretivos, fertilizantes,adubos foliares, ferragens, defensi-vos, produtos veterinários, máqui-nas, implementos, acessórios e mui-tos outros itens para uso diário naagricultura (lonas, arames, etc).

Acesse: www.copercana.com.br

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NotíciasCanaoeste

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Consecana

A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entreguedurante o mês de NOVEMBRO de 2009. O preço médio do kg de ATR para o mês de NOVEMBRO, referente à safra2009/2010, é de R$ 0,3185.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aosmercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a novembro e os acumulados até NOVEM-BRO, são apresentados a seguir:

ConsecanaConselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

CIRCULAR Nº 11/09DATA: 30 de novembro de 2009

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercadoexterno (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à indústria (EAI e EHI) e aomercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD).

Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a novembro e os acumu-lados até NOVEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/09, são os seguintes:

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NotíciasCanaoeste

WABCG e ISO discutemperspectivas para 2010WABCG e ISO discutemperspectivas para 2010Cristiane Barão

Presidente da Canaoeste participou das reuniões, realizadas nos dias 22 e 23, em Londres

O presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, participou doencontro da WABCG (Asso-

ciação dos Produtores de BeterrabaAçucareira e Cana, da sigla em inglês)e de reunião da ISO (Organização In-ternacional do Açúcar), realizados nosdias 22 e 23 de novembro, em Londres.

A conferência da WABCG foiaberta pelo seu presidente, Alf Cris-taudo. A WABCG reúne associaçõesde produtores de 31 países. Entre osassuntos discutidos: a influência dacrise financeira n organização das in-dústrias de açúcar e etanol, as pers-pectivas para a bioenergia e os pro-blemas ambientais enfrentados pelospaíses produtores.

Já o tema da reunião da ISO, no dia23, foram as perspectivas para o mer-cado mundial de açúcar para os próxi-mos anos. De acordo com Ortolan, aprevisão é que o Brasil exporte, no pró-ximo ano, 3 milhões de toneladas a maisdo que neste ano e que o mercado si-naliza para bons patamares de preços.

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Revista Canavieiros - Dezembro de 20091414141414

Prorrogar não resolve oproblema

Na semana passada, o presi-dente Lula baixou o decreto7.029/2009, instituindo o

Programa Federal de Apoio à Regu-larização Ambiental de Imóveis Ru-rais, denominado programa “MaisAmbiente”. Entre seus pontos está aprorrogação do prazo final para aaverbação da reserva legal nas pro-priedades rurais, que passou do diaúltimo dia 11 para 11 de junho de 2011.A CNA (Confederação Nacional daAgricultura) estima que 90% dos pro-prietários ainda não registraram aárea de reservas.

Sem a prorro-gação, esses agri-cultores estariamna i legal idade,passíveis de mul-tas que, muitasvezes, são superi-ores ao seu patri-mônio. Isso repre-sentaria o fim da li-nha para grandeparte dos produ-tores , já que aaverbação não éapenas o registroda área em cartó-rio: é necessáriotambém investi-mento no seu reflorestamento. Pe-los cálculos do Ministério da Agri-cultura, hoje cerca de 3 milhões depropriedades não têm condição decumprir as exigências de recompo-sição. E além dessas despesas, quenão são poucas, o agricultor perde-rá 20% de sua área produtiva.

Esse é um assunto sobre o qualjá falamos inúmeras vezes, alertandopara os prejuízos que isso irá trazernão apenas para o setor rural, maspara a produção agropecuária nacio-nal. E isso ocorrendo, os impactoschegarão à mesa dos brasileiros, já

Manoel Carlos de Azevedo Ortolan*

Prorrogar não resolve oproblema

que, colhendo menos, o preço dosalimentos subirão, e as exportaçõesdo agronegócio, fiel da balança co-mercial brasileira, também poderãosofrer reduções significativas.

Esse é um raciocínio que parte dasociedade não aceita. Prefere apenasacreditar que o produtor rural não quercumprir a lei para lucrar sobre o meioambiente. O fato é que a prorrogaçãodo prazo para averbação da reserva le-gal não resolve a questão. Apenas em-purra o problema para frente. O que osetor produtivo quer e defende é a re-formulação total da legislação ambien-

tal e a criação de um Código Florestalmoderno, condizente com a realidadeda atividade agropecuária brasileira.

A primeira versão do Código Flo-restal Brasileiro é de 1934 e a segun-da, de 1965. Sofreu mais de 60 altera-ções e hoje estão em vigor mais de16 mil normas ambientais. Não seránada fácil e barato produzir em meioà insegurança jurídica que há hojeno campo brasileiro. E não nos pare-ce justo cobrar apenas do produtorrural a conta da preservação ambien-tal, quando o beneficiado é o con-junto da sociedade.

Artigo

O setor tem feito a sua parte, e àssuas custas, na redução das emis-sões dos gases causadores do efei-to estufa porque reconhece que a

sustentabilidade -conceito que pres-supõe desenvol-vimento econômi-co atrelado à jus-tiça social e aoequilíbrio ambien-tal - é o critérioque, a cada diamais, irá definir otamanho do mer-cado para os nos-sos produtos.

O Brasil tempela f rente umcenário desafia-dor e sobre o

qual poderá tirar proveito: segun-do a ONU, até 2050, a populaçãomundial beirará os 9,1 bilhões dehabitantes, e será necessário pro-duzir 70% mais de alimentos e 46%mais de energia. E a verdade é esta:não sabemos até quando o agro-negócio brasileiro conseguirá semanter como um dos mais moder-nos e competitivos do mundo sen-do regido por uma legislação doséculo passado.

*presidente da Canaoeste (Asso-ciação dos Plantadores de Cana doOeste do Estado de São Paulo)

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Legislação Ambientaldecreto n. 7.029/2009 - prorrogação paliativa.Legislação Ambientaldecreto n. 7.029/2009 - prorrogação paliativa.

Foi publicado no dia 11.12.2009,no Diário Oficial da União, o Decreto nº 7.029, de 10 de dezembro

de 2009, que institui o Programa Federalde Apoio à Regularização Ambiental deImóveis Rurais, denominado programa“Mais Ambiente”, além de outras provi-dências, inclusive prorrogando para odia 11 de junho de 2011, o prazo paraentrada em vigor do artigo 55, do De-creto nº 6.514/2008, que estipula penade multa de R$-50,00 a R$-500,00 porhectare ou fração da reserva florestallegal àquele que deixar de averbá-la.

Segundo vem propagando o minis-tro da Agricultura, Reinhold Stephanes,referido artigo 55 entraria em vigor nodia 11 de dezembro de 2009, colocandona ilegalidade mais de 3 milhões de pro-prietários rurais. Porém, na verdade,independentemente desta prorrogação,isso não resolve o problema de propri-

Assuntos Legais

Juliano Bortoloti - AdvogadoDepartamento Jurídico Canaoeste

edades rurais com exploração agrope-cuária já consolidada antes da criaçãodos institutos da reserva florestal legale das áreas de preservação permanen-te que, ante a atual legislação, já estãoirregulares. É o caso, por exemplo, dasvideiras gaúchas, do café mineiro e pau-lista, da olericultura de Santa Catarina,dos canaviais paulistas e do Nordeste,sem contar os produtores do Norte, quedesmataram observando o índice da le-gislação anterior e, agora, se veem for-çados a reflorestar as mesmas áreas,dentre outras incontáveis situações.

Para resolver esta questão é neces-sária uma ampla revisão da legislaçãoambiental territorial brasileira, discipli-nando os casos de exploração consoli-dada, o pagamento por serviços ambi-entais, a compensação florestal, a ne-cessidade de zoneamento ecológico-econômico, dentre outros assuntos que

devem ser pauta-dos dentro de nor-mas técnicas e, ja-mais, políticas.

Infelizmente,verificamos que oprazo para se reali-zar referida revisãoe alteração legisla-tiva não foi sufici-ente, o que forçoua edição do Decre-to n. 7.029/2009que, apenas, deumais um fôlego para as propriedadesque desmataram reserva florestal legal.Porém, de nada adianta às que já esta-vam desmatadas antes da criação dareserva florestal legal e/ou que explo-ravam áreas hoje consideradas comode preservação permanente antes dacriação destas.

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Revista Canavieiros - Dezembro de 20091616161616

Assuntos Legais

Revista Canavieiros - Dezembro de 20091616161616

Estes proprietários continuam àmercê de ações do Ministério Públicocom base na atual legislação e de açõesfiscalizadoras dos órgãos ambientaisque, repita-se, não leva em conta a ex-ploração agropastoril em área consoli-dada, ou seja, antes da criação destaslimitações ambientais (reserva legal,área de preservação permanente, etc.),obrigando-os a abandonarem áreas em

franca produção agropastorial iniciadahá várias décadas.

E, o que é pior, estes proprietáriosrurais ficam impedidos de licenciaremsuas atividades, bem como consegui-rem linhas de crédito para custear suaatividade, pois os órgãos ambientais efinanceiros exigem a reserva legal aver-bada para tanto.

Desta forma, necessário se fazque toda cadeia produtiva pressi-one URGENTEMENTE os parla-mentares e até mesmo o Poder Exe-cutivo no sentido de alterar a le-gislação ambiental atual que semostra INEXEQUÍVEL, adequando-a ao histórico de ocupação territo-rial nacional.

Proprietários rurais poderãoemitir o certificado de cadastrode imóvel rural pela Internet

Proprietários rurais poderãoemitir o certificado de cadastrode imóvel rural pela Internet

Um novo serviço oferecidopelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Refor-

ma Agrária) vai facilitar a vida de pro-prietários dos quase 6 milhões de imó-veis rurais espalhados por todo o país.A partir de 14 de dezembro, será permi-tido emitir pela Internet, por meio dosite do Incra (www.incra.gov.br) , o CCIR(Certificado de Cadastro de Imóvel Ru-ral). O documento é indispensável paratransações imobiliárias, como compra evenda de imóveis rurais e para tomadade empréstimos junto aos bancos. Pormeio dele, os órgãos oficiais confirmamque o imóvel está cadastrado no SNCR(Sistema Nacional de Cadastro Rural).

O SNCR é um instrumento funda-

mental para conhecer a estrutura fun-diária do país. Suas informações ser-vem para classificar os imóveis ruraisem pequenos, médios e grandes, bemcomo para monitorar o uso e a titulari-dade do imóvel rural, verificar o cum-primento da função social, controlar aaquisição de terras por estrangeiros,além de combater a grilagem de terrase o trabalho análogo ao escravo.

O CCIR passará a ser emitido anu-

almente e apenas pelo site do Incra.Até então, o documento valia por trêsanos, em média, e era enviado para oendereço dos proprietários dos imó-veis. Com a emissão via web, o Incravai economizar cerca de R$ 5 milhões,referentes ao contrato com os Correi-

os. O novo documento terá um códigode autenticação de fácil consulta peloPortal do Incra e evitará ações fraudu-lentas que lesavam detentores de imó-veis rurais. O documento deste anosubstitui o dos anos anteriores.

Democratização do acessoCaso o cidadão não tenha acesso

à Internet, ele poderá procurar a UMC(Unidade Municipal de Cadastramen-to) mais próxima de sua residência erealizar a emissão. Vinculadas às pre-feituras, as UMCs estão presentes emaproximadamente 55% dos municípiosbrasileiros. Outra opção é procurar umadas unidades avançadas do Incra noEstado ou ainda uma das 30 Superin-tendências Regionais do Incra, locali-zadas em todas as capitais do país enos municípios de Santarém (PA), Ma-rabá (PA) e Petrolina (PE).

A emissão do CCIR é gratuita. No

documento, no entanto, consta umataxa de serviços cadastrais, que deveser paga até o dia 27 de janeiro nasagências ou terminais de auto-atendi-mento da Caixa Econômica Federal,Lotéricas, Guichês Pontos de Venda,Internet Banking e Caixa Aqui. A taxa érecolhida e repassada diretamente paraa Conta Única da União e serve paramanter os serviços de cadastro de imó-veis rurais. Ela é cobrada levando-seem conta o tamanho do imóvel em hec-tares. Como o CCIR atual vai corres-ponder aos anos de 2006, 2007, 2008 e

2009, a taxa será cobrada de acordo como relativo exercício CCIR pela internet.

Para um imóvel com faixa de áreade até 20 hectares, o valor de um exer-cício fica em torno de R$ 1,40.

Consulta de autenticidade Haverá no site do Incra um módu-

lo direcionado aos cartórios, bancos,Tribunais de Contas, Previdência So-cial, entre outras instituições interes-sadas, para que possam checar a au-tenticidade do CCIR apresentado pelocontribuinte. A intenção é dar maior se-gurança aos negócios jurídicos, comotransações de imóveis rurais e financi-amentos bancários.

Emissão do CCIR em númerosPúblico interessado: detentores

(proprietários e posseiros) dos quase6 milhões de imóveis rurais cadastra-dos no SNCR.

Emissão pela Internet: a partir de14 de dezembro.

Pagamento da taxa de serviços cadas-trais: até 27 de janeiro (após a data, o pa-gamento será com multa e juros de mora).

O CCIR compreende os exercícios de2006 a 2009, com validade até a próximaemissão geral, prevista para 2010.

Texto extraído do sítio eletrônico

do Incra: www.incra.gov.br.

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Produção de grãos supera 140milhões de toneladasProdução de grãos supera 140milhões de toneladas

A produção brasileira de grãospara a safra 2009/10 pode atin-gir um volume de 140,6 mi-

lhões de toneladas, graças, sobretudo,ao plantio da soja que segue como acultura que mais vem crescendo nopaís. Este resultado representa um au-mento 4% sobre o ciclo anterior ou 5,47milhões de toneladas a mais. Os dadossão do terceiro levantamento realizadopela Conab e anunciados na segundasemana de dezembro, pelo ministro daAgricultura, Reinhold Stephanes.

A opção pela soja, em detrimentodo cultivo de milho, deve-se ao menorcusto da lavoura por hectare, maior li-quidez e maior resistência do grão àestiagem. Se houver manutenção daárea e condições climáticas favoráveisnas regiões de maior plantio, a oleagi-nosa deve atingir 64,56 milhões de to-neladas, um número recorde e 12,9%maior que o do ano passado, de 57,16milhões de toneladas.

Situação positiva é verificada tam-bém no feijão primeira safra, apesar daredução de plantio. A colheita está pro-jetada em 1,49 milhão de toneladas, comum crescimento de 10,6% (+ 142,6 milde toneladas). A variação se deve à re-cuperação da produtividade, que foiafetada pela estiagem no ano passado,sobretudo no estado do Paraná.

As demais culturas de verão, comoalgodão, arroz e milho primeira safra,tiveram queda de produção. O milhoreduziu 4,9% (1,64 milhão de toneladas),o arroz 4,7% (586,3 mil toneladas) e oalgodão 1,3% (24,7 mil toneladas).

Área - A semeadura das principaisculturas de verão no Centro-Sul estáem fase final. A área total deve chegar a48 milhões de hectares, um aumento de0,7% ou 324,1 mil a mais que os 47,65milhões de ha da safra 2008/09. Comexceção da lavoura de soja, expandidaem 6% e agora ocupando 23,05 milhõesha, todos os demais grãos perderam emárea.

Cultura de Rotação

A pesquisa foi realizada no perío-do de 16 a 20 de novembro por cercade 50 técnicos da Conab. Eles entre-vistaram representantes de coopera-tivas, secretarias de estados da agri-cultura, órgãos de assistência técnicae extensão rural, agentes financeirose revendedores de insumos.

Fonte: Raimundo Estevam/Conab

A opção pela soja, em detri-mento do cultivo de milho, deve-se ao menor custo da lavoura por

hectare, maior liquidez e maiorresistência do grão à estiagem.

Feijão apesar da redução deplantio, a colheita está projeta-

da em 1,49 milhão de toneladas,com um crescimento de 10,6%

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NotíciasCocredBalancete MensalBalancete MensalCooperativa de Crédito dos Plantadores de Canade Sertãozinho BALANCETE - OUTUBRO/2009

Valores em Reais

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As decepções da COP 15Reportagem de Capa

As decepções da COP 15Da Redação

Depois de duas semanas de discussões, a 15ª Conferência daONU sobre Mudança Climáti-

ca de Copenhague terminou de formamelancólica: os líderes dos 193 paísesparticipantes optaram por fazer apenasuma declaração política e adiaram oacordo para um novo encontro quedeve ocorrer no próximo semestre.

Durante todos os dias da conferên-cia, os impasses giraram em torno dojogo de empurra de responsabilidadesentre países. Os desenvolvidos queri-am que os demais países também tives-sem metas obrigatórias, enquanto queo bloco dos emergentes e em desen-volvimento defendia a criação de umfundo internacional climático para fi-nanciar ações contra o aquecimentoglobal nos países mais pobres.

Sem acordo, um documento final,chamado de “nota de acordo” foi ela-borado com a participação do Brasil,China, Índia, África do Sul e EstadosUnidos. No entanto, não foi aceito pormuitos países que não participaram dareunião. Entre seus pontos estão:

· aumento máximo da temperatu-ra até o fim do século será de 2°C;

· os países que o ratificarem secomprometem a declarar suas metas deemissões de gases responsáveis pelo

efeito estufa, o chamado sistema deconsulta e análise;

· os países ricos se comprome-tem a ajudar os mais pobres, nos ter-mos da proposta – US$ 10 bilhões porano até 2015, US$ 50 bi até 2020 e US$100 bi daí em diante;

· no acordo de florestas, fica ga-rantido financiamento para a reduçãode emissões por desmatamento, comoqueria o Brasil;

· nas metas de redução das emis-sões, foi feita uma fórmula para acomo-dar o que todos queriam: somaram as pro-postas que havia na mesa, deu 20% até

2020, e assim ficou – quando a recomen-dação dos cientistas era no mínimo 25%.

· até 2050, as emissões globaisdevem cair 50%, sendo que os ricosdevem contribuir com 80%.

O documento também conta com umparágrafo onde fica declarado os mes-mos direitos de espaço na atmosfera atodos – e não uma ocupação dos ricosque permitiria que eles continuassempara sempre emitindo mais per capitado que os emergentes e pobres.

Para o presidente Lula, o resultadoé desanimador. No último dia do en-contro, ele até admitiu que o Brasil fa-ria um sacrifício a mais e estaria dis-posto a colocar dinheiro também paraajudar os demais países.

A proposta apresentada pelo Bra-sil desde o início da conferência foi ocorte nas emissões em 39% até 2020por meio da redução do desmatamen-to na Amazônia e no Cerrado, recu-peração de pastos degradados, inte-gração lavoura e pecuária, expansãodo plantio direto e ampliação do usode energias renováveis. O custo to-tal para a implantação dessas ações éestimado em R$ 200 bilhões e boa par-te deste investimento será feito pelainiciativa privada.

Conferência das Mudanças Climáticas 2009 (COP15), Copenhague, Dinamarca.7 de dezembro de 2009.

Ministério dos Negócios Estrangeiros da Dinamarca

Revista Canavieiros - Dezembro de 20092222222222

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Reportagem de Capa

A COP 15O encontro de Copenhague ficou

conhecido como COP 15 porque é a 15ªreunião da Conferência das Partes daConvenção - Quadro sobre Mudançado Clima das Nações Unidas. Foi reali-zado entre os dias 7 e 18 de dezembropara se buscar um acordo que substi-tuiria o Protocolo de Kyoto (celebradoem 1997 durante a COP 3), que deixaráde vigorar em 2013.

Nele, 37 nações, mais a Comuni-dade Europeia, se comprometeram a

reduzir suas emissões de gases-es-tufa, em média, 5,2% na comparaçãocom os níveis de 1990. O corte preci-saria ser obtido até 2012. Foi o proto-colo que criou o chamado mercadode carbono, uma forma flexível paraum país, mesmo emitindo gás-estufaalém do que deveria, redimir-se com-prando papéis representativos de re-dução de emissões em algum outrocanto do planeta. Mediante pagamen-to, o corte dos outros fica valendocomo corte do poluidor.

Lula durante discurso no COP 15:“Se a gente não conseguiu fazer até agora essedocumento, eu não sei se algum anjo ou algumsábio descerá nesse plenário e irá colocar nanossa cabeça a inteligência que nos faltou até

(olhou para o relógio) a hora de agora.”

O que está em questãoProjeções do Painel Intergoverna-

mental sobre Mudanças Climáticas(IPCC), apontam que se as emissõescontinuarem a subir no ritmo atual e che-garem ao dobro do nível da época ante-rior à industrialização, haverá um aumen-to médio de temperatura de 3 graus cen-tígrados neste século, o que pode cau-sar sérios impactos no mundo todo.

De forma geral, o bem-estar da po-pulação e o crescimento econômico

estão ameaçados se nada for empreen-dido. Estudo patrocinado pelas NaçõesUnidas publicado recentemente indicaque as mudanças climáticas podemchegar a reduzir em até 19% o ProdutoInterno Bruto (PIB) dos países afeta-dos por problemas climáticos em 2030.O mesmo relatório afirma que entre 40%e 68% das perdas econômicas previs-tas podem ser evitadas aplicando-seimediatamente as medidas de adapta-ção já existentes.

"A questão é se vamos seguir emfrente juntos ou nos dividirmos. Essenão é o acordo perfeito e nenhumpaís vai conseguir tudo o que quer.Vamos continuar discutindo osmesmos argumentos mês após mês,ano após anos... enquanto o perigoda mudança climática cresce deforma irreversível."Barak Obama

"Agora temos um pacote paratrabalhar e começar a agir

imediatamente. Entretanto, épreciso ficar claro que é uma

carta de intenções e não é precisasobre o que precisa ser feito em

termos legais. O desafio agora étransformar o que concordamos

em Copenhague em algo real,mensurável e verificável."

Do secretário-executivo doencontro, Yvo de Boer

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Unica atualiza previsão desafra

Destaque

Unica atualiza previsão desafra

Produção brasileira de açúcar é a maior dos últimos 30 anos, segundo Conab

AUNICA (União da Agroindústria da Cana-de-açúcar)revisou pela segunda vez a

estimativa de moagem de cana para asafra 2009/10. O novo total previstofoi divulgado na 1ª semana de de-zembro e passou de 529,54 para538,19 milhões de toneladas. O au-mento se deu principalmente devidoà intenção anunciada por várias usi-nas prejudicadas pelo excesso dechuva, de continuar moendo duran-te o período de entressafra ou ante-cipar o início da safra 2010/11.

Do início de abril a 1º de dezem-bro, o volume de cana-de-açúcar pro-cessado na região Centro-Sul do paísatingiu 496,99 milhões de toneladas,5,95% superior ao do mesmo períodoem 2008. Segundo a UNICA, o volu-me representa mais de 90% do totalde moagem esperado para essa safra.

Açúcar e Álcool - A produção deaçúcar até o final da safra deverá atin-gir 29,03 milhões de toneladas, con-tra 29,35 milhões de toneladas na sa-fra anterior. Já a produção de etanoldeve atingir 23,37 bilhões de litros,abaixo dos 23,74 bilhões de litros umano atrás. No acumulado desde o iní-cio da safra, as vendas de etanol to-talizaram 18,28 bilhões de litros,5,18% acima do total para o mesmoperíodo do ano anterior.

ATR menor - O excesso de chu-va comprometeu mais uma vez aquantidade de produtos obtidos portonelada de cana esmagada, que nasegunda quinzena de novembro foide 125,01 quilos de Açúcares TotaisRecuperáveis (ATR), 9,17% inferioraos 137,64 quilos apurados na segun-da quinzena de novembro de 2008.

Desta forma, apesar da moagemacumulada apresentar um crescimen-to de 5,95% em relação à safra anteri-or, a queda na concentração de ATR

fez com que o volume disponível paraa produção de açúcar e etanol ficas-se 1% abaixo do observado no mes-mo período da safra anterior.

No acumulado desde o início dasafra, 43,89% da cana processada noCentro-Sul foi direcionada para aprodução de açúcar, e 56,11% para aprodução de etanol. A produção deaçúcar acumulada atingiu 27,43 mi-lhões de toneladas até o final de no-vembro, 8,21% superior ao volumeproduzido no mesmo período na sa-fra anterior. Já a produção acumula-da de etanol alcançou 21,50 bilhõesde litros, 6,88% inferior ao volumeproduzido no mesmo período da sa-fra anterior.

Desde o final de outubro, a pro-porção de cana destinada para a pro-dução de açúcar tem sido reduzida.Na segunda quinzena de novembro,58,96% da matéria-prima processadafoi destinada à produção de etanol,e apenas 41,04% para o açúcar.

Da Redação

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Destaque

Safra brasileira - A produçãobrasileira de açúcar registrou o mai-or índice dos últimos 30 anos, segun-do a Conab. A atual produção de açú-car está estimada em 34,64 milhõesde toneladas, crescimento de 9,6% secomparadas à safra anterior.

“O açúcar teve um desempenhomuito bom, com aumento de quatromilhões de toneladas nas exportaçõesem comparação ao ano passado”,ressaltou o ministro da Agricultura,Reinhold Stephanes. Segundo ele, ocomportamento do mercado interna-cional foi extremamente favorável,principalmente em função da quedada produção na Índia.

Cana-de-açúcar - Conforme oministro, o governo tinha uma ex-pectativa melhor em relação à pro-dução de cana, prejudicada peloexcesso de chuva, que gerou atra-so na moagem da planta. O aumen-to esperado na produção era de14%, mas a safra cresceu apenas 7%, representado por 612,2 milhões detoneladas de cana.

Segundo Stephanes, cerca de 60usinas continuarão moendo cana-de-açúcar nos meses de dezembro, ja-neiro e fevereiro. Aproximadamente140 usinas também vão antecipar paramarço a moagem da próxima safraprevista para abril. As medidas vão

contribuir para regular o mercado ecolocar em dia a produção, afetadapela chuva.

Etanol - Pelos números da Conab,a produção brasileira de etanol estáestimada em 25,9 bilhões de litros,índice 3,1% inferior à safra passada.A queda na produção de etanol tam-bém está ligada aos atrasos na moa-gem da cana, causados pela chuva.O ministro adiantou que o Brasil con-ta com estoque suficiente de etanolpara abastecer o mercado durante apassagem de safra.

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CHUVAS DE NOVEMBROe Prognósticos Climáticos

CHUVAS DE NOVEMBROe Prognósticos Climáticos

Informações Setoriais

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoAssessor Técnico Canaoeste

No quadro abaixo são apresentadas as chuvas do mês de NOVEMBRO de 2009.

Revista Canavieiros - Dezembro de 20092626262626ÁGUA, usar s

Protejam e preservem as nÁGUA, usar s

Protejam e preservem as n

Amédia das observaçõesde chuvas durante NOVEMBRO (209mm) não

"ficou" muito além da média dasnormais climáticas (182mm). Entretanto, observaram-se chuvas aquém das médias em Bebedouro-EECB, Terra Roxa-FazSta Rita e Cajobi-Faz Monte Verde; enquanto que, nos demais locais, as chuvas foram próximas a (bem) acima dasrespectivas médias.

O Mapa 1 ao lado, mostra que oíndice de Água Disponível no Solo, noperíodo de 16 a 18 de NOVEMBRO,apresentava-se como médio a alto naregião Centro-Sul do Estado de SãoPaulo até Bauru e no leste do Estado(faixa fronteiriça com Minas Gerais). En-tretanto, níveis críticos foram observa-dos entre Catanduva, São José do RioPreto e Noroeste do Estado.

Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 16 a 18 de NOVEMBRO de 2009.

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Informações Setoriais

sem abusar !nascentes e cursos d’água.sem abusar !nascentes e cursos d’água.

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Mapa 2:- Água Disponível no Solo, ao final de NOVEMBRO de 2008.

Mapa 3:- Água Disponível no Solo, ao final de NOVEMBRO de 2009.

Observando-se os Mapas 2 e 3 acima, nota-se que a única semelhança entre osmeses de NOVEMBRO deste ano e de 2008, na área sucroenergética do Estado de SãoPaulo, é a faixa Leste, divisa com o Estado de Minas Gerais. Chama atenção, também, asemelhança entre meados e o final de NOVEMBRO de 2009; qual seja: o menor índice deÁgua Disponível no Solo na Região Noroeste do Estado de São Paulo

Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resumeo prognóstico climático de consenso entre INMET (Instituto Nacional de Mete-orologia) e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para os meses dedezembro 2009 a fevereiro de 2010

· Prevê-se que a temperatura média nas Regi-ões Centro-Oeste e Sudeste poderá ser acimadas normais climáticas e “ficar” entre próxima aabaixo da normalidade climática na Região Sul;

· Quanto às chuvas, o Mapa 4, abaixo, ilustraos prognósticos de consenso INMET-INPE paraestes próximos três meses;

· Como referência, as médias históricas daschuvas, pelo Centro de Cana-IAC - RibeirãoPreto, são de 270mm em dezembro, 280mm emjaneiro e 220mm em fevereiro.

Mapa 4:- Prognóstico de chuvas de consen-so entre INMET–INPE para os meses de de-zembro 2009 a fevereiro 2010.

O círculo em verde corresponde à real posi-ção do prognóstico INMET-INPE, face às osci-lações da Zona de Convergência Atlântico Sule as variabilidades do fenômeno El Niño.

Os prognósticos SOMAR Meteorologiamostram que, para região de abrangência daCANAOESTE, em quase todo o Estado de SãoPaulo e a faixa do Triângulo Mineiro adjacenteao norte do nosso Estado, a média das chuvasde dezembro e janeiro será próxima da normali-dade; enquanto que em fevereiro e março, faceàs variabilidades ocasionadas pelo fenômeno ElNiño, prevê-se que as chuvas poderão ser depróximas a inferiores às respectivas médias his-tóricas. Quanto às temperaturas médias, prevê-se que durante aqueles dois primeiros mesesserão bem próximas das respectivas normais cli-máticas; enquanto que, em fevereiro e marçopoderão ser cerca de 1ºC acima.

Persistindo dúvidas, consultem os TécnicosCANAOESTE mais próximos.

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Projeto e construção decarretas de transbordospara cana-de-açúcar

Novas Tecnologias I

Projeto e construção decarretas de transbordospara cana-de-açúcar

Workshop, realizado em Ribeirão Preto, teve como principalobjetivo contribuir com o tema colheita e transporte mecanizados

OIAC (Instituto Agronômico),vinculado à APTA, da Secre-taria de Agricultura e Abaste-

cimento do Estado de São Paulo, pro-moveu no dia 24 de novembro, em Ri-beirão Preto (SP), o workshop “Carre-tas de Transbordo para Cana-de-açú-car: projeto e construção”. O evento,coordenado por Jair Rosas da Silva,Paulo Graziano Magalhães e PedroSérgio Pontes, foi destinado a enge-nheiros, empresários, professores epesquisadores.

O workshop teve como principalobjetivo contribuir com o tema colhei-ta e transporte mecanizados. A maioriadas unidades agrícolas produtorasestá se ajustando para a adoção dessesistema.

O conjunto de corte, colheita etransporte de cana-de-açúcar, em suaadequação moderna emprega colhedo-ras autopropelidas, carretas de trans-bordo de cana e diversas versões decomposições com caminhões paratransporte, de grande capacidade decarga, que entregam a matéria-prima naesteira de recebimento das usinas, dizo pesquisador do Centro de Engenha-ria e Automação (CEA-IAC) Jair Ro-sas da Silva. Nesta fase, tem iníciotodo o processamento industrial de fa-bricação de açúcar, etanol, energia, le-veduras e outros produtos.

“Portanto, para a engenharia agrí-cola, é importante conhecer e procu-rar aprimorar esse elo da cadeia agro-industrial, com os objetivos de redu-zir custos de produção e aumentar acompetitividade. Considera-se quehoje o Brasil é o segundo maior pro-dutor mundial de etanol, com condi-ções de assumir o primeiro posto, os-tentado pelos EUA, que obtém o pro-duto a partir do milho.”

As carretas de transbordo decana-de-açúcar têm a função de tra-fegar de modo sincronizado junto àscolhedoras automotrizes e receber ascargas de cana em forma de rebolose, em seguida, abastecer as compo-sições que transportam a matéria-pri-ma às esteiras das usinas. O volumedas caixas é variável, podendo cadaunidade ter capacidade para trans-portar entre 6 e 14 toneladas.

Segundo Rosas, além dos as-pectos econômicos, ocorrem parâ-metros agronômicos de importân-cia fundamental que precisam serlevantados e equacionados, comoa compactação do solo. Ele cita es-tudo de Coleti e Dematte (1982) noqual alertam que grande parte dasterras das usinas de açúcar e desti-larias do Estado de São Paulo, e

mesmo em outros Estados, é pro-funda, argilosa ou de textura mé-dia. E que, além disso, aproximada-mente 50% dos meses de safra co-incidem com o período de chuvas,portanto propício ao incremento dacompactação do solo.

Por essas razões, conclui o pes-quisador do IAC, as principais preo-cupações do evento foram reduzir opeso dos implementos e obter a me-lhor distribuição de cargas transferi-das ao solo pelas carretas; questio-nar o conceito de que a adoção doseixos do tipo tandem realmente é umasolução adequada; aperfeiçoar pro-jetos de engenharia e levantar a com-pactação do solo resultante e os cus-tos de produção. “Neste último as-pecto, estamos competindo comnada menos que os EUA.”

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Novas Tecnologias

Lodo de Esgoto: uso agrícolapode aumentar produtividade ereduzir o custo de produção

Lodo de Esgoto: uso agrícolapode aumentar produtividade ereduzir o custo de produção

Em geral, esse material contém de 16 a 40% de carbono orgânicoe vários nutrientes de importância agronômica

Oesgoto é algo tão comum nodia-a-dia das pessoas quepoucos conhecem seu desti-

no, mas com o crescimento das áreasurbanas do país, ele se tornou o princi-pal agente poluidor das águas.

Em um primeiro momento, as ETEs(Estações de Tratamentos de Esgoto)podem ser a melhor forma de diminuirseus impactos. Mas, por outro lado,durante seu processo é gerado o lodo,um resíduo orgânico e semi-sólido queprejudica os mananciais, diminui a vidaútil dos aterros sanitários e pode setornar um grande problema ambiental.

E como a questão ambiental estáinterligada com a sustentabilidade,uma das alternativas que a socieda-de pode adotar como solução é o usoagrícola do lodo, que além de dimi-nuir o custo de produção e podercontar com uma produtividade maior,o ambiente será o maior beneficiado.Em geral, esse material contém de 16a 40% de carbono orgânico e váriosnutrientes de importância agronômi-ca, principalmente o nitrogênio, o cál-cio, o fósforo e o zinco.

Segundo o pesquisador do IAC,Ronaldo Berton, ainda não existeuma solução ideal para tratar o lodode esgoto de forma a torná-lo com-pletamente sem restrições para a agri-cultura. “O que se pode fazer é me-lhorar a saúde da população, quecontribuiria para diminuir a concen-tração de patógenos no lodo, a utili-zação de produtos biodegradáveis afim de se evitar poluentes orgânicospersistentes no mesmo e evitar aentrada de resíduos industriais narede coletora, para diminuir a con-centração de metais pesados”, expli-ca Berton.

Uso Agrícola do Lodode Esgoto

Mas, para que isso acon-teça é preciso que tudo estejade acordo com a Resolução nº375 do CONAMA (ConselhoNacional do Meio Ambiente),norma aplicada em 2006 para es-tabelecer um planejamen-to agrícola para os locaisque irão receber o lodo deesgoto. Uma das restri-ções da norma é a não uti-lização desse material em pastagens eno cultivo de olerícolas, tubérculos e ra-ízes, e culturas inundadas, bem comonas demais culturas cuja parte comestí-vel entra em contato com o solo.

O IAC realizou ensaios com lodosendo aplicado nas culturas do café,banana e pupunha, tanto no plantiocomo em cobertura. Os resultadospara as culturas da banana e da pu-punha mostraram que o lodo, quan-do usado nas quantidades recomen-dadas de nitrogênio pelo Boletim 100do IAC, aumenta a produção e dis-pensa completamente a adubação ni-

trogenada para essas culturas sempoluir o solo.

Em relação à cana-de-açúcar, deacordo com o pesquisador, os resulta-dos encontrados na literatura até ago-ra mostram que o efeito do lodo no sis-tema solo-planta é de apenas um anoagrícola. “O lodo promove um incre-mento de produção de biomassa decolmos, acarretando em aumento pro-porcional de produtividade de açúcar.Ele não altera a maturação e a concen-tração de açúcar nos colmos da planta.Finalmente, a aplicação do lodo podesubstituir 100% do nitrogênio nas so-queiras e de 30 a 35% do fósforo noplantio da cana”, esclarece.

As vantagens de se utilizar estelodo são várias, principalmente as me-lhorias nas propriedades físicas dosolo, mas também se exige muito cui-dado e conhecimento para saber comorealizar as aplicações e não acumularmetais pesados no solo.

As plantas do lado esquerdoreceberam lodo (mais altas) e as

do lado direito da régua nãoreceberam adubação

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Carla Rodrigues

Ronaldo Berton,pesquisador do IAC

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Novas Tecnologias

De acordo com o pesquisador, “overdadeiro benefício está no tratamen-to do esgoto, o qual é imprescindívelpara a qualidade de vida em comunida-des urbanas.

O lodo é o resultado desse trata-mento e possui uma forte vocação paraser reciclado no solo agrícola, mas para

Aplicação do lodo na implantação dacultura da banana

Aplicação de lodo na implantação dacultura da pupunha

Ensaio de lodoem banana

isso ele precisa estar adequado paraque sua aplicação não resulte na polui-ção do solo”, destaca Berton.

Vale à pena salientar que, segundoa Fundação Nacional de Saúde, paracada real investido no setor de sanea-mento economizam-se R$ 4,00 na áreade medicina curativa.

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Pragas e Doenças

Alerta: Ferrugemalaranjada chega aoscanaviais paulistas

Alerta: Ferrugemalaranjada chega aoscanaviais paulistasGustavo de Almeida NogueiraGerente do Departamento Técnico da Canaoeste

Aferrugem alaranjada é uma do-ença antiga da cana-de-açúcar,que estava presente apenas

nos países do sudeste da Ásia e Oce-ania, sem nenhum impacto econômi-co. Porém, passou a causar alguns da-nos em outros lugares. A partir do ano2000, chegou aos canaviais da Austrá-lia. E em julho de 2007, no continenteamericano, constatada primeiramentena Flórida (EUA) e, em setembro, naGuatemala e países vizinhos.

Agora, quem deve ficar em estadode alerta são os produtores de cana-de-açúcar brasileiros, já que foi cons-tatada a ocorrência da doença na re-gião de Araraquara – SP . Quem fez oalerta ao Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento, foi oconsultor e fitopatologista de cana-de-açúcar, Dr.Álvaro Sanguino.A prova de identificação de querealmente se tratava deste fungo foirealizada pelos pesquisadores da Ca-naVialis - empresa do Grupo Monsan-to – que, por meio de exames labora-

toriais, fizeram o seqüenciamentogenético do DNA deste patógeno.

Ainda não é possível prever o ní-vel de dano que será causado às va-riedades que apresentam a doença,pois a virulência da ferrugem alaran-jada é uma interação da mesma commeio ambiente e também com a pró-pria constituição genética das varie-dades. Por isso, é importante o acom-panhamento do desenvolvimento da doença para futuros plantios e ava-liação da intensidade dos danos queserão causados ao setor sucroener-gético nacional.

A ferrugem alaranjada podeter sido trazida ao Brasil por corren-tes de ar, por aves migratórias ou atémesmo por aeronaves comrotas internacionais. Não se descar-ta também a possibilidade desta do-ença ter vindo em calçados e vesti-mentas de pessoas que estiveramnas regiões onde a ferrugem alaran-jada é endêmica.

Sobre a doençaDois tipos de ferrugem atacam a

cana-de-açúcar, ambos causados porum fungo do gênero Puccinia: a ferru-gem marrom, causada por Pucciniamelanocephala, e a ferrugem alaranja-da, causada por Puccinia kuehnii.

A primeira é conhecida e chegou aoBrasil em 1986, após oito anos de suachegada aos países do Caribe e da Amé-rica Central, vinda da África por corren-tes aéreas. As espécies são distintas, masuma característica é comum a elas: osminúsculos esporos desses fungos sedisseminam muito facilmente pelas cor-rentes aéreas. Por isso o alerta em rela-ção à “ferrugem alaranjada da cana-de-açúcar”: será que a história se repetirá?

Quando a ferrugem marrom chegouao país, tínhamos conhecimento da re-ação de diversas variedades e clonesnacionais em razão do intercâmbio dematerial que mantínhamos com diver-sos países e também porque possuía-mos testes de campo no exterior. Masfoi somente depois da chegada da do-ença que o real efeito nas variedadespôde ser conhecido e a substituiçãodas suscetíveis foi realizada. Graças aosativos programas de melhoramentogenético, a substituição pôde ser feitacom relativa velocidade e tranqüilida-de, ainda que com perdas.

Atualmente, o Brasil possui maisdo que o dobro de área de cana doque possuía em 1986. Sabemos quepelo menos uma das variedades mais

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Pragas e Doenças

plantadas – a RB72454 – é suscetível.Há possibilidade de outras tambémserem suscetíveis. Se isso ocorrer, oprejuízo poderá ser maior. Na conta doprejuízo, entretanto, outros fatoresdevem ser levados em conta. Hoje te-mos uma diversidade maior de varie-dades do que naquela época, e elassão melhores, graças aos ativos pro-gramas de melhoramento.

Como a única maneira econômicapara o controle das ferrugens é o usode variedades resistentes, é importan-te se prevenir com uma boa diversida-de de variedades nos canaviais, e, prin-cipalmente, nos viveiros. Nas lavourascomerciais, é recomendável que não setenha mais do que 20% da área totalcom uma única variedade. Além disso,novas variedades devem estar sendosempre avaliadas e validadas quantoao seu valor e risco. Uma vez aprova-das num processo criteriosamente se-guro, deve-se seguir com a multiplica-ção segundo as normas recomendadasem programas de mudas sadias. Aque-les que tiverem um programa de mudassadias, com uma boa diversificação devariedades, serão os que menos sofre-rão o impacto da nova doença.

Além dos procedimentos acima,para que essa doença seja cada vez maiscontrolada, tome os seguintes cuida-dos se participar de qualquer eventona região canavieira dos EUA continen-

tal ou da Guatemala – oumesmo outro país dessaregião – principalmente sevisitar canaviais:

1. Não recomendamoscuriosidade em ver os sin-tomas da ferrugem alaran-jada. Para um leigo eles nãotêm diferença marcantecom os da ferrugem co-mum. Não vale o risco ten-tar ver detalhes do sinto-ma ou dos esporos, poisestes podem impregnar assuas vestimentas ou seucorpo. Portanto, evite aomáximo visitar campos de

cana-de-açúcar infectados pela doença.

2. Ao fim de qualquer dia, ao retor-nar ao hotel, mesmo que não tenha vis-to a ferrugem alaranjada, separe as ves-tes usadas e as coloque em um saco deplástico na hora do banho. Limpe bemos sapatos. Repita isto todos os diasque for ao campo.

3. Mantenha uma roupa limpa se-parada para o retorno ao Brasil. Embaletodas as roupas usadas numa mala esomente depois tome banho e se vistacom as limpas.

4. Ao chegar de retorno, abra as ma-las apenas em sua casa e imediatamenteenvie as roupas para lavagem. Providen-cie também a limpeza das malas. Por fim,tome um banho caprichado.

Outras informações:www.canavialis.com.br

Fonte: CanaVialis

foi constatada a ocorrência dadoença na região de Araraquara – SP

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Repercutiu

“Fizemos o zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar paragarantir que nosso etanol seja 100% verde. Garantimos com issoque não haverá novas usinas de cana no Pantanal, na Amazônia, emáreas de vegetação nativa e que não vai haver queimadas”.

Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente

"Os países em desenvolvimento não podem ficar criando resis-tência quando se é discutido o fundo internacional para o meio-ambi-ente. Precisamos de ajuda, mas temos que agir antes. Liderar peloexemplo"

Marina Silva, pré-candidata à presidência nas eleições de 2010.

"O modelo de etanol e bioeletricidade brasilei-ro são alternativas viáveis para os novos desafiosglobais de energia que surgiram."

Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente daRepública do Brasil - dezembro/2009

“Se 10% do com-bustível fóssil do mun-do vier a ser substituí-do por etanol, a mistu-ra E10 traria um bene-fício ambiental consi-derável, e criaria maisempregos”

José Serra, gover-nador do Estado deSão Paulo – dezembro/2009

“A opção concreta e viável a curto prazo para reduzir as emissões é o etanolde cana, uma tecnologia que o Brasil detém e que os países em desenvolvimentodeveriam observar”.

Marcos Jank, presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (UNICA)

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BibliotecaBibliotecaBibliotecaBibliotecaBiblioteca“GENERAL ÁLVARO

TAVARES CARMO”

Os interessados em conhecer as sugestões deleitura da Revista Canavieiros podem procurar

a Biblioteca da Canaoeste, na Rua AugustoZanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone

(16)3946-3300 - Ramal [email protected]

A História do Carro Flex no BrasilJoão Maffeis Neto

Cultura

CultivandoCultivandoCultivandoCultivandoCultivandoa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua PortuguesaEsta coluna tem a intenção de maneira didática,esclarecer algumas dúvidas a respeito do português

Renata CaroneSborgia*

* Advogada e Prof.ª de Português e InglêsMestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em

Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras)com Miriam M. Grisolia

"O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho éno dicionário" Einstein

1) Maria fará um exame médico: “ultra-som”. Está preocu-pada com o resultado.

Maria, estamos preocupados duplamente: com o resultado ea expressão escrita com hífen.

Prezados amigos leitores, segundo o Novo Acordo Ortográfico o correto éultrassom.

Dica fácil e útil: a regra geral do hífen - deixa de ser empregado quando oprefixo (no caso do exemplo: ultra) termina em vogal e o segundo elemento come-ça com as consoantes S ou R (no caso do exemplo: som). Nesse caso, a consoan-te obrigatoriamente passa a ser duplicada. (correto: “ss”)

2) O departamento da empresa fará uma festa no final do ano “hiperrequintada”!

Com a expressão escrita de forma incorreta, haverá uma festa sem requinte!Prezado amigo leitor existe no tópico gramatical HÍFEN a seguinte regra con-

forme, agora, o Novo Acordo Ortográfico: o hífen permanece quando o prefixoterminar com R (no caso do exemplo: hiper) e a primeira letra do segundo elementotambém é R (no caso do exemplo: requintada).

O correto é hiper-requintada (o).

3) Quanta confusão com a expressão ANHANGUERA!

Algumas placas com trema outras não...E agora, prezado amigo leitor?

Simples! Um sinal a menos!O trema foi abolido (regra geral), segundo o Novo Acordo Ortográfico.O correto é Anhanguera.P.S.: O sinal gráfico deixa de existir na Língua Portuguesa. Vale lembrar, porém,

que a pronúncia continua a mesma.

PARA VOCÊ PENSAR:

O livro " A História do Carro Flex no Brasil" não é totalmente fiel ao seu título,

pois abre caminho para outras histórias dopaís serem relatadas e conhecidas por todos.É possível que durante a leitura você encon-tre a história da crise do petróleo que resultouno Proálcool , que originou o carro movido aálcool, sendo substituído mais tarde pelo car-ro flex. Você também pode encontrar informa-ções preciosas sobre o aquecimento global eas graves conseqüências que a Terra podesofrer se nada for feito pelas autoridades go-vernamentais.

Esta obra não é indicada apenas para aque-las pessoas que já conhecem a história e jásabem o que deve ser feito, mas sim para to-das aquelas pessoas que de alguma maneiratentam entender o que está acontecendo como nosso país.

“ A disciplina é a parte mais importante do sucesso”Truman Capote

“Durante a nossa vida conhecemos pessoas que vem e ficam...Outras que, vem e passam.Existem aquelas que, vem, ficam e depois de algum tempo se vão.Mas existem aquelas que vem e se vão com uma enorme vontade de ficar...”

Charles Chaplin“ A alma é uma borboleta...Há um instante em que uma voz diz que chegou o momento de uma grande

metamorfose...”Rubem Alves

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Janeiro / Fevereiro Janeiro / Fevereiro Janeiro / Fevereiro Janeiro / Fevereiro Janeiro / Fevereiro de de de de de 20102010201020102010

Agende-seAgende-seAgende-seAgende-seAgende-se

12º ITAIPU RURAL SHOWEmpresa Promotora: Cooperativa Regional ItaipuTipo de Evento: Exposição / FeiraInício do Evento: 27/01/2010Fim do Evento: 30/01/2010Estado: SCCidade: PinhalzinhoLocalização do Evento: Centro de Treinamento e Transfe-

rência de Tecnologias - BR 282, km 280 (cerca de dois quilô-metros a oeste do centro de Pinhalzinho)

Informações com: Cooperativa Regional ItaipuSite: www.cooperitaipu.com.brTelefone: (49) 3366-6500E-mail: [email protected]

13ª JORNADA DE ATUALIZAÇÃO EMAGRICULTURA DE PRECISÃO

Empresa Promotora: Dp. de Engenharia Rural, ESALQ/USPTipo de Evento: Seminário / JornadaInício do Evento: 11/01/2010Fim do Evento: 15/01/2010Estado: SPCidade: PiracicabaLocalização do Evento: ESALQ/USP- Av. Centenário, 1080Informações com: FEALQSite: www.agriculturadeprecisao.org.brTelefone: (19) 3417-6604E-mail: [email protected]

CURSO DE INICIAÇÃO DE POTROS (DOMA)Empresa Promotora: Universidade do CavaloTipo de Evento: Curso / TreinamentoInício do Evento: 21/01/2010Fim do Evento: 24/01/2010Estado: SPCidade: SorocabaLocalização do Evento: Uni. do Cavalo - Fazenda ChaparralInformações com: Universidade do CavaloSite: www.universidadedocavalo.com.brTelefone: (15) 3202 7866E-mail: [email protected]

CURSO BÁSICO DE RÉDEAS E CONTROLE DO CAVALOEmpresa Promotora: Universidade do CavaloTipo de Evento: Curso / TreinamentoInício do Evento: 25/01/2010Fim do Evento: 26/01/2010Estado: SPCidade: SorocabaInformações com: Universidade do CavaloTelefone: (15) 3292 6633E-mail: [email protected]

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CLÍNICA DE CCE - CONCURSO COMPLETO DEEQUITAÇÃO

Empresa Promotora: Universidade do CavaloTipo de Evento: Curso / TreinamentoInício do Evento: 28/01/2010Fim do Evento: 31/01/2010Estado: SPCidade: SorocabaLocalização do Evento: Uni. do Cavalo - Fazenda ChaparralInformações com: Universidade do CavaloTelefone: (15) 3202 7866E-mail: [email protected]

SHOW RURAL COOPAVEL 2010Empresa Promotora: Coopavel Cooperativa AgroindustrialTipo de Evento: Exposição / FeiraInício do Evento: 08/02/2010Fim do Evento: 12/02/2010Estado: PRCidade: CascavelLocalização do Evento: Show Rural CoopavelInformações com: CoopavelSite: www.showrural.com.brTelefone: (45) 3225-6885E-mail: [email protected]

20ª ABERTURA OFICIAL DA COLHEITA DO ARROZEmpresa Promotora: Federação das Associações de Arro-

zeiros do RS (Federarroz), Assoc. dos Arrozeiros de CamaquãTipo de Evento: Dia-de-Campo / Visita TécnicaInício do Evento: 25/02/2010Fim do Evento: 27/02/2010Estado: RSCidade: CamaquãLocalização do Evento: Parque do Sindicato Rural de CamaquãInformações com: FederarrozSite: www.colheitadoarroz.com.brTelefone: (53) 3243.6002/3243.2562E-mail: [email protected]

FESTA NACIONAL DA UVA 2010Empresa Promotora: Festa Nacional da Uva Turismo e

Empreendimentos S/ATipo de Evento: Rodeio / Festa do Peão / Outras FestasInício do Evento: 18/02/2010Fim do Evento: 07/03/2010Estado: RSCidade: Caxias do SulLocalização do Evento: Pavilhões da Festa da UvaInformações com: SECRETARIA DO TURISMOSite: www.festanacionaldauva.com.brTelefone: 0800- 541-1875

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