economia 2 desenvolvimento histórico e econômico do brasil (i) café

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Economia BrasileiraEconomia Brasileira

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Desenvolvimento histórico e econômico do Brasil (II)

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A economia cafeeira

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Economia cafeeira séculos XVIII-XIX = crise do setor

exportador (bloqueio continental / pressão inglesa pelo fim do tráfico negreiro / falta de mercado consumidor)

saída da crise plantação de café (região do Vale do Paraíba Fluminense e Paulista)

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• até meados século XIX = mão-de-obra escrava, remanescente da mineração

• 1850 – Lei Eusébio de Queirós = proíbe o tráfico de escravos para o Brasil

imigração europeia

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Mudança econômica

• Desenvolvimento da cafeicultura

(região do Vale do Paraíba Fluminense e Paulista)

• Deslocamento do eixo econômico do país do Nordeste para o Centro-Sul

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Importância da cafeicultura• Deu origem a uma nova elite empresarial que soube

utilizar o Estado como instrumento de seus interesses;

• Criou novas demandas por produtos e serviços, dinamizando o mercado interno;

• Estimulou a criação de uma civilização urbana (São Paulo), localizada entre os centros produtores e o porto exportador;

• Deu origem à criação de uma infraestrutura de comunicações e transporte (ferrovias);

• Teve um papel decisivo na extinção do trabalho escravo.

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Mudança social: transição do trabalho escravo para o trabalho livre

• A partir de 1850 (Lei Eusébio de Queirós), a cafeicultura não pode mais contar com o trabalho escravo que se tornara muito caro;

• Cafeicultores passam a utilizar a mão-de-obra de imigrantes europeus. A escravidão africana torna-se antieconômica e, por isso, é condenada à extinção.

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O comerciante de café e ocrédito agrícola

século XIX e meados do século XX

os mecanismos de financiamento da produção vinculavam-se profundamente à comercialização do produto tendo como figura central os comerciantes de café (comissários) de Santos e do Rio de Janeiro.

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A cultura do café exigia investimentos de gestação demorada, pois:

é uma cultura permanente de trato intensivo, ou seja, a lavoura requer cuidados o ano todo;

necessita de um longo período para a plena formação dos cafezais (5-6 anos).

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• A função de comercialização era extremamente especializada envolvendo o preparo de diversos tipos de café e outras características que refletiam as exigências das demandas externas de diversas procedências.

• O comércio concentrava-se nos portos de Santos e do Rio de Janeiro = motivo principal: logística.

• A relação entre produtores e comerciantes ia além da relação comercial e baseava-se em inúmeros serviços pessoais.

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• Na ausência de um sistema bancário voltado à produção, o comerciante era o único agente capaz de tomar dinheiro emprestado e repassá-lo ao fazendeiro Em troca o comerciante adquiria um cliente cativo, recebendo comissão de 3% do valor da venda.

• Os comerciantes não auferiam lucro do repasse do empréstimo, ou seja, os juros cobrados dos fazendeiros (9-12%) eram os mesmos que o comerciante pagava.

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• Informalidade entre comerciantes e fazendeiros (relação de crédito pessoal)

relações financeiras baseadas na reputação (confiança) os fazendeiros mantinham relações financeiras e pessoais com os comerciantes e estes, por sua vez, tinham reputação perante os bancos (baixo custo de monitoramento e seleção).

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O vapor alemão Silvia, carregado com 130.136 sacos de café, maior carregamento saído do Brasil. Agentes Theodor Wille & Cia.

Revista da Semana / Jornal do Brasil (jan. 1902)

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Esgotamento do sistema financeiro da economia cafeeira

• A informalidade do sistema de crédito permitia grande flexibilidade ao fazendeiro, que poderia postergar o pagamento quando as cotações do café baixassem.

• O crescimento dos negócios exigia garantias mais sólidas.

• Em razão do aumento do número de “casas comissárias”, os riscos maiores foram diluídos.

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O comércio do café contava com três classes de intermediários na praça do Rio de Janeiro:

1. Comissários: desempenhavam as funções mencionadas e eram, via de regra, brasileiros e portugueses;

2. Ensacadores: compravam dos comissários, manipulavam e classificavam os tipos de café, também eram, em geral, brasileiros e portugueses;

3. Exportadores: eram estrangeiros, principalmente ingleses.

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• Conflito de interesses entre comissários e ensacadores versus exportadores:

comissários recebiam comissão e, portanto, queriam vender o café ao melhor preço.

exportadores visavam comprar ao menor preço.

• Como o comércio exportador era controlado por estrangeiros, uma parcela considerável da renda gerada na economia cafeeira era apropriada pelo capital estrangeiro e enviada ao exterior.

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A questão da mão-de-obra• Até a década de 1930, no Sudeste, a mão-de-obra

assalariada era recrutada entre os imigrantes, embora já houvesse, desde as últimas décadas do século XIX, um grande contingente potencial de trabalhadores assalariados entre os brasileiros natos.

• De 1880 a 1930: chegada de 4 milhões de imigrantes / final do século XIX, os imigrantes constituíam cerca de metade da população adulta de São Paulo e mais de 10% da população adulta do país.

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Italianos em Santos (1875)

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Café e indústrias

• Primeiro surto industrial no país (1845-1875)

Pioneiro:

visconde de Mauá (Irineu Evangelista de Souza)

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Motivos do “surto industrial”• Emancipação política preservou o trabalho escravo e a

economia voltada para o mercado externo;• Não havia uma política deliberada de fortalecimento do

mercado interno ou de implantação de um projeto de industrialização;

• Principal fonte de renda do governo: impostos cobrados sobre as importações;

• Tarifa Alves Branco (1844): aumenta impostos cobrados sobre as importações;

• Lei Eusébio de Queirós (1850): ao proibir o tráfico de escravos liberou capitais que puderam ser investidos em outras atividades.

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Motivos do fracasso do“surto industrial”

1.Ausência de política industrial;

2.Existência de um modelo econômico voltado para o mercado externo;

3.Problemas de gestão administrativa dos negócios.

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Relações entreo café a indústria

Há controvérsias. Para alguns a cafeicultura foi obstáculo à industrialização. Para outros, impulsionou a industrialização.

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Café dificultou a industrialização

• O café deu origem a uma elite agrário-exportadora que não tinha interesse em patrocinar o projeto industrial. Compradores de café no exterior eram produtores de manufaturas.

• Acreditava-se ser benéfica uma “divisão internacional” do trabalho e da produção;

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• A elite agrário-exportadora não estava interessada em patrocinar uma eventual política protecionista, pois encareceria os produtos importados que estava habituada a consumir;

• A indústria nacional não teria como competir em pé de igualdade com os grandes centros industriais no exterior.

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Café facilitou a industrialização

• O café propiciou a concentração social e regional da renda que pode ser utilizada como investimento inicial para a indústria;

• O café consolidou a economia de mercado interno, criando consumidores e mão-de-obra disponível para a indústria;

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• O café deu origem à infraestrutura de comunicação e transportes ao interligar os centros produtores com os portos exportadores, importantes também para a indústria;

• Estabelecida a República, a chamada “política de valorização do café”, ao manipular taxas cambiais, encarecia produtos importados, funcionando assim como medida protecionista para a indústria.