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Universidade Federal de Viçosa campus Florestal Engenharia de Alimentos EAF 418 Cinética e Cálculo de Reatores Jéssica Caroline Corrêa de Oliveira 333 Karen Regina Guimarães 334 Atividade Prática 8 Objetivo Analisar os parâmetros que afetam o crescimento de múltiplas células em um bioreator contínuo tipo CSTR. 1. Equações que descrevem o comportamento do biorreator CSTR. Os dados iniciais para a realização desta prática são: Fluxo = 50 L/h; S 0 = 100 g/L; A = 5 g/L; B = 5 g/L; S R = 100 g/L; O gráfico apresentado na Figura 1 representa o efeito da concentração de substrato S na velocidade específica de crescimento de duas bactérias: Bactérias A e B. Essas duas bactérias foram inoculadas em um reator CSTR, com volume de 100 L. Nesta prática foram testadas diferentes condições iniciais para analisar o crescimento das bactérias.

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  • Universidade Federal de Viosa campus Florestal

    Engenharia de Alimentos

    EAF 418 Cintica e Clculo de Reatores

    Jssica Caroline Corra de Oliveira 333

    Karen Regina Guimares 334

    Atividade Prtica 8

    Objetivo

    Analisar os parmetros que afetam o crescimento de mltiplas clulas em um

    bioreator contnuo tipo CSTR.

    1. Equaes que descrevem o comportamento do biorreator CSTR.

    Os dados iniciais para a realizao desta prtica so:

    Fluxo = 50 L/h;

    S0 = 100 g/L;

    A = 5 g/L;

    B = 5 g/L;

    SR = 100 g/L;

    O grfico apresentado na Figura 1 representa o efeito da concentrao de

    substrato S na velocidade especfica de crescimento de duas bactrias: Bactrias A

    e B. Essas duas bactrias foram inoculadas em um reator CSTR, com volume de

    100 L. Nesta prtica foram testadas diferentes condies iniciais para analisar o

    crescimento das bactrias.

  • 2

    Figura 1: Diagrama Esquemtico do biorreator tipo CSTR.

    1.1. Balano de massa para clulas em um biorreator tipo CSTR.

    Clula A

    ( ) ( )

    Eq. 1

    Onde:

    F = fluxo da alimentao e de descarga;

    A = concentrao de clulas em unidade de massa por volume;

    RA = a velocidade de crescimento celular;

    dA/dt = representa a variao na concentrao de clulas no biorreator

    em relao ao tempo.

    Rearranjando a equao 1, tem-se:

    ( ) Eq. 2

    Considerando que rA = AA e a taxa de diluio D=F/V, a equao 2 pode ser

    descrita como:

    ( ) Eq. 3

    A Eq. 3 representa a variao da concentrao de clulas com o tempo no

    regime transiente.

    Considerando:

    Alimentao estril

    A Eq. 3 se torna:

  • 3

    ( ) Eq. 4

    Em regime permanente, .

    Assim, a Eq. 4 se torna:

    Eq. 5

    Clula B

    ( ) ( )

    Eq. 6

    Onde:

    F = fluxo da alimentao e de descarga;

    B = concentrao de clulas em unidade de massa por volume;

    RB = a velocidade de crescimento celular;

    dB/dt = representa a variao na concentrao de clulas no biorreator

    em relao ao tempo.

    Rearranjando a Eq. 6, tem-se:

    ( ) Eq. 7

    Considerando que rA = AA e a taxa de diluio D=F/V, a Eq. 7 pode ser descrita

    como:

    ( ) Eq. 8

    A Eq. 8 representa a variao da concentrao de clulas em relao ao

    tempo no regime transiente.

    Considerando:

    Alimentao estril

    A Eq. 8 se torna:

    ( ) Eq. 9

    Em regime permanente, .

    Assim, a Eq. 9 se torna:

    Eq. 10

    1.2. Balano de massa para S:

    Em regime transiente

    ( ) ( )

    Eq. 11

  • 4

    [( ) ( )]

    Como D= F/V, a Eq. 11 torna-se:

    [( ) ( )] Eq. 12

    Em regime permanente .

    [( ) ( )] Eq. 13

    A taxa de consumo de substrato pode ser definida como:

    Eq. 14

    Assim, tem-se:

    [( ) ( )] Eq. 15

    2. Anlise do efeito dos diferentes fluxos nas condies de regime

    permanente. Simulao com os fluxos: 10; 50; 65 e 90 L/h.

    A Figura 2 mostra o a simulao do efeito do fluxo na velocidade especfica

    de crescimento para o fluxo de 10 L/h.

    Figura 2: Simulao para Fluxo = 10 L/h.

    A Figura 3 mostra o a simulao do efeito do fluxo na velocidade especfica

    de crescimento para o fluxo de 50 L/h.

  • 5

    Figura 3: Simulao para Fluxo = 50 L/h.

    A Figura 4 mostra o a simulao do efeito do fluxo na velocidade especfica

    de crescimento para o fluxo de 65 L/h.

    Figura 4: Simulao para Fluxo = 65 L/h.

    A Figura 5 mostra o a simulao do efeito do fluxo na velocidade especfica

    de crescimento para o fluxo de 90 L/h.

  • 6

    Figura 5: Simulao para Fluxo = 90 L/h.

    Os dados das variveis em estudo no regime permanente esto disponveis

    na Tabela 1.

    Tabela 1: Simulao Teste 2.

    F (L/h) S (g/L) A (g/L) B (g/L) A B D (h-1) V (L)

    10 0,11 0,25 79,51 0,04 0,10 0,10 100

    50 2,00 0,11 78,23 0,40 0,50 0,50 100

    65 8,68 0,67 0,18 0,65 0,61 0,65 100

    90 100,00 0,00 0,00 0,78 0,65 0,90 100

    Analisando os dados da Tabela 1 observa-se que em valores menores de

    fluxos, F = 10 L/h e F = 50 L/h, (observados nas simulaes da Figura 2 e Figura 3)

    apenas a bactria B cresce no biorreator, pois as taxas de diluio nas duas

    simulaes foram iguais s velocidades especficas de crescimento de B.

    Analisando a bactria A nesses mesmos fluxos, observou-se uma lavagem das

    clulas, pois as taxas de diluio nas duas simulaes foram maiores que suas

    velocidades especficas de crescimento.

    Entretanto, quando o fluxo foi 65 L/h a taxa de diluio foi maior que a

    velocidade especfica de crescimento da bactria B e igual a da bactria A, por isso

    ocorre a lavagem das clulas de B, mantendo-se apenas as clulas da bactria A.

    Quando o fluxo foi 90 L/h nenhuma das bactrias conseguiu manter o

    crescimento no sistema porque ocorre lavagem de ambas as clulas, ou seja, D>A

    e D> B.

  • 7

    3. Existe algum fluxo no qual as clulas mantm-se no reator? Qual esse

    fluxo? Porque difcil manter as duas clulas crescendo no reator CSTR?

    Para as duas clulas se manterem no reator, as condies de crescimento de

    cada uma devem se coincidir. Quando a condio do reator CSTR propcia para o

    crescimento mtuo das clulas, a velocidade especfica de crescimento de ambas

    a mesma. Dessa forma, tem-se que:

    Para a concentrao de substrato igual a zero, as bactrias se manteriam no

    reator, mas no haveria crescimento de bactrias e, por isso no faz sentido calcular

    o fluxo.

    A partir da concentrao de substrato encontrada, possvel obter o valor da

    velocidade especfica de crescimento. Considerando que:

    A = B = D = F/V

    Com isso, o fluxo para essa concentrao de substrato :

    Com isso, observa-se que no fluxo F = 58,57 L/h a concentrao de substrato

    disponvel no reator ideal para o crescimento simultneo das duas bactrias.

    Na Figura 6 pode ser observada a simulao na vazo de entrada ideal para

    o crescimento das bactrias A e B. Nela a velocidade especfica de crescimento das

    clulas a mesma ( = 0,58 h-1), a concentrao de substrato S = 5,25 g/L e as

    concentraes das clulas so A = 39,03 g/L e B = 13,35 g/L.

  • 8

    Figura 6: Simulao para Fluxo = 58,57 L/h.

    No entanto, manter as duas clulas crescendo no reator CSTR muito difcil

    devido grande dificuldade de manter o controle do fluxo. Qualquer variao na

    vazo proporcionar o crescimento de uma das clulas.

    Uma forma de contornar essa situao seria utilizar um sistema com

    recirculao de clulas. A recirculao aumenta a taxa d converso do sistema e

    tambm a sua estabilidade.

    Se ocorresse qualquer alterao, por pequena que fosse, acarretaria em uma

    grande diferena na concentrao de clulas na sada do reator, comprometendo a

    produtividade do sistema.