UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS - MG
Instituto de Ciências da Natureza
Curso de Geografia – Bacharelado
ANA CAROLINA MORAES
ASPECTOS SOCIOESPACIAIS DAS FEIRAS LIVRES DE
DESCALVADO-SP
Alfenas - MG
2019
ANA CAROLINA MORAES
ASPECTOS SOCIOESPACIAIS DAS FEIRAS LIVRES DE
DESCALVADO-SP
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como parte dos requisitos para
obtenção do título de Bacharel em
Geografia pelo Instituto de Ciências da
Natureza da Universidade Federal de
Alfenas- MG, sob orientação do Prof. Dr.
Gil Carlos Silveira Porto.
Alfenas – MG
2019
Banca Examinadora
_____________________________________________
Orientador: Prof. Dr. Gil Carlos Silveira Porto (ICN - UNIFAL/MG)
_____________________________________________
Prof. Dr. Estevan Leopoldo de Freitas Coca (ICN - UNIFAL/MG)
_____________________________________________
Prof. Dr. Flamarion Dutra Alves (ICN- UNIFAL/MG)
Alfenas (MG), __/__/____
_________________________________
Resultado
Agradecimentos
À Universidade Federal de Alfenas pela estrutura e qualidade de ensino.
O corpo docente do curso de Geografia por todo apoio e aprendizado.
Aos meus pais e irmãos por terem acreditado em mim em meio às dificuldades encontradas
durante o curso
A todas (os) amigas (os) pelos ensinamentos durante todo o curso.
Ao movimento estudantil, em especial o Coletivo Juntos por me ensinarem a necessidade de
lutar pela universidade publica, democrática e de qualidade.
Aos entrevistados e bibliotecárias de Descalvado, sem eles a pesquisa não teria sido
concluída.
Resumo
O presente trabalho apresentam um estudo das feiras livres do município de Descalvado-SP,
tendo por objetivo investigar e caracterizar elementos socioespaciais, a partir de levantamento
bibliográficos, trabalho de campo realizadas nas próprias feiras, e elaboração de dados através
de questionários e entrevistas. Foram considerados aspectos morfológicos e traçados os perfis
tantos dos feirantes quanto dos consumidores, a fim de caracterizar os dinâmicos presentes no
dia-a-dia das feiras livres que permitem a permanência das mesmas até os dias atuais mesmo
com o avanço de mercados modernos.
Palavra-chave: feiras livres; socioespacial; comércio; circuito inferior; agricultura familiar.
Resumen
Este trabajo presenta un estudio de las ferias libres del municipio de Descalvado (SP); tiene
por objetivo investigar y caracterizar los elementos socio-espaciales, económicos y culturales.
A partir de estudios bibliográficos, visita técnica realizada en las ferias y recolección de datos
a través de cuestionarios y entrevistas . Fueron considerados los aspectos morfológicos y
rastreados los perfiles tanto de los vendedores cuanto de los consumidores, a fin de
caracterizar las dinámicas presentes en el día a día de las ferias libres que permiten la
permanencia de esas hasta los días actuales, aunque los mercados modernos tengan
avanzados.
Palabra-clave: ferias libres; socio-espacial; comercio; circuito inferior; agricultura familiar.
Lista de ilustrações
Mapa 01 – Localização do Município de Descalvado-SP ......................................................16
Gráfico 01 – População do Município de Descalvado-SP entre os anos de 1980 e 2016.......18
Gráfico 02 – Densidade Demográfica (Habitantes/km²) do Município de Descalvado-SP entre
os anos de 1980 e 2016.............................................................................................................19
Gráfico 03 – Grau de Urbanização (Em %) do Município de Descalvado-SP entre os anos de
1980 e 2016..............................................................................................................................20
Gráfico 04 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM - do Município de
Descalvado-SP dos anos de 1991, 2000 e 2010.......................................................................20
Gráfico 05 – PIB (Em mil reais correntes) do Município de Descalvado-SP entre os anos de
2002 e 2016...............................................................................................................................22
Gráfico 06 – PIB Per Capita (Em mil reais correntes) do Município de Descalvado-SP entre
os anos de 2002 e 2016.............................................................................................................22
Gráfico 07- Participação dos Setores do PIB de Descalvado- SP............................................23
Mapa 02 – Localização das feiras livres do Município de Descalvado-SP.............................32
Figura 03 – Feira Livre na Antiga Estação da FEPASA .......................................................33
Figura 04 – Feira Livre na Antiga Estação da FEPASA.........................................................34
Figura 05 – Feira Livre na Praça São Benedito.......................................................................35
Figura 06 – Feirantes e o seus produtos na Praça São Benedito.............................................36
Figura 07– Produtos e Consumidores da Feira na Praça São Benedito..................................36
Figura 08 – Feira Livre na Praça da Saudade.........................................................................37
Figura 09– Produtos da Feira Livre na Praça da Saudade......................................................38
Figura 10– Produtos e Consumidores da Feira Livre na Praça da Saudade...........................38
Gráfico 08– Produtos Comercializados ..................................................................................43
Gráfico 09– Procedência dos Produtos...................................................................................43
Gráfico 10– Quantas Vezes Compram Produtos na Semana..................................................44
Gráfico 11– Produtos Comprados pelosConsumidores...........................................................48
Gráfico 12– Comparação Feira x Mercados Convencionais...................................................49
Lista de quadros
Quadro 01– Características dos Dois Circuitos da Economia Urbana em Países
Subdesenvolvidos..................................................................................................................... 30
Lista de tabelas
Tabela 01 – Renda, Pobreza e Desigualdade...........................................................................21
Tabela 02 – Agricultura...........................................................................................................24
Tabela 03 – Indústria...............................................................................................................24
Tabela 04 – Comércio e Serviços............................................................................................25
Tabela 05 – Idade, Sexo e Naturalidade dos Feirantes............................................................40
Tabela 06 – Renda Mensal dos Feirantes.................................................................................41
Tabela 07 – Escolaridade dos Feirantes...................................................................................41
Tabela 08 – Trabalha por Conta Própria, Pessoas que Trabalham com os Feirantes e Exerce
Outra Atividade........................................................................................................................41
Tabela 09 – Anos Trabalhando nas Feiras, Feirantes que Trabalham em Outras Feiras.........42
Tabela 10 – Valor de Investimento Mensal e Situação das Barracas......................................44
Tabela 11 – Idade, Sexo e Naturalidade dos Consumidores...................................................46
Tabela 12 – Renda Média Familiar..........................................................................................46
Tabela 13 – Escolaridade dos Consumidores..........................................................................46
Tabela 14 – Frequenta Outras Feiras, Frequência que vai a Feira e Gasto Médio..................47
Tabela 15– Frequenta a Feira Apenas para Comprar e Costume de Levar Familiares e/ou
Amigos......................................................................................................................................48
Tabela 16– Compra com Feirante............................................................................................49
Lista de siglas
AFADE – Associação de Agricultura Familiar de Descalvado
CEAGESP – Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo
CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e
Turístico do Estado de São Paulo
FEPASA – Ferrovia Paulista S/A
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
PIB – Produto Interno Bruto
SAPA – Secretária de Agricultura, Pecuária e Abastecimento-
SEAD – Sistema Estadual de Análise de Dados
Sumário
Lista de ilustrações....................................................................................................................09
Lista de tabelas..........................................................................................................................10
Lista de quadros........................................................................................................................11
Lista de siglas ...........................................................................................................................12
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................13
2 METODOLOGIA................................................................................................................14
3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO..............................................................16
3.1 Aspectos Históricos da Formação do Município de Descalvado-SP ............................17
3.2 Aspectos Populacionais ................................................................................................... 18
3.3 Estrutura Econômica........................................................................................................22
4 AS FEIRAS LIVRES...........................................................................................................26
4.1 Origem das Feiras Livre...................................................................................................26
4.2 Feira Livre e Agricultura Familiar.................................................................................27
4.3 Caracterização das Feiras Livres Através da Teoria dos Circuitos da Economia......30
5 CARACTERIZAÇÃO DAS FEIRAS LIVRES DE DESCALAVDO- SP .....................31
5.1 A Primeira Feira...............................................................................................................32
5.2 A Feira da Praça São Benedito........................................................................................34
5.3 A Feira Da Praça da Saudade .........................................................................................37
6 OS ATORES DAS FEIRAS LIVRES DE DESCALVADO- SP......................................40
6.1 Os Feirantes...................................................................................................................... 41
6.2 Os Consumidores .............................................................................................................45
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 50
Referências .............................................................................................................................51
Anexos .................................................................................................................................. 55
13
1 INTRODUÇÃO
As feiras-livres são datadas do século IX, na Europa (PIRENNE, 1936), surgiram no
momento que o homem produziu além de suas necessidades, levando-o a realizarem a troca
do excedente produzido (HUBERMAN, 1981).
No Brasil as feiras livres foram trazidas pelos portugueses. As primeiras feiras
brasileiras foram criadas nos interiores das capitanias/províncias com o intuito de
comercializar animais utilizados para o transporte de carga e passageiros, muitas cidades do
nordeste nasceram a partir das feiras.
Analisar esse tipo de comércio histórico nos leva a compreender de forma mais clara
os elementos e características que contribuem para a permanência e resistência até os dias
atuais.
O objeto de estudo será as Feiras livres do munícipio de Descalvado-SP desde a
primeira nos anos de 1990 até as três feiras que foram instaladas por meio da criação do
“PROJETO FEIRA LEGAIS” decretadas pela Lei Municipal nº 3.356, de 19 de outubro de
2010 com objetivo de fomentar a agricultura familiar gerando renda e emprego para os
mesmos e criar alternativas de comércio para atender as demandas da população do
município.
A pesquisa foi desenvolvida com o objetivo geral investigar e caracterizar elementos
socioespaciais das feiras livres do município de Descalvado-SP. Como objetivo específico
buscou-se caracterizar as feiras através do circuito inferior da economia e traçar o perfil dos
atores que compõem as feiras.
A motivação para investigar e caracterizar as feiras livres da área de estudo veio pela
falta de dados dos mercados informais e pela área ser o meu local de nascimento e as feiras
fazerem parte da minha vivência.
14
2 METODOLOGIA
Inicialmente, foram realizados levantamentos em bancos de dados do Instituto
Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), Atlas Brasil e Fundação Sistema Estadual de
Análise de Dados (Fundação SEAD) e Câmara Municipal de Descalvado a fim de caracterizar
a localização e apresentação dos aspectos da área onde o estudo foi realizado, a apresentação
desses dados foi produzido um mapa de localização, gráficos e tabelas para facilitar a
visualização dos dados. Para caracterização histórica do município foram analisados
documentos e arquivos públicos da Biblioteca Municipal de Descalvado.
Em seguida foi elaborado um referencial teórico sobre a origem e características
apontadas em outros estudos das feiras livres no contexto mundial e brasileiro. Além de
apontar elementos que inserem as feiras na teoria dos circuitos inferior da economia
(SANTOS 1979).
Para caracterização da primeira feira livre foi feita uma retomada histórica do local
onde a mesma está instalada através de referenciais teóricos. Por falta de dados para
fundamentar a origem da primeira feira foram realizadas entrevistas estruturada com três
moradores que presenciaram o surgimento e desaparecimento da mesma.
A definição da origem das feiras livres do “Programa Feira Legal” foi feitas através de
artigos contidos Lei Municipal nº 3.356, de 19 de outubro de 2010 e dados de noticias de
jornais online locais e regionais.
A morfologia e caracterização socioespaciais das três feiras livres foram obtidas a
partir da observação nos trabalhos de campos realizados nos dias 12 de junho, 16 de junho e
23 de junho (todas no ano de 2019) e de fotografias. A Secretaria de agricultura e de
abastecimento criou empecilhos para a obtenção de fotografias na Feira da FEPASA (Ferrovia
Paulista S/A) por isso não contam no trabalho.
Para a definição de perfis dos atores que constroem as feiras foram aplicados
questionários qualitativos e quantitativos, sendo catorze questionários aplicados com feirantes
(sendo nove aplicados na Feira de São Sebastião, três na Feira da Praça da Saudade e dois na
Feira da FEPASA) e dezesseis aplicados com consumidores (sendo dez aplicados na Feira de
São Sebastião, seis na Feira da Praça da Saudade e não foram observados consumidores
durante o período de observação e aplicação dos questionários na Feira da FEPASA). As
amostras foram obtidas de forma aleatória por conveniência com exceção dos questionários
aplicados na feira da FEPASA que foi utilizado a população total de feirantes.
15
Os dados obtidos através dos questionários foram tabulados através do Programa
Excel (Microsoft Office Excel). Os dados foram analisados de forma descritivos e
comparativos por meio de porcentagem. Os resultados foram apresentados em formas de
tabelas e gráficos para facilitar visualização dos leitores.
16
3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010)
Descalvado é um município localizado na Região Centro-Leste do estado de São Paulo e está
inserido na mesorregião de Araraquara, e na microrregião de São Carlos, possui uma área de
755,226 km² (Figura 1). Localiza-se a uma latitude 21º54'14" sul e a uma longitude 47º37'10"
oeste, estando a uma altitude de 679 metros.
O município de Descalvado faz divisa ao norte com os Municípios de Luís Antônio e
Santa Rita do Passa Quatro, a leste com Porto Ferreira e ao sul com São Carlos e Analândia.
Situa-se na depressão periférica paulista e seu bioma é uma transição entre o cerrado e a mata
atlântica.
Mapa 01 – Localização do Município de Descalvado-SP
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
3.1 Aspectos Históricos da Formação Socioespacial do Município de Descalvado - SP
Segundo Belli (1997), por muitos séculos a região onde Descalvado- SP está
localizado, foi habitada por índios caingangues das tribos dos Jês que estiveram estabelecidos
17
em todo o vale do rio Mogi-Guaçu até o início do século XVI. Machados de pedras,
fragmentos de igaçabas e restos de cerâmicas foram encontrados no município onde
atualmente se localiza mineradoras de areia.
Artefatos com características Tupi-Guarani foram encontrados em toda a região do
vale do Mogi-Guaçu (região onde atualmente está localizado Descalvado), Godoy (1974)
complementa:
O vale do Mogi-Guassu, então, toda a região compreendida entre
Piracicaba, Rio Claro, Porto Ferreira, Pirassununga e até Mogy-Mirim e
Mogi-Guassu foi ocupada por volta de 1625, como grande território de
caça, de pesca, de obtenção de recursos naturais para o citado grupo Tupi-
Guarani, pois, todos os materiais líticos (machados, martelos, raspadores,
pilões, pontas de lança e de flechas, etc.) cerâmicos, os desenhos e os rituais
funerários são semelhantes entre si em toda a mencionada região [...]
(GODOY, 1974, p. 150,151).
No período colonial a região onde Descalvado está localizado, pertencia a uma grande
sesmaria que se estendia do centro do Estado de São Paulo até parte do sul de Minas Gerais.
“Terras foram doadas no século XVII ao bandeirante Amador Bueno da Veiga como
recompensa por sua participação na Guerra dos Emboabas” (KAISTEN, 2001, p.9). A guerra
dos emboabas foi travada de 1707 a 1709 pelo direito de exploração das recém-descobertas
jazidas de ouro na região onde se encontra atualmente o estado de Minas Gerais.
Devido à interiorização do Estado de São Paulo por volta do ano de 1800, famílias de
posseiros vindos de outras áreas do país, principalmente do sul de Minas Gerais, se
estabeleceram nas terras conhecidas como sertão araraquarense nas planícies dos rios do
Pântano e Mogi-Guaçu transformando a mata virgem em fazendas produtoras de café, fumo e
um pouco mais tarde cana- de- açúcar.
Segundo Mano (2006), os campos/sertões de Araraquara também eram habitados (não
oficialmente) por fugitivos da administração colonial que encontraram refúgio no interior
desconhecido havendo também indícios de quilombos na região durante o século XVIII.
Em 1832, José Ferreira da Silva, um fazendeiro muito religioso construiu a capela de
Nossa Senhora de Belém e 1842, doou, para formação do patrimônio da paróquia, uma área
de terras para povoamento do entorno da capela.
Segundo o IBGE, a formação administrativa do município de Descalvado se originou
na seguinte ordem: Freguesia foi criada com a denominação de Belém do Descalvado, por lei
provincial nº 21, de 28-02-1844, subordinado a vila de no município de Araraquara. Pela lei
provincial nº 13, de 17 de março de 1845, transfere o distrito do município de Mogi Mirim
para o de Rio Claro. Foi Elevado à categoria de vila com a denominação de Belém do
18
Descalvado, por lei provincial nº 72, de 22-04-1865, desmembrado do município de Rio
Claro. Constituído de sede. Instalado em 01-01-1866. Foi elevado à condição de cidade, pela
lei provincial nº 90, de 01-04-1889. Pela lei estadual nº 1157, de 26-12-1908, o município de
Belém do Descalvado passou a denominar-se Descalvado. Em divisão administrativa ano de
1911, o município de Descalvado é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em
divisão territorial datada de 14-V-2001.
Os imigrantes italianos que chegaram massivamente ao município no ano de 1880,
quando o município e toda região ascendeu como grande produtor de café, chegaram via
ferrovia diretamente do Porto de Santos, se estabeleceram na fazenda a fim de trabalharem na
colheita do café. A imigração Italiana foi de grande influência para a manutenção/povoamento
do município sendo suas histórias e tradições permanecem vivas em seus descendentes e nos
habitantes.
3.2 Aspectos Populacionais
Segundo dados do último censo realizado em 2010 pelo IBGE, Descalvado, possuía
uma população de 31.056 habitantes, sendo 27.712 residentes da área urbana e 3.344 da área
rural, com Densidade demográfica de 41,20 hab /km². Desde 1980 houve um crescimento
positivo significante da população absoluta com a diferença de aproximadamente 12 mil
quando comparada a estimativa do ano de 2017 (31.056 habitantes), como pode ser observado
no gráfico1.
Gráfico 1- População do Município de Descalvado-SP entre os anos de 1980 e 2017
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE., Fundação Seade.
19
Em relação a densidade demográfica seguiu tendência aproximada ao crescimento
populacional sendo em 1980 o índice marcava aproximadamente 27 hab /km² diferença de
aproximadamente 15 hab /km² quando comparada a estimativa de 2017 (41,20 hab /km²)
podendo ser observada no gráfico 2.
Gráfico 2- Densidade Demográfica (Habitantes/km²) do Município de Descalvado-SP
entre os anos de 1980 e 2017
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE., Fundação Seade.
O grau de urbanização (gráfico 3) seguiu a mesma tendência de crescimento das
variáveis citadas acima (população e densidade demográfica), sendo que em 1980 o grau de
urbanização era de aproximadamente 67% e na estimativa de 2017 o valor registrado foi de
aproximadamente 90%, crescimento de 23%. A taxa de urbanização cresceu devido ao êxodo
rural e o avanço da cana de açúcar no campo.
20
Gráfico 3- Grau de Urbanização (Em %) do Município de Descalvado-SP entre os anos
de 1980 e 2017
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE., Fundação Seade.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) - Descalvado era 0,760 em 2010, o
que situa esse município na faixa de Desenvolvimento Humano Alto (IDHM entre 0,700 e
0,799), como mostra o gráfico 4, onde em 2001 o índice era 0,550 com diferença de 0,210 em
relação ao ano de 2010.
Gráfico 4- Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM - do Município de
Descalvado-SP dos anos de 1991, 2000 e 2010
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE., Fundação Seade.
21
A análise das condições de vida dos habitantes em 2016 aponta que o salário médio
mensal era de 2.7 salários mínimos (IBGE, 2016), de acordo com o Atlas Brasil, a renda per
capita média do município de Descalvado cresceu 29,93% nas últimas duas décadas, passando
de R$ 614,77, em 1991, para R$ 798,74, em 2010. Isso equivale a uma taxa média anual de
crescimento nesse período de 1,39%.
Segundo dados do Atlas Brasil (tabela 1), a proporção de pessoas pobres, ou seja, com
renda domiciliar per capita inferior a R$ 140,00 (a preços de agosto de 2010), passou de
9,78%, em 1991, para 9,35%, em 2000, e para 5,24%, em 2010. O aumento dos índices de
pobreza e desigualdades pode ser descrita através da diminuição do Índice de Gini, que
passou de 0,51, em 1991, para 0,54, em 2000, e para 0,45, em 2010.
Tabela 01 – Renda, Pobreza e Desigualdade do Município de Descalvado-SP nos anos de
1991, 2000 e 2010
Renda, Pobreza e Desigualdade 1991 2000 2010
Renda per capta 614,77 708,89 798,74
% de Extremamente pobres 2,53 2,09 0,91
% de Pobres
Índice de Gini
9,76 9,35 5,24
0,51 0,54 0,45
Fonte: PNUD, Ipea e FJP.
O Atlas Brasil, indica que proporção de pessoas ocupadas, em relação à população
total era de 30.4%. Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário
mínimo por pessoa, tinha 31.4% da população nessas condições. Entre 2000 e 2010, a taxa de
atividade da população de 18 anos ou mais (ou seja, o percentual dessa população que era
economicamente ativa) passou de 66,48% em 2000 para 67,53% em 2010. Ao mesmo tempo,
sua taxa de desocupação (ou seja, o percentual da população economicamente ativa que
estava desocupada) passou de 12,90% em 2000 para 6,63% em 2010. Em 2010, das pessoas
ocupadas na faixa etária de 18 anos ou mais do município, 14,78% trabalhavam no setor
agropecuário, 1,63% na indústria extrativa, 15,78% na indústria de transformação, 6,86% no
setor de construção, 0,50% nos setores de utilidade pública, 15,65% no comércio e 39,49% no
setor de serviços.
3.3 Estrutura Econômica
22
De acordo com o IBGE e a fundação SEADE (2016), o PIB do município de
Descalvado em 2016 foi R$ 1.385.106.900 e o PIB per capta R$ 43.389,00. Pode-se observar
no gráfico 5, que em 2002 o PIB do município era de R$ 400.000.000, houve um aumento de
aproximadamente de R$ 1. 000.000.000 em relação ao ano de 2016. A relação do PIB per
capta teve uma diferença de R$ 27.000,00 entre os anos de 2002 e 2016 (gráfico 6). A
chegada de indústrias do setor PET contribuiu para o aumento do PIB nos últimos anos
Gráfico 5- PIB (Em mil reais correntes) do Município de Descalvado-SP entre os Anos
de 2002 e 2016
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE., Fundação Seade.
Gráfico 6- PIB Per Capita (Em mil reais correntes) do Município de Descalvado-SP
entre os anos de 2002 e 2016
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE., Fundação Seade.
23
De acordo com a IBGE, a estrutura econômica do município é formada por quatro
setores principais, sendo eles: comércio e serviços, agricultura, indústria e administração
pública, sendo comércio e serviços o setor com maior participação no PIB com 42% como
pode ser observar no gráfico 7.
Gráfico 7- Participação dos Setores do PIB de do Município de Descalvado-SP em 2009
Fonte: Fundação Seade- 2009
3.3.1 Agricultura
A agricultura contribui com 16% de participação no PIB do município, na tabela 3
podemos observar que Descalvado possui 244 estabelecimentos e gera 2.454 empregos
diretamente e indiretamente. Pode-se destacar o cultivo de cana-de-açúcar. Descalvado conta
com uma usina de processamento (Usina Ipiranga), responsável pelo esmagamento de 1.390
toneladas de cana por ano, resultando na produção de 115.024 toneladas/ ano de açúcar e
43.441 m3 /ano de etanol, inserindo o município no contexto global dos biocombustíveis. O
município também fornece matéria-prima para outras três usinas instaladas na região.
comércios
e serviços
42%
agricultur
a
16%
indústria
34%
adm
pública
8%
24
Tabela 02 – Agricultura
Variáveis
Estabelecimentos 244
Emprego 2.454
% PIB 16,9%
Fonte: Fundação Seade- 2009.
3.3.2 Indústria
A atividade industrial representa aproximadamente 34% do PIB do município, é
marcada pela presença de 74 indústrias de diversos segmentos, algumas delas de grande porte
e representatividade nacional e internacional e emprega cerca de 2.196 pessoas (tabela 3).
Tabela 03 – Indústria
Variáveis
Estabelecimentos 74
Empregos 2.196
% PIB 34,92%
Fonte: Fundação Seade- 2009.
3.3.3 Comércio e serviços
O comércio se concentra em dois corredores comerciais é oferecida uma variedade de
produtos (eletroeletrônicos, vestuário, móveis, alimentícios, cosméticos) nos mais de 600
estabelecimentos instalados.
O setor de serviços é um dos mais desenvolvidos do município, com uma rede de
1.300 prestadores (transportadoras, escritórios de engenharia, obras, jurídico). Descalvado
possui também sete agências bancárias e dois estabelecimentos de crédito.
O setor de comércios associado com o de serviços possui cerca de 900
estabelecimentos emprega 3.568 pessoas, sendo esse o setor com maior número de
estabelecimento em consequência o número de empregos também é o maior em relação aos
outros setores da economia do município (tabela 4).
25
Tabela 04 – Comércio e Serviços
Variáveis
Estabelecimentos 868
Empregos 3.568
% PIB 46,14%
Fonte: Fundação Seade- 2009.
No levantamento de dados secundários não foram encontrados índices aparte da
economia informal onde a feira livre está inserida e que se faz presente no município nos
próximos capítulos pretende-se preencher essa lacuna de dados através dos resultados da
presente pesquisa.
26
4 AS FEIRAS LIVRES
A feira livre é uma forma comercial onde há concentração de pessoas, capitais,
mercadorias e, por si, de renovação ou de resistência no espaço urbano. Elas se originam de
forma espontânea nas cidades e são formadas por uma reunião pública e autorizadas de
compradores e vendedores de mercadorias, que se encontra em intervalos regulares em uma
localidade preestabelecida (BROMLEY, 1980). Nelas ocorrem relações socioeconômicas e
alimentícias e “não são apenas o local de encontro e da procura de bens e mercadorias, mas,
também o lugar onde se realizam e condicionam um sem número de atividades paralelas:
sociais, religiosas, políticas, administrativas, recreativas, etc.” (MOTT, 1975, p. 10)
Coutinho, Neves e Silva (2006) e Vieira (2004) apontam que embora as feiras livres
sejam consideradas como modelo comercial ultrapassado, que preserva características
medievais as feiras livres são consideradas uma importante estrutura de abastecimento de
alimentos das cidades, especialmente em cidades pequenas e do interior, pois promovem o
desenvolvimento econômico e social, fomentando a economia dessas pequenas cidades.
Oferecem produtos sempre frescos e permitem uma relação restrita entre consumidores e
produtores e o poder de negociação exercido por eles.
Dolzani e Jesus (2004) descrevem a feira como um microcosmo do panorama
socioeconômico e cultural de algumas cidades. Pode-se acrescentar que a feira não se
configura apenas como um local de compra e venda, mas também de encontros e lazer, é um
fato social com características peculiares.
As feiras livres têm sido analisadas utilizando o conceito de "mercado periódico", pois
se aproxima mais da forma dessas atividades, enquanto realidades da economia urbana. Nesse
sentido Bromley, Symanky e Good (1980), afirmam que para se estudar as instituições
comercias não se deve levar em consideração apenas os processos econômicos
contemporâneos, mas também deve-se atentar ao contexto social e histórico da atividade
comercial.
4.1 Origens das Feiras Livres
27
A Feira livre tem sua origem e difusão junto à evolução das trocas de mercadorias no
sistema Feudal. O surgimento das feiras livres, historicamente é “atrelado ao aparecimento
dos primeiros burgos (núcleos populacionais que surgiram nas cercanias dos castelos) e a
intensificação das trocas comerciais” (ANJOS; GODOY e CALDAS, 2005, p.16). As feiras
surgiram no momento que o homem produziu além de suas necessidades, levando-o a
realizarem a troca do excedente produzido (HUBERMAN, 1981). Algumas fontes históricas
dão conta da existência destas práticas entre os Astecas, os gregos e os romanos (Almeida,
2009).
De acordo com Pirenne (1936), as feiras livres também conhecidas como feiras
populares são datadas do século IX, na Europa, o aumento produção agrícola gerou grande
excedente de mercadorias a partir desse fato os produtores rurais começaram a organizar
locais com o objetivo de suprir a população local, com os gêneros de necessidade básica
surgindo assim as feiras. Para Gonçalves & Abdala (2013) os mercados locais se organizavam
como vistas a suprir a população com gêneros de primeira necessidade, o que evidencia que
estas práticas surgiram com as primeiras aglomerações, povoados, vilas e posteriormente
cidades.
No Brasil, são heranças das tradicionais feiras medievais europeias, trazidas pelos
colonizadores portugueses. As primeiras feiras brasileiras foram criadas nos interiores das
capitanias/províncias e estavam associadas a atividade criadora, onde eram realizadas trocas
de animais que eram utilizados para transporte e tração nas principais atividades econômicas
no período colonial. Muitas cidades do nordeste, principalmente no sertão, nasceram a partir
das feiras. Os sertanejos que migraram para as capitais das províncias e dos atuais estados
federados, levando a cultura e a tradição desses mercados (MOTT, 1975).
4.2 Feira Livre e Agricultura Familiar
Para Wanderley (1996) Agricultura Familiar pode ser compreendida de forma
genérica como a categoria onde a família é detentora dos meios de produção, porém é
responsável pelo trabalho produtivo de sua propriedade.
De acordo com a Lei 11.326/2006 agricultores familiares são aqueles que praticam
atividades no meio rural, possuem área de até quatro módulos fiscais, onde a mão de obra da
própria família e possua renda vinculada ao próprio estabelecimento e gerenciamento do
estabelecimento ou empreendimento por familiares. Também fazem parte dessa classificação
28
silvicultores, agricultores, extrativistas, pescadores, indígenas, quilombolas e assentados da
reforma agrária.
Segundo dados do Censo Agropecuário realizado pelo IBGE em 2006, 84,4% do total
de propriedades rurais brasileiras pertencem a grupos familiares. São aproximadamente 4,4
milhões de unidades produtivas, porém ocupam apenas 24,3% (ou 80,25 milhões de hectares)
da área destinada a estabelecimentos agropecuários brasileiros. Cerca de 13,8 milhões de
pessoas trabalham em estabelecimentos familiares, o que corresponde a 77% da população
ocupada na agricultura. Apesar destes dados a agricultura familiar ainda um segmento muitas
das vezes ignorado e invisibilizado pelo Poder Público. Com a modernização da agricultura,
os pequenos produtores foram muito afetados, uma vez que as políticas públicas privilegiaram
os grandes produtores (agricultura patronal) que em sua maioria produzem para o
abastecimento do mercado externo.
Alguns governos criaram algumas políticas públicas para o incentivo da agricultura
familiar a exemplo o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), criado pelo art. 19 da Lei
nº 10.696, de 02 de julho de 2003, possui por finalidade promover o acesso à alimentação e
incentivar a agricultura familiar.
Outra forma de incentivar a agricultura familiar são as feiras livres criadas pelos
órgãos públicos através de programas, pois fomenta a comercialização de produtos de
pequenos produtores que não estão inserido no comércio local por conta de sua produção ser
em pequena escala. A opção por comercializar seus produtos em feiras livres garante ao
agricultor familiar a rentabilidade e movimenta a economia de muitas famílias que vivem no
campo. As feiras livres de Descalvado-SP, área de estudo, foram criadas através de um
programa da prefeitura municipal esse aspecto será detalhado no capítulo 5 do presente
trabalho.
4.3 Caracterização das Feiras Livres Através da Teoria dos Circuitos da Economia
As feiras livres são elementos urbanos que se diferenciam de outros tipos de
comércios, além de serem de grande importância para a reprodução dos valores locais, a
inclusão produtiva dos agricultores, o abastecimento de cidades pequenas, localizadas longe
das principais rotas de distribuição de alimentos e o aquecimento da economia urbana,
resultado das compras dos feirantes apesar da expansão dos agentes econômicos modernos
como a indústria e supermercados. Analisar esse tipo de comercio histórico nos leva a
29
compreender de forma mais sucinta os elementos econômicos que contribuem para a
permanência e importância desse comércio nos centros urbanos.
Braudel (1998) afirma que os mercados livres, são dominados pelo setor informal e
terciário, apresentando elementos rústicos e técnicos tradicionais de exposição e venda, com
possibilidades de barganha dos produtos exibidos nesses locais, portanto se diferenciando dos
comércios modernos.
Ribeiro (2007), aponta que as feiras acabam se diluindo na paisagem local e rotuladas
de maneira insignificante, pois o seu movimento está voltado para uma economia informal e
complementa:
É por isto que se pode afirmar que as feiras recebem uma atenção que fica muito
aquém do movimento econômico que anima, e suas vendas costumam ser
consideradas pequenas, e efetivamente serão, se forem comparadas aos negócios que
acontecem na cadeia produtiva da soja ou do leite. A pequeneza, porém, é um
conceito muito relativo. [...] As feiras geram receitas que dinamizam esses
municípios, criam e colocam em circulação recursos que alimentam a população
urbana e contribuem para a soberania alimentar. As feiras livres beneficiam aos
agricultores, ao comércio urbano e aos consumidores (RIBEIRO, 2007, p. 56).
Diversos autores identificaram em seus estudos de casos elementos que classificam as
feiras livres como pertencentes ao circuito inferior da economia. Queiroz e Azevedo (2012),
concluíram que o baixo grau de tecnologia, organização administrativa e capital caracterizam
a feira como pertencentes ao circuito inferior da economia. Porto (2005) verificou que “a
maioria dos atributos do circuito inferior está presente no “acontecer” das feiras livres. Essas
características vão desde as relações estabelecidas entre comprador e vendedor à organização
interna dos espaços de venda” Porto (2005, p. 10).
Essa dualidade de empreendimentos modernos com mercados não modernos, em
especial as feiras livres, pode ser explicada a partir da teoria dos dois circuitos da economia
urbana dos países subdesenvolvidos, de Milton Santos: o circuito superior e o circuito
inferior.
O circuito superior da economia urbana é “constituído pelos bancos, comércio e
indústria de exportação, indústria urbana moderna, serviços modernos, atacadistas e
transportadores” (SANTOS, 1979, p. 31). Já o circuito inferior é “constituído essencialmente
por formas de fabricação não- „capital intensivo‟, pelos serviços não modernos fornecidos „a
varejo‟ e pelo comércio não moderno e de pequena dimensão” (SANTOS, 1979, p. 31). As
diferentes características entre os dois circuitos da economia são observadas no quadro 1.
O circuito inferior é um elemento de grande importância para se entender a economia
urbana em qualquer cidade, nele encontram-se muitas variáveis que explicam a produção das
30
feiras livres, tais como a inserção de novos trabalhadores geralmente não qualificados e a
adequação de novas formas organizacionais do consumo, do crédito e da própria negociação e
circulação dos produtos.
Quadro 01 – Características dos Dois Circuitos da Economia Urbana em Países
Subdesenvolvidos
Circuito Superior Circuito Inferior
Tecnologia
Uso int. de capital Uso int. de mão-de-obra
Organização
Burocrática Primitivo, não estruturada
Capital
Importante Escasso
Mão-de-obra
Limitada Abundante
Salários regulares
Prevalecentes Não requeridos
Estoques Grande quantidade e/ ou alta
qualidade
Pequena quantidade baixa
qualidade
Preços Fixos (em geral) Negociáveis entre comprador e
vendedor (regateio)
Crédito
De banco, institucional Pessoal, não institucional
Margem de lucro Pequena por unidade, mas
importante, dado o volume dos
negócios (exc. Itens de luxo)
Grande por unidade, mas pequena
em relação ao volume dos
negócios
Relação com fregueses
Impessoal e/ ou por escrito Direta, personalizada
Custos fixos
Importantes Negligenciáveis
Propaganda
Necessária Nenhuma
Reutilização das mercadorias
Nenhuma (desperdício) Frequente
Capital de reserva Essencial Não essencial
Ajuda governamental
Importante Nenhuma ou quase nenhuma
Dependência direta de Países
estrangeiros
Grande; orientação para o exterior Pequena ou nenhuma
Fonte: Santos (2003. p. 127).
31
5 CARACTERIZAÇÃO DAS FEIRAS LIVRES DE DESCALVADO- SP
As Feiras da Agricultura Familiar de Descalvado foram instaladas por meio da criação
do “PROJETO FEIRA LEGAL” decretado pela Lei Municipal nº 3.356, de 19 de outubro de
2010, com o objetivo de facilitar e criar alternativas para que agricultores familiares e
assentados afiliados à AFADE (Associação de Agricultura Familiar de Descalvado)
comercializarem seus produtos, proporcionando geração de emprego e renda no campo além
de facilitar o acesso da população descalvadense a produtos de melhor qualidade.
Sobre os produtos a serem comercializados na feira a Lei Municipal nº 3.356, de 19
de outubro de 2010 dispõe:
Art. 4 - Projeto "Feira Legal" destina-se a incrementar atividade de produtores para a
comercialização a varejo urbana do Município dos seguintes produtos: I-
hortifrutigranjeiros; II- cereais; III- doces; IV- laticínios; V- flores e plantas ornamentais; VI- produtos de artesanato; VII- gêneros alimentícios e bebidas para consumo mediato, especificados os alimentos em: a) pastéis b) kibes; c) croquetes; d) empadinhas; e) e similares; VIII- caldo de cana; IX-tempero; IIX - confecções e tecidos; XI- calçados e bolsas; XII - bijuterias; XIII - artigos religiosos; XIV- ferramentas e utensílios domésticos; XV- bebidas de produção artesanal; XVI- produtos e subprodutos de origem animal que, quando abatidos, deverão atender os serviços de inspeção sanitária (S.I.M./ SISP. / SLE.), estarem embalados a Vácuo e atenderem demais normas estabelecidas em Regulamento da Feira Legal; XVI- outros produtos para a comercialização proveniente aprovado pela SEAPA ou Comissão Municipal a ser instituída. (DESCALVADO, 2010, Art. 4)
De acordo com a Lei municipal em seu Art. 1° a coordenação e a fiscalização das
feiras são de responsabilidade da Seção de Abastecimento e segurança alimentar vinculada à
Divisão agrícola da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento- SAPA.
Descalvado- SP atualmente possui três feiras livres (figura 2), que estão localizadas na
antiga estação da FEPASA (Avenida Pio Doze- bairro São Sebastião), na Praça São Benedito
(Rua Cel. Artur Whitacker- bairro Jardim Belém) e na Praça da Saudade (Rua Bahia - bairro
Jardim Albertina) .
32
Mapa 02 – Localização das feiras livres do Município de Descalvado-SP
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Google Earth.
5.1 A Primeira Feira
No ano de 1882 foi inaugurada a estação ferroviária local, localizada na Avenida Pio
Doze-bairro São Sebastião, criada com objetivo de escoar mercadoria, principalmente café,
até o Porto de Santos, poucos anos depois também era utilizada para trazer imigrantes vindos
de países europeus, majoritariamente italianos. O trem de passageiro foi desativado em 1976 e
o de carga foi diminuindo até o seu desaparecimento em 1986.
A antiga estação ferroviária foi tombada como patrimônio histórico pelo Conselho de
Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo
(CONDEPHAAT) no ano de 1987 (Processo de tombamento nº 23320/85). O processo foi
aberto a pedido da prefeitura municipal, alegando o interesse em implantar uma Casa de
Cultura e Museu no espaço da estação.
O espaço ficou abandonado até o ano de 1995, quando a prefeitura do município
realizou obras de restauração do patrimônio ferroviário. Através de entrevistas com três
moradores mais antigos foi possível certificar que a estação já foi usada como um espaço para
comercializar alimentos in natura excedentes do campo antes da restauração do patrimônio.
No final dos anos 1980 e início dos anos 1990 em meio da instabilidade econômica, a
feira livre foi muito utilizada para o abastecimento da população já que o país vivia uma
33
hiperinflação que atingia também o valor de alimentos nos mercados convencionais. M.F.B.
de 74 anos relata que a venda de alimentos na feira era uma das alternativas mais baratas para
adquirir alimento para sua família em meio à crise econômica e desemprego.
Todos os entrevistados argumentaram que a feira era muito utilizada como forma de
lazer e além de ser frequentada pela juventude que ia com o intuito de “paquerar” enquanto os
pais realizavam compras.
No final dos anos de 1990 até o ano de 2012, a feira da estação da FEPASA foi se
diluindo não tendo uma regularidade segundo os entrevistados o motivo desse
“desaparecimento” se deu por abandono do poder público e a chegada de novos mercados
convencionais.
Com a Lei Municipal nº 3.356, de 19 de outubro de 2010, segundo o site Porto
Ferreira Hoje, a feira da FEPASA (figura4) foi inaugurada no dia 24 de julho de 2012 sendo a
primeira a integrar o “PROJETO FEIRA LEGAL” com cerca de dez barracas com a venda de
hortifrúti como pode ser observado no panfleto distribuído pela Prefeitura Municipal de
Descalvado (Figura 03).
Figura 03 – Folder Utilizado para a Divulgação da Feira Livre na Antiga Estação da
FEPASA
Fonte: Jornal Porto Ferreira Hoje- 2012.
34
Figura 04 – Feira Livre na Antiga Estação da FEPASA
Fonte: Descalvado News- 2013.
Atualmente a feira da Antiga Estação da FEPASA, segundo um feirante que não quis
se identificar, vem se esvaziando ao longo dos anos em consequência da diminuição de
consumidores em vista da abertura de uma unidade de uma grande rede de supermercados
próxima ao local.
Outro fato observado durante o trabalho de campo realizado na feira, é que local onde
a feira está instalada ao passar dos anos foi se modificando e mudando sua função que antes
era residencial para comercial e com isso diminuindo o número de possíveis consumidores.
A feira da antiga estação da FEPASA continua a acontecer aos domingos das 6 horas
até às 12 horas, porém em dois domingos diferentes (16 e 23 de junho) diferentes foram
observadas apenas duas barracas de hortifrúti e nenhum consumidor durante o período de uma
hora impossibilitando a aplicação do questionário.
5.2 A Feira da Praça São Benedito
A Feira livre da praça São Benedito localizada na praça de mesmo nome da feira Praça
São Benedito na Rua Cel. Artur Whitacker- bairro Jardim Belém, é a única do município que
acontece em dois dias da semana as quartas das 17 horas até às 19 horas e aos domingos das 6
35
horas até às 12 horas. Segundo o jornal online Descalvado News a Feira foi inaugurada no dia
15 de maio de 2013 a fim de atender as demandas dos bairros próximos e ser mais uma
alternativa para a comercialização dos produtos agricultores familiares do município.
Durante o trabalho de campo realizado na feira da Praça São Benedito foi observado à
existência de aproximadamente 14 barracas e um fluxo intenso de consumidores (figura 5).
Aos domingos o fluxo é maior devido as atrações de viola caipira que acontecem na concha
acústica na mesma praça onde a feira está localizada.
Quanto à diversidade de produtos foram observadas diversas barracas de
hortifrutigranjeiro, uma barraca com artesanatos, pães, doces e bolos feito pelos membros (em
sua maioria mulheres) dos núcleos de assistência do Centro Comunitário Dr. Alberto
Sundfeld em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento social,
Fundo Social de Solidariedade do Município e a Casa do artesão, quatro barracas com
alimentos para consumo imediato (pastéis, crepe, salgados e batata frita), uma barraca de
doces e compotas e uma barraca de garapa e mel silvestre.
Figura 05 – Feira Livre na Praça São Benedito.
Fonte: Arquivo Pessoal - 2019.
36
Figura 06 – Feirantes e o seus produtos na Praça São Benedito.
Fonte: Arquivo Pessoal - 2019.
Figura 07– Produtos e Consumidores da Feira na Praça São Benedito.
Fonte: Arquivo Pessoal - 2019.
37
5.3 A Feira Da Praça da Saudade
A feira da Praça da Saudade é realizada na praça de mesmo nome mais
especificamente no estacionamento do Cemitério Municipal na Rua Bahia - bairro Jardim
Albertina, o bairro onde ela está localizada pertence a zona leste do município e é considerado
uma periferia que não possui pericentro o que forças os moradores a se deslocar até o centro
do município para adquirir boa partes dos bem de consumo.
Sua inauguração de acordo com o site Descalvado Agora (2013) ocorreu no dia 04 de
agosto de 2013 com o objetivo de ser uma alternativa para a população de bairros afastados
do centro.
A feira ocorre todos os domingos das 6 horas até às 12 horas. No decorrer do trabalho
de campo realizado na mesma, pode-se observar a presença de cinco barracas e um fluxo de
consumidor considera bom pelos feirantes ali presentes (figura 8).
Quanto aos produtos comercializados pode-se observar quatro barracas de
hortifrutigranjeiro e uma de doces e bolos.
Figura 08 – Feira Livre na Praça da Saudade.
Fonte: Arquivo Pessoal - 2019.
38
Figura 09– Produtos da Feira Livre na Praça da Saudade
Fonte: Arquivo Pessoal - 2019.
Figura 10– Produtos e Consumidores da Feira Livre na Praça da Saudade
Fonte: Arquivo Pessoal - 2019.
39
Segundo relatos dos feirantes durante feriados (exemplo dia das mães e finados) o
número de feirantes dobra, a diversidade de produtos aumenta com destaque para flores e
alimentos para consumo imediato e o fluxo de consumidores se intensifica.
40
6 OS ATORES DAS FEIRAS LIVRES DE DESCALVADO- SP
Os resultados foram obtidos através da análise dos 14 (catorze) questionários
aplicados a feirantes e de 16 (dezesseis) consumidores além da realização do trabalho de
campo para observação das dinâmicas das feiras livres.
6.1 Os Feirantes
Pode-se observar na tabela 5, que na amostra coletada 42% dos feirantes possuem
idade de 50 anos ou menos, sendo que o feirante mais novo tem 38 anos e o mais velho possui
65 anos. Em relação ao gênero 42,9 % dos feirantes são homens e 57,1% mulheres.
Quanto ao local de nascimento apenas 2 (dois) dos entrevistados não são naturais de
Descalvado e todos residem no município. Diante disso pode-se concluir que mulheres
descalvadenses são predominantes nas Feiras livres e que possuem idade maior que 38 anos,
mostrando que a feiras de Descalvado é feminina e mais velha.
Tabela 05 – Idade, Sexo e Naturalidade dos Feirantes
Variáveis Feira São
Benedito
Feira Praça da
Saudade
Feira
FEPASA
Total
Idade Até 45 03 00 01 04 (28,6%)
46 a 50 01 02 01 04 (28,6%)
51 a 55 01 01 00 02 (14,3%)
56 a 60 02 00 00 02 (14,3%)
61 ou mais 02 00 00 02 (14,3%)
Gênero Masculino 04 00 02 06 (42,9%)
Feminino 05 03 00 08 (57,1%)
Naturalid
ade
Descalvado 08 02 02 12 (85,7%)
Outros 01 01 00 02 (14,3%)
Fonte: Elaboração Própria- 2019.
Quanto à renda mensal dos feirantes (tabela 6), 50% dos feirantes possuem o
rendimento mensal entre um e dois salários mínimos e 50% entre três e cinco salários
mínimos (salário mínimo de 2019, R$ 998,00).
O grau de escolaridade (tabela 8) observado aponta que 50% dos feirantes possuem
fundamental completo e nível médio incompleto, 37% possuem primário completo e
fundamental incompleto.
41
Tabela 06 – Renda Mensal dos Feirantes
Renda Mensal Total
Menos de um salário mínimo 00 (0,0%)
Entre um e dois salários mínimos 07 (50,0%)
Entre três e cinco salários mínimos 07 (50,0%)
Mais de cinco salários mínimos 00 (0,0%)
Fonte: Elaboração Própria- 2019.
Tabela 07 – Escolaridade dos Feirantes
Escolaridade Total
Primário completo e fundamental incompleto 05 (35,7%)
Fundamental completo e nível médio incompleto
07 (50,0%)
Nível médio completo e superior incompleto
02 (14,3%)
Superior completo
00 (0,0%)
Nenhuma alternativa 00 (0,0%) Fonte: Elaboração Própria- 2019.
De acordo com a amostra tabela 78% dos entrevistados trabalham por conta própria e
57,2% trabalham com familiares, 21,4% trabalham com outras pessoas e o restante trabalha
sozinho. 64,3% dos feirantes exercem outras atividades em sua maioria tem um ponto fixo pra
venda de seus produtos. A partir desses dados conclui-se que os feirantes são responsáveis
pelo seu próprio negócio, trabalham majoritariamente com seus familiares, porém a renda é
complementada por outras atividades exercida pelos mesmos.
Tabela 08 – Trabalha por Conta Própria, Pessoas que Trabalham com os Feirantes e
Exerce Outra Atividade
Variáveis Feira São
Benedito
Feira Praça da
Saudade
Feira
FEPASA
Total
Trabalha
por conta
própria
Sim 07 02 02 11 (78,6%)
Não 02 01 00 03 (21,4%)
Pessoas
trabalham
com você
Familiares
05
02
01
08 (57,2%)
Outros 02 01 00 03 (21,4%)
Trabalha
sozinho
02 00 01 03 (21,4%)
42
Exerce
outra
atividade
Sim 06 01 02 09 (64,3%)
Não 03 02 00 05 (35,7%)
Fonte: Elaboração Própria- 2019.
Em relação aos anos trabalhando na feira 35,7 % dos feirantes trabalham a dois anos,
28% trabalham desde a inauguração das feiras, 14,3 a um ano e 14,3 a três anos. Observou-se
que 78,6%, os demais alegaram que ocasionalmente trabalham em outras feiras do município.
A amostra aponta que a maioria dos feirantes trabalha apenas em uma feira em
decorrência que as três feiras funcionam no mesmo dia da semana (domingo), apenas a feira
de São Benedito acontece às quartas-feiras.
Tabela 09 – Anos Trabalhando nas Feiras, Feirantes que Trabalham em Outras
Feiras
Variáveis Feira São
Benedito
Feira Praça da
Saudade
Feira
FEPASA
Total
Anos
trabalhando
na feira
Um ano 01 01 00 02 (14,3%)
Dois anos 03 01 01 05 (35,7%)
Três anos 01 01 00 02 (14,3%)
Quatro anos 00 00 01 01 (7,1%)
Desde a
inauguração
04 00 00 04 (28,6%)
Trabalha
em outras
feiras
Sim 02 01 00 03 (21,4%)
Não 07 02 02 11 (78,6%)
Fonte: Elaboração Própria- 2019.
Em relação à diversidade de produtos (gráfico 8), que boa parte dos feirantes vendem
mais de um tipo de produto sendo o hortifrúti o mais presente nas respostas seguido de
alimentos (consumo imediato ou processados).
Quanto à procedência dos produtos comercializados nas feiras (gráfico 9), 57%
comercializam os produtores produzido por eles , 14 % produzem os próprios produtos mas
compram alguns específicos de outros produtores, 29% dos entrevistados admitiram que
compram de terceiros, não especificaram o fornecedor porém em conversa com um
Agricultores Familiar foi informados que os produtos são advindos do CEAGESP
(Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) de Ribeirão Preto- SP
(município a 106 km de Descalvado- SP), o mesmo agricultor se mostrou indignando com
43
esse fato já que destoa do objetivo do “Programa Feira Legal”. Dos feirantes que
comercializam produtos de terceiros (gráfico 10), 67% realizam as compras duas vezes por
semana, 17% compram três vezes por semana e o restante compra uma vez por semana.
Com base nos dados da amostra podemos concluir existem algumas divergências
quanto ao objetivo do “Programa Feira Legais” de fomentar a agricultura familiar, apenas
quatro dos entrevistados pertencem à agricultura familiar e residem no campo na propriedade
da família.
Gráfico 8- Produtos Comercializados
Fonte: Elaboração Própria- 2019.
Gráfico 9- Procedência dos Produtos
Fonte: Elaboração Própria- 2019.
Frutas,
legumes e
verduras;
9
Grãos; 1
Artesanato
s; 1
Alimentos
para
consumo
imediato;
7
Produção
própria
agricultur
a e
artesanais
57%
Compram
29%
Ambos
14%
44
Gráfico 10- Quantas Vezes Compram Produtos na Semana
Fonte: Elaboração Própria- 2019.
Os dados coletados a respeito do valor de investimento no negocio (incluindo
mercadoria), (tabela 11) apontam que 14,3% dos feirantes investe até R$ 2000,00, outros
14,3% investem de R$ 2000,01 até R$ 3000,00 de 28,6 % dos feirantes investem acima de
R$3000,00 42,9% não souberam informar o valor de investimento e alegaram que varia
muito. Transporte e compra de mercadorias foram apontados como áreas que mais há
investimento por parte dos feirantes.
Quanto à situação das barracas 42% são proprietário 57 % tiveram as barracas cedidas
pela Prefeitura Municipal de Descalvado.
Tabela 10 – Valor de Investimento Mensal e Situação das Barracas
Variáveis Total
Valor investido
mensalmente
Até R$ 2000,00 02 (14,3%)
De R$ 2000,01 a R$
3000,00
02 (14,3%)
Acima de R$ 3000,00 04 (28,6%)
Não soube informar 06 (42,9%)
Uma vez
16%
Duas
vezes
67%
Três vezes
17%
45
Situação da banca Alugada 00 (0,0%)
Cedida 08 (57,2%)
Própria 06 (42,9%)
Fonte: Elaboração Própria- 2019.
Ao serem questionados sobre a cobrança de taxa todos os feirantes alegaram que a
Prefeitura Municipal de Descalvado cobra através dos fiscais uma taxa mensal de R$ 132,00 (
barraca de 2,5 metros de comprimento por 1,5 metros de largura) destinadas a
hortifrutigranjeiro e R$ 200,00 (barraca de aproximadamente 5 metros de comprimento por 3
metros de largura) destinadas a artesanatos e alimentos para consumo imediato.
Quando questionados sobre as dificuldades encontradas em se trabalhar na feira,
grande parte dos feirantes da feira São Benedito alegam que apesar das obras finalizadas os
banheiros da praça ainda havia ocorrido a inauguração (impossibilitando o uso), porém
segundo o site oficial da Prefeitura Municipal de Descalvado (2019), a entrega ocorreu no dia
12/06/2019, alguns dias após a aplicação do questionário e trabalho de campo do presente
trabalho. Outra dificuldade apontada por feirantes das três feiras está relacionada ao tamanho
da barraca que limita movimentações e melhor disposição dos produtos.
Ao perguntar se os feirantes consideram a feira importante para o município houve um
consenso de que sim a feira é importante e as justificativas encontradas giram em torno da
renda e de empregos gerados. Outra resposta encontrada está relacionada à feira ser um
atrativo para turistas.
Para finalizar foi questionado se os feirantes gostavam de trabalhar na feira e justificar
a resposta, todos os feirantes concordaram que gostam de trabalhar na feira e o argumento
mais utilizado foi a relação amigável com os cliente e com os próprios feirantes, outra
resposta encontrada foi que apesar das dificuldades encontradas no dia a dia da feira, é
gratificante ter um local onde possa vender os produtos produzidos pela família.
6.2 Os Consumidores
Os dados abaixo estão relacionados aos questionários realizados com consumidores
das feiras livres de Descalvado- SP, com exceção da feira da FEPASA onde em dois
domingos diferentes não foram encontrados consumidores.
De acordo com os dados obtidos na amostra (tabela11), 37,5% dos consumidores
possuem idade de 50 anos ou menos, 37,5% tem entre 61 a 70 anos. Quanto ao gênero 62,5%
46
são do sexo feminino. 75% são naturais de Descalvado- SP, os restantes são provindos de
municípios vizinhos. Todos os entrevistados residem no município. Nota-se a partir da
amostra que as mulheres são as que mais “fazem a feira” e há predominância de pessoa com
mais de 61 anos sendo assim as feiras são mais frequentadas por idosos.
Tabela 11 – Idade, Sexo e Naturalidade dos Consumidores
Variáveis Feira São
Benedito
Feira Praça da
Saudade
Total
Idade Até 50 03 03 06 (37,5%)
51 a 60 01 00 01 (6,2%)
61 a 70 03 03 06 (37,5%)
71 ou mais 03 00 03 (18,8%)
Gênero Masculino 05 01 06 (37,5%)
Feminino 05 05 10 (62,5%)
Naturalidade Descalvado 06 06 12 (75,0%)
Outros 04 00 04 (25,0%)
Fonte: Elaboração Própria- 2019.
Quanto à renda mensal familiar (tabela 12) é possível observar que 56,3% apresenta
renda entra um e dois salários mínimos, 37, 5% entre três e cinco salários mínimos. Os níveis
de escolaridade (tabela 14), foram observados que 50% possuem primário completo e
fundamental incompleto possuem fundamental completo e nível médio, 18,8% possuem nível
médio completo e superior incompleto, 12,5 % fundamental completo e nível médio
incompleto, 12,5% não se encaixaram em nenhuma categoria. Apenas um consumidor mais
de cinco salários mínimos inclusive o mesmo foi o único da amostra a possuir ensino superior
completo. Pode-se concluir que a renda dos consumidores e escolaridade está ligada sendo
que os salários mais baixos correspondem ao o nível de escolaridade também baixo, grande
parte dessas pessoas alegaram que frequentam a feira pelo preço mais baixo quando
comparado com os mercados convencional.
Tabela 12 – Renda Média Familiar
Renda Média Familiar Total
Menos de um salário mínimo 00 (0,0%)
Entre um e dois salários mínimos 09 (56,3%)
Entre três e cinco salários mínimos 06 (37,5%)
Mais de cinco salários mínimos 01 (6,2%)
47
Fonte: Elaboração Própria- 2019.
Tabela 13 – Escolaridade dos Consumidores
Escolaridade Total
Primário completo e fundamental
incompleto
08 (50,0%)
Fundamental completo e nível
médio incompleto
02 (12,5%)
Nível médio completo e superior
incompleto
03 (18,8%)
Superior completo 01 (6,2%)
Nenhuma alternativa 02 (12,5%)
Fonte: Elaboração Própria- 2019.
A análise da amostra (tabela 14) aponta que porcentagem de consumidores que
frequentam apenas uma feira foi de 78,6%. Em relação à frequência que “fazem a feira”
31,25% responderam que vão duas vezes por mês, 37,5% três vezes por mês e 31,25%
frequentam quatro vezes ou mais. Observa-se que 68% dos consumidores gastam até R$
50,00 por ida a feira, 31,25% alegaram que gastam entre R$ 50,00 e R$ 100,00.
Tabela 14 – Frequenta Outras Feiras, Frequência que vai a Feira e Gasto Médio.
Variáveis Total
Frequenta outras feiras Sim 02 (21,40%)
Não 14 (78,60%)
Frequência que vai a
feira
Uma vez por mês 00 (0,00%)
Duas vezes por mês 05 (31,25%)
Três vezes por mês 06 (37,50%)
Quatro ou mais vezes por mês 05 (31,25%)
Gasto médio Até R$ 50,00 11 (68,75%)
Entre R$ 50,00 e R$ 100,00 05 (31,25%)
Entre R$ 100,00 e R$ 200,00 00 (0,00%)
Não informado 00 (0,00%)
Fonte: Elaboração Própria- 2019.
Através do gráfico 15, é possível notar que todos os consumidores entrevistados
compram produtos de hortifrúti, além de 6 entrevistados também comprarem outros produtos
(alimentos para consumo imediato, bolos, doces, etc), apenas 2 também compram grãos.
48
Gráfico 11- Produtos Comprados pelos Consumidores
Fonte: Elaboração Própria- 2019.
Quando questionados sobres se frequentam a feira apenas para comprar, 56,25% dos
consumidores responderam que não, a justificativa mais usada foi que aproveitam o dia de
“fazer a feira” para passear e conversar. Alguns consumidores entrevistados na Feira de São
Benedito alegaram que também assistem aos shows da roda de viola que acontece aos
domingos na Praça. 68,75% dos entrevistados possuem o costume de levar familiares/e ou
amigos para a feira. (tabela 15). A partir destes dados da amostra nota-se que grande maioria
dos consumidores utiliza a feira não apenas para comprar, mas também como forma de lazer e
ainda compartilham esses momentos com familiares e amigos.
Tabela 15– Frequenta a Feira Apenas para Comprar e Costume de Levar Familiares
e/ou Amigos
Variáveis Total
Frequenta a feira apenas para
comprar
Sim 07 (43,75%)
Não 09 (56,25%)
Tem costume de levar Sim 11 (68,75%)
Hortifrut;
16
Grãos; 1
Outros; 6
49
familiares e/ou amigos Não 05 (31,25%) Fonte: Elaboração Própria- 2019.
De acordo coma analise da amostra (tabela 16), 68,75% dos consumidores não são
clientes de um feirante fixo. 62,50% dos entrevistados negociam o preço com os feirantes.
Isso comprova que a barganha ainda é presente nas feiras de Descalvados- SP apesar de não
terem preferência por feirantes específicos.
Tabela 16– Compra com Feirante
Variáveis Total
Compra com feirante
específico
Sim 05 (31,25%)
Não 11 (68,75%)
Negocia os preços com os
feirantes
Sim 10 (62,50%)
Não 06 (37,50%)
Fonte: Elaboração Própria- 2019.
Os consumidores entrevistados consideraram que as feiras quando comparadas com os
Supermercados, possuem produtos com o valor mais baixos e maior qualidade, melhor
atendimento, ambiente mais confortável e mais atividades além da compra e venda. Os
Supermercados na comparação foram considerados melhores apenas no quesito melhores
formas de pagamentos.
Gráfico 12- Comparação Feira x Mercados Convencionais
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Feira
Supermercado
50
Fonte: Elaboração Própria- 2019.
Quando questionados se mudariam algo na feira todos os consumidores alegaram que
não . Para finalizar, foi questionado se a feira é importante para o munícipio de Descalvado-
SP todos os entrevistados apontaram que as feiras contribuem para renda dos feirantes e com
isso fortalece a economia local.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final, podemos concluir que as desde seu surgimento até os dias atuais apesar de
todas suas modificações ao longo da historia as feiras livres ainda resistem e são elementos
presentes em diversos municípios do Brasil.
As feiras permanecem até os dias atuais por conta de suas características e
simplicidade que garantem sua existência e resistência em meio aos avenço dos mercados
modernos e das tecnologias.
O presente trabalho nos apresentou elementos históricos, econômicos, sociais e
culturais das feiras livres do município de Descalvado-SP.
Através de entrevista com moradores mais velhos, foi possível identificar elementos
da primeira feira desde seu surgimento, os anos em que ficou inativa até o seu ressurgimento
com “Projeto Feira Legal”,
O “Projeto Feira Legal” apesar de todas suas falhas identificadas, representou um
grande avanço para os pequenos produtores, principalmente os agricultores familiares que por
conta de sua pequena escala de produção não conseguia espaço para comercialização dos
produtos.
Tanto feirantes quanto consumidores apontaram a importância das feiras para
economia do municipal gerando renda e empregos em tempos de crise financeira.
A maior diferença encontrada entre as feiras foi a localização duas mais centrais (Feira
Antiga FEPASA e Feira São Benedito) e uma mais periférica (Feira Praça da Saudade). Outra
diferença esta relacionada com o número de barracas e fluxos de pessoas que na Feira São
Benedito é muito maior quando comparado às outras duas.
Nas feiras livres de Descalvado foram identificados através da observação e aplicação
dos questionários elementos que as inserem no circuito inferior da economia. São eles: uso
51
intenso de mão de obra, capital escasso, falta de salários regulares, estoque pequeno de
mercadoria, preços negociáveis entre os feirantes e os consumidores e relação direta com os
consumidores.
Um fato que chamou a atenção durante a pesquisa foi que todas as feiras ocorrem aos
domingos impossibilitando que os feirantes comercializem em outras feiras. A alternância
dias da semana para a realização das feiras trariam benefícios para feirantes e consumidores
que teria outras possibilidades para comercializar e comprar produtos.
Apesar de todo grande avanço das monoculturas agricultura familiar ainda está
presente no dia-a-dia sendo na feira ou na merenda escolar do município.
Compreendemos que as feiras de Descalvado-SP são consideradas um local que vai
além das trocas comercias, mas também de lazer, cultura e saberes, que atrai pessoas com
uma faixa etária mais avançada. Onde tradições e elementos das simplicidades predominam.
O futuro das feiras é incerto, mas apesar das feiras serem frequentadas por pessoas
idosas muitos levam seus netos esse fato poderá prorrogar a permanência e a resistência das
feiras.
52
Referências
ALMEIDA, S. P. N. de C. Fazendo a feira: estudo das artes de dizer, nutrir e fazer
etnomatemático de feirantes e fregueses da feira livre do bairro Major Prates em Montes
Claros. Dissertação (Mestrado em Educação)–Universidade Estadual de Montes Claros,
Montes Claros, MG, 2009.
ANJOS, F.S. dos; GODOY, W.I.; CALDAS, N.V. As Feiras-livres de Pelotas sob o império
da globalização: perspectivas e tendências. Pelotas: Ed. e Gráfica Universitária, 2005.
Atlas Brasil –Perfil Descalvado, SP.-Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
Disponível em: < http://atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/descalvado_sp>. Acesso em:
março de 2019.
BRAUDEL, Fernand. Os jogos das trocas. – Vol.2 – São Paulo. Martins Fontes, 1998;
BROMLEY, R. J. Os mercados periódicos dos países em desenvolvimento: uma revisão
crítica. Revista Brasileira de Geografia. Rio de Janeiro, IBGE, v.42 n.3, p. 46-57, jul. /set.,
1980.
BROMLEY, R. J. et al. Análise racional dos mercados periódicos. Revista Brasileira de
Geografia. Rio de Janeiro, IBGE, v.42 n.1, p. 183-194, jan. /mar., 1980.
Câmera Municipal de Descalvado Lei Municipal nº 3.356, de 19 de outubro de 2010
Disponível em: < http://camaradescalvado.sp.gov.br.177-126-176-85.weblinesistemas.com/ >
Acesso em: março de 2019.
COUTINHO, E.P.; NEVES, H.C.N.; SILVA, E.M.G. Feiras livres do brejo paraibano: crise e
perspectivas. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA E
SOCIOLOGIA RURAL, 44. Anais... Fortaleza: CE, 2006.
Descalvado News 2013. “Feira Legal” será estendida para a região de São Benedito
Disponível em: < https://www.descalvadonews.com.br/noticias/2013/maio/11feiralegal.htm >
Acesso em: março de 2019.
Descalvado Agora 2013. “Feira da agricultura Familiar será expandida para o jardim
Albertina” <http://www.descalvadoagora.com.br/index.php?id=10241> Acesso em: março de
2019.
DOLZANI, M. & JESUS, G.M. O direito a cidade: cem anos de feira livre na cidade do
Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.uerj.br>. Acesso em: março 2019
GODOY, Manuel Pereira de. Contribuição à história natural e geral de Pirassununga, vol.
Pirassununga: Publicação oficial da Prefeitura de Pirassununga, 1974.
53
GONÇALVES, Alexandre Oviedo; ABDALA, Mônica Chaves. 'Na banca do 'seu' Pedro é
tudo mais gostoso' - Pessoalidade e sociabilidade na feira-livre. Ponto.Urbe (USP) , v. 2, p.
1-7, 2013.
HUBERMAN, Leo. A História da Riqueza do homem. Zahar Editores, 1981.
IBGE, 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE Cidades.Disponível em: <
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/descalvado/historico. Acesso em: março de 2019.
KASTEIN, Luiz Carlindo Arruda. Conheça Descalvado. [S.l.: s.n.], 2001
MANO, Marcel. Os campos de Araraquara: um estudo de história indígena no interior
paulista. 2006. 357p. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de
Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, SP. Disponível em:
<http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/280084>. Acesso em: abril. 2019.
MOTT, Luiz Roberto de Barros. A feira de Brejo Grande: estudo de uma instituição
econômica num município sergipano do Baixo São Francisco. Tese de doutorado (Ciências
Sociais). Campinas: UNICAMP, 1975.
PIRENNE, H. Economic and Social History of Medieval Europe. New York: A Harvest
Book, 1936.
Planalto 2006 . Lei Nº 11.326, DE 24 DE JULHO DE 2006. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11326.htm > Acesso em:
março de 2019.
Planalto 2003. Lei No 10.696, DE 2 DE JULHO DE 2003. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.696.htm> Acesso em: março de 2019>
Acesso em: março de 2019
Prefeitura Municipal de Descalvado Disponível em:
<http://www.descalvado.sp.gov.br/novoportal/prefeitura/index.php/portal/noticias/c8c41c4a1
8675a74e01c8a20e8a0f662 > Acesso em: março de 2019.
PORTO, Gil Carlos Silveira. Configuração Sócio-Espacial e Inserção das Feiras Livres de.
Itapetinga-BA e Arredores no Circuito Inferior da Economia UFB, 2005.
Porto Ferreira Hoje-2012. Descalvado terá a sua primeira feira livre a partir do dia 24 de
junho Disponível em: < https://www.portoferreirahoje.com.br/noticia/2012/06/23/descalvado-
tera-a-sua-feira-livre-a-partir-do-dia-24-de-junho/>. Acesso em: março de 2019
Prefeitura Municipal de Descalvado- Dinamismo econômico Disponível em:<
http://www.descalvado.sp.gov.br/invista/dinamismo_economico.html>. Acesso em: março de
2019. Acesso em: março de 2019.
54
Prefeitura Municipal de Descalvado Disponível em:
<http://www.descalvado.sp.gov.br/novoportal/prefeitura/index.php/portal/noticias/c8c41c4a1
8675a74e01c8a20e8a0f662 >. Acesso em: março de 2019.
QUEIROZ, Thiago. AZEVEDO, Francisco. Circuitos da economia urbana: arranjos
espaciais e dinâmica das feiras livres em Natal-RN. Sociedade e Território, Natal, v. 24,
nº 1, p. 115 - 133, jan./jun. 2012.
RIBEIRO, E. M. Feiras do Jequitinhonha: mercados, cultura e trabalho de famílias
rurais no semiárido de Minas Gerais. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 2007.
SANTOS, Milton. O espaço dividido. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1979.
SEADE- Perfil dos municípios Paulistas. disponível em:< http://www.perfil.seade.gov.br/>
Acesso em: março de 2019.
WANDERLEY, M. N. B. Raízes Históricas do Campesinato Brasileiro. In: TEDESCO, J.
C.(org.). Agricultura Familiar Realidades e Perspectivas. 2 ed. Passo Fundo: EDIUPF, 1996.
Cap. 1, p. 21-55.
55
Anexos
QUESTIONÁRIO 01: CONSUMIDORES
Questionário número_______________ Aplicado na feira:_____________________
data:___/___/
_____.
01. Dados pessoais: Sexo:____Idade: _______
02.Naturalidade:_______________________________
03. Qual faixa que melhor descreve sua renda familiar mensal?
a) ( ) Menos de um salário mínimo
b) ( ) Entre um e dois salários mínimos
c) ( ) Entre três e cinco salários mínimos
d) ( ) Mais de cinco salários mínimos
04. Em que faixa se encontra em relação à sua formação escolar?
a) ( ) Primário completo e fundamental incompleto.
b) ( ) Fundamental completo e nível médio incompleto.
c) ( ) Nível Médio completo e superior incompleto.
d) ( ) Superior completo.
e) ( ) Nenhuma alternativa acima.
05. Em qual município mora? a) ( ) Descalvado b) ( )
Outro:____________________________
06- Qual o seu bairro:_____________________________________
07- você frequenta outras feiras? A ( ) Sim b ( ) Não se sim
quais____________________________
08- Você vem à feira apenas para comprar? A) a ( ) Sim b( ) Não se não Por que vem à feira?
_____________________________________________________________________
10-. Você frequenta a feira quantas vezes ao mês? a) ( ) 1 b) ( ) 2 c) ( ) 3 d) ( ) 4 ou mais
11- Tem o costume de trazer familiares e/ou amigos A ( ) Sim b ( ) Não se sim
especificar__________________
12. O que você compra na feira
a) ( ) verduras b) ( ) frutas c) ( ) carnes d) ( ) grãos e) ( ) outros, favor especificar:
_________________________
13. Quanto gasta em média gasta quando vem a feira?
56
A ( ) até R$ 50,00 b ( ) entre R$ 50,00 e R$ 100,00 c ( ) entre R$ 100,00 e R$ 200,00 d ( )
Não informou
14 você compra de algum feirante especifico ? a ( ) Sim b ( ) Não
15- você negocia os preços com os feirantes a ( ) Sim b ( ) Não
16- Você considera a feira importante para o município? a ( ) Sim b ( ) Não
se sim porque?____________________________
17- Tem algo que gostaria de mudar na feira? A ( ) Sim b ( ) Não se sim o
que?___________________________
18-comparação feira x supermercados
A- Preços mais baratos ( ) feira ( ) supermercados
B- Maior variedade de produtos ( ) feira ( ) supermercados
C- Maior qualidade de produtos ( ) feira ( ) supermercados
D- Melhor atendimento ( ) feira ( ) supermercados
E- ambiente mais confortável ( ) feira ( ) supermercados
F- Melhores formas de pagamento ( ) feira ( ) supermercados
G- mais atividades além de compra e venda ( ) feira ( ) supermercados
QUESTIONÁRIO 2: FEIRANTES
Questionário número_______________ Aplicado na feira:____________________
data:___/___/
_____
.
01. Dados pessoais: Sexo:____Idade: _______
02.Naturalidade:_______________________________
03. Qual faixa que melhor descreve sua renda mensal?
a) ( ) Menos de um salário mínimo
b) ( ) Entre um e dois salários mínimos
c) ( ) Entre três e cinco salários mínimos
d) ( ) Mais de cinco salários mínimos
04. Em que faixa se encontra em relação à sua formação escolar?
a) ( ) Primário completo e fundamental incompleto.
b) ( ) Fundamental completo e nível médio incompleto.
c) ( ) Nível Médio completo e superior incompleto.
57
d) ( ) Superior completo.
e) ( ) Nenhuma alternativa acima.
05. Em qual município mora? a) ( ) Descalvado b) ( ) Outro:___________________________
06. Você trabalha por conta própria? a) ( ) Sim b) ( ) Não
07. Quais pessoas trabalham para você?
a) ( ) Familiares
b) ( ) Outros
c) ( ) Trabalho sozinho
08- Além da feira o sr. trabalha com outra atividade ?a) ( ) Sim b) ( ) Não. Se SIM,
especifique:
09. Há quantos anos trabalha nesta feira?
a) ( ) 1 ano b) ( ) 2 anos c) ( ) 3 anos d) ( ) 4 anos e) ( ) desde a inauguração.
10. Você trabalha outras feiras ? a) ( ) Sim b) ( ) Não Se SIM em quais
11. Produto (s) comercializado(s): a) ( ) Fruta, Legumes e Verduras b ( ) Grãos; c ( )
artesanatos ( )
Outros____________________________
12- você produz os produtos que vende ? a) ( ) Sim b) ( ) Não
13. Onde compra os produtos: __________________
14 Quantas vezes na semana você compra os produtos a) ( ) 1 b) ( ) 2 c) ( ) 3 d) ( ) 4 ou mais
15. Quanto de dinheiro você emprega em média seu negócio mensalmente (inclusive com a
compra de mercadorias)?
16 Qual é a situação da sua banca e/ou boxe? ( ) Alugada ( ) Cedida ( ) Própria
17. A prefeitura cobra alguma taxa? ( ) Sim b) ( ) Não se sim qual o valor________________
18. Para você qual a maior dificuldade encontrada para se trabalhar na Feira?
19- Tem algo que gostaria de mudar na feira? ( ) Sim ( ) Não
se sim o que?____________________________
20- Você considera a feira importante para o município? ( ) Sim ( ) Não
se sim porque?____________________________
21- você gosta de trabalhar na feira ( ) Sim ( ) Não explicar resposta: