I
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
FABRICIO ALVES CERQUEIRA
ANÁLISE DO USO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA INDIVIDUAL EM
CONTRUÇÕES CIVIS NA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA
.
Feira de Santana – BA
2010
II
FABRICIO ALVES CERQUEIRA
ANÁLISE DO USO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA INDIVIDUAL EM
CONTRUÇÕES CIVIS NA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA
ORIENTADORA: PROFa . SARAH PATRÍCIA DE OLIVEIRA RIOS
Feira de Santana – BA
2010
MONOGRAFIA SUBMETIDA
A UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
FEIRA DE SANTANA PARA
OBTENÇÃO DA GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA CIVIL
III
Esta monografia foi submetida à
Universidade Estadual de Feira de Santana e
julgada adequada para a obtenção da graduação do
curso de Engenharia Civil.
Feira de Santana, 2010.
Banca Examinadora:
_________________________________
Profa. Sarah Patrícia de Oliveira Rios
Orientadora
___________________________________ Prof. Sergio Tranzillo França
___________________________________ Prof. Eduardo Antonio Lima Costa
IV
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus, por me proporcionar saúde e condições de estar aqui e poder
realizar esse trabalho.
A meus pais, Sátiro e Eline, pela disciplina e educação que a mim foram passadas,
pela motivação do dia-a-dia, pelo carinho e amor sempre presentes.
A minhas irmãs, demais familiares e amigos pelos incentivos.
A Prof ª. Sarah Patrícia, pela orientação, dedicação e paciência neste período.
Agradeço também a todos que me ajudaram para a elaboração deste trabalho.
V
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 – Tipos de capacetes de segurança .................................................... 24
FIGURA 02 – Calçados de segurança ................................................................... 25
FIGURA 03 – Luva de segurança .......................................................................... 25
FIGURA 04 – Óculos de segurança ....................................................................... 26
FIGURA 05 – Tipos de respirador ........................................................................ 26
FIGURA 06 – Protetores auditivos ........................................................................ 27
FIGURA 07 – Cinto de Segurança ......................................................................... 28
FIGURA 08 – Obra A (condomínio residencial de prédios de cinco pavimentos) ....... 41
FIGURA 09 – Obra B (colégio em fase de conclusão) .......................................... 41
FIGURA 10 – Obra C (condomínio de casas de um pavimento) .......................... 42
FIGURA 11 – Obra D (condomínio residencial de casas de dois pavimentos) ..... 43
FIGURA 12 – Obra E (prédio de dois pavimentos) ............................................... 43
FIGURA 13 – Obra F (condomínio de casas de um pavimento) ........................... 44
FIGURA 14 – Faixa etária dos operários da região ............................................... 45
FIGURA 15 – Grau de escolaridade dos operários da região ................................ 45
FIGURA 16 – Profissão dos entrevistados em obras da região ............................. 46
FIGURA 17 – Tempo de função dos operários da região ...................................... 46
FIGURA 18 – EPI mais utilizados por operários da região ................................... 47
FIGURA 19 – Percentual de desconforto dos EPI por operários da região ........... 48
FIGURA 20 – EPI com maior funcionalidade na visão dos operários da região .. 48
FIGURA 21 – EPI com menor funcionalidade na visão dos operários da região .. 49
FIGURA 22 – Acrescenta EPI para melhoria da segurança .................................. 50
FIGURA 23 – EPI mais citados como necessidades de ser disponibilizados por
operários ................................................................................................................. 50
FIGURA 24 – Percentual de acidentes do trabalho em operários de construção
civil da região ......................................................................................................... 51
FIGURA 25 – Percentual de quantidade de acidentes que um operário sofreu desde
sua entrada como trabalhador de construção civil ................................................. 51
FIGURA 26 – Percentual dos acidentes citados por operários da região .............. 52
FIGURA 27 – Orientações de como e qual EPI utilizar ........................................ 52
FIGURA 28 – Percentual de treinamentos de máquinas e equipamentos ............. 53
VI
FIGURA 29 – Percentual de treinamentos periódicos a operários da região ........ 54
FIGURA 30 – Influência do treinamento sobre o percentual de acidentes ............ 54
VII
LISTA DE ABREVIATURAS
AEPS - Anuário Estatístico da Previdência Social
CA – Certificado de Aprovação
CAT - Comunicação de Acidente do Trabalho
CEI – Cadastro Específico do INSS
CGC – Cadastro Geral do Contribuinte
CPF – Cadastro de Pessoas Físicas
CIPA – Comissão Interna de prevenção de Acidentes
dB – Decibéis
DDS – Diálogo Diário de Segurança
DDSMS – Diálogo Diário de Segurança, Meio Ambiente e Saúde
DSS – Diálogo Semanal de Segurança
EPI – Equipamentos de Proteção Individual
EPC – Equipamentos de Proteção Coletivo
FISP - Ficha de Informação de Segurança de Produto
FUNDACENTRO - Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina
do Trabalho
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
NR – Norma Regulamentadora
PCMAT – Programa de Condições e Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção
PPRA – Programa de Prevenções de Riscos Ambientais
PVC – Policloreto de Vinila
SGI – Sistema de Gestão Integrada
SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho
VIII
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10
1.1. PROBLEMÁTICA ............................................................................................. 11
1.2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 11
1.3. OBJETIVOS ....................................................................................................... 12
1.3.1. Objetivo Geral .................................................................................................. 12
1.3.2. Objetivos Específicos ...................................................................................... 12
1.4. METODOLOGIA ............................................................................................... 12
1.5. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA .................................................................. 13
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 14
2.1. RISCOS NO AMBIENTEDE TRABALHO ...................................................... 14
2.2. ACIDENTE DE TRABALHO ........................................................................... 16
2.3. PREVENÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO ....................................... 20
2.4. CONCEITUAÇÃO E IMPORTÂNCIA DO EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL (EPI) ................................................................................................. 21
2.5. PRINCIPAIS EPI UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ........................ 24
2.6. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC) ................................. 28
3. SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE EM EMPRESAS DE
CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................................................. 31
3.1. SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA ............................................................ 31
3.2. MEIO AMBIENTE E O TRABALHADOR ...................................................... 32
3.3. COMUNICAÇÃO PRÉVIA ............................................................................... 32
3.4. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO A ACIDENTES – CIPA .............. 33
3.5. PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO (PCMAT) .......................................................... 34
3.6. DIÁLOGO DIÁRIO DE SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE
(DDSMS) ................................................................................................................... 36
4. COLETA DE DADOS ............................................................................................... 38
4.1. ELABORAÇÃO DE QUESTIONÁRIO ........................................................... 38
4.2. MÉTODOS DE AMOSTRAGEM .................................................................... 38
IX
5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ................................................................. 40
5.1. DESCRIÇÃO DAS OBRAS .............................................................................. 40
5.1.1. Obra A ......................................................................................................... 40
5.1.2. Obra B ......................................................................................................... 41
5.1.3. Obra C ......................................................................................................... 42
5.1.4. Obra D ......................................................................................................... 42
5.1.5. Obra E ......................................................................................................... 43
5.1.6. Obra F ......................................................................................................... 44
5.2. QUESTIONÁRIO ............................................................................................... 45
5.2.1. Faixa Etária ................................................................................................. 45
5.2.2. Escolaridade ................................................................................................ 45
5.2.3. Profissão ...................................................................................................... 46
5.2.4. Tempo na Função ........................................................................................ 46
5.2.5. EPI mais utilizados ...................................................................................... 47
5.2.6. EPI mais desconfortáveis ............................................................................ 47
5.2.7. EPI com maior funcionalidade .................................................................... 48
5.2.8. EPI com menor funcionalidade ................................................................... 49
5.2.9. Acrescenta EPI para melhoria da segurança ............................................... 49
5.2.10. Acidente de Trabalho ................................................................................ 51
5.2.11. Quantidade de Acidentes........................................................................... 51
5.2.12. Acidentes mais frequentes......................................................................... 52
5.2.13. Orientações de como usar o EPI ............................................................... 52
5.2.14. Treinamentos de segurança para utilização de máquinas e equipamentos ......... 53
5.2.15. Treinamentos periódicos sobre segurança do trabalho ............................. 53
5.3. TREINAMENTOS E ACIDENTES ................................................................... 54
5.4. BREVE DISCUSSÃO DOS DADOS COLETADOS ........................................ 55
6.0. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 56
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 58
ANEXOS ................................................................................................................... 60
X
RESUMO
A construção civil ainda é uma atividade de trabalho que envolve grande número de
acidentes do trabalho, que podem estar relacionados com a falta de informação aos
operários, de treinamentos, condições de trabalho e por qualidade dos produtos de
segurança empregados no campo de obra, entre outros diversos motivos. O presente
trabalho avalia a importância do uso dos equipamentos de segurança como forma
de minimizar os agravos por acidentes, exemplificando equipamentos de proteção
individual, onde e como devem ser usados, treinamentos dos usuários e qualidade
dos EPI. A aplicação de um questionário em campo ilustra a real situação
encontrada em construções da região de Feira de Santana, demonstrada em
planilhas e gráficos, e oferece uma visão da necessidade e importância de utilizar
EPI corretamente e com segurança. Dentro desse contexto, o trabalho busca alertar
e consolidar a importância de uma empresa no ramo de construção civil
implementar um sistema mais integrado com a segurança no trabalho, com destaque
especial ao uso de EPI.
Palavras-chave: Construção Civil; Acidente de trabalho; Equipamentos de
proteção individual; Treinamento; Segurança do Trabalho; Prevenção de Acidentes.
XI
ABSTRACT
The civil construction is still an activity of work with a great number of accident
that can be releated with the lack of information to the workers, with lack of good
training, the conditions of work and the quality of security products used by the
workers, in many others reasons. The present work try to show the importance of
using equipments of security to reduce the accidents, like personal protective
equipment, where and how to use it, training and quality of IPE. The application of
a questionnaire in the field of work shows the real situation that you can find in
constructions in Feira de Santana, it shows spreadsheets and graphics, and show the
necessity importance of utilization of IPE with security. Then, this work try to call
the attention for the importance that an organization of civil construction industry to
have integrated system with the security of work, especially in the use of IPE.
Key-words: Civil Construction; Accident that workers; Individual Protection
Equipment; Training; Security at Work; Prevention of the Accident.
10
1. INTRODUÇÃO
A Construção Civil é responsável por muitos acidentes no trabalho, pois exige que
seus funcionários se exponham a fatores de risco, como calor, altura, ruídos e esforços
repetitivos. Ela difere dos outros setores industriais por possuir características próprias,
onde há pouca utilização de equipamentos e tecnologias para a obtenção final do
produto, dependendo geralmente da mão-de-obra utilizada. Por isso a importância
dessas empresas procurarem minimizar as causas e as respectivas consequências dos
diversos riscos aos quais estão expostos seus operários.
Uma das formas mais sugestivas é o correto uso do equipamento de proteção
individual. Eles têm a importante função de diminuir os agravos em um acidente de
trabalho e até evitar uma lesão. Esses equipamentos, assim como os equipamentos de
proteção coletivo (EPC), são requeridos para utilização sob a responsabilidade de
atender à situação de ambiente ao qual o operário se expõe. É necessário que a escolha
do equipamento seja feita por um técnico capaz de observar qual o equipamento mais
adequado para tal situação, e dessa forma obter melhores resultados quanto à segurança
do trabalhador.
Além disso, a qualidade é a principal resposta ao objetivo de melhoria no
desempenho de qualquer material existente, não apenas na construção civil, e sim em
vastos produtos que possamos imaginar. Grohmann (1999) demonstra que qualidade é
uma exigência com a qual as empresas convivem diariamente. Os consumidores estão
tomando consciência de seus direitos e já não escolhem um produto ou serviço apenas
pelo preço, ou seja, ela se tornou o fator crucial numa decisão de compra e constitui
grande diferencial de uma empresa em relação à outra.
As empresas parecem estar despertando para a realidade de que a qualidade é uma
exigência da qual não podem fugir. Pecam, contudo, quando não fazem uma interação
entre estes objetivos e um eficiente programa de segurança, pois a segurança e a saúde
dos trabalhadores são fatores importantes na aplicação de boas práticas de qualquer
empresa.
A falta de um sistema de gestão que atenda à saúde e à segurança do trabalhador
pode interferir na produtividade de qualquer empresa. Assim como a qualidade de seus
produtos, os custos, os prazos de entrega e o ambiente de trabalho no qual se enquadra,
11
pois um operário para desempenhar suas funções de forma satisfatória, tem que no
mínimo se sentir seguro em suas atividades.
1.1. PROBLEMÁTICA
A utilização incorreta de equipamentos de segurança por falta de treinamentos e
até por falta de boas condições de trabalho e ambiente aumentam os riscos de agravos
por acidentes em operários na construção civil. Então, qual a importância de investir
mais na utilização dos EPI, a fim de visar uma redução das perdas ocasionadas pelos
acidentes de trabalho e assim obter melhores resultados?
1.2. JUSTIFICATIVA
Não só na região de Feira de Santana, mas sim por todo território nacional,
podemos observar de forma geral, uma pequena preocupação com a utilização correta
dos equipamentos de segurança, e até a falta do mesmo.
Segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS, 2007), há um
crescimento anual nesses últimos anos em registros de acidentes de trabalho: no ano de
2006 ocorreram no Brasil uma totalidade de 512.232 acidentes, já em 2007 houve um
aumento desse número, passando a ter 653.090 acidentes registrados, um aumento de
27,5% em relação ao ano anterior. Pode-se avaliar esse acréscimo, analisando a
quantidade de trabalhadores registrados nesse período, que foi de 27.088.114
trabalhadores em 2006 para 29.720.306 trabalhadores em 2007, um aumento de 9,7%
em relação ao ano anterior. Somente na Bahia em 2006 aconteceram 16.802 acidentes e
em 2007 foram registrados 22.958 acidentes, sendo que 15.578 com Comunicação de
Acidente do Trabalho (CAT) registrada e 7.380 sem CAT registrada.
Ao procurar o diretor do Sindicato dos Trabalhadores de Construção Civil de
Feira de Santana (comunicação pessoal, 2009), o mesmo relatou que algumas empresas
não emitem o CAT, e isso é uma questão não só da região mais que pode acontecer por
todo Brasil. Isso nos leva a perceber que a quantidade de acidentes é muito maior que as
registradas no Ministério da Previdência Social.
12
Com isso, percebemos que devido o crescimento do setor de construção civil, é
necessário também o aumento dos investimentos em segurança ao trabalhador. Pois
com o avanço do mercado há a necessidade de treinar e qualificar os operários para
desempenharem suas atividades de maneira mais segura e correta.
1.3. OBJETIVOS
1.3.1. OBJETIVO GERAL
Analisar como a falta de treinamentos periódicos e da utilização dos EPI, através
de um estudo em construções civis na região de Feira de Santana, pode aumentar os
riscos de agravos em acidentes do trabalho.
1.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Descrever os equipamentos mais utilizados para proteção individual e coletiva
pelos trabalhadores em obras de construção civil.
- Abordar a importância da utilização dos equipamentos de proteção individual
mais usados em construções civis.
- Avaliar a situação de segurança na utilização de equipamentos de proteção
individual, segundo a Norma Regulamentadora NR-06, encontrada em construções da
região de Feira de Santana.
1.4. METODOLOGIA
A fundamentação teórica foi feita no período de maio de 2009 a janeiro de 2010,
através de livros, artigos, monografias, normas técnicas e materiais que ofereceram
subsídios para pesquisa.
Foi elaborado um questionário considerando os objetivos a serem cumpridos. E
assim analisar as situações de segurança (treinamentos e utilização dos EPI) em obras
de construção civil de Feira de Santana.
13
As entrevistas foram feitas pelo aluno com operários de construção civil, por
método de amostragem, no período do mês de novembro do ano de 2009, através de
solicitação formal junto ao responsável da obra escolhida. Esta entrevista tem como
base avaliar a percepção e situação na qual os trabalhadores percebem dentro do
ambiente de trabalho a situação que estão expostos.
Foram feitos planilhas e gráficos dos resultados obtidos, obtendo dessas
informações coletadas as discussões dos dados obtidos, com uma breve análise de cada
item e as considerações finais através desses resultados.
Por fim, acrescentou-se as considerações finais e sugestões para melhoria da
segurança do trabalho em construções civis.
1.5. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA
Este trabalho tem uma divisão de seis capítulos para assegurar um trabalho
organizado e melhor explicitado. Sendo que:
O 1º capítulo será composto por uma introdução ao tema, problemática,
justificativa, objetivos e metodologia empregada.
Já no 2º capítulo é abordado uma fundamentação teórica, através de revisão
bibliográfica, busca em sites relacionados à segurança do trabalho e conversas com
técnicos de segurança do trabalho, conceituando acidente do trabalho, apresenta-se
também formas de prevenção contra acidentes, uma ampla definição dos equipamentos
de segurança, e suas utilidades.
No 3º capítulo aborda-se o estudo dos programas de segurança e qualidade
voltados à construção civil. Como também o meio ambiente e o trabalhador,
conceituando programas como PCMAT e ações como: CIPA e DDSMS.
No 4º capítulo visualiza-se a conceituação dos métodos de amostragem e como
elaborar essa amostragem para a coleta de dados com aplicações de questionários para
obter os resultados.
No 5º capítulo apresenta-se o questionário e gráficos percentuais, e os resultados
obtidos de forma ampla discutindo esses resultados.
No 6º capítulo, são apresentadas as considerações finais do trabalho.
14
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. RISCOS NO AMBIENTE DE TRABALHO
Os operários da construção civil constituem grupos de pessoas que realizam suas
atividades em ambientes insalubres, expostos a agentes nocivos à saúde, às vezes
perigosos e de modo arriscado. Geralmente são atendidos inadequadamente em relação
aos salários, alimentação e transporte; possuem pequena capacidade reivindicatória e,
possivelmente, reduzida conscientização sobre os riscos aos quais estão submetidos
(SILVEIRA, 2005).
Os fatores de riscos aos quais os operários se predispõem são maiores, devido à
situação de trabalho ao qual se encontram. Jornadas de trabalho prolongadas,
negligência quanto ao uso de maneira correta dos Equipamentos de Segurança
Individual (EPI) e a falta do Equipamento de Proteção Coletiva (EPC), tornam esses
riscos ainda mais eminentes.
A análise prévia dos riscos é uma atividade importante num programa de
segurança, pois interfere no estudo de projetos, processos ou modificações no ambiente.
Tudo que puder ser identificado como risco de acidente de trabalho merece atenção,
para adoção antecipada das medidas preventivas.
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) é um programa
estabelecido que tem por objetivo, definir uma metodologia de ação que garanta a
preservação da saúde e integridade dos trabalhadores face aos riscos existentes nos
ambientes de trabalho.
Segundo a NR-09 (GM, 1978),
“O Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais visa à preservação da
saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação,
reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos
ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em
consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais”.
Os riscos ambientais encontrados no local de trabalho da construção civil e em
muitos outros são os agentes físicos, químicos, biológicos. Já os riscos operacionais são:
15
ergonômicos e de acidentes. A tabela de riscos (Anexo 01) é uma representação desse
conjunto de fatores encontrados no ambiente de trabalho que podem acarretar prejuízos
à saúde dos trabalhadores.
Os principais agentes físicos encontram-se agrupados em:
a) ruídos – causados por máquinas pesadas, máquinas em geral, serras circulares,
vibradores de concreto, betoneiras, marteletes, esmerilhadeiras, bate-estacas,
compactadores, dentre outros;
b) vibração – causados por máquinas que produzem o efeito de movimentos em
torno de um ponto fixo, como por exemplo: ferramentas manuais motorizadas, vibrador
e martelete;
c) temperaturas extremas – muito calor ou muito frio; radiações – operações de
solda elétrica, operações a céu aberto;
d) pressões anormais – pequenas e grandes pressões, como por exemplo,
construções em áreas submersas por água com uso de ar comprimido;
e) umidade e outros.
Os agentes químicos são:
a) poeiras – movimentação de terra, manipulação de cal e cimento, serviços de
demolição, corte de madeiras, movimentação em veículos e máquinas;
b) inalação de gases em operações de pintura, aplicação de impermeabilizantes;
c) manuseio de álcalis (hidróxido de sódio e cloreto de hidrogênio);
Também pode-se listar alguns agentes biológicos presentes no ambiente da
construção civil, são eles: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus e
outros.
Um risco eminente (visível) e que depende, em parte, de treinamento, são os
ergonômicos, como por exemplo:
a) levantamento e transporte manual de pesos sem meios auxiliares corretos,
postura inadequada, erro de concepção de rotinas e serviços;
b) trabalho em turno e returno;
c) outras situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico
16
Os riscos de acidentes são variados, os mesmos podem ser causados por falta de
iluminação no ambiente, a probabilidade de incêndio, explosão, piso escorregadio,
mordida de cobra, aranha, escorpião, entre outros.
2.2. ACIDENTE DE TRABALHO
2.3.
Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o acidente não é obra do acaso e
nem da falta de sorte. Acidentes de trabalho são aqueles que acontecem no exercício do
trabalho prestado à empresa e que provocam lesões corporais ou perturbações
funcionais que podem resultar em morte, perda ou em redução, permanente ou
temporária, das capacidades físicas e mentais do trabalhador (VEDOVELLO, 2008).
Numa conceituação ampla, acidente é toda ocorrência não desejada que modifica
ou põe fim ao andamento normal de qualquer tipo de atividade. Assim, esse tipo de
acontecimento não deve ser entendido apenas por causar um resultado desastroso, uma
lesão, ou até um pequeno ferimento (LAGO, 2006)
Analisando a própria definição da palavra acidente,
“acidente é um acontecimento casual, fortuito e imprevisto. Acidente de
trabalho é toda lesão corporal ou perturbação funcional que, no exercício ou por
motivo de trabalho, resultar de causa externa, súbita, imprevista ou fortuita,
determinando a morte do empregado ou a sua incapacidade para o trabalho, total
ou parcial, permanente ou temporária” (HOLLANDA, 1986).
A Lei 8.213/91, que dispõe sobre o Plano de Benefícios da Previdência Social, em
seu artigo 19 (LEX, 1991), define acidente de trabalho no seguinte termo:
"Art. 19. Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho dos segurados, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte ou perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalhador.”
O acidente de trabalho apresenta fatores bastante negativos no que se refere aos
aspectos humano, social e econômico (FUNDACENTRO, 1980):
17
- Aspecto humano - Os acidentes resultam em desestruturação do ambiente
familiar, onde tais infortúnios repercutem por tempo indeterminado. As conseqüências
dos acidentes, quando envolvem o trabalhador, são bastante desastrosas e evidentes,
pois, dependendo do seu grau de intensidade, tais acidentes sempre requerem cuidados
especiais no tocante à readaptação do homem ao trabalho e, num sentido mais amplo,
dependendo do tipo de lesão física, a sua reintegração na própria sociedade.
- Aspecto social – No que diz respeito ao aspecto social, o acidente de trabalho se
constitui numa causa, ou agravante, dos problemas sociais já existentes, uma vez que
suas conseqüências aumentam o índice de indivíduos marginalizados na sociedade.
- Aspecto econômico – Um dos fatores negativos, resultantes dos acidentes de
trabalho, é o prejuízo econômico, cujas conseqüências atingem o governo, a sociedade,
a empresa e o trabalhador. No que se refere ao governo e à sociedade, os acidentes de
trabalho constituem um obstáculo ao pleno desenvolvimento da economia nacional e
um agravamento dos problemas sócio-econômicos já existentes. Em relação à empresa,
os prejuízos referem-se aos custos na perda temporária de um operário, nos custos dos
15 (quinze) primeiros dias após o acidente de trabalho, na contratação e treinamento de
um operário substituto, na perda de produtividade.
Quanto ao trabalhador, os prejuízos econômicos fazem-se sentir na medida em
que a indenização não lhe garante, necessariamente, o mesmo padrão de vida mantido
até então, e dependendo do tipo de lesão sofrida, tais benefícios não repararão uma
invalidez ou a perda de uma vida.
A falta de um eficaz sistema de segurança acaba causando problemas de
relacionamento humano, produtividade, qualidade dos produtos e/ou serviços prestados
e o aumento de custos. Portanto, a falsa economia feita não se investindo no sistema de
segurança mais adequado acaba ocasionando graves prejuízos, pois um acidente no
trabalho implica baixa na produção e investimentos perdidos em treinamentos, e outros
custos.
Para Filho (2008), prevenção aos acidentes do trabalho é a ferramenta mais
importante para evitar a incapacitação de milhares de trabalhadores, apesar de muitas
empresas não entenderem a prática da prevenção como um investimento rentável.
18
Segundo a NR-18 (GM, 1978)
“o custo direto do acidente é o total das despesas decorrentes das
obrigações para com os empregados expostos aos riscos inerentes ao exercício do
trabalho, como as despesas com assistência médica e hospitalar aos acidentados e
respectivas indenizações, sejam estas diárias ou por incapacidade permanente.”
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considera como integrantes do
custo indireto do acidente de trabalho os seguintes itens: custo do tempo perdido pela
vítima, perda por diminuição do rendimento no retorno do acidentado ao trabalho, perda
pelo menor rendimento do trabalhador que substitui temporariamente o acidentado,
cálculo do tempo perdido pelos colegas, dentre outros.
Segundo Mazzon (2006), as condições desfavoráveis nos locais de trabalho, como
o ruído excessivo, o excesso de calor ou frio, a exposição a produtos químicos e as
vibrações, entre outras, provocam tensões no trabalhador, causando desconforto e
originando acidentes. Quando a exposição torna-se freqüente, é comum surgirem danos
à saúde. Torna-se necessária a adoção de programas voltados para a prevenção de
acidentes e doenças ocupacionais.
Sob o ponto de vista prevencionista, causa de acidente é qualquer fato que, se
removido a tempo, teria evitado o acidente. Os acidentes são evitáveis, não surgem por
acaso e, portanto, são passíveis de prevenção (JUNIOR, 2007).
De acordo com Almeida (2008), para evitar a ocorrência de acidentes e doenças, a
melhor maneira é a prevenção. Para tanto, foram criadas leis que obrigam as empresas e
os empresários a dedicarem atenção à segurança e à saúde de seus empregados. Por
força de lei ou até mesmo pela própria função social que exercem, as empresas devem
criar os meios e dispositivos para eliminar, diminuir ou ainda controlar os riscos
existentes.
As empresas têm a responsabilidade pela manutenção e melhoria das condições de
trabalho. De acordo com o artigo 19, da Lei 8213/91 (LEX,1991),
“A empresa é responsável pela adoção e uso de medidas coletivas e
individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador.
Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de
cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.
19
É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos
da operação a executar e do produto a manipular.”
Entre suas obrigações, pode-se destacar:
a) Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre
Segurança e Medicina do Trabalho;
b) Elaborar ordens de serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho, dando
ciência aos empregados, com os seguintes objetivos:
1. divulgar as obrigações e proibições que os empregados devam conhecer e
cumprir;
2. dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição, pelo
descumprimento das ordens de serviço expedidas;
3. determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de
acidente do trabalho e doenças profissionais ou do trabalho;
4. adotar medidas determinadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE);
5. adotar medidas para diminuir a insalubridade e as más condições
ambientais de trabalho;
c) Informar aos trabalhadores:
1. os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;
2. os meios de prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela
empresa;
3. os resultados dos exames médicos e de exames complementares de
diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos;
4. os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho.
d) Permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos
preceitos legais e regulamentares sobre Segurança e Medicina do Trabalho.
20
2.4. PREVENÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO
A prevenção de acidentes está sendo muito comentada e discutida nos dias atuais.
A par da legislação específica, institue-se programas governamentais, realizam-se
congressos, cursos, campanhas, tudo para incentivar a prevenção de acidentes do
trabalho. No âmbito empresarial, existem profissionais especificamente habilitados para
promover a segurança dos trabalhadores. Trata-se, todavia, de responsabilidade que
deve ser partilhada por todos (FUNDACENTRO, 1980).
A administração da empresa deve estar convencida das vantagens de se prevenir
acidentes a fim de dar o apoio necessário a esses profissionais, implantando suas
recomendações. Mas, sem dúvida, é a linha de supervisão que compete a efetiva
execução das medidas prevencionistas.
É o supervisor quem conhece o trabalho de sua área e seus riscos. A ele compete a
supervisão de seu pessoal, e portanto, é ele quem mais pode fazer para que os operários
trabalhem com maior segurança.
A prevenção de acidentes é um programa de longo prazo, que objetiva, antes de
tudo, conscientizar o trabalhador, proteger a sua própria vida e a dos companheiros por
meio de ações mais seguras, e de uma reflexão constante sobre o ambiente de trabalho e
situações que possam provocar eventuais acidentes de trabalho.
21
2.5. CONCEITUAÇÃO E IMPORTÂNCIA DO EQUIPAMENTO DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)
De acordo com a Norma Regulamentadora - NR 06 (SIT, 2001), EPI é todo
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à
proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Ela regulamenta a obrigatoriedade das empresas de fornecer gratuitamente a seus
empregados em perfeito estado de conservação e funcionamento, os EPI adequados ao
risco e aprovados pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho - Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). E também orientar, treinar o
trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação, assim como fiscalizar e exigir
o uso, substituindo imediatamente, quando danificado ou extraviado, responsabilizando-
se pela manutenção periódica.
E cabe ao trabalhador usá-los, utilizando-os apenas para a finalidade a que se
destina o produto, responsabilizar-se pela guarda e conservação, comunicar ao
empregador qualquer alteração que os tornem impróprios para uso e cumprir as
determinações do empregador sobre o uso adequado.
A utilização de equipamentos de segurança não é apenas obrigação da
empregadora, é também de interesse do trabalhador. Atualmente, ainda existem muitos
trabalhadores que por falta de treinamento e qualificação rejeitam o uso dos
equipamentos de proteção individual, pois muitos os vêem como acessórios
desconfortáveis e não entendem a importância do seu uso.
As recomendações hoje existentes para o uso de EPI são bastante genéricas e
padronizadas, não considerando variáveis importantes como o tipo de equipamento
utilizado na operação, os níveis reais de exposição e, até mesmo, as características
ambientais e da cultura onde o produto será aplicado. Estas variáveis acarretam muitas
vezes gastos desnecessários, recomendações inadequadas e podem aumentar o risco do
trabalhador, ao invés de diminuí-lo.
Dessa forma o EPI é conceituado como um dos essenciais meios capazes de
propiciar auxílio ao trabalhador, que é exposto diretamente aos riscos e também tem a
função de complementar recursos que não conseguem preencher totalmente a segurança
do trabalhador.
22
Deduz-se que se os EPI forem corretamente utilizados diminuirão as ocorrências
de acidentes com agravos que possam ocorrer e que sejam suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho.
O EPI não evita acidentes, como muitas pessoas preconizam. Eles existem para
suprimir a lesão ou atenuar sua gravidade, além de proteger o corpo e o organismo
contra efeitos de substâncias químicas (tóxicas, alergênicas, dentre outras) que possam
determinar doenças ocupacionais. Vale ressaltar que não protege apenas de substâncias
químicas, e sim dos riscos ambientais atribuídos (PIZA, 1997).
Os equipamentos de segurança sofrem desgaste com o uso, como qualquer outro
equipamento e/ou produto. A sua durabilidade está intimamente ligada à intensidade e
freqüência de sua utilização, manutenção, as condições do ambiente de trabalho e
qualidade dos produtos. Os equipamentos de proteção individual, não têm duração
ilimitada, os mesmos seguem referências quanto à validade, uso, local e atividades a
serem utilizados.
Normalmente, quando se opta por produtos de melhor qualidade, atestados pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, a durabilidade pode tornar a aquisição mais
econômica do que a opção por produtos de segunda linha. Pressupõe-se que
equipamentos de qualidade superior provavelmente terão vida útil maior, seguindo
sempre, as instruções de uso correto, ou seja, atividade para o qual foi desenvolvido. A
escolha inadequada, sem orientação ou conhecimento técnico e o uso incorreto
comprometem a real função da utilização do EPI, mesmo que o produto tenha qualidade
e atenda às normas.
Segundo Zocchio (2002), a aquisição do EPI não deve ficar simplesmente a
critério do setor de compras. São equipamentos especializados, que assumem grande
responsabilidade em face do fim a que se destinam, portanto é ideal um setor ou pessoa
capacitada a determinar e especificar o que realmente deve ser comprado.
Os responsáveis pela aplicação e fiscalização das orientações de segurança devem
ler e seguir as informações contidas nos rótulos e nas fichas de informações de
segurança fornecidas pelas indústrias, sobre os EPI que devem ser utilizados para cada
situação.
23
Os engenheiros e/ou técnicos de segurança devem selecionar os EPI adequados,
levando em consideração o grau de proteção que os equipamentos devem satisfazer
(FUNDACENTRO, 1980).
O grau de proteção define se o equipamento a ser utilizado satisfaz, ou não, as
especificações de segurança. Com isso, ao engenheiro de segurança não resta outra
alternativa senão confiar no Certificado de Aprovação (CA) e nas descrições do
fabricante, verificando as especificações dos EPI, utilizando-se de normas, ou quando
possível acompanhar os testes de laboratório.
A escolha adequada dos equipamentos a serem adquiridos para proteção
individual oferece melhorias de segurança aos empregados e à empresa, que atenderá
melhor seus objetivos da prevenção de acidentes.
Portanto, o engenheiro de segurança não deve esquecer que o EPI deve ser
selecionado em função dos dados de estudo do ambiente de trabalho, são eles:
a) Os riscos;
b) Condição de Trabalho;
c) Parte a proteger;
d) Trabalhador que será usuário.
E que os EPI devem cumprir as seguintes características:
a) Proteger adequadamente;
b) Serem resistentes;
c) Serem práticos;
d) De fácil manutenção.
Esses pontos acima citados são de extrema importância para que o EPI
desempenhe seu papel de proteger a integridade física, a saúde e a vida do trabalhador,
evitando lesões por acidente no trabalho.
É recomendado que o fornecimento de EPI, bem como treinamentos ministrados,
sejam registrados através de documentação apropriada para eventuais esclarecimentos,
inclusive em causas trabalhistas.
24
2.6. PRINCIPAIS EPI UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
▪ Capacete
O capacete (Figura 01.a) é um equipamento básico de segurança em qualquer
obra, ele protege o crânio contra impactos em geral, mas principalmente nos casos de
queda de objetos de lugares elevados. Geralmente produzido com material plástico
rígido (polietileno) em seu corpo, mais também pode ser de fibra de celeron, fibra de
vidro, moldados a alta pressão.
Eles são suportados por uma suspensão que compreende todo o conjunto de tiras
internas que o mantêm a uma altura mínima de 32 mm acima do contato direto com o
crânio e cuja função principal é amortecer qualquer impacto, permitindo também uma
boa ventilação. A suspensão compreende coroa, aranha, fita absorvente de suor, tira na
nuca e jugular.
O peso de cada capacete completo com a suspensão e a aranha, sem os
acessórios, não deve ultrapassar 425 gramas.
Os capacetes objetivam não só amortecerem os impactos de objetos sobre o
crânio, como também evitar choques elétricos. Os capacetes encontrados no mercado
são de classe A, isto é, proteção contra tensão limitada. A tensão de teste é de 2.200 V,
que é mantida por um minuto e anotando-se a corrente de fuga.
Também protegem contra riscos provenientes de fontes geradoras de calor, nos
trabalhos de combate ao incêndio.
Existem ainda os capacetes conjugados, como exemplo: o capacete com protetor
auricular (Figura 01.b), que servem para melhorar a utilização do capacete com o
protetor auricular tipo concha.
(a) Capacete Simples (b) Capacete Conjugado
Figura 01 – Tipos de Capacetes de Segurança
25
▪ Calçados de Segurança
Os calçados de segurança podem ser botas ou sapatos (Figura 02). São usados
para proteger os pés contra impacto, perfurações ou desconforto térmico e, contra
produtos químicos e umidade, oferece também isolação elétrica, dentre outras
utilidades. As botas são feitas de PVC (policloreto de vinila) e com solado
antiderrapante, são usadas em locais úmidos, inundados ou com presença de ácidos e
podem ter canos até as virilhas (Figura 02.a). Os sapatos são de uso permanente na obra
(Figura 02.b). A versão com biqueira de aço protege de materiais pesados que possam
cair nos pés do usuário.
(a) Botas de Segurança (b) Sapatos de Segurança
Figura 02 – Calçados de Segurança
▪ Luvas
Um dos equipamentos de proteção mais importantes são as luvas (Figura 05), pois
protegem as mãos, partes do corpo com maior risco de exposição. É o equipamento com
maior diversidade de especificações. São vários tipos básicos de luvas existentes
atualmente no mercado. Elas podem ser de amianto para altas temperaturas, raspa de
couro específica para soldagem ou corte a quente, PVC sem forro que permite maior
mobilidade que a versão forrada e de borracha que são discriminadas para serviços
elétricos, divididos em cinco classes, de acordo com a voltagem.
Figura 03 – Luvas de segurança
26
▪ Óculos
Os óculos (Figura 04) são especificados de acordo com o tipo de risco, desde
materiais sólidos perfurantes até poeiras em suspensão, passando por materiais
químicos, radiação e serviços de solda ou corte a quente com maçarico.
Os materiais utilizados para a fabricação das lentes e dos visores são de vidro
ótico, resina sintética, acetato de celulose, acrílico plástico e tela metálica, incolor ou
coloridos, de acordo com a necessidade de uso. Óculos com formato em dupla concha,
também conhecidos como óculos de esmerilhador, possuem lentes de segurança
endurecidas sob tratamento térmico para resistir a altos impactos de partículas voláteis.
Em geral, os óculos protegem os olhos contra impactos de partículas volantes,
luminosidade intensa, radiações e respingos de produtos químicos.
Figura 04 – Óculos de segurança
▪ Respiradores
Os respiradores são os de maior responsabilidade na preservação da integridade
física dos operários. Eles têm a finalidade de impedir que gases ou outras substâncias
nocivas à saúde penetrem no organismo dos operários. Contra poeiras incômodas é
usada a máscara descartável. Os respiradores podem ser semifaciais (Figura 05.a)
abrangem nariz e boca, ou faciais (Figura 05.b) que abrange nariz, boca e olhos. A
especificação dos filtros depende do tipo de substância ao qual o trabalhador está
exposto.
(a) Respirador semifacial (b) Respirador facial
Figura 05 – Tipos de Respiradores
27
▪ Protetores Auditivos
Protetores Auditivos protegem os ouvidos em ambientes onde o ruído está acima
dos limites de tolerância, ou seja, 85 dB para oito horas de exposição.
Eles podem ser do tipo plug (Figura 06.a), que são fabricados geralmente de
material esponjoso ou borracha de silicone. São inseridos no ouvido e permanecem
fixos sob pressão, cobrindo assim toda a área do canal auditivo. Ou tipo concha (Figura
06.b), esses cobrem as orelhas, são ajustáveis a fim de proporcionarem uma vedação ao
ruído de forma confortável e que possa ser consistentemente mantido durante todas as
exposições ao ruído.
(a) tipo plug (b) tipo concha
Figura 06 – Protetores auditivos
▪ Cintos de Segurança
Os cintos de segurança (Figura 07) protegem os trabalhadores de quedas,
acidentes muitas vezes fatais. São usados obrigatoriamente em locais com atividades
com diferença de nível superior a dois metros.
Cinto com travessão é um cinto largo e reforçado com couro ou lona, com uma
ou duas fivelas. O travessão é preso por dois anéis colocados de maneira que fique um
de cada lado do corpo do operário. O travessão consiste de uma tira de couro reforçada,
dupla, regulável por meio de fivelas, as quais o operário passa por trás ou por cima do
ponto onde ficará apoiado, após ter o cinto apertado na cintura, para que possa
equilibrar e apoiar o corpo, trabalhando mais à vontade.
Cinto com corda é o tipo que possui suspensórios e, em alguns casos, até tiras de
assento, como os cintos de pára-quedistas. Na parte traseira dos suspensórios existe uma
argola, na qual é fixada uma corda. A corda deve ser de boa qualidade e muito
resistente. A finalidade deste cinto é oposta à do cinturão com travessão, servindo para
parar a queda, caso venha a ocorrer.
28
A corda deve ser bem amarrada em ponto firme e mais elevado que o plano de
trabalho, tendo o seu lance curto, de modo a reduzir o impacto na corda e no corpo do
operário, caso ocorra uma queda. Ela deve ser presa nas costas e nunca na frente, pois
em caso de queda, a pessoa poderá ter a espinha dobrada para trás, com possibilidades
de acidentes graves.
Figura 07 – Cinto de segurança
2.7. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA
Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são usados com o objetivo
de modificar as condições de trabalho em um determinado ambiente, promovendo a
proteção de todo o grupo. São exemplos bastante utilizados de EPC:
1. Chuveiros e lava olhos de emergência
Os chuveiros são aqueles especificamente projetados para fornecer um fluxo de
água abundante e de baixa pressão, suficiente para remover do corpo humano qualquer
tipo de contaminante ou calor, sem causar agravamento de possíveis lesões. Lava-olhos
são equipamentos projetados de forma semelhante aos chuveiros de segurança, só que
com o objetivo específico de livrar os olhos de contaminantes.
2. Extintores de incêndio
Os extintores são equipamentos que se destinam ao combate imediato e rápido de
pequenos focos de incêndios.
É preciso conhecer, identificar bem o incêndio que se vai combater, antes de
escolher o agente extintor ou equipamento de combate ao fogo. Um erro na escolha de
29
um extintor pode tornar inútil o esforço de combater as chamas; ou pode piorar a
situação, aumentando ainda mais as chamas, espalhando-as, ou criando novas causas de
fogo (curtos-circuitos).
Os principais agentes extintores são os seguintes:
Água na forma líquida (jato ou neblina); espuma mecânica (a espuma química
foi proibida); gases e vapores inertes (gás carbônico, nitrogênio, vapor d’água); pó
químico.
3. Guarda-Corpo
Também conhecido como parapeito, o Guarda-Corpo é um dos principais itens de
segurança em projetos, pois protege pessoas de quedas e acidentes em função de
desnível de piso ou de ambientes mais altos em relação a outros.
Também é importante a utilização do guarda-corpo com rodapé. Essa proteção é
constituída de travessas cujos vãos devem ser preenchidos por tela ou outro dispositivo
que garanta o fechamento seguro da abertura. Esse sistema destina-se a promover além
da proteção contra riscos de queda de pessoas, como também de materiais e
ferramentas.
O guarda-corpo deve ser constituído de uma proteção sólida, de material rígido e
resistente, convenientemente fixado e instalado nos pontos de plataformas, áreas de
trabalho e de circulação onde haja risco de queda de pessoas e materiais.
4. Exaustores
Os exaustores têm a finalidade de remover ar ambiental contaminado ou
promover a renovação do ar saudável.
5. Fitas de demarcação reflexivas
Utilizadas para delimitação e isolamento de áreas de trabalho.
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6. Cones de sinalização
Têm Finalidade de sinalização de áreas de trabalho e obras em vias públicas ou
rodovias e orientação de trânsito de veículos e de pedestres e podem ser utilizados em
conjunto com fita zebrada, sinalizador ou bandeirolas.
Todos os Equipamentos de Proteção Coletiva devem ser construídos com
materiais de qualidade e instalados nos locais necessários tão logo se detecte o risco.
Do ponto de vista de proteção aos trabalhadores, as medidas de proteção coletiva
são sempre mais eficientes que os equipamentos de proteção individual. Apesar disso,
os EPI são mais utilizados, pois, normalmente, há curto prazo, eles são mais baratos do
que fazer modificações no ambiente. No entanto, há longo prazo, os custos com a
manutenção desses equipamentos podem se tornar mais elevados que as medidas de
ordem ambiental e coletiva.
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3. SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE EM EMPRESAS DE
CONSTRUÇÃO CIVIL
As mudanças ocorridas na sociedade nestas últimas décadas refletem a
percepção das limitações em nosso país, tanto em termos sociais como econômicos.
Estas mudanças refletem-se diretamente nas organizações, as quais sentem necessidade
de proporcionar rápidas modificações para acompanhar o surgimento dos novos
paradigmas sociais. Com esta finalidade surgiram nos últimos anos inúmeras
ferramentas destinadas a auxiliar as organizações a suprirem suas necessidades de
melhoria. Entre estas ferramentas encontram-se os sistemas de gestão (LIMA, 1995).
Sistema de gestão significa um modelo no qual uma empresa adota para geri-la.
Atualmente toda empresa, seja ela de grande ou pequeno porte, possui um sistema de
gestão, caso contrário não haveria sua existência. Com as normatizações, percebe-se que
as empresas adotam modelos semelhantes, a fim de padronizar as metodologias de
produção e seus produtos.
Os modelos normativos são excelentes para a correção de rotina e rumo de
empresas pouco estruturadas. Cabe a cada empresa criar e adaptar os sistemas de acordo
com suas necessidades, com isso melhorar o rendimento produtivo que é o desejo maior
de qualquer empresa, pois isso a eleva a patamares de maior grau de excelência nos seus
produtos.
A segurança no trabalho deve ser fundamentada em um sistema de gestão que
deve se estruturar para atender às metas a partir das diretrizes estabelecidas pela
construtora, considerando-se as particularidades de cada situação.
3.1. SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA
Sistema de Gestão Integrada (SGI) é a combinação de processos, procedimentos
e práticas adotadas por uma organização, para implementar suas políticas e atingir seus
objetivos de forma mais eficiente do que por meio de múltiplos sistemas de gestão.
Direcionado para processos é a gestão que permite integrar de forma mais eficiente, nas
operações do dia-a-dia das empresas, os aspectos e objetivos da qualidade, do
desempenho ambiental, da segurança e saúde ocupacional e da responsabilidade social.
32
A integração dos sistemas de gestão pode abranger diversos temas, tais como:
qualidade, meio ambiente, segurança e saúde ocupacional, recursos humanos, controle
financeiro, responsabilidade social, dentre outros. Como essas normas para sistemas de
gestão tratam de processos internos separados, é através de um sistema de gestão
integrado, que a organização pode adotar uma abordagem completa para o
aperfeiçoamento de seus processos internos e obter a certificação de todos os sistemas
com somente uma auditoria de certificação.
O SGI é importante para obter melhor controle nos procedimentos adotados por
uma empresa, incluem-se os procedimentos de segurança, meio ambiente e saúde do
trabalhador. Quando esses trabalham em conjunto, há ganhos em funcionalidade dos
programas adotados pela empresa.
3.2. MEIO AMBIENTE E O TRABALHADOR
O meio ambiente é compreendido como o espaço dentro e fora do local de
trabalho, e o trabalhador é parte integrante desse meio.
Atualmente, vemos uma procura intensa pela melhoria da qualidade de vida e
excelência nos processos produtivos. Isso se reflete em todos os setores vivenciados
pela humanidade. Como todo modal industrial, a construção civil pretende estender essa
melhoria a cada dia.
A organização nos canteiros, a limpeza, a adoção de práticas no canteiro reflete
essa preocupação que as empresas devem ter com o ambiente de trabalho no qual estão
inseridos seus operários.
3.3. COMUNICAÇÃO PRÉVIA
É um documento obrigatório elaborado pela empresa construtora, antes de iniciar
suas atividades em um canteiro, com a finalidade de comunicar à Delegacia Regional do
Trabalho, através de protocolo, as seguintes informações:
- Endereço correto da obra;
33
- Endereço correto e qualificação (CEI – Cadastro Específico do INSS, CGC –
Cadastro Geral de Contribuintes, ou CPF – Cadastro de Pessoas Físicas) do contratante,
empregador ou condomínio;
- Tipo de obra e área de construção;
- Datas previstas de início e conclusão da obra;
- Número máximo previsto de trabalhadores na obra.
3.4. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO A ACIDENTES – CIPA
De acordo com a Norma Regulamentadora - NR 05 (GM, 1978), a Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) tem como objetivo a prevenção de acidentes
e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o
trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
Essa comissão nada mais é do que um grupo de pessoas que tem a incumbência
de prever e impedir qualquer ocorrência e sem intenção que possa causar danos ou
prejuízos à propriedade ou à pessoa, porém restrito à própria empresa. Constitui-se
necessário a CIPA quando o quadro de funcionários é maior ou igual a vinte pessoas.
A CIPA tem como deveres:
1. Observar e relatar as condições de riscos nos ambientes de trabalho;
2. Solicitar medidas para reduzir até eliminar ou neutralizar os riscos
existentes;
3. Discutir os acidentes ocorridos, encaminhando relatório ao Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
(SESMT) e ao empregador;
4. Solicitar medidas que previnam acidentes semelhantes;
5. Orientar os demais trabalhadores quanto à prevenção de acidentes.
34
3.5. O PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO
NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO (PCMAT)
A NR-18 (GM, 1978) determina, em seu item 18.3, a elaboração do Programa de
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT) em
todos os estabelecimentos com vinte ou mais trabalhadores. A exigência do PCMAT
tem como objetivo principal assegurar que as empresas de construção desenvolvam um
programa preventivo de acidentes e doenças do trabalho.
O programa serve como ponto de partida para que se implemente um sistema de
gestão de segurança do trabalho, que vise à diminuição ou mesmo eliminação dos
acidentes nas várias etapas do processo de produção. Na maioria das vezes, as causas de
acidentes estão relacionadas à falta de planejamento, falha de projetos, materiais,
ferramentas e equipamentos inadequados, execução de obras sem procedimentos
operacionais claros ou treinamentos adequados dos trabalhadores.
É importante realizar um diagnóstico com a empresa sobre as condições de
segurança da obra, antes de elaborar o PCMAT, obtendo a maior quantidade de
informações possível, desenvolvendo um programa consciente e com chances de
sucesso. Cada etapa da obra precisa ser planejada e descrita, identificando os modos
mais seguros de realização do trabalho.
O programa deve ser elaborado e executado por profissional de segurança, ou
seja, aquele que comprove perante o empregador e a inspeção do trabalho a capacitação
obtida em curso específico do sistema oficial de ensino ou capacitação obtida em curso
especializado, ministrado por centros de treinamento e reconhecido pelo sistema oficial
de ensino.
Na elaboração do PCMAT, é de extrema importância o envolvimento de todos
os profissionais que terão responsabilidade direta pelo resultado do programa: direção
da empresa, gerentes, engenheiros de produção, engenheiros e técnicos de segurança,
médicos do trabalho, projetistas, orçamentistas, mestres e encarregados. Cada etapa do
processo é planejada pelos integrantes da equipe, onde, uma vez envolvidos, se
comprometem a cumprir o planejado.
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É indispensável manter o PCMAT no estabelecimento à disposição do órgão
regional do Ministério do Trabalho. E é fundamental que integre os seguintes
documentos (GM, 1978):
- memorial sobre as condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e
operações, levando-se em consideração riscos de acidente e doenças do trabalho e suas
respectivas medidas preventivas;
- projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas
de execução da obra;
- especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas;
- cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT;
- “layout” inicial do canteiro de obras, contemplando, inclusive, previsão de
dimensionamento das áreas de vivência;
- programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e
doenças do trabalho, com sua carga horária.
Estes documentos devem contemplar os dados descritos na Norma
Regulamentadora, portanto, no canteiro de obras, é necessário dispor de instalações
sanitárias em perfeito estado de conservação e higiene, com portas, paredes de material
resistente, pisos impermeáveis, laváveis e antiderrapantes, com ventilação e iluminação,
pé-direito mínimo de 2,50 m ou de acordo com o Código de Obras do Município, e
constituído de lavatório, vaso sanitário e mictório, na proporção de um conjunto para
cada grupo de vinte trabalhadores, bem como chuveiro na proporção de uma unidade
para cada grupo de dez trabalhadores. Têm-se ainda os vestiários, os quais devem ter
paredes, piso lavável, cobertura respeitando o pé-direito mínimo de 2,50 m ou de acordo
com o Código de Obras do Município e iluminação, armários individuais possíveis de
trancar, além dos refeitórios, local obrigatório com paredes que permitam o isolamento
durante as refeições, com piso lavável, cobertura (pé-direito mínimo de 2,80 m ou de
acordo com o Código de Obras do Município), ventilação, iluminação, com mesas
laváveis e assentos em número suficiente para a demanda da obra.
No memorial sobre as condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e
operações, a norma estabelece medidas de proteção para os serviços de demolição,
escavações, carpintaria, armações de aço, estruturas de concreto, estruturas metálicas,
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operações de soldagem e corte a quente, alvenaria, revestimento e acabamento,
telhados, serviços em locais confinados, instalações elétricas, descrevendo medidas
preventivas necessárias para eliminar ou minimizar os riscos provenientes destas
atividades que vão desde a condição do ambiente até os cuidados na execução destas
atividades. Trata, também, da especificação técnica das proteções individuais e coletivas
a serem utilizadas, bem como do projeto de execução para o uso de escadas, rampas e
passarelas; proteção contra queda de altura; transporte de materiais e pessoas dentro do
canteiro; andaimes; uso de cabos de aço; proteção para uso de máquinas, equipamentos
e ferramentas; uso de tapumes e galerias; a armazenagem e estocagem de material,
proteção contra incêndio e a sinalização dentro do canteiro. E, finalmente, contempla a
temática de prevenção de acidentes e doenças do trabalho descrevendo sobre
treinamentos, dados estatísticos e a organização de uma CIPA.
3.6. DIÁLOGO DIÁRIO DE SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE
(DDSMS)
O DDSMS é entendido como a reserva de um pequeno espaço de tempo,
recomendado antes do início das atividades diárias na empresa e com duração de 5 a 15
minutos, para a discussão e instruções básicas de assuntos ligados à segurança no
trabalho. Também objetiva descentralizar e multiplicar as informações de Meio
Ambiente e saúde, tratando ainda outros assuntos de interesse da empresa, do país e do
empregado, referenciados ao contexto das atividades a serem executadas no dia a dia do
local de trabalho.
Os diálogos diários deverão sempre ser realizados próximo aos locais onde as
atividades serão realizadas. Alguns temas que poderão ser abordados são:
- Equipamentos de proteção individual que deverão ser usados;
- Necessidade ou não de sinalizar e isolar o local com placas, cones, cordas, fita
zebrada, etc.
- Proteções contra a queda de materiais e contra a queda de pessoas;
- Procedimentos em caso de emergências de diversas naturezas;
- Ordem de arrumação e limpeza;
37
É importante registrar o DDSMS. Utilizando sempre os procedimentos da
empresa, ou criando um procedimento próprio. Data, duração, local, assunto abordado,
nomes e número de participantes, são dados que podem conter no registro. O registro
possibilita o gerenciamento dos diálogos como ferramenta para a identificação de novos
temas e dos temas já abordados, evitando a repetição dos mesmos. Também serve para
acompanhamento da participação dos integrantes do grupo durante as reuniões.
38
4. COLETA DE DADOS
4.1. ELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO
Questionário é uma lista organizada de perguntas que visa obter informações de
naturezas diversas e tem como maior meta propiciar determinado conhecimento ao
pesquisador.
O questionário (Anexo 02) foi elaborado com base na fundamentação teórica e
objetivos deste trabalho, e desenvolveu-se através de um processo dinâmico de
interação entre o pesquisador e os entrevistados, visando evitar perda de informações e
conhecimentos relevantes, assim como a má interpretação dos dados fornecidos.
Devido à dificuldade em levantar o universo de operários da construção civil
numa cidade como Feira de Santana, optou-se por restringir a amostra a empresas
cadastradas no sindicato dos trabalhadores da construção civil, e dessas foram
escolhidas empresas que possuíam em seu quadro mais de 100 funcionários contratados
diretamente.
Os dados obtidos foram tabelados (Anexo 03) e analisados conforme as
respostas de cada item. Existem situações onde o entrevistado poderia responder mais
de uma resposta, como exemplo, as perguntas direcionadas a EPI, onde foram
calculados percentuais em relação à utilização dos mesmos.
4.2. MÉTODO DE AMOSTRAGEM
A amostragem, e em particular, os processos de amostragem aplicam-se em
variadas áreas do conhecimento e constituem, muitas vezes, a única forma de obter
informações sobre uma determinada realidade que importa conhecer.
Neste trabalho utilizou-se para definição do tamanho da amostra e da quantidade
de construtoras e obras os conceitos relacionados com a teoria da amostragem. Essa
teoria estuda as relações existentes entre uma população e as amostras dela extraídas. É
39
útil na avaliação de quantitativos desconhecidos dessa mesma população que consiste
em selecionar parte de uma população e observá-la com vista a estimar uma ou mais
características. Esse procedimento pode ser realizado por meio de dois tipos de
amostras:
a) probabilística – também chamada de aleatória ou ao acaso, esse tipo de amostragem é
submetido a tratamento estatístico que permite compensar erros amostrais, ou seja, é o
melhor método de escolha de amostra, visto que toda amostra possa ter a mesma chance
de ser escolhida;
b) não probabilística – não faz uso de forma aleatória de seleção, não aceita diversas
aplicações estatísticas; a mais comum amostra não probabilística utilizada é a
intencional, onde o pesquisador está interessado na opinião de determinados elementos
da população estatística, mas não representativos da mesma.
Segundo LEVIN (2004), a amostragem probabilística é aquela em que cada
elemento da população tem uma chance conhecida e diferente de zero de ser
selecionado para compor a amostra, e a amostragem não probabilística é aquela em que
a seleção dos elementos da população para compor a amostra depende ao menos em
parte do julgamento e do bom senso do pesquisador.
Uma das vantagens da amostragem aleatória é a possibilidade de estimar as
margens de erro dos resultados que são devidas à amostragem. Além disso, a
amostragem aleatória evita o enviesamento das amostras que acontece (mesmo quando
o objetivo não é esse) sempre que se usa a opinião e a experiência para escolher as
amostras.
No entanto, deverão ser também referidas as dificuldades em recolher uma
amostra aleatória. E a principal dificuldade consiste na obtenção de uma listagem
completa da população a inquirir. Estas listagens são, na maioria dos casos, difíceis de
conseguir, de custo elevado, demoradas na sua obtenção e nem sempre de habilidade
aceitável.
Já os métodos de amostragem não aleatória são de caráter pragmático ou intuitivo
e são largamente utilizados, pois possibilitam um estudo mais rápido e com menores
custos.
40
5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
O questionário quantitativo foi utilizado em seis obras de diferentes empresas da
região e realizado em novembro de 2009. Foram consideradas obras das maiores
empresas da região, pois as mesmas possuíam em seu quadro grande número de
empregados diretos e esses estão cadastrados no Sindicato dos Trabalhadores na
Indústria da Construção Civil de Feira de Santana.
A amostra da população se restringiu a uma obra de cada empresa, visto que,
geralmente a empresa adota o mesmo sistema em suas obras. Essas obras foram
escolhidas de acordo com oportunidade de aceitação e liberação de cada empresa e
engenheiro residente das mesmas.
Ao citar a população da obra, a mesma foi extraída numa amostra de 50%
(cinquenta por cento) do efetivo contratado da obra, isso devido à dificuldade
encontrada em poder entrevistar todos operários, o que totalizou 153 operários
entrevistados. A escolha da amostra foi feita de forma aleatória pelo entrevistador e foi
adotado o método probabilístico para análise dessa amostra.
5.1. DESCRIÇÃO DAS OBRAS
5.1.1. OBRA A
A obra A (Figura 08) é executada por uma empresa que atua em Feira de
Santana e por toda Bahia, esta empresa oferece mais de 1000 empregos diretos, e nessa
obra, em específico, estavam trabalhando no momento da aplicação do questionário 59
funcionários.
Pode-se descrever a obra como prédio residencial de cinco pavimentos, onde
ainda se encontra na execução de serviços preliminares e fundações.
O programa de segurança da obra é o PCMAT, e tem como ações o DSS
(Diálogo Semanal de Segurança) e a CIPA em implantação.
41
Figura 08 - Obra A (Condomínio residencial de prédios de cinco pavimentos)
5.1.2. OBRA B
A obra B (Figura 09) é uma construção executada por uma empresa de Feira de
Santana, que atua na sua cidade sede e pela região. Ela oferece cerca de 250 empregos
diretos e nessa obra, já em proximidade de conclusão, estavam trabalhando 68 operários
no dia da visita para aplicação do questionário.
O tipo de edificação é um colégio com três módulos separados, com caráter de
obra horizontal, sendo um módulo de dois pavimentos.
O programa de segurança nessa obra é o PCMAT, e tem como ações: DDS
(Diálogo Diário de Segurança) e CIPA, e implantação do SGI.
Figura 09 – Obra B (colégio em fase de conclusão)
42
5.1.3. OBRA C
A obra C (Figura 10) é uma construção de condomínio de casas de um
pavimento, sendo executada por uma empresa com sede em Feira de Santana. Nesta
obra encontravam-se cerca de 40 operários da empresa em atividade no dia em que foi
aplicado o questionário.
A empresa adota nessa obra, como programa de segurança o PCMAT e adota o
DSS.
Figura 10 – Obra C (condomínio de casas de um pavimento)
5.1.4. OBRA D
A obra D (Figura 11) é uma construção executada também por empresa da
cidade de Feira de Santana, que possui em seu quadro 220 funcionários contratados
diretamente.
A obra é uma edificação horizontal de dois pavimentos e emprega cerca de 32
operários. Nessa obra existe como programa de segurança o PCMAT e também ações
como a CIPA.
43
Figura 11 - Obra D (condomínio residencial de casas de dois pavimentos)
5.1.5. OBRA E
A obra E (Figura 12) se destaca por ser uma obra de reforma, com poucos
funcionários e está sendo executada por uma empresa da região, que emprega cerca de
150 funcionários diretamente.
No quadro de funcionários da obra existem 34 operários e todos estavam
trabalhando no dia da visita pelo aluno. Não existe um programa de segurança do
trabalho documentada. Segundo administrativo da obra, possui um DDS monitorado
pelo encarregado da obra e o PCMAT está em processo de elaboração.
Figura 12 – Obra E (prédio de dois pavimentos)
44
5.1.6. OBRA F
A obra F (Figura 13) é uma construção executada por uma empresa de Feira de
Santana, que possui em seu quadro 217 funcionários. A obra é um condomínio de 92
casas de um pavimento, se enquadra em edificação horizontal.
Uma obra modelo, onde está sendo implantado o SGI, e possui como programa
de segurança o PCMAT, e ações como: CIPA e DDS.
Figura 13 – Obra F (condomínio de casas de um pavimento)
Para uma melhor visualização das descrições das obras, pode-se observar a
tabela 01 abaixo.
Tabela 01 – Descrição das obras escolhidas
45
5.2. QUESTIONÁRIO
5.2.1. FAIXA ETÁRIA
A Figura 14 abaixo apresenta a distribuição da população pesquisada segundo a
sua idade, e avaliando esse número podemos perceber que não há uma faixa etária que
possamos destacar como a mais presente nos canteiros de obras da região. Com isso, é
visto que na construção civil, com um mercado ascendente, as oportunidades de
trabalho são criadas para todas idades, quando esses se apresentam aptos para
desempenhar suas funções.
Figura 14 – Faixa etária dos operários da região
5.2.2. ESCOLARIDADE
O grau de instrução dos trabalhadores da construção civil que prevalece entre os
pesquisados é o 1º grau com 45,1% da população amostral como mostrado na Figura 15.
Figura 15 – Grau de escolaridade dos operários da região
46
5.2.3. PROFISSÃO
A profissão informada pela maioria do universo pesquisado foi de
ajudante/servente, totalizando 41,8% dos trabalhadores. Na Figura 16, pode-se perceber
que a profissão de pedreiro vem em seguida com 22,2% dos profissionais.
Figura 16 – Profissão dos entrevistados em obras da região
5.2.4. TEMPO NA FUNÇÃO
Como se observa na Figura 17, em canteiros de obra de construção civil, existe
mais operários com até 2 anos de função. Isso retrata que nesse setor há uma
rotatividade grande da mão-de-obra, além disso, soma-se a grande procura de mão-de-
obra devido ao crescimento acelerado do setor nos últimos anos.
Figura 17 – Tempo de função dos operários da região
47
5.2.5. EPI MAIS UTILIZADOS
Como mostrado na Figura 18 abaixo, os EPI utilizados pelos operários são os
abordados na pesquisa, podendo adicionar a estes o avental que não foi proposto no
questionário, mas foi citado por alguns operários. Percebe-se que 100% dos operários
utilizam bota e capacete e os demais equipamentos de segurança, de acordo com sua
função e situação de trabalho imposta, como: luvas (88,2%), respirador semifacial
(74,5%), óculos de proteção (72,5%), protetor auricular (67,3%) e cinto de segurança
(40,5).
Figura 18 – EPI mais utilizados por operários da região
5.2.6. OS EPI MAIS DESCONFORTÁVEIS
De acordo com o levantamento feito, observa-se na Figura 19 a seguir, os EPI que
os operários mais sentem desconforto ao usar são: o cinto de segurança, onde 41,9% dos
entrevistados que utilizam o equipamento sentem algum desconforto, protetor auricular
(39,8%) e a máscara contra pó (38,6%).
48
Figura 19 – Índice percentual de desconforto dos EPI por operários da região
5.2.7. EPI COM MAIOR FUNCIONALIDADE
Ao perguntar aos operários quais os EPI que eles achavam que tinha maior
funcionalidade em campo dentre os que utilizavam, foram citados com maior frequência
a bota, as luvas e o capacete (Figura 20). Observa-se que equipamentos na prevenção da
saúde do trabalhador, como o protetor auricular e a máscara contra pó foram os EPI
menos citados, certamente por eles serem os EPI que protegem a parte do corpo
funcional interna, como pulmão e audição, os quais não lesionam em um acontecimento
e sim ao decorrer do dia-a-dia em exposição aos agentes causadores como poeira,
agentes químicos, ruídos e outros.
Figura 20 - EPI com maior funcionalidade na visão dos operários da região
49
5.2.8. EPI COM MENOR FUNCIONALIDADE
Ao destacar os EPI que tem menor funcionalidade na visão dos operários
(Figura 21), a maioria dos entrevistados disse que nenhum dos EPI não tem
funcionalidade, ou seja, todos possuem uma função importante e em seguida os
equipamentos que foram visualizados no item anterior como acessório de proteção com
menor funcionalidade na percepção dos trabalhadores.
Figura 21 – EPI com menor funcionalidade na visão dos operários da região
5.2.9. ACRESCENTA EPI PARA MELHORIA DA SEGURANÇA
Ao questionar operários em campo sobre as necessidades que tinham de melhorias
para sua segurança, se os mesmos já haviam trabalhado em outra empresa que utilizava
algum equipamento diferenciado ou visualizado em algum outro lugar algum tipo de
EPI que pudesse somar aos disponibilizados pela empresa, uma taxa de 32,7% dos
trabalhadores disseram que sim, que tinha algum equipamento que poderia ser
acrescentado conforme pode ser visto na Figura 22 abaixo.
50
Figura 22 – Acrescenta EPI para melhoria da segurança
Desses EPI que os operários acrescentariam às suas funções no campo,
destacam-se equipamentos de proteção à exposição ao sol, como protetor solar, camisa
de manga comprida e touca modelo legionário. Na Figura 27 abaixo, visualiza-se os EPI
mais citados que poderiam ser acrescidos na visão do trabalhador na sua função. Alguns
EPI como avental, luva de látex e cinto de segurança já eram disponibilizados pela
empresa, mas dependiam da atividade ao qual o operário estava realizando naquele
momento.
Figura 23 – EPI mais citados como necessidade de ser disponibilizado para operários
51
5.2.10. ACIDENTE DE TRABALHO
Ao entrevistar os operários, foi feita a pergunta sobre acidentes de trabalho
acontecidos na área de construção civil, desde seu ingresso no setor. Desses 20,3%
disseram que já haviam sofrido algum tipo de acidente, enquanto 79,7% nunca tinham
sofrido um acidente (Figura 24).
Figura 24 – Percentual de acidentes do trabalho em operários de construção civil da região
5.2.11. QUANTIDADE DE ACIDENTES
Desses acidentes ocorridos, a grande maioria sofreu poucos, na faixa de um a
três acidentes, como pode ser observado na Figura 25 abaixo. Isso já reflete a
importância que as empresas estão dando à questão de segurança do trabalhador com
treinamentos periódicos e palestras de prevenção ao acidente.
Figura 25 – Percentual de quantidade de acidentes que um operário sofreu desde
sua entrada como trabalhador de construção civil
52
5.2.12. ACIDENTES MAIS FREQUENTES
A grande maioria dos acidentes citados foram acidentes considerados como
pequenos incidentes, não havendo uma gravidade maior (Figura 26). Observa-se
contudo que é necessário uma melhor organização do canteiro junto com um mapa de
riscos que demonstra as principais eventualidades que um operário possa sofrer no
ambiente que se encontra trabalhando.
Figura 26 – Percentual dos acidentes citados por operários da região
5.2.13. ORIENTAÇÕES DE COMO USAR OS EPI
A grande maioria dos operários recebe treinamentos de qual e como usar o EPI
para determinado serviço (Figura 27). Por vezes essas orientações são realizadas por um
engenheiro ou técnico em segurança do trabalho presente na obra, e outras pelos
encarregados que foram treinados e sabem repassar esse treinamento.
Figura 27 – Orientações de como e qual EPI utilizar
53
5.2.14. TREINAMENTOS DE SEGURANÇA PARA UTILIZAÇÃO DE
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
Pode-se visualizar que na pesquisa feita em obras da região 68,6% dos operários
recebem treinamento para utilizar máquinas e equipamentos (Figura 28). Este
treinamento assim como as orientações são realizados por um técnico capacitado e
quando não há presente esse técnico é realizado por alguém devidamente instruído e que
possa passar essas informações para o funcionário.
Figura 28 – Percentual de treinamentos de máquinas e equipamentos
5.2.15. TREINAMENTOS PERIÓDICOS SOBRE SEGURANÇA DO
TRABALHO
Como mostrado no gráfico abaixo (Figura 29), os treinamentos periódicos são
dados a 74,5% dos operários. Esses podem ocorrer diariamente, semanalmente ou
quinzenalmente de acordo com o programa adotado pela empresa. É importante que os
mesmos sejam sempre em intervalos de tempo fiel para criar uma rotina de trabalho
onde facilite a discussão e o diálogo entre os funcionários sobre a segurança do
trabalho.
Já 25,5% dos entrevistados disseram não receber treinamentos periódicos, alguns
descreviam que os treinamentos demoravam a acontecer e não tinham intervalos de
tempo definido, outros por serem novos contratados ainda não tinham tido nenhum
treinamento em campo e os demais disseram que não tinham participado de nenhum
treinamento.
54
O treinamento periódico tem a função de mostrar ao operário como ele deve se
comportar em obra, qual sua tarefa para exercer seu trabalho de forma segura e correta e
também salienta a importância de utilizar os EPI.
Figura 29 – Percentual de treinamentos periódicos a operários da região
5.3. TREINAMENTOS E ACIDENTES
Ao compor os dados da pesquisa feita em campo, notou-se que operários que não
recebem treinamentos estão mais pré-dispostos a sofrer um acidente. A Figura 30
mostra essa realidade, onde 33,3% dos operários que não recebem treinamentos
periódicos já sofreram algum acidente.
Importante ressaltar que os treinamentos também devem ser dados no primeiro
dia de trabalho por uma pessoa qualificada, a fim de minimizar os riscos que o novo
operário encontrará em seus dias de trabalho na obra.
Figura 30 – Influência do treinamento sobre o percentual de acidentes
55
5.4. BREVE DISCUSSÃO DOS DADOS COLETADOS
Sabe-se que os EPI ajudam a minimizar os danos e diminuir os riscos, mas o que
pode evitar acidente do trabalho é um funcionário bem consciente e treinado, e
empresas que levem a sério a segurança do trabalho.
É preciso conscientizar esse trabalhador dos danos que podem ocorrer no trabalho
sem proteção. Pois, ele às vezes desconhece os riscos e doenças dermatológicas
proporcionados por exposição a agentes químicos, como: poeira, cal, pó de madeira
serrada e outros, ou não perceber que o cinto de segurança, apesar de incomodar, pode
salvar a vida dele.
O treinamento é uma fase importante no processo de utilização de EPI, bem como
a fiscalização, no sentido de orientar o usuário, é indispensável como complementação
deste. A maioria das empresas entregam os EPI aos trabalhadores, porém algumas não
possuem um programa de uso que inclua a seleção correta, o treinamento, a
conservação, e manutenção de equipamento. Resumindo, falta gerenciamento sobre o
uso dos equipamentos.
56
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao decorrer do exposto no trabalho, pode-se concluir que novos procedimentos de
conscientização devem ser implantados, e principalmente, ministrados por pessoas
qualificadas. Verificou-se também que podem ser promovidos treinamentos com mais
freqüência e com maior foco nos equipamentos de proteção.
As empresas devem conscientizar os operários de que eles podem contribuir
identificando os riscos, alertando os companheiros, participando das palestras e dando
idéias que contribuam para melhoria da segurança. É importante ressaltar o papel que a
empresa deve desempenhar como por exemplo: dar ênfase a melhoria na qualidade da
mão de obra, especializando-a através de cursos que além de melhorar na qualidade dos
seus serviços, capacitando-a para utilização de máquinas equipamentos.
Identificamos também que os trabalhadores têm consciência da necessidade do uso
dos equipamentos de segurança e os aprovam quanto à conveniência. Mas muitos ainda
vêm o EPI como um acessório não confortável, que atrapalha o dia-a-dia no trabalho.
Por isso, é necessária a adoção das construtoras pelo material adequado à situação de
trabalho, assim como realizar treinamentos de como e onde usar o equipamento de
maneira correta.
Constata-se, também, que se faz necessário uma maior fiscalização com relação à
qualidade de alguns EPI utilizados, aos que causam desconfortos aos trabalhadores,
assim como uma maior conscientização por parte das empresas, no sentido de fazer o
melhor para se ter segurança no trabalho. Um passo importante por parte das empresas
seria a elaboração e implantação de um programa integrado de Segurança, Meio
Ambiente e Saúde no trabalho, pois é de extrema importância tornar o ambiente de
trabalho mais seguro e agradável, contribuindo, assim, para o aumento da produtividade
do operário.
Portanto, é importante analisar o uso de equipamentos de segurança e proteção dos
trabalhadores em construção civil em trabalhos acadêmicos, permitindo com isto,
ampliar os debates para a prevenção e o uso efetivo dos mesmos. Espera-se que, através
das constatações da necessidade do uso de equipamentos de proteção individual e
coletivos algumas medidas sejam repensadas e/ou implementadas por parte dos
57
indivíduos nos processos produtivos e de fiscalização, haja vista que os resultados
retornam em benefícios a todos, prevenindo acidentes e até evitando mortes.
58
REFERÊNCIAS
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GM – Gabinete do Ministro – Norma Regulamentadora NR 18 – Condições e Meio
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HOLLANDA, A. B. de - NOVO DICIONÁRIO AURÉLIO. 2ª edição. Rio de
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59
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LIMA, Irê S.; HEINECK, Luiz Fernando M. Uma Metodologia para a Avaliação
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Qualidade na Construção Civil: Uma Abordagem para empresas de pequeno
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LEVIN, Jack – Estatística para ciências humanas - tradução de Alfredo Alves
Farias, 9ª Ed. São Paulo – SP, 2004.
LEX - Coletânea de Legislação e Jurisprudência – Lei Nº 8.213 de 24 de julho de
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ZOCCHIO, Álvaro. Prática da prevenção de acidentes : ABC da segurança do
trabalho. 7. ed. São Paulo, 2002.
60
ANEXO 01
TABELA DE RISCOS RISCOS FÍSICOS
(VERDE)
RISCOS QUÍMICOS (VERMELHO)
RISCOS BIOLÓGICOS
(MARROM)
RISCOS ERGONÔMICOS
(AMARELO)
RISCOS ACIDENTES
(AZUL) Ruídos Neblinas Fungos Imposição de
ritmos excessivos Iluminação inadequada
Frio Poeiras Vírus Esforço físico intenso
Arranjo físico inadequado
Calor Gases Parasitas Trabalho em turno e returno
Probabilidade de incêndio
Vibrações Vapores Bacilos Levantamento e transporte
manual de peso
Máquinas e equipamentos sem
proteção
Umidade Fumos Bactérias Monotomia e repetividade
Armazenamento inaquedo
Radiações Substâncias compostas ou produtos químicos
em geral
Protozoários Situações de stress
Animais peçonhentos
Pressões anormais
Névoas Exigência de posturas
inadequada
Outras situações de riscos
61
ANEXO 02
QUESTIONÁRIO
1. QUAL SUA IDADE?
( ) 18 A 25 ANOS ( ) 31 A 40 ANOS
( ) 26 A 30 ANOS ( ) 41 ACIMA
2. QUAL A SUA ESCOLARIDADE?
( ) NÃO ALFABETIZADO ( ) 1º GRAU
( ) ALFABETIZADO ( ) 2º GRAU
3. QUAL SUA PROFISSÃO?
( ) ENCARREGADO ( ) ELETRICISTA
( ) PEDREIRO ( ) ARMADOR
( ) SERVENTE ( ) BETONEIRO
( ) CARPINTEIRO
( ) PINTOR ( ) OUTRO
( ) ENCANADOR ESPECIFIQUE __________________
4. QUAL SEU TEMPO NA FUNÇÃO?
( ) ATÉ 1 ANO ( ) 6 A 10 ANOS
( ) 1 A 2 ANOS ( ) MAIS DE 10 ANOS
( ) 3 A 5 ANOS
5. QUAIS DOS EPI ABAIXO VOCÊ UTILIZA?
( ) BOTA ( ) RESPIRADOR SEMIFACIAL
( ) CAPACETE ( ) CINTO DE SEGURANÇA
( ) PROTETOR AURICULAR ( ) ÓCULOS DE PROTEÇÃO VISUAL
( ) LUVAS ( ) OUTROS
ESPECIFIQUE___________________
6. DOS EPI QUE VOCÊ UTILIZA QUAL (IS) VOCÊ SENTE DESCONFORTO EM USAR?
( ) BOTA ( ) RESPIRADOR SEMIFACIAL
( ) CAPACETE ( ) CINTO DE SEGURANÇA
( ) PROTETOR AURICULAR ( ) ÓCULOS DE PROTEÇÃO VISUAL
( ) LUVAS ( ) OUTROS
ESPECIFIQUE___________________
7. DOS EPI QUE VOCÊ UTILIZA QUAL (IS) VOCÊ ACHA QUE FUNCIONA?
( ) BOTA ( ) RESPIRADOR SEMIFACIAL
( ) CAPACETE ( ) CINTO DE SEGURANÇA
( ) PROTETOR AURICULAR ( ) ÓCULOS DE PROTEÇÃO VISUAL
( ) LUVAS ( ) OUTROS
ESPECIFIQUE___________________
62
8. DOS EPI QUE VOCÊ UTILIZA QUAL (IS) VOCÊ ACHA QUE NÃO FUNCIONA?
( ) BOTA ( ) RESPIRADOR SEMIFACIAL
( ) CAPACETE ( ) CINTO DE SEGURANÇA
( ) PROTETOR AURICULAR ( ) ÓCULOS DE PROTEÇÃO VISUAL
( ) LUVAS ( ) OUTROS
ESPECIFIQUE___________________
9. VOCÊ ACRESCENTARIA ALGUM EPI PARA MELHORIA DA SUA SEGURANÇA NO
TRABALHO ALÉM DOS DISPONIBILIZADOS PELA EMPRESA?
______________________________________________________________
10. VOCÊ JÁ SE ACIDENTOU NO TRABALHO?
( ) SIM
( ) NÃO
11. SE SIM, QUANTOS?
( ) 1 A 3 ACIDENTES
( ) 4 A 6 ACIDENTES
( ) MAIS DE 6 ACIDENTES
12. SE SIM, QUAL(IS)?
______________________________________________________________
13. VOCÊ SEMPRE RECEBE ORIENTAÇÕES DE COMO USAR OS EPI PARA DETERMINADO
SERVIÇO?
( ) SIM
( ) NÃO
14. NA UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E MÁQUINAS VOCÊ RECEBE ALGUM TIPO DE
TREINAMETO EM RELAÇÃO À SEGURANÇA DO TRABALHO?
( ) SIM
( ) NÃO
15. VOCÊ RECEBE TREINAMENTOS PERIÓDICOS SOBRE SEGURANÇA DO TRABALHO?
( ) SIM
( ) NÃO
63
ANEXO 03
1. Faixa Etária
IDADE (anos)
OBRA A
OBRA B
OBRA C
OBRA D
OBRA E
OBRA F
TOTAL
Porcentagem
18 A 25 5 5 4 2 6 8 30 19,6%
26 A 30 7 9 4 1 3 10 34 22,2%
31 A 40 10 8 8 4 5 11 46 30,1%
41 ACIMA 8 12 4 9 3 7 43 28,1%
TOTAL 30 34 20 16 17 36 153 100,0%
2. Escolaridade
ESCOLARIDADE
OBRA A
OBRA B
OBRA C
OBRA D
OBRA E
OBRA F
TOTAL
Porcentagem
NÃO ALFABETIZADO 0 1 0 1 0 0 2 1,3%
ALFABETIZADO 10 6 1 2 2 20 41 26,8%
1º GRAU 9 12 15 10 10 13 69 45,1%
2º GRAU 11 15 4 3 5 3 41 26,8%
TOTAL 30 34 20 16 17 36 153 100,0%
3. Profissão
PROFISSÃO
OBRA A
OBRA B
OBRA C
OBRA D
OBRA E
OBRA F
TOTAL
Porcentagem
ENCARREGADO 3 2 1 1 1 2 10 6,5%
PEDREIRO 7 4 4 6 4 9 34 22,2%
ARMADOR 1 0 2 0 2 2 7 4,6%
CARPINTEIRO 1 2 1 1 2 2 9 5,9%
PINTOR 1 3 0 1 0 0 5 3,3%
ENCANADOR 1 1 0 1 0 0 3 2,0%
ELETRICISTA 1 3 0 1 1 1 7 4,6%
SERVENTE 10 16 10 4 5 19 64 41,8%
BETONEIRO 1 1 0 0 1 0 3 2,0%
OUTRO 4 2 2 1 1 1 11 7,2%
TOTAL 30 34 20 16 17 36 153 100,0%
64
4. Tempo de Função
TEMPO DE FUNÇÃO
OBRA A
OBRA B
OBRA C
OBRA D
OBRA E
OBRA F
TOTAL
Porcentagem
ATÉ 1 ANO 6 15 3 1 3 9 37 24,2%
1 A 2 ANOS 15 6 2 3 5 12 43 28,1%
3 A 5 ANOS 3 3 5 1 2 3 17 11,1%
6 A 10 ANOS 4 5 8 4 3 2 26 17,0%
MAIS DE 10 ANOS 2 5 2 7 4 10 30 19,6%
TOTAL 30 34 20 16 17 36 153 100,0%
5. EPI mais utilizados
EPI QUE UTILIZA
OBRA A
OBRA B
OBRA C
OBRA D
OBRA E
OBRA F
TOTAL
Porcentagem
BOTA 30 34 20 16 17 36 153 100,0%
CAPACETE 30 34 20 16 17 36 153 100,0%
PROTETOR AUDITIVO 21 29 15 11 3 24 103 67,3%
LUVAS 21 32 19 13 16 34 135 88,2%
RESPIRADOR SEMIFACIAL 22 26 15 15 8 28 114 74,5%
CINTO DE SEGURANÇA 12 17 7 12 0 14 62 40,5%
ÓCULOS 19 27 12 12 7 34 111 72,5%
6. EPI que causam desconforto
DESCONFORTO EM USAR
OBRA A
OBRA B
OBRA C
OBRA D
OBRA E
OBRA F
TOTAL
Utiliza EPI
Porcentagem
BOTA 5 1 0 0 1 2 9 153 5,9%
CAPACETE 6 3 1 7 4 7 28 153 18,3% PROTETOR AUDITIVO 6 24 1 6 1 3 41 103 39,8%
LUVAS 2 6 2 2 0 9 21 135 15,6% RESPIRADOR SEMIFACIAL 5 22 7 3 4 3 44 114 38,6% CINTO DE SEGURANÇA 1 9 4 7 0 5 26 62 41,9%
ÓCULOS 3 11 1 0 0 4 19 111 17,1%
NENHUM 10 2 9 1 8 5 35
22,9%
65
7. Funcionalidade
ACHA QUE FUNCIONA
OBRA A
OBRA B
OBRA C
OBRA D
OBRA E
OBRA F
TOTAL
Utiliza EPI
Porcentagem
BOTA 27 32 20 16 17 36 148 153 96,7%
CAPACETE 25 30 20 16 17 35 143 153 93,5% PROTETOR AUDITIVO 16 6 14 10 2 23 71 103 68,9%
LUVAS 21 27 16 14 16 34 128 135 94,8% RESPIRADOR SEMIFACIAL 16 6 13 11 3 25 74 114 64,9% CINTO DE SEGURANÇA 8 12 7 11 0 15 53 62 85,5%
ÓCULOS 13 14 9 10 6 32 84 111 75,7%
8. Menor funcionalidade
ACHA QUE NÃO FUNCIONA
OBRA A
OBRA B
OBRA C
OBRA D
OBRA E
OBRA F
TOTAL
Utiliza EPI
Porcentagem
BOTA 3 2 0 0 0 0 5 153 3,3%
CAPACETE 5 4 0 0 0 1 10 153 6,5% PROTETOR AUDITIVO 1 13 1 3 1 1 20 103 19,4%
LUVAS 0 1 0 0 0 0 1 135 0,7% RESPIRADOR SEMIFACIAL 3 20 2 3 5 1 34 114 29,8% CINTO DE SEGURANÇA 0 1 2 1 0 0 4 62 6,5% ÓCULOS DE PROTEÇÃO 0 2 0 0 0 1 3 111 2,7%
NENHUM 26 5 17 11 11 33 103
67,3%
9. Acrescenta EPI
ACRESCENTA EPI
OBRA A
OBRA B
OBRA C
OBRA D
OBRA E
OBRA F
TOTAL
Porcentagem
SIM 8 5 8 10 6 13 50 32,7%
NÃO 22 29 12 6 11 23 103 67,3%
66
10. Acidente de trabalho
ACIDENTE DE TRABALHO
OBRA A
OBRA B
OBRA C
OBRA D
OBRA E
OBRA F
TOTAL
Porcentagem
SIM 3 6 6 8 3 5 31 20,3%
NÃO 27 28 14 8 14 31 122 79,7%
TOTAL 30 34 20 16 17 36 153 100,0%
11. Se sim, quantos?
SE SIM QUANTOS
OBRA A
OBRA B
OBRA C
OBRA D
OBRA E
OBRA F
TOTAL
Porcentagem
1 A 3 2 6 6 8 3 5 30 96,8%
4 A 6 0 0 0 0 0 0 0 0,0%
MAIS DE 6 1 0 0 0 0 0 1 3,2%
TOTAL 31 100,00%
12. Se sim, quais?
SE SIM QUAIS
OBRA A
OBRA B
OBRA C
OBRA D
OBRA E
OBRA F
TOTAL
Porcentagem
QUEDA DE OBJETO 2 1 0 1 0 0 4 11,1%
ERGONÔMICO 1 0 0 0 0 0 1 2,8%
MUITO PESO 1 0 0 0 0 0 1 2,8%
QUEBROU MEMBRO 2 0 0 0 0 0 2 5,6%
MARTELO NO DEDO 0 1 1 1 0 0 3 8,3%
PISOU EM PREGO 0 1 1 2 0 3 7 19,4%
TORCEU O PÉ 0 1 0 0 0 0 1 2,8%
SERRA CIRCULAR 0 1 0 0 0 0 1 2,8%
QUEDA DO ANDAIME 0 1 2 1 1 2 7 19,4%
CORTE SEM AFASTAMENTO 0 1 2 0 1 0 4 11,1%
CORTE COM AFASTAMENTO 0 0 2 0 1 0 3 8,3%
MACHUCOU A MÃO COM PESO 0 0 0 1 0 0 1 2,8%
QUEIMADURA 0 0 0 1 0 0 1 2,8%
TOTAL 36 100,0%
13. Orientações de usar EPI
ORIENTAÇÕES DE USAR EPI
OBRA A
OBRA B
OBRA C
OBRA D
OBRA E
OBRA F
TOTAL
Porcentagem
SIM 27 30 18 11 12 34 132 86,3%
NÃO 3 4 2 5 5 2 21 13,7%
TOTAL 30 34 20 16 17 36 153 100,0%
67
14. Treinamento de máquinas e equipamentos
TREINAMENTO MÁQ. E EQUIP.
OBRA A
OBRA B
OBRA C
OBRA D
OBRA E
OBRA F
TOTAL
Porcentagem
SIM 27 21 17 2 7 31 105 68,6%
NÃO 3 13 3 14 10 5 48 31,4%
TOTAL 30 34 20 16 17 36 153 100,0%
15. Treinamentos periódicos
TREINAMENTOS PERIÓDICOS
OBRA A
OBRA B
OBRA C
OBRA D
OBRA E
OBRA F
TOTAL
Porcentagem
SIM 25 27 14 11 3 34 114 74,5%
NÃO 5 7 6 5 14 2 39 25,5%
TOTAL 30 34 20 16 17 36 153 100,0%
16. Treinamento X Acidentes
Treinamentos
OBRA A
OBRA B
OBRA C
OBRA D
OBRA E
OBRA F
TOTAL
Porcentagem de acidentes
Sim = 114 operários 1 3 4 5 0 5 18 15,8%
Não = 39 operários 2 3 2 3 3 0 13 33,3%
Porcentagem por obra
OBRA A
OBRA B
OBRA C
OBRA D
OBRA E
OBRA F
Com Treinamento 4,0% 11,1% 28,6% 45,5% 0,0% 14,7% Sem Treinamento 40,0% 42,9% 33,3% 60,0% 21,4% 0,0%