UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA DA CARTOGRAFIA TEMÁTICA1
Tabela 2.1. Os quatro períodos principais da cartografia acadêmica dos EUA
Período incipiente (início 1900 a meados da década de 1940) J. Paul Goode Erwin Raisz Guy-Harold Smith Richard Edes Harrison Era pós-guerra: formação de programas núcleos (meados da década 1940s a meados da décda de 1960) Universidade de Winconsin Universidade de Kansas Universidade de Whashington Crescimento de programas secundários (final 1960s ao final de 1980) UCLA Universidade de Michigan Universidade da Carolina do Sul Universidade de Syracuse Cúrrículo integrado com sistemas de informação geográfica e ciência da informação geográfica (década de 1990) Universidade de Carolina, Santa Barbara SUNY Buffalo Universidade da Carolina do Sul
2.1 BREVE HISTÓRIA DA CATOGRAFIA
A cartografia tem uma longa e distinta história que remonta milhares de anos. Embora este
capítulo trate de alguns dos principais progressos da cartografia temática, é importante estar
ciente da existência de uma rica literatura sobre o tema, na qual se destacam as obras: Mapas
e fabricantes de mapas (1987) de Ronald Vere Tooley, A História dos Mapas (1979) de Lloyd
Brown, Mapas e Civilização de Norman Thrower (2008), História da Cartografia de Leo Bagrow
e R. A. Skelton (1964) e História dos Mapas Topográficos de P. D. A. Harvey (1980). Outra
importante referência é a notável série sobre a história da cartografia produzida pelo Projeto
História da Cartografia na Universidade de Wisconsin:
1 Texto integral do capítulo 2 do livro “Thematic Cartography ande Geovisualization” de Terry A.
Slocum, Robert B. McMarte, Fritz C Kessler e Hugh H Howard. Upper Saddle River: Pearson Prentice Hall. 3ª edição, 2009. Tradução: Prof. Dr. Ricardo Vicente Ferreira – Departamento de Geografia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (DEGEO/UFTM)
(http://www.geography.wisc.edu/histcart/).
O primeiro mapa conhecido remonta 4.500 anos e foi criado na antiga Babilônia. Este mapa,
produzido em uma placa de argila, descreve um vale do rio (muito provavelmente o Eufrates),
montanhas, e um corpo de água maior (Raisz 1948, 5). Mas muitas culturas fizeram mapas em
tempos antigos, incluindo os egípcios, que se concentravam em levantamentos de terra para
fins de tributação, e os chineses, que já tinham estabelecido os princípios básicos da
cartografia nos primeiros séculos da era cristã. Alguns destes princípios incluíam divisões
retilíneas, orientação, indicações precisas de distâncias, indicações das altitudes baixas e altas
e posições do sentido dos ângulos direito e esquerdo das curvas nas estradas (Raisz 1948, 6).
Muitas de nossas idéias cartográficas modernas datam dos gregos, que já no IV século haviam
introduzido a ideia da forma esférica da Terra; o conceito de Equador e as divisões da Terra em
zonas quentes, temperadas e frias; e também uma medida, bastante precisa para a época, do
tamanho da Terra. Foi Eratóstenes de Cirene (176-195 a.C.), o diretor da Biblioteca de
Alexandria, que, usando alguns conhecimentos básicos de geometria dos astros terra-sol,
calculaou a circunferência da Terra em 250.000 estádios, unidade de medida utilizada na
época, que corresponde a 40.500 quilômetros. Isto representa apenas 425 quilômetros da
medida verdadeira da Terra, que é 40.075 quilômetros. Foi verificado que seu resultado
equivocado se deu devido a uma série de erros de compensação, levando-o a uma estimativa
incorreta (ver secção 7.3.1). Foi também durante este período que Claudius Ptolomeu de
Alexandria (90-168 d.C.) produziu a obra Geographia formada por oito volumes; o oitavo
volume discute princípios básicos da cartografia, incluindo as técnicas de projeções de mapas.
Os volumes continham ainda inúmeros mapas que localizavam diversos lugares conhecidos da
Terra (Raisz 1948, 10).
Importantes obras cartográficas do período romano incluíam a tábula de Peutinger - um
pergaminho de 6,5 metros de comprimento e 30 centímetros de largura - que retratava a rede
de rodovias “mundial” da época. Para todos os efeitos práticos, foi um tipo de roteiro pré-
moderno, ou mais especificamente um TripTik® (http://en.wikipedia.org/wiki/TripTik). Embora
a cartografia tenha decaído durante a Idade Média, com o foco voltado para o conhecimento
eclesiástico, refletindo nos mapas que eram produzidos no período, por exemplo, o mapa
comum do T no O (Orbis Terrarum), esse período produziu também a carta portulana, que
parece ter sido a base para a Navegação precisa. Foi também durante a Idade Média que
Edrisi, um cartógrafo árabe, produziu um mapa do mundo baseado nas representações de
Ptolomeu. No entanto, foi no Renascimento que a cartografia começou a florescer mais uma
vez, com a Era dos Descobrimentos; desenvolvimento na impressão e gravura que levou à
disseminação generalizada do conhecimento cartográfico; a criação do primeiro globo
terrestre (que ainda existe hoje); e a prolífica criação do Atlas cartográfico feita pelos
holandeses. Exemplos específicos de realizações cartográficas desse período são: a criação da
imprensão, o globo de Martin Behaim de 1492 e os atlas holandeses de Mercator, Ortelius,
Hondius e Blaeu.
Os séculos XVIII e XIX também assistiram à conclusão dos primeiros levantamentos nacionais
de países e ao desenvolvimento de métodos de mapeamento de base. A chave para o
mapeamento de base preciso é o método de triangulação, pelo qual uma série de linhas de
base e ângulos medidos são calculados. Em 1744, Cesar Francois Cassini completou um dos
primeiros projetos de linha de base na França - a primeira triangulação, que se tornou a base
para o levantamento completo desse país. O levantamento propriamente dito, também
desenhado por Cassini, foi concluído no final dos anos 1700 numa escala de 1:86.400 e foi
composto de 182 folhas que descrevem as características culturais e naturais da França. Outra
das primeiras pesquisas nacionais foi o Levantamento da Artilharia da Grã Bretanha, publicada
em 1801 em uma escala de 1:63.360.
2.2 HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA TEMÁTICA
A história do mapeamento temático é mais recente, datando principalmente dos séculos XIX e
XX, no entanto, veremos que houve progressos antes do século XIX. Muitos dos
desenvolvimentos originais ocorreram na Europa, impulsionados pela aquisição de novas
formas de dados estatísticos. Tal como descrito por Robinson (1982, 32):
O crescimento da preocupação para com a ciência e para a criação de um sistema universal de medida em meados
do século XVII até meados do século XIX na Europa foi acompanhado por um crescimento paralelo de interesse e
competência em estatística e método estatístico, especialmente na ciência física. No domínio dos assuntos sociais,
parte disso se baseava em aspectos teóricos, como a teoria da probabilidade, alguns sobre os problemas resultantes
do crescimento das populações e do crescimento industrial, e outros sobre o florescente interesse em geografia
descritiva. Durante um período considerável nestes dois séculos, a preocupação se concentrou em tópicos como
população, fertilidade, mortalidade e características comparativas das nações.
É possível encontrar durante o século XVII diversos exemplos de cartografia temática com
aplicações criativas, mas talvez o trabalho mais interessante seja o de Edmund Halley, membro
fundamental da comunidade científica britânica (Thrower, 1969, Robinson, 1982). A
descoberta mais significativa de Halley, naturalmente, foi o cometa que recebeu seu nome,
mas ele também criou uma série de engenhosos mapas estatísticos que retratam os ventos
alísios e as monções (1686), o trajeto do eclipse solar (1715) e , talvez o mais famoso, seus
1701 gráficos que mostram as variações do compasso no Oceano Atlântico, que usam linhas
isarítmicas (isógonas) (Figura 2.1). O mapa do eclipse de 1715 retrata a duração e o momento
do eclipse ao atravessar a Inglaterra, foi amplamente distribuído por toda a Inglaterra para
ajudar a população a entender o trajeto desse fenômeno.
Figura 2.1. Gráfico de Halley 1701 das variações da bússola no Oceano Atlântico usando a técnica isarítmica (extraído de Robinson, Arthur H. 1982. Cartografia Temática Incipiente na História da Cartografia. Editora da Universidade de Chicago, originalmente adquirida na Biblioteca do Congresso dos EUA).
Grande parte dos primeiros trabalhos em cartografia temática centrou-se no mapeamento de
fenômenos naturais e foi publicado principalmente na forma de atlas. Alguns desses primeiros
trabalhos concentraram-se no retrato do relevo, como o Atlas Físico de Heinrich Berghaus
(1842), o mapa da França de 1792 de J. L. Dupain-Triel e o mapa de Alexander Johnston
elaborado em 1852 e intitulado "As Montanhas, Terras de Mesa, Planícies e Vales de Europa
"(Robinson, 1982). Nesse mesmo período, começaram a aparecer mapas do mundo biológico.
Alguns descreveram distribuições agrícolas, como o mapa de cereais de Schouw (centeio, trigo,
milho) de 1823 e o mapa mundial de 1839 de plantas cultivadas que aparece no Atlas Físico de
Berghaus. Um dos mapas mais interessantes é o da distribuição mundial de plantas que retrata
as 25 regiões fitogeográficas de Schouw. Robinson (1982, 103-105) apontou que muitas das
técnicas cartográficas utilizadas para o mapeamento da vegetação natural e das plantas
cultivadas - incluindo o uso de cores, padrões, limites de extensões e isolinhas – era mais
direto, enquanto que a aquisição de dados era a parte mais difícil.
2.2.1 A ascensão da cartografia social
Com a aquisição de dados estatísticos em nível nacional, o campo da cartografia social evoluiu
rapidamente. Embora a cartografia social envolva o mapeamento de todos os tipos de
fenômenos humanos (por exemplo, língua, religião, etnicidade, atividade econômica e
transporte), vários aspectos da população foram o foco na Europa do século XIX. Alguns dos
trabalhos seminais incluíram o mapa de Frère de Montizon da população da França, datado de
1830 (usando a técnica de mapeamento de pontos: ver Figura 2.2);
Figura 2.2. Mapa de pontos da população da França de Frère de Montizon; cada ponto representa 10.000 pessoas (extraído de Robinson, Arthur H. 1982. Cartografia Temática Incipiente na História da Cartografia., University of Chicago Press, adquirido originalmente da Bibliothèque Nationale, Paris).
O mapa mundi da densidade populacional e hábitos alimentares de 1848 presentes no Atlas
Físico de Berghaus (utilizando o método cloroplético); Mapa de D'Angeville de 1836 do
número de pessoas por myriamètre quadrado (usando a técnica coroplética, ver Figura 2.3);
Mapa de 1837 de Harness do número de pessoas por a milha quadrada na Irlanda (usando a
técnica dasimétrica); e o mapa de cólera de 1848 de Petermann nas Ilhas Britânicas (um mapa
baseado em tons contínuos, ver Figura 2.4) (Robinson, 1982). Algumas das obras mais
interessantes desta época foram produzidas por Charles Joseph Minard, que foi treinado como
engenheiro, mas depois se interessou em geografia. Como documentado no livro
Mapeamento Temático Incipiente de Robinson, Minard produziu mapas da quantidade de
carne de açougue enviada a Paris por cada departamento (1858), a extensão dos mercados de
petróleo estrangeiro e coque (1961), o volume de vinhos franceses exportados por Mar (1865,
ver Placa Cor 19.2), e o movimento de viajantes nas principais ferrovias da Europa (1865).
Minard foi um cartógrafo prolífico e criativo que usou uma variedade de métodos
cartográficos inovadores, incluindo círculos graduados, variações de cores sobre regiões e
mapas de fluxo graduados. Durante a ascensão da cartografia social, cartógrafos e estatísticos
também começaram a mapear dados de saúde como doenças e saneamento, sendo o mais
famoso o mapa do Dr. John Snow mostrando a propagação da cólera. É interessante estudar
esses exemplos de mapas temáticos (em sua maioria europeus), pois eles utilizaram
simbologias que se perpeturam até
ponto, círculo proporcional, isolin
FIGURA 2.3 Mapa coroplético de D’Angeville de 1836, mostra o número de pessoas por quilometros quadrados), em contraste com a convenção atual, o tom mais claro representa o maior densidade populacional, e o tom mais escuro representa a menor1982. Cartografia Temática Incipiente na História da Cartografia.originalmente da Bibliothèque Nationale, Paris).
2.3 HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA ACADÊMICA DOS E
A cartografia temática se transformou em uma verdadeira disciplina acadêmica durante o
século XX. Uma rica história de idéias e uma relação complexa com outras disciplinas,
principamente da área da Geografia. O restante deste capítulo se concentrará em
principais realizações da cartografia nos Estados Unidos, país onde a cartografia temática
acadêmica surgiu dos departamentos de Geografia. Mas, a cartografia temática acadêmica
também existia em outros lugares, particularmente a Europa onde
formuladas muitas ideias chav
simbolização de mapas (Bertin 1981, 1983), desenho cartográfico (Keates 1973) e
generalização (Eckert 1921). Foram também os cartógrafos europeus que in
desenvolvimento da Associação Cartográfica Internacional (
com a primeira Conferência Cartográfica Internacional realizada em 1961 em Paris.
se perpeturam até hoje e são discutidas neste livro (por exemplo, chorepletia,
ponto, círculo proporcional, isolinnhas e mapas de fluxo).
Mapa coroplético de D’Angeville de 1836, mostra o número de pessoas por myriamètre quadrado (100
quilometros quadrados), em contraste com a convenção atual, o tom mais claro representa o maior densidade populacional, e o tom mais escuro representa a menor densidade populacional (extraído de Robinson, Arthur H.
Cartografia Temática Incipiente na História da Cartografia. University of Chicago Press, adquirido originalmente da Bibliothèque Nationale, Paris).
2.3 HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA ACADÊMICA DOS EUA
A cartografia temática se transformou em uma verdadeira disciplina acadêmica durante o
século XX. Uma rica história de idéias e uma relação complexa com outras disciplinas,
principamente da área da Geografia. O restante deste capítulo se concentrará em algumas das
principais realizações da cartografia nos Estados Unidos, país onde a cartografia temática
acadêmica surgiu dos departamentos de Geografia. Mas, a cartografia temática acadêmica
também existia em outros lugares, particularmente a Europa onde, por exemplo
formuladas muitas ideias chave na representação do terreno e rotulação (Imhof, 1975),
simbolização de mapas (Bertin 1981, 1983), desenho cartográfico (Keates 1973) e
generalização (Eckert 1921). Foram também os cartógrafos europeus que in
desenvolvimento da Associação Cartográfica Internacional (ACI) no final da década de 1950,
com a primeira Conferência Cartográfica Internacional realizada em 1961 em Paris.
neste livro (por exemplo, chorepletia,
quadrado (100 quilometros quadrados), em contraste com a convenção atual, o tom mais claro representa o maior densidade
densidade populacional (extraído de Robinson, Arthur H. University of Chicago Press, adquirido
A cartografia temática se transformou em uma verdadeira disciplina acadêmica durante o
século XX. Uma rica história de idéias e uma relação complexa com outras disciplinas,
algumas das
principais realizações da cartografia nos Estados Unidos, país onde a cartografia temática
acadêmica surgiu dos departamentos de Geografia. Mas, a cartografia temática acadêmica
or exemplo, foram
o (Imhof, 1975),
simbolização de mapas (Bertin 1981, 1983), desenho cartográfico (Keates 1973) e
generalização (Eckert 1921). Foram também os cartógrafos europeus que iniciaram o
) no final da década de 1950,
FIGURA 2.4. O mapa de cólera de 1848 em tons contínuos de Petermann nas Ilhas Britânicas; O mapa original era matizado em vermelho, com tons mais escuros mostrando uma taxa de mortalidade mais elevada (extraído de Robinson, Arthur H. 1982. Cartografia Temática Incipiente na História da Cartografia. Editora da Universidade de Chicago, originalmente adquirida na Bibliotéca Britânica).
2.3.1 Período 1: O Período Incipiente
John Paul Goode (1862-1932)
Embora sua formação básica em cartografia tenha começado em 1900 nos Estados Unidos,
"Poderia argumentar-se que o primeiro cartógrafo acadêmico americano genuíno era John
Paul Goode, na Universidade de Chicago" (McMaster e Thrower, 1987, p. 346).
Profissionalmente, Goode (Figura 2.5) foi um dos geógrafos mais ativos de seu tempo. Durante
a primeira parte do século XX, Goode tornou
Americanos (AAG), foi co-editor do
Sociedade Geográfica de Chicago e foi nomeado
grupo de financiadores japoneses em visita a
desenvolvimento da Projeção Homolosin
reuniões da AAG em 1923, e o desenvolvimento do Atlas Mundial de Goode, também
publicado nesse mesmo ano
ensinamento, em 1924 Goode ministrou
Curso em Gráficos", que incluiu quatro temas principais: O Gráfico, O Retrato, Preparação
Material Ilustrativo para Reprodução e Processos de Reprodução. É claro que Goode usou este
curso como um pré-requisito para as aulas
posteriormente.
Figura 2.5 J. Paul Goode foi indiscutivelmente o primeiro genuíno cartógrafo acadêmico americano (Segundo, MacMaster e Thrower, 1991. Publicado pela primeira vez em (3), p.151. Reproduzido com permissão do Congresso Americano de L
A influência de Goode foi perpetuada por seus alunos em Chicago. A maioria desses
estudantes não se dedicou especificamente à cartografia, mas alguns foram capazes de
influenciar o campo da Geografia através de suas posições n
academia. Dois estudantes de Goode
continuaram o trabalho do mestre
(Universidade de Chicago, Wiashin
University). Ambos continuaram também com o desenvolvimento da cartografia de base e
com as muitas gerações do Atlas Mundial d
de mapas Rand McNally.
Erwin Raisz
Erwin Raisz (Figura 2.6) foi o principal cartógrafo acadêmico americano entre o legado de
Goode e o surgimento de programas de pós
Nascido na Hungria em 1893, Raisz imigrou para os Estados Unidos após a Primeira Guerra
Embora sua formação básica em cartografia tenha começado em 1900 nos Estados Unidos,
se que o primeiro cartógrafo acadêmico americano genuíno era John
Paul Goode, na Universidade de Chicago" (McMaster e Thrower, 1987, p. 346).
Goode (Figura 2.5) foi um dos geógrafos mais ativos de seu tempo. Durante
do século XX, Goode tornou-se membro fundador da Associação de Geógrafos
editor do Journal of Geography de 1901 a 1904, ajudou a organizar a
de Chicago e foi nomeado pelo presidente Taft para auxiliar um distin
grupo de financiadores japoneses em visita aos EUA. No entanto, Goode é mais conhecido pelo
desenvolvimento da Projeção Homolosina de Goode, apresentada pela primeira vez nas
reuniões da AAG em 1923, e o desenvolvimento do Atlas Mundial de Goode, também
e atualmente em sua 21ª edição. Como exemplo de seu
ministrou um curso na Universidade de Chicago intitulado "Um
Curso em Gráficos", que incluiu quatro temas principais: O Gráfico, O Retrato, Preparação
Material Ilustrativo para Reprodução e Processos de Reprodução. É claro que Goode usou este
requisito para as aulas de cartografia mais tradicionais que ele ensinou
foi indiscutivelmente o primeiro genuíno cartógrafo acadêmico americano (Segundo,
MacMaster e Thrower, 1991. Publicado pela primeira vez em Cartography and Geographic Information Systems(3), p.151. Reproduzido com permissão do Congresso Americano de Levantamentos e Mapeamento.)
A influência de Goode foi perpetuada por seus alunos em Chicago. A maioria desses
estudantes não se dedicou especificamente à cartografia, mas alguns foram capazes de
o campo da Geografia através de suas posições no governo, no setor privado
academia. Dois estudantes de Goode dedicaram suas carreiras à educação cartográfica e
continuaram o trabalho do mestre na Universidade de Chicago, foram Henry Leppard
(Universidade de Chicago, Wiashington e UCLA) e Edward Espenshade (Northwestern
. Ambos continuaram também com o desenvolvimento da cartografia de base e
com as muitas gerações do Atlas Mundial de Goode, que foram publicados pela famosa editora
(Figura 2.6) foi o principal cartógrafo acadêmico americano entre o legado de
Goode e o surgimento de programas de pós-graduação em Wisconsin, Kansas e Washington.
Nascido na Hungria em 1893, Raisz imigrou para os Estados Unidos após a Primeira Guerra
Embora sua formação básica em cartografia tenha começado em 1900 nos Estados Unidos,
se que o primeiro cartógrafo acadêmico americano genuíno era John
Paul Goode, na Universidade de Chicago" (McMaster e Thrower, 1987, p. 346).
Goode (Figura 2.5) foi um dos geógrafos mais ativos de seu tempo. Durante
se membro fundador da Associação de Geógrafos
ajudou a organizar a
auxiliar um distinto
os EUA. No entanto, Goode é mais conhecido pelo
de Goode, apresentada pela primeira vez nas
reuniões da AAG em 1923, e o desenvolvimento do Atlas Mundial de Goode, também
em sua 21ª edição. Como exemplo de seu
um curso na Universidade de Chicago intitulado "Um
Curso em Gráficos", que incluiu quatro temas principais: O Gráfico, O Retrato, Preparação de
Material Ilustrativo para Reprodução e Processos de Reprodução. É claro que Goode usou este
que ele ensinou
foi indiscutivelmente o primeiro genuíno cartógrafo acadêmico americano (Segundo, Cartography and Geographic Information Systems 18
A influência de Goode foi perpetuada por seus alunos em Chicago. A maioria desses
estudantes não se dedicou especificamente à cartografia, mas alguns foram capazes de
o governo, no setor privado e na
dedicaram suas carreiras à educação cartográfica e
Henry Leppard
spenshade (Northwestern
. Ambos continuaram também com o desenvolvimento da cartografia de base e
e Goode, que foram publicados pela famosa editora
(Figura 2.6) foi o principal cartógrafo acadêmico americano entre o legado de
graduação em Wisconsin, Kansas e Washington.
Nascido na Hungria em 1893, Raisz imigrou para os Estados Unidos após a Primeira Guerra
Mundial. Enquanto trabalhava em seu doutorado em geologia na Columbia, Raisz estudou com
Douglas Johnson, um geomorfólogo discípulo de William Morris Davis na Universidade de
Harvard, que tinha fortes interesses na construção de Diagramas de blocos e na repre
de paisagens. Como instrutor em Columbia, Raisz ofereceu o primeiro curso de cartografia
nesta universidade.
Em 1931, Raisz publicou "O Método Fisiográfico de Representar Cenário em Mapas" na revista
Geographical Review, onde ele expressou concepç
representação da paisagem. Com base nesse trabalho e sob
Johnson, seu mentor, o próprio Davis ofereceu a Raisz a posição de professor de cartografia no
Instituto de Exploração Geográfica da Un
Raisz continuou a publicar e trabalhar em suas técnicas fisiográficas
1938, publicou a primeira edição do livro
por 15 anos o único livro, em inglês, de abordagem
série geográfica publicada por McGraw
como os Elementos Físicos da Geografia
Geografia Econômica de Whitbeck e Finch. Além da ênfase previsível na
"representação", o conteúdo da
seu tempo, com conteúdos de projeções,
parte significativa do livro de Raisz também cobriu a história da cartografia, com
sobre os mapas manuscritos, o renascimento dos mapas, a reforma da cartografia e cartografia
americana. O que chama a atenção
conteúdo bastante valorizado nos livros de cartografia de
Figura 2.6 Erwin Raisz, foi um dos principais cartógrafos acadêmicos americanos entre a época da morte de Goodee o surgimento de programas de pós-graduação em cartografia. (Segundo, MacMaster e Thrower, 1991. Publicado pela primeira vez em Cartography and Geographic Information Systemsdo Congresso Americano de Levantamento
Embora o Departamento de Ge
Raisz permaneceu ensinando na Universidade Clark até 1961, e terminou sua carreira na
Universidade da Flórida, onde publicou seu segundo livro, Princíp
O que é curioso sobre Raisz é que ele nunca
dial. Enquanto trabalhava em seu doutorado em geologia na Columbia, Raisz estudou com
Douglas Johnson, um geomorfólogo discípulo de William Morris Davis na Universidade de
Harvard, que tinha fortes interesses na construção de Diagramas de blocos e na repre
de paisagens. Como instrutor em Columbia, Raisz ofereceu o primeiro curso de cartografia
Em 1931, Raisz publicou "O Método Fisiográfico de Representar Cenário em Mapas" na revista
, onde ele expressou concepção própria nos modelos e diagramas de
representação da paisagem. Com base nesse trabalho e sob a recomendação de
seu mentor, o próprio Davis ofereceu a Raisz a posição de professor de cartografia no
Instituto de Exploração Geográfica da Universidade de Harvard. Durante a década de 1930,
Raisz continuou a publicar e trabalhar em suas técnicas fisiográficas de representação
1938, publicou a primeira edição do livro Cartografia Geral, que teve grande influência e foi
vro, em inglês, de abordagem geral em cartografia. O livro fazia parte da
série geográfica publicada por McGraw-Hill, que ao mesmo tempo publicava obras
Elementos Físicos da Geografia de Finch e Trewartha, a América Latina
de Whitbeck e Finch. Além da ênfase previsível na questões da
"representação", o conteúdo da Cartografia Geral era uma obra que atendia os interesses de
projeções, rótulos, composição e diagramação de mapas
parte significativa do livro de Raisz também cobriu a história da cartografia, com
manuscritos, o renascimento dos mapas, a reforma da cartografia e cartografia
chama a atenção é a pouca atenção dada ao "mapeamento estatístico"
conteúdo bastante valorizado nos livros de cartografia de hoje.
Figura 2.6 Erwin Raisz, foi um dos principais cartógrafos acadêmicos americanos entre a época da morte de Goode
graduação em cartografia. (Segundo, MacMaster e Thrower, 1991. Publicado Cartography and Geographic Information Systems 18 (3), p.153. Reproduzido com permissão
do Congresso Americano de Levantamentos e Mapeamento.)
Embora o Departamento de Geografia de Harvard tenha duplicado em 1947 (Smith, 1987a),
Raisz permaneceu ensinando na Universidade Clark até 1961, e terminou sua carreira na
Universidade da Flórida, onde publicou seu segundo livro, Princípios da Cartografia, em 1962.
O que é curioso sobre Raisz é que ele nunca teve um cargo acadêmico regular. Assim, ele
dial. Enquanto trabalhava em seu doutorado em geologia na Columbia, Raisz estudou com
Douglas Johnson, um geomorfólogo discípulo de William Morris Davis na Universidade de
Harvard, que tinha fortes interesses na construção de Diagramas de blocos e na representação
de paisagens. Como instrutor em Columbia, Raisz ofereceu o primeiro curso de cartografia
Em 1931, Raisz publicou "O Método Fisiográfico de Representar Cenário em Mapas" na revista
ão própria nos modelos e diagramas de
recomendação de Douglas
seu mentor, o próprio Davis ofereceu a Raisz a posição de professor de cartografia no
iversidade de Harvard. Durante a década de 1930,
de representação. Em
teve grande influência e foi
geral em cartografia. O livro fazia parte da
obras clássicas
América Latina de Platt e
questões da
uma obra que atendia os interesses de
de mapas. Uma
parte significativa do livro de Raisz também cobriu a história da cartografia, com abordagens
manuscritos, o renascimento dos mapas, a reforma da cartografia e cartografia
nto estatístico",
Figura 2.6 Erwin Raisz, foi um dos principais cartógrafos acadêmicos americanos entre a época da morte de Goode graduação em cartografia. (Segundo, MacMaster e Thrower, 1991. Publicado
18 (3), p.153. Reproduzido com permissão
ografia de Harvard tenha duplicado em 1947 (Smith, 1987a),
Raisz permaneceu ensinando na Universidade Clark até 1961, e terminou sua carreira na
ios da Cartografia, em 1962.
. Assim, ele não
pode produzir uma geração de estudantes que iria perpetuar sua escola cartográfica. Raisz é
mais conhecido por sua produção de mapas das formas do relevo de várias partes do mundo.
Sua obra Mapas das formas do relevo dos Estados Unidos (1954), talvez seja um dos melhores
exemplos de cartografia no século XX, tornou-se um modelo de referência nos cursos de
Geografia dos EUA (veja a seção 20.2.3 para uma discussão deste mapa ). Os autores Robinson
e Sale (1969) afirmam que os mapas do relevo e os diagramas fisiográficos criados por William
Morris Davis, A.K. Lobeck, Guy-Harold Smith e Erwin Raisz, foram "uma das contribuições mais
distintivas da cartografia americana" (p.187).
Guy-Harold Smith
A cartografia foi ensinada já em 1925 na Universidade Estadual de Ohio - uma aula de
Construção de Mapas e Interpretação foi oferecida por Fred Carlson, tornando este um dos
mais antigos cursos de cartografia do país. Em 1927, Guy-Harold Smith (Figura 2.7), um recente
doutorador da Universidade de Wisconsin (A. K. Lobeck era seu conselheiro), assumiu o
programa de cartografia e ensinou por quase 40 anos até sua aposentadoria em 1965. Smith
foi presidente do departamento por 29 anos, e ainda assim se destacou como um cartógrafo
temático prolífico, produzindo seu famoso "Mapa do relevo de Ohio" e "Mapa da Populaçã de
Ohio" usando a técnica das esferas graduadas2. Smith foi também um exímio professor e seu
discípulo mais conhecido foi Arthur Robinson, que viria a criar um influente programa de
cartografia na Universidade de Wisconsin, que descreveremos mais adiante neste capítulo.
2 Mapa usando símbolos geométricos 3D de Guy-Harold Smith.
FIGURA 2.7 Guy-Harold Smith, foi um dos pioneiros da cartógrafia temática que produziu o famoso mapa das esferas graduadas. Arthur Robinson foi um dos alunos de Smith. (Segundo, McMaster e Thrower 1991, publicado pela primeira vez em Cartography and Geogrado Congresso Americano de Levantamento e Mapeamento.)
Richard Edes Harrison
Richard Edes Harrison (Figura 2.8), nasceu em Baltimore em 1901, foi filho de Ross Granville
Harrison, um dos mais destacados biólogos do seu tempo. Embora Harrison tenha se graduado
em arquitetura na Universidade de Yale em 1930, seus interesses logo se voltaram para a área
de ilustração científica, e nos anos que se seguiram sua graduação, foi atraído pela cartogr
Ele desenhou seu primeiro mapa para a revista
mapeamento despertou sua curiosidade, e ele logo se tornou um cartógrafo
revistas Time e Fortune. No final da década de 1940, Harrison voava para
Syracuse uma vez por semana para ministrar um curso de cartografia (à épocaGeorge Jenks
era um de seus alunos). Embora Harrison não fosse um educador no sentido formal, acabou
por influenciar a disciplina de cartografia através de suas t
cartográficas particulares. Desta forma, se destacou como um dos primeiros cartógrafos
"populares", por causa de seu trabalho
Figure 2.8 Richard Edes Harrison, foi muito seu aluno.
Harold Smith, foi um dos pioneiros da cartógrafia temática que produziu o famoso mapa das
esferas graduadas. Arthur Robinson foi um dos alunos de Smith. (Segundo, McMaster e Thrower 1991, publicado Cartography and Geographic Information Systems 18(3), p. 153. Reimpresso com permissão
do Congresso Americano de Levantamento e Mapeamento.)
Richard Edes Harrison (Figura 2.8), nasceu em Baltimore em 1901, foi filho de Ross Granville
is destacados biólogos do seu tempo. Embora Harrison tenha se graduado
em arquitetura na Universidade de Yale em 1930, seus interesses logo se voltaram para a área
de ilustração científica, e nos anos que se seguiram sua graduação, foi atraído pela cartogr
Ele desenhou seu primeiro mapa para a revista Time em 1932. Esta exposição inicial ao
mapeamento despertou sua curiosidade, e ele logo se tornou um cartógrafo freelance
. No final da década de 1940, Harrison voava para a Universidade de
Syracuse uma vez por semana para ministrar um curso de cartografia (à épocaGeorge Jenks
era um de seus alunos). Embora Harrison não fosse um educador no sentido formal, acabou
por influenciar a disciplina de cartografia através de suas técnicas específicas e habilidades
cartográficas particulares. Desta forma, se destacou como um dos primeiros cartógrafos
por causa de seu trabalho de mapeamento para a mídia.
muito popular por seu trabalho de mapeamento na mídia ; George Jenks
Harold Smith, foi um dos pioneiros da cartógrafia temática que produziu o famoso mapa das esferas graduadas. Arthur Robinson foi um dos alunos de Smith. (Segundo, McMaster e Thrower 1991, publicado
18(3), p. 153. Reimpresso com permissão
Richard Edes Harrison (Figura 2.8), nasceu em Baltimore em 1901, foi filho de Ross Granville
is destacados biólogos do seu tempo. Embora Harrison tenha se graduado
em arquitetura na Universidade de Yale em 1930, seus interesses logo se voltaram para a área
de ilustração científica, e nos anos que se seguiram sua graduação, foi atraído pela cartografia.
em 1932. Esta exposição inicial ao
freelance para as
a Universidade de
Syracuse uma vez por semana para ministrar um curso de cartografia (à épocaGeorge Jenks
era um de seus alunos). Embora Harrison não fosse um educador no sentido formal, acabou
écnicas específicas e habilidades
cartográficas particulares. Desta forma, se destacou como um dos primeiros cartógrafos mais
; George Jenks foi
2.3.2 Período 2: A Era da Pós-Guerra e a Construção de Programas Acadêmicos
Um evento seminal na evolução da cartografia acadêmica americana - a primeira reunião do
Comitê de Cartografia foi organizada por Erwin Raisz em 6 de abril de 1950, na Universidade
Clark durante as reuniões nacionais da AAG. Com base nos resultados desta importante
conferência, ficou claro na época que a cartografia estava se posicionando em relação à
geografia e outras disciplinas, embora ainda fosse bastante descritiva e pouco teórica.
Felizmente, um dos cartógrafos acadêmicos com fortes interesses em questões mais
conceituais e teóricas surgiu durante a década de 1950 e liderou o desenvolvimento de
programas de pesquisas básicas. Embora apenas um conjunto esporádico de instituições
tivesse oferecido cursos de cartografia antes da Segunda Guerra Mundial, as demandas da
guerra aceleraram o desenvolvimento de currículos cartográficos. Ao longo da década seguinte
(1950-1960), três grandes programas surgirão nas Universidades de Wisconsin, Kansas e
Washington.
Universidade de Wisconsin
Embora Arthur Robinson tivesse estruturado o ensino da cartografia na Universidade de
Wisconsin, Madison, nos ido de 1937 (1991, 156), o mais importante desenvolvimento dessa
disciplina ocorreu quando Robinson foi contratado em 1945, após completar um período na
divisão de geografia dos Serviços Estratégicos da Segunda Guerra Mundial. Em sua posição de
professor em Wisconsin, Robinson era responsável por estabelecer um programa de instrução
de cartografia e uso de mapas que incluíam: dois cursos básicos de cartografia (i.e., cartografia
introdutória e intermediaria), bem como, um curso de interpretação de fotografias aéreas.
Posteriormente, foram incluídos outros cursos, como Seminário de Cartografia, Produção
Cartográfica e Uso e Avaliação de Mapas. Estes foram seguidos por uma outra série de cursos:
Projeçõ de Mapas, Sistemas de Coordenadas, Problemas em Cartografia, Cartografia
Computacional, História da Produção de Mapas e Desenho Cartográfico. No final da década de
960, a equipe de cartografia aumentou quando Randall Sale se tornou diretor associado do
Laboratório de Cartografia da Universidade de Wisconsin. Em um artigo de 1979 sobre a
influência da II Guerra Mundial sobre a cartografia, Robinson escreveu sobre esses primeiros
anos:
No desenvolvimento da cartografia na geografia acadêmica americana, provavelmente o evento mais notável antes
da Segunda Guerra Mundial foi a publicação da Cartografia Geral de Erwin Raisz, em 1938. Em meados da década
de 1930, a maioria dos estudantes de pós-graduação em geografia (provavelmente poucos da graduação) fez um
curso de cartografia. Eu, em Wisconsin, vim antes que o livro de Raisz aparece e nossos "livros didáticos" eram os
Elementos de Projeções de Mapa de Deetz e Adams e os Blocos Diagramas Loebeck. Além de construir projeções de
mapa e fazer mapas de ponto, Isopletas, mapas de pizza, fomos ensinados como usar tint glass lantern slides with
Japanese water colors. Quando eu transferi para a Universidade do Estado de Ohio para o trabalho de doutorado,
eu fui impedido de fazer o curso de cartografia porque eu já tinha um! O livro pioneiro de Raisz forneceu um
pequeno começo para um programa acadêmico em cartografia, mas nada realmente começou antes da Segunda
Guerra Mundial começar. (1979, 97)
Figure 2.9 Arthur Robinson, foi responsável por desenvolver o programa de cartografia da Universidade de Wisconsin
Arthur Robinson estabeleceu-se como o "decano" não oficial de cartógrafos acadêmicos
americanos e construiu o programa de cartografia na Universidade de Wisconsin no melhor
momento dos Estados Unidos durante a década de 1970 e início de 1980. Seu volume clássico
The Look of Maps, baseado em sua dissertação de doutorado na Ohio State University, foi sem
dúvida a semente de três décadas de pesquisa cartográfica. Robinson estabeleceu a primeira
revista americana em cartografia, The American Cartographer, em 1974; escreveu seis volumes
de Elementos de Cartografia; e foi presidente da Associação Cartográfica Internacional.
Robinson também influenciou várias gerações de estudantes que se aventuraram e
estabeleceram programas de pós-graduação em cartografia. Robinson e Sale orientaram o
programa de cartográfica em Madison até 1968, quando Joel Morrison, que foi aluno de
doutorado de Robinson, se juntou a ele e mais tarde, também, Philip Muehrcke. Ambos
trouxeram forte perícia matemática para o programa. Assim, em meados da década de 1970,
quando muitos departamentos de geografia lutavam para conseguir manter um programa de
cartografia nas mãos de um único membro da faculdade, Wisconsin tinha quatro indivíduos,
com formções em Bacharelado e Mestrado em cartografia, além do melhor laboratório de
cartografia (juntamente com o departamento de Geografia). Era, de fato, uma grande proeza
cartográfica. O programa de cartografia em Wisconsin produziu mais de 100 estudantes com
mestrado e 20 estudantes com doutorado em seus 60 anos de história.
Universidade de Kansas
O programa de cartografia da Universidade do Kansas foi iniciado e mantido por mais de 35
anos por George Jenks (Figura 2.10). Jenks obteve seu doutorado em Geografia Agrícola na
Universidade de Syracuse e também estudou com Richard Edes Harrison, o cartógrafo das
revistas Time e Fortune, em Siracusa. Um evento significativo na carreira de Jenks, e para o
próprio programa, foi o recebimento de uma doação do Fundo para o Avanço da Ciência que
lhe permitiu visitar todos os principais estabelecimentos de cartografia do governo federal,
bem como uma série de laboratórios quase públicos nos anos de 1951 e 1952. Ele incorporou
as informações que havia coletado durante estes anos em um artigo intitulado "Um currículo
aperfeiçoado para a instrução cartográfica no nível de faculdade e universidade" e o adotou
esse currículo no programa de cartografia em Kansas.
Figure 2.10 George Jenks, foi responsável por desenvolver o programa de cartografia na Universidade de Kansas.
A concessão permitiu a Jenks (1953a) identificar uma série de problemas chave para os
cartógrafos, incluindo: (1) técnicas usadas produções cartográficas em larga escala tinham de
ser melhoradas; (2) eram ncessesárias novas tintas, papéis e outros materiais; E (3) era preciso
treinar o pessoal adicional. Jenks destacou que, na época, vários fatores impediam o
treinamento cartográfico: instrutores inexperientes, instalações cartográficas mal equipadas e
bibliotecas de mapas, pesquisa limitada e acesso limitado à pesquisa e muita ênfase na teoria.
É interessante que Jenks, que passou grande parte de sua carreira de pesquisa construindo a
teoria cartográfica do design, simbolização e classificação, faria tal argumento. Mas ele
escreveu: "Pouco tempo e esforço foram gastos na aplicação prática da teoria." A teorização
sobre a arte não faz um artista, o conhecimento da teoria médica não faz um médico
qualificado, e falando sobre mapas (e ouvindo palestras sobre Cartografia) não significa que o
estudante possa representar um mapa "(Jenks 1953a, 319). A concessão também levou Jenks
a propor a seguinte seqüência de núcleo de cinco cursos em cartografia:
Curso 1. Treinamento elementar em projeções, grades, escalas, rotulagem, simbolização e
elaboração de mapas simples.
Curso 2. Uso, disponibilidade e avaliação de mapas.
Curso 3. Planejamento, compilação e construção de mapas em pequena escala,
principalmente, mapas temáticos.
Curso 4. Planejamento, compilação e construção de mapas em grande escala, principalmente,
mapas topográficos.
Curso 5. Treinamento não técnico na elaboração de mapas manuscritos simples (croquis), para
pessoas que desejam o mínimo nos aspectos manipulativos da cartografia.
É importante não sobrevalorizar a marca que o estudo de Jenks deixou, porque a cartografia
emergiu da Primeira Guerra Mundial como uma verdadeira disciplina, em parte, devido à
grande demanda por mapas e mapeamento nas ações da guerra. Os que tinham colaborado
antes da guerra, tais como, Arthur Robinson e Erwin Raisz, bem como, aqueles que surgiram
depois, tais como, George Jenks e John Sherman, perceberam que os currículos cartográficos
abrangentes poderiam ser mantidos dentro dos departamentos de Geografia. O estudo de
Jenks, em paralelo com os esforços descritos anteriormente por Erwin Raisz e AAG, forneceu a
infraestrutura intelectual para aqueles que tentam construir programas de cartografia nas
universidades. Outras influências significativas na carreira inicial de Jenks foram sua relação
com John Sherman da Universidade de Washington e seu estabelecimento na década de 1960
nos Institutos de Verão financiados pela National Science Foundation para Professores
Universitários. Os institutos, com nove semanas de duração, foram concebidos para educar os
professores universitários nas modernas técnicas de cartografia. Jenks escreveu: "Ficamos
surpresos ao descobrir que vários professores haviam sido designados arbitrariamente por
seus decanos ou presidente para ensinar a cartografia naquela época. Além disso, vários
teriam que ensinar sem laboratório, equipamento ou suprimentos. Aprimoraram meus
ensinamentos e foram a base para numerosas mudanças em nosso currículo. " (1963, 163).
Apesar da presença de professores do Kansas que tinham interesses intimamente relacionados
com a cartografia - em particular, as estatísticas e a teledetecção - no final da década de 1960.
Jenks ainda era o único cartógrafo da equipe. Robert Aangeenbrug, que tinha fortes interesses
em cartografia computacional e cartografia urbana e foi diretor de dois dos simpósios
internacionais de Cartografia Assistida por Computador (Auto-Carto), se juntou à faculdade de
Kansas nos anos 60. Thomas Smith, que havia chegado ao departamento com seu segundo
contrato em 1947, estabeleceu cursos durante os anos 1970 e 1980 na história da cartografia.
O programa de Kansas cresceu rapidamente na década de 1970. Como explicado por Jenks,
"George McCleary juntou-se à equipe e, com sua ajuda, renovamos e ampliamos as tarefas de
cartografia, colocamos mais ênfase no desenho de mapas e na produção de mapas e novos
cursos de nível de segundo e terceiro ano" (1991). Durante esse período, Jenks iniciou projetos
de pesquisas em mapas 3-D, pesquisa de movimentos oculares, comunicação de mapas
temáticos e geoestatística. No final da década de 1970, Jenks havia voltado sua atenção para a
generalização de linhas cartográficas e também supervisionava 10 doutorados, 15 mestrados e
quatro cartógrafos pós-doutorais, muitos dos quais aceitaram nomeações acadêmicas,
continuaram a "escola Jenks" e fizeram contribuições significativas para o campo da
cartografia através do ensino e pesquisa. Jenks continuou a ensinar e se engajar na pesquisa
até sua aposentadoria em Kansas em 1986.
Universidade de Washington
Embora o primeiro curso identificado como de "cartografia" na Universidade de Washington
tivesse sido ministrado formalmente por William Pierson no ano acadêmico de 1937-38
Departamento de Geografia, John Sherman (Figura 2.11) é considerado com oo principal por
ter desenvolvido o programa de cartografia nesta universidade. Sherman recebeu seu
mestrado da Clark University em 1944 e seu doutorado em Washington em 1947.
Curiosamente, ao contrário de Jenks e Robinson, que tinham recebido treinamento formal em
cartografia, Sherman nunca teve qualquer curso em cartografia.
2.11 John Sherman discutindo a modelagem lunar com um grupo de alunos. Sherman foi responsável pelo desenvolvimento do programa de cartografia da Universidade de Washington.
Quando Donald Hudson ingressou na equipe da Universidade de Washington em 1951,
implementou um novo programa para o Departamento de Geografia que se concentrou na
América Aglo Saxônica, no Extremo Oriente, na Geografia Econômica e na Cartografia. Ele
pediu a Sherman para liderar a área de cartografia e também convidou Henry Leppard, que
tinha estudado com J. Paul Goode na Universidade de Chicago, para ajudar. Como explicado
por Sherman:
Em 1953, seis cursos de cartografia estavam em andamento, incluindo Map
Introdutória, Cartografia Intermediária, Técnicas em Ciências Sociais, Reprodução de Mapas e Inteligência de
Mapas. Em 1954, Leppard saiu para UCLA e em 1958 Willis Heath, tendo terminado seu Ph.D. no departamento, se
juntou a Sherman para realizar o programa de cartografia. (1991, 169)
Um fato notável, no início da história do programa, foi a participação de Heath e Sherman na
Segunda Conferência Cartográfica Internacional
Universidade do Noroeste, realizada em junho de 1958. Segundo Sherman (1991, 169), um
grupo de cerca de 50 cartógrafos internacionais foram capazes de discutir "a filosofia gráfica, a
análise funcional e os desenvolvimentos tecnológicos que então influenciaram o campo da
cartografia". Com base nas discussões da conferência, foram feitas alterações e adições ao
programa de cartografia em Washington. Outro evento que influenciou Sherman e,
consequentemente, o programa de cartografia em Washington, foi
Professores Universitários em Cartografia
anterior). Mais tarde, em 1968, Sherman desenvolveu uma proposta para estabelecer um
Instituto Nacional de Cartografia, conforme solicitado pelo Comitê de Geogr
Nacional de Ciências / Conselho Nacional de Pesquisa (NAS / NRC). Um painel de cartógrafos
de prestígio, incluindo Arch Gerlach, Norman Thrower, Richard Dahlberg, Waldo Tobler,
George McCleary, George Jenks e Arthur Robinson, auxiliaram Sh
instituto proposto nunca foi criado.
Juntos, os programas de Sherman e Heath enfatizaram fortemente, tanto o design, como a
produção. A experiência pessoal de
durante este período) atesta isso. Hagen escreveu: "Uma coisa que particularmente me
impressionou naquela época foi a importância que John Sherman e Bill Heath deram a uma
espécie de trilogia sagrada,
2.11 John Sherman discutindo a modelagem lunar com um grupo de alunos. Sherman foi responsável pelo desenvolvimento do programa de cartografia da Universidade de Washington.
Quando Donald Hudson ingressou na equipe da Universidade de Washington em 1951,
implementou um novo programa para o Departamento de Geografia que se concentrou na
América Aglo Saxônica, no Extremo Oriente, na Geografia Econômica e na Cartografia. Ele
a Sherman para liderar a área de cartografia e também convidou Henry Leppard, que
tinha estudado com J. Paul Goode na Universidade de Chicago, para ajudar. Como explicado
Em 1953, seis cursos de cartografia estavam em andamento, incluindo Mapas e Leitura de Mapas, Cartografia
Introdutória, Cartografia Intermediária, Técnicas em Ciências Sociais, Reprodução de Mapas e Inteligência de
Mapas. Em 1954, Leppard saiu para UCLA e em 1958 Willis Heath, tendo terminado seu Ph.D. no departamento, se
tou a Sherman para realizar o programa de cartografia. (1991, 169).
Um fato notável, no início da história do programa, foi a participação de Heath e Sherman na
Segunda Conferência Cartográfica Internacional patrocinada pela Rand McNally na
Noroeste, realizada em junho de 1958. Segundo Sherman (1991, 169), um
grupo de cerca de 50 cartógrafos internacionais foram capazes de discutir "a filosofia gráfica, a
análise funcional e os desenvolvimentos tecnológicos que então influenciaram o campo da
cartografia". Com base nas discussões da conferência, foram feitas alterações e adições ao
programa de cartografia em Washington. Outro evento que influenciou Sherman e,
consequentemente, o programa de cartografia em Washington, foi o Instituto de Verão pa
Professores Universitários em Cartografia que Sherman e Jenks lideraram (ver nossa discussão
anterior). Mais tarde, em 1968, Sherman desenvolveu uma proposta para estabelecer um
Instituto Nacional de Cartografia, conforme solicitado pelo Comitê de Geografia da Academia
Nacional de Ciências / Conselho Nacional de Pesquisa (NAS / NRC). Um painel de cartógrafos
de prestígio, incluindo Arch Gerlach, Norman Thrower, Richard Dahlberg, Waldo Tobler,
George McCleary, George Jenks e Arthur Robinson, auxiliaram Sherman. Infelizmente, o
instituto proposto nunca foi criado.
s programas de Sherman e Heath enfatizaram fortemente, tanto o design, como a
experiência pessoal de Carlos Hagen (um estudante graduado em Washington
isso. Hagen escreveu: "Uma coisa que particularmente me
impressionou naquela época foi a importância que John Sherman e Bill Heath deram a uma
‘Elaboração-Impressão-Reprodução’. Nas tradições latino
2.11 John Sherman discutindo a modelagem lunar com um grupo de alunos. Sherman foi responsável pelo
Quando Donald Hudson ingressou na equipe da Universidade de Washington em 1951,
implementou um novo programa para o Departamento de Geografia que se concentrou na
América Aglo Saxônica, no Extremo Oriente, na Geografia Econômica e na Cartografia. Ele
a Sherman para liderar a área de cartografia e também convidou Henry Leppard, que
tinha estudado com J. Paul Goode na Universidade de Chicago, para ajudar. Como explicado
as e Leitura de Mapas, Cartografia
Introdutória, Cartografia Intermediária, Técnicas em Ciências Sociais, Reprodução de Mapas e Inteligência de
Mapas. Em 1954, Leppard saiu para UCLA e em 1958 Willis Heath, tendo terminado seu Ph.D. no departamento, se
Um fato notável, no início da história do programa, foi a participação de Heath e Sherman na
patrocinada pela Rand McNally na
Noroeste, realizada em junho de 1958. Segundo Sherman (1991, 169), um
grupo de cerca de 50 cartógrafos internacionais foram capazes de discutir "a filosofia gráfica, a
análise funcional e os desenvolvimentos tecnológicos que então influenciaram o campo da
cartografia". Com base nas discussões da conferência, foram feitas alterações e adições ao
programa de cartografia em Washington. Outro evento que influenciou Sherman e,
o Instituto de Verão para
que Sherman e Jenks lideraram (ver nossa discussão
anterior). Mais tarde, em 1968, Sherman desenvolveu uma proposta para estabelecer um
afia da Academia
Nacional de Ciências / Conselho Nacional de Pesquisa (NAS / NRC). Um painel de cartógrafos
de prestígio, incluindo Arch Gerlach, Norman Thrower, Richard Dahlberg, Waldo Tobler,
erman. Infelizmente, o
s programas de Sherman e Heath enfatizaram fortemente, tanto o design, como a
Carlos Hagen (um estudante graduado em Washington
isso. Hagen escreveu: "Uma coisa que particularmente me
impressionou naquela época foi a importância que John Sherman e Bill Heath deram a uma
. Nas tradições latino-
americanas e européias, essas técnicas de produção não são, certamente, consideradas parte
do ambiente acadêmico, são muito respeitadas e muito apreciadas, mas geralmente você as
encontra não na academia, mas no âmbito de uma tradição, muito profissional e dedicada,
que é o trabalho artesanal” (comunicação pessoal 1987). Enquanto os principais interesses de
pesquisa de Sherman estavam na comunicação, no desenho de mapas e no mapeamento tátil,
muitos de seus doutorandos perseguiram tópicos de dissertação relacionados à cartografia
analítica e computacional.
2.3.3 Periodo 3: Segunda fase dos Programa de Cartografia
Durante os anos 1970 e 1980, uma série de programas que poderiam ser chamados
secundários, muitos estabelecidos por doutores das universidades de Wisconsin, Kansas e
Washington, foram criados nos Estados Unidos. Sem ser exaustivo, pode-se citar os programas
na UCLA com Norman J.W. Thrower (PhD em Wisconsin), Michigan com Waldo Tobler (PhD em
Washington), Carolina do Sul com Ted Steinke e Patricia Gilmartin (PhDs em Kansas, SUNY
Buffalo, com Kurt Brassel, que doutou-se em Zurique) e Duane Marble (PhD em Washington),
Michigan State com Richard Groop (PhD em Kansas) e Judy Olson (PhD em Wisconsin),
Universidade do Norte de Illinois, com Richard Dahlberg (Northern em Wisconsin),
Universidade do estado do Oregon, com A. Jon Kimerling (Northern em Wisconsin), Syracuse
com Mark Monmonier (PhD na Pensilvânia), Penn State University, com Alan MacEachren (PhD
em Kansas) e Ohio State com Harold Moellering (PhD em Michigan). As atividades chave
nesses departamentos incluíram o desenvolvimento de Cartografia Analítica de Tobler, a
experiência de Thrower na história da cartografia e sensoriamento remoto, a cartografia
animada de Moellering e a ênfase em uma cartografia numérica, o mapeamento estatístico de
Monmonier e o trabalho de Olson em pesquisa cognitiva. Cada uma das instituições
desenvolveu sua própria área de especialização em que, ao contrário dos dias anteriores, os
alunos teriam um programa geral de cartografia na graduação. Os programas de pesquisa
específicos foram adaptados à especialidade, tais como, a cartografia cognitiva ou analítica.
Este período também testemunhou rápido crescimento na cartografia acadêmica em termos
de faculdade contratada. Alunos treinados, jornais começaram. E as sociedades profissionais
fortalecidas. Foi nesse período que a cartografia surgiu como uma verdadeira subdisciplina
acadêmica, nutrida nos departamentos de geografia acadêmica que tinham programas de
pesquisa sólidos e programas bem estabelecidos de educação de pós-graduação. O auge da
cartografia acadêmica nos Estados Unidos estava em meados da década de 1980 quando a
cartografia atingira seu ponto máximo, mas os efeitos da emergente disciplina denominada
GIScience ainda não era sentida.
2.3.4 Periodo 4: Integração da Cartografia com GiScience
A paisagem intelectual da cartografia mudou significativamente ao longo dos últimos 10 para
15 anos, em grande parte devido ao rápido crescimento do SIG e GIScience. Há quinze anos, o
prognóstico para a criação de programa de doutorado em cartografia era promissor, no
sentido de obter uma posição acadêmica excelente, enquanto que nos dias atuais o mercado
de trabalho procura pelo cientista da informação geográfica. Certamente ainda se pode
estudar cartografia na maioria das instituições importantes, mas o número de cursos
cartográficos diminuiu à medida que o número de cursos relacionados ao SIG aumentou. Além
disso, o campo de visualização geográfica cada vez mais utilizado por muitos departamentos
em vez de cartografia, causou uma erosão adicional da base profissional da cartografia. No
entanto, uma esperança para a disciplina é que, como SIGs se tornam quase ubiqui-tous na
nossa sociedade, alguns pesquisadores estão percebendo que um conhecimento mais
profundo de mapas, cartografia e simbolização do mapa e design ainda é crucial e necessário.
Kraak e Ormeling (1996), em seu livro Cartografia: Visualização de Dados Espaciais, fizeram o
seguinte ponto com relação entre SIG e Cartografia:
Muitos dos conceitos e funções do SIG foram primeiramente concebidos por cartógrafos. Isto não é apenas válido
para o módulo de saída SIG, mas para muitas das ações de processamento (i.e. transformações, análises) e funções
de entrada (por exemplo, digitalização, digitação) de um SIG também. Há visões conflitantes sobre as relações entre
a cartografia e os SIG. Se o SIG é um subconjunto técnico-analítico de cartografia ou se a cartografia é apenas um
subconjunto de visualização de dados SIG. Para a finalidade deste gancho, também escrito para analistas de SIG que
têm que aprender a usar o método cartográfico, a cartografia será considerada como um suporte essencial para
quase todos os aspectos do tratamento de informações geográficas. (P.16).
Houve grandes mudanças no modo como a cartografia tem sido ensinada nas universidades
americanas. Algumas das mudanças mais significativas incluem: (1) integração mais próxima
com o ensino de SIG; (2) os métodos aplicados quase totalmente em meio digital; (3) menos
ênfase no processo de programação (por exemplo, Fortran e Pascal) e maior ênfase na
interface orientada a objetos, na interface com o usuário e na programação para Windows: (4)
maior ênfase nos aspectos dinâmicos da cartografia, incluindo animação e multimídia; (5)
maior utilização da Internet para aquisição de dados espaciais (por exemplo, dados do censo) e
para aplicações de mapeamento online.
2.4 O PARADIGMA DA CARTOGRAFIA AMERICANA
À medida que os programas de graduação com vocação acadêmica surgiram no período pós
Segunda Guerra Mundial, a pesquisa básica em cartografia acelerou. Embora seja possível
documentar muitos paradigmas de pesquisa, alguns dos esforços mais substanciais foram
feitos em torno dos modelos de comunicação (campo teórico da simbolização e do design),
Cartografia experimental. Cartografia analítica e a recente série de debates sobre questões
sociais e éticas na cartografia. Aqui vai uma observação, como abordamos os modelos de
comunicação e as questões sociais e éticas no Capítulo 1, e pelo fato de grande parte deste
livro tratar da simbolização e do design (e estudos experimentais relacionados), discutiremos
aqui apenas o paradigma da cartografia analítica.
2.4.1 Cartografia Analítica
Se em algum momento houve um "líder intelectual" na evolução dos paradigmas da
cartografia, esse líder foi Waldo Tobler com a idealização da cartografia analítica (Figura 2.12).
Foi ele que concebeu (na década de 1960) e alimentou (nas décadas de 1970 e 1980) a idéia de
abordagens matemáticas, transformacionais e analíticas para a cartografia. Tobler estabeleceu
a agenda para a cartografia analítica em seu artigo seminal de 1976 "Cartografia Analítica",
publicado no periódico da American Cartographer. Este artigo e as idéias de Tobler tiveram um
efeito profundo na cartografia acadêmica americana.
O que exatamente é "cartografia analítica"? Kimerling descreveu-a como "os conceitos
matemáticos e os métodos subjacentes à cartografia, e sua aplicação na produção de mapas e
na solução de problemas geográficos" (p. 697). A cartografia analítica inclui os dados
topográficos de modelos de dados cartográficos, métodos e padrões de coleta de dados
cartográficos digitais, transformações de coordenadas e projeções de mapas, interpolação de
dados geográficos, generalização analítica e análise e interpretação de mapas numéricos. O
programa original de Tobler descrevia uma série de tópicos imersos em teoria e em
matemática, e seu objetivo para o curso era futurístico (assim como presciente):
2.12 Waldo Tobler, foi o desenvolvedor da noção de cartografia a analítica.
O que é fácil, conveniente ou difícil depende da tecnologia, das circunstâncias e do problema. O ensino de
cartografia deve refletir esse dinamismo, e o aluno só pode permanecer flexível se tiver o domínio da estrutura
teórica, bem como a implementação específica. O espírito da Cartografia Analítica é tentar captar essa teoria,
antecipando as muitas inovações tecnológicas que podem ser esperadas no futuro; por exemplo, os indicadores de
latitude / longitude nos relógios de pulso, por exemplo, e as calculadoras de bolso com mapas exibidos por diodos
emissores de luz coloridos, não parecem impossíveis. No meio universitário, não se deve gastar muito tempo
escrevendo como as coisas são feitas hoje. (1976, 29)
Tobler terminou seu PhD em 1961 na Universidade de Washington sob a orientação de John
Sherman, com a tese de doutorado intitulada "Mapas e Transformações do Espaço
Geográfico". Em Washington, Tobler foi influenciado não só por alguns dos professores
(William Guarrison, por exemplo) com forte ênfase na quantificação, mas também por um
grande número de estudantes de pós-graduação que estavam interessados em geografia
matemática, incluindo Duane Marble, Arthur Getis, Brian Berry e John Nystuen, entre outros.
No início dos anos 60, o Departamento de Geografia de Washington foi o ponto zero para a
revolução quantitativa na geografia. Muitos de seus estudantes haviam se matriculado no
curso de Cartografia Estatística de J. Ross MacKay, que MacKay ensinou no final da década de
1950. Em uma entrevista pessoal, Tobler (2001) também discutiu a influência de Carlos Hagen,
um estudante graduado em Washington, que havia chegado na década de 1950 com a
esperança de prosseguir o trabalho de pós-graduação em cartografia matemática. O próprio
Tobler tinha realmente pouco treinamento em matemática formal. Mas foi autodidata e ficou
intrigado pelo trabalho de Hagen em projeções. Depois de terminar sua tese em Washington,
Tobler se juntou ao corpo docente da Universidade de Michigan, para onde seu colega
estudante de graduação de Washington, John Nystuen, também tinha se mudado. Foi em
Michigan que Tobler aprimorou suas idéias sobre cartografia analítica. Em parte ajudado por
um evento relativamente obscuro na geografia americana: o encontro da Comunidade de
Geografia Matemática da IntraUniversidade de Michigan (MIC-MOG). Muitos dos tópicos
apresentados nestes encontros sediados em Detroit eram fortemente de natureza
cartográfica. Incluindo "Mapas Mentais" de Gould. "Filtragem Epsilon" de Perkal. E o próprio
trabalho de Tobler sobre generalização. A obra de Tobler, que influenciou significativamente
as disciplinas de cartografia e geografia, levou à sua eleição para a prestigiada Academia
Nacional de Ciências, tornando-o o único cartógrafo a manter essa honra.
O que emergiu do conceito de "cartografia analítica" foi um quadro de indivíduos trabalhando
em problemas que podem ser identificados como analíticos, computacional-digitais e de
natureza matemática. Alguns eram estudantes de doutorado de Tobler, como Stephen Guptill
(USGS), Harold Moellering (Ohio State University). E Phil I'vluehrcke (Universidades de
Washington e Wisconsin). Outros, que estavam imersos no paradigma, mas não
necessariamente tinham uma educação formal nele. Foram Mark Monmonier, autor do
primeiro livro sobre cartografia de computadores: Carl Youngmann (um cartógrafo que foi
aluno de Jenks, em Kansas, que se juntou a Sherman em Washington) e Jean-Claude Muller
(outro estudante de Jenks que trabalhou na Universidade da Georgia, De Alberta, o Centro
Internacional de Treinamento na Holanda e a Universidade de Bochum na Alemanha). Além
disso, um grande grupo de indivíduos que foram estudantes no final dos anos 70 até o início
dos anos 80 se consideravam cartógrafos de computador ou analíticos, incluindo Terry Slocum
(PhD, Universidade do Kansas), Keith Clarke (PhD, Universidade de Michigan), Nicholas
Chrisman (PhD em Bristol). Timothy Nyerges (PhD, Ohio State University), Marc Armstrong
(PhD, Universidade de Illinois), Barbara Buttenfield (PhD, Universidade de Washington) e
Robert McMaster (PhD, Universidade de Kansas). Pode-se argumentar que os princípios da
cartografia numérica, analítica e digital se tornaram o "núcleo" dos SIG modernos. Por
exemplo, muitas das idéias básicas na cartografia analítica e computacional desenvolvidas no
Laboratório de Análise Espacial e Computação Gráfica de Harvard, incluindo o conceito de
estruturas de dados topológicos, foram diretamente transferidas para SIGs modernos, como o
Instituto de Pesquisa de Sistemas Ambientais ARC / produto de informação (Chrisman 1998a).
LEITURAS ADICIONAIS
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MA: Harvard University Press.
Brown, L. A. (1979) The Story of Maps. New York: Dover Publications.
Cartographic Perspectives no. 51,2005 (entire issue).
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Cartography and Geographic Information Science 29, no. 3, 2002 (entire issue).
Chrisman, N. (1998a) "Academic Origins of GIS." In The History of Geographic Information
Systems: Perspectives from the Pioneers. Ed. by T. W. Foresman, pp. 33-43. Upper Saddle
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Fabrikant, S. I. (2003) "Commentary on 'A history of twentieth-century American academic
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Keates, John. (1973) Cartographic Design and Production. London: Longman.
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the history of cartography, organized by region.