UNIDADE III
MARXISMO
Slides utilizados na disciplina – Ciência Política para o Curso de Ciências Econômicas/UFSC
Por
Prof. Juliana Grigoli
CIÊNCIA POLÍTICA
SOCIALISMO UTÓPICO: Projeto político vindo da classe trabalhadora +
o significado do conceito de utopia aqui entendido como – em nenhum lugar.
O termo Socialismo Utópico começou a ser utilizado de forma recorrente em 1830.
Entretanto, nem todos os socialistas da época eram considerados socialistas utópicos.
O projeto político defendido pelos socialistas utópicos propõe:
Sociedade plena, transparência e liberdade. Na raiz da posição utópica há uma atitude de
revolta ao que está estabelecido.
Configura uma vertente crítica em relação ao liberalismo.
Questionou os princípios de liberdade, livre concorrência, corrupção, sistema representativo, Estado coercitivo.
Refletiu a busca pela explicação racional e metodológica.
Defendiam a unidade e a possibilidade de viver num sistema político mais harmônico.
Na concepção dos socialistas utópicos, a propriedade privada não é suprimida e o dinheiro não é fonte de espoliação.
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A felicidade – justiça e ao bem-estar mínimo assegurado.
Para os socialistas utópicos, a liberdade está por toda a parte, e se a liberdade é algo natural, o Estado como autoridade e exercício do poder de coerção se dissolve naturalmente.
Principais autores: Inglaterra – Owen (1820-1830) – defendia
idéias associadas a cooperação entre os operários e a gestão comum dos meios de produção.
França – Saint-Simon, Leroux, Fourier. Alemanha – Von Stein e Leipzig .
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Conhecido como filósofo socialista libertário.
Nasceu no país de Gales Industrial – no ramo de fios Sensibilizado com as
condições de vida dos operários
Reduziu as horas de trabalho
Construiu jardim de infância
Criou a primeira cooperativa
Fundou 2 colônias socialistas
Foi expulso da Inglaterra em 1817.
ROBERT OWEN (1771-1858)
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Conhecido como o primeiro socialista utópico francês
Debateu sobre a igualdade real e não ideal
Pensa numa sociedade industrial dirigida por produtores
Acreditava que uma sociedade dividia-se entre os produtores e ociosos.
Defendeu outra sociedade Oposição entre operários e
industriais deveria ser reconfigurada.
Defendia a manutenção dos privilégios e do lucro dos industriais
SAINT-SIMON (1760-1825)
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Bases do socialismo utópico: Transformação do ordenamento jurídico e
econômico fundamentado na propriedade, nos meios de produção e troca.
Pensavam em: 1- direito de propriedade limitado 2- principais recursos nas mãos dos
trabalhadores 3- gestão para a promoção da igualdade social
por meio da intervenção dos poderes públicos. Para Engels, o socialismo utópico entra em
decadência no final do século XIX, dando lugar ao movimento da classe trabalhadora inspirado pelo socialismo científico e o comunismo.
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SOCIALISMO CIENTÍFICO: Tem como expoentes – Marx e Engels.
Definem conceitos, categorias e metodologia – dialética e o materialismo histórico.
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Para Marx e Engels:
Socialismo utópico - é ingênuo, pueril, metafísico.
Não analisam as relações de poder a partir do conceito de classe social.
A partir de 1848, começa-se notar um declínio do socialismo utópico e um fortalecimento do socialismo científico tanto no meio intelectual da época quanto no movimento dos trabalhadores.
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A classe operaria passa a se identificar com o Projeto Político de Marx e Engels.
Características do socialismo científico: 1- Programa de auto-emancipação do
proletariado como sujeito atuante da história. 2- Socialismo científico como ciência da
Revolução proletária. 3- Socialismo distanciado do idealismo.
Pautado na questão real – necessidade histórica de emancipação política, econômica da classe trabalhadora, em especial em relação ao modo de produção capitalista.
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4- Método – materialismo histórico. 5- Crítica a economia liberal de Adam Smith.
Em 1864, surge a Associação Internacional dos Trabalhadores, dá-se a Primeira Internacional – defesa de imprensa e sufrágio universal ampliado a classe trabalhadora.
A Segunda Internacional ocorreu em 1889, movimento que coligou uma série de organizações políticas dos trabalhadores da Europa.
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DUAYER, Mario. Desencanto Revolucionário, Ininteligibilidade da História e Apostasia de Esquerda: E.P. Thompson sobre Kolakowski.
Divide o marxismo em 4 áreas:
Marxismo como doutrina, marxismo como método, marxismo como herança e o
marxismo como tradição.
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Marxismo como Doutrina:
O marxismo é concebido como um corpo doutrinário auto-suficiente, plenamente realizado por um conjunto de textos institucionalizados.
Envolve uma atitude mental inclinada a opiniões institucionalmente aprovadas, porque subentende que precisa da validação de grupos dotados de poder de estabelecer os textos canônicos e sua correta interpretação.
É um marxismo desacreditado, mas sobrevive.
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Marxismo como Método:
Padece de uma dificuldade fundamental - não conseguem definir com precisão as características do método de Marx, que o diferenciam dos métodos dos outros pensadores, ou, quando o fazem, tornam o método rígido e doutrinário.
Limite: assim como no marxismo por tradição, precisa da validação de grupos dotados de poder de estabelecer os textos canônicos e sua correta interpretação.
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Marxismo como Herança:
Defendem a assimilação do pensamento de Marx pelas ciências sociais, conformando assim uma herança comum da disciplina.
“Pressupor que o marxismo poderá ser incorporado pelas ciências sociais, pelas instituições da sociedade capitalista é ignorar o caráter crítico do pensamento marxiano”. (DUAYER,p.08)
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Marxismo como Tradição
Escapa dos limites do marxismo anterior, visto que pressupõe a coexistência de uma pluralidade de vozes conflitantes, mas que discutem no interior de uma tradição comum.
Permite analisar os problemas humanos por meio da história universal
O homem em sociedade é formado em luta contra a natureza.
Processo simultâneo de humanização da natureza através do trabalho humano.
Pautado pelo método dialético de análise.
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