Download - Tempos Espaços para Infância
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Tempos e espaospara a infnciae suas linguagens
nos CEIs, Creches eEMEIs da cidadede So Paulo
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Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)
So Paulo (SP), Secretaria Municipal de Educao. Diretoria de Orientao Tcnica.Tempos e espaos para a infncia e suas linguagens nos CEIs, creches e EMEIs da cidade de So Paulo /
Secretaria Municipal de Educao. - So Paulo : SME / DOT, 2006.96p.Bibliografia1. Educao Infantil I.Ttulo
CDD 372.21
Cdigo da Memria Tcnica Documental:
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A mente que se abre a uma nova idia jamais
voltar ao seu tamanho originalAlbert Einstein1879-1955
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com muita satisfao que apresento o documento TEMPOS E ESPAOS PARAA INFNCIA E SUAS LINGUAGENS NO CEIS, CRECHES E EMEIS DA CIDADE DESO PAULO, elaborado pela Diretoria de Orientao Tcnica de Educao Infantil,
junto com representantes das Coordenadorias de Educao durante o ano de 2005.Este documento orienta as Polticas Pblicas para Educao Infantil da cidade
de So Paulo. Tem como eixos o Educar eCuidar de forma indissocivel e aotimizao dos Tempos e Espaos de Aprendizagem, visando contribuir com umcurrculo que propicie s crianas condies, de fato, de aprendizagem, respeitando-as como sujeitos sociais e de direitos, capazes de pensar e agir de modo criativo ecrtico. O documento representa mais uma oportunidade para o continuoaprimoramento pessoal e profissional dos educadores responsveis pelo atendimentodas necessidades crescentes da populao de crianas de 0 a 6 anos.
A Secretaria de Educao da Cidade de So Paulo atende atualmente cerca de390 mil crianas nas 1411 Unidades de Educao Infantil, sendo 336 CEIs diretos,608 CEIs, Creches conveniados e 467 EMEIs.
Temos certeza de que os profissionais de Educao Infantil, em suas diversasinstncias de atuao, sabero aproveitar as oportunidades de formao continuadaque o documento possibilitar e no mediro esforos para aperfeioar seusconhecimentos e sua prtica educativa.
Boa leitura e bom trabalho!
Jos Aristodemo Pinotti
Secretrio de Educao
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No ano de 1654, um arcebispo Ingls, estudioso ferrenho da Bblia, afirmouque a terra havia sido formada no dia 26 de outubro do ano 4004 a.C. Alguns sculosdepois, tal concluso nos parece estranha: cientistas afirmam, atravs do estudo derochas e das camadas da crosta terrestre, que a terra tem cerca de 5 bilhes de anos.Nosso universo, como o conhecemos, teria se formado h 15 bilhes de anos e asgalxias a cerca de 13 bilhes. Somos realmente um planeta novinho. Estudos epesquisas esto cumprindo sua finalidade maior que transformar, alterando ouconfirmando, nossos esquemas prvios de conhecimento, modificando assim todasas concepes que possamos ter. Ainda bem!
Inserido nesta histria, ainda nebulosa, est o surgimento do homem e dasconseqentes fases de sua existncia neste mundo, tais como: o aprendizado dautilizao dos instrumentos, a descoberta do fogo, a habitao, a caa, o cultivo decereais, o vesturio, finalmente a vida em comunidade e a inexplicvel necessidadede registrar sua existncia atravs de marcas prprias, como as pinturas rupestres quedatam de 30.000 anos atrs. Tudo isto em um espao de tempo muito curto,principalmente quando comparado com a idade do nosso universo.
E hoje, onde estamos?So Paulo, sculo 21. Uma cidade incrivelmente diversa. Adultos, jovens e
crianas, representantes de diversas culturas, constituem, cada um a seu modo, umanica cidade. Neste universo esto inseridas nossas comunidades educativas que
traduzem em suas prticas formas prprias de pensar, de sentir e de interagir: comocontemplam tantas diferenas? Como respeitam as individualidades nos espaos etempos coletivos? O que nos une e o que nos torna nicos?
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NDICE
INTRODUO___________________________________________________________________________p.11
1EDUCAR E CUIDAR: POR QUE A EDUCAO INFANTILPASSOU A TRATAR DESSES DOIS CONCEITOS DE MODO INTEGRADO?_________________p. 15
2APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO_________________________________________________p. 21
3TEMPO E ESPAO PARA VIVER, CRESCER E APRENDER_____________________________________p.29
A) ORIENTAES PARA A ORGANIZAO DOS ESPAOS_______________________________________p.36B) ORIENTAES PARA A ORGANIZAO DE MATERIAIS_______________________________________p.38C) ORIENTAES PARA A ORGANIZAO DO TEMPO__________________________________________p.40
4INFNCIA, CULTURA E BRINCADEIRANO CEI, NA CRECHE E NA EMEI___________________________________________________________p.43
5COMO AS DIFERENTES LINGUAGENSPODEM SER TRABALHADAS NA EDUCAO INFANTIL?___________________________________p.53A) COMUNICA E EXPRESSO GESTUAL____________________________________________________p.61B) A COMUNICAO VERBAL________________________________________________________________p.62C) APROPRIAO DA LEITURA E DA ESCRITA__________________________________________________p.64D) CRIAO PLSTICA E VISUAL_____________________________________________________________p.69E) A DANA E A MSICA_____________________________________________________________________p.77
PARA CONTINUARMOS A CONVERSA____________________________________________________p.83
BIBLIOGRAFIA_______________________________________________________________________________p.89
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INTRODUO
Bebs engatinham, andam, manipulam objetos, buscam aconchego, brincam deesconde-esconde com os adultos, observam com ateno e interesse outras crianase outros bebs. Crianas um pouco mais velhas apreciam jogos de fazer-de-conta,cantam, danam, disputam objetos, ouvem histrias, escrevem bilhetes, planejamfestas, brincadeiras, fazem amigos, choram e so consoladas, e muito mais. Assim,quando olhamos as formas como a cultura tece o nosso cotidiano, vemos as crianasem suas variadas atividades. E nos CEIs, Creches e EMEIs, quais so as atividadescom as quais as crianas se ocupam? Quais as experincias necessrias para que umacriana interaja e transite com confiana e autonomia num mundo to complexo comoeste em que vivemos?
Em sua relao com este mundo, formado pelos costumes, linguagens, valores, relaeshumanas e por tcnicas, as crianas, desde cedo tentam apreend-lo e signific-lo,mediadas, direta ou indiretamente, por parceiros mais experientes como, por exemplo,
o professor, que lhes assegura uma gradativa apropriao da cultura historicamenteconstituda. Essa experincia essencial para que a criana tambm possa serprodutora de cultura, manifestando-se por diferentes linguagens.
Na tarefa de garantir s crianas seu direito de viver a infncia e desenvolver-se,CEIs, Creches e EMEIs procuram organizar situaes agradveis, estimulantes, queampliem as possibilidades infantis de cuidar e ser cuidada, de se expressar, comunicare criar, de organizar pensamentos e idias, de conviver, brincar e trabalhar em grupo,de ter iniciativa e buscar solues para os problemas e conflitos que se apresentams mais diferentes idades, desde muito cedo. Nesse esforo, CEIs, Creches e EMEIstratam de assegurar a todas as crianas o direito de ter acesso a informaes quelhes ajudem a observar e a construir significaes pessoais sobre o mundo e sobre simesmas. Podem com isso compreender aspectos bsicos que regem as relaes entreas pessoas e satisfazer tantas outras curiosidades.
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Para pensar com seu grupo!
a.Como essas relaes acontecem na prtica educativa dos CEIs, das Creches e dasEMEIs da Rede Municipal de Ensino?
b.Como o cotidiano da criana atendida nessas Unidades?
c. Como mediar o mergulho da criana na cultura e alimentar sua atividade criadora denovas cuilturas?
Relaes entre crianas e adultos
nas instituies de educao infantil
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Educar e Cuidar:por que aEducao Infantil
passou a tratardesses dois conceitosde modo integrado?
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A Constituio Federal de 1988
reconheceu a educao de crianas de 0 a 6
anos em creches, pr-escolas e instituies
similares, como so os CEIs e as EMEIs da
rede de ensino paulistana, como direito do
cidado e dever do Estado. Tal concepo
tambm aparece no Estatuto da Criana e do
Adolescente (1990) e na Lei de Diretrizes e
Bases da Educao Nacional (1996), criando
oportunidade para os educadores que
trabalham na rea discutirem as funes
dessas instituies e suas formas de trabalho
pedaggico.
A produtiva integrao dos CEIs, das
Creches com as EMEIs, formando o nvel que
a legislao chama de Educao Infantil, tem
requerido que seja superada a histrica
dicotomia que tem considerado a creche como
um local de cuidar da criana e a pr-escola
como um ambiente de educ-la. A discusso
que se coloca : possvel cuidar sem educar
Educar e Cuidar:por que aEducao Infantilpassou a tratardesses dois conceitosde modo integrado?
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e educar sem cuidar? Hoje, a tarefa que se
prope educao infantil redefinir os dois
termos, integrando-os em uma s meta:
mediar o desenvolvimento scio-cultural de
nossas crianas desde seu nascimento.
Cuidar no um ato isolado, mas um
conjunto de atitudes em benefcio do outro.
Cuidar da criana no significa somente
atender suas necessidades fsicas oferecendo-
lhe condies de se sentir confortvel em
relao a sono, fome, sede, higiene, dor,
embora esses aspectos devam ser atendidos
com a maior eficincia possvel, dado serem
as crianas pequenas vulnerveis a vrios
riscos e doenas que podem ser previstos e
controlados. O necessrio trabalho preventivo
ocorre pelo estabelecimento de uma parceria
com as famlias na observao de sinais e
deteco de sintomas ligados a alguns
problemas e doenas e o encaminhamento da
criana ao servio de sade. A preveno
ocorre tambm pelo trabalho cotidiano com
as crianas que leva formao de hbitos
de cuidado pessoal e pela adequada
organizao do ambiente do CEI, da Creche e
da EMEI.
As atividades de cuidado incluem, alm
disso, criar um ambiente que garanta, ao lado
do conforto e da segurana fsica, a segurana
psicolgica das crianas e o acompanhamento
e estimulao para que explorem o ambiente
e construam sentidos pessoais, medida que
vo se constituindo como sujeitos com formas
de agir, sentir e pensar culturalmente
determinadas, embora apropriadas de modo
nico e inovador.
Cuidar da criana uma ao complexa
que envolve diferentes fazeres, gestos, pre-
caues, ateno, olhares. Refere-se a pla-
nejar situaes que ofeream criana aco-
lhimento, ateno, estmulo, desafio, de modo
que ela satisfaa suas necessidades de di-
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versos tipos e aprenda a faz-lo de forma cada
vez mais autnoma. Quando a criana perce-
be que est sendo cuidada, sente-se segura.
Aos poucos ela vai adquirindo autonomia para
tentar fazer sozinha aquilo que fazia com au-
xlio de algum, at o momento em que se
torna independente, cuidando de si mesma.
Com a experincia, ela aprende no apenas a
cuidar de si, mas tambm a cuidar do outro.
J educar a criana criar condies
para ela apropriar-se de formas de agir e de
significaes presentes em seu meio social,
formas estas que a levam a constituir-se como
um sujeito histrico. Ao faz-lo, a criana
desenvolve sua afetividade, motricidade,
imaginao, raciocnio e linguagem, formando
um autoconceito positivo em relao a si
mesma.
Uma educao que cuida da criana
prope metas valiosas a sua aprendizagem e
seu desenvolvimento e, alm disso, seleciona
experincias de aprendizagem socialmente
relevantes e pessoalmente significativas.
O professor educa e cuida especialmente
ao acolher a criana nos momentos difceis,
ao faz-la sentir-se confortvel e segura, ao
orient-la quando necessrio, ao apresentar-
lhe o que h de encantador no mundo da
msica e das artes, da natureza e da
sociedade, e muito mais. Ele tambm cuida e
educa quando promove e acolhe as interaes
que a criana estabelece com outras crianas
e quando organiza e d oportunidade para que
elas compartilhem experincias e saberes.
Acima de tudo, o professor cuida e edu-
ca quando trabalha na perspectiva da inclu-
so social e garante a todas as crianas com
as quais trabalha uma experincia bem suce-
dida de aprendizagem, inclusive com aquelas
que apresentam necessidades educacionais
especiais. O professor cuida e educa quando
combate preconceitos e discriminaes de
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etnia, credo, cultura e condio social, forta-
lecendo a auto-estima de todas as crianas.
Para que o educar e o cuidar sejam
traduzidos em prticas que tenham qualidade,
necessrio que os professores planejem suas
aes visando ajudar as crianas a ampliar as
possibilidades trazidas por diferentes tradies
culturais, a compreender a forma socialmente
injusta como os preconceitos so construdos
e alimentados, e a construir atitudes de
respeito e solidariedade.
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Aprendizagem edesenvolvimento
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Aprendizagem edesenvolvimento
CEIs, Creches e EMEIs devem se
caracterizar como ambientes que possibilitem
criana ampliar suas experincias e se
desenvolver em todas as dimenses humanas:
afetiva, motora, cognitiva, social, imaginativa,
ldica, esttica, criativa, expressiva,
lingstica. Isto implica considerar que essas
instituies so contextos de aprendizagens
e de trocas de significaes a partir de
linguagens diversas. Da ser importante refletir
sobre como entendemos atualmente o
processo de aprender e qual o papel do
professor nesse processo.
A compreenso que se tem hoje de
aprendizagem supera a fragmentao cabea-
corpo e cognio-afeto socialmente elaborada
e incorporada por muitos educadores. Outras
definies de aprendizagem formuladas no
passado tambm se mostram inadequadas
para explicar o que se passa com as crianas
pequenas. Entendemos a aprendizagem como
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uma construo social que envolve a pessoa
como um todo e se fundamenta nas mltiplas
interaes entre os parceiros, infantis e
adultos, nos contextos educativos.
Dados de pesquisa sobre o
desenvolvimento infantil (particularmente os
analisados numa perspectiva scio-histrica
elaborada com base nos trabalhos de Vygotsky
e Wallon, e ampliados a partir dos
apontamentos trazidos pela Antropologia,
Sociologia, Lingstica e outras cincias)
apontam que a criana nasce com condies
para interagir com parceiros mais experientes
seus pais, outros familiares, os educadores,
outras crianas mais velhas - que lhe
apresentam continuamente novas formas de
se relacionar com o mundo a fim de
compreend-lo e transform-lo. Ela tem voz
prpria e deve ser ouvida, pois produtura
de conhecimento, de cultura e de uma
identidade pessoal. Por meio dos
relacionamentos que a criana estabelece,
no s com os adultos, mas tambm com
outras crianas, ela nomeia objetos, imita
pessoas ou outros elementos que observou,
traa desenhos, formula perguntas, elabora
respostas, constantemente significando o
mundo a sua volta, influenciando-o e sendo
influenciada por ele.
As experincias vividas no espao de
Educao Infantil devem possibilitar criana
o encontro de explicaes sobre o que ocorre
sua volta e consigo mesma, enquanto de-
senvolvem formas de sentir, pensar e solucio-
nar problemas. Nesse processo preciso con-
siderar que as crianas necessitam envolver-
se com diferentes linguagens e valorizar o
ldico, as brincadeiras, as culturas infantis.
Devemos considerar tambm que, quando
interagem com companheiros de infncia, elas
aprendem coisas que lhe so muito significa-
tivas e que so diversas das coisas que elas
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se apropriam no contato com os adultos ou
com crianas j mais velhas.
A organizao e o planejamento de
situaes pelos professores e outros
educadores dos CEIs, Creches e EMEIs devem
considerar que a educao das crianas de 0
a 6 anos possui especificidades que no se
caracterizam pelo processo ensino-
aprendizagem pautado em um modelo centrado
no comando nico do professor, preparatrio,
estruturado em disciplinas que fragmentam
o conhecimento, modelo preponderantemente
cognitivista e voltado reproduo.
Muitos educadores que trabalham com
crianas pequenas costumam valorizar aes
copiadas de modelos escolares tradicionais nas
tarefas cotidianas que lhes propem: atividades
dirigidas usando apenas papel, tinta e lpis.
Eles conhecem apenas o modelo de
organizao do ambiente para aes centradas
no professor e por ele controladas e acreditam
que elas tm maior resultado pedaggico. Uma
coisa certa: se as interaes das crianas
se concentrarem apenas no professor por
vrias horas, ele sair cansado dos CEIs,
Creches e EMEIs e as crianas tero poucas
oportunidades de estabelecer interaes com
os companheiros, fator vital para seu
desenvolvimento.
A concepo descrita corresponde a
fragmentos de um modelo de educao escolar
construdo no passado para orientar o ensino
de crianas mais velhas e de adolescentes.
Ela persiste no imaginrio e orienta a prtica
de muitos professores que desconhecem
outras formas mais adequadas de organizar
situaes de vivncia, aprendizagem e
desenvolvimento para as crianas pequenas,
particularmente quando se trata de bebs.
Aprender deve ser uma experincia
significativa para a criana e deve tambm
integrar o que ela j conhece com aquilo que
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novo para ela. As experincias, vivncias,
saberes e interesses infantis so pontos de
partida para que novos conhecimentos sejam
por ela apropriados em situaes que lhe
despertem o interesse frente ao inexplorado,
ao desconhecido, ajudando-a a descobrir o
desejo envolvido na investigao. Isso se d
conforme parceiros mais experientes
apresentam recursos, sugestes, explicaes,
perguntas, apoios emocionais que interagem
com os motivos , os saberes e as capacidades
das crianas. D-se, tambm, quando a
criana , mesmo sozinha ou com parceiros
de sua idade utiliza formas ja vividas com
parceiros adultos na explorao do ambiente
e na construo de significaes.
As crianas se apropriam do patrimnio
cultural de seu grupo social e tm acesso a
itens significativos da produo histrica e
cultural da humanidade, medida que o
professor garanta no cotidiano do CEI, da
Creche e da EMEI que elas vivenciem diferentes
situaes nas quais tenham constante
oportunidade de escolha, exercitem sua
autonomia e conheam as prprias
necessidades, preferncias e desejos ligados
construo do conhecimento e do
relacionamento interpessoal.
A concepo apresentada nos remete a
pensar na prpria organizao do trabalho
pedaggico na Educao Infantil no que se
refere aos tempos, espaos e atividades nas
quais as crianas se inserem.
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a. Como entendemos a interao das crianas?
b.Deixar que as crianas ocupem um determinado espao suficiente para que asinteraes e as aprendizagens ocorram?
c. No CEI, na Creche e na EMEI as crianas esto tendo oportunidade de explorar oambiente, de levantar hipteses, de trocar informaes e de construir conhecimentos?
d. Como garantir a espontaneidade das crianas e no confundi-la com prticasimprovisadas, sem intencionalidade?
Concepes de infncia e aprendizagem
Para pensar com seu grupo!
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Tempo e espaopara viver,crescer e aprender
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Planejar o currculo vivido na Educao
Infantil que se faz ouvindo as crianas (com
seus saberes e motivos, aqui incluindo tambm
os bebs que so ouvidos de modo prprio)
e tambm os pais - envolve prever condies
para a ocorrncia de situaes de explorao
que ofeream criana condies para que
ela se construa como sujeito que se emociona,
pensa, imagina, fabrica coisas. Tais situaes
podem envolver momentos coletivos em que
todas as crianas participem da mesma
vivncia, momentos de trabalho diversificado
realizado por grupos que as elegem segundo
seus motivos e condies pessoais, e tambm
momentos em que a privacidade de cada
criana seja garantida e ela possa apenas
relaxar, ou imaginar, ou explorar o entorno.
Nas interaes criadas nesses
momentos, as crianas pem prova seus
saberes ou significaes e podem ampli-los.
No entanto, preciso lembrar que agrupar as
Tempo e espaopara viver,crescere aprender
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crianas em um mesmo espao no garante a
qualidade das interaes infantis. Essas so
mais prolongadas, interessantes, criativas e
criadoras de novas formas de agir, quando o
professor organiza as vivncias propostas, os
tempos, os espaos/ ambientes e disponibiliza
materiais diversos. Todos esses elementos
serviro como recursos para as crianas agirem
e aprenderem.
A oferta de materiais variados e sempre
acessveis s crianas e a organizao de
ambientes de forma confortvel e orientadora
das aes infantis favorecem o desenvolvi-
mento da autonomia nas suas escolhas e a
participao delas em vrias atividades em um
mesmo dia.
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a.Os espaos utilizados pelas crianas so atraentes e contam com materiaisque possibilitam criana explorar o entorno, interagir com diferentesparceiros, dispor de momentos de privacidade?b. O ambiente confortvel, em especial, para as crianas que passammuitas horas na instituio de educao infantil?
c.As situaes que o professor oportuniza so desafiadoras?
d.Todas as crianas esto envolvidas na mesma atividade todo o tempo ouh momentos para atividades diversificadas?e. A criana pode interagir com companheiros de diferentes idades?f. So organizadas filas? Para qu? Por qu? Quanto tempo elas duram?So consideradas momentos de organizao dos grupos ou de restrio?g. A partir de que idade as crianas so estimuladas a comerem sozinhas?Elas podem se servir do alimento?h. As crianas brincam com freqncia? De qu? Com quais materiais elasbrincam?i. O ptio ou outro espao externo usado com freqncia? Para que tipode atividade?
Ambientes nos CEIs, Creches e EMEIs
Para pensar com seu grupo!
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A noo de ambiente, contudo,
extrapola os muros do CEI, da Creche ou da
EMEI. O espao fsico dessas unidades
educacionais no se resume apenas a sua
metragem, insolao, topografia, mas ele
precisa tornar-se um ambiente, isto ,
ambientar as crianas e os adultos procurando
atender suas necessidades e exigncias nos
momentos programados ou imprevistos,
individuais ou coletivos.
O ambiente, inclusive, pode estender-
se rua, ao bairro e cidade. Constitui assim
uma varivel decisiva da proposta pedaggica
e um elemento fundamental na realizao do
projeto pedaggico da unidade educacional,
devendo ser continuamente planejado e re-
organizado por todos que nela atuam direta
ou indiretamente.
A arquiteta brasileira Mayumi Sousa Lima, que trouxe
importantes contribuies ao estudo dos ambientes
escolares, apontou-nos que: no existem espaos
vazios de significados... O espao fsico isolado do
ambiente s existe na cabea dos adultos para medi-lo,
para vend-lo, para guard-lo. Para a criana existe o
espao-alegria, o espao-medo, o espao-proteo, o
espao-mistrio, o espao-descoberta, enfim, os
espaos de liberdade ou de opresso.
(SOUSA LIMA, 1989, p.30)
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O ambiente constitudo pelos modos como se organizam:
a.os espaos, dando a eles o estatuto de lugares para crescer e aprender;
b.os objetos e demais materiais, instrumentos necessrios aos tantos fazeres e inventosinfantis.
c. os tempos das tantas propostas que so apresentadas s crianas e das aes que
elas mesmas criam e recriam.
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A.
ORIENTAES
PARA A ORGANIZAO
DOS ESPAOS
A Infncia, quando vivenciada nos
ambientes da Educao Infantil, reflete um
tempo de experincias educativas seguras,
afetivas e estimulantes, promotoras de
mudanas e ampliao de suas capacidades de
fazer, sentir, pensar e usar diferentes linguagens.A criana guarda em sua memria essas
experincias como parte de sua histria. Sua
aprendizagem acontece pela mediao dos
elementos encontrados no ambiente em que ela
est includa, particularmente pela ao
mediadora daqueles que com ela se relacionam,
sejam eles adultos ou crianas.
Os diferentes ambientes dos CEIs, das
Creches e das EMEIs devem ser organizados
de modo a propiciar s crianas oportunidades
para ampliar suas experincias no mundo da
natureza e da cultura, produzir novassignificaes e renovar sua cultura. Para
tanto, faz-se necessrio superar o modelo
pedaggico centrado no adulto e construir:
1. um ambiente aberto explorao do ldico;
2. lugares onde crianas e adultos possam seengajar em atividades culturais cujos aspectoscognitivos, estticos e ticos sejam continuamentere-significados;
3. um cotidiano que integre uma postura decuidado educao, traduzindo em aes osDireitos da Criana;
4. uma atmosfera de tolerncia, respeito ecuriosidade para com as culturas locais, as famlias,
suas comunidades e seus modos prprios de viver.
Nessa organizao participam as crian-
as e os educadores, pois pelo relacionamen-
to desses atores que o espao ganha cores esons, cheiros e sabores, objetos e memrias.
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O espao precisa ser cuidadosamente preparado de modo acontemplar:
a.a segurana e o acolhimento da criana;
b.a superao de obstculos (locais perigosos) e a promoo de desafios para a suaexplorao;
c. a gama de interesses e conhecimentos dos bebs e das crianas maiores;
d. a presena das produes infantis e todas as demais marcas da infncia nas maisdiversas formas de expresso na composio esttica do ambiente;
e. a multifuncionalidade dos espaos e a acessibilidade de materiais para as crianasnas diferentes idades;
f. a diversidade das propostas para a qual ele pode ser ambientado: momentoscoletivos, em grupo ou individuais;
g. a ocorrncia de interaes sociais prolongadas e criativas e espaos para cadacriana ter privacidade;
h. a presena de objetos que permitam criana ter contato com elementos de outrasculturas e o convvio com uma diversidade maior de valores estticos;
i. a visibilidade do espao exterior;
j. o contato com o meio externo e os elementos da natureza necessrios sade e
qualidade de vida.
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B.
ORIENTAES PARA
A ORGANIZAO
DE MATERIAIS
Objetos e materiais existentes no
ambiente servem de recurso para a criana
explorar, interagir. O tipo, o nmero e a variedade
dos objetos brinquedos diversificados e em
nmero suficiente, livros, vestimentas - a forma
com que eles e os materiais se dispem no
ambiente podeauxiliar ou dificultar a autonomia
da criana na realizao de seus projetos, aes,
idias e invenes. Um livro em uma estante
inacessvel invisvel para a criana pequena.
Objetos de difcil manuseio escapam de sua
explorao e investigao. Mesas, cadeiras, pratos
e talheres inadequados desestimulam a boa
alimentao. Assim, at mesmo a escolha e a
organizao dos materiais so objetos de
planejamento.
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O planejamento do trabalho das crianas com diferentes linguagensdeve atender aos seguintes critrios em relao aos materiais:
a.disponibilidade dos materiais necessrios expresso nas diferentes linguagens:objetos produtores de sons, materiais para desenhar, pintar, moldar, colar;
b. acessibilidade e segurana dos materiais necessrios ao movimento em suas diversaspossibilidades: rolar, arrastar, puxar, empurrar, subir, chutar, equilibrar, acalentar,saltitar, abaixar, utilizar fora, curvar, andar na ponta dos ps;
c. equilbrio entre oferta de brinquedos convencionais tanto para o faz-de-contacomo para os jogos de mesa e de materiais menos estruturados;
d. acessibilidade da criana aos CDs de msica, aos livros e outros portadores de
escrita, bem como a outros bens culturais.
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C.
ORIENTAES PARA
A ORGANIZAO
DO TEMPO
Com relao ao tempo vivido nos CEIs,
Creches e EMEIs, h que se problematizar aexistncia de longas esperas de crianas e bebsem filas, nos beros, nos momentos introdutrios entrada e sada diria; espera para uso dobanheiro ou para ter as fraldas trocadas; parase iniciar as refeies, entre outros. As filas,incorporadas nas prticas cotidianas como uma
forma de organizar o deslocamento das crianas,precisam ser revistas, pois, como se apresentam,
esto descoladas das prticas sociais erepresentam mais uma necessidade de controledos adultos do que uma das formas possveisde se organizar os deslocamentos das crianas.Na ausncia do planejamento de propostas maisinteressantes com as quais se ocupar, ascrianas acabam ultrapassando limites colocadospelos adultos, aumentando os episdios demordidas e brigas. Reduzir o tempo de espera e
qualificar o tempo de atividades orientadas
pelos adultos ou no pode resolver alguns dosproblemas que tanto incomodam os educadores
da infncia.
O tempo em uma instituio educativadeve ser vivido de modo a aproveitar asoportunidades de aprender e se desenvolverplenamente, de ter experincias diversificadasque no seriam possveis no ambiente domsticoou em nenhum outro espao que no mediadopor adultos responsveis pelas aprendizagens
e desenvolvimento de crianas, nas diferentesfaixas etrias.
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Em relao ao tempo, preciso planejar as atividades atendendoaos critrios de:
a.equilbrio entre tempo de envolver-se em atividades por conta prpria, construiralgo em conjunto, dedicar-se a atividades mais espontneas e envolver-se em situaesdirigidas pelo professor;
b. variedade, diversidade e regularidade das atividades ao longo do tempo, criando
oportunidades para uma maior familiaridade com algumas delas e apropriao deconhecimentos pelas crianas;
c.atratividade, que pode se caracterizar como um convite criana para interagircom seus pares.
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Infncia,cultura e brincadeira
nos CEIs, Creches eEMEIs
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Brincar uma atividade essencialmentehumana, principal modo de expresso da
infncia. marcada por um dilogo que o ser
humano estabelece consigo prprio, com o
outro ou com um ou mais objetos, no se
restringindo, ento, somente s brincadeiras
orientadas ou aos jogos de regras. a
ferramenta por excelncia para a criana
aprender a viver, revolucionar sua experincia
e criar cultura. Brincando, a criana se
humaniza e se constitui como sujeito histrico-
social.
Brincar, para a criana, uma atividade
imaginativa e interpretativa que compreende
o corpo e a mente e revela experincias que
envolvem os sentidos de modo a favorecer
que o mundo ganhe sentido e significados
prprios para a criana.
A forma como se organizam, inventam,
conversam, criam papis, transformam oscenrios um modo particular de instaurar
Infancia,cultura ebrincadeira
nos CEIs,Crechese EMEIs
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uma nova realidade e novos contextos e, por-
tanto, um novo mundo repleto de sentimen-
tos e expressividade.
A criana como ser brincante
(GUIMARES, 2003, p.73) no brinca por ter
uma energia excedente (SHILLER e SPENCER
apud GUIMARES, 2003, p.73), tampouco para
relaxar ou como forma de recreao, em que
regras inventadas e dirigidas pelos adultos
podem enfatizar um desejo de domnio e
competio. A brincadeira para as crianas
possui sentido prprio, portanto, o ato de
brincar deve ser preenchido pelo prazer e pelo
divertimento, de forma espontnea e criativa.
O aspecto ldico de que tanto falamos
no est presente somente nas brincadeiras,
mas no jeito de a criana pensar e representar
o que conhece, fazendo diversas conexes
com o que est vivendo e aprendendo sobre
o mundo, os objetos, as pessoas e suas
relaes com o outro. Desta forma, o papel
do professor na instituio de Educao Infantil
fundamental. O educador se faz presente
como observador e organizador das
brincadeiras e jogos que as crinaas gostam
e conhecem. Outro aspecto da tarefa do
educador ampliar o repertrio das brincadeiras
e incrementar, cada vez mais, o conhecimento
e a elaborao das mesmas, pois, quanto mais
as repertoriamos, mais ricas sero suas
experincias.
Brincar, como a principal linguagem da
infncia, compreende prticas que envolvem
jogos, brinquedos e brincadeiras que garantem
o direito s crianas de se comunicarem e
interagirem.
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Para pensar com seu grupo!
Brincar na infncia
a.Que espao o brincar ocupa em nossa sociedade?
b.Como se manifestam as brincadeiras em nossa comunidade?
c.Qual a real importncia do brincar para os educadores de sua Unidade Educacional?
Como essa importncia se traduz no cotidiano?
d. Como so organizadas as brincadeiras? Quem as organiza? Quando isso acontece?
e.Os educadores de sua Unidade brincam com as crianas? Em que momentos?
Como acontece essa brincadeira?
f.Que espao os brinquedos industrializados ocupam no cotidiano da Unidade?
Qual o espao para a construo de engenhocas e para a inveno de brinquedos?
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A brincadeira constitui um contexto
onde se produz um tipo de comunicao rica
em matizes e que possibilita s crianas indagar
sobre seus prprios pensamentos e pr prova
seus conhecimentos no uso interativo deobjetos e conversaes. O jogo simblico, ou
de faz-de-conta, governado por regras (as
da imaginao), o que limita as crianas e, ao
mesmo tempo, as libera, ou seja, ajuda-as a
dominar impulsos imediatos e a controlar-se.
Seu aspecto nico a criao de uma
situao imaginria que tem que se articular
com as limitaes colocadas sobre as possveis
aes que ocorrem no jogo. Ao criar uma
atividade imaginria e nela agir, a criana usa
os elementos pr-determinados do espao
vital, embora de um modo diverso do pr-
determinado, para criar algo diferente. Assim,
no jogo simblico, a criana recombina
elementos perceptuais, cognitivos e
emocionais, cria novos papis para si mesma
e reorganiza cenas ambientais. No apenas
reproduo do que j existe, mas oportunidade
para a construo do novo.
Por essas e outras razes espera-se
que a brincadeira infantil ocupe lugar
privilegiado nas rotinas dos CEIs, das Crechese das EMEIs. Isso requer superar a concepo
de muitos educadores de que o tempo de
brincar nas instituies de educao infantil
uma exceo norma do trabalho, ou uma
atividade para preencher o tempo de espera,
ou um prmio em caso de bom comportamento:
se vocs no fizerem fila, no iro ao parque,
adverte o adulto. Em vez de mediar as aes,
criar propostas mais ldicas, organizar espaos
e materiais, o adulto comumente assume o
papel de fiscal da desordem, pedindo silncio
exausto (WAJSKOP, 2001:58).
O tempo de brincar, para a criana, no
o tempo dos relgios, no o tempo
planejado, no o tempo consciente.
simplesmente um tempo especial e precioso
(FRIEDMAN, 2000). Isso significa, entre outras
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coisas, assumir que a criana brinca no seu
dia-a-dia, no apenas nos minutos destinados
ao parque, o que vai exigir do professor um
planejamento que considere o carter
essencialmente ldico das vivncias infantis.
A organizao do ambiente para ampliar
a ocorrncia das brincadeiras infantis nos CEIs,
nas Creches e nas EMEIs e torn-las mais
criativas, significativas, deve envolver os
seguintes aspectos: materiais disponveis, os
tempos e espaos para brincar, as interaes
infantis.
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OS MATERIAIS DISPONVEIS PARA A BRINCADEIRA DEVEM:
a. Ser bastante diversificados e flexveis brinquedos (convencionais,industrializados e artesanais) e materiais no estruturados (papelo,tecidos, pneus e outros materiais re-aproveitveis), favorecendo asinvenes infantis;b. Incluir fantasias e adereos que possibilitem s crianas viverem
diferentes papis;c. Contar com a presena de objetos da prpria cultura, incluindodiferentes portadores de textos.
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PARA ORGANIZAR CONDIES PARA AS BRINCADEIRASACONTECEREM, NECESSRIO QUE O PROFESSOR:
a. Garanta oportunidade para a criana poder brincar isoladamente e em grupos,com parceiros da mesma idade e de idades diferentes (no apenas os da sua prpriaturma), de forma livre e dirigida, com a participao do professor ou no, a dependerdas iniciativas infantis;
b. Incentive a autonomia das crianas na organizao de materiais, criao decenrios, enredos e papis para brincar, participe das brincadeiras e faa a mediaodos conflitos desencadeados, sobretudo quando se trata de bebs e crianas menores.
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REFERNCIAS PARA PLANEJAR TEMPO E ESPAO PARA BRINCAR:
a. As brincadeiras e outras atividades ldicas, sempre que possvel, devem serestendidas aos diversos espaos da instituio e ocorrer no interior do prdio (salas,galpo, refeitrios, banheiros), na parte externa (parques, tanque de areia) e para almdela, como no campinho gramado ou praa vizinhos ao CEI, Creche ou EMEI;
b. A ampliao do repertrio de brincadeiras e as possibilidades de brincar, alm dofaz-de-conta, deve ser assegurada, ao longo do tempo: jogos de regras, brincadeirascantadas, tabuleiros entre outros;
c. As brincadeiras vividas devem ser assunto, entre professores e crianas, tanto nasrodas de conversa como nas situaes comunicativas informais.
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Como as diferenteslinguagens podem
ser trabalhadas naEducao Infantil?
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Para melhor conhecer a criana preciso
aprender a v-la. Observ-la enquanto brinca: o
brilho dos olhos, a mudana de expresso do
rosto, a movimentao do corpo. Estar atento
maneira como desenha o seu espao, aprender a
ler a maneira como escreve sua histria.
(MOREIRA apud MORAES DIAS, 2003, p. 237)
Antes de ser uma necessidade
individual, a apropriao da linguagem uma
necessidade criada no coletivo, nas relaes
que permeiam a vida das crianas, desde o
nascimento. Por isso, podemos dizer que falar,
ler, ouvir e contar histrias so modos muito
especiais de cuidar da imaginao, da
inteligncia, dos afetos, das relaes e das
memrias das crianas. De modo bastante
singular, cabe ao professor alimentar nas
crianas novos desejos, necessidades e
interesse peloconhecimento, reconhecendo
que o mundo no qual esto inseridas, por fora
Como as diferenteslinguagens podemser trabalhadasna Educao Infantil?
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da prpria cultura, amplamente marcado por
imagens, sons, falas e escritas. Por isso, CEIs,
Creches e EMEIs tambm devem considerar
em seus planejamentos aes que garantam
que as crianas tenham experincias variadas
com as diversas linguagens.
Para a criana, as linguagens se inter-
relacionam: por exemplo, as garatujas so
expresses do gesto ao mesmo tempo em que
j se delineiam em combinao de linhas e
cores. Nas cirandas ou nas brincadeiras
cantadas, a criana explora as possibilidades
expressivas de seus movimentos, ao mesmo
tempo em que brinca com as palavras. Quando
se envolve em estudos sobre a natureza, sobre
os homens em sociedade e as notcias do
cotidiano, a criana elabora suas capacidades
lingsticas e cognitivas envolvidas na
explicao, argumentao e outras, ao mesmo
tempo em que amplia seus conhecimentos
sobre o mundo. Por esse motivo, ao planejar
o trabalho, importante no tomar as
linguagens de modo isolado ou disciplinar, mas,
sim, contextualizadas, a servio das
interaes, da criao e da expresso infantis,
da curiosidade por conhecer-se e conhecer o
mundo, portanto, de significativas
aprendizagens.
O computador, por exemplo, no pode
ser um instrumento com fim em si mesmo: deve
ser considerado como mais uma ferramenta
para ampliao dos conhecimentos,
possibilitando a todos os envolvidos na ao
pedaggica exercitarem outras formas de
escrever, ler, desenhar, ver cdigos e imagens,
divertir-se, pesquisar e se comunicar. Alm
disso, possibilitar s crianas condies de
aprendizagens atravs da linguagem digital,
promovendo um permanente dilogo com o
mundo, tambm consider-las sujeitos sociais
e de direitos, participativos e crticos.
importante reconhecer o quanto as
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diferentes linguagens da nossa cultura, como
a msica, a arte, a dana, o desenho e a
literatura so apropriados, de modo singular,
por todas as crianas, incluindo as com
necessidades educacionais especiais, tais
como crianas surdas ou cegas. Estas, por
terem acesso literatura e s obras de arte;
aquelas, por se expressarem atravs da
percepo da msica.
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a.No CEI, Creche ou EMEI, as situaes planejadas para o avano das formasde comunicao e expresso infantis oferecem desafios s crianas? De quetipo?
b. Quais avanos essas situaes planejadas promovem para as crianas?
c. Qual o valor dado s diferentes linguagens na gesto do tempo educativono CEI, Creche ou EMEI?
d. Quanto tempo as crianas tm para conversar, brincar, desenhar, pintar?Qual a freqncia e a periodicidade dessas aes? O que determina essaorganizao no tempo?
e.Tal freqncia e periodicidade so favorveis apropriao de procedimentosde uso das diferentes linguagens?
f.Como a comunidade se relaciona com as manifestaes e produes realizadaspelas crianas?
g. Qual o espao reservado por seu CEI, Creche ou EMEI para as mostras dascriaes infantis nas diferentes linguagens?
A presena das linguagens e produes infantis
no dia-a-diadas instituies educativas
Para pensar com seu grupo!
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A.
COMUNICAO
E EXPRESSO GESTUAL
O movimento humano constitui-se emlinguagem que possibilita s crianas atuar noambiente e signific-lo. Desde o nascimento,a criana desenvolve seu corpo e osmovimentos que com ele pode realizar:
1. locomove-se com ele, arrastando, rolan-do, engatinhando ou andando, corren-
do, pulando, girando ou saltando;2. assume posturas e se comunica por ges-
tos e expresses faciais;3. controla seu prprio corpo e seus ges-
tos, manuseios e posturas corporais,processo fundamental para a construoda identidade, autonomia e independn-cia.
por meio dos gestos que a crianamanifesta suas primeiras intenescomunicativas. A primeira linguagem que acriana pequena tem contato marcada,sobretudo, pelos gestos e expresses faciais
e corporais dos adultos que se relacionam comela. O tempo que dedicamos aos bebs e
compartilhamos com eles significaes -quando os ninamos, pegamos no colo,damos banho, alimentamos,conversamos com eles, oferecemosobjetos e brincamos de esconder,organizamos os espaos, fazemos
caretas, brincamos com sons e gestos - uma ocasio para a apropriao dalinguagem. Este contato d espao paraas iniciativas de comunicao, que seinicia pela imitao: ao observar osgestos, sons e expresses dos adultose das crianas que os cercam, nasrelaes cotidianas de cuidado, os bebsvo significando e apropriando-se da fala.
Ao imitar e criar movimentos, ascrianas se apropriam do repertrio da
cultura corporal na qual esto inseridas.Contudo, importante ressaltar que afuno expressiva no exclusiva dobeb. Ela continua presente nas crianasmaiores e mesmo na idade adulta nosmais diferentes contextos de expresso:no faz-de-conta, na dana, no teatro enos jogos de improvisao e em outrasmanifestaes que colocam emdestaque o corpo e o movimento. Portudo isso, so importantes os momentosnos quais os adultos podem interagir com
os bebs, criando com eles brincadeirasde imitar caretas, sons, movimentos.
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B.
A COMUNICAO VERBAL
A fala representa em nossa cultura umadas mais importantes possibilidades decomunicao. Ao falarmos com as crianas,fazemos uso do nosso repertrio lingsticode forma contextualizada e legitimada pelaprpria cultura. Por isso, constitui-se umaimportante orientao para qualquer trabalhoque se pretenda fazer a partir desta linguagem,a utilizao com as crianas da mesmalinguagem que os adultos usam em suasvivncias comunicativas, orientadas pordiferentes usos e funes. No se deve falarcom os bebs e demais crianas usando apenaspalavras simples ou frases curtas, ou traarseqncias orais ordenando-as de acordo comsua complexidade: letras, slabas e palavras.Os usos e funes da comunicao, tal comose apresentam em nosso meio, a refernciatambm para as situaes que ocorrem nainstituio. Na medida em que as crianasparticipam de situaes comunicativas com
muitos parceiros,tm a possibilidade de ampliarseu repertrio, expressar idias, sentimentos,desejos e necessidades.
As diferentes situaes criadas no CEI,na Creche e na EMEI so oportunidades paraa criana apropriar-se de formas culturais deperguntar, contar um caso, justificar uma ao,fazer um pedido, trazer um argumento, narraruma histria, dentre outros usos da lngua.
Quando a criana fala, ouve, elabora enredosprprios no jogo de faz-de-conta, escuta aleitura de histria, a reconta ou narra algo,ela faz aproximaes sucessivas na tentativade buscar as regularidades e as diferenasentre as linguagens empregadas pelos adultosquando conversam, contam histrias ou lem.Em todas essas situaes, necessrio que oeducador tenha um olhar e uma escuta paraestas formas de expresso e comunicao,principalmente quando se trata de bebs e
crianas menores que dependem dele paraemprestar voz s suas intenes comunicati-vas.
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Para mediar o desenvolvimento da linguagem oral, o professornecessita:
a.Dar oportunidade para as crianas terem participao constante e significativa, noapenas das prticas discursivas orais ao observar e participar de conversas comoutras crianas ou com o professor, como tambm de momentos de ouvir histriasque o professor conta e l para elas e produzir suas prprias narrativas, alimentadaspor tudo quanto pode ter acesso nos CEIs, Creches e EMEIs;
b. Possibilitar momentos para as crianas brincarem com palavras com os adultos oucom outras crianas, criando rimas, usando novas entonaes, fazendo criativasassociaes de significados;
c. Ampliar o repertrio das crianas em relao a cantigas, joguetes e demaisbrincadeiras da tradio oral brasileira;
d.Estimular as conversas informais e cotidianas de comunicao entre pares;
e.Considerar o contexto de jogo simblico como um dos mais relevantes ambientesestimuladores de discursos das crianas;
f. Realizar rodas de conversa momento destinado exclusivamente ao bate-paposobre assuntos diversos, tanto os levados pelas crianas como os escolhidoscriteriosamente pelos professores que se colocam para ouvir as crianas e apoi-lasno ouvir os companheiros.
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C.
APROPRIAO DA LEITURA
E DA ESCRITA
As experincias cotidianas das crianastrazem para seu universo, constantemente, apresena da escrita: o caminho que a crianapercorre de casa at a EMEI, Creche ou CEI povoado de informaes escritas como placasde trnsito, outdoors, nomes de lojas, cartazesde ofertas do dia, nmeros das casas, itinerriodos meios de transporte, isso sem falar naslogomarcas de muitos produtos conhecidospela criana: brinquedos, refrigerantes,
alimentos. possvel negar a forte presenadesta linguagem? Como ajudar a criana aentender o que se esconde por trs dessemisterioso cdigo, que permite aos adultospronunciarem sempre o mesmo conjunto depalavras diante das mesmas marcas?
funo dos CEIs, Creches e EMEIsassegurar o direito das crianas de mantercontato com a escrita, sobretudo do nomeprprio e tambm dos escritos presentes emseu cotidiano. Entretanto, esse contato nodeve ocorrer pela criao de contextos
didticos artificiais, mas em situaes quetornem significativos seus diferentes usos e
funes. Neste processo, no deve haverexpectativa de um alcance homogneo esimultneo por parte das crianas de umaapropriao da leitura e da escrita. Maisadequado criar situaes e apoiar cadacriana a estabelecer em seu prprio ritmo
uma relao produtiva com esses produtosculturais e facilitar-lhe o acesso a diferentesmateriais grficos e escritos, no somente nosmomentos dirigidos pelos adultos.
Considerando os interesses infantis ea necessidade de contextualizar a comunica-o e a apropriao da linguagem escrita, oplanejamento do CEI, da Creche e da EMEIdeve trat-las na sua abrangncia, realizan-do um trabalho que promova qualidade e aconstncia das relaes das crianas com as
prticas sociais de comunicao em contex-tos em que a leitura e a escrita se mostremnecessrias e significativas.
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MATERIAIS DISPONVEIS:
a. Assegurar s crianas menores o contato com diferentes materiais para que possamexplor-los em relao a diferentes aspectos, incluindo a objetos portadores de textose narrativas, como forma de construo de um conhecimento prazeroso e ldicosobre a lngua escrita. Na escolha desses objetos, preciso evitar que os temastrabalhados nos textos contribuam para a construo de esteretipos e preconceitos,de etnia ou de gnero, e tratar as vises de mundo apresentadas de modo tico e de
uma forma esttica;
b. Utilizar diversas tecnologias - retroprojetor, computador, vdeo, DVD, mquinafotogrfica - como meios ou suportes para a escrita e a leitura nos quais as crianasesto envolvidas. Embora o velho e familiar mimegrafo possa ser usado pelas crianaspara reproduzir seus registros, se assim o desejarem, isso nunca pode ser uma formade homogeneizar e estereotipar as marcas infantis.
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REFERNCIAS PARA A ORGANIZAO DO TEMPO E DO ESPAO:
a. Criar diariamente momentos de leitura, de escrita e de manifestaes da oralidadeem espaos nos quais as crianas possam escolher espontaneamente os livros emanuse-los, sem o controle do adulto;
b. Favorecer que as crianas experimentem diferentes papis neste processo: oraleitor, ora narrador, ora personagem, ora escritor, ora observador;
c. Possibilitar cotidianamente brincadeiras em que o uso da leitura e da escrita sejanecessrio e tenha significado para as crianas, entendendo essas prticas como pontode partida para a apropriao destas linguagens;
d. Criar oportunidades contextualizadas para que a criana possa visualizar, mani-pular e, no caso das crianas maiores, arriscar escritas de seu nome prprio, entreoutras escritas, mesmo que ainda no o faa convencionalmente, assegurando que,ao longo dos anos vividos na Educao Infantil, todas as crianas se apropriem daescrita do nome prprio.
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isso, muito importante que se reflita no ssobre o que e como as crianas produzem,mas tambm sobre a cultura visual que aalimenta, ponto que remete o professor aavaliar a esttica que est presente noambiente do CEI, Creche e EMEI.
cor. No incio, prazer; no processo, desafio. Eno fim? No fim, de novo um comeo pararevisitar, compartilhar, brincar e reconstruir.Assim, a criana vai construindo experinciasinteriores sobre o mundo exterior, elaborandosuas prprias vivncias em um texto aberto,
compartilhando com o expectador suas pro-dues, que so carregadas de sentimentos,emoes, pensamentos, gestos e expresso.
Vrios tipos de manifestaes acom-panham o ato de desenhar: alm dos gestos,silncios, risadas, conversas. O ato de dese-nhar ainda integrado oralidade das crian-as: ao realizar suas marcas, sejam bi outridimensionais, as crianas constrem narra-tivas prprias. Os objetos desenhados podempertencer a um universo temtico que lhes
permita contar histrias, ento desenham for-mas que servem de apoio a sua narrativa, ouseja, como uma forma de comunicao queserve para dizer o que as palavras no dizem(ALBANO, 2004, p. 31).
Como em todos os demais casos, aproduo plstica na infncia tambm sofreinfluncias de seu meio: o acesso a diferentesmodelos, no apenas s mesmas imagensestereotipadas trazidas pela indstria cultural,d s crianas a chance de conhecer outraspossibilidades de criao de imagens, de
composio de cores, de efeitos das texturas,ampliando assim suas prprias referncias. Por
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Estas e outras consideraes implicamem uma reflexo que pode se iniciar com asseguintes questes:
As escolhas e a deciso sobre comodesenvolver um trabalho com as linguagensplsticas com as crianas vo depender do
projeto a ser realizado, da intencionalidade dasaes do professor e das idias e iniciativasdas crianas. Tudo se inicia com a observaodos processos e produtos infantis, necessriaao planejamento e s intervenes quepropiciem avanos tanto em relao explorao de materiais, quanto em relaoao desenvolvimento e elaborao de suasprodues, ampliando assim a expressividadede suas marcas.
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O trabalho com as linguagens plsticas pode envolver, dentre outrasaes do professor, a organizao de:
a.Momentos de desenho, pintura, modelagem, que no sejam apenas organizados e
dirigidos pelos adultos;
b. Seqncias didticas que possibilitem a vivncia de percursos de criao (nodesenho, pintura, modelagem, escultura e colagem), posto que a regularidade umadas condies para a apropriao e avanos nas propostas com materiais queapresentam desafios especficos;
c. Momentos de fruio do prprio percurso e produo (para que as crianasacompanhem a evoluo de seu traado, rememorando-o) e da produo de seuspares (para aprimoramento do senso esttico, troca e ampliao de seu repertrio);
d. Rodas de apreciao e discusso sobre as produes expostas nos murais e paredes,compartilhando idias e sugestes;
e.Oportunidades para apreciao da natureza, de objetos, de obras artsticas, passeios
nos arredores da unidade, visitas a museus, parques, exposies diversas, visitas a
outras unidades;
f. Oficinas que permitam que a criana explore diferentes materiais e combine-os
segundo suas prprias iniciativas.
Na organizao dessas atividades, alguns critrios podem servir de referncia:
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MATERIAIS DISPONVEIS:
a. Organizar e deixar disponveis materiais de maneira que a criana possa utiliz-losautonomamente, sem a dependncia constante dos adultos, tanto nas situaesplanejadas pelo professor, quanto nos diferentes momentos do dia;
b. Colecionar com as crianas e deixar disponveis um repertrio de imagens eprodues visuais diversas, que possa ampliar o olhar e a curiosidade das crianas,
trazendo-lhes referncias pouco conhecidas;
c. Oferecer materiais que possibilitem uma explorao e representao bidimensionale tridimensional, tais como esculturas feitas com materiais pouco estruturados: caixas,garrafas, papelo, argila, gesso, latas e lacres de refrigerantes, massinhas, jornal, arame,gravetos, folhagens, retalhos de papis e tecidos, e.v.a., rolos de papelo, tubos detecido e linhas, pedaos de mangueiras, lixas, canos de PVC, meias diversas,embalagens de formatos e texturas diferentes.
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REFERNCIAS PARA PLANEJAR TEMPOS E ESPAOS:
a. Explorar espaos para desenhar e pintar em diferentes posies sentado, em p,sobre a mesa, sobre a parede, sobre o cho, em pranchetas, cavaletes experimentandooutras perspectivas de olhar e posturas para produzir;
b. Considerar uma flexibilidade de tempo para que as crianas possam decidir quandoseus desenhos, pinturas, esculturas, entre outras produes, esto finalizados, postoque nem todas concluem seus trabalhos ao mesmo tempo;
c. Organizar espaos favorveis ao trnsito das crianas na busca por materiais,assegurando o acesso aos locais para lavar e guardar pincis, esponjas e outros
instrumentos utilizados por elas, de maneira autnoma ou acompanhadas e orientadaspor adultos, quando necessrio;
d. Pensar em espaos na sala para que as crianas guardem suas produes e possamretornar a elas para apreci-las, finaliz-las ou modific-las de forma autnoma;
e. Usar permanentemente murais e paredes dos diferentes espaos das UnidadesEducacionais como apoio para a exposio das atividades realizadas pelas crianas,para que elas possam apreciar suas prprias produes, bem como a de outros colegasao longo do ano.
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E.
A DANA
E A MSICA
A msica e a dana nem sempre so vistasnos CEIs, Creches e EMEIs como atividadesque tm um fim em si mesmas. Asapresentaes em datas comemorativas, queenfocam a reproduo de msicas prontas bemcomo de coreografias ensaiadas - bemdiferentes da expressividade da dana comseus jogos de improvisao - ainda so prticasmuito presentes, assim como a utilizao de
msica ambiente, no necessariamenteoferecida para a escuta atenta e a fruiodas crianas.
No entanto, msica e dana compreendemsignificados muito mais abrangentes. Tal comoos cheiros e os gostos, as msicas nosconvidam a reviver momentos marcantes,enriquecendo nosso imaginrio desde a maistenra idade. Ao ouvir certas msicas, ao longode nossas vidas, muitos so os sentimentosrevividos, marcando momentos felizes outristes. No s as memrias so ativadas, mas
tambm o corpo: as crianas, mesmo aspequeninas, sabem que danar uma atividade
que est associada msica e buscam produzircom seus corpos movimentos que acompanhemos ritmos e as melodias sugeridas nas canesque escutam. Por isso cantam, batem palmas,mexem os braos, os quadris e as pernas deforma alegre e entusiasmada se a melodia assimas convidar e for desejo delas se expressaremdesta forma. Quanto mais o ambiente sonoroda criana puder ser expandido e diversificado,favorecendo mltiplas experincias, maisintenso e significativo sero o seu contato eo conhecimento de seu corpo como fonte deexpresso de sentimentos e idias.
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A criao de contextos em que a msica e a dana sejam significadas
pelas crianas pode envolver, dentre outras aes do professor, aorganizao de:
a. Pesquisa sonora e oficinas de explorao de sons que as crianas produzem epercebem nos ambientes e nas prprias produes artsticas, sejam eles provenientesda voz, do corpo, de objetos sonoros e dos instrumentos musicais convencionais;
b.Pesquisa sobre danas populares entre outras, ampliando as referncias das crianaspara alm das tradicionais msicas infantis sempre acompanhadas de gestos simplriose repetitivos;
c.Construo de objetos sonoros com diversos materiais;d. Explorao e observao dos sons da natureza, seus ritmos, seus contextos;
e.Roda de fruio musical, individual e coletivamente, de diferentes gneros musicais,bem como diferentes apresentaes de dana, do clssico ao contemporneo;
f.Composio de acervos e coletneas das msicas favoritas de um grupo;
g. Oficinas de criao de pequenas peas musicais, bem como jogos corporais, apartir dos motivos sonoros desenvolvidos pelas crianas, em grupo ou individualmente.
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MATERIAIS DISPONVEIS:
a. Secionar criteriosamente os CDs, Vdeos e DVDs de msicas e apresentaes,tanto musicais quanto de dana, de modo a ampliar o repertrio das crianas paraalm das msicas exaustivamente veiculadas pelos meios de comunicao de massa,antesvalorizando a multiculturalidade e levando-se em conta aspectos regionais outnicos;
b. Deixar disponveis tecidos, fitas, adereos e materiais diversos para a criao defigurinos para danar e brincar;
c. Garantir o acesso das crianas s coletneas construdas pelo grupo (livros com as
letras das msicas ou fita cassete e outras mdias).
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INTERAES:
a. Criar contextos de escuta e de produes musicais seja por meio da voz ou deinstrumentos musicais entre crianas de diferentes grupos, compartilhando repertriosconstrudos coletivamente.
b. Ampliar os horizontes musicais das crianas, promovendo encontros culturais dosfamiliares e outros membros da comunidade, de modo que todos possam compartilharpreferncias e surpreender-se com o diferente.
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REFERNCIAS PARA PLANEJAR TEMPO E ESPAO:
a. Organizar espaos favorveis movimentao das crianas em diversos planos,aproveitando a diversidade de pisos como a grama e a terra;
b. Cuidar da qualidade de propagao dos sons, evitando ambientes estressantespara o ouvido, com msica muito alta, por exemplo;
c. Assegurar a regularidade das atividades infantis, da explorao e da experimentao
da msica e da dana, necessrias vivncia de percursos de criao e de fruiodessas linguagens;
d. Favorecer as crianas que j aprenderam a lidar com os equipamentos eletrnicos,o acesso aos aparelhos de som e CDs bem como aos encartes, sempre que possvel,para que possam escolher e executar suas faixas preferidas, e mediar as aes dascrianas que ainda no o fazem autonomamente, criando canais de manifestao deseus desejos e gostos, desde cedo.
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Para continuarmos a conversa...
A oportunidade de aprimorarmos os tempos e espaos de ensino e aprendizagem dos CEIs,Creches e EMEIs vinculados SME-SP est, mais uma vez, colocada. Este documento representanosso compromisso com a formao continuada dos educadores que, no dia-a-dia das UnidadesEducacionais, traduzem, atravs de diferentres prticas, as diversas linguagens que constituemo universo infantil.
Ao longo do Documento propusemos reflexes com a inteno de promover um dilogo com
todos os educadores (e entre os educadores) sobre suas prticas e idias. Deixamos este espaopara voc, educador comprometido com a infncia, investido no exerccio de qualificar suasaes, dialogar agora conosco: registre e envie seus comentrios, reflexes, opinies, sugestes,idias em relao a esta publicao!!!
Recorte
aquie
entregue
para
o
seu
(a)coordenador(a)pedaggico
(a).
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PREFEITURA DA CIDADE DE SO PAULOJOS SERRA
Prefeito
SECRETARIA MUNI CIPAL DE EDUCAOJOS ARISTODEMO PINOTTI
Secretrio
DIRETORI A DE ORIENTAO TCNICA
IARA GLORIA AREIAS PRADODiretora
DIVI SO DE ORIENTAO TCNICA DA EDUCAO INFANTI LYARA MARIA MATTIOLI
Diretora
ANA CRISTINA WEYANA LUIZA TOMASELLI EMENDABILI
CRISTINA GIUGNO NEVESFTIMA BONIFCIOIVONE MOSOLINO
MATILDE CONCEIO LESCANO SCANDOLAPATRCIA MARIA TAKADA
SYLVETE MEDEIROS CORREAVITOR HELIO BREVIGLIERI
COORDENADORIAS DE EDUCAO
AGLA HEBE PEREIRA (CE Ipiranga)ANA CELINA CARTAXO DIAS (CE Itaquera)ANA LCIA DE SOUZA (CE Guaianases)
GILMARA LANDIM PITOCHE (CE Santo Amaro)DULCE IVONE H. R. G. CARDIM (CE Butant)
GISLAINE GARCIA GUTIERRES APROBATO (CE Jaan/ Trememb)MRCIA APARECIDA COLBER DE LIMA (CE So Miguel)
MARIA APARECIDA ANDRADE DOS SANTOS (CE So Mateus)MARIA JOS A. SALATINO R. DE ASSIS (CE Itaquera)
NTALI NICOLOV (CE Pirituba)NEIDE SANTAANNA M. DOS SANTOS (CE F/ Brasilndia)
PAULA DARCIE AZEVEDO (CE So Mateus)RITA DE CSSIA HILRIO DA SILVA (CE Ipiranga)
ROSAMAR DA SILVA SCHNEIDER (CE Penha)ROSANA MONTORO PAZZINI (CE Capela do Socorro)
ROSANGELA GURGEL RODRIGUES MASSEI (CE Pirituba)ROSELI HELENA DE SOUZA SALGADO (CE Campo Limpo)
SABRINA CORREIA (CE Penha)
CONSULTORIA PEDAGGICAZILMA DE MORAES RAMOS DE OLIVEIRA
SILVANA DE OLIVEIRA AUGUSTO
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CENTRO DE MULTIMEIOS -setor de ARTES GRFICASANA RITA DA COSTACONCEIO AP. B. CARLOSMARIANGELA RAVENA PINHEIRO
design grfico e editorao
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