Título: O que é a Aldeia Sustentável?
Compilação e edição do documento: Gualter Barbas Baptista e Ana Rita Magalhães
Novembro de 2008
GAIA – Grupo de Acção e Intervenção Ambiental / Centro de Convergência
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ÍndiceO Centro de Convergência....................................................................................................1
O Encontro e o Convite..........................................................................................................5
1A. Participação Popular........................................................................................................6
1B. Espiritualidade e Cura_ A Base......................................................................................9
1C. Carta da Terra e Aldeia Sustentável..............................................................................10
1D. Como fazer a transmissão de conhecimento?..............................................................12
2A. Sustentabilidade financeira na Aldeia...........................................................................13
2B. Mobilidade Éticosustentável.........................................................................................14
2C. Networking Vs Isolamento Rural...................................................................................15
3A. Passo Crítico..................................................................................................................16
3B. Crianças na aldeia, alternativas escolares, educação ambiental.................................19
3C. Investigação, Sustentabilidade, Cultura Rural/Urbana.................................................21
4A. Menos conforto, Cooperativa de Produtores e Consumidores, Soberania alimentar...23
4B. A Governação da Aldeia................................................................................................25
4C. Arte Comunitária............................................................................................................27
Informação das sessões......................................................................................................29
Modelo de relatório..............................................................................................................32
Poster do encontro...............................................................................................................33
O que é a Aldeia Sustentável? Aldeia das Amoreiras, 29 e 30 Novembro 2008
O CENTRO DE CONVERGÊNCIA
Génese e Unicidade
Foi um passo de originalidade, de necessidade de rompimento com as normas e o
sistema e também uma ideologia de acção e intervenção que nos levou a idealizar e realizar o projecto do Centro de Convergência.
Partimos da consensual premência de inovar e desenvolver o meio rural, na luta contra o abandono do campo e contra os desequilibrios sociais e ambientais consequentes, que
nos tornou clara, tal como à grande massa da opinião pública, nos recentes anos de seca em Portugal.
No ano de 2006 em que pusemos o plano do Centro de Convergência em marcha, celebravase o Ano Internacional do Combate à Desertificação, pelas Nações Unidas, e
sentimonos perfeitamente contextualizados com o movimento de consciencialização nacional e internacional, com o nosso projecto que prevê a demonstração de alternativas
de agricultura e estilos de vida no sentido da preservação e recuperação de solos e ecossistemas autóctones, juntamente com actividades de dinamização social em aldeias
envelhecidas. A nossa missão de trabalho com comunidades rurais e da construção de pontes com a realidade urbana vai igualmente de encontro às prioridades europeias de
desenvolvimento dos meios economicamente, socialmente e culturalmente desfavorecidos e de promoção da igualdade e do diálogo intercultural.
O nosso grupo de jovens activistas deslocouse da urbe para a Aldeia das Amoreiras, no
interior do Concelho de Odemira, para trabalhar in situ e com a comunidade local e para aplicar no concreto as nossas ideias e conhecimentos teóricos. Com este simples
movimento, trouxemos uma pequena massa crítica, criativa e juvenil para um meio aparentemente estagnado e disponibilizámonos como ponte entre o saber local e o
conhecimento académico e urbano. Aqui, propomonos a observar e absorver o modo de estar e de pensar locais, em comunhão com os ciclos naturais e com as tradições
herdadas através de várias gerações, e procuramos respeitar os seus costumes. Ao mesmo tempo personificamos algo de diferente, pela nossa atitude e aparência, enquanto
oferecemos um programa de actividades inédito.
O trabalho que desenvolvemos na Aldeia das Amoreiras, sobretudo desde 2007 e através
do Centro Social da Aldeia das Amoreiras, cedido ao nosso grupo pelo município de
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O que é a Aldeia Sustentável? Aldeia das Amoreiras, 29 e 30 Novembro 2008
Odemira, não terá certamente índices de sucesso quantificáveis a curto prazo e muito menos um retorno financeiro que o torne visível aos movimentos empresariais que hoje
em dia são aclamados. O nosso trabalho é lento e subtil, consistindo na abertura de ideias e mentalidades, reciprocamente entre as gentes do campo e da cidade. O nosso objectivo
é incomum e sensível, tratando de criar um núcleo de pessoas e ideias que venham a catapultar projectos inovadores e um movimento pulsante a partir do meio rural. Mas a
nossa proposta revestese desse valor intangível dos movimentos de vanguarda, na devida modesta dimensão do Centro de Convergência. Tem uma vibração apaixonante,
que resulta da premência da criação de alternativas sustentáveis, com fundamentos científicos, profissionais e académicos, e está imbuída de uma vontade visceral,
sussurrada nos ciclos mais formais e elitistas por ser sobretudo uma intuição e não justificada cientificamente, que é a necessidade humana do retorno à terra e à natureza
depois de gerações de inebriamento urbano e tecnológico. Nós estamos aqui, somos profissionais e assumimos os riscos de um projecto piloto cujos resultados concretos não
nos é possível prever. Consideremnos, por assim dizer, uma fábrica de ideias e iniciativas.
Originalidade, necessidade de rompimento e ideologia
O nosso grupo convergiu na ideia de transdisciplinaridade, que consiste em trabalhar a um nível onde as disciplinas se entrecruzam numa malha de conexões e
interdependências e onde qualquer indivíduo, com as suas capacidades e interesses pessoais, se pode incluir e potencializar. Para uma melhor visualização do conceito
imaginese, a título de exemplo, um projecto de sensibilização à agricultura biológica, onde um engenheiro do ambiente crie informação, um agricultor local demonstre a
viabilidade prática e um performer dismistifique os termos académicos e apele, de modo criativo, ao contacto natural entre o homem e a natureza. Ou imaginese um local onde o
mesmo engenheiro do ambiente possa estudar, com acesso aos livros e às tecnologias informáticas necessárias, perto da área e da população alvo da sua intervenção, e que
nesse mesmo local, à noite, se junte a um grupo de artistas ou profissionais de áreas totalmente distintas para uma tertúlia amigável sobre um qualquer tema da actualidade.
Na interacção entre estes conhecimentos e experiências aparentemente díspares surge espontaneamente uma sabedoria potencialmente inovadora, que pode ser aplicada
directamente no local.
O conceito de transdisciplinaridade onde todas as disciplinas têm o mesmo peso pode
não ser original, mas não é frequente ser posto em prática. E o Centro de Convergência é
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uma oficina de experimentação prática, em forte movimento devido a um critério de selecção natural, segundo o qual apenas os indivíduos verdadeiramente motivados a agir
e a trabalhar se deslocam para o meio rural, na inexistência de um incentivo financeiro, para participar numa experiência piloto.
Contextualizados que estamos numa consciência colectiva da necessidade de intervenção no meio rural, descontextualizamonos de maneira bastante radical nos
nossos métodos de trabalho. Em primeiro lugar, na minha opinião, precisamente porque
respeitamos os nossos impulsos e prioridades de acção, na construção do mundo melhor (esta fórmula, embora um clichet, é a melhor forma de fazer entender em que gaveta o leitor nos pode classificar), recebendo como recompensa os resultados e o reconheciento
das nossas acções e limitando o valor do dinheiro às necessidades diárias de subsistência. Qualquer visitante poderá, no entanto, constatar que não vivemos de todo
em condições precárias, apenas nos libertámos da escravidão material obediente às mensagens da sociedade de consumo e à exibição do luxo como direito adquirido através
do trabalho. Ao mesmo tempo nos desviámos do sistema de colocação de jovens activos em situações de trabalho não compatíveis aos seus interesses e capacidades intelectuais,
onde o seu potencial criativo e energia de acção são espezinhados e alinhados por estruturas burocráticas e hierárquicas e por manifestações castrantes de poder.
O Centro de Convergência não adoptou qualquer estrutura convencional, antes procurou criar um modelo de trabalho no qual todos nos revíssemos e que fosse suficientemente
flexível para se moldar a novas ideias e influências. Assim, considerámos como factores limitantes, coesivos e identificadores do grupo, uma série de princípios. Trabalhamos
numa estrutura horizontal e em decisão por consenso e a inexistência de regras fixas que defendam e garantam o interesse comum e o funcionamento harmonioso exige de todos
nós uma maior responsabilidade e seriedade.
O espaço
O Centro de Convergência existe, além de toda a dissertação. Temos uma infraestrutura
física, a funcionar como centro social, biblioteca e ponto de Internet gratuito. Temos uma entidade legal, o GAIA – Grupo de Acção e Intervenção Ambiental, que deu a cara pela
iniciativa (ver www.gaia.org.pt). Temos uma estrutura digital, um blog, através do qual somos visíveis ao resto do mundo (ver www.centrodeconvergencia.org). Temos um grupo
de jovens motivados e activos na Aldeia das Amoreiras a desenvolver projectos artísticos e educativos, de sensibilização ambiental e valorização do património cultural e natural.
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O que é a Aldeia Sustentável? Aldeia das Amoreiras, 29 e 30 Novembro 2008
Pessoas que, com todas as suas diferenças e originalidades, moram junto da comunidade e com ela partilham o diaadia. A Aldeia das Amoreiras, para quem este discurso
académico e intelectual é abstracto e não tem valor intrínseco, acolhenos com as suas reservas e alegrias, observanos, dános o tempo de nos tornarmos parte dela. E
procuramos continuamente demonstrar a todos os jovens e sociedade civil que é possivel viver e trabalhar em sistemas alternativos, unidos em grupo e acreditando na nossa visão
do mundo e de nós próprios.
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O que é a Aldeia Sustentável? Aldeia das Amoreiras, 29 e 30 Novembro 2008
O ENCONTRO E O CONVITE
De modo a definir estratégias, avaliar acções e propor alternativas, o Centro de
Convergência precisa da sua ajuda! Queremos saber a sua opinião, ideias e propostas sobre: "O que é a Aldeia Sustentável?". Em metodologia Open Space Technology,
propomos uma série de discussões e conversas para as quais a sua participação será essencial!
Aceite o nosso convite e contribua! A participação de todos é vital para a criação de uma "Aldeia das Amoreiras Sustentável", dando continuidade ao trabalho que se tem vindo a
efectuar. O Centro de Convergência lança este convite a todos que tenham interesse ou curiosidade acerca deste projecto que pretendemos que convirja interesses económicos,
ambientais e sociais.
O Open Space Technology organizado no Centro Social das Amoreiras da Aldeia das
Amoreiras, Odemira, a 29 e 30 de Novembro de 2008. Os textos das sessões são da inteira responsabilidade dos participantes e nenhum dos seus conteúdos foi modificado na
compilação deste documento.
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1A. PARTICIPAÇÃO POPULAR
Na aldeia sustentável a população participa nas decisões para o desenvolvimento da
própria comunidade, identificando o que tem, o que quer e como organizarse para criálo.
Para participar, a população precisa sentir que tem poder para mudar as circunstâncias
que diminuem a sua qualidade de vida. Este é um processo educativo, de aprender a ler o mundo e aprender a organizarse para o transformar.
Porque é que na América Latina há mais trabalho de mobilização popular do que na EuropaPortugal? O trabalho de Paulo Freire foi decisivo e a população portuguesa tem
hábitos ainda fortes de obdiência reminiscente da ditadura de há 35 anos. Sentimos que a resposta ainda é insuficiente. A pergunta ficou ainda no ar.
No contexto da Aldeia das Amoreiras, será que as pessoas da aldeia sentem necessidade de falar dos mesmos temas que interessam o Centro de Convergência? E o que é
importante para o CC éo para a população? Como saber o que desejam?
O ponto de partida de qualquer trabalho de educação popular é que quem dinamiza
(mobiliza, anima, ...) o povo precisa colocarse ao seu lado e criar momentos de diálogo, protagonizado pelo próprio povo, organizar a informação que daí surge e tornála visível.
É preciso desenvolver uma maior proximidade com a população: o CC vai até à aldeia ao invés da aldeia visitar o espaço do CC. Assim, vãose criando laços de vizinhança e
confiança; vãose conhecendo mutuamente; e o CC vai identificando os “Temas Geradores” os temas principais da vida das pessoas.
É importante descobrir o que faz reunir a população (em grandes grupos ou por zonas da aldeia) para aproveitar esses temas / espaços e assim ir descobrindo como criar espaços
de diálogo sobre a aldeia e o que queremos melhorar e reforçar.
No CC é necessário haver alguém que focalize este trabalho de aproximação e→
sistematização das informações recolhidas.
Por mais boas intenções e boas ideias que tenhamos, é essencial DISCIPLINA NA
REFLEXÃO DO QUE FUNCIONA E DO QUE PRECISA SER MUDADO E DISCIPLINA DO REGISTO SISTEMATIZADOS DAS CONCLUSÕES.
De facto, as actividades que no CC chamam mais pessoas são aquelas que incluem
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elementos regionais, mas nunca foi feita essa sistematização.
Habitualmente para se planear uma intervenção, uma estrutura como o CC faz um
diagnóstico da aldeia e fica com o poder dessa informação, definindo assim quais as acções prioritárias, que são apresentadas à população como algo exterior a ela, que
ainda precisa de ser convencida da importância destas acções.
O diagnóstico participativo é uma metodologia que envolve a própria população na
definição dos instrumentos, na recolha e na análise dos dados. È durante este processo que a população vai se conscientizando (sabendo do que se passa, descobrindo o que
não sabia, admirandose com as surpresas, imaginando o que faria, mexendose com a vontade de mudança), ganhando motivos para posteriormente se organizar para a acção
de transformação.
Quem define as questões? É a equipa que integra representantes das várias partes,
incluindo da População, do centro, da junta. Perceber quais os fontes de riqueza e de prazer dos habitantes pode ser interessante propor descobrir nesse diagnóstico.
O passo seguinte ao diagnóstico é decidido pela própria comunidade, como a fase seguinte, chamada de planeamento participativo.
Nesse diagnóstico é também um momento de identificar as maisvalias da comunidade.
A animação (e daqui surge o nome de animador* sóciocultural) deste processo é lento,
progressivo e exige a constante observação dos métodos usados para a aproximação e envolvimento da população e registo desta memória.
Práticas de reunião das pessoas da aldeia. Onde e quando?
Há na internet um livro que pode ser descarregado em
http://www.crid.or.cr/digitalizacion/pdf/spa/doc15788/doc15788.htm
O livro 80 herramientas para el desarrollo participativo : Diagnóstico, planificación, monitoreo, evaluación. Autor: Geilfus, Frans, pode orientar no desenvolvimento de
projectos participativos.
Ainda, há em Portugal organizações como a In Loco em São Brás de Alportel, o Instituto
das Comunidades Educativas em Setúbal, a ESDIME em Messejana, a TAIPA e a INDE em Odemira que poderão partilhar a sua experiência.
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→ Uma boa forma de organizar este espaço de partilha é promover um Espaço Aberto sobre Participação Popular
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1B. ESPIRITUALIDADE E CURA_ A BASE
Somos UM, qualquer comunidade Verdadeira, real, depende ,directamente da evolução e
autoconhecimento do ser Humano. A tua evolução, vai aumentar a tua consciência, e por sua vez aumentar as possibilidades de União e Sucesso de qq comunidade.
A Partilha, a Fluidez, a resolução dos problemas materiais, resultam de um desenvolvimento e crescimento pessoal. Essa nova perspectiva, obtida após o teu
Despertar, fazte compreender que SomosUm.
EGO E MEDO, terão de ser ultrapassados e compreendidos, de forma a trasmutar, para
uma nova Forma de SER.
Essa é a base da nova Comunidade.
Yoga, Meditação, Reiki, Permacultura, Musica, dança, Artesanato, Ciencias e novas Tecnologias, TUDO FAZ PARTE, Novas ancestriais terapias naturais, Riso...AMOR
Ãmor por TI, AMOR por Todos. SOMOS NATUREZA
Como atingir, lembrar, COMO ACORDAR? Muito se pode fazer.
A necessidade de União é Obvia, ng vence sozinho.
Tudo é Possivel. Quanto mais evoluido, livre e sem bloqueios um Ser Humano estiver,
maior será o seu poder criativo.
Wokshops, palestras, concertos, manifestações culturais a todos os niveis, são formas de
Despertar, movimentar energias.
Vamos CoCriar Um Mundo NOVo
O tempo é AGORA.
NAMASTE
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1C. CARTA DA TERRA E ALDEIA SUSTENTÁVEL
“A Carta da Terra é um amplo reconhecimento, declaração consenso global sobre ética e valores para um futuro
sustentável. Desenvolvido ao longo de um período de dez anos, no que foi chamado o mais extenso processo
de consulta global cada vez associada a uma declaração internacional, a Carta da Terra foi formalmente
aprovado pelas mais de 2500 organizações, incluindo instituições globais como a UNESCO e da União Mundial
de Conservação ( IUCN). “Disponível em 30 línguas em www.earthcharter.org .
Consideramos a utilidade da Carta da Terra para a definição do que é uma aldeia
sustentável e concluimos que subscrevemos inteiramente os 16 principios de sustentabilidade nela descritos. Alguns dos princípios são éticos enquanto outros definem
os critérios para a sustentabilidade.
Concluimos que a promoção dos princípios éticos junto da população de uma aldeia que
se pretende sustentável é um passo importante a tomar por forma a promover os valores éticos avançados que definem a sustentabilidade para o futuro.
Concluimos ainda que a divulgação da Carta da Terra pode facilitar a aceitação de projectos de educação ambiental, conservação da natureza, igualdade de género, entre
muitos outros, que possam ser desenvolvidos numa Aldeia como a das Amoreiras.
Por último, concluímos que a Carta da Terra constitui uma base ética reconhecida que
apoia as entidades no seu trabalho em torno da sustentabilidade.
Analisámos os 16 princípios e inspirámonos para retirar algumas ideias concretas para a
sustentabilidade da Aldeia das Amoreiras, das quais se sublinham:
Do princípio 3 – os conflitos existentes na comunidade da Aldeia das Amoreiras dificultam
a gestão dos recursos colectivos e do trabalho pelo bemcomum. É por isso imperativo trabalhar sobre a gestão de conflitos.
Do princípio 6 – Quais os principais problemas ambientais?
● Resíduos mal geridos, pouca redução, reutilização e reciclagem; pouca
compostagem,
● águas residuais libertadas na ribeira montante e jusante apenas com tratamento
primário
● erosão dos solos e más praticas florestais; exemplo eucaliptal em solos declivosos
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● mobilidade difícil e insustentável
● caçadores matam ilegalmente raposas, ginetas, sacarabos
● consumo de energia
● agricultura com pesticidas
Do princípio 7 – ideias soltas:
● promover modos de vida ecológicos através do incentivo económico ou
culturalmente através de dinâmicas positivas
● promover boa gestão dos resíduos através de prémio familia ecológica; cartão para
contagem dos resíduos reciclados; fazer um monte de lixo na aldeia durante um dia para sensibilizar; fazer dinheiro com resíduos.
Do princípio 8 – Investigação aplicada à aldeia sustentável e à Aldeia das Amoreiras: convidar estudantes e cientistas. O assunto deve constituirse como uma boa matéria
prima. Deve haver possibilidade de publicação dos trabalhos de investigação. O trabalho em conjunto com a instituição parceira deve ser reconhecido.
Do princípio 9 – Direito à justiça social e ao ambiente. Alguns impactes ambientais resultam de actividades externas à Aldeia ou os lucros maioritários dessas actividades
vão para o exterior. Exemplos: ribeira que entra na aldeia com água poluída; plantações de eucalipto cujo impacte na erosão dos solos é para o proprietário e para toda a
população mas o lucro vai maioritariamente para empresas como a Portucel. O direito ao ambiente são dá a população o direito e a força para reinvindicar o tratamento dos
esgotos a montante, por exemplo.
Do princípio 11 A igualdade de género deve ser entendida como um prérequisito para o
desenvolvimento sustentável!
Do princípio 13 – Defender o direito à informação e à participação e combater a
corrupção!
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1D. COMO FAZER A TRANSMISSÃO DE CONHECIMENTO? Associação que quer divulgar/reunir base de dados de conhecimentos
– identificar os conhecimentos de uma região
– estabelecer relações de confiança com as pessoas (passo a passo, faseadamente)
– ter um facilitador que vai ajudar a :
mostrar os benificios dos dois lados (sem objectivos económicos, pelo menos no
arranque)
preparar, ajudar a comunicação (perguntas a colocar) entre eles
– organizar em grupos (2, 3... mais pessoas)
promover cooperação com outras redes para troca de conhecimentos
saber encontrar o momento certo para dinamizar (durante alguns meses, numa semana, etc)
– publicação de informação (panfletos simples) para: manter, divulgar, trocar, finalizar o encontro (conclusões)
– promover encontros com pessoas:
– ouvir histórias antigas
– reunir/criar eventos interactivos (oficinas práticas, roteiros para visitas a locais de “produção”)
– mesas redondas para esclarecimentos de dúvidas práticas.
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2A. SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA NA ALDEIA
Dentro da comunidade “Aldeia” existem duas fontes de riqueza, a interna e a externa.
Concordámos quando dissemos que os serviços básicos deviam surgir de dentro da aldeia para dentro da aldeia e aí direccionar a riqueza interna, ajudando a desenvolver a
localidade.
A riqueza externa, ecologicamente responsável e socialmente justa, são os sobreiros e o
turismo rural.
Qual são as oportunidades financeiras dentro da Aldeia:
o woof (worldwide oportunities on organic farms) pode ser uma oportunidade de trazer pessoas para a Aldeia como mãodeobra gratuita e oportunidade de formar também.
Mas precisávamos de saber ao certo onde poderiamos tirar alguma sustentabilidade financeira e então decidimos enumerar as oportunidades...
turismo; destilação de medronho; cortiça; ecoconstrução; formações; bolos e doçaria tradicional; cooperativa de produtores e consumidores de produtos biológicos não
certificados; tratamento e recolha de resíduos; trabalho à distância; rede de trocas; rede interaldeias; consultadoria de serviços; energias renováveis.
Verificámos então que era muito trabalho para uma aldeia só e que aqui precisávamos de criar algo que fosse identificador de tudo isto , ou seja, criar uma unidade identificadora
como a TAIPA e formar uma rede de aldeias onde pudessemos actuar por áreas mais abrangentes como: ENERGIA, CONSTRUÇÂO, AGRICULTURA, EDUCAÇÂO...
Com isto chegamos a um possível caminho que talvez não fosse a Aldeia Sustentável, mas sim as Aldeias Sustentáveis. Ou seja a criação de uma rede de aldeias, onde numa
primeira fase se pondera as Oportunidades/ Necessidades dentro das diversas Áreas/ Sectores, sendo a continuidade do trabalho o encontro de soluções com os presentes
nesta rede.
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2B. MOBILIDADE ÉTICO-SUSTENTÁVEL
Temas associados: Decrescimento*, Vida simples*.
1) A deslocação sustentável é a que não existe, a que não é realizada. Significa que o objectivo é reduzir as deslocações ao mínimo essencial*.
2) Como tornar sustentáveis as deslocações imprescendíveis?
Como saber as necessidades de mobilidade das pessoas? Fazer estudos de→
mobilidade, inquéritos de mobilidade, com o apoio do município local, das empresas de transporte, de universidades e politécnicos. Um outro ponto de informação eventual:
planos de ordenamento, como o PROT.
Mobilidade sustentável é uma forma de racionalização do uso dos transportes.
O que é a mobilidade sustentável? É uma forma de deslocação que satisfaz a necessidade de movimento actual se prejuízo da necessidade das gerações futuras, com
o mínimo consumo de energia e o mínimo impacte nos ecossistemas terrestres e no bem estar animal.
Rede de boleias: pode ser uma boa forma de minimizar o impacte e consumo de energia das deslocações. Já feita informalmente por várias pessoas na aldeia, poderá ser
maximizada se existir alguma organização e informação. Proposta de implementação: colocar nos cafés e nas paragens folhas com tabelas onde quem oferece e quem
necessita de boleia pode escrever os seus dados, como por exemplo data e hora da viagem, local, número de lugares, etc.
Educação para a mobilidade.
Infraestruturas: as viasdecomunicação devem ser pensadas do elemento mais frágil
para o mais violento. O peão deve ser o principal beneficiário, depois o ciclista e no final os veículos automóveis, para que os modos suaves de deslocação sejam estimulados e
defendidos.
A mobilidade sustentável é tão mais possível quanto autónoma e sustentável seja a
comunidade.
* termos a necessitar de definição ou clarificação.
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2C. NETWORKING VS ISOLAMENTO RURAL
Discussão incidiu na busca de aldeiaexemplo e projectos a ser seguidos.
Série de ideias a ser aprofundadas e investigadas de modo a formular próximos passos:
– delineação de “12 passos a ser seguidos” (documentochave para definir estratégia);
– embora potencialmente despoletada por um indíviduo/ grupo externo, a mudança
criada pela população local gerará a verdadeira diferença.
Exemplo de aplicação deste conceito: comunidade próxima de Bristol, UK (procurar
qual). Esta aldeia tornouse num exemplo na Inglaterra pelo trabalho efectuado localmente, envolvimento da população.
– Agentes económicos das aldeias poderão ser os principais interessados a criar diferença, se conseguirem visualizar benefícios económicos. Exemplo: recurso a
comida produzida localmente nos restaurantes e publicidade daí resultante.
– Exemplos de países ricos e o seu retorno às práticas tradicionais (ex.: agricultura
biológica na Inglaterra) poderá servir de factor incentivador de mudança;
– Procurar informação disponível no site de Transition Network, UK
– Procurar informação disponível sobre nforse (ecological centers)
– Aldeia das Amoreiras está repleta de árvores de fruto, pequenos jardins,..., estando
alguns destes abandonados por os donos já não terem vontade/ força/vontade para os trabalhar. Proposta: estimular a criação de jardins comunitários onde um grupo de
jovens trabalha o jardim, aprende com os idosos e produz bens alimentares para consumo próprio e/ou venda. Estes jardins comunitários poderão ser também um
estímulo para o encontro das mulheres da aldeia (que, ao contrário dos homens que se reunem nos cafés, carecem de um local comum de partilha de conversas e
saberes).
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3A. PASSO CRÍTICO
Esta reunião começou com a lucie a propor para pensarmos sobre os problemas nas
aldeias de hoje segundo vários pontos de vista...
os efeitos em mim
a minha comunidade
a região
o mundo
cada um descreveu 3 problemas para cada um e em baixo menciono alguns que sairam:
Falta de pessoas alternativas e uma rede organizada para uma vida sustentável (transporte, comida, alojamento).
Diferença e colisão entre estrangeiros e pessoas locais.
Falta de soberania alimentar e económica.
Sentimento de isolamento para as pessoas e a Aldeia no geral
Falta de relações intimas.
Preconceitos da Aldeia.
Falta de pessoas.
Falta de tempo para dialogo ou fazer concelhos.
Expansão brutal da cidade.
Falta de acção e vontade.
Injustiça do sistema capitalista.
Diferença entre a vida urbana e a vida rural.
Falta de estabilidade por causa das dificuldades financeiras.
Excesso de trabalho quando estás isolado
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O que é a Aldeia Sustentável? Aldeia das Amoreiras, 29 e 30 Novembro 2008
Falta de mãodeobra em áreas especializadas.
Televisão demais.
Espectro reduzido.
Falta de trabalho.
Falta de um sistema de troca local.
Mau uso dos campos:
má partilha
desertificação
Uniformização.
Egoísmo.
Guerra.
Modificação dos hábitos para uma economia baseada no dinheiro em vez de uma
economia sustentável. Inaptação desta forma de viver em meios rurais.
Depois de termos dado os nosso pontos de vista foinos pedido para que visualizacemos
a Aldeia dentro de 20 anos... para este efeito ficamos em silencia durante 5 minutos.
Desta visão recolhemos um ponto por pessoa.
Retorno em massa para o campo numa maneira mais consciente.
Reterno em massa para o campo com grande escala de agricultura insdustrial e tambem
organica e pequenas bolsas de resistência.
Volta às origens com novas ideias.
Acabar com o estilo de vida insdustrial vivido nos ultimos dois séculos.
Selecção dentro da população , que nos mostre um caminho necessário para as
alternativas ecológicas de maneira de viver.
Este reunião ainda tinha mais uma parte que seria construir um passo crítico.
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O que é a Aldeia Sustentável? Aldeia das Amoreiras, 29 e 30 Novembro 2008
Para este passo devemos escolher um objectivo a sua definição e fazer um caminho de ideia em ideia
(como uma decisão) até chegarmos ao lugar objectivado.
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3B. CRIANÇAS NA ALDEIA, ALTERNATIVAS ESCOLARES, EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Para ter mais vida, escolas livres etc. precisase trazer mulheres, existe um desequilibrio na aldeia, só homens
Com mais mulheres haverá mais crianças
Precisase trazer casais jovens, familias de fora
Como?
– pôr a aldeia mais confortavel
– Põr o Centro Social mais confortável
– criar mais posto trabalho, que atraie uma certa especie das pessoas “alternativas”, por
exemplo na educção ambiental
– intercambios/ workcamps para gente de for a, para aprender conhecimentos antigos
– viagem do povo da Mouraria para Alentejo
– falar com a câmara, se eles pagassem um posto trabalho educator infancia para CC
O que pode acontecer no CC AGORA para fazer coisas para crianças?
Foi falado, que uma criança ainda não pode ler com 10 anos.
– Talvez não é importante para ele/ tem problemas com os pais/ sociedade?
– Não oferecer explicações depois a escola “normal”, para não duplicar a pressão do ensino “normal”, experimentar e aprender um ensino alternativo
( aprender atraves: artes plasticas, musica, teatro, contos com mascaras para as crianças, todos ao seu ritmo, não ao ritmo dos planos )
– Involver os pais nas actividades das crianças ( fazer uma sessão dos contos em presença dos pais)
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O que é a Aldeia Sustentável? Aldeia das Amoreiras, 29 e 30 Novembro 2008
– Os pais são resistente participar ( chegar a eles atraves da ajuda/ partilha conhecimento da cozinha etc.)
– fazer uma noite tematica no CC para ganhar mais confiança dos pais e “ensaiar” coisas for a do vulgar
– cursos informaticos
– revitalizar escola embaixo, p.ex. Para actividades ambientais, cursos fora do vulgar,
que tb atraiem gente for a da aldeia, sempre tentanto ter “professores” da aldeia, que ensinam conhecimentos...
EDUCAÇÃO AMBIENTAL IMPLICA SEMPRE TRABALHO COM TODOS IDADES, não só
crianças
Qual papel deve ter o CC na aldeia?
Primeiro de tudo: trabalhar os conflitos dentro da aldeia, para melhorar a participação nos todos niveis
“TapaFuros” para as crianças quem são muitas vezes criados com os avôs, os pais estão absente, os avós vivem ainda numa percepção muito diferente, o CC está mais
“moderna”, pode dar orientação precisada
Experiências do pessoal da LPN, Castro Verde
7km fora do Castro Verde, no meio de nada, dificuldade chegar ao pupulação da vila
( muitas otras coisas culturais, distancia), muitas vezes só gente de for a
– recebem dinheiro atravez das canditaturas do secretariado nacional LPN em Lisboa
– programa para crianças, escolas, adultos, caminhadas, semanas tematicas
– possivel andar com as crianças do CC para visitar o centro ambiental deles???
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O que é a Aldeia Sustentável? Aldeia das Amoreiras, 29 e 30 Novembro 2008
3C. INVESTIGAÇÃO, SUSTENTABILIDADE, CULTURA RURAL/URBANA
Que tipo de investigação para a aldeia sustentável?
Tipos de investigação→
Sustentabilidade forte e fraca, propostas ideias vs possíveis.→
Investigação participativa.→
O âmbito da investigação não deverá ser restringido, sendo apenas sugerida uma
orientação.
Investigação participativa é apenas uma forma de investigação, entre outras. Não nos
deveremos limitar a esta.
A investigação académica faz sentido pelas bolsas de investigação.
Propôr parceria a um politécnico não é limitativo, é objectivo.
Carta de princípios vs objectivo científico A carta pode ser limitativa ou apenas→
inspiradora; definir o objectivo geral para a investigação científica par a aldeia pode ser ambíguo ou subjectivo. Mas como fazer a carta apelativa a cientistas e obter bolsas?
Na aldeia sustentável deverá haver investigação, também teórica e livre, não apenas aplicada. Outros investigadores, com metodologia participativa, poderão depois ir recolher
informação à parte teórica. As investigações participativa e teórica podem ser complementares.
Carta de princípios poderá ajudar a manter uma continuidade de investigação na aldeia, porque a motivação do investigador pode levar a outros caminhos.
Centro de investigação na aldeia tem de ser diferente do de uma universidade, senão pode ser feito em qualquer sítio. Deve estar focado na aldeia, para ser aplicado.
Contudo...
... a investigação apenas aplicada pode comprometer a investigação pura, acabando com
a reflexão filosófica.
A investigação pura não retira recursos do Centro de Convergência, fornecendo
informação que pode ser transformado em novas oportunidades e projectos.
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O que é a Aldeia Sustentável? Aldeia das Amoreiras, 29 e 30 Novembro 2008
Investigação atrai investigação.
Centro de Investigação ajuda a ir buscar informação às universidades e a utilizála.
Junção da ciência com a arte, potenciando ambas.
Projecto para 2009 começar por uma “auditoria” à aldeia ou pegar num problema e→
trabalhar nele.
Duas hipóteses para criar investigação na aldeia:
1) Incentivar projectos de investigação pontuais e individuais através de mestrados, doutoramentos, pósdoutoramentos
2) Fazer uma candidatura FP7. Fazer um projecto integrado ou encontrar parceiros que já têm projecto e encaixar a aldeia como estudo de caso?
Importante haver investigação e avaliação sobre os resultados da investigação, mas sem a limitar.
Porque não aprender com os centros de investigação de Tamera e da LPN? Serão estes mesmo centros de investigação?
Ver que recursos existem em volta (ex: aldeia solar, agricultores, apicultores, ...)
O Centro de Convergência deve: publicar os artigos online; por no site a carta de
princípios e mais valias da investigação para o CC e Aldeia e região; fortalecer as relações com as universidades, criar espaço residencial para cientistas.
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4A. MENOS CONFORTO, COOPERATIVA DE PRODUTORES E CONSUMIDORES, SOBERANIA ALIMENTAR
Conforto:
Do que precisamos realmente?
Será o desconforto normal e gerador de mudança?
A satisfação de todos os desejos gera uso insustentavel de recursos.
Com que direito podemos impor restrições aos outro se nós proprios não nos regemos por
esses padrões (ex: consumo exagerado de carne noutros países).
Conforto: individual e global; que limitações e compromissos?
Ex. concreto da alimentação: recurso a fruta que não da época encarado como normal, embora seja insustentável.
A questão de menos conforto poderia ser buscar mais conforto através dos recursos e produtores locais?
Os supermercados:
O problema dos supermercados que fazem fechar as pequenas mercerias. Continuar a comprar nas pequenas mercerias contribui ao nosso conforto social.
O caso da mercearia da aldeia: fazer reagir as pessoas através do CC para que não fechar; não deixar morrer o ultimo comercio da aldeia.
Se nós estamos a procura duma aldeia mais sustentável, temos de començar para comprar coisas aos produtores locais para a comida do encontro invés de comprar ao
Pingo Doce.
Porque? É uma questão de organização; temos de pensar com calma nisso e criar
prioridades (ex: programa, alimentação..).
Qual poderia ser o plano de acção para incitar as pessoas a não comprar no Pingo Doce?
Començar com nós primeiro e a partir daqui poderamos pensar numa acção ao outro
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nivel.
Cooperativa:
A alternativa aos centros comerciais é a cooperativa de consumidor.
Na aldeia, poderia ser pedir a um productor de produzir so pelo CC. Ou igualmente na Mouraria e no Porto.
Propôr uma campanha nacional no GAIA: Cooperativa consumidor para 2009.
Ja existe campahnas de consumo responsavel na Espanha, tambem ARCO.... a idea
seria pesquisar, ver como que eles funccionam para uma campanha em 2009.
Establecer uma metodologia ao nivel nacional e depoisd um plano de acção ao nivel
regional.
Criar uma equipa de trabalho por isso e organizar sempre reuniões.
Outra suggesção: integrar o projeto das cooperativas nas campanhas regionais invés da campanha nacional.
Proposição para començar uma acção na aldeia: ver a situação da merceria e començar a discutir com as pessoas sobre os habitos de consumo. E uma opportunidade para
començar a discutir com as pessoas da aldeia.
Sugestão: organizar um mercado de 15 em 15 dias com os produtos locais invés de se
focar na merceria.
A Taipa ja faz o cabaz da horta; podemos començar por apoiar esse projeto e trazer
cabaz pelo centro.
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4B. A GOVERNAÇÃO DA ALDEIA
O problema a resolver é a reduzida participação da população nas decisões que dizem
respeito ao futuro da Aldeia. Tal facto leva a conflitos e leva a que as decisões e projectos implementados pela Junta de Freguesia não recolham o acordo de todos: No fundo as
melhor solução possível não é encontrada.
Esta reduzida participação é causada por vários factores como: a reduzida literacia da
população; a pouca prática de participação; a falta de convites à participação por parte do poder local; a história de relações hierárquicas e relações de trabalho da região; a falta de
espaços comunitários para o debate; medo de ser criticado pelas suas opiniões públicas; outros.
Foi sugerido que existem outras aldeias que são geridas comunitáriamente como o caso de Rio de Onor. Neste caso existem pessoas que desempenham funções específicas com
fins colectivos como é exemplo do “mordomo”, a pessoa que tem de organizar uma festa por ano para a comunidade.
Assembleia de Aldeia
Discutimos a assembleia de aldeia como sendo o orgão ideal para a discussão dos problemas da aldeia e para tomar decisões que dizem respeito a todos. Desta forma é
possível um plena representação e a discussão em consenso com todos os envolvidos para encontrar a melhor solução possível.
Conseguir que a população se reuna em assembleia e se habitue a discutir os problema colectivos é, no entanto, um processo gradual. Não é possível apelar a uma assembleia
geral pois as pessoas não aderem.
Com o objectivo de aumentar a participação da população com vista à participação
óptima em torno das questões colectivas sugerimos várias soluções que podem ser implementadas pelos líderes da população:
➔ (é mais fácil) juntar as pessoas quando existe um problema
➔ pode ser interessante juntar as pessoas associando a discussão a um convívio,
com bebidas para descontrair as pessoas.
➔ Os momentos de discussão devem ser em espaços da comunidade e se possível
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O que é a Aldeia Sustentável? Aldeia das Amoreiras, 29 e 30 Novembro 2008
neutros face ao assunto a discutir. No caso da Aldeia das Amoreiras pode ser interessante reunir as pessoas no Texas Bar ou na sociedade recreativa.
➔ As reuniões ou assembleias da aldeia devem ser iniciativa da população e nao do centro de convergência. Podem ser de forma simples sugeridas em conversas de
café por forma a resolver questões latentes.
➔ A assembleia de aldeia funcionará melhor se funcionar de forma informal e distante
dos orgão de poder instituídos como a assembleia de freguesia.
➔ Os primeiros encontros com toda a população não se devem chamar “assembleia”
para não formalizar demasiado e assustar os participantes.
➔ É importante legitimar a representação dos líderes locais. Para tal podem fazerse:
abaixoassinados; votações; inquéritos; festas em favor de; outros.
➔ Seria interessante fazer um inquérito à população sobre a sua motivação para criar
uma Assembleia de Aldeia na nossa aldeia.
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O que é a Aldeia Sustentável? Aldeia das Amoreiras, 29 e 30 Novembro 2008
4C. ARTE COMUNITÁRIA
O encontro começa com uma ronda sobre o que cada participantes entende por “arte
comunitária”.
Alexandra: Reflecte sobre a importência da arte numa comunidade. Arte reflectindo a
geometria básica do universo e a ter em conta na formação / estrutura da comunidade. Artesanato e a importância de revitalizar o saber tradicional, formação, interacção entre as
gerações jovens e velhas, a importância de inserir novos produtos de artesanato no mercado.
Marco: Não existe arte sem ser comunitária, não existe arte individual. A expressão artística relacionase com o meio.
Ricardo: Concorda que não existe arte individual. Arte comunitária é feita para todos e por todos. Arte em comunidade.
Sara: Pesquisou na internet sobre o conceito e apenas encontrou o espectáculo Caruma de Madalena Vitorino, que incluiu grupos de voluntários em cada sítio de actuação.
Entende arte comunitária como evento artístico com a participação da comunidade mesmo na criação da obra artística.
Arte comunitária dá meios/ instrumentos de expressão.
Localmente o canto funciona como meio de expressão (por exemplo o que decorreu no
Texas na noite anterior), tal como o artesanato.
Frescos enquanto experiência de arte comunitária na Aldeia das Amoreiras. Locais
gostaram da iniciativa de “pôr a aldeia bonita”.
Alexandra reflecte acerca da importância de repegar na tecelagem.
Discutiuse a criação de linha de produtos de artesanato, com uma identidade própria, com uma marca trabalhada, com o valor adicionado da solidariedade. Discutiuse ainda a
criação de mercado próprio ou locais de escoamento dos produtos, na ligação com o meio urbano. Surgiu a ideia vender no meio litoral no Verão.
Sara sugere outros tipos de intervenção artística, como residências artísticas ou a organização de um workshop continuo para jovens, à imagem da iniciativa da Gulbenkian
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O que é a Aldeia Sustentável? Aldeia das Amoreiras, 29 e 30 Novembro 2008
de inserção pela arte. Reflectiuse sobre a questão da aproximação: trazer os miúdos à aldeia ou ir ter com os miúdos onde eles estão? Ideia de itinerância em carrinha para
fazer animação artística.
Sara e Ricardo concluem que são ideias já debatidas no grupo, não são novas. Talvez
haja outras dinâmicas mais efervescentes neste momento, no Centro de Convergência.
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INFORMAÇÃO DAS SESSÕES
Participação Popular
Data: 291108 Hora: 12h00 Sessão: 1A
Proponente: Rita Alegria,Frédérique Chouet Relator(a): Rita Alegria, Rita Magá
Participantes: Frédéric Chout, Rita Alegria, Rita Magá, Sara Serrão, Ricardo Inácio, Marcos Pais, Silvia Hable.
Espiritualidade e Cura_ A Base
Data: 291108 Hora: 12h00 Sessão: 1B
Proponente: Alexandra Relator(a): Alexandra
Participantes: Mariette , Michael, Diana, Susana, Daniela,
Carta da Terra e Aldeia Sustentável
Data: 291108 Hora: 11h00 Sessão: 1C
Proponente: Cátia e Carla Relator(a): André Vizinho
Participantes: Cátia, Carla veríssimo, André Vizinho, Ana Nuno
Como fazer a transmissão de conhecimento?
Data: 29/11/2008 Hora: 12h00 Sessão: 1D
Proponente: Lucie Relator(a): Lucie
Participantes: Lucie / Diogo / Silvia
Sustentabilidade financeira na Aldeia
Data: 29/11/2008 Hora: 15h00 Sessão: 2A
Proponente: André Vizinho e Ricardo Inácio Relator(a): Ricardo Inácio
Participantes: Ricardo Inácio, Rita Magá, Lucie Rousset, André Vizinho, Silvia Hable
Mobilidade Éticosustentável
Data: 29/11/2008 Hora: 15h00 Sessão: 2B
Proponente: Marcos, Rita Alegria Relator(a): Marcos
Participantes: Marcos Pais, Rita Alegria, Frédéric Chouet
Networking Vs Isolamento Rural
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Data: 29/11/2008 Hora: 14h30 Sessão: 2C
Proponente: Lisa e Sara Relator(a): Ana Nuno
Participantes: Ana Nuno, Lisa
Passo CríticoData: 30/10/08 Hora: 11h00 Sessão: 3A
Proponente: Lucie Rousset Relator(a): Lucie Rousset
Participantes:(primeiro e último nome)
Pedro, Ines, Ricardo Inácio, Marco, Denny , Lucie Rousset
Crianças na aldeia, alternativas escolares, educação ambiental
Data: 301108 Hora: 11h00 Sessão: 3B
Proponente: Relator(a): Silvia Hable
Participantes: Silvia Hable, Alexandra, Margitte, Fred, Carla Veríssimo, Cátia Marques
Investigação, Sustentabilidade, CulturaRural/UrbanaData: 30/11/2008 Hora: 11h00 Sessão: 3C
Proponente: Gualter Baptista Relator(a): Marcos Pais
Participantes: Gualter Baptista, André Vizinho, Rui Ferreira, Rita Alegria, Ana Nuno, Marcos Pais, Sara Serrão, Rita Magá, Judite Sanfelio,
Menos conforto, Cooperativa de Produtores e Consumidores, Soberania alimentar
Data: 30/11/2008 Hora: 11h30 Sessão: 4A
Proponente: Rita Magá, Marcos e Mariette Relator(a): Fred
Participantes: Fred, Rita Alegria, Rita Magá, Marcos, Ana, Silvia, Mariette, Gualter
A Governação da Aldeia
Data: 301108 Hora: 12h00 Sessão: 4B
Proponente: André Vizinho Relator(a): André Vizinho
Participantes: Cátia Marques, Judite Sanfelio, Rui Ferreira, Carla Veríssimo, Gualter Baptista, Ana Nuno, André Vizinho, Lucie Rousset.
Arte Comunitária
Data: 301008 Hora: 12h00 Sessão: 4C
Proponente: Sara Serrão Relator(a): Sara Serrão
Participantes: Alexandra Capela, Ricardo Inácio, Marco, Sara Serrão
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MODELO DE RELATÓRIO
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POSTER DO ENCONTRO
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