Download - Revista Bahia Indústria - Edição 241
ISSN 1679-2645
Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB
Bahia
aNo XXIII Nº 241 2016
Desafios logísticos
Documento divulgado pela CNI aponta fatores que impedem o país
de investir em infraestrutura
Curso de
GESTÃO DEnegóciosAmplie o seu conhecimento e fique sempre à frente.
Uma oportunidade para você aprimorar suas competências em gestão e liderança. Seus módulos contemplam ferramentas e técnicas em seus aspectos teóricos e práticos, com ênfase em atividades vivenciais e participativas. E, por meio de uma rica metodologia, será desenvolvida a promoção do aprendizado de conceitos adotados no dia a dia dos maiores líderes de mercado.
Módulos PresenciaisTurma com, no máximo, 25 participantes.
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MÓDULO 2Auto Liderança
(08 horas)
MÓDULO 1Cenários
Econômicos(08 horas)
MÓDULO 4Gestão de Processos(16 horas)
MÓDULO 3Gestão
Estratégica(16 horas)
MÓDULO 6Gestão Econômico
Financeira(16 horas)
MÓDULO 5Liderança e Gestão
de Pessoas(16 horas)
MÓDULO 7Pró Atividade de
Mercado(16 horas)
Previsão de início:15 de abril de 2016
INSCRIÇÕES PRORRAGADAS ATÉ 15/03. ACESSE: www.fieb.org.br/gestaodenegocios(71) 3343-1495 | (71) 3343-1226 | educaiel@�eb.org.br
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Investimento
R$ 17.000,00Ou entrada de R$3.000,00+ 7 parcelas R$ 2.000,00
*10% de desconto para associados FIEB e CIEB.**5% de desconto para pagamento à vista
eDitoRial
Razões para o corte nos investimentos
A equação é mais ou menos assim: o governo não investe em
infraestrutura, o país não atrai novos empreendimentos,
que poderiam gerar empregos, receitas, sob a forma de tri-
butos, e, principalmente, desenvolvimento regional. Com isso, o
Brasil, apesar do seu enorme potencial, vai ficando para trás com
relação às nações com perfil econômico similar ao seu.
O documento Por que o Brasil investe pouco em infraestrutura?,
publicado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), é es-
clarecedor neste sentido, ao trazer o foco de luz para a questão e
apontar soluções. Flexibilizar a execução orçamentária, reduzir o
custeio da máquina pública, rever a política de incentivos fiscais,
são algumas destas sugestões.
Ouvidos, os coordenadores dos Conselhos de Portos e de In-
fraestrutura da Federação das Indústrias do Estado da Bahia são
unânimes em afirmar que o relatório chega para mostrar com nú-
meros onde está o cerne da questão. Para eles, a revisão de algu-
mas regras vigentes a partir da Constituição Federal de 1988 pode
ser a chave para tornar a gestão do orçamento público mais flexí-
vel, mas eles também cobram do governo maior compromisso na
gestão dos recursos públicos e adoção de regras mais rígidas ao
lidar com o dinheiro do contribuinte. A receita é aquela bastante
conhecida no dia a dia das empresas: é preciso racionalidade nos
gastos e combate ao desperdício.
O governo precisa aprender que a falta de dinheiro em caixa
vai exigir sacrifício. Não dá para emitir moeda a cada aperto de
caixa, nem aumentar a carga tributária asfixiando o setor pro-
dutivo e o cidadão comum, que, no final, é quem vai pagar esta
conta.
Alguns números do estudo são esclarecedores para entender
o que está acontecendo hoje no país. Entre 1971/1980 e os anos
2000, os investimentos em infraestrutura recuaram de 5,42% pa-
ra 2,12% do Produto Interno Bruto (PIB) e entre 2011 e 2014, o nível
médio de investimento recuou ao padrão negativo da década de
1990: -2,27% do PIB.
O Brasil também perde feio na comparação com outras econo-
mias de perfil similar ao seu ou mais avançadas. Ocupamos, por
exemplo, a décima posição em um ranking mundial, com a apli-
cação de apenas 1,47% de recursos do Orçamento da União.
O documento é a constatação da incapacidade do governo bra-
sileiro e de suas esferas de realizar investimentos em infraestru-
tura. Caberá agora aos agentes institucionais, políticos e a socie-
dade em geral saber fazer desse limão uma limonada.
Entre 1971/1980 e os anos 2000, os investimentos em infraestrutura recuaram de 5,42% para 2,12% do PIB e entre 2011 e 2014 recuou ao padrão negativo da década de 1990: -2,27% do PIB
Obras estruturantes são fundamentais para assegurar o desenvolvimento e o crescimento do país
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4 Bahia Indústria
SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação e
tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria
do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] /
Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de ÓleoS VegetaiS
e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da cerVeja e de BeBi-
daS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão, PaSta de madeira
Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do trigo, milho,
mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de minera-
ção de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conStrução do eStado da Bahia,
[email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS,
detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS
de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto.
antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da
Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria da cidade do SalVador, [email protected]
/ Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS SintéticaS do eStado da Bahia, [email protected] /
Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Produ-
toS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da
Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS
do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da
Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eS-
tado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia,
[email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS
indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eS-
tado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica
e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de tele-
comunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material
elétrico de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eS-
tado da Bahia, [email protected] / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
daS indúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFa-
toS de PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS, [email protected] / Sindicato Patronal daS indúStriaS
de cerâmicaS VermelhaS e BrancaS Para conStrução e olariaS da região SudoeSte e oeSte da Bahia [email protected] Sindicato
da indúStria de aduBoS e corretiVoS agrícolaS do nordeSte (Siacan) [email protected] / Sindicato nacional da indúStria da
conStrução e reParação naVal e oFFShore (SinaVal) [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de PaniFicação e conFeitaria
do eStado da Bahia, [email protected]
Filiada à
Bahia
fiEBPRESIDENTE antonio ricardo alvarez alban. 1° VICE-
-PRESIDENTE Carlos Henrique jorge Gantois. VICE-
-PRESIDENTES josair Santos Bastos; mário augusto
rocha Pithon; Edison virginio Nogueira Correia;
alexi Pelagio Gonçalves Portela junior. DIRETORES
TITULARES Eduardo Catharino Gordilho; alberto
Cánovas ruiz; Eduardo meirelles valente; renata
lomanto Carneiro müller; leovegildo oliveira de
Sousa; Fernando luiz Fernandes; juan jose rosario
lorenzo; theofilo de menezes Neto; josé Carlos
telles Soares; angelo Calmon de Sa junior; jeffer-
son Noya Costa lima; Fernando alberto Fraga; luiz
Fernando Kunrath; joão Schaun Schnitmam. DIRE-
TORES SUPLENTES mauricio toledo de Freitas; Gui-
lherme moura Costa e Costa; Gladston josé Dantas
Campêlo Waldomiro vidal de araújo Filho; Cléber
Guimarães Bastos; jorge Catharino Gordilho; marce-
lo Passos de araújo; antonio Geraldo moraes Pires;
roberto mário Dantas de Farias
conSElhoSCONSELhO DA MICRO E PEqUENA EMPRESA INDUS-
TRIAL Carlos Henrique jorge Gantois; CONSELhO DE
ASSUNTOS FISCAIS E TRIbUTáRIOS mário augusto
rocha Pithon; CONSELhO DE COMéRCIO ExTERIOR an-
gelo Calmon de Sá junior; CONSELhO DE ECONOMIA
E DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL antonio Sergio ali-
pio; CONSELhO DE INFRAESTRUTURA marcos Galindo
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gIA josé luis Gonçalves de almeida; CONSELhO
DE MEIO AMbIENTE jorge Emanuel reis Cajazeira;
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ben rocha arandas; CONSELhO DE RESPONSAbILIDA-
DE SOCIAL EMPRESARIAL marconi andraos oliveira;
CONSELhO DE JOVENS LIDERANçAS INDUSTRIAIS Naya-
na Carvalho Pedreira; CONSELhO DE PETRóLEO, gáS
E NAVAL Humberto Campos rangel; CONSELhO DE
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ciEBPRESIDENTE reginaldo rossi. 1º VICE-PRESIDENTE
jorge Emanuel r. Cajazeira. 2º VICE-PRESIDENTE Car-
los antonio B. Cohim da Silva. 3º VICE-PRESIDENTE
roberto Fiamenghi. DIRETORES TITULARES arlene
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Fernando Galvão de almeida; marcelo Passos de
araújo; mauricio lassmann; Paula Cristina Cánovas
amorim; Hilton moraes lima; thomas Campagna
Kunrath; Walter josé Papi; Wesley Kelly Felix Carva-
lho. DIRETORES SUPLENTES antonio Fernando Suzart
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RIAL Cleber Borges. EDITORA
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Especialista
finlandês fala dos
avanços
internacionais em
saúde ocupacional
Saúde e trabalho
As federações da Indústria e do
Comércio aderiram oficialmente à
convocação do governador Rui
Costa para mobilizar os empresários
no combate ao mosquito
SiStema Fieb adere ao combate ao aedeS aegypti
Cenário econômico abre novas
oportunidades para as empresas
brasileiras que buscam o apoio do
CIN/FIEB para desbravar o mercado
externo e expandir seus negócios
Foco no mercado internacional
sumáRio
8
Foto de João Alvareznº 241 Jan/Fev.2016
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Levantamento realizado pela CNI esclarece as razões do atraso do país em infraestrutura
DIagNóstICo preoCupaNte
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6 Bahia Indústria
entRevista KaRI-PeKKa MaRtIMo
por patrícia moreira e marta erhardt
O Serviço Social da Indústria (SESI) mantém
desde 2014 parceria com o Finnish Institute
of Occupational Health (Fioh), da Finlân-
dia. O Fioh é instituição internacional de
referência em saúde ocupacional e está colaborando
com o SESI para desenvolver soluções voltadas para
a gestão do absenteísmo no ambiente de trabalho, a
exemplo do Portfólio de Gestão do Absenteísmo, lan-
çado em dezembro do ano passado.
Em uma de suas passagens pela Bahia, para par-
ticipar de reuniões de trabalho, o diretor do Centro
de Colaboração para Saúde Ocupacional do Fioh,
Kari-Pekka Martimo, concedeu esta entrevista à Re-
vista Bahia Indústria.
Entre os conceitos que ele propaga, está o de que
o trabalho reabilita, embora comumente seja visto
como fator de incapacitação. A nova abordagem vem
dominando a política das empresas e das nações mais
avançadas e está sendo trazido para o Brasil pelo SE-
SI. No país, o SESI Bahia está conduzindo a constru-
ção do novo portfólio em Gestão do Absenteísmo e
Reabilitação.
O brasil vem registrando uma alteração na curva de
envelhecimento da população, o que exigirá dos go-
vernos e das instituições políticas ações para lidar
com um trabalhador mais idoso. Dentro deste contex-
to, o senhor considera o momento oportuno para se
apostar em um programa de ges-
tão de Absenteísmo?
Acredito que o contexto é favo-
rável para acontecer essa imple-
mentação, pois estive em contato
com algumas empresas da Bahia,
capital e interior, além de empre-
sas nacionais, e elas veem que é
factível e estão interessadas em
implementar as mudanças. Essa
relação entre capacidade de traba-
lho e produtividade. O Fioh tem o
mesmo papel que o SESI, tem ex-
pertise interna para desenvolver a
apoiar as empresas em SST.
O que é importante dizer às em-
presas sobre esse tema?
Se a empresa quer aumentar sua
produtividade, relacionada aos
indivíduos que trabalham, ela tem
dois caminhos. Um deles é reduzir
custos com acidentes de trabalho
e doenças ocupacionais. O outro
é investir em inovações relaciona-
das ao ambiente de trabalho e ao
bem-estar do trabalhador, bem co-
mo na prevenção da incapacidade
no trabalho. Quando as pessoas se
“O trabalho contribui para reabilitar doentes crônicos”
sentem bem em seu trabalho, elas
produzem mais. O trabalhador sa-
tisfeito é mais produtivo.
qual o sinal de alerta para que o
empresário perceba que ele tem
que investir nesta área?
Quando você cuida das máquinas
visa ao aumento da produtividade.
Mas existe outra forma de investir
em produtividade, que é incluir
os trabalhadores que operam as
máquinas. Os trabalhadores com
problemas de saúde não necessa-
riamente são improdutivos. Se as
empresas conseguem lidar com
esse trabalhador que tem problema
de saúde, ele torna-se produtivo.
Muitas vezes, as empresas estão
preocupadas apenas com produti-
vidade e, ao não pensar na relação
com os trabalhadores com proble-
mas de saúde, acabam tendo per-
das de produtividade. É necessário
incluir essa perspectiva. Quando
uma máquina tem um problema,
não se descarta a máquina, se
conserta. No caso do trabalhador,
quando ele tem um problema de
a declaração do especialista finlandês traduz o conceito que o SESI está trazendo para o Brasil na abordagem das doenças ocupacionais
Bahia Indústria 7
aNGElo PoNtES/CoPErPHoto/SIStEma FIEB
Os trabalhadores com problemas de saúde não necessariamente são improdutivos. Se as empresas conseguem lidar com esse trabalhador que tem problema de saúde, ele torna-se produtivo
O envelhecimento da população ativa tem relação
com este problema?
Na Finlândia, a população envelheceu e, quanto mais
a população envelhece, mais chance de ter doenças
crônicas. Hoje nós tratamos essas doenças como se
elas incapacitassem o trabalhador. Os países que já
têm esse histórico sabem que as doenças crônicas
não devem ser tratadas com a exclusão do ambiente
de trabalho, pois isto implica em custos. Temos da-
dos que comprovam que quando são mantidas no
ambiente de trabalho, elas se recuperam mais facil-
mente. Podemos dizer que o trabalho colabora para a
reabilitação, além do que, também permite reduzir o
custo do tratamento para o próprio empregador.
A partir desta perspectiva de que o trabalho reabili-
ta, até que ponto isso vai revolucionar o mundo do
trabalho?
Hoje, na verdade, esse conceito já revolucionou o
tratamento dispensado a doenças mentais, muscu-
loesqueléticas e cardiovasculares. O trabalho é bom
para o tratamento destes tipos de doença, desde que
seja adaptado. É aí que entra o trabalho que o Fioh
realiza em parceria com o SESI. O que trabalhamos
neste projeto é como fazer com o que o trabalho seja
reparador. Isso exige uma equipe multidisciplinar e o
SESI tem um corpo profissional que atua em diversas
áreas, o que facilita a colocação em prática desta no-
va forma de atuar. [bi]
saúde crônico, há ainda nele alguma capacidade para o trabalho. É mais
econômico para a empresa manter esse trabalhador do que ficar em um
processo de turn over (processo de troca de trabalhadores).
De uma forma geral, o mundo está percebendo esta necessidade?
O aumento de pessoas com incapacidade para o trabalho, excluídas do
processo de produção, tem gerado custos para a sociedade, para a em-
presa e para os indivíduos. Tem aumentado o número de pessoas afas-
tadas que poderiam continuar ativas. É justamente isso que tem levado
países como Canadá, Estados Unidos, Inglaterra, Finlândia, Noruega,
Suíça e Holanda a prestarem mais atenção na prevenção. A competiti-
vidade dos países industrializados depende muito da sua capacidade
de encontrar soluções para este tipo de problema. Mas muitas empresas
não estão se dando conta que os custos com o sistema de Previdência de-
pendem de como elas estão lidando com a incapacidade para o trabalho.
Lidar com a prevenção e a gestão da incapacidade vai além de prevenir
acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
8 Bahia Indústria
aNGElo PoNtES/CoPErPHoto/SIStEma FIEB
Em encontro realizado em 23
de fevereiro, no auditório do
Cimatec, representantes de
entidades do setor produtivo e o
governador Rui Costa mobiliza-
ram líderes empresariais para pe-
dir sua ativa participação no com-
bate à tríplice epidemia de zika,
dengue e chikungunya. Durante o
encontro com o empresariado baia-
no, o gestor apresentou propostas
para intensificar o controle e evitar
a proliferação do mosquito.
Rui Costa pediu apoio dos em-
presários para que estes realizem
ações de combate e educação com
a força laboral. Ele lembrou que,
para as empresas, as doenças
transmitidas pelo mosquito po-
Empresários entramno combate ao aedesGestores e representantes do setor produtivo se engajamna luta contra a tríplice epidemia causada pelo mosquito
dem representar ausência de em-
pregados, queda no desempenho
produtivo e aumento de custos.
“Os segmentos produtivos têm um
alcance enorme, daí a importân-
cia desta participação. Cada um
da sua forma, com criatividade,
pode contribuir. Esta é uma luta
de toda sociedade”, disse.
O presidente da Federação das
Indústrias da Bahia (FIEB), Ricardo
Alban, falou da campanha em cur-
so no âmbito do Sistema Indústria:
um conjunto de ações de mobiliza-
ção e capacitação que vai alcançar
cerca de 500 empresas e quase 31
mil pessoas entre trabalhadores da
indústria, do próprio Sistema e es-
tudantes. “Serão promovidos trei-
Em evento com
o governador,
Alban citou
as ações
realizadas
pelo Sistema
namentos com dois mil multiplica-
dores, reprodução de 65 mil peças
das campanhas dos governos fede-
ral e estadual, além da encenação
de um esquete teatral para que o
tema seja entendido.”
Carlos Andrade, presidente da
Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado da
Bahia (Fecomércio), garantiu a
participação do segmento na mo-
bilização. “Hoje, a federação tem
85% das lojas comerciais e 92%
dos empregados filiados. Vamos
fazer um trabalho amplo, com
campanha de conscientização.
Será um trabalho muito proveito-
so junto com as outras entidades e
com a população”, assegurou. [bi]
circuito
Bahia Indústria 9
por cleber borgeS
Longe da meta de universalização O abastecimento de água, a coleta
e o tratamento de esgotos
deveriam chegar a todos os lares
do Brasil em 2033, mas ocorrerá
com 21 anos de atraso, em 2054.
Estudo da CNI, denominado
Burocracia e Entraves no Setor de
Saneamento, aponta que a
perspectiva de atraso no
cumprimento da meta do Plano
Nacional de Saneamento Básico
se deve à baixa média histórica de
investimentos no setor, de R$ 7,6
bilhões por ano, no período
2002-2012. Para universalizar os
serviços em 2033, seria preciso
elevar essa média para R$ 15,2
bilhões anuais.
Empresário defende a baixa dos jurosA indústria considera inaceitável a
inflação de dois dígitos. Os
aumentos recentes dos índices são
resultado dos reajustes dos preços
administrados, das expectativas
negativas e da inércia
inflacionária. O uso da taxa de
juros como único instrumento de
controle da inflação é pouco
efetivo e aprofunda a recessão.
Esse é o entendimento da CNI para
quem a solução para a crise, o
êxito no combate à inflação e o
restabelecimento da confiança no
país dependem da consolidação de
um ajuste fiscal permanente, com
mecanismos de controle efetivo
dos gastos públicos e de reformas
que melhorem o ambiente de
negócios e a produtividade das
empresas. Entre as medidas
inadiáveis estão a revisão da
Previdência Social, a
modernização das leis do trabalho
e a redução da burocracia.
Corrupção é o que mais preocupa o brasileiroNem as drogas, nem a
violência. O que mais preocupa
o brasileiro é a corrupção,
aponta a pesquisa Retratos da
Sociedade Brasileira e
Prioridades para 2016, da
Confederação Nacional da
Indústria (CNI). De acordo com
o levantamento, 65% das
pessoas consideram a
corrupção o principal problema
do Brasil. Em 2014, ocupava a
3ª posição na mesma pesquisa
e, em 2012, a 4ª. As drogas e a
violência aparecem em 2º e 3º
lugares entre os problemas
extremamente graves, citados
por 61% e 57% dos
entrevistados,
respectivamente. A lentidão/
impunidade também cresceu
no ranking e passou do 6º para
o 4º lugar de 2014 para 2015. A
saúde veio em 5º. A CNI
entrevistou 2.002 pessoas, em
143 municípios brasileiros.
Preocupada com a crise
econômica, a população
também passou a se
incomodar mais com a
inflação. Esta, que chegou a
ocupar a 16ª posição entre os
principais problemas em 2012,
em 2014, foi o 5º principal e,
em 2015, passou a ser o 6º.
20% dos acidentes de trabalho no brasil ocorrem no trajetoO número de acidentes no percurso casa-trabalho-casa cresceu 41,2%, entre 2007 e
2013. Levantamento da Confederação Nacional da Indústria, com base em
estatísticas da Previdência Social, mostra que os acidentes de trajeto subiram muito
acima da média nacional de acidentes de trabalho, de 7,8% no período, e já
respondem por 20% das ocorrências registradas no Brasil. “O dado é preocupante
porque, embora sejam classificados como acidentes de trabalho, uma solução está
fora do alcance de programas de prevenção, segurança e saúde das empresas”,
afirma a diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg.
“Inflação é taxação sem legIslação"Milton Friedman (1912-2006), economista liberal americano, vencedor do Nobel de Economia, de 1976, por suas contribuições na análise do consumo e da teoria monetária.
10 Bahia Indústria
sindicatos aNGElo PoNtES/CoPErPHoto/SIStEma FIEB
Empresários e representantes de indústrias participaram dia 14.12, na
FIEB, do curso Como fazer gestão de SST na era do eSocial?. A capital
baiana foi escolhida pela CNI para sediar a primeira turma da
capacitação. O médico do trabalho e consultor, Paulo Reis, abordou as
exigências do eSocial e os impactos do novo sistema na gestão de
Segurança e Saúde no Trabalho, destacando a necessidade das
empresas adotarem uma cuidadosa gestão de SST para o registro
adequado das informações. “Com a mudança para a fiscalização
eletrônica, as empresas passam para uma situação ativa, na qual terão
que informar quais são as práticas de segurança e saúde adotadas e a
fiscalização vai avaliar se estão sendo feitas de forma correta”, explica.
Fieb debate gestão de SSt e exigências do eSocial
Um grupo de doze consumidores baianos
integrou o Júri Popular para seleção dos
11 lotes finalistas do 12º Concurso
Nacional ABIC de Qualidade do Café.
Idealizado pela Associação Brasileira da
Indústria de Café, o Júri, que também foi
feito em São Paulo, Paraná, Minas Gerais
e Espírito Santo, tem o objetivo de incluir
a opinião de pessoas que gostam de café,
na escolha dos melhores grãos do Brasil.
Na Bahia, a avaliação foi realizada dia
10.12, na FIEB, com o apoio do Sincafé-
BA. As notas complementarão a análise
do Júri Técnico. Dois produtores baianos
participam da seleção.
Sindicatos participam de construção da Agenda LegislativaA Confederação Nacional da
Indústrias (CNI) iniciou o
processo de construção da
Agenda Legislativa da
Indústria para 2016,
elaborada com a
participação da FIEB e
sindicatos filiados. A Agenda
está em sua 21ª edição,
registrando os conceitos,
posicionamentos e temas
priorizados pelo setor para
ações de defesa de
interesses, junto ao
Congresso. A partir das
contribuições recebidas, a
CNI consolidará o
posicionamento da indústria
para os temas abordados na
publicação, que será
apresentada aos deputados
federais e senadores a partir
de março deste ano.
Sindileite lança aplicativo para celular O Sindileite-BA criou uma
nova ferramenta de interação
com as empresas, com o
lançamento de um aplicativo
para celular. Disponível para
download nos sistemas
operacionais Android e iOS,
a ferramenta disponibiliza,
de forma fácil e dinâmica,
informações como cotações,
compra e venda de
equipamentos, notícias de
interesse dos laticinistas,
documentos e informações
sobre o Encontro Baiano dos
Laticinistas, promovido
anualmente pelo sindicato.
consumidores baianos ajudam na seleção dos melhores cafés do brasil
aNGElo PoNtES/CoPErPHoto/SIStEma FIEB
O consultor da
CNI, Paulo Reis,
ministrou a
capacitação
Avaliação foi realizada na FIEb
Bahia Indústria 11
Foto
S aNGEl
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Nos dias 12 e 13.12 foi realizada a 9ª edição dos Jogos
da Construção que reuniu, no SESI Simões Filho,
mais de mil participantes. O evento, promovido pelo
Sinduscon-BA desde 2007, em parceria com o
SESI-BA, é uma das principais ações do sindicato
nos campos de Saúde e Qualidade de Vida. Os
atletas participaram de disputas em 14 modalidades.
Para o presidente do sindicato, Carlos Henrique
Passos, o objetivo do evento é promover a integração
entre os trabalhadores e as empresas.
eleições
Jogos da construção reúnem trabalhadores
Atletas
participaram
de disputas
em 14
modalidades
esportivas
sinDuscon • A diretoria reeleita do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-BA) tomou posse em evento que reuniu autoridades, dirigentes e empresários do setor, na sede do sindicato. O presidente Carlos Henrique Passos apresentou um balanço das principais realizações, dando ênfase ao ENIC, evento que reuniu representantes da cadeia produtiva nacional em Salvador; as ações de Saúde e Segurança no Trabalho e de gestão das empresas; e as principais lutas junto ao Legislativo, como as relativas à terceirização, que tramita no Congresso.
sinDsucos • Tomou posse, em novembro, a nova diretoria do Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Sorvetes e Sucos (Sindsucos-BA). À frente da entidade até 2018, o presidente eleito, Luiz Hermida, explica que serão priorizadas três vertentes de atuação: ações estratégicas junto ao Governo do Estado para fortalecer a cadeia produtiva e de transformação de frutas; criação de condições para a Bahia voltar a ser um importante Estado exportador de sucos tropicais e de laranja; e busca da adequação das indústrias de sorvetes às normas de vigilância sanitária, em Salvador.
sinpRocim • O Sindicato das Indústrias de Produto de Cimento no Estado da Bahia (Sinprocim-BA) realizou a cerimônia de posse da diretoria reeleita, dia 10.12, no hotel Deville. A cerimônia contou com a presença de empresários e fornecedores do setor, representantes de entidades
parceiras, presidentes de sindicatos, do presidente da FIEB, Ricardo Alban, além do superintendente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, Paulo Sérgio Ferraro. O presidente José Carlos Telles Soares, segue à frente da entidade até 2018.
sinDiRepa • Estimular a participação dos empresários do setor junto à entidade, ampliando em pelo menos 50% o quadro de empresas associadas ao sindicato. Esta é uma das metas da diretoria eleita do Sindicato das Indústrias da Reparação de Veículos e Acessórios do Estado da Bahia (Sindirepa-BA). “Queremos fazer um mandato com maior envolvimento dos empresários, ouvir suas sugestões e anseios”, destacou o presidente eleito, Maurício Toledo de Freitas. A nova diretoria tomou posse em novembro, para mandato até 2018.
simmeB • Com a responsabilidade de lutar pela sustentabilidade de um dos setores de maior contribuição para o PIB baiano, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simmeb), empossou, em dezembro, sua diretoria. À frente da entidade até 2018, o presidente reeleito Alberto Canovas, afirmou que, num momento de crise, a responsabilidade é maior. “Temos pela frente um período de grande apreensão, com a economia brasileira apresentando sinais de desgaste e de uma crise política sem sinais de solução a curto prazo”.
Executivo relata experiência sindical em Maceió
Convidado para compartilhar experiências do
Simagran-BA, o gerente de relacionamento da
entidade, Bruno Reis, falou para dirigentes e
executivos de sindicatos em evento na Federação
das Indústrias de Alagoas (FIEA). Durante a
mesa-redonda do PDA Como alavancar a gestão do
seu sindicato?, o executivo abordou as estratégias
para ampliação do número de associados, o
relacionamento com parceiros, visitação às
empresas do interior e ações de comunicação.
12 Bahia Indústria
aNGElo PoNtES / CoPErPHoto / SIStEma FIEB
Bahia Indústria 13
por patrícia moreira
Duas equipes do SESI vão representar a Bahia na etapa nacional do torneio de robótica que está marcada para acontecer de 18 a 20 de março em Brasília
Aluno da
Techcoe, do
Coesi, de
Sergipe, faz
ajustes no
robô durante
a competição
Bahia tem duas equipes na final do FLL
As equipes Tecnomaníacos, da Escola Reitor
Miguel Calmon, do SESI Retiro, e a Gênius,
da escola do SESI Candeias, vão representar
a Bahia na etapa nacional do Torneio de Ro-
bótica First Lego League (FLL), que acontece em Bra-
sília, no período de 18 a 20 de março, no SESI Tagua-
tinga. Outras cinco selecionadas vão representar o
Norte e Nordeste em Brasília, sendo três equipes de
Sergipe (Techcoe, Robocoe e Robotech) e duas de
Alagoas: Atabótica e Tecmade. Os melhores times
da etapa regional conquistam vaga para disputar
um dos cinco torneios internacionais que serão dis-
putados nos Estados Unidos, Austrália, Espanha e
nas Filipinas.
A delegação baiana é composta de 20 alunos, cin-
co técnicos e pelo coordenador Fernando Didier, que
alimenta boas expectativas em relação à participa-
ção da Bahia em mais uma etapa do torneio de robó-
tica, promovido no Brasil pelo SESI em parceria com
a First Lego League.
As equipes foram classificadas durante a etapa
regional da competição, realizada nos dias 4 e 5 de
dezembro, na Escola Djalma Pessoa, no SESI Piatã,
em Salvador. O torneio regional reuniu equipes de
11 escolas públicas (sendo cinco delas apoiadas pelo
SESI com equipamentos e treinamentos), cinco es-
colas particulares, oito escolas do SESI e SENAI e
uma equipe de garagem. A competição contou com
escolas de cinco estados do Nordeste. No comparati-
vo com o torneio de 2014, a etapa regional ampliou
de 26 para 36 equipes participantes, e quase dobrou
o número de competidores de 277 para 432. Durante
a competição na Bahia, também foram capacitados
45 juízes de arena, que atuaram na etapa regional
e também se prepararam para outras competições.
Fernando Didier revela que foi possível introdu-
zir algumas inovações na disputa regional, visando
estimular a participação dos competidores e dos vi-
sitantes. Uma destas iniciativas foi o Meu Robô Favo-
rito, uma votação popular para eleger o equipamento
mais interessante. O escolhido foi o da equipe Auto-
bot, do Instituto Federal Bahia (Ifba). O SESI também
conseguiu o apoio de outras instituições de ensino
que atuam com robótica, a exemplo da Devry/Área1,
Uneb, Ifba e SENAI.
Outra novidade foi a presença dos representan-
tes do Aprenda Robótica, blog criado por dois enge-
nheiros, Guilherme Lima e Guilherme Constatino. A
proposta do blog é contribuir para o crescimento da
robótica educacional no país. Para isso, eles contam
14 Bahia Indústria
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jEFFErSoN PEIxoto/CoPErPHoto/SIStEma FIEB
com uma equipe de oito voluntários que acreditam
que a robótica pode fazer a diferença ao transformar
o processo educativo em algo lúdico.
A avaliação de Fernando Didier é que o balanço
foi positivo. “O FLL já está consolidado na Bahia,
em especial, nas escolas do SESI, enquanto prática
pedagógica que faz parte do planejamento curricu-
lar, desenvolvendo habilidades cognitivas e sociais,
comportamentais e despertando o interesse dos alu-
nos pela ciência.”
classificaDosA grande campeã da etapa regional foi a equipe Te-
chcoe, da escola Coesi, de Sergipe. Ela ficou em 1º
lugar na categoria Champions Awards, por obter o
melhor desempenho em todas as premiações da com-
petição. Em 2º lugar venceu a Robocoe, também da
Coesi/Sergipe, e a Tecnomaníacos, do SESI/BA, uni-
dade Retiro, que ficou com o 3º lugar.
A Robocoe também venceu em primeiro lugar nas
finais de robôs. Na categoria Desempenho de Robôs
foram premiadas a Techcoe (1º lugar) e a Robocoe
(2º lugar). Em Design Mecânico venceu a Robotech;
em Programação, a Autobot (Ifba), em Estratégia e
Inovação a Dinasty (SESI/BA - Piatã); em pesquisa
a Tecmade (SESI/AL); em Solução Inovadora a Ata-
bótica (AL) e em processo de Pesquisa a Equipe F5,
do SESI/BA.
Trinta e seis equipes de cinco estados do Nordes-
te participaram de dois dias de prova, incluindo a
disputa de robôs e apresentação dos projetos de
pesquisa sobre o tema da temporada Trash Trek. A
proposta era que os estudantes identificassem pro-
blemas relacionados ao lixo e apontassem soluções
inovadoras para diminuir sua produção, indicar
maneiras eficientes de realizar o reaproveitamento
de resíduos, bem como o transporte e o armazena-
mento desses resíduos.
A abertura do evento contou com a presença do
superintendente do SESI Bahia, Armando Neto, da re-
presentante do Departamento Nacional do SESI, Bár-
bara Trajano, além da gerente de educação do SESI,
Cléssia Lobo, que também participou da cerimônia de
premiação. Armando Neto convocou os participantes a
tirarem proveito daquela experiência, que é uma opor-
tunidade especial de aprendizado. “Esperamos que
vocês possam sair daqui mais maduros e levem esta
experiência para suas vidas. Aproveitem a ajuda dos
juízes, dos colegas para aprender sempre mais”. [bi]
As equipes
Tecnomaníacos
(SESI-bA), Techcoe e
Robocoe (Coesi-SE);
cerimônia de abertura
e dupla de
juízes avaliando
o desempenho
de uma equipe
jEF
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Bahia Indústria 15
Oito estudantes do programa
de intercâmbio do Serviço
Social da Indústria (SESI)
e do Serviço Nacional de Aprendi-
zagem Industrial (SENAI), o Cone-
xão Mundo, embarcaram no dia 30
de janeiro para os Estados Unidos.
Eles foram participar de viagem de
imersão linguística com duração
de duas semanas, na cidade de
Denver, estado do Colorado.
Durante o período de inter-
câmbio no exterior, os estudantes
ficam hospedados em casas de fa-
mílias norte-americanas, visitam
escolas, conhecem universidades
e empresas, participando de vá-
rias atividades, acompanhados
da coordenadora pedagógica do
SESI, Karla Andrade.
O Conexão Mundo é um pro-
grama de intercâmbio que atende
cerca de dois mil alunos brasilei-
Intercâmbio linguísticoPrograma Conexão mundo leva oito estudantes do SESI-SENaI para aulas de imersão nos EUa
valtEr PoNtES/CoPErPHoto/SIStEma FIEB
grupo de
estudantes
selecionados
embarca no
Aeroporto de
Salvador rumo
aos Estados
Unidos
ros de ensino médio e técnico que
estudam inglês utilizando as re-
des sociais como suporte didático
e com o auxílio de 200 monitores
norte-americanos. Na Bahia, em
2015, o programa atendeu 156 estu-
dantes do 3ª ano do ensino médio
da Escola Djalma Pessoa, do SESI
Piatã, que cursaram o ensino arti-
culado SESI/SENAI.
capacitaçãoO curso de inglês oferecido no Co-
nexão Mundo é dividido em três
etapas. Na primeira, com duração
de oito semanas, alunos e moni-
tores norte-americanos se comu-
nicam em inglês, a distância, por
meio das redes sociais e progra-
mas de conversação em vídeo em
tempo real e pela plataforma de
aulas Longman, um portal espe-
cializado no ensino do inglês.
Na segunda fase, os monito-
res vêm ao Brasil, onde durante
quatro semanas participam de
aulas e atividades presenciais na
Escola Djalma Pessoa, em Piatã.
A terceira fase também é a dis-
tância, com atividades e práticas
do idioma, e dura seis semanas,
nos mesmo moldes da primeira
etapa. Os estudantes com melhor
aproveitamento e progressão no
aprendizado do inglês participam
de uma seleção para fazer a via-
gem aos Estados Unidos.
O programa é fruto de uma
parceria entre a Confederação
Nacional da Indústria (CNI), SESI
e SENAI, e a organização não go-
vernamental US-Brasil Connect. A
proposta tem como objetivo o ensi-
no e aperfeiçoamento do domínio
da língua inglesa de maneira lúdi-
ca e interativa. [bi]
16 Bahia Indústria
por patrícia moreira
om uma pergunta – Por que o Brasil investe pouco em
infraestrutura? – a Confederação Nacional da Indús-
tria (CNI) procurou respostas para um problema que
há décadas inquieta o setor produtivo e suas respec-
tivas entidades representativas. Reconhecidamente
obsoleta e precária, a infraestrutura nacional pode-
ria alavancar o crescimento econômico e o desen-
volvimento do país, desde que fossem assegurados
os aportes necessários por parte do poder público,
associados a uma política clara de atração de inves-
timentos e segurança jurídica. Mas não é bem assim
que vem acontecendo.
infRaestRutuRa foRa Dos tRilhos
Documento da CNI mergulha no diagnóstico das causas que conduzem o país a um
risco de colapso na infraestrutura
Operários trabalham
nas obras da Ferrovia
Oeste Leste, no
município de brumado
Bahia Indústria 17
ElóI CorrEa/SECom-Ba
O estudo da CNI traz algumas respostas, levando em conta um cenário de crise fiscal e
de vulnerabilidade das contas públicas, em que a elevação dos gastos normalmente não
vem acompanhada do aumento de receitas. Entre 1971/1980 e os anos 2000, os investi-
mentos em infraestrutura recuaram de 5,42% para 2,12% do Produto Interno Bruto (PIB)
e entre 2011 e 2014, o nível médio de investimento recuou ao padrão negativo da década
de 1990: -2,27% do PIB.
O Brasil também é uma nota dissonante quando se comparam os investimentos em in-
fraestrutura com outros países. Em 2014, o Brasil ocupou a décima posição (ver infográfico)
com a aplicação de apenas 1,47% de recursos do Orçamento da União, ficando com o pior
desempenho na lista de 10 países de economia avançada ou emergente. Na América do Sul,
Peru e Colômbia alocam, respectivamente, 8 e 3 vezes mais recursos federais que o Brasil.
Até mesmo os Estados Unidos, onde parte significativa da infraestrutura já está construída
18 Bahia Indústria
Porto de
Salvador: setor
é um dos que
demandam
investimentos
e onde dois terços dos gastos são de responsabilidade
de estados, condados e cidades, a proporção assegu-
rada do orçamento federal chega a ser 55% superior à
do orçamento brasileiro.
Se a alocação de recursos é um problema, fazer
com que o orçamento deixe de ser uma peça de ficção
e os recursos destinados a investimentos sejam exe-
cutados, é um outro desafio. Até o final do primeiro
semestre de 2015, apenas 23% dos investimentos pre-
vistos haviam sido executados.
avaliaçãoO documento preparado pela CNI é esclarecedor, na
avaliação dos coordenadores dos conselhos de Portos
e de Infraestrutura da Federação das Indústrias do
Estado da Bahia (FIEB), Sérgio Faria e Marcos Galin-
do, respectivamente. “Basicamente o documento é a
constatação da incapacidade do governo brasileiro e
de suas esferas de realizar investimentos em infraes-
trutura”, complementa Marcos Galindo. Segundo ele,
o investimento em infraestrutura nesta última déca-
da está em torno de 2% do PIB, o que é muito pouco
para um país como o Brasil que tem um déficit tão
grande nesta área. “O que governo investe é fazendo
déficit no orçamento”, destaca.
Sérgio Faria observa que o relatório trouxe uma
base numérica para algo que já era percebido pela
sociedade e revelou o quanto a Constituição de 1988
contribuiu para acentuar essa retração nos investi-
mentos federais em infraestrutura. O coordenador
do Conselho de Portos reconhece que a Carta de 1988
trouxe importantes avanços sociais, mas tornou o or-
çamento muito inflexível. Ele observa que o problema
não é tão evidente porque o país não está crescendo.
“Se estivesse crescendo no ritmo médio de 5% ao ano
o colapso seria evidente”, alerta.
O que preocupa, na opinião de Sérgio Faria, é que
o governo gasta mal os seus recursos e elege como al-
ternativa para fazer face ao seu custeio, o aumento da
carga tributária. “É preciso rever o conceito de gestão
do Estado. O governo tem que pensar como empresa:
gastar menos, reduzir o desperdício, combater a cor-
rupção e tornar-se mais eficiente”, arremata.
A situação agrava-se quando se considera que
95% do comércio externo nacional se dá por via por-
tuária. Portos eficientes são fundamentais em uma
economia globalizada, o que não acontece no Brasil.
“O produto nacional paga um imposto adicional que
é a ineficiência do sistema portuário. Ele é repassado
ao preço final, reduzindo nossa competitividade”.
joão alvarEz/SIStEma FIEB/arqUIvo
Bahia Indústria 19
Rodovias
federais
respondem
pelo grande
fluxo de cargas
PIB
DISTRIBUIÇÃO DA ARRECADAÇÃO FEDERAL - 2014
DESEMPENHO DOS SETORES DE INFRAESTRUTURA EM 2015
pagos sob a forma de juros e amortização da dívida, restando um saldo negativo de 0,7% do PIB para a União lidar com os demais gastos.
foram transferi-dos para estados e municípios.
direcionados necessariamente para gastos sociais (seguridade social e educação).
A União enfrentou um déficit nominal de 0,7% do PIB antes mesmo de considerar os gastos com as funções não relacionadas à dimensão social do orçamento.
4,65% 12,12% 6,1%
22,17%
Valor executado dos investimentos em infraestrutura sobre o orçamento total foi de
0,45%, compara-do a 2,72% para o conjunto dos investi-mentos federais.
Taxa é inferior à execução do conjunto dos
investimentos federais, que foi
de 25,3%.
Apenas 23% dos investimentos propostos foram executados até o final do primeiro semestre.
FoNtE: CNI
O relatório mostra ainda que 54% dos investimen-
tos em infraestrutura no país estão sendo feitos pela
iniciativa privada. “O Estado transferiu este papel,
mas ao mesmo tempo, não evoluiu na regulamenta-
ção destas contratações. Esta situação gera incerteza
jurídica e acaba impedindo a atração de novos inves-
timentos”, destaca Sérgio Faria.
A falta de regras claras é apontada como responsá-
vel pelo atraso logístico. “O governo muda constante-
mente as diretrizes no setor portuário, por exemplo.
Isso inibe a iniciativa privada e desestimula o investi-
dor estrangeiro diante da falta de clareza das regras”,
acrescenta Faria.
BahiaConsiderando este cenário pouco animador, a situa-
ção da Bahia é ainda mais delicada, na avaliação de
Marcos Galindo. “A Bahia está muito mal contempla-
da no Plano Integrado de Logística (PIL). A não ser
em logística portuária, cujos investimentos estão a
caminho de se concretizar, não vejo a Bahia bene-
ficiada com investimentos federais em logística e
transporte. A exceção é a obra do metrô, uma dívida
muito antiga, mas que é uma obra urbana”, lembra.
Em relação aos investimentos previstos, a Ferrovia
joão alvarEz/SIStEma FIEB/arqUIvo
20 Bahia Indústria
marCElo GaNDra/CoPErPHoto/SIStEma FIEBroBErto aBrEU/CoPErPHoto/SIStEma FIEB
de Integração Leste Oeste (Fiol) es-
tá praticamente parada, apesar de
ser um empreendimento com alto
potencial de alavancar novos in-
vestimentos. Galindo explica que
o Porto Sul precisa encontrar uma
fórmula que o viabilize para atrair
a iniciativa privada. O principal
avanço registrado no Estado é na
implantação dos parques eólicos,
uma política que ele considera
acertada, mas que está sendo via-
bilizada com investimento priva-
do. O entrave reside na execução
das linhas de transmissão, sob a
responsabilidade do setor público.
A consequência é perda da capa-
cidade do estado de atrair novos in-
vestimentos. “O investimento che-
ga, mas o empresário não encontra
na infraestrutura disponível meios
eficientes de escoar seus produtos e
receber matérias primas”, observa
Galindo. E acrescenta: “Por não co-
nhecermos o que deixou de ser in-
vestido, não percebemos o quanto
perdemos de oportunidades. Gran-
de quantidade de empresas deixa
de vir para cá porque na Bahia não
há energia, porto, rodovia e ferro-
via”, arremata o representante do
Coinfra.
Marcos Galindo lembra que o
estudo realizado pela CNI coloca
várias propostas para reverter o
atual cenário. “Reduzir as vincu-
lações do orçamento, em especial
os gastos obrigatórios, é uma das
propostas, mas ela não vai acon-
tecer da noite para o dia e vai de-
pender de uma mobilização por
parte do Congresso, população e
agentes econômicos. Se isso não
mudar, não vamos progredir na
infraestrutura”, defende.
O estudo também sugere conter
as despesas correntes, que cresce-
ram nos últimos os anos e que aca-
bam elevando acima da inflação
Peru 2014 11,00
Paraguai 2013 11,00
Índia 2014/2015 8,32
Portugal 2014 7,23
Colômbia 2014 4,44
Malásia 2014 3,20
Reino Unido 2014 2,86
México 2013 2,65
Estados Unidos* 2014 2,64
brasil** 2014 1,47
Fontes: Siafi; SIGA Brasil, Secretaria do Tesouro; BID, Banco Mundial.* Os investimentos de infraestrutura nos EUA são descentralizados. Todas as instâncias de governo gastaram 7,76% do orçamento agregado ou total. Relativamente ao Governo Federal,os estados (principalmente), condados e cidades dos EUA gastam substancialmente mais; em relação ao orçamento total de todos os entes da União, por ser um sistema federativo.Assim, o Governo Federal despende 1,66% do orçamento total ou agregado de todos os entes (2,64% em relação ao Orçamento Federal, conforme o Quadro 18, e os estados emunicípios, 6,1%).** A porcentagem é em relação ao somatório do Orçamento Federal e do Orçamento de Investimentos. Elaboração: Inter.B.
Investimento em infraestrutura do Governo Federal de cada país em relação ao Orçamento Federal(Em %, ano mais recente disponível)
país ano investimentos em infRaestRutuRa
setoR/peRíoDo 1971/1980 1981/1990 1991/2000 2001/2010 2011/2014 2011/2014
Transportes 2,03 1,48 0,63 0,63 0,89 -55,6%
Eletricidade 2,13 1,47 0,76 0,62 0,70 -67,1%
Telecomunicações 0,80 0,43 0,73 0,69 0,48 -38,8%
Saneamento 0,46 0,24 0,15 0,18 0,19 -58,7%
Total 5,42 3,62 2,27 2,12 2,26 -57,8%
Pinheiro e Giambiagi (2012), Frischtak (2011) e Inter.B (2014)
Investimentos em infraestrutura por setor (% do PIB)
Marcos galindo, do Coinfra, e Sérgio Faria, do Conselho de Portos, avaliaram o estudo
os gastos correntes. Outro ponto
negativo e que precisa ser corri-
gido, de acordo com o estudo, é a
revisão da política de incentivos
fiscais. “O governo investe em um
conjunto de incentivos e desone-
rações que beneficiam alguns se-
tores, mas deixa de arrecadar bi-
lhões que poderiam ser investidos
em infraestrutura e gerar riqueza
para melhorar a economia”, acres-
centa Galindo. O coordenador do
Coinfra reitera que o poder público
precisa adotar mais racionalidade
nos gastos e combater o desperdí-
cio. “A iniciativa privada faz isso o
tempo todo porque é a saída para
a sobrevivência. Já o poder públi-
co está sempre emitindo moeda,
aumentando a carga tributária.
Fica um nível de conforto do gasto
público que não dá mais para sus-
tentar”, acrescenta. [bi]
Bahia Indústria 21
conselhos
Com o objetivo de promover a melhoria da
competitividade das empresas industriais baianas,
contribuindo para o desenvolvimento econômico e
social do estado, o Programa de Investimento e
Inovação na Indústria da Bahia foi apresentado na
Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB),
em janeiro, durante reunião do Conselho de
Inovação e Tecnologia (Citec).
Participaram do encontro o secretário de Ciência,
Tecnologia e Inovação, Manoel Mendonça, o
superintendente de Inovação, Thomas Buck, a
diretora de Inovação e Competitividade, Mara Souza,
e a assessora técnica de Inovação e Competitividade,
Leila Bastos, todos da Secti.
O programa foi trabalhado ao longo de 2015 pela
Secretaria e contou com a colaboração de
instituições baianas ligadas à inovação, a exemplo
do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/BA), Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb),
Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) e
Agência de Fomento do Estado da Bahia
(Desenbahia). A previsão é que o Programa de
Investimento e Inovação na Indústria da Bahia seja
lançado em abril deste ano.
programa de investimento e inovação é apresentado na Fieb
Secretário
de Ciência,
Tecnologia
e Inovação,
Manoel
Mendonça
valtEr PoNtES/CoPErPHoto/SIStEma FIEB
Sancionado novo marco legal da Ciência, Tecnologia e InovaçãoO Conselho de Inovação e Tecnologia da FIEB
(Citec) acompanha e participa com sugestões do
novo marco legal da Ciência, Tecnologia e
Inovação, que foi sancionado no dia 11 de
janeiro de 2016 pela presidenta Dilma Rousseff,
com vetos parciais. O Projeto de Lei da Câmara
(PLC) 77/2015, aprovado pelo Senado Federal em
9 de dezembro de 2015, estabelece o novo marco
legal da Ciência, Tecnologia e Inovação que
dispõe sobre estímulos ao desenvolvimento
científico, à pesquisa, à capacitação científica e
tecnológica e à inovação.
Desafios e perspectivas do Comércio Exterior são discutidosUma alternativa para driblar o atual cenário
econômico, a internacionalização, por meio
da exportação, será tema de evento promovido
pela Federação das Indústrias do Estado da
Bahia (FIEB), através do Conselho de
Comércio Exterior (Comex) e do Centro
Internacional de Negócios (CIN/FIEB), em
parceria com o Corpo Consular na Bahia e
com a Comissão de Comércio Exterior e de
Relações Internacionais da Associação
Comercial da Bahia (ACB). A iniciativa, que
acontecerá no dia 5 de abril, vai discutir os
desafios e perspectivas do comércio exterior.
IEL e CJLI lançam curso de gestão de Negócios para empresáriosCapacitação empresarial e excelência na gestão
posicionam-se como ferramentas
indispensáveis ao crescimento e à
competitividade da Indústria. Pensando nisso,
o IEL e o Conselho de Jovens Lideranças
Industriais (CJLI), em parceria com a Fundação
Dom Cabral, trazem à Bahia o curso Gestão de
Negócios, cujas aulas devem iniciar-se em
2016. Com abordagem prática e conteúdo
exclusivo, o programa é destinado a jovens
empresários e executivos com experiência de
mercado. Mais informações pelo e-mail
22 Bahia Indústria
por maRta eRhaRDt
Com a desvalorização do Real frente ao dólar
e a retração da demanda interna, exportar é
um dos caminhos buscados pelas indústrias
para enfrentar o atual cenário econômico
brasileiro. Pesquisa divulgada em dezembro pela
Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta
esta tendência. O levantamento mostra que 57% das
indústrias que exportaram no último ano pretendem
elevar as vendas para o exterior nos próximos 12 me-
ses. Entre as que pretendem exportar, 42% acreditam
que as exportações vão aumentar a participação em
seu faturamento bruto. Outras 45% esperam estabili-
dade, e 12%, queda. A CNI ouviu 2.344 empresas en-
tre 1º e 13 de julho de 2015.
Para auxiliar as empresas baianas neste cami-
nho, o Centro Internacional de Negócios da Federa-
ção das Indústrias do Estado da Bahia (CIN/FIEB)
desenvolve, desde 2012, o Programa de Competiti-
De olho no meRcaDo exteRnoEmpresas baianas contam com apoio do Centro Internacional de Negócios da FIEB
vidade para Internacionalização
(PCI), que visa preparar as em-
presas baianas para que tenham
condições de competir no mer-
cado internacional e no mercado
interno, também disputado por
empresas estrangeiras.
Realizado em parceria com
entidades do Sistema FIEB, insti-
tuições brasileiras (CNI, Sebrae,
Apex – Brasil, entre outros) e in-
ternacionais, o programa conta,
atualmente, com 430 empresas em
atendimento. Em 2015, o PCI rea-
lizou cerca de 200 atendimentos,
entre ações de análise do perfil
empresarial (elaboração, execu-
ção e monitoramento do Plano de
aNGElo PoNtES/CoPErPHoto/SIStEma FIEB
Ação Individual), serviços de inte-
ligência comercial, capacitações e
promoção comercial.
“Apoiamos as empresas na
avaliação das necessidades que
elas têm para vencer barreiras
do mercado internacional, o que
envolve, por exemplo, desenvol-
vimento de produto, melhoria de
gestão, formatação de preço e de-
finição de mercado”, explica a ge-
rente do CIN, Patrícia Orrico, que
lembra, ainda, que as empresas
interessadas no mercado exterior
precisam investir continuamen-
te, melhorando seus produtos e
adequando-os ao mercado que
almejam.
Cerca de 150 empresários e
representantes de empresas par-
ticiparam das capacitações pro-
movidas pelo CIN em 2015. Os
cursos abordaram as temáticas:
Planejamento Estratégico para
Exportação, Exportação Passo a
Passo, Preparação para o PITCH,
Formação do Preço para Exporta-
ção e Tributos, Marketing Inter-
nacional, Negociação Internacio-
Bahia Indústria 23
nal e Importação e exportação de
serviços.
Participante do programa, a
BMD Têxteis já tem experiência no
mercado internacional. A empre-
sa começou a exportar em 2010,
mas passou a sofrer concorrên-
cia dos tecidos chineses e viu a
demanda por tecido cru cair. De
olho em novos mercados, a em-
presa desenvolveu novos produ-
tos, como telas para a construção
civil e agronegócio, e tem buscado
apoio, especialmente na área de
promoção comercial. “Queremos
que o processo de exportação seja
contínuo”, ressalta a analista de
comércio exterior da BMD Têxteis,
Elizabeth Santana.
pRomoção comeRcialEntre as ações de promoção co-
mercial, destacam-se as rodadas
de negócios. A última, a Rodada
de Negócios Brasil Trade, foi rea-
lizada em outubro, em parceria
com a Agência Brasileira de Pro-
moção de Exportações e Investi-
mentos (Apex-Brasil) e o Instituto
Euvaldo Lodi (IEL/BA). Empresas
baianas, comerciais exportadoras
e empresas compradoras da Bolí-
via, Colômbia e Uruguai participa-
ram do evento, que movimentou
US$ 3,2 milhões, segundo dados
da Apex-Brasil, que estimou, ain-
da, a geração de US$ 4,8 milhões
em negócios futuros a partir dos
130 atendimentos realizados du-
rante o evento.
Ainda nesta linha de atuação, o
CIN organizou, em parceria com a
Rede CIN, da CNI, missões empre-
sariais prospectivas e comerciais,
no Brasil e no exterior. Sindicatos
filiados à FIEB participaram de
eventos fora do país, a exemplo
do Sindicato das Indústrias de
Tabaco no Estado da Bahia (Sin-
ditabaco-BA), que esteve presente
pela segunda vez na InterTabac,
em Dortmund, na Alemanha, e do
Sindicato das Indústrias de Laticí-
nios e Produtos Derivados do Leite
do Estado da Bahia (Sindileite-
-BA), que levou laticinistas baia-
nos à Alemanha para participar
da Feira Anuga, considerada um
Visitas
técnicas e
capacitações
são iniciativas
para apoiar as
empresas
dos eventos mais importantes do
setor de alimentos e bebidas.
atRação De investimentosA gerente do CIN também destaca
as ações de atração de investimen-
tos, como a missão Governamen-
tal / Empresarial da Bahia à Itália,
realizada pelo governo do estado e
FIEB que teve, entre os objetivos,
a prospecção de oportunidades de
negócios, de acordos de coopera-
ção empresarial e institucional e
o conhecimento de novas tecnolo-
gias e práticas de inovação.
Também com foco na atração de
investimentos, o CIN organiza mis-
sões receptivas, a exemplo da rea-
lizada em janeiro para a empresa
italiana LITEK, reconhecida como
pioneira na produção de lâmpa-
das utilizando a tecnologia de LED
e que pretende investir no Brasil.
A programação incluiu encontro
com representantes da Secretaria
de Desenvolvimento Econômico da
Bahia, workshop com potenciais
parceiros e visita técnica às insta-
lações do SENAI Cimatec. [bi]
HarolDo aBraNtES/CoPErPHoto/SIStEma FIEB
24 Bahia Indústria
por marta erhardt
Novas ações do PDArealizado em parceria com a CNI, o Programa de Desenvolvimento associativo terá rodada de Negócios e curso sobre eSocial para empresários
Com foco no fortalecimento da representação
sindical empresarial e o estímulo ao associa-
tivismo, o Programa de Desenvolvimento As-
sociativo (PDA) terá novidades em 2016. Entre
elas está a Rodada Sindical - Avança Indústria, pro-
jeto inovador da Confederação Nacional da Indústria
(CNI) com a Federação das Indústrias do Estado da
Bahia (FIEB), que será realizada em março, em Sal-
vador, com apoio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-BA).
Trata-se de uma rodada de negócios – metodologia
em que o IEL tem expertise – envolvendo empresas
associadas e não associadas e as entidades do Siste-
ma FIEB, além de parceiros como Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e
Bahia Indústria 25
aNGEl
o P
oNtE
S/C
oPEr
PHo
to/S
IStE
ma F
IEB tante demandadas pelo público e abordam assuntos
de interesse da indústria, a exemplo dos temas Como
evitar problemas trabalhistas? e Como prevenir pro-
blemas ambientais?. Em 2015, sindicatos patronais
firmaram parceria com a FIEB para realizar essas
capacitações no interior do estado e a expectativa é
avançar com essas ações em 2016.
Outra novidade é o Modelo de Atuação Articulada,
iniciativa da Gerência de Desenvolvimento Associati-
vo e da Unidade de Relações Com o Mercado (UniMer-
cado) do Sistema Indústria, que será testada como
piloto na Bahia e no Paraná. A ideia é otimizar os
esforços dos sindicatos e dos agentes de mercado do
SESI, SENAI e IEL, que lidam com o mesmo público:
os empresários. “A expectativa é que, a partir dessa
parceria entre agentes de mercados e sindicatos, a
gente consiga ampliar o associativismo, fortalecer o
papel dos sindicatos como articuladores de deman-
das e ampliar o acesso das empresas associadas e
não associadas aos serviços oferecidos pelo Sistema
FIEB”, esclarece Manuela Martinez, destacando que
o projeto ocorrerá durante todo o ano e vai contar com
consultoria da CNI.
Já no eixo de atuação Avança Sindicato, que tem
foco no fortalecimento da gestão dos sindicatos pa-
tronais da indústria, a novidade para 2016 é o Bate-
-Papo Sindical, que vai trazer para Salvador um pre-
sidente de sindicato de outro estado para apresentar
sua experiência de gestão. “Vamos proporcionar um
momento para que os presidentes e executivos dos
sindicatos possam discutir defesa de interesses e bo-
as práticas de gestão”, ressalta a gerente de Relações
Sindicais da FIEB. [bi]
Curso piloto
sobre eSocial
foi realizado
em Salvador
instituições bancárias. O evento vai abordar temas
como acesso ao crédito, tecnologia e inovação, gestão
empresarial e acesso a mercado, saúde e segurança
no trabalho e gestão ambiental.
“Consultores do IEL vão visitar as empresas ins-
critas para mapear as necessidades das mesmas e
agendar, em uma tarde, encontros de negócios com
representantes das instituições que ofertam as solu-
ções mais adequadas”, explica a gerente de Relações
Sindicais da FIEB, Manuela Martinez, que estima cer-
ca de 200 atendimentos durante o evento. As empre-
sas participantes também serão informadas sobre os
benefícios oferecidos às associadas dos 44 sindicatos
filiados à FIEB.
Uma iniciativa da CNI, em parceria com as Fe-
derações da Indústria, o PDA é dividido em duas
linhas de atuação: Avança Sindicato e Associa In-
dústria. O estímulo à ação empresarial coletiva, por
meio do Sistema de Representação da Indústria, é o
foco do Associa Indústria, fruto de uma parceria en-
tre CNI e Sebrae.
novo cuRsoEntre as ações desta vertente, um novo curso será in-
cluído no portfólio de capacitações voltadas a empre-
sários. A capacitação Como fazer gestão de SST na era
do eSocial? vai abordar as exigências do novo sistema
e seus impactos na gestão de Segurança e Saúde no
Trabalho (SST). Em dezembro, a capital baiana sediou
uma turma piloto do curso, desenvolvido em conjun-
to pela Gerência de Desenvolvimento Associativo e a
Gerência-Executiva de Relações do Trabalho da CNI.
As capacitações voltadas aos empresários são bas-
200atendimentos é a expectativa da rodada Sindical – avança Indústria, que será realizada em março em Salvador
26 Bahia Indústria
UrBINo BrIto/CoPErPHoto/SIStEma FIEB
Luiz Antônio,
Fernando
Ronney, sócios
da Satellite
Topografia
Com expertise na área de levantamentos topo-
gráficos, Luiz Antônio dos Santos, Ronney Vala-
miel e Fernando dos Santos fundaram a empre-
sa Satelitte Topografia, no município de Eunápolis,
no extremo-sul da Bahia. Um ano depois, os sócios
sentiram necessidade de aprimorar os conhecimen-
tos em gestão empresarial e participaram de cursos
e capacitações na área. O resultado deste investi-
mento tem sido reconhecido em diversas premiações
conquistadas pela empresa, a exemplo do Prêmio de
Competitividade para Micro e Pequenas Empresas
(MPE Brasil), em dezembro.
A premiação, realizada pelo Sebrae, com apoio
institucional da FIEB, reconhece micro e pequenas
empresas que promovem o aumento da qualidade, da
produtividade e da competitividade, pela dissemina-
ção de conceitos e práticas de gestão. Agora, a Satelli-
te concorre à etapa nacional.
“O prêmio veio coroar um esforço que a gente já faz
ao longo desses anos, buscando a melhoria contínua
dos nossos serviços”, comemora o diretor comercial
da empresa, Luiz Antônio dos Santos.
Esse esforço teve início cerca de um ano após a
Gestão premiada Participante do Programa de qualificação de Fornecedores, empresa Satellite topografia se destaca com premiações na área de gestão
fundação da empresa. “A gente conseguia produ-
zir, mas os resultados não apareciam porque não
tínhamos planejamento, controle”, recorda o diretor-
-financeiro Ronney Valamiel. Na época, os diretores
identificaram a oportunidade de alcançar novos mer-
cados e buscaram soluções para melhoria da gestão
empresarial.
capacitaçãoHá 14 anos no mercado, a empresa participa, desde
2009, do Programa de Qualificação de Fornecedo-
res (PQF), desenvolvido pelo Instituto Euvaldo Lodi
(IEL/BA) com o objetivo fortalecer a cadeia produtiva
e promover o desenvolvimento local, com a capacita-
ção de empresas para atender às exigências de gran-
des empreendimentos implantados na Bahia.
A Satellite Topografia participou dos três ciclos do
programa – realizados em parceria com a Veracel –
e atingiu o certificado Diamante, concedido àquelas
que atendem 100% dos critérios avaliados, que estão
embasados em normas internacionais de qualidade,
englobando áreas como Gestão Empresarial, Segu-
rança e Saúde no Trabalho (SST), Responsabilidade
Social e Gestão da Qualidade.
“A empresa evoluiu na implementação de proces-
sos para desenvolvimento do seu modelo de gestão. O
compromisso dos gestores é um diferencial que con-
tribui bastante para este desenvolvimento. Perceber
que o PQF foi uma base de apoio para que a empresa
alcançasse esse reconhecimento é muito gratifican-
te”, ressalta a gerente do IEL Regional Sul e Extremo-
Sul, Fernanda Moreira.
De acordo com os sócios, a partir dos treinamentos
e consultorias foram implementadas melhorias como
uma atuação mais focada na área de SST, com reu-
niões mensais voltadas para a prevenção de aciden-
tes e a adoção da ginástica laboral. Também foram
adotadas ferramentas de publicidade e divulgação. A
empresa aprimorou, ainda, a atuação em Responsa-
bilidade Social e atualmente desenvolve um projeto
social que beneficia o Recanto dos Idosos, situado no
município de Eunápolis. [bi]
Bahia Indústria 27
Magda
Chambriard
destacou o
potencial que o
SENAI Cimatec
oferece à
inovação e à
tecnologia
No dia 15 de fevereiro, a Facul-
dade de Tecnologia SENAI
Cimatec recebeu a diretora-
-geral da Agência Nacional do Pe-
tróleo, Gás Natural e Biocombus-
tíveis (ANP), Magda Chambriard,
para ministrar a aula magna de
2016 da instituição. O evento mar-
cou o início do ano letivo dos alu-
nos dos cursos de nível superior
oferecidos na unidade mais avan-
çada do SENAI no Brasil.
“É nítido o progresso e a tecno-
logia que a instituição está entre-
gando e uma oportunidade que vo-
cês estão tendo de começar a estu-
dar numa instituição como essa só
pode resultar na cobrança de uma
postura para o desenvolvimento
de um país melhor, na cobrança de
um resultado que é a construção do
nosso país, com muita tecnologia,
dedicação, empenho e planeja-
mento”, disse Magda Chambriard
aos estudantes.
Presente ao evento, o chefe de
gabinete da Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Inovação do Estado
da Bahia (Secti), Roberto Dantas
de Pinho, destacou que “o SENAI
Cimatec representa um espaço
físico e conceitual de interação
entre CTI, onde empresas, aca-
demia, estudantes, professores,
engenheiros e técnicos podem tra-
balhar em conjunto para a solução
de problemas, para o desenvolvi-
mento da inovação e para o pro-
gresso do país”.
O Cimatec desenvolve proje-
tos em conjunto com agências
de fomento à pesquisa, fundos
Educação de pontaDiretora-geral da aNP, magda Chambriard, ministra aula magna da Faculdade SENaI Cimatec e destaca qualidade da instituição
setoriais do Ministério de Ciência
e Tecnologia, a Financiadora de
Estudos e Projetos (Finep), entre
outros órgãos, em parceria com
empresas e organizações com for-
te base tecnológica. Há também
cooperação ativa em pesquisas
com universidades e intercâm-
bios para transferência de tecno-
logia com institutos de pesquisa
renomados mundialmente.
O diretor de Tecnologia e Ino-
vação do SENAI Cimatec, Leone
Peter Andrade, destaca a estru-
tura laboratorial ímpar em âm-
bito nacional de que dispõe a
instituição, sobretudo em áreas
específicas e acrescenta: “Temos
outro enorme diferencial que é
o fato de o nosso corpo docente
estar envolvido em consultorias
e projetos voltados à indústria. A
nossa pós-graduação, seja Lato
ou Stricto Sensu, contribui inten-
samente com as oportunidades
de pesquisa e iniciação científica.
Vamos fazer o melhor para conti-
nuar sendo a melhor instituição
de ensino superior de Engenharia
do Norte/Nordeste”, afirma. [bi]
valtEr PoNtES/CoPErPHoto/SIStEma FIEB
28 Bahia Indústria
JAN
JUL
FEV
MA
R
AB
R
MA
I
JUN
AG
O
SET
OU
T
NO
V
DEZ
Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)
115
110
105
100
95
90
85
80
75
70
2014
2013
2015
Bahia - Produção Física da indústria de Transformação (2013-2015)
inDicaDoRes Números da Indústria
PRODUçãO INDUSTRIAL MANTéM TENDêNCIA à DESACELERAçãOBalanço revela que a produção física da indústria da Bahia registrou queda de 7% em 2015
A produção física da Indús-
tria de Transformação da
Bahia encerrou o ano de
2015 com queda de 7%,
repetindo o resultado negativo re-
gistrado em 2014 (-3,1%). Apesar
da piora, a Bahia manteve-se no
6º lugar no ranking dos 14 esta-
dos que participam da PIM PF-R,
do qual apenas Mato Grosso e Es-
pírito Santo apresentaram resul-
tados positivos (4,7% e 1,4%, res-
pectivamente). Os outros estados
registraram resultados negativos:
Amazonas (-17,7%), Rio Grande
do Sul (-11,8%), Rio de Janeiro
(-11,2%), São Paulo (-11%), Minas
Gerais (-10,1%), Ceará (-9,7%),
Paraná (-9,6%), Santa Catarina
(-7,9%), Pará (-3,6%), Pernambuco
(-3,5%) e Goiás (-2,3%).
Na Bahia, dois dos onze seg-
Transformação baiana apresentou
queda de 5,7%. Apenas três dos on-
ze segmentos industriais da Bahia
apresentaram resultados positivos:
Celulose e papel (12,3%), Metalur-
gia (8%) e Bebidas (0,6%).
queDaApresentaram resultados negati-
vos: Equipamentos de Informá-
tica (-58,6%, menor produção de
computadores pessoais de mesa,
peças e acessórios para máqui-
nas para processamento de da-
dos e suas unidades periféricas e
computadores pessoais portáteis
– laptops, notebook, handhelds,
tablets e semelhantes), Veículos
automotores (-23,5%, menor fabri-
cação de automóveis), Couro e Cal-
çados (-18,9%, menor produção de
tênis de material sintético, calça-
mentos pesquisados registraram crescimento: Veí-
culos automotores (6,5%, maior produção de painéis
para instrumentos de veículos automotores e de au-
tomóveis), Celulose e papel (2,1%). Apresentaram
resultados negativos: Equipamentos de Informática
(-54,9%, menor fabricação de computadores pes-
soais de mesa – PC desktops), Refino de petróleo e
biocombustíveis (-13,3%, menor produção de óleos
combustíveis, óleo diesel, naftas para petroquímica
e gasolina automotiva), Metalurgia (-11,8%, menor
fabricação de barras, perfis e vergalhões de cobre e
de ligas de cobre, lingotes, blocos e placas de aços
ao carbono, vergalhões de aços ao carbono, ferrocro-
mo e fio-máquina de aços ao carbono), Minerais não
metálicos (-10,7%), Produtos químicos (-4,8%, menor
fabricação de polietileno de alta densidade (PEAD),
policloreto de vinila (PVC), amoníaco e princípios
ativos para herbicidas), Bebidas (-4,2%), Alimentos
(-2,2%), Borracha e plástico (-0,5%) e Couro e Calça-
dos (-0,5%).
Na comparação de dezembro de 2015 com igual
mês do ano anterior, a produção física da Indústria de
Bahia Indústria 29
dos de couro femininos e couros e peles de bovinos
curtidos ao cromo), Minerais não metálicos (-12,5%,
redução na fabricação de ladrilhos, placas e azulejos
de cerâmica para pavimentação ou revestimento, ar-
gamassas e massa de concreto preparada para cons-
trução), Produtos químicos (-7%, menor fabricação
de amoníaco, etileno não-saturado, polietileno de
alta densidade (PEAD), ureia, adubos ou fertilizantes
com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) e princípios
ativos para herbicidas), Borracha e plástico (-6,9%,
menor produção de pneus novos de borracha para
ônibus, caminhões e automóveis e sacos, sacolas e
bolsas de plástico), Refino de petróleo e biocombus-
tíveis (-4,2%, queda na produção de óleos combustí-
veis e naftas para petroquímica) e Alimentos (-2%).
conjuntuRaO setor industrial (brasileiro e baiano) teve um ano
de muita dificuldade, refletindo, sobretudo, uma
conjuntura doméstica de crise, o que acarretou nu-
ma retração econômica grave. Do ponto de vista es-
tadual, o desempenho do ano é reflexo de resultados
negativos de quase todos os segmentos, mas com
influência forte do refino de petróleo e biocombustí-
veis, metalurgia e minerais não metálicos. Por outro
lado, destacamos os resultados positivos dos seto-
res de Veículos automotores e Celulose (voltados à
exportação).
Quanto às perspectivas para 2016, há poucos ele-
mentos que indiquem uma recuperação da indústria
nacional. A estimativa de mercado é de queda da ati-
vidade industrial este ano (-4%), e de modesto cres-
bahia: pim-pf de Outubro 2015
Indústria de Transformação -5,7 -7,0 -7,0
refino de petróleo e biocombustíveis -4,2 -13,3 -13,3
produtos químicos -7,0 -4,8 -4,8
Veículos automotores -23,5 6,5 6,5
alimentos -2,0 -2,2 -2,2
celulose e papel 12,3 2,1 2,1
borracha e plástico -6,9 -0,5 -0,5
metalurgia 8,0 -11,8 -11,8
couro e calçados -18,9 -0,5 -0,5
minerais não metálicos -12,5 -10,7 -10,7
equipamentos de informática -58,6 -54,9 -54,9
bebidas 0,6 -4,2 -4,2
Extrativa Mineral -11,0 -6,5 -6,5
varIação (%)
SETORES DEz15/DEz14 JAN-DEz15/ JAN-DEz15/ JAN-DEz14 JAN-DEz14
Fonte IBGe; elaboração Fieb/SdI
cimento só em 2017 (+1,5%), de acordo com informa-
ções do Banco Central (relatório Focus).
Alguns indicadores ilustram as dificuldades en-
frentadas pela economia nacional: (i) inflação eleva-
da (o IPCA acumulou alta de 10,67% em 2015, contra
um teto de meta de inflação de 6,5% para o ano), em
janeiro esse índice foi de 1,27%, acumulando em 12
meses 10,71%; (ii) constante elevação da taxa de ju-
ros, com a Selic já alcançando 14,25%; e (iii) cresci-
mento do desemprego – segundo a PME (Pesquisa
Mensal de Emprego – IBGE), em dezembro de 2015,
a taxa de desemprego foi de 6,9%, contra 4,3% no
mesmo mês do ano anterior, para o conjunto de seis
regiões metropolitanas investigadas. [bi]
30 Bahia Indústria
painel
Prefeito de águeda, Portugal, visita FIEbO presidente da FIEB, Ricardo Alban, recebeu, dia 04.02, na sede da
entidade, o presidente da Câmara Municipal da cidade portuguesa de
Águeda, Gil Nadais. O gestor, cujo cargo equivale ao de prefeito, falou
sobre o uso de tecnologia para a eficiência da gestão pública e mostrou
interesse em firmar parcerias com o SENAI para o desenvolvimento de
soluções inovadoras. A visita de Nadais foi acompanhada pelo
representante da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, Alexandre
Araújo, do diretor do SENAI-BA, Luís Breda Mascarenhas, do
superintendente de Desenvolvimento Industrial da FIEB, Marcus
Verhine, e da gerente do CIN, Patricia Orrico.
aNGElo PoNtES/CoPErPHoto/SIStEma FIEB
aNGElo PoNtES/CoPErPHoto/SIStEma FIEB
Ricardo Alban (E) durante encontro com gil Nadais
Formandos receberam certificado de conclusão de curso no SESI Piatã
EJA EAD forma nova turmaEm solenidade realizada em 15 de dezembro, no SESI Piatã, 81
trabalhadores das empresas MRV Engenharia, Incenor, Solven, M.
Dias Branco, Nordeste Pinturas e Revestimento, IBPC Pré-moldados
de Concreto, Novabrink, Lakeland e Ortobom, além de pessoas da
comunidade, receberam o certificado de conclusão do Ensino Médio
pelo programa Educação de Jovens e Adultos a Distância. O programa
do SESI é o único a oferecer este curso na modalidade EAD. O evento
contou com a presença do superintendente do SESI, Armando Neto.
FIEb, Fecomércio e FAEb condenam aumento de juros do FNEA FIEB, a Fecomércio e a FAEB divulgaram, em
janeiro, nota pública, nos principais veículos de
comunicação do Estado, na qual se manifestaram
contra a elevação, de 8,24% para 14,12%, dos juros
do Fundo Constitucional de Financiamento do
Nordeste (FNE) para operações não rurais de micro,
pequenas e médias empresas. O aumento foi
autorizado, no final de 2015, pelo Conselho
Monetário Nacional, por meio da Resolução 4.452,
passando a vigorar a partir de janeiro de 2016.
De acordo com a nota publicada, ao elevar os juros
do FNE, em percentual superior a 71%, o governo
prejudica os Estados do Nordeste, agravando as
disparidades inter-regionais.
Presidente integra Conselho de Desenvolvimento Econômico e SocialO presidente da FIEB, Ricardo Alban, é um dos oito
representantes da Bahia entre os 92 integrantes do
Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social,
reativado em janeiro pela presidente Dilma Rousseff.
Além do presidente da Federação, integram o
conselho, representando a iniciativa privada da
Bahia, o diretor-presidente da Braskem, Carlos
Fadigas e o presidente da Confederação Nacional da
Agricultura, João Martins. O conselho tem 47
empresários e 45 representantes da sociedade civil e
das centrais sindicais.
Projeto de educação ambiental Ford tem recorde de inscritosCom a participação de 40 escolas, 1.294
alunos e 122 educadores, a Ford promoveu
evento de encerramento da edição 2015 do
Programa de Educação Ambiental, no Teatro
a Cidade do Saber, dia 1º de fevereiro. O
evento contou com a presença de diretores e
professores da rede pública de ensino local e
representantes da Ford, da Secretaria
Municipal de Educação e do SESI, que é o
executor do projeto. Parte das ações de
Responsabilidade Social da Ford, na Bahia, a
iniciativa teve este ano o maior número de
participantes desde o início da ação, em 2013.
Bahia Indústria 31
jEFFErSoN PEIxoto/CoPErPHoto/SIStEma FIEB
O SIStema FIeB apOIOu a expOSIçãO Da VIncI • A mostra
esteve em cartaz no Salvador Shopping entre os meses de novembro
de 2015 e janeiro de 2016. Alunos do SESI e do SENAI tiveram a
oportunidade de conhecer as 60 obras do artista renascentista
Leonardo Da Vinci que integraram a exposição.
tHaIS NUNES/CoPErPHoto/SIStEma FIEB
Ação teve espaço para lazer e atendimentos de saúde
Veracel e SESI promoveram evento para industriário em Porto SeguroA unidade do Serviço Social da Indústria (SESI), no sul do estado,
participou, no final do ano, de evento realizado pela Indústria Veracel,
levando o Circuito de Saúde que realizou exames de Índice de Massa
Corporal (IMC) e de relação cintura/quadril (RCQ) atendimento em
massoterapia. Foi também uma oportunidade para divulgar os serviços
prestados pelo SESI na região em Qualidade de Vida e Educação, além
de apresentar os serviços do SESI Valença, que é clube de lazer onde o
trabalhador da indústria pode ficar hospedado e participar de
atividades esportivas e de ecoturismo em Valença. Cerca de 1500
trabalhadores da indústria participaram das atividades que
aconteceram no Centro Cultural de Eventos do Descobrimento.
Apresentado Atlas Solarimétrico da bahia desenvolvido pelo SENAI Fruto de um convênio assinado entre a Secti, a
Seinfra e o Senai Cimatec, o projeto do Atlas
Solarimétrico foi apresentado no dia 28.01, no
Auditório do Tecnocentro Bautista Vidal. Com
investimento de mais de R$1 milhão, o atlas tem o
objetivo de fomentar o desenvolvimento de
competência científica e tecnológica na área de
energia solar, além do mapeamento de escala
detalhado, bem como atrair investimentos.
Estudantes premiados Concurso Jovem JornalistaCom o artigo Empoderamento do cabelo crespo,
Carina Santana Pimentel, 16, aluna da Escola
Djalma Pessoa, ficou em 1º lugar em premiação
promovida pelo jornal A Tarde. Laryssa Santos de
Gouveia, 12, do SESI Candeias, ficou em 6º lugar,
abordando as diferenças raciais em uma vídeo-
reportagem. Yasmin
Silva Gonzaga, 9, da
Escola Bernardo Martins
Catharino, do SESI
Itapagipe, ficou em 3º
lugar com sua tirinha
que abordou os
desastres da natureza,
com a historinha de mãe
e filha que perderam a casa em uma enchente. A
gerente de Educação do SESI Bahia, Cléssia Lobo,
parabenizou os alunos do SESI pela conquista.
FIEb mobiliza empresários para discutir o Novo Código de MineraçãoEm reunião realizada na FIEB, dia 06.01, deputados
estaduais, representantes da Federação e
empresários do segmento de Mineração da Bahia
discutiram o Substitutivo do Projeto de Lei (PL 37/11)
que dispõe sobre o novo Código de Mineração. A
proposta do deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG)
está em discussão na Câmara dos Deputados,
devendo ser analisada também no Senado Federal. A
previsão é que o texto seja votado ainda no início
deste ano. As principais novidades do Substitutivo
são os aspectos com foco na prevenção de acidentes,
seguro ambiental, gestão de resíduos sólidos e
recuperação ambiental.
32 Bahia Indústria
Convênio ICMS 93/2015 penaliza optantes do Simples Nacional
jurídico
No dia 29 de janeiro deste ano, o
Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) ingres-
sou com a Ação Direta de Incons-
titucionalidade nº 5464 junto ao
Supremo Tribunal Federal, objeti-
vando a declaração de inconstitu-
cionalidade da Cláusula Nona do
Convênio ICMS 93/2015 do Confaz,
a qual assegura que as disposi-
ções do Convênio aplicam-se aos
contribuintes optantes do Simples
Nacional, instituído pela Lei Com-
plementar nº 123/06, em relação
ao imposto devido à unidade fede-
rada de destino.
Para a OAB, o dispositivo viola
expressamente as disposições da
LC 123/06, vez que esta não prevê
a incidência de Imposto sobre Cir-
culação de Mercadorias e Serviço
(ICMS) sobre cada operação, mas,
sim, sobre um único fato gerador,
apurado ao final de cada mês,
gerando, deste modo, aumento
do custo operacional dos contri-
buintes, além de desrespeitar di-
versos artigos da CF/88, os quais
garantem tratamento tributário
diferenciado às micro e pequenas
empresas.
Ademais, assegura que o Con-
faz, ao editar o Convênio, modi-
ficou significativamente a siste-
mática de recolhimento do ICMS,
violando o seu poder regulamen-
tar. Qualquer alteração deveria se
dar mediante alteração da LC nº
123/06, em respeito ao princípio
da legalidade.
Assim, a partir de 1º/1/2016, da-
Lei Estadual aumenta alíquota do ICMS na bahiaFoi publicada, em 11 de
janeiro de 2015, a Lei nº
13.461 que alterou legislação
tributária estadual,
especialmente a Lei do
ICMS/BA (Lei nº 7.014/1996).
Dentre as novidades estão o
aumento da alíquota do
imposto de 17% para 18%,
redução de multas e o
acréscimo de 2% destinados
ao Fundo Estadual de
Combate e Erradicação da
Pobreza nas operações com
cosméticos, isotônicos,
energéticos e refrigerantes,
entre outros. Nas operações
com cigarros, cigarrilhas,
charutos e fumos
industrializados, além do
acréscimo de 2% destinados
ao referido Fundo, a alíquota
do imposto passou de 25%
para 28%, totalizando,
portanto, um aumento de 5%.
Lei baiana cria nova taxa estadual no âmbito da Sudic e CISFoi publicada, em 11 de
dezembro de 2015, a Lei nº
13.462, que alterou a Lei
Estadual que trata das taxas
no âmbito do Poder Executivo
(Lei nº 11.631/2009), para
criar a Taxa mensal no
âmbito da Superintendência
de Desenvolvimento
Industrial e Comercial -
SUDIC e do Centro Industrial
do Subaé – CIS e o Fundo
Estadual de Manutenção das
Áreas Industriais da SUDIC
– Funedic.
Tácio Chehab Ribeiro integra a gerência Jurídica da FIeB
ta em que o Convênio entrou em
vigor, as empresas que vendem
para consumidor final de outro es-
tado terão novas obrigações aces-
sórias a cumprir, devendo passar
a calcular o ICMS devido conside-
rando as alíquotas do estado de
destino, interestadual e do estado
de origem.
Como se não bastassem as obri-
gações acessórias já cumpridas no
estado de origem, os contribuintes
passarão a se relacionar com todos
os estados para os quais remetam
bens e serviços a consumidores
finais não contribuintes, arcando
com o ônus do cumprimento das
obrigações principal e acessórias
definidas, também, por cada um
desses estados.
O Convênio ocasionou um des-
proporcional aumento de custo
operacional aos contribuintes, es-
pecialmente os pequenos, indo na
contramão das medidas de redu-
ção de custos para o empresariado
nacional ante o cenário econômi-
co desfavorável.
Atualmente, os efeitos da
Cláusula Nona do Convênio en-
contram-se suspensos em razão
do deferimento pelo Ministro Re-
lator, no último dia 17 de feverei-
ro, da medida liminar formulada
pela OAB.
Outras entidades representati-
vas, a exemplo da Confederação
Nacional das Indústrias – CNI e
do Comércio – CNC, também estu-
dam o manejo de medidas contra
o Convênio.
por tácio chehab ribeiro
Bahia Indústria 33
iDeias
por Flavio marinho
Crise econômica, revoluções tec-
nológicas, novos competidores
internacionais, reorganização de
cadeias produtivas, entre outros
fatores, têm levado empresas a
procurar alternativas para acele-
rar o processo de identificação de
novas oportunidades e promover
a inovação. Por isso, é notória a
movimentação do mercado em um
ritmo mais rápido do que estas po-
dem acompanhar.
Já percebeu quantas ex-star-
tups (Facebook, Apple, Google
etc) passaram a ocupar a lista das
empresas mais valiosas do mun-
do? Quantas empresas líderes no
início do século já não estão nesta
lista e algumas nem mesmo con-
tinuam a existir? Dados recentes
mostram que o Uber (ícone de uma
geração de novos negócios que se
baseiam no compartilhamento de
recursos) já possui um valor de
mercado superior ao da Petrobras
e Vale juntas. Isso pode ir muito
mais longe.
Define-se “startups”, segun-
do Bob Dorf e Steve Blank, como
aquelas organizações formais ou
não, quem têm caráter temporário
e que são formadas com o propósi-
to de criar um novo modelo de ne-
gócio, repetível, escalável e lucra-
tivo. O propósito das startups, por-
tanto, é o de inovar, assim como
perseguem as empresas maduras,
sejam elas de pequeno, médio ou
grande porte. A diferença funda-
mental está no fato de terem sido
criadas com um propósito especí-
fico e, portanto, serem mais ágeis,
focadas e orientadas para a gera-
ção do Novo, sem amarras com a
manutenção de estratégias, pro-
dutos ou estruturas tradicionais.
Uma antítese comum a este mo-
vimento inovador é reconhecido
pela histórica negação de uma ex-
-gigante do mercado fotográfico,
Kodak, à nova tecnologia digital,
no intuito de proteger aquela que
era sua “Vaca Leiteira”: a produ-
ção e venda de filmes e papeis
fotográficos. Como resultado, a
Kodak foi engolida e superada
pelo novo modelo de negócio que
se consolidou, trazendo para celu-
lares, tablets e diversos dispositi-
vos móveis o papel de registrar e
armazenar os momentos especiais
da nossa vida. A tentativa de pre-
servação de um modelo de negó-
cio, como neste exemplo, é um
esforço incompatível com o surgi-
mento da inovação e, na maioria
da vezes, inócuo.
O movimento de startups cres-
ceu muito nos últimos anos, no
Brasil e no mundo, resultando em
um enorme contingente de empre-
sas nascentes, predominantemen-
te formada por jovens que esban-
jam criatividade, desapego às for-
mas tradicionais de se encarar os
negócios e às estruturas clássicas,
além de muito entusiasmo para
transformar o mundo.
No entanto, são carentes de re-
cursos financeiros e tecnológicos,
infraestrutura, acesso a poten-
ciais clientes e parceiros, experi-
ência em negociações, entre ou-
tras tantas necessidades inerentes
à jornada de qualquer novo em-
presário.
Para aproximar o mundo das
startups com o das corporações
maduras, tem sido despertada uma
série de iniciativas de inovação
O SENAI Cimatec tem trazido à indústria baiana e brasileira um conjunto de iniciativas que estimulam, apoiam e conectam startups com investidores e o mundo corporativo
Flávio Marinho é gerente do programa de empreendedo-rismo do seNaI Cimatec
Startups corporativas
aberta, tais como o BraskemLa-
bs, InovaBRA (Bradesco), Natura
Campus, Pitch Corporate, Startup
Food & Drinks (Nutrimental), Coca
Cola Open Up, entre outros.
Trata-se de iniciativas patroci-
nadas por empresas já maduras,
mas que buscam entre seus co-
laboradores ou junto a fontes ex-
ternas (incluindo startups) as al-
ternativas que possam assegurar
sua sobrevivência e crescimento
no futuro. Nestas iniciativas são
oferecidas oportunidades para
que as ideias sejam desenvolvi-
das em condições semelhantes
às do mundo das startups (sem as
amarras dos negócios maduros),
porém usufruindo do que estas
podem oferecer de melhor.
O SENAI Cimatec tem trazido
à indústria baiana e brasileira,
em conjunto com sua destacada
capacidade de apoiar o desenvol-
vimento tecnológico, um conjun-
to de iniciativas que estimulam,
apoiam e conectam startups com
investidores e o mundo corporati-
vo. Essas ações têm se traduzido
em aquisições, fusões, entre ou-
tros tantos casamentos com boas
perspectivas de impactar a nossa
economia regional. [bi]
livros
leitura&entretenimento
As armadilhas do livre mercadoRobert J. Shiller e George A. Akerloff,
ganhadores do Nobel em Economia, são os
autores de Pescando Tolos, livro que
aborda um tema nada usual: as fraudes
geradas pelo mercado. Em uma descrição
divertida e espirituosa a dupla detalha que
esses golpes, a que todos estamos sujeitos,
decorrem de incentivos do mercado, da
mesma forma que decorrem as inovações,
a melhoria da qualidade e tantos outros
avanços, dos quais dependemos para uma
vida confortável e plena.
As falhas do capitalismoOs problemas acarretados pelo
capitalismo se mostram evidentes em todo
o mundo. Philip Kotler, doutor em
economia e autor de mais de 50 livros,
discorre no livro Capitalismo em
Confronto sobre esses problemas, listando
14 grandes deficiências, dentre elas, a
persistência da pobreza, a exploração do
meio ambiente e a desigualdade de renda.
Na obra, Kotler coloca o capitalismo em
xeque, analisando suas falhas e
identificando seus pontos positivos.
Pescando Tolos - A Economia da Manipulação e Frauderobert J. Shiller , George a. akerloffeditoria alta Books320 p.R$ 67,41
Capitalismo em confronto – Soluções reais para os problemas de um sistema econômicoPhilip Kotlereditoria Best Business, 336p.R$ 45
34 Bahia Indústria
bululú em cartaz no SESICom três indicações ao Prêmio Braskem de Teatro,
incluindo as categorias Melhor Espetáculo do Ano e
Melhor Ator, o grupo Toca de Teatro volta a cartaz com
Bululú – Estórias da Invenção do Mundo. Interpretado
pelos atores baianos Danilo Cairo e João Guisande, o
espetáculo apresenta uma visão crítica e divertida do
universo do teatro, da realidade, do sonho, da
vida, do ator e do espectador na sociedade
contemporânea. Escrita e dirigida pelo
espanhol Moncho Rodriguez, a peça está em
cartaz no Teatro SESI Rio Vermelho, que realiza
um trabalho de promoção da cultura voltada
para o trabalhador da indústria.
Foto
S DIv
UlG
ação
Detalhes de um corpoO corpo humano visto a partir de uma nova ótica,
como em esculturas em bronze e aço, com detalhes
meticulosos, além de desenhos feitos em carvão sobre
papel e instalações. A exposição "Lendas e
Aparições", do artista francês Daniel Hourdé, revela a
obsessão do artista com uma realidade contundente,
que oscila entre a comédia e a tragédia. São corpos
nus com musculaturas rígidas, com ou sem rosto, mas
com órbitas oculares vazias. Sensível com a forma e a
matéria, Hourdé cria trabalhos meditativos e
instigantes que se alicerçam em todas as exigências
técnicas da modelagem, evidenciando um
conhecimento anatômico realista.
exposição
teatro
não perca Palacete das Artes, até 13.3. Rua da Graça, 284, Graça. Qua a sex, 13h às 19h; sáb., dom. e feriado: das 14h às 19h. Gratuito
não perca Teatro SESI do Rio Vermelho, de 24 a 27.3, às 20h. R. Borges dos Reis, 9, Rio Vermelho. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Bahia Indústria 35