1
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
DAIANA LAUXEN
FERNANDA FELTRIM
PROPOSTA E AVALIAÇÃO DE METODOLOGIA DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL PARA A GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS
SÓLIDOS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
FRANCISCO BELTRÃO
2014
2
DAIANA LAUXEN
FERNANDA FELTRIM
PROPOSTA E AVALIAÇÃO DE METODOLOGIA DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL PARA A GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS
SÓLIDOS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso 2, do Curso de Engenharia
Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná –
UTFPR, como requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Ambiental.
Orientadora: Profª Msc. Priscila Soraia da Conceição.
Co-orientadoras: Profª. Msc. Marlise Schoenhals e Profª Drª
Morgana Suszek Gonçalves.
FRANCISCO BELTRÃO
2014
3
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Francisco Beltrão
Curso de Engenharia Ambiental UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
PR
TERMO DE APROVAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC - 2
Proposição e avaliação de metodologia de educação ambiental para gestão integrada de resíduos sólidos
por
Daiana Lauxen
Monografia apresentada às 14:00 horas. do dia 12 de fevereiro de 2014 como requisito
parcial para obtenção do título de ENGENHEIRA AMBIENTAL, Curso de Engenharia
Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Francisco Beltrão. A
candidata foi arguida pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados.
Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho APROVADO.
Banca examinadora:
Prof. Dr. DAVI ZACARIAS DE SOUZA UTFPR – convidado
Profª. MsC. PRISCILA S. DA
CONCEIÇÃO
UTFPR Orientadora
Profª. MsC. MARLISE SCHOENHALS UTFPR Convidada
Prof. Dr. Juan Carlos Pokrywiecki Coordenador do TCC-2
A copia original encontra-se assinada na coordenação de Engenharia Ambiental
4
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Francisco Beltrão
Curso de Engenharia Ambiental UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
PR
TERMO DE APROVAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC - 2
Proposição e avaliação de metodologia de educação ambiental para gestão integrada de resíduos sólidos
por
Fernanda Feltrim
Monografia apresentada às 14:00 horas. do dia 12 de fevereiro de 2014 como requisito
parcial para obtenção do título de ENGENHEIRA AMBIENTAL, Curso de Engenharia
Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Francisco Beltrão. A
candidata foi arguida pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados.
Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho APROVADO.
Banca examinadora:
Prof. Dr. DAVI ZACARIAS DE SOUZA UTFPR – Convidado
Profª. MsC. PRISCILA S. DA
CONCEIÇÃO
UTFPR Orientadora
Profª. MsC. MARLISE SCHOENHALS UTFPR - Convidada
Prof. Dr. Juan Carlos Pokrywiecki Coordenador do TCC-2
A copia original encontra-se assinada na coordenação de Engenharia Ambiental
5
À Deus.
À nossa família.
Aos nossos amigos.
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AGRADECIMENTOS – DAIANA LAUXEN
Agradeço a Deus, acima de tudo, que nos presenteou com o dom da vida e a
inteligência, nos dando sempre força e ânimo em momentos de dificuldades.
À Professora Priscila, que aceitou e confiou em nós e neste trabalho, nos indicando o
caminho a seguir e compartilhando conosco de seu tempo, conhecimentos e experiências.
À Professora Marlise, que sempre esteve ao nosso lado. Que além de nos repassar o
conhecimento, nos dava uma palavra positiva de ânimo e incentivo, sendo compreensiva em
momentos de difíceis decisões e mudanças de rumo.
À Professora Morgana, que mesmo longe fisicamente, sempre esteve presente com
suas orientações e exemplos.
À Professora Sheila Oro, sempre disposta, jamais negando sua ajuda em importantes
fases deste trabalho.
A todos os nossos queridos Professores e colegas, que nos deixaram seu exemplo,
ensinamentos e dividiram conosco esses anos de aprendizagem.
À Prefeitura Municipal de Marmeleiro e a população envolvida no trabalho.
À Universidade Tecnológica Federal do Paraná, por nos fornecer os meios para
realizarmos o nosso maior sonho.
Em especial, agradeço a minha mãe Ana Carmelita, que me ensinou as primeiras
lições da vida, me deu amor e suporte em todos os instantes.
Ao meu pai Euclídio e às minhas irmãs Juliana e Kauana, que se preocuparam
comigo e me compreenderam nas fases difíceis.
Ao meu namorado Éder, que sempre acreditou em mim, incentivou, me deu seu
amor, amizade e paciência.
À Cátia, Edison e Sara, que me acolheram todos esses anos como sua filha e irmã.
Agradeço também a minha grande companheira de jornada Fernanda, por ter me
acolhido sempre com os braços abertos, ter dividido comigo essa etapa e me lisonjear com sua
grande amizade.
E por fim, a todos os que de alguma forma colaboraram para que eu pudesse chegar
até aqui.
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AGRADECIMENTOS – FERNANDA FELTRIM
Primeiramente, ao meu bom Deus, por iluminar e abençoar meu caminho e por me
dar a oportunidade de fazer a diferença em cada amanhecer.
Aos meus pais e heróis Altamiro e Doracy Feltrim, pelo amor incondicional,
simplicidade, pelo exemplo de vida que são, pela força, pelo ensinamento e palavras sábias,
pelo incentivo, confiança e apoio, que sempre fizeram e fazem parte da minha vida.
Aos meus irmãos, Anderson Luiz Feltrim e Rafael Luiz Feltrim, pelo carinho com
que sempre me apoiaram e torceram por mim.
Aos meus nonos, Luiz (in memorian) e Adelina Feltrim (in memorian),
principalmente a minha nona, que sempre aconselhou e cuidou de mim com muito amor.
Aos meus avós, Gardino e Terezinha Giaretta (in memorian), pelo carinho.
A todos meus amigos, que sempre torceram por mim, pelo apoio, companheirismo,
incentivo e paciência nos momentos difíceis e, principalmente, pelos inúmeros momentos
felizes que vivemos juntos.
A minha amiga e dupla Daiana, pela grande amizade, compreensão,
companheirismo, incentivo e paciência em nossa trajetória.
As minhas professoras e orientadoras Priscila, Marlise e Morgana por todo
ensinamento transmitido, pelas palavras de conforto nos momentos difíceis e pela paciência.
A Noemi Viana, pela acolhida, palavras de conforto, amizade e amor dedicados a
mim.
Ao professor Wagner, por orientação de estágio, atenção e conhecimentos
transmitidos nesse período.
A todos meus professores e mestres, que contribuíram e enriqueceram minha
formação, principalmente a Sheila Oro, sempre disposta a nos ajudar em momentos
fundamentais.
Aos meus colegas de estágio, principalmente a minha amiga e supervisora Marilete
Chiarelotto, pelos ensinamentos e motivação. Aos meus colegas de graduação, que de alguma
forma contribuíram para essa conquista.
A Prefeitura Municipal de Marmeleiro e a todos que de alguma forma contribuíram
para a realização do estudo.
A UTFPR, por viabilizar nosso sonho.
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“Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista.”
Aldo Novak
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RESUMO
LAUXEN, D.; FELTRIM, F. Proposição e Avaliação de Metodologia de Educação Ambiental
para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. 2013. 61 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Curso Superior em Engenharia Ambiental) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Francisco Beltrão, 2014.
A produção per capita de resíduos sólidos cresce anualmente e, com isto, se faz necessário
avaliar e propor mecanismos que evitem a geração, ou, ao menos, a redução da quantidade de
resíduos produzidos. Uma das maneiras essenciais para se alcançar, com sucesso, a
sensibilização sobre as temáticas ambientais é a Educação Ambiental (EA). Este trabalho
propôs uma metodologia de EA informal, para a redução da geração de resíduos sólidos, no
bairro Araucária, localizado no município de Marmeleiro-PR. Primeiramente, aplicou-se um
questionário para o conhecimento das características socioeconômicas da população
trabalhada e avaliação da percepção ambiental frente à temática. Posteriormente, com
residências pré-estabelecidas, realizou-se a pesagem dos resíduos produzidos. Efetuou-se, em
seguida, um trabalho de sensibilização ambiental com a população amostrada, que levou a
promover uma troca de saberes envolvendo conceitos de separação de resíduos na fonte,
compostagem caseira e coleta seletiva. Posteriormente à prática, visando verificar sua
eficácia, nova pesagem foi realizada. Os dados obtidos foram avaliados por método de dados
pareados, com o auxílio do Minitab 16. Com os resultados, foi possível avaliar que o método
apresentou ineficiência a um nível de significância de 5% e com nível de confiança de 95%.
Apesar de ter apresentado ineficácia, a EA ainda continua sendo uma das únicas maneiras de
obter resultados positivos.
Palavras-chave: Educação Ambiental. Gestão integrada. Resíduos sólidos.
10
ABSTRACT
LAUXEN, D.; FELTRIM, F. Proposal and Evaluation Methodology for Environmental
Education for Integrated Solid Waste Management. 2013. 61 f. Working paper completion of
degree course (Degree in Environmental Engineering) – Federal Technological University of
Paraná. Francisco Beltrão, 2014.
The per capita solid waste generation grows annually and, with this, it is necessary to evaluate
and propose mechanisms that promote non-generation, or at least reducing the amount of
waste produced. One of the key ways to achieve successfully raising awareness about
environmental issues is the Environmental Education (EE). This paper proposed a
methodology for informal EE, to reduce the generation of solid waste, the Araucaria
neighborhood, located in the municipality of Marmeleiro - PR. First, we applied a
questionnaire to the knowledge of the socioeconomic characteristics of the population worked
and evaluate environmental awareness across the theme. Later, with pre - established
residences, there was the weighing of waste produced. Made - up, then an environmental
awareness with the sampled population, which led promotes knowledge exchange involving
concepts of separation of waste at source, home composting and recycling programs. After the
practice, in order to verify its effectiveness, reweighing was performed. Data were evaluated
by the method of paired data, with the aid of Minitab 16. With the results, it was possible to
evaluate the method presented inefficiency at a significance level of 5 % and a confidence
level of 95 %. Despite some inefficiency, EE still remains one of the only ways to get
significant results in reducing the measure of waste generated by the population.
Keywords: Environmental Education. Integrated management. Solid waste.
11
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Geração per capita/dia de RSU em diferentes países do mundo ............................ 18
Figura 2 – Reciclagem de Alumínio, Papel, Plástico e Vidro de 2009 a 2011 (%).................. 23 Figura 3 – Distribuição dos municípios com iniciativas de coleta seletiva em 2012 ............... 25 Figura 4 – Destinação final dos resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos - Brasil – 2008.. 27 Figura 5 – Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos no Sudoeste do Paraná, dados
referentes ao ano de 2012 ......................................................................................................... 28
Figura 6 – Mapa do perímetro urbano do município de Marmeleiro-PR ................................. 32 Figura 7 – Recorte do bairro Araucária .................................................................................... 34
Figura 8 – Balança portátil eletrônica modelo OCS-2 ............................................................. 37
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Faixa etária dos entrevistados ............................................................................... 39 Gráfico 2 – Renda familiar total ............................................................................................... 40
Gráfico 3 – Nível de escolaridade dos entrevistados ................................................................ 40 Gráfico 4 – Número de pessoas por domicílio ......................................................................... 41 Gráfico 5 – Percepção ambiental populacional quanto ao destino do lixo após seu
recolhimento ............................................................................................................................. 42 Gráfico 6 – Percepção ambiental populacional quanto à coleta seletiva .................................. 42
Gráfico 7 – Percepção ambiental populacional quanto à compostagem .................................. 43 Gráfico 8 – Percepção ambiental populacional quanto à responsabilidade com os resíduos ... 44 Gráfico 9 – Percepção ambiental populacional quanto à geração de resíduos ......................... 44
Gráfico 10 – Boxplot das diferenças percebidas na quantidade (em kg) de resíduos orgânicos
e rejeitos gerados pela Classe 0 após sensibilização ambiental, onde α=5% ........................... 47 Gráfico 11 – Boxplot das diferenças percebidas na quantidade (em kg) de resíduos orgânicos
e rejeitos gerados pela Classe 1 anterior e posteriormente a sensibilização ambiental, onde
α=5% ........................................................................................................................................ 47 Gráfico 12 – Boxplot das diferenças percebidas na quantidade (em kg) de resíduos recicláveis
gerados pela Classe 0 anterior e posteriormente a sensibilização ambiental, onde α=5% ....... 48 Gráfico 13 – Boxplot das diferenças percebidas na quantidade (em kg) de resíduos recicláveis
gerados pela Classe 1 anterior e posteriormente a sensibilização ambiental, onde α=5% ....... 49
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Características dos resíduos sólidos municipais (fundamentalmente domésticos) 19 Quadro 2 – Participação dos Principais Materiais no Total de RSU Coletado no Brasil, em
2012 .......................................................................................................................................... 19 Quadro 3 – Destino final dos resíduos sólidos no Brasil, por unidade de destino, 1989, 2000 e
2008 .......................................................................................................................................... 26
Quadro 4 – Pesagens dos resíduos anterior e posteriormente a EA – Classe 0 ....................... 45
Quadro 5 – Pesagens dos resíduos anterior e posteriormente a EA – Classe 1 ........................ 46
Quadro 6 – Medidas descritivas para as diferenças percebidas entre as pesagens ................... 46
14
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 17
2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 17
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 17
3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 18
3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ............ 18
3.2 LEGISLAÇÃO APLICADA AOS RESÍDUOS SÓLIDOS .............................................. 20
3.3 TRATAMENTOS APLICADOS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ................... 21
3.3.1 Compostagem .................................................................................................................. 22
3.3.2 Reciclagem ...................................................................................................................... 23
3.4 DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................... 25
3.5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................................................................. 28
4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 32
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .............................................................. 32
4.2 CARACTERIZAÇÃO SOCIO-ECONÔMICA DA ÁREA DE ESTUDO ....................... 34
4.3 INVESTIGAÇÃO DO CONHECIMENTO POPULAR ACERCA DA TEMÁTICA
AMBIENTAL ........................................................................................................................... 35
4.4 REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE SENSIBILIZAÇÃOAMBIENTAL ................. 35
4.5 VERIFICAÇÃO DOS IMPACTOS DO TRABALHO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
NA COMUNIDADE ................................................................................................................ 38
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 39
5.1 CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA DA POPULAÇÃO ................................. 39
5.2 PERCEPÇÃO POPULAR ACERCA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ................................. 41
5.3 AVALIAÇÃO DA AÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL ................................. 45
6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 51
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 52
APÊNDICE A – Formulário utilizado para realizar o trabalho com a comunidade ....... 57
APÊNDICE B – Termo de consentimento livre ................................................................... 59
APÊNDICE C – Material de educação ambiental ............................................................... 60
15
1 INTRODUÇÃO
A produção de resíduos sólidos está associada às atividades antrópicas, ocorrendo
desde os primórdios da humanidade, quando os problemas vinculados à disposição eram
praticamente nulos, uma vez que os homens possuíam estilo de vida nômade, apresentavam-
se em baixa densidade populacional e dispunham de grandes áreas para o descarte do material
considerado sem utilidade (RUSSO, 2003).
Contudo, para proteger-se, o ser humano começou a viver em grupos, formando
tribos, comunidades e posteriormente cidades. E, com o passar do tempo, o êxodo rural se
intensificou, ou seja, a população, que anteriormente vivia isolada em áreas rurais, passou a
viver em aglomerados humanos. A partir daí, a produção de resíduos tornou-se um problema
pronunciado, pois a geração que, antes era dispersa, tornou-se concentrada.
Vale ressaltar que a problemática associada aos resíduos foi intensificada a partir do
século XVIII, com a Revolução Industrial, em função da conjunção de uma série de fatores,
como o aumento da produção de bens beneficiados; consolidação do modelo econômico
capitalista e aumento da população, decorrente do aumento na taxa de natalidade e do
aumento da expectativa de vida.
Apesar dos benefícios trazidos, é evidente a demonstração de fadiga do planeta, pois
a capacidade de absorver impactos tem se mostrado insuficiente perante as ações deletérias
promovidas pela sociedade (SOBRAL, 2012).
Neste contexto, diante das inúmeras evidências dos impactos negativos associados às
ações antrópicas, diversas iniciativas para a reversão ou mitigação dos problemas são
tomadas, dentre elas, a criação de leis, normas e regulamentos.
Entretanto, somente essas iniciativas não resolvem os problemas que se encontra em
torno da questão ambiental, Guerra (2012) destaca a necessidade de ações estratégicas que
possam, efetivamente, reduzir os impactos ambientais causados pela atividade humana,
exigindo estudos e conhecimentos multi e transdisciplinares, como a instituição de
sensibilização de toda a população, promovendo a dissolução dos macroproblemas.
A educação é entendida como um mecanismo básico e indispensável à
sustentabilidade dos processos de gestão ambiental (ZANETTI & SÁ, 2002) e é fundamental
para a eficiência e efetividade de programas que buscam a sensibilização da população frente
aos problemas existentes e sobre a forma como os indivíduos entendem e se relacionam com o
meio (SOBRAL, 2012).
16
Sendo assim, a educação ambiental deve balizar ações de formação e transformação
da sociedade. Para Peneluc e Silva (2008), o plano de um programa de educação ambiental
aplicado à gestão deve também ser fundamentado nos conhecimentos da população, pois
retrata o ambiente em que as práticas sociais ocorrem no cotidiano. Os programas de
educação ambiental devem promover conhecimentos necessários para que a população possa
realmente compreender o ambiente e, desta forma, seja capaz de tomar atitudes que melhorem
o espaço em que vivem.
Com todos esses fatores interligados, é de fundamental importância que estudos
pertinentes sejam realizados. O presente estudo se justifica, uma vez que se propõem a
desenvolver, aplicar e avaliar uma metodologia diferenciada de prática da educação ambiental
como instrumento da gestão de resíduos sólidos, balizando-se na popularização de práticas
simples, como a segregação na fonte geradora e a compostagem.
17
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Propor e avaliar uma metodologia para a sensibilização popular acerca dos resíduos
sólidos urbanos no bairro Araucária no município de Marmeleiro - PR.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Realizar uma caracterização socioeconômica da população do bairro em estudo.
Verificar os conhecimentos da população acerca da importância dos resíduos sólidos
e de sua correta segregação e destinação.
Propor uma metodologia de educação ambiental visando à sensibilização da
população às questões relacionadas aos resíduos sólidos.
Verificar a eficácia do método proposto, por meio da quantificação dos resíduos
sólidos urbanos gerados, anterior e posteriormente à aplicação da metodologia.
Auxiliar no desenvolvimento da gestão municipal de resíduos sólidos urbanos.
18
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA DOS RESÍDUOS
SÓLIDOS
A imposição do modelo econômico capitalista, gerido pela lógica consumista,
incentiva o consumo de bens, que em seu processo de produção ou na disposição final trazem
impactos. Associado a isso, a população cresce de forma acelerada, aumentando ainda mais a
problemática da produção de resíduos (GUERRA, 2012).
Outro fator agravante neste contexto é a crescente variedade de produtos
industrializados disponíveis, compostos, muitas vezes, de materiais que não fazem parte da
rota metabólica preferencial de organismos, tornando seu tempo de degradação longo.
A geração de resíduos sofre variações sazonais, climáticas, econômicas e culturais,
resultando na variação da composição dos resíduos sólidos urbanos (RSU) entre diferentes
países (CAMPOS, 2012)(Figura 1).
Figura 1 – Geração per capita/dia de RSU em diferentes países do mundo
Fonte: Galeffi, 2013.
19
Os dados publicados por Galeffi (2013) apontam que os países considerados
desenvolvidos, como os Estados Unidos, apresentam uma maior geração per capita de
resíduos se comparados àqueles ditos em crescimento, como o Brasil. Esta diferença é
explicada pela elevação do poder aquisitivo, fator que afeta diretamente na geração per capita
dos resíduos.
Além do volume, a composição gravimétrica também é diferenciada, as nações com
economia mais avantajadas possuem na composição gravimétrica uma diversidade maior de
componentes em seus resíduos que em nações em desenvolvimento (Quadro 1).
Quadro 1 – Características dos resíduos sólidos municipais (fundamentalmente domésticos) Composição (% em kg) (*) países de baixa renda (**) países de renda média Países industrializados
Papel 1 – 10 15 – 40 15 – 40
Vidros, cerâmicas 1 – 10 1 – 10 4 – 10
Metais 1 – 5 1 – 5 3 – 13
Plásticos 1 – 5 2 – 6 2 – 10
Vegetais putrescíveis 40 – 85 20 – 65 20 – 50
Inertes 1 – 40 1 – 30 1 – 20
(*) países com renda per capita abaixo de US$ 360 (com base nos preços do ano de 1978)
(**) países com renda per capita entre US$ 360 e US$ 3.500 (com base nos preços do ano de 1978)
Fonte: BARROS, 2012 (adaptado).
Em países de baixa renda, o percentual de material orgânico é elevado, variando de
40 a 85% do total de resíduos gerados, enquanto que em países industrializados este
percentual é menor, variando de 20 a 50%. Tais dados podem ser explicados pelo fato de que
em nações com economia avançada, o consumo de produtos industrializados é superior,
aumentando o consumo de embalagens não retornáveis (BARROS, 2012).
No Brasil, a composição gravimétrica dos RSU não difere significativamente da
composição básica mundial. No país, considerado em desenvolvimento, a parcela de resíduos
que mais contribui na composição gravimétrica é a matéria orgânica, com aproximadamente
50% (Quadro 2). A matéria orgânica se disposta de maneira inadequada pode causar danos
futuros, sendo um deles a contaminação de corpos hídricos.
Quadro 2 – Participação dos Principais Materiais no Total de RSU Coletado no Brasil, em 2012 Material Participação (%) Quantidade (t/ano)
Metais 2,9 1.640.294
Papel, Papelão e TetraPak 13,1 7.409.603
Plástico 13,5 7.635.851
Vidro 2,4 1.357.484
Matéria Orgânica 51,4 29.072.794
Outros 16,7 9.445.830
TOTAL 100,0 56.561.856
Fonte: ABRELPE, 2012.
20
Mediante o exposto, é evidente que os RSU constituem um permanente problema,
que podem causar vários prejuízos à sociedade e ao meio ambiente, como a proliferação de
doenças, contaminação da água, ar e solo, redução dos recursos naturais, sendo de
fundamental importância a implantação de novas metodologias para sua correta gestão.
3.2 LEGISLAÇÃO APLICADA AOS RESÍDUOS SÓLIDOS
No Brasil, existem inúmeras leis, resoluções e normas relacionadas ao meio
ambiente, resíduos sólidos e educação ambiental. A primeira lei específica sobre a temática
ambiental data de 1981, Lei nº 6.938, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, com o objetivo da preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental,
que permita o desenvolvimento socioeconômico, visando interesses da segurança nacional e à
proteção da dignidade da vida humana. Ela foi um dos marcos, pois apresentou o meio
ambiente como objeto específico de proteção (BRASIL, 1981).
No ano de 1988, foi promulgada a Constituição Federal, a primeira a dedicar um
capítulo específico ao meio ambiente, o Artigo 225, que impõe ao poder público e à
coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente para as gerações atuais e as
futuras. No ano de 1998, foi publicada a Lei nº 9.605, que prevê sanções penais e
administrativas para condutas e atividades que sejam lesivas ao meio ambiente (BRASIL,
1998).
Adams (2012) conclui que um importante documento para balizar as ações
educativas que tratam do meio ambiente e sua relação em todas as disciplinas é a Lei nº 9.795,
de 1999, que dispõe sobre a educação ambiental, instituindo a Política Nacional de Educação
Ambiental.
A Lei nº 11.445, de 2007, conhecida como Política Nacional de Saneamento Básico,
define critérios ambientais básicos a que todos os cidadãos tem direito. Nela fica definido que
o saneamento básico envolve o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações
operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e
manejo de resíduos sólido e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas (BRASIL, 2007).
Mesmo contemplado na Política Nacional de Saneamento Básico, a temática dos
resíduos sólidos foi abordada em legislação específica, a importante Política Nacional de
Resíduos Sólidos, que foi instituída na Lei nº 12.305, do ano de 2010. Dentre suas principais
21
determinações está a obrigatoriedade do consumidor realizar a separação mais criteriosa dos
resíduos nas residências (BRASIL, 2010).
No Estado do Paraná, a Lei Estadual nº 12.493, de 1999, diz respeito aos princípios,
procedimentos, normas e critérios referentes à geração, acondicionamento, armazenamento,
coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos. A Lei visa o controle da
poluição, da contaminação e a minimização de seus impactos ambientais (PARANÁ, 1999).
A Resolução nº 86, de 2013, do Conselho Estadual de Meio Ambiente, estabelece
diretrizes e critérios orientadores para o licenciamento e outorga, projeto, implantação,
operação e encerramento de aterros sanitários, com vistas ao controle da poluição, da
contaminação e a minimização de seus impactos ambientais (PARANÁ, 2013).
Alguns municípios também possuem suas normatizações específicas, como o
município de Marmeleiro, que possui algumas leis voltadas para a questão ambiental, como a
Lei nº 865, de 1997, que instituiu a Política Municipal de Meio Ambiente, que dispõe sobre a
Política de Proteção, Conservação e Recuperação do Meio Ambiente. A Lei tem como
objetivo manter ecologicamente equilibrado o meio ambiente, considerando bem de uso
comum do cidadão e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à
coletividade o dever de defendê-lo para as gerações presentes e futuras. Estão contemplados
nesta Lei o Código de Obras, o Código de Posturas e a Lei do Parcelamento do Solo, que
concorrentemente atuam na disciplinação do território municipal (MARMELEIRO, 1997).
O mesmo município dispõe da Lei nº 1.245, do ano de 2006, que instituiu a
obrigatoriedade da separação e destino diferenciado de todo resíduo reciclável na sua origem,
ou seja, em todos os estabelecimentos do município. A Lei ainda cita que o resíduo orgânico
pode ser depositado em hortas, utilizando-se da compostagem como forma de tratamento
(MARMELEIRO, 2006).
3.3 TRATAMENTOS APLICADOS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
Sobral (2012) descreve que tratamentos de resíduos sólidos constituem o conjunto de
atividades que promovem transformações físicas, como a diminuição de volume e de
umidade, transformações químicas, como a hidrólise e a complexação, e transformações
22
biológicas, como a degradação de matéria orgânica, com o objetivo de reaproveitamento do
material, ou maior segurança ambiental para sua disposição final.
Dentre os principais tratamentos aplicados aos resíduos sólidos pode-se listar a
reciclagem, a compostagem, a incineração e a pirólise. No Brasil, as formas mais utilizadas de
tratamento de resíduos sólidos urbanos são a reciclagem, seguida da compostagem, que ainda
apresenta iniciativas tímidas em relação à sua difusão. O presente trabalho abordará com
maior atenção, os processos de compostagem e reciclagem.
3.3.1 Compostagem
A compostagem, técnica milenar, constitui um tratamento biológico aplicado na
estabilização da matéria orgânica de origem animal ou vegetal, gerando produtos estáveis, que
posteriormente podem ser aplicados ao solo para a melhoria de suas propriedades (CEMPRE,
2010). O tratamento pode ser aeróbio ou anaeróbio (CASTILHOS JUNIOR, 2003).
O processo pode ser realizado em usinas específicas, utilizando métodos
tecnológicos mais avançados, processo recomendado para grandes quantidades de resíduos,
ou em residências, ou seja, na própria fonte geradora de resíduos em pequenas quantidades.
Optando-se por essa última alternativa, uma variante da metodologia é o aterramento
controlado diário dos resíduos, promovendo a decomposição natural no solo. Para sua
adequada execução, o aterramento deve ser realizado em local passível de controle, com
volume aproximado de 1m3 e os resíduos dispostos necessitam ser recobertos com uma
camada de terra e posteriormente compactados (PEREIRA NETO, 2007). São necessários
também alguns cuidados na escolha dos resíduos, pois materiais, como fezes de animais,
carnes, gorduras animais, madeiras tratadas, poda de ervas invasoras, vegetais doentes, leite e
derivados e ossos, não devem ser introduzidos no processo, pois são prejudiciais (OLIVEIRA;
AQUINO; CASTRO NETO, 2005).
23
3.3.2 Reciclagem
Segundo a Política Nacional Resíduos Sólidos (PNRS), capítulo II, art. 3º, inciso
XIV, reciclagem é o
processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas
propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em
insumos ou novos produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos
pelos órgãos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa.
Desta forma, a reciclagem aparece com o objetivo de reintroduzir no sistema
econômico uma parcela da matéria e/ou da energia, que seria descartada e ficaria então
inutilizada (BARROS, 2012).
Dentre os benefícios trazidos pela prática, inclui-se a redução na exploração de
recursos naturais, contribuição para a redução da poluição do solo, ar e água, prolongamento
da vida útil de aterros, geração de receita pela comercialização dos recicláveis, além de
reforçar o aspecto ambiental da gestão de resíduos (SOBRAL, 2012).
No Brasil, os principais produtos encaminhados para a reciclagem são o alumínio,
papel, plástico e vidro, por possuírem maior valor comercial (Figura 2) (ABRELPE, 2012).
Figura 2 – Reciclagem de Alumínio, Papel, Plástico e Vidro de 2009 a 2011 (%)
Fonte: ABRELPE, 2012.
A reciclagem é precedida pelo processo de separação dos diferentes tipos de
materiais da massa de resíduos, podendo ser realizada na fonte geradora, em locais
intermediários, como estações de triagem, unidades de beneficiamento, estações de tratamento
24
ou ainda, nos locais de destinação final, prática realizada em lixões, contudo sem a devida
segurança para os que a realizam (BARROS, 2012).
Dentre os métodos apresentados, a segregação dos resíduos direta na fonte geradora é
facilitada pela implantação da coleta seletiva. Contudo, para uma maior eficiência da
obtenção de recicláveis e maior segurança para os trabalhadores da coleta, é necessária a
realização de intensivo trabalho de educação com a população.
A implantação da coleta seletiva pode ser realizada em metodologias diferenciadas,
sendo as mais conhecidas a tríplice, a binária e a de várias categorias. A primeira envolve a
separação em três diferentes categorias: recicláveis, matéria orgânica e rejeito. A segunda
categoria envolve a separação dos resíduos em reciclável e rejeito. Na última, os resíduos são
separados conforme o material presente na composição dos resíduos, como plástico, papel,
vidro, metal, matéria orgânica e rejeito (SOBRAL, 2012).
A coleta do material segregado pode ser realizada de maneira diferenciada entre os
municípios, pode se dar por meio do sistema porta a porta, com veículos automotores, de
tração humana ou animal; ou ainda ser realizada a entrega dos recicláveis em pontos pré-
determinados (SOBRAL, 2012).
No Brasil, as iniciativas voltadas à reciclagem dos resíduos têm aumentado. Em
1989, segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) havia, em todo país, 58
programas de coleta seletiva, em 2000, este número aumentou para 451, chegando à marca de
994 programas em 2008 (IBGE, 2008).
A partir do ano de 2010, com a publicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS), instituída pela Lei Federal nº 12.305, a coleta seletiva tornou-se um instrumento de
desenvolvimento econômico e social, ganhando sua devida importância no gerenciamento dos
resíduos sólidos (BACHARA, 2013).
Dois anos decorridos da implantação da PNRS, a Associação Brasileira de Limpeza
Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) divulgou o Panorama dos Resíduos Sólidos no
Brasil, quando o país apresentava cerca de 59,8 % de seus municípios com coleta seletiva
implantada, sendo as regiões sul, sudeste e centro-oeste as que mais se destacam neste
contexto (Figura 3).
25
Figura 3 – Distribuição dos municípios com iniciativas de coleta seletiva em 2012
Fonte: ABRELPE, 2012.
3.4 DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Os resíduos sólidos, que passam ou não por tratamento, necessitam de adequada
disposição final para que não causem prejuízos ambientais, econômicos e sociais. As
metodologias de disposição final empregadas são os vazadouros a céu aberto e os aterros,
controlados ou sanitários.
Os vazadouros a céu aberto, também conhecido como lixões, constituem a
metodologia mais prejudicial ao meio, pois um local é desprovido de qualquer tratamento ou
medidas de remediação aos impactos associados aos resíduos, tem como consequência a
poluição do solo, do ar e da água e decorrentes problemas sociais e econômicos (GUERRA,
2012).
Os aterros controlados, diferentemente dos vazadouros a céu aberto, caracterizam-se
por algum controle dos impactos decorrentes da disposição dos resíduos como, por exemplo,
a cobertura diária dos resíduos dispostos por uma camada de terra, diminuindo o impacto
visual e a atração de vetores (SOBRAL, 2012).
Dentre os métodos, o mais aconselhável é o aterro sanitário, que constitui uma obra
de engenharia para a disposição controlada dos resíduos. Dentre os critérios construtivos,
26
estão a impermeabilização do solo, drenagem de líquidos e gases, além da compactação e
cobertura diária dos resíduos (SOBRAL, 2012).
No Brasil, ainda são utilizadas as três formas de destinação final. De acordo com a
PNRS (2008), o país diminui significativamente os vazadouros a céu aberto, contudo, em
2008, ainda era o método de destinação final mais utilizado (Quadro 3).
Quadro 3 – Destino final dos resíduos sólidos no Brasil, por unidade de destino, 1989, 2000 e 2008
Ano
Destino final dos resíduos sólidos
Vazadouros a céu aberto
(%)
Aterro controlado
(%)
Aterro Sanitário
(%)
1989 88,2 9,6 1,1
2000 72.3 22,3 17,3
2008 50.8 22,5 27,7
Fonte: IBGE, 2008.
As regiões que possuem maior destinação de seus resíduos em lixões são as regiões
Nordeste e Norte, 89,3% e 85,5% respectivamente, enquanto que no outro extremo as regiões
Sul e Sudeste apresentaram as menores proporções, 15,8 e 18,7, respectivamente (Figura 4)
(PNSB, 2008).
27
Figura 4 – Destinação final dos resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos -
Brasil – 2008
Fonte: IBGE, 2008.
O estado do Paraná, segundo o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), apresenta cerca
de 81,7% de seus resíduos dispostos em aterros sanitários ou controlados. Já na região
sudoeste, o número de municípios que dispõe seus resíduos em aterros sanitários é de 100% (
Figura 5).
28
Figura 5 – Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos no Sudoeste do
Paraná, dados referentes ao ano de 2012
Fonte: IAP, 2013.
3.5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A partir da década de 1960 e início dos anos de 1970, a questão ambiental tornou-se
notável no mundo. Esse fato, fez com que surgisse a necessidade de mudar o modelo de
desenvolvimento adotado até então. No ano de 1962, foi revelada para o mundo, uma
sequência de desastres ambientais que estavam ocorrendo em todas as partes, causados pelo
descuido do homem sobre o meio ambiente, foi publicado pela autora Rachel Carson, o livro
Primavera Silenciosa (PHILIPPI JR & PELICIONI, 2005).
Pouco tempo depois, chegavam à Organização das Nações Unidas (ONU), por meio
da delegação da Suécia, as inquietações referentes aos problemas ambientais ocorrentes,
chamando a atenção da comunidade internacional à necessidade de se ter uma abordagem
globalizada do problema. Enquanto os governos não decidiam os caminhos do entendimento
internacional, a sociedade civil começou a produzir as respostas necessárias. No ano de 1965,
aconteceu a Conferência de Keele, na Grã-Bretanha, que reuniu educadores que concordaram
que a dimensão ambiental deveria ser parte da educação de todos os cidadãos (DIAS, 1991).
A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, realizada em
Estocolmo em 1972, foi o grande marco inicial para a educação ambiental, surgindo um novo
conceito, o de ecodesenvolvimento. Esta conferência e as que lhe deram continuidade
29
ressaltavam a forte relação entre o desenvolvimento e o meio ambiente. E, diante disto, se fez
urgente à necessidade de criação de ferramentas para tratar os problemas ambientais que
vinham afetando o meio.
Dentre os instrumentos, a Educação Ambiental (EA) passou a ganhar uma atenção
especial. A Resolução 96, da Conferência de Estocolmo, recomendava a EA de caráter
interdisciplinar, com o objetivo de preparar o ser humano para viver em harmonia com o meio
ambiente (BRASIL, 2005).
No ano de 1975, foi aprovada a Carta de Belgrado, no Seminário Internacional sobre
a Educação Ambiental, realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (UNESCO) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA), na qual se encontram os elementos básicos para formar um programa de educação
ambiental em diferentes níveis, nacional, regional ou local (BRASIL, 2013).
Dois anos depois, em Tbilisi, na Georgia (antiga União Soviética), ocorreu a
Primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, considerado o evento
mais importante para a temática. A Conferência de Tbilisi, como ficou conhecida, contribuiu
para definir a natureza da EA e seus objetivos, características, recomendações e estratégias
pertinentes no plano internacional e nacional (DIAS, 1991).
Segundo Dias (1991), a Conferência recomendou a adoção de alguns critérios para o
desenvolvimento da EA: os aspectos políticos, sociais, econômicos, científicos, tecnológicos,
éticos, culturais e ecológicos, sendo a EA resultado de uma reorientação e articulação de
várias disciplinas e experiências educativas, que auxiliassem a visão integrada do meio
ambiente.
Alguns dos princípios estabelecidos foram que a educação ambiental deve considerar
o meio ambiente em sua totalidade, que o processo seja construído de forma contínua e
permanente, o enfoque aplicado deve ser interdisciplinar, que examine as principais questões
ambientais e concentre-se nas situações ambientais atuais e insista no valor e na necessidade
da cooperação local (UNESCO, 1980).
No Brasil, a educação ambiental teve início em 1973, com a criação, no Poder
Executivo, da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), vinculada ao Ministério do
Interior. Esta secretaria estabeleceu como parte de suas atribuições, o esclarecimento e a
educação do povo brasileiro para o uso adequado de seus recursos naturais, com vistas à
conservação ambiental e foi a responsável pela capacitação de pessoas e a sensibilização
inicial da sociedade para as questões voltadas ao meio ambiente.
30
Em 1988, a Constituição Federal, em seu Art. 225, no Capítulo VI – Do Meio
Ambiente, Inciso VI, destaca que a Educação Ambiental deve ser ofertada em todos os níveis
de ensino (BRASIL, 1988).
No ano de 1992, no Rio de Janeiro, aconteceu a Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como RIO 92. Dentre os documentos
criados durante o evento, alguns são importantes para o estabelecimento da educação
ambiental, como a Agenda 21, o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades
Sustentáveis e a Carta Brasileira de Educação Ambiental.
No Capítulo 36, da Agenda 21, a Educação Ambiental é definida como o processo
que busca:
“(...) desenvolver uma população que seja consciente e preocupada com o meio
ambiente e com os problemas que lhes são associados. Uma população que tenha
conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar,
individual e coletivamente, na busca de soluções para os problemas existentes e para
a prevenção dos novos (...)” (Capítulo 36 da Agenda 21).
O Fórum Global das Organizações Não Governamentais aconteceu ao mesmo tempo
em que ocorria a reunião de chefes de Estado na Conferência das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nesse evento foram ratificados 32 tratados, dentre eles o
Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global.
Este documento constitui marco referencial da Educação Ambiental, pois tornou-se a Carta de
Princípios da Rede Brasileira de Educação Ambiental, e das demais redes de Educação
Ambiental entrelaçadas (SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS
DO PARANÁ, 2013).
No ano de 1999, foi aprovada a Lei Federal de Educação Ambiental, Lei nº 9.795,
que institui a Política Nacional de Educação Ambiental. A Lei, em seu Art. 13, afirma que a
EA deve ser um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar
presente em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não
formal. A Lei estabelece ainda que as ações educativas voltadas à sensibilização coletiva
sobre questões ambientais devem contar com a participação e parceria de instituições de
ensinos, empresas públicas e privadas e comunidade em geral (BRASIL, 1999).
Em setembro, do ano de 2004, foi realizada a Consulta Pública do Programa
Nacional de Educação Ambiental (ProNEA), que reuniu contribuições de mais de 800
educadores ambientais do país. O ProNEA previu três componentes: capacitação de gestores e
educadores, desenvolvimento de ações educativas e desenvolvimento de instrumentos e
metodologias (BRASIL, 2005).
31
Em novembro do mesmo ano, foi realizado o V Fórum Brasileiro de Educação
Ambiental, com o lançamento da Revista Brasileira de Educação Ambiental e com a criação
da Rede Brasileira de Educomunicação Ambiental (REBECA), auxiliando no fortalecimento
da temática no território nacional (BRASIL, 2013).
Para Marcatto (2002), a EA pode ser definida como um processo de formação
dinâmico, permanente e participativo, em que os envolvidos passem a ser agentes de
transformação, participando de forma ativa na busca de alternativas para a redução dos
impactos ambientais e para o controle social do uso dos recursos naturais.
A educação ambiental é um processo articulado, contínuo e permanente de educação,
que tem como objetivo à formação de conhecimentos e também de práticas para a solução de
problemas ambientais recorrentes da sociedade (ROSSI et al, 2012). É uma das ferramentas
para a sensibilização e capacitação da população em geral sobre os problemas que ocorrem
com o meio ambiente. Com ela, busca-se desenvolver técnicas e metodologias que facilitem o
processo de conscientização a respeito da gravidade dos problemas ambientais e a
necessidade urgente de ação (MARCATTO, 2002).
Associando-se a questão dos resíduos, para Gusmão (2000 apud FRANCO et. al,
2010), a educação ambiental é um fator imprescindível ao adequado e sustentável
gerenciamento. A EA deve ser utilizada como um instrumento para reflexão, motivando
mudança de atitudes, seja na não geração, diminuição de produção ou ainda no bom
acondicionamento e tratamento dos resíduos.
32
4 METODOLOGIA
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O presente trabalho foi desenvolvido no bairro Araucária, localizado no município de
Marmeleiro, localizado no sudoeste do Paraná. Segundo dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, o município contava com uma população total de
13.909 habitantes, sendo que 8.824 são moradores da área urbana e 5.076 pertencentes à área
rural. Na área urbana, tal população se divide em 4.388 residências (IBGE, 2010).
Figura 6 – Mapa do perímetro urbano do município de Marmeleiro-PR
Fonte: Prefeitura Municipal de Marmeleiro/PR.
BAIRRO ARAUCÁRIA
33
A economia municipal é basicamente agropecuária, incluindo atividades como a
criação gado leiteiro e grãos. Na indústria, destacam-se as atividades de metalurgia, alumínio,
confecção de vestuário, baterias automotivas, madeireiras e moveleiras. No comércio, os
setores de varejo e transporte destacam-se como grandes geradores de empregos. Os
munícipes possuem um rendimento médio mensal per capita de R$ 510,00. (PREFEITURA
MUNICIPAL DE MARMELEIRO, 2013).
Quanto ao nível educacional, cerca de 12.000 dos residentes no município são
alfabetizadas. Em 2010, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) municipal era de 0,722.
Para a gestão das questões ambientais, o município conta com o Departamento de
Meio Ambiente e Recursos Hídricos, que possui um subdepartamento responsável pelo
gerenciamento dos resíduos sólidos.
Até o ano de 1998, o município realizava a disposição de seus resíduos a céu aberto.
Contudo, entre os anos de 1998 e 1999, nova área, com vida útil aproximada de sete anos, foi
adquirida para a disposição controlada dos resíduos.
No ano de 2001, os órgãos competentes iniciaram a implantação da coleta seletiva,
tornando-se obrigatoriedade legal na totalidade do município até o ano de 2006.
Em 2005, os serviços de coleta, transporte, triagem e comercialização dos resíduos
foram terceirizados, prática verificada até os dias atuais, atendendo 100% da área urbana.
O bairro Araucária (Figura 7), localizado na área urbana do município, está dividido
em uma área institucional e 81 lotes, sendo que em 79 destes lotes há residências, um pertence
à Sanepar e não possui edificações.
34
Figura 7 – Recorte do bairro Araucária
Fonte: Prefeitura Municipal de Marmeleiro/PR.
4.2 CARACTERIZAÇÃO SOCIO-ECONÔMICA DA ÁREA DE ESTUDO
Para obter as informações socioeconômicas da área de estudo, estruturou-se um
questionário com 12 questões, sendo que quatro abordavam questões sobre faixa etária, nível
de escolaridade do entrevistado, número de residentes na casa e renda total da família, e as
mesmas continham respostas fechadas (APÊNDICE A).
35
4.3 INVESTIGAÇÃO DO CONHECIMENTO POPULAR ACERCA DA
TEMÁTICA AMBIENTAL
Objetivando-se diagnosticar o conhecimento da população em estudo acerca da
temática ambiental, o questionário era composto também de questões sobre a compreensão
dos entrevistados sobre resíduos sólidos.
Oito questões abordavam a temática dos resíduos sólidos, como conhecimento acerca
de coleta seletiva, compostagem e responsabilidade sobre os resíduos, possuindo duas
alternativas de resposta, sim ou não (APÊNDICE A). Todas as questões foram elaboradas
com linguagem simples para facilitar a compreensão de todos os entrevistados.
Tentou-se minimizar a interferência sobre os entrevistados, esclarecendo que as
respostas não seriam avaliadas como certas ou erradas.
Os questionários foram aplicados, no dia 07 entre as 13h30 e 18h00 e no dia 08 de
novembro de 2013 entre 17h00 e 19h30. Todas as 79 residências foram visitadas no primeiro
dia, mas em algumas não foram encontrados os seus moradores, fazendo-se necessário um
segundo dia de aplicação dos questionários para contemplar um número maior de residências.
A abordagem foi realizada de forma cordial, em todas as residências solicitou-se um
responsável, maior de 18 anos, para a participação na pesquisa. Alguns questionários eram
aplicados na calçada, contudo alguns preferiam que o diálogo acontecesse dentro das
residências.
4.4 REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE SENSIBILIZAÇÃOAMBIENTAL
Após a aplicação do questionário, calculou-se a quantidade de residências
necessárias para que a sensibilização ambiental tivesse significância, de acordo com o método
de dados pareados, por meio da Equação 1.
n = 𝜎2(𝑍
1−𝛼2
+𝑍1−𝛽 )2
µ𝑑2 (Equação 1)
36
Onde:
n = número de amostra.
1-β = poder do teste.
µd2 = média das diferenças.
σd2 = variância das diferenças.
1- α/2 = nível de significância.
As considerações foram:
Nível de confiança de 95%.
Poder do teste de 80%.
Nível de significância de 5%.
Desvio padrão de 0,8 kg.
Diferença a ser detectada de 0,5 kg.
Neste caso, as hipóteses de estudo foram:
Hipótese nula: a sensibilização ambiental não teve efeito.
H0: µd =0,5
Hipótese alternativa: a sensibilização ambiental teve efeito.
H1: µd<0,5
Realizou-se o cálculo do tamanho da amostra necessária o qual teve como resultado
20 residências, sendo este valor extrapolado para 25 residências, para garantir uma margem de
segurança ao estudo.
Posteriormente, utilizou-se o método de amostragem proporcional estratificada, para
definir a quantidade de amostras em grupos diferenciados, considerando-se o nível
econômico. Para isto, designou-se então, que na questão referente à renda familiar total, a
família que possuísse renda até dois salários mínimos inclusive, estaria classificada como
Classe 0 e quem possuísse renda acima de dois salários estaria classificada com Classe 1,
obteve-se então, uma amostra de 17 para Classe 0 e oito residências Classe 1.
Todas as residências que participaram do questionário foram numeradas conforme o
número do seu lote e posteriormente separadas de acordo com a classificação da renda.
Efetuou-se a seleção das casas para participarem da atividade de sensibilização, por
amostragem aleatória simples, neste caso, sorteio.
Após a definição do grupo amostral, realizou-se a visita aos moradores, detalhando-
se o trabalho e esclarecendo as dúvidas. Os participantes da pesquisa eram abordados de
37
forma cordial, e eram questionados se estariam dispostos a participar da troca de saberes.
Nesta etapa, foram entregues ao entrevistado duas cópias do termo de consentimento livre
(APÊNDICE B) para serem lidas e assinadas. Uma das vias ficou em posse do morador e a
outra se anexou aos documentos da pesquisa.
Com as residências previamente selecionadas, realizou-se a quantificação dos
resíduos sólidos gerados, por meio de pesagens, utilizando uma balança portátil eletrônica do
tipo gancho OCS-2 (Figura 8).
Figura 8 – Balança portátil eletrônica
modelo OCS-2
As primeiras pesagens ocorreram durante uma semana, sendo nos dias 18, 20 e 22 de
novembro de 2013, entre as 06h00 e 06h30, a pesagem dos resíduos orgânicos e rejeitos e no
dia 20 de novembro de 2013, entre 12h00 e 13h00, a pesagem dos resíduos recicláveis.
Realizada a primeira etapa de pesagens, colocou-se o trabalho de sensibilização em
prática na semana seguinte. O tempo destinado à sensibilização foi relativo, pois cada
indivíduo possuía conhecimento diferenciado sobre o assunto abordado.
As abordagens nas residências iniciavam com a apresentação, explicando do que se
tratava a visita, ou seja, que essa era a etapa de educação ambiental e perguntava se
dispunham de alguns minutos livres. Após isso, na maioria dos casos, adentrava-se a
residência e procurava-se um lugar tranquilo onde poderia acontecer o diálogo. Em nenhum
momento foi solicitada a verificação dos resíduos gerados na residência.
Para facilitar o repasse de informações e alcançar a sensibilização popular acerca dos
resíduos sólidos, desenvolveu-se um pequeno folder explicativo, com uma linguagem simples
38
e coloquial, associada às imagens, facilitando a compreensão dos temas abordados
(APÊNDICE C).
Apresentou-se o conceito de coleta seletiva, benefícios da segregação dos resíduos
recicláveis na fonte, dicas sobre reciclagem e as datas das coletas dos resíduos sólidos no
bairro. A compostagem também foi abordada, exemplificando-se os resíduos que poderiam ou
não ser submetidos ao tratamento, a metodologia para sua execução, alguns cuidados
necessários para seu monitoramento e os benefícios advindos da prática.
Conforme os itens iam sendo abordados, com o folder em mãos, o indivíduo podia
acompanhar a sequência da explicação, tirar dúvidas, ou complementar oq eu estava sendo
abordado com conhecimentos ou experiências próprias, já que as explanações poderiam ser
interrompidas a qualquer momento para que houvesse, efetivamente, uma troca de saberes.
Para os sem alfabetização, sugeria-se que pedissem ajuda para terceiros na releitura
dos folders, caso novas dúvidas surgissem.
4.5 VERIFICAÇÃO DOS IMPACTOS DO TRABALHO DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL NA COMUNIDADE
Posteriormente à atividade de sensibilização ambiental, foram realizadas novas
pesagens para efetuar uma comparação entre as quantidades de resíduos gerados. As pesagens
foram realizadas da mesma forma e ocorreram durante os dias 02, 04 e 06 de dezembro de
2013, entre as 06h00 e 06h30, a pesagem dos resíduos orgânicos e rejeitos e no dia 04 de
dezembro de 2013, entre 12h00 e 13h00, a pesagem dos resíduos recicláveis.
39
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para facilitar o entendimento dos resultados, esses serão apresentados
separadamente. Primeiramente será acrescentada a caracterização socioeconômica da
população, seguida dos resultados sobre a percepção ambiental da comunidade e por último
serão apresentados os resultados da ação de sensibilização sobre a temática dos resíduos
sólidos.
5.1 CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA DA POPULAÇÃO
Todas as 79 casas do bairro em estudo estavam, durante o período da pesquisa,
ocupadas, sendo que destas, 53 responderam o questionário, abrangendo 67% das residências.
Não foi registrado nenhum tipo de recusa em responder o questionário, nas 26 residências que
não participaram da pesquisa não foram encontrados moradores, possivelmente em horário de
trabalho.
Dentre os entrevistados, houve predomínio de pessoas acima de 54 anos,
correspondendo a 43%, ou seja, em sua maioria aposentados ( Gráfico 1).
Gráfico 1 – Faixa etária dos entrevistados
No que se refere à renda familiar total, 55% dos entrevistados declararam que a
família possuía renda entre um e dois salários mínimos. Observou-se uma menor parcela de
0 5 10 15 20 25
18 aos 24 anos
25 aos 34 anos
35 aos 44 anos
45 aos 54 anos
54 anos ou mais
Pessoas
Faixa Etária
40
famílias com renda acima de três salário mínimos, correspondendo a 11% dos entrevistados
(Gráfico 2).
Gráfico 2 – Renda familiar total
Entre os entrevistados, 45% possuía alfabetização básica, havendo uma pequena
quantidade de pessoas não alfabetizadas (9%) e uma pequena diferença entre quem possuía o
ensino fundamental (6º ao 9º ano) (21%) e ensino médio (1º ao 3º ano) (25%). Nenhum dos
entrevistados possuía ensino superior (Gráfico 3).
Gráfico 3 – Nível de escolaridade dos entrevistados
Referente à quantidade de pessoas por domicílio, nota-se que grande parte das
residências possui entre duas e três pessoas, representando 32% e 30%, respectivamente.
0 5 10 15 20 25 30 35
Menos de 1 salário mínimo
1 a 2 salários mínimos
2 a 3 salários mínimos
Acima de 3 salários mínimos
Famílias
Renda Familiar Total
0 5 10 15 20 25 30
Não alfabetizado
1º ao 5º ano
6º ao 9º ano
1º ao 3º ano
Ensino superior
Pessoas
Nível de Escolaridade
41
Houve menor número de residências que apresentam uma, quatro, cinco e seis pessoas ou
mais, 6%, 15%, 13% e 4%, respectivamente ( Gráfico 4).
Gráfico 4 – Número de pessoas por domicílio
5.2 PERCEPÇÃO POPULAR ACERCA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
Quando questionados sobre a destinação de seus resíduos, grande parte dos
entrevistados não sabia qual a destinação final dos resíduos gerados no município (72%),
respondendo não à primeira questão. Em conversa informal, alguns moradores comentavam
que os resíduos iam para o antigo aterro controlado do município e outros apenas viam o
caminhão coletor passar e recolher os resíduos ( Gráfico 5). INAS, AQUI V
OCÊS CALAM QUE AS RESPOSTAS ERAM SIM OU NÃO, AÍ AQUI VCSOS
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
1 Pessoa
2 Pessoas
3 Pessoas
4 Pessoas
5 Pessoas
6 ou mais
Domicílios
Número de pessoas por domicílio
42
Gráfico 5 – Percepção ambiental populacional quanto ao destino do lixo após seu
recolhimento
Sobre a coleta seletiva, 53% dos entrevistados não sabiam o que significava o termo,
mostrando que grade parte da população desconhece a ação por este nome. Quando
questionados sobre a existência de coleta seletiva no município, 68% dos entrevistados
afirmavam que o município possuía esta ação ( Gráfico 6).
Gráfico 6 – Percepção ambiental populacional quanto à coleta seletiva
Observou-se que alguns dos entrevistados, mesmo afirmando que não sabiam o que
era coleta seletiva, informavam que o município possuía o serviço. Tais indivíduos
lembraram, posteriormente, do significado do termo. Percebe-se que a maioria da população
não conhecia a coleta seletiva pelo nome correto, mas sabem do que se trata e tentam colocar
a técnica em prática.
0 10 20 30 40
Você sabe qual o destino dado
ao lixo após seu recolhimento?
Destino do lixo
Não
Sim
0 20 40 60
Você sabe o que é coleta seletiva?
Você sabe se seu município possui
sistema de coleta seletiva?
Você faz separação do lixo?
Não
Sim
Coleta Seletiva
43
Quanto à separação dos resíduos, 100% da população entrevistada declarou que
realiza a separação em suas residências ( Gráfico 6). Fato que pode ser justificado pela Lei
Municipal 1.245, de 2006, que instituiu a obrigatoriedade da separação e destinação dos
resíduos no município. O morador que não a cumprir, poderá sofrer penalidades financeiras.
Somado a isto, o trabalho de sensibilização ambiental já que é realizada no município, a
fiscalização e a não coleta dos resíduos quando estes estiverem misturados, podem contribuir
para aumentar o número de indivíduos que realizam a separação.
Vale ressaltar que o objetivo da pesquisa não foi inspecionar se o entrevistado
realizava a separação corretamente ou não, mas sim verificar sua percepção e realizar um
diagnóstico da situação no município. Quanto ao tema compostagem, 83% dos entrevistados
mostraram desconhecimento sobre o assunto, não sabiam o que significava o termo, nem
como fazê-la. 17% disseram saber o que era a compostagem e que a colocavam em prática.
Após esclarecimentos sobre o assunto, no fim dos questionamentos, os moradores relatavam
que realizavam este processo em suas residências (Gráfico 7).
Gráfico 7 – Percepção ambiental da população quanto à compostagem
Quando interrogados sobre a responsabilidade sobre os resíduos gerados em suas
residências, 89% da população responderam ter responsabilidade sobre seus resíduos,
demonstrando conhecimento sobre o tema (Gráfico 8).
0 20 40 60
Você sabe o que é compostagem?
Você sabe como fazer
compostagem?Não
Sim
Compostagem
44
Gráfico 8 – Percepção ambiental populacional quanto à responsabilidade com os
resíduos
Por fim, 79% dos moradores pensam que é possível diminuir a produção de resíduos
nas suas casas, no entanto, alguns entendem que é difícil fazer isto. Comentavam, ao final da
entrevista, que os produtos consumidos, em sua maioria industrializados, possuem muitas
embalagens e que os hábitos já adquiridos são difíceis de modificar (Gráfico 9).
Gráfico 9 – Percepção ambiental populacional quanto à geração de resíduos
0 20 40 60
Você tem responsabilidade sobre o
lixo que você produz?
Não
Sim
Responsabilidade
0 20 40 60
É possível diminuir a quantidade de
lixo produzido em sua casa?
Não
Sim
Geração
45
5.3 AVALIAÇÃO DA AÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL
Das 25 residências sorteadas para participar a atividade de sensibilização ambiental,
quatro não dispuseram os resíduos para a coleta todos os dias em que a mesma ocorria,
deixando lacunas nos dados, sendo necessária eliminação destas amostras.
O critério utilizado para a exclusão das amostras foi a não disposição dos resíduos
para pesagem. A falta dessas informações poderia prejudicar os resultados, com isto, houve a
necessidade de descartar quatro amostras, sendo três da Classe 0 e uma da Classe 1.
Para os resíduos orgânicos e rejeitos fez-se a média das pesagens realizadas durante a
semana, ou seja, somaram-se todas as pesagens efetivas e dividiu-se pelo número de pesagens
efetivas. Por exemplo: para uma residência onde houve três pesagens, a média é obtida
somando esses três valores e dividindo-os por três. Já para os recicláveis isso não foi
necessário, pois a coleta destes resíduos ocorre apenas uma vez na semana.
As pesagens dos resíduos anterior e posteriormente a sensibilização ambiental das
Classes 0 e 1 estão apresentadas nos Quadros 4 e 5, respectivamente.
Quadro 4 – Pesagens dos resíduos anterior e posteriormente a EA - Classe 0
CLASSE 0
Orgânicos e Rejeitos Recicláveis
Anterior a EA
(Kg)
Posterior a EA
(Kg)
Anterior a EA
(Kg)
Posterior a EA
(Kg)
1,78 1,78 * 3,62
0,50 4,40 * 3,66
0,30 0,46 4,36 3,30
2,95 2,65 3,20 *
2,00 3,06 4,40 *
3,00 1,34 1,00 *
1,55 2,55 1,66 3,00
0,30 0,08 0,60 0,60
4,10 0,46 * *
0,97 2,25 2,84 1,04
1,87 3,01 2,65 4,70
0,90 1,32 * 1,00
3,87 5,66 1,22 3,08
3,40 0,93 1,52 1,60
(*) Não houve pesagem.
46
Quadro 5 – Pesagens dos resíduos anterior e posteriormente a EA – Classe 1
CLASSE 1
Orgânicos e Rejeitos Recicláveis
Anterior a EA Posterior a EA Anterior a EA Posterior a EA
0,13 0,22 0,38 1,30
2,67 1,57 1,3 *
2,03 0,34 2,00 1,12
8,20 5,47 9,70 22,36
2,45 0,99 2,72 0,96
0,52 0,79 1,86 1,8
6,00 6,40 1,96 2,40 (*) Não houve pesagem.
Utilizando o programa estatístico Mintab 16, foi aplicado o teste t-Student para dados
pareados, com nível de confiança de 95% e uma diferença a ser detectada de 0,5kg entre as
pesagens dos Resíduos Orgânicos e Rejeitos e Resíduos Recicláveis de ambas as Classes.
Obtiveram-se valores de média, desvio padrão e de coeficiente de variação, conforme Quadro
6.
Quadro 6 – Medidas descritivas para as diferenças percebidas entre as pesagens
Variável Tempo Classe
Econômica
N° de
residências
Média
(kg)
Desvio Padrão
(kg)
Coeficiente de
Variação (%)
ORGÂNICOS E
REJEITOS
Anterior 0 14 1,963 1,310
1 7 3,140 2,940
Posterior 0 14 2,139 1,578
1 7 2,250 2,570
Diferença 0 14 -0,176 1,872 1064,490
1 7 0,886 1,181 133,210
RECICLÁVEIS
Anterior 0 14 1,675 1,577
1 7 2,850 3,110
Posterior 0 14 1,829 1,668
1 7 4,280 8,010
Diferença 0 14 1,829 1,668 1528,150
1 7 -1,430 5,040 352,240
No mesmo programa, foram gerados gráficos do tipo Boxplot para as diferenças
entre as pesagens, onde podem ser visualizados os valores discrepantes (*), os intervalos onde
ficaram concentradas as diferenças e sua média.
47
43210-1-2-3-4
X_
Ho
Diferenças
Resíduos Orgânicos e Rejeitos (Classe 0) (com Ho e 95% de intervalo de t-confiança para a média)
Gráfico 10 – Boxplot das diferenças percebidas na quantidade (em kg) de resíduos
orgânicos e rejeitos gerados pela Classe 0 após sensibilização ambiental, onde
α=5%
Nas pesagens das 14 amostras de resíduos orgânicos e rejeitos da Classe 0, observou-
se um desvio padrão das diferenças de 1,872 kg. O valor mais discrepante do gráfico foi de
3,640 kg. O P-Valor das diferenças foi de 0,900, ou seja, é maior que o nível de significância
de 0,05, aceita-se portanto a hipótese nula (H0). Assim sendo, conclui-se, com 95% de
confiança, que a sensibilização ambiental não surtiu efeito nesta classe econômica.
3,02,52,01,51,00,50,0-0,5
X_
Ho
Diferenças
Resíduos Orgânicos e Rejeitos (Classe 1)
(com Ho e 95% de intervalo de t-confiança para a média)
Gráfico 11 – Boxplot das diferenças percebidas na quantidade (em kg) de resíduos
orgânicos e rejeitos gerados pela Classe 1 anterior e posteriormente a
sensibilização ambiental, onde α=5%
48
Para as sete pesagens de amostras dos resíduos orgânicos e rejeitos da Classe 1,
observou-se um desvio padrão das diferenças de 1,181 kg. O P-Valor das diferenças foi de
0,210, ou seja, é maior que a significância de 0,05, aceita-se a hipótese nula (H0). Assim
sendo, conclui-se, com 95% de confiança, que a sensibilização ambiental não surtiu efeito
nesta classe econômica.
543210-1-2-3-4
X_
Ho
Diferenças
Resíduos Recicláveis (Classe 0) (com Ho e 95% de intervalo de t-confiança para a média)
Gráfico 12 – Boxplot das diferenças percebidas na quantidade (em kg) de resíduos
recicláveis gerados pela Classe 0 anterior e posteriormente a sensibilização
ambiental, onde α=5%
Para as pesagens de 14 amostras dos resíduos recicláveis gerados pelas Classe 0,
observou-se um desvio padrão das diferenças de 2,347 kg. O P-Valor das diferenças foi de
0,842, ou seja, é maior que a significância de 0,05, portanto, rejeita-se a hipótese alternativa
(H1) e aceita-se a hipótese nula (H0). Deste modo, conclui-se, com 95% de confiança, que a
sensibilização ambiental não surtiu efeito nesta classe econômica.
49
0-3-6-9-12
X_
Ho
Diferenças
Resíduos Recicláveis (Classe 1)
(com Ho e 95% de intervalo de t-confiança para a média)
Gráfico 13 – Boxplot das diferenças percebidas na quantidade (em kg) de resíduos
recicláveis gerados pela Classe 1 anterior e posteriormente a sensibilização
ambiental, onde α=5%
Nas pesagens das sete amostras dos resíduos recicláveis gerados pela Classe 1,
obteve-se um desvio padrão das diferenças de 5,04 kg. O valor mais discrepante do gráfico foi
-12, 660 kg, que significa que houve um aumento grande na geração dos resíduos comparando
as pesagens anteriores e posteriores a sensibilização ambiental. O P-Valor das diferenças foi
de 0,825, ou seja, é maior que 0,05 de significância, logo, rejeita-se a hipótese alternativa (H1)
e aceita-se a hipótese nula (H0). Portanto, conclui-se, com 95% de confiança, que a
sensibilização ambiental não surtiu efeito nesta classe econômica.
Para que uma amostra seja considerada homogênea, precisa apresentar valores do
coeficiente de variação próximos a 10%. O coeficiente de variação das diferenças de dos
resíduos em cada Classe apresentaram valores elevados, muito acima destes recomendados,
demonstrando que as amostras são significativamente heterogêneas.
Nos Boxplots, também pode ser observada a heterogeneidade dos dados pelo seu
tamanho e dispersão no gráfico.
A ineficiência do trabalho de sensibilização pode ser explicada pela dificuldade de
alterar costumes de um indivíduo ou de uma família, em especial no período avaliado, que se
aproxima das festas de Natal e Fim de Ano, quando se costuma gerar mais resíduos, tanto
orgânicos, recicláveis quanto rejeitos.
Outros fatores podem ter contribuído para que os dados ficassem heterogêneos, como
o período de uma semana utilizado para realizar as pesagens, já que as médias foram obtidas
entre poucas pesagens. As pesagens também não foram realizadas somente no período entre
50
os dias 10 e 20 de cada mês, conforme sugerido no Manual de Gerenciamento Integrado do
CEMPRE (2010).
Aos que concordaram em participar da sensibilização ambiental, foi deixado claro
que a aplicação das informações repassadas aconteceria de forma espontânea e não haveria
qualquer tipo de fiscalização ou cobrança posterior, somente seriam analisadas as diferenças
ocorridas entre as pesagens. Mesmo sendo combinado que seria feita as pesagens durante toda
uma semana, pode ter havido um distração ou esquecimento, ou ainda falta de compromisso
ou interesse da população na aplicação dos conhecimentos repassados ou uma má
interpretação dos mesmos.
Foi possível identificar as falhas ocorridas no decorrer do trabalho que ocasionaram
os resultados negativos relacionados à eficiência da educação ambiental para este caso.
51
6 CONCLUSÃO
A prática de educação ambiental não surtiu efeito na redução da quantidade de
resíduos sólidos gerados, contudo, a EA ainda representa a principal ferramenta para a
mudança nos padrões de consumo da população, assim como a compreensão da
responsabilidade individual sobre o ambiente. Todavia, observa-se ainda que grande parte dos
planejamentos públicos no Brasil, em todas as esferas, costuma não atribuir à prática a
relevância que possui.
O presente trabalho pode servir de base para novas pesquisas, adequando as
limitações encontradas, a realização de teste prévio no questionário aplicado, quantificar os
resíduos durante um período maior que uma semana, minimizando interferências do período
salarial, evitar períodos atípicos, como férias e festas e finalmente, uma ação de sensibilização
ambiental mais duradoura, facilitando e potencializando a troca de saberes.
52
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_og&action_object_map=%7B%22555714257821562%22%3A178415565660663%7D&acti
on_type_map=%7B%22555714257821562%22%3A%22og.likes%22%7D&action_ref_map=
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56
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Acesso em: 10 jul. 2013.
57
APÊNDICE A – Formulário utilizado para realizar o trabalho com a
comunidade
1) Faixa etária.
( ) 18 aos 24 anos
( ) 25 aos 34 anos
( ) 35 aos 44 anos
( ) 45 aos 54 anos
( ) 54 ou mais anos
2) Qual seu nível de escolaridade?
( ) Não alfabetizado
( ) 1º ao 5º ano
( ) 6º ao 9º ano
( ) 1º ao 3º ano
( ) Ensino superior
3) Número de pessoas no domicilio (incluindo o entrevistado).
4) Renda familiar total.
( ) Menos de 1 salário mínimo
( ) 1 a 2 salários mínimos
( ) 2 a 3 salários mínimos
( ) Acima de 3 salários mínimos
5) Você sabe o qual o destino dado ao lixo após seu recolhimento?
( ) sim ( ) não
6) Você sabe o que é coleta seletiva?
( ) sim ( ) não
7) Você sabe se o seu município possui sistema de coleta seletiva?
( ) sim ( ) não
58
8) Você faz separação do lixo?
( ) sim ( ) não
9) Você sabe o que é compostagem?
( ) sim ( ) não
10) Você sabe como fazer compostagem?
( ) sim ( ) não
11) Você tem responsabilidade sobre o lixo que você produz?
( ) sim ( ) não
12) É possível diminuir a quantidade de lixo produzido em sua casa?
( ) sim ( ) não
59
APÊNDICE B – Termo de consentimento livre
Nós, Daiana Lauxen e Fernanda Feltrim, alunas de graduação em Engenharia Ambiental, da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) - Campus de Francisco Beltrão,
estamos executando o projeto de pesquisa que tem como título “PROPOSIÇÃO E
AVALIAÇÃO DE METODOLOGIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A GESTÃO
INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS”, tendo como objetivo identificar a percepção da
população em torno dos resíduos sólidos e quantificar os resíduos gerados, anterior e
posteriormente à aplicação de prática de Educação Ambiental.
Sua colaboração na pesquisa será muito importante! Por isso, pedimos que participe, no
sentido de fornecer informações por meio de resposta ao questionário e/ou entrevista e
colocando em prática as instruções recomendadas.
As informações registradas serão utilizadas apenas para as finalidades da pesquisa e não será
objeto de avaliação pessoal, no sentido de verificação de erro ou acerto. A participação na
pesquisa não envolve risco físico, tão pouco constrangimento de qualquer natureza. Sua
identidade será preservada em todas as fases do projeto e você terá pleno direito de censura
sobre os conteúdos que fornecer. Se, a qualquer momento, você desejar informações
adicionais sobre a pesquisa ou, não desejar continuar, entre em contato pelo telefone (46)
9930-1610 ou (46) 9102-9297, ou ainda pelos e-mails [email protected] ou
TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu, ________________________________________, declaro que fui devidamente esclarecido/a
sobre o projeto de pesquisa “PROPOSIÇÃO E AVALIAÇÃO DE METODOLOGIA DE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS” e
concordo em participar da mesma fornecendo informações por meio de questionário e/ou entrevista e
pondo em prática as orientações recomendadas.
Marmeleiro, de de 2013.
________________________________________
Assinatura
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Francisco Beltrão
Engenharia Ambiental
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Daiana Lauxen e Fernanda Feltrim
COMPOSTAGEM
O QUE PODE SER USADO
Cascas e restos de frutas, verduras e legumes.
Pão.
Galhos, folhas, gramas e serragem.
Borra de café.
Palha.
Cascas de ovos.
Folhas e saquinhos de chá.
Cinzas.
Fezes de gado, cavalos, galinhas, coelhos etc.
Papel sem tinta.
Erva mate.
Terra de jardim e de vasos de plantas.
Lascas e toras de madeira sem pintura ou tratamento.
O QUE NÃO PODE SER USADO Plantas ou grama com herbicidas.
Madeira tratada ou pintada. Alimentos gordurosos e óleos.
Ossos.
Queijo e outros derivados do leite.
Restos de peixe.
Carne de vaca e aves.
Fezes de gatos e cães.
Ervas daninha.
COMO FAZER
Escavar um buraco no solo de aproximadamente 1m de largura X 1m de
comprimento X 1m de profundidade (reservar o solo).
Dispor os resíduos indicados para compostagem neste local, alterando
resíduos secos com resíduos úmidos e no final de cada dia cobrir os
resíduos com uma camada de solo que foi reservado.
CUIDADOS É preciso ter cuidado com o excesso e falta de água. Se o material
estiver muito úmido é preciso juntar resíduos como ramos, arbustos
(material seco). Se estiver muito seco o material está com falta de
água, é preciso regar, mas com cuidado.
BENEFÍCIOS DA COMPOSTAGEM Diminui a quantidade de resíduos que vai para o aterro sanitário.
Possibilita o aproveitamento dos resíduos.
Adubo natural que pode ser feito e utilizado em casa.
APÊNDICE C – Material de educação ambiental
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Francisco Beltrão
Engenharia Ambiental
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Daiana Lauxen e Fernanda Feltrim
COLETA SELETIVA
ORGÂNICOS (ÚMIDOS) → Compostagem ou Aterro Sanitário
Restos de alimentos.
Cascas de frutas.
Legumes.
Ovos.
RECICLÁVEIS (SECOS) → Reciclagem
Alumínio
Plásticos
Papéis, revistas e jornais.
Metais (ferrosos e não ferrosos).
Garrafas, potes e frascos de vidro (inteiros ou quebrados).
Sacos e embalagens.
DICAS
Os materiais destinados à reciclagem devem ser limpos antes do
descarte no lixo seco.
Embrulhar os vidros quebrados.
Colocar os sacos com os resíduos para fora da residência o mais
próximo do horário da coleta para evitar acúmulo de água e vetores.
BENEFÍCIOS DA SEPARAÇÃO
Geração de renda.
Diminui gastos do município com aterro sanitário.
Contribui para a preservação ambiental.
Aumenta a vida útil dos aterros sanitários.
REJEITOS → Aterro Sanitário
Os materiais que não podem ser reciclados ou enviados a compostagem
são considerados rejeitos. Estes devem ser enviados para o aterro sanitário
para não causar poluição. Caso não seja possível à realização da compostagem
esses resíduos também serão considerados rejeitos.
Papel higiênico, fraldas, absorventes.
Guardanapos.
Materiais recicláveis sujos.
DATAS DAS COLETAS NO BAIRRO ARAUCÁRIA Resíduos Orgânicos e Rejeitos: 2ª feira, 4ª feira e 6ª feira no início da
manhã.
Resíduos Recicláveis: 4ª feira, próximo ao meio dia.