Download - Pé Cavo Dr. Omar Mohamad M. Abdallah
Dr. Omar Mohamad M. Abdallah
R2 de Ortopedia e Traumatologia
Hospital Santa Rita
PÉ CAVO
• É uma deformidade complexa, caracterizada pela elevação exagerada do arco longitudinal medial, devido a flexão plantar do primeiro raio.
Associada a varo do retropé, adução de antepé e dedos em garra.
• Essa pronação exagerada do antepé não cede mesmo com pé em apoio. Pé fica encurtado Folgado no calçado .
• É raro e geralmente está associado a alguma patologia ortopédica ou neurológica, ou neuromusculares.
• Doloroso, pois mais carga é direcionada para médio e retropé;
• A área de contato com o solo está diminuída, ocorrendo apoio Na cabeça dos metatarsos e no coxim plantar do calcâneo .
• O eixo da articulação talo-calcâneo está verticalizado,
com isso há uma diminuição na ADM.
• A podoscopia serve para analisar a área de contato que nosso pé tem com o solo. E pode ser classificada de acordo com VALENTI:
CLASSIFICAÇÃO
• O pé cavo pode se apresentar com uma serie de alterações anatômicas.
Existem 3 tipos principais de pé cavo, variando desde deformidades leves com dedos em garra flexíveis ate dedos dolorosos, e rígidos:
• Pé cavo varo: com flexão plantar de antepé e varo de retropé.
• Pé calcâneo cavo: antepé eqüino rígido e retropé calcâneo.
• Pé eqüino cavo: eqüino de antepé e eqüino de retropé.
ETIOLOGIA • É uma manifestação de um distúrbio neurológico e muscular até que se
prove o contrário.
• Neuromuscular
• Congênitas
• Traumáticas
• 2/3 cursam com alteração neurológica .
Doença de CHARCOT – MARIE – TOOTH .
É uma atrofia muscular distal, progressiva e simétrica, acometendo os fibulares, a musculatura intrínseca do pé e da mão e a região do tnz.
NEUROMUSCULAR • Doença Muscular: Distrofia Muscular
Tríceps sural excessivamente fraco
• Nervos Perifericos e das raízes nervosas lombosacrais: Sind. Charcot – marie – tooth
Sind. Da medula presa
• Doença da medula espinal e do trato espinocerebelar:
Ataxia de Friedreich
Sind. De Roussy – levy
Polimielite ( paralisia infantil )
• Doença cerebral e cerebelar: Doença cerebelar primaria
Hidrocefalia oculta
Paralisia cerebral espásticas
CONGÊNITAS
• Pé torno congênito residual
• Artrogripose múltipla congênita
• Pé cavo congênito
• Coalizão tarsal ( talocalcânea e calcaneonavicular )
TRAUMÁTICAS
• Sequelas de Sind. Compartimental
• Queimadura
• Consolidação Viciosa
• Na maioria desses pacientes pode ocorrer fraqueza de tibial anterior .
• Ocorrendo retração das estruturas posteriores.
Dificuldade para extensão dorsal do Tnz Ocorre hiperextensão nas articulações
MTTF
• Ação da M. intrínseca do pé e dos flexores Causar retração da fascia plantar.
Fazendo uma elevação do arco longitudinal e a flexão plantar dos MTTs com RE da tíbia.
CLÍNICA• Deformidade progressiva
• O sapato escapa ou sapato fica folgado no pé Devido encurtamento do pé.
• Instabilidade na marcha Quedas freqüentes
• Sensação de falseio
• Calosidades dolorosas Cabeças MTTs
Sobre interfalangeanas proximais
Calcâneo (calcaneocavo)
DEFORMIDADE RETROPÉ• Pitch do calcâneo é maior que 30º É a linha entre o solo e a superfície plantar do calcâneo, que varia em media de 10 – 30
graus.
• Componente de varismo do retropé:
Proeminência plantar exagerada da tuberosidade do calcâneo e atrofia do tríceps sural.
Ocorre hiperceratose sob o calcanhar conferido o pé cavo Semelhante ao cabo de pistola ( pistol grip deformity ).
DEFORMIDADE ANTEPÉ• Todos os raios mediais do primeiro e do segundo metatarsais estão envolvidos .
Causando flexão plantar do antepé .
• Ocorre marcha sobre a borda lateral do pé se o retropé estiver posicionado em varo.
Deformidade em adução A
• Presente quando a borda medial do antepé está
mais fletida plantar do que a borda lateral.
Deformidade em valgo
• Se não houver dificuldade no desprendimento
do hálux no fim da fase de apoio ; B
• Se houver fraqueza dos fibulares Causando
instabilidade do Tnz no fim da fse de apoio.
Flexível
DEFORMIDADE DEDOS
• Deformidade em garra dos dedos podem ser: Flexível e redutível ás manobras de redução passiva;
Rígida com subluxação dorsal das art. MTTF ;
Deformidade em martelo das interfalângianas ;
• Hálux:• Retração da articulação IF
• Valgo
• Historia Familiar:
Charcot- marie – tooth
• Exame Físico:
Coluna vertebral ( Lesões cutâneas sugestivas de dirafismo)
Lesões hiperpigmentadas, encovadas na linha mediana vertebral
• Exames neurológico e muscular rigoroso:
Para planejamento de alguma transferência muscular
• Avaliação detalhada da marcha
• Avaliar amplitude das articulações do pé e do tornozelo
SINAL DO CALCÂNEO ESCONDIDO
• Teste de peek – a book / Sinal de Brian
Pct em pé de frente para o examinador
Pé normal Borda medial o calcaneo fica encoberto, devido o um valgismo de 5 graus.
• Varismo do retropé:
No retropé em varo Observa-se na
borda medial um espreitamento do pé.
TESTES ESPECIAIS:• Teste de Coleman 3 tempos
• 1 T Primeiro raio e hálux permanecem fora do bloco:
Se houver normalização do retropé a causa da deformidade é o primeiro raio, que esta em equino exagerado.
• 2T Apoio apenas do calcanhar no bloco:
Se houver valgização do retropé, a deformidade é a custas do antepé como um todo ( antepé equino e pronado )
• 3 T São usados 2 bloco ( o retropé é colocado em nível superior ao antepé e o primeiro raio é excluido da carga do peso corporal )
Se ocorrer valgização do retropé, podemos afastar o retropé da causa da deformidade, se o retropé permanecer em varo a deformidade deve a combinação de deformidade no antepé e retropé.
TESTES ESPECIAIS:
• Teste de KELIKIAN: Serve para avaliar se deformidade em garra dos dedos é fixa
ou não. Pressiona se a cabeça dos MTT de plantar para dorsal
anulando a força dos intrínsecos, corrigindo a deformidade .
TESTES ESPECIAIS:
• Teste de silversköld: Fletindo se o joelho e realizando a flexão dorsal do tornozelo
anulamos a ação dos gastrocnêmicos. Se a deformidade em eqüino persistir a razão dessa
deformidade é causada pelo solear e quando corrige, a causa são os gastrocnêmicos.
EXAMES BIOQUÍMICO
• Teste sanguíneo DNA ( Sind. Charcot – marie – tooth )
EXAMES IMAGEM • Radiografia com carga:
• AP Observa o grau de adução do antepé
• Perfil Avalia o grau do cavismo do pé;
Ângulo de MEARY: ângulo entre o eixo do talus e do primeiro MTT. Normal varia de -5 até + 5, sendo em media de 0 graus.
Ângulo de KITE, vista tanto no AP quanto no P. Esse ângulo é formado pelos eixos do talus e do calcâneo Valor normal varia de 20 – 30 graus.
TRATAMENTO
• Infelizmente não existe tratamento das doenças que cursam com o pé cavo;
• Tratamento conservador ;
• Modificações de calçados, orteses e exercícios não mudam o curso da doença.
• Palmilhas e calçados corretivos ajudam na marcha e no alivio da dor para deformidade e sintomas leves.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
• Orientar o paciente que a cirurgia não é curativa, e podendo haver a necessidade de novo procedimentos cirúrgicos .
• Indicações: Deformidade progressiva
Calosidade dolorosa sob as cabeças dos metatarsais ou base do quinto metatarsal
Instabilidade do tornozelo
• Liberação das partes moles:
• Procedimento de Steindler: Liberação da fáscia plantar, do flexor curto dos dedos e
do quadrado plantar.
• Tenodese do fibular longo e no fibular curto: Quando são os causadores da flexão plantar do primeiro raio.
• Alongamento do Gastrocnêmio: Nos casos de retração isolado, aliviando a força deformante em varo do tendão do
calcâneo.
PROCEDIMENTO EM PARTES MOLES
OSTEOTOMIAS:
• Cunha na base dorsal do primeiro metatarsal: Mais utilizados em pés adulto e rígido.
• Osteotomias do calcâneo: Corrigi ate a mais grave e rígida deformidade
em cavo – varo do pé.
Não altera a movimentação da articulação subtalar
Dwyer Para correção varo do retropé
OSTEOTOMIAS
• Osteotomia de deslizamento Surgiu como modificação da tecnica de Dwyer;
Modificou a técnica com elevação ou lateralização do calcâneo .
CORREÇÃO DOS DEDOS
• Procedimento de Jones:
Utilizado quando há hiperextensão da articulação MTTF do 1º raio, devido a fraqueza do M. tibial anterior.
• Técnica:
Transferência do tendão extensor longo do hálux para o colo do 1º metatarsal;
Facilita a dorsiflexão do tornozelo ;
Evita a evolução da deformidade em garra do hálux.
CORREÇÃO DOS DEDOS
• Técnica de Du vries e de Parrish:
• Rigidez for na MTTF ou IF Du Vries
Será tratada por meio de liberação das partes moles ;
Tendão extensores e cápsula articular ;
De Parrish Estabilização ativa dos dedos na posição neutra por transferência tendínea.
• Nas IFP rígidas é necessário a ressecção das cabeças das falanges proximais;
Para artroplastia de Du Vries;
Além da fixação intramedular com fio de K .