Download - Patologias dos pavimentos flexíveis
-
Karina BoeiraPriscila PagelRoberta Rios
Recuperao e Reforodos Pavimentos
-
Introduo
Todo pavimento rodovirio deve atender ao conforto e a convenincia do pblico que o utiliza, isto , um bom pavimento aquele que seguro e confortvel ao rolamento. Assim sendo a estrutura do pavimento deve ser projetada e construda de forma a garantir economicamente a qualidade do rolamento.Quando um pavimento deixa de atender satisfatoriamente segurana e ao conforto, ou quando a sua estrutura est de qualquer forma ameaada, algum tipo de reabilitao deve ser empreendida para que volte a ser segura e de rolamento suave.
-
Identificao de Defeitos Superficiais
Consiste no reconhecimento do tipo de defeito, na quantificao de sua extenso (freqncia de ocorrncia ou rea do revestimento sujeita a um determinado tipo de defeito) e a identificao do nvel de severidade (nvel de deteriorao dos defeitos, normalmente classificado em baixo, mdio e alto), juntamente com a determinao das causas dos defeitos.Os defeitos podem ser funcionais associados a qualidade de rolamento e a segurana do pavimento e estruturais associados a perda de capacidade do pavimento em suportar as cargas que o solicitam.
-
Tipos de Defeitos
-
FissurasFenda de largura capilar existente no revestimento, posicionada longitudinal, transversal ou obliquamente ao eixo da via, somente perceptvel a vista desarmada de uma distncia inferior a 1,50 m. As fissuras so fendas incipientes que ainda no causam problemas funcionais ao revestimento, no sendo assim consideradas quanto gravidade nos mtodos atuais de avaliao das condies de superfcie.
Causas Provveis: Podem ser causadas por m dosagem do asfalto, por excesso de finos no revestimento, por compactao em momento inadequado.
Localizao: Podem ocorrer em qualquer regio do pavimento.
Mtodos de Medio: no so medidas.
-
Trincas
Fenda existente no revestimento, facilmente visvel a vista desarmada, com abertura superior da fissura, podendo apresentar-se sob a forma de trinca isolada ou trinca interligada.
Trinca IsoladaTrinca TransversalTrinca LongitudinalTrinca de Borda
Trinca InterligadaTrinca tipo Couro de JacarTrinca tipo BlocoTrinca Parablica
-
Trincas Isoladas
-
Trinca TransversalTrinca isolada que apresenta direo predominantemente ortogonal ao eixo da via. Quando apresentar extenso de at 100 cm denominada trinca transversal curta. Quando a extenso for superior a 100 cm denomina-se trinca transversal longa.Causas Provveis: podem ser causadas por contrao da capa asfltica, devido a baixas temperaturas ou endurecimento do asfalto,propagao de trincas abaixo do revestimento da estrada, incluindo trincas (no juntas) em placas de concreto de cimento Portland.Localizao:ocorre ao longo de qualquer poro da superfcie do pavimento.Mtodos de Medio: so medidas em metros lineares.O comprimento e a severidade de cada trinca devem ser identificados e registrados, sendo os nveis de severidade determinado dirigindo-se o veculo sobre a seo do pavimento, no limite de velocidade estabelecido. Correo: selagem com ligante betuminoso.
-
Figura de Trinca Transversal
-
Trinca LongitudinalTrinca isolada que apresenta direo predominantemente paralela ao eixo da via. Quando apresentar extenso de at 100 cm denominada trinca longitudinal curta. Quando a extenso for superior a 100 cm denomina-se trinca longitudinal longa.
Causas Provveis: podem ser causadas por m execuo da junta longitudinal de separao entre duas faixas de trfego, recalque diferencial(caso de alargamento do pavimento), contrao da capa asfltica, devido a baixas temperaturas ou endurecimento do asfalto,propagao de trincas abaixo do revestimento da estrada.
Localizao: ocorre ao longo de qualquer rea da superfcie do pavimento.Mtodos de Medio: so medidas em metros lineares.O comprimento e a severidade de cada trinca devem ser identificados e registrados, sendo os nveis de severidade determinado dirigindo-se o veculo sobre a seo do pavimento, no limite de velocidade estabelecido. Correo: selagem com ligante betuminoso.
-
Figura de Trinca Longitudinal
-
Trinca de BordaCaracteriza-se por uma trinca longitudinal ou ainda por uma rea trincada que ocorre na regio da juno entre a pista e o acostamento (ou alargamento). Este trincamento pode causar desintegrao ou eroso na borda.
Causas Provveis: construo deficiente da junta de ligao entre a pista e o acostamento (ou alargamento), diferena de rigidez entre os materiais constituintes do acostamento ou do alargamento e do pavimento existente, compactao insuficiente, drenagem deficiente ou inexistente.
Localizao: ocorrer ao longo de at 60 cm da borda do pavimento existente ou da juno deste com o acostamento ou alargamento.Mtodos de Medio: so medidas em metros quadrados de rea de superfcie, sendo cada nvel de severidade registrado separadamente.
Correo: Utilizao de selagem ou reconstruo.
-
Figura de Trinca de Borda
-
Trincas Interligadas
-
Trinca Tipo Couro de JacarConjunto de trincas interligadas sem direes preferenciais, assemelhando-se ao aspecto de couro de jacar. Essas trincas podem apresentar, ou no, eroso acentuada nas bordas.Causas Provveis: Defeito gerado pela ao repetida das cargas de trfego. As condies ambientais (temperatura e umidade) podem acelerar o incio e a propagao das trincas e ainda a compactao deficiente, reflexo de trincas ao revestimento.Localizao:Ocorre em reas sujeitas a carga repetida de trfego principalmente na trilha de roda), geralmente no ocorre sobre uma rea inteira.Se a rea no est sujeita ao carregamento, o trincamento classificado como trincamento em bloco (que no um defeito associado carga).Mtodos de Medio: so medidas em metros quadrados de rea de superfcie,atravs de retngulo a ela circunscrito, sendo a maior dificuldade a separao dos nveis de severidade existentes, quando isto ocorre considera-se o maior nvel.Correo: selagem, remendo e fresagem de parcela do revestimento.
-
Figura de Trinca Tipo Couro de Jacar
-
Trinca tipo BlocoConjunto de trincas interligadas caracterizadas pela configurao de blocos formados por lados bem definidos,podendo, ou no, apresentar eroso acentuada nas bordas.
Causas Provveis: causado principalmente pela contrao da capa asfltica, em funo da alternncia diria entre altas e baixas temperaturas, e a ocorrncia, geralmente indica que o asfalto endureceu significativamente. Baixas resistncias trao, na mistura asfltica, aceleram o incio do trincamento em blocos. No um defeito associado a carga, embora esta possa aumentar sua severidade.
Localizao: ocorre em toda a regio do revestimento, at no acostamento.
Mtodos de Medio: so medidas em metros quadrados de rea de superfcie trincada. Em uma seo do pavimento geralmente ocorre com um s nvel de severidade, mas se ocorrerem vrios nveis devem ser medidos e registrados separadamente. Correo: O processo de selagem com ligante especial fundamental para minimizar a degradao do pavimento.
-
Figura de Trinca Tipo Bloco
-
Trinca Parablica
Defeito caracterizado pela formao de trincas em forma de meia lua, quase sempre com ambas as pontas indicando a direo do trfego.
Causas provveis: este defeito causado por pouca ligao entre a superfcie do pavimento e a camada subjacente da estrutura do pavimento e por baixa estabilidade da mistura asfltica.
Localizao: ocorrem em qualquer regio da superfcie do pavimento, mas, geralmente se apresentam nas trilhas de roda.
Mtodo de medio: medido em metros quadrados de rea de superfcie.
Correo: selagem da trinca ou remoo do revestimento e reconstruo.
-
Figura de Trinca Parablica
-
RemendosSo pores do revestimento onde houve remoo do material e substituio por outro similar. Os existentes so considerados geralmente como falhas uma vez que refletem o mau comportamentoda estrutura original, gerando incremento na irregularidade longitudinal. Recomenda-se a avaliao da rea a ser remendada.
Causas provveis: este defeito causado por solicitao intensa de trfego, emprego de material de m qualidade, agressividade ambiental e problemas construtivos.
Localizao: ocorrem em reas isoladas do pavimento, onde o revestimento atingiu alto grau de deteriorao, podendo existir em qualquer poro do pavimento, ocorrendo em reas de remendo.
Mtodos de Medio: so medidas em metros quadrados de rea, sendo cada nvel de severidade medido e registrado separadamente.
Correo: Reconstruo.
-
Figuras de Remendos
-
Panelas (Buracos)So cavidades formadas inicialmente no revestimento com dimenses e profundidades variadas. O defeito muito grave por afetar estruturalmente o pavimento e permitir o acesso das guas superficiais ao interior da estrutura. Do ponto de vista funcional tambm considerado defeito grave, por afetar a irregularidade longitudinal e, como conseqncia, a segurana do trfego, e o custo do transporte.Causas provveis: as causas deste defeito esto relacionadas com o trincamento por fadiga (estgio terminal), com a desintegrao localizada na superfcie do pavimento (desgastes de severidade alta).Sendo que o incio e a evoluo desta falha so aceleradas pela ao do trfego e de fatores climticos.Localizao: ocorrem em qualquer rea do revestimento, principalmente nas trilhas de roda.Mtodos de Medio: so medidas por profundidade e por rea de superfcie, em metros quadrados, sendo cada nvel de severidade medido e registrado separadamente.
Correo: Reparar a rea afetada pela execuo de um remendo superficial ou profundo.
-
Figuras de Panelas
-
Afundamento de Trilha de RodaDepresso do revestimento que se forma na regio onde se d a passagem das cargas (trilhas de roda). Na fase inicial s percebida aps a chuva, pois os sulcos ficam preenchidos por gua. So tolerveis at certos limites, porm quando o acmulo das deformaes permanentes formam flechas expressivas nas trilhas de roda, a estrutura estar em estado terminal e pondo em risco a segurana dos usurios.Causas provveis: compactao insuficiente de uma ou mais camadas na construo, mistura asfltica inadequada (baixa estabilidade), enfraquecimento de uma ou mais camadas devido a infiltrao de gua.Localizao: esto localizadas onde h passagem de trfego.
Mtodos de Medio: medido por metros quadrados de rea de superfcie, sendo a severidade medida pela profundidade do sulco, que determinada colocando-se uma barra reta de 1,2m sobre as bordas, atravessando o sulco e, medindo-se a depresso mxima, a depresso mdia ento calculada obtendo a mdia de medies feitas a cada 6m ao longo do comprimento do sulco, sendo cada nvel de severidade medido e registrado separadamente.Correo: Restabelecer a seo transversal ou realizar estudos especficos.
-
Figura de Afundamento de Trilha de Roda
-
Ondulao ou CorrugaoFalha caracterizada por ondulaes transversais, de carter plstico e permanente no revestimento asfltico.
Causas provveis: podem ser causadas por instabilidade da mistura betuminosa do revestimento e/ou da base, excesso de umidade das camadas subjacentes, contaminao da mistura asfltica por materiais estranhos e reteno de gua na mistura asfltica.
Localizao: esto localizadas nas regies de acelerao ou de frenagem de veculos, em qualquer regio da superfcie, porm com maior gravidade nas proximidades das trilhas de roda.
Mtodos de Medio: medido por metros quadrados de rea de superfcie, sendo os nveis de severidade determinados dirigindo-se o veculo sobre a seo do pavimento, velocidade estabelecida.
Correo: Remoo do revestimento e reconstruo.
-
Figuras de Ondulao
-
Defeitos Superficiais
-
Agregados Polidos
Caracteriza-se pela pouca ou quase nenhuma projeo dos agregados acima da superfcie do pavimento, provocando deficincias de aspereza e conseqncias na resistncia derrapagem.
Causas provveis: so provocados pela repetio da passagem dospneus sobre o revestimento.
Localizao: ocorrem em qualquer regio da superfcie pavimentada.
Mtodos de Medio: so medidas em metros quadrados de rea de superfcie.
Correo: utilizao de capa selante.
-
Figura de Agregados Polidos
-
ExsudaoFenmeno em que a pelcula ou filme de material betuminoso forma-se na superfcie do pavimento caracterizando-se por manchas de varias dimenses. Estas manchas resultantes comprometem seriamente a aderncia do revestimento aos pneus, principalmentedurante as chuvas.
Causas provveis: pode ser causada por inadequada dosagem da mistura asfltica acarretando teor excessivo de ligante e/ou ndice de vazios muito baixo ou temperatura do ligante acima da especificada no momento da mistura, acarretando a dilatao do asfalto e ocupao irreversvel dos vazios entre as partculas.
Localizao: pode se localizar em qualquer regio da superfcie do pavimento, sendo mais severa nas trilhas de roda.
Mtodos de Medio: so medidas em metros quadrados de rea de superfcie.
Correo: utilizao de capa selante ou fresagem do local.
-
Figura de Esxudao
-
Empolamento
caracterizado por inchao na superfcie do pavimento, que pode ocorrer nitidamente sobre uma pequena rea ou como uma onda longa e gradual. O empolamento pode ser acompanhado de trincamento na superfcie.
Causas provveis: pode ser causado por ao do frio, inchamento do solo do subleito, no caso de solos expansivos, expanso da camada subjacente de concreto de cimento e razes de rvores.Localizao: pode ocorrer ao longo de qualquer poro da superfcie do pavimento.
Mtodos de Medio: so medidas em metros quadrados de rea de superfcie, sendo os nveis de severidade determinado dirigindo-se o veculo sobre a seo do pavimento, velocidade estabelecida.
-
Figura de Empolamento
-
Desintegrao
Corroso do revestimento do pavimento, caracterizada pelo desalojamento progressivo de partculas do agregado. A desintegrao geralmente, indica que o ligante endureceu significativamente.
Causas provveis: pode ser causada por tenso de cisalhamento (conseqente do trfego), massa asfltica muito dura e quebradia e presena de gua que entra atravs dos vazios.
Localizao: pode se ocorrer ao longo, ou imediatamente abaixo, da superfcie do pavimento.
Mtodos de Medio: so medidas em metros quadrados de rea de superfcie.
-
Figura de Desintegrao