“PAISAGEM CULTURAL: ESTRATÉGIAS DE PRESERVAÇÃO E INTERVENÇÃO EM TERESINA, DESENVOLVIDAS PELO GRUPO DE
PESQUISA AMIGOS DO PATRIMÔNIO. "
AFONSO, ALCILIA (1)
1. UFPI. Departamento de Construção Civil e Arquitetura. Curso de Graduação em Arquitetura e
Urbanismo. Centro de Tecnologia. Rua João Carvalho. 3170. Planalto Ininga. Teresina.PI. CEP: 64050-180
E-mail: [email protected]
RESUMO Este artigo tem como objeto de estudo a cidade de Teresina, capital do estado do Piauí, no que é referente ao trabalho que vem sendo desenvolvido e coordenado pelo grupo de pesquisas cadastrado na UFPI e no CNPq, Amigos do Patrimônio. Este grupo é independente das instituições de preservação existentes na cidade, que pouco, ou quase nada têm realizado, de fato, pela preservação da memória urbana local. Justifica-se a apresentação deste trabalho neste evento, considerando que a discussão com demais profissionais nacionais e internacionais que atuam na área de preservação patrimonial, que passam por problemas similares em seus lugares, contribui de maneira preponderante na busca por soluções que se desvinculem da espera longa e ineficiente de órgãos públicos que deveriam ser mais eficazes nas políticas preservacionistas. Dessa maneira, o objetivo deste artigo é despertar o interesse da comunidade científica e acadêmica para participar do resgate do patrimônio, através de ações independentes. O grupo Amigos do Patrimônio que vem desenvolvendo pesquisas desde 2007, apoiando-se no tripé ensino, pesquisa e extensão, desde o segundo semestre de 2013, decidiu se envolver em três ações estratégicas pontuais de preservação e intervenção em Teresina: 1) Retomada do inventário de bens imóveis; 2) Revisão da legislação municipal de tombamento; 3) Ações na área de educação patrimonial. Para tanto, realiza palestras em eventos culturais e científicos, promove debates e exposições, publica livros como "Arquitetura piauiense" (Afonso e Moraes, 2009), "Documentos da Arquitetura Moderna" (Afonso e Negreiros, 2010), "Teresina 160 anos: Arquitetura e documentação" (Afonso, 2013), "Teresina em Aquarelas" (Afonso e Marques, 2014). Acredita-se que através da educação patrimonial e da participação popular, independente de órgãos públicos, pode-se realizar algo em prol da memória e preservação dos nossos bens culturais, ampliando a discussão e as ações para conceitos como paisagem cultural. É um longo e constante processo. Palavras chaves: políticas preservacionistas, preservação cultural, patrimônio.
3° COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO - DESAFIOS E PERSPECTIVAS Belo Horizonte, de 15 a 17 de setembro
Introdução
Este artigo tem como objeto de estudo a cidade de Teresina, capital do estado do Piauí, no
que é referente ao trabalho que vem sendo desenvolvido e coordenado pelo grupo de
pesquisas cadastrado na UFPI, Universidade Federal do Piauí, e no CNPq, Amigos do
Patrimônio. Este grupo é independente das instituições de preservação existentes na cidade,
que pouco, ou quase nada têm realizado, de fato, pela preservação da memória urbana local.
Justifica-se a apresentação deste trabalho neste evento, considerando que a discussão com
demais profissionais nacionais e internacionais que atuam na área de preservação
patrimonial, que passam por problemas similares em seus lugares, contribui de maneira
preponderante na busca por soluções que se desvinculem da espera longa e ineficiente de
órgãos públicos que deveriam ser mais eficazes nas políticas preservacionistas.
Dessa maneira, o objetivo deste artigo é despertar o interesse da comunidade científica e
acadêmica para participar do resgate do patrimônio, através de ações independentes. O
grupo Amigos do Patrimônio que vem desenvolvendo pesquisas desde 2007, apoiando-se no
tripé ensino, pesquisa e extensão, desde o segundo semestre de 2013, decidiu se envolver
em três ações estratégicas pontuais de preservação e intervenção em Teresina: 1) Retomada
do inventário de bens imóveis; 2) Revisão da legislação municipal de tombamento; 3) Ações
na área de educação patrimonial.
Para tanto realiza palestras em eventos culturais e científicos, promove debates e exposições,
publica livros como "Arquitetura piauiense" (Afonso e Moraes, 2009), "Documentos da
Arquitetura Moderna" (Afonso e Negreiros, 2010), "Teresina 160 anos: Arquitetura e
documentação" (Afonso, 2013), "Teresina em Aquarelas" (Afonso e Marques, 2014).
Acredita-se que através da educação patrimonial e da participação popular, independente de
órgãos públicos, pode-se realizar algo em prol da memória e preservação dos nossos bens
culturais, ampliando a discussão e as ações para conceitos como paisagem cultural. É um
longo e constante processo. Acrescenta-se aqui que a pesquisa vem trabalhando com um
referencial teórico calcado nos conceitos de paisagem cultural e patrimônio natural.
O conceito de paisagem cultural trabalhado na pesquisa entende a mesma como ”testemunho
do trabalho do homem, de sua relação com a natureza, como um retrato da ação humana
sobre o espaço ou ainda como panorama e cenário”, conforme colocou RIBEIRO (2007, p.14).
Sabe-se ainda, que a paisagem é um conceito que possui múltiplas interpretações, estando
em permanente construção.
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Em 30 de abril de 2009, Considerando que a paisagem requer medidas legais e efetivas para
sua proteção e defesa, o Iphan, instituiu a figura da Paisagem Cultural Brasileira, através de
Portaria nº 127/2009.
Segundo esta portaria, essa nova modalidade de reconhecimento de valores de sítios e
paisagens de significação cultural é aplicável a porções peculiares do território nacional,
representativas do processo de interação do homem com o meio natural, à qual a vida e a
ciência humana imprimiram marcas ou atribuíram valores.
A chancela da Paisagem Cultural Brasileira considera o caráter dinâmico da cultura e da ação
humana sobre as porções do território a que se aplica, além de conviver com as
transformações inerentes ao desenvolvimento econômico e social sustentável e valorizar a
motivação responsável pela preservação do patrimônio.
O conceito de patrimônio cultural também vem passando por constante evolução, em rápida
expansão e mudança, conforme observou CASTRIOTA (2007), que observou que atualmente
este tema está em voga, nunca havido anteriormente, tantos instrumentos para se lidar com
as pré existências culturais. Colocou o autor que:
“Entramos no século XXI com o patrimônio ocupando um papel central na reflexão não só sobre a cultura, mas também nas abordagens que hoje se fazem do presente e do futuro das cidades, do planejamento urbano e do próprio meio ambiente”.
TERESINA COMO OBJETO DE ESTUDO
No manual sobre o perfil de Teresina (1993), disponibilizado pela Prefeitura Municipal de
Teresina, é reportado que o município está localizado à margem direita do Rio Parnaíba, ao
lado do município maranhense de Timon, a 05°05'12'' de latitude sul e 42°48'42'' de longitude
oeste. Apresenta clima tropical e chuvoso (megatérmico) de savana, com inverno seco e
verão chuvoso, com precipitação mensal média de 1.339 mm, temperatura do ar de 26,8ºC e
umidade relativa do ar 70%.
Ainda de acordo com o manual, a paisagem natural teresinense é caracterizada por uma
cobertura arbustiva de médio porte e densa, com babaçuais e os carnaubais nativos que se
estendem preferencialmente ao longo dos vales e terrenos quaternários de maior fertilidade.
Segundo Afonso (2002), o ambiente natural urbano de Teresina é marcado pela presença de
dois rios, o Poti e o Parnaíba (figura 1); seu relevo é plano, sua vegetação é caracterizada
pelas espécies que compõem a mata dos cocais.
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Figura 1: Mapa de Teresina. Fonte: PRODATER.
No documento “Teresina Agenda 2015: Plano de Desenvolvimento Sustentável”, elaborado
em 2008, é relatado que o desenho da cidade de Teresina foi cuidadosamente traçado, uma
vez que fora planejada para tornar-se a nova capital do Piauí, a partir de 1852. (Moura Fé,
2002)
O seu fundador, o Conselheiro Saraiva então Presidente da Província do Piauí, escolheu um
local “alto e aprazível” à margem direita do rio Parnaíba, no topo mais regular do planalto que
se forma entre as últimas curvas dos rios Parnaíba e Poti, antes do seu encontro, na barra do
Poti.
A cidade inicialmente era constituída de uma área central formada por um largo destinado à
construção da praça, da igreja e de edificações administrativas, seguidos por lotes
residenciais, distribuídos em quadras organizadas em formato de tabuleiro de xadrez.
No que concerne ao seu planejamento urbano, a nova capital do Estado apresentou-se,
inicialmente, com um traçado planejado, onde os cruzamentos de suas ruas formavam
ângulos retos. Esse traçado geométrico foi representado graficamente por primeira vez em
1855. O Estado, como principal agente produtor e consumidor do espaço geográfico, foi o
grande responsável pela construção, ocupação e ordenação da cidade de Teresina.
Os prédios históricos erguidos no início da construção do município obedeciam a um padrão
colonial e sediavam instituições públicas, moradias das elites governamentais, comerciais e
fazendeiros da época, além de armazéns às margens do rio Parnaíba, na Avenida Maranhão,
zona portuária importante.
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Muitas das edificações situadas nessa área foram descaracterizadas e/ou demolidos, a
exemplo de várias casas da Rua Paissandu, do famoso Bar Carnaúba, na Praça Pedro II e
outros, que se encontram em péssimo estado de conservação. Algumas dessas edificações,
antigas residências de pessoas da elite da cidade, cederam lugar a outras atividades
comerciais e de prestação de serviços, como por exemplo, os estacionamentos.
Ações do Grupo Amigos do Patrimônio
1. Retomada do Inventário dos bens imóveis de Teresina
A primeira ação a ser realizada pelo Grupo Amigos do Patrimônio trata da retomada do
inventário dos bens imóveis de Teresina, iniciado em 1988, e estagnado desde 2010. A
Prefeitura Municipal de Teresina havia contratado naquela época, o arquiteto e urbanista
Olavo Pereira da Silva Filho, especialista na área de patrimônio cultural e arquiteto piauiense
que atuou anos trabalhando com preservação patrimonial em Minas Gerais, bem como,
prestando consultorias técnicas no Maranhão e Piauí.
Olavo Pereira nasceu em 1947 em Campo Maior, município localizado na região norte
do Piauí, estudou arquitetura e urbanismo na Universidade Federal de Minas Gerais,
graduando-se em 1973. Trabalhou na Fundação João Pinheiro e foi diretor durante vários
anos do IEPHA/ Instituto estadual do patrimonio histórico e artístico de Minas Gerais,
tornando-se um especialista em Restauração e Conservação de Conjuntos
e Monumentos Históricos. É até hoje, um ativista em pesquisas sobre patrimônio histórico e
continua desenvolvendo trabalhos na área, residindo atualmente no Piauí.
Escreveu duas importantes obras sobre patrimonio cultural, Arquitetura Luso Brasileira no
Maranhão (edição 1986) e Carnaúba, Pedra e Barro na Capitania de São José do Piauhy, que
em 2008, venceu a 21ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade na categoria
Pesquisa e Inventário de Acervo, organizada pelo IPHAN.
Em 1988, Olavo Pereira foi contratado pela Fundação Cultural Monsenhor Chaves, na
diretoria da professora Cecília Mendes, para dar início ao inventario do patrimônio de bens
imóveis de Teresina, contudo o processo foi estagnado ao término da gestão municipal.
Somente em 2010, a Fundação Cultural Monsenhor Chaves retomou o trabalho, montando
uma equipe formada por um jovem arquiteto na época, Sanderland Ribeiro, e a arquiteta
Luciene Cardoso, havendo convidado um grupo composto por oito estagiários de arquitetura,
sendo quatro da UFPI, e quatro do Instituto Camilo Filho. Iniciou o trabalho de inventário
fotografando e elaborando fichas iniciais, a fim de ordenar os bens imóveis da cidade, sem,
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contudo, implantar uma metodologia que pudesse gerar um produto mais consistente para o
mesmo.
Assim, durante o passar dos anos, sempre que há mudança na gestão municipal, o interesse
da política pública na área cultural muda, e o trabalho estagna, sendo retomado, anos depois,
com distintas pessoas, mas tendo o arquiteto Olavo Pereira, ainda a frente da coordenação.
Na segunda retomada do trabalho de elaboração do inventário, chegaram a elaborar fichas
que foram planejadas em conjunto com a empresa de dados municipal, a Prodater. A idéia era
por no ar as informações, para que vários pesquisadores e interessados pudessem ter acesso
às mesmas. A nossa pesquisa está tentando levantar informações sobre os fatos reais que
levaram ao processo, mais uma vez, estagnar e não ser concluído.
Dessa forma, o grupo Amigos do Patrimônio, em outubro de 2013, coordenado pela
professora Alcilia Afonso, decide colaborar com este trabalho, e busca uma forma de tentar
concluir o trabalho estagnado e inacabado, que possuía os arquivos guardados em
computadores da Fundação municipal de Cultura. Para tanto, convidou novamente o arquiteto
Olavo Pereira, professores pesquisadores e especialistas em patrimônio cultural, de três
instituições de ensino de arquitetura local para retomar este inventário: da Universidade
Federal do Piauí; do Instituto Camilo Filho e da UNINOVAFAP.
Utilizando de uma metodologia baseada em outros modelos de inventários nacionais, como
por exemplo, os da Bahia e de Pernambuco, as fichas foram retomadas, revisadas, e
atualizadas, e através da coordenação da professora coordenadora do Grupo de pesquisas,
houve uma divisão de tarefas, cabendo a cada uma das instituições e seus respectivos
professores, desenvolverem as fichas que seguem a mesma metodologia para tipologias
estilísticas distintas.
O grupo desde então vem se reunindo, para atualizar e afinar os dados. A UFPI está
responsável pelo fichamento do patrimônio recente (moderno e contemporâneo) e pelo
conjunto eclético e neoclássico. A UNINOVAFAP pelos bens arquitetônicos modernos
residenciais, e o Instituto Camilo Filho, pelos conjuntos arquitetônicos dos entornos das oito
praças do centro histórico.
Informa-se aqui, que Teresina é uma cidade nova, planejada, e data de 1852, possui apenas
cento e sessenta e dois anos, e por isso, sua produção arquitetônica (Figura 2) é constituída
pelos estilos neoclássico, eclético, art dèco, moderno e contemporâneo (AFONSO, 2002).
Portanto, o trabalho de inventário dos bens imóveis abarca este recorte estilístico.
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Figura 2: Aquarelas de edifícios de Teresina: Estação Ferroviária (estilo eclético); Cine Rex (art dèco);
Palácio de Karnak (estilo neoclássico), Fórum de Justiça (estilo moderno brutalista) e Shopping da
Cidade (estilo contemporâneo). Fonte: Teresina em Aquarelas. Afonso e Marques. 2014
Desde que a ação foi iniciada, o CAU PI/ Conselho de Arquitetos do Piaui, e a PRODATER/
PMT, estão contribuindo em parceria, buscando firmar convênio para ceder o programa Igeo e
Geovista, para divulgar em rede, o inventário que está em andamento.
Representantes do CAU BR, o conselheiro federal pela Bahia, professor Dr. Paulo Ormindo e
a assessora do CAU BR, Dra. Mirna Cortopazzi, estiveram recentemente em Teresina
reunidos com a coordenação do Grupo Amigos do Patrimônio, e está analisando a
possibilidade de tornar a cidade de Teresina, um laboratório para iniciar a inserção em rede
nacional, das fichas cadastrais do inventário. Este processo está em tramitação e aguardando
posicionamento do CAU BR para poder ser iniciado o trabalho de digitação das fichas, com a
contratação de estagiários e aquisição de equipamentos.
A ação é constante: ela não tem prazo para terminar. É um processo em andamento, e que
através de conversações e parcerias, tente a ser estendido. Está sendo planejado, após a
conclusão do inventário de bens imóveis, partir-se para os bens móveis, posteriormente, os
bens naturais, e concluindo, os imateriais.
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Planeja-se ainda chegar mais longe: tentar realizar após a conclusão do trabalho de inventário
de Teresina, partir-se com a adoção da mesma metodologia, para outros municípios
estaduais, possuidores de sítios ricos e fundamentais da arquitetura piauiense, tais como
Parnaíba, Oeiras, Amarante, buscando ampliar a abrangência da ação.
Um desejo de registrar, de documentar, que necessita de fôlego, persistência, continuidade, e
de pessoas envolvidas com a causa preservacionista.
Felizmente, conta-se neste trabalho, com o incentivo dos jovens estudantes das instituições
de ensino, que estão contribuindo de forma fundamental com esta ação de resgate e guarda
da memória arquitetônica.
2. Revisão da Lei de Tombamento Municipal
A segunda ação do Grupo Amigos do Patrimônio trata da revisão da Lei Complementar No.
3602, de 27 de dezembro de 2006, que “dispõe sobre a preservação e o tombamento do
patrimônio cultural do município de Teresina”.
Para revisar e atualizar a mesma, o grupo convidou profissionais inter e multi disciplinares,
representantes das instituições de ensino de arquitetura e urbanismo local, da Comissão de
Patrimônio Cultural da OAB-PI, do CAU PI, da Procuradoria Geral do Município/ PGM, e de
representantes dos órgãos de preservação em nível federal, estadual e municipal, bem como,
de profissionais liberais que estão atuando na área projetual de preservação de patrimônio,
para juntos discutirem e proporem alterações no corpo da lei, referentes a vários pontos.
Observou-se nas discussões que a questão conceitual está bastante defasada, e o texto
necessitava inserir no seu bojo, terminologias como paisagem cultural (Castriota, 2010), bens
imateriais, conjuntos arquitetônicos e as relações espaciais entre objeto de preservação e
entorno.
Outro ponto que chamou a atenção nas discussões de revisão dessa Lei, foi comprovar que o
Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Teresina, jamais havia sido instituído, apesar
da autorização dada nesta Lei.
Dessa forma, a primeira iniciativa prática foi elaborar uma minuta de um Decreto para a
criação de dito Conselho, através de discussões grupais por parte dos membros do Grupo.
A redação da revisão da Lei está sendo realizada por membros da Comissão de Patrimônio
Cultural da OAB. PI que colabora com as nossas ações através da participação de dois
advogados que nos vêm assessorando neste processo.
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Atualmente, está sendo concluído o documento para a criação do Conselho Municipal de
Patrimônio Cultural de Teresina e a redação final de uma nova Lei que substituirá esta
existente de 2006.
3. Educação patrimonial
A terceira estratégia trata de ações na área de educação patrimonial, abrangendo distinto
público alvo.
A concepção de ferramentas de difusão educativa pela valorização e preservação do
patrimônio arquitetônico e urbanístico teresinense teve como objetivo maior instigar o
interesse e despertar a consciência para tal discussão, expandindo as ações realizadas pelo
grupo, tais como blog, exposições, livros, cartões postais e palestras.
Neste sentido, buscaram-se subsídios para a implementação de ações de reconhecimento do
patrimônio arquitetônico no município de Teresina, cidade rica em prédios históricos, entre os
quais muitos vêm se perdendo através dos tempos.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) concebe educação
patrimonial como todos os processos educativos que primem pela construção coletiva do
conhecimento, pela dialogicidade entre os agentes sociais e pela participação efetiva das
comunidades detentoras das referências culturais onde convivem noções de patrimônio
cultural diversas.
As ações educativas desenvolvidas no âmbito da preservação do patrimônio procuram
sensibilizar o cidadão quanto à preservação de seu patrimônio e de sua memória por meio de
posturas preservacionistas, uma vez que um dos principais fatores de dano ao patrimônio
histórico e cultural é sua desqualificação como fonte de referência para a identidade local,
ocasionada muitas vezes por mero desconhecimento de sua importância e por influência de
culturas “de fora”.
Nessa perspectiva, a educação é vista como um processo de apreensão de conhecimentos
através da reflexão constante, do pensamento crítico, criativo e da ação transformadora do
sujeito, constituindo-se uma atividade condicionada histórica e socialmente. Partindo desse
pressuposto, a educação patrimonial é um processo educativo centrado no patrimônio cultural
e que se volta para a aquisição de valores e comportamentos que permitam seu
reconhecimento, valorização e preservação.
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Apropriar-se de seu patrimônio é identificar-se nele, é fortalecer o senso de pertencimento ao
grupo do qual ele representa simbolicamente a identidade. Significa construir uma identidade
a partir de traços de um passado comum. O trabalho da educação patrimonial carece de
metodologias e estratégias da ação educativa onde o homem como observador da paisagem
urbana seja também protagonista, participante efetivo no processo de apropriação da cultura
e do patrimônio, a partir do estabelecimento de uma relação de identidade, identificação com
sua cidade, e porque não de caráter também afetivo. Queiroz (2009) salienta que:
Valorizar o patrimônio vai, portanto, muito além do respeito aos monumentos, obras de arte, museus. O que chamamos de patrimônio cultural vincula-se às pessoas e à sua ação, às histórias, hábitos e expressões, realidades que pertencem ao passado da população e cujos vestígios ainda fazem parte do cotidiano. Preservar é, então, uma atualização constante da memória e dos valores que definiram aquele objeto ou expressão cultural como representativos e, portanto, patrimônio da coletividade [...] (QUEIROZ, 2009, p. 03).
A concepção de ferramentas de difusão educativa para valorização e preservação do
patrimônio arquitetônico e urbanístico teresinense teve como objetivo maior, instigar o
interesse e despertar a consciência para tal discussão.
Apoiando-se em mecanismos físicos de divulgação, como apresentação e publicação de
artigos em eventos da área, edição de cartões postais, montagem e publicação de livros e
exposições de painéis, além de atuação no meio virtual, a partir de redes sociais e blogs, o
grupo “Amigos do Patrimônio”, busca não somente, levantar informações à respeito dos
objetos com valor arquitetônico na cidade de Teresina, mas também divulgar tais informações
à toda sociedade, promovendo, dessa forma, a educação patrimonial.
A partir de uma metodologia que dialoga tanto com a linha de pesquisa arquitetônica, como a
histórica, realiza-se o levantamento de dados sobre os estilos arquitetônicos que se
desenvolveram no processo de formação da cidade, tais como, o neoclássico, o ecletismo, o
movimento art dèco, o modernismo e o contemporâneo. Tal investigação é desenvolvida
através de imagens fotográficas, materiais de projetos arquitetônicos, desenhos, croquis,
aquarelas, vídeos, entrevistas e revistas que juntos, vêm construindo um Centro de
Documentação do patrimônio arquitetônico teresinense.
O grupo “Amigos do Patrimônio” foi criado no ano de 2007 e desde então vem desenvolvendo
suas investigações acerca do patrimônio através do resgate do acervo arquitetônico da cidade
de Teresina, PI. Com o intuito de divulgar para a sociedade a relação e importância entre
patrimônio e identidade cultural, o grupo tem desenvolvido, nos últimos anos, uma série de
livros (figura 3) que abordam tal discussão.
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Figura 3: Algumas das capas dos livros publicados, frutos das pesquisas do Grupo Amigos do
Patrimônio. Fonte: montagem de Karla Katrini. 2014
O primeiro livro, desenvolvido antes da origem do grupo, mas que já se apresentara como um
embrião à formação deste, e se intitula “Arquitetura em Teresina: 150 anos. Da origem à
contemporaneidade” (AFONSO, 2002). O livro propôs como discussão, trabalhar com a
arquitetura da cidade de Teresina, na época em seus 150 anos, desde sua fundação até à
atualidade através da reflexão sobre questões pertinentes ao estado de conservação do
acervo arquitetônico da cidade.
O livro é um trabalho resultante de uma coletânea de artigos escritos por Alcilia Afonso no
período de outubro de 2001 a maio de 2002, aos domingos, no caderno Alternativo do Jornal
Meio Norte. Tais artigos tinham como objetivo traçar reflexões sobre os aspectos
arquitetônicos e urbanísticos de Teresina, uma vez que a cidade estava preparando-se para a
comemoração de seu sesquicentenário.
A metodologia utilizada para a elaboração dessa pesquisa, sobre o ambiente construído de
Teresina, buscou trabalhar com a ampliação de questionários a fim de descobrirem-se pistas
sobre os profissionais envolvidos na produção arquitetônica local, leituras bibliográficas
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especializadas em temáticas específicas, observações in loco, e levantamentos fotográficos e
arquitetônicos.
Algumas indagações trazidas pelo livro questionam se, embora a cidade fosse relativamente
nova, estaria preservando a sua memória? Os aspectos históricos, geográficos e culturais
estariam sendo considerados nos novos projetos arquitetônicos? E como estava o centro
histórico da cidade? Tais questionamentos objetivavam a reflexão do leitor, principalmente
enquanto habitante da cidade.
Em 2009, foi publicado o primeiro livro através do grupo de pesquisa, produzido a partir das
investigações realizadas pelo mesmo, sendo intitulado “Arquitetura Piauiense” (AFONSO e
MORAES, 2009), o qual consistia em um caderno de desenho que resgatava a produção
arquitetônica piauiense através de esboços e croquis realizados por alunos e ex-alunos da
disciplina de arquitetura brasileira 2 do curso de Arquitetura e Urbanismo do Departamento de
Construção Civil e Arquitetura do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Piauí
(DCCA/CT/UFPI).
No que é tangível à elaboração do livro, em um primeiro momento, foi realizada a série
“Arquitetura em Teresina: 1852 – 2007”, que teve uma tiragem de mil exemplares, e que
rapidamente se esgotou, havendo sido distribuídos em escolas, universidades e congressos
nacionais. No ano de 2008, produziu-se uma nova tiragem, com mais mil exemplares, da
mesma série, que também realizou um trabalho de educação patrimonial, divulgando o acervo
arquitetônico teresinense.
Ainda neste mesmo ano de 2008, foi produzida duas novas séries; “Arquitetura Piauiense” e
“Perfis Urbanos” com a tiragem de mil exemplares por série, editados também, como todos os
outros, pela Editora Gráfica da Universidade Federal do Piauí (UFPI), que procuraram ampliar
o campo das pesquisas realizadas, trabalhando com vários municípios possuidores de acervo
histórico/arquitetônico.
O livro “Documentos da Arquitetura Moderna no Piauí” (AFONSO e NEGREIROS, 2010) foi
resultado de investigações cientificas realizadas pelo grupo, composto por artigos publicados
pelos membros, em congressos nacionais sobre modernidade, além de apresentar um
inventário analítico arquitetônico sobre as principais obras modernas, ou mesmo, aquelas
contemporâneas, que continuam seguindo os critérios de modernidade.
Os artigos que compuseram o livro tratavam de questões pertinentes ao acesso à
documentação sobre modernidade no Estado, sobre as dificuldades em se inventariar e
preservar a arquitetura moderna local; explanava sobre a retomada de metodologia projetual
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moderna na contemporaneidade, além de resgatar a história da arquitetura moderna,
narrando fatos que deram origem à implantação e à consolidação desta produção no Piauí.
Tratava-se de um trabalho inédito, pois por primeira vez, os projetos arquitetônicos foram
resgatados, através de desenhos e fotografias, além, de levantar e divulgar dados sobre os
principais personagens que implantaram a modernidade no Estado, expondo suas biografias
e principais obras.
O livro que tinha como título “Antonio Luiz. Arquiteto” (AFONSO, 2012), procurou documentar
e registrar a produção do arquiteto mineiro Antonio Luiz, radicado em Teresina, desde a
segunda metade da década de 60, que produziu um trabalho com uma excelente qualidade
projetual, a qual o consolidou como um dos mais produtivos arquitetos dos anos 70, 80 e 90.
Sua produção arquitetônica caracteriza-se por adotar critérios projetuais modernos,
adquiridos em sua formação na Escola Carioca, concebendo suas obras com valores,
relacionando arquitetura e estrutura, com atenção especial ao detalhe projetual e construtivo,
bem como ocorreu na produção arquitetônica moderna universal.
Além disso, observou-se nas pesquisas sobre o seu trabalho, que, em suas diferentes
tipologias, o mesmo seguia uma linha com especial atenção aos revestimentos, obtendo um
bom resultado visualmente agradável.
Dividido em três partes, o livro dedicava-se em um primeiro momento, a expor graficamente,
parte desta produção arquitetônica, através de perspectivas e fotografais; na segunda parte,
difundia textos sobre alguns aspectos da obra desse importante profissional, elaborados pelos
membros do grupo de pesquisa e na terceira parte, foram publicados alguns textos escritos
pelo arquiteto, intitulados “Socorro para a arquitetura”,” Nova Fase”, e ‘Incertezas”.
Outro trabalho publicado intitulado “Documentação da Arquitetura. Teresina 160 anos”
(AFONSO, 2013) abordava questões como o processo de desenvolvimento urbano da cidade,
além de explicitar os principais problemas que vinham sendo submetidos os exemplares de
arquitetura que constituem o patrimônio local.
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Figura 4: Capa do livro Teresina em Aquarelas. Fonte: AFONSO e MARQUES. 2014
Atualmente, o grupo lançou em agosto de 2014, mais um livro (Figura 4), “Teresina em
Aquarelas” (AFONSO e MARQUES, 2014. O livro divide-se em duas partes: 1) uma primeira,
voltada para uma amostragem das aquarelas produzidas, acompanhada por textos
esclarecedores; 2) a segunda parte, composta pelos artigos, muito deles publicados em
congressos nacionais e internacionais, que pretende-se divulgar e registrar nesse livro. Aqui,
cada autor colaborador foi responsável pelas pesquisas e pontos de vista colocados.
A proposta é de que este livro contribua com a educação patrimonial em Teresina, e que sirva
de exemplo para demais lugares, contribuindo para a divulgação, reconhecimento e
apropriação de nossa cultura por parte de todos nós, que vivemos e fazemos as nossas
cidades.
Além da produção de livros, outra ação desenvolvida pelo grupo é a produção de cartões
postais de edifícios de valor arquitetônico, não somente em uma escala local, mas regional,
abrangendo todo o estado do Piauí. Tal ação é realizada, inicialmente, com o levantamento
dos objetos arquitetônicos através de registros fotográficos, uma vez selecionados, são
desenhados manualmente, procurando valorizar os detalhes arquitetônicos, e em seguida,
analisados de forma a criar “pistas” para trabalhos futuros.
O grupo também atua em meio eletrônico apoiando-se em redes sociais e blogs. Através do
blog “Extensão e Pesquisa | Universidade Federal do Piauí – Arquitetura e Urbanismo, são
divulgados as produções do grupo. Todo material publicado fisicamente, é disponibilizado no
blog de forma gratuita, para que todos tenham acesso ao acervo até então produzido sobre o
patrimônio da cidade.
3° COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO - DESAFIOS E PERSPECTIVAS Belo Horizonte, de 15 a 17 de setembro
Como extensão dessas pesquisas, são produzidas também, exposições itinerantes através
de banners que trabalham com temáticas específicas sobre Arquitetura piauiense, arquitetura
teresinense e coletâneas de arquitetos precursores da arquitetura na cidade.Geralmente,
estes trabalhos são levados para escolas de ensino superior e escolas públicas, bem como,
bibliotecas e eventos científicos na área.
Conclusão
Como pode ser visto aqui neste texto, as ações propostas pelo grupo Amigos do Patrimônio
estão sempre em movimento, e observa-se que cada ação desenvolvida, gera a uma
atividade complementar.
É um processo constante, sem prazo para ser concluído, pois é muito dinâmico e instigante,
além de estar sempre aberto a novos desafios. Contínua construção. E os resultados chegam
de forma, às vezes, até inesperadas, surpreendentes, que abrem espaços para novos
membros, colaboradores, que através de suas ideias e propostas vão contribuindo
paralelamente com o processo de preservação e conservação de nossa memória.
São registros documentais gráficos, como artigos, textos, fotografias, desenhos, exposições,
livros, cartões postais, participação em redes sociais, que vêm criando redes, e adeptos que
independente do poder público,registra, questiona, propõe, participa.
A semente está plantada: agora é cultivar, para colher os frutos desse trabalho.
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3° COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO - DESAFIOS E PERSPECTIVAS Belo Horizonte, de 15 a 17 de setembro
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