Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Ficha Para Identificação Produção Didático-Pedagógica Professor PDE – 2013
JOGOS TEATRAIS, DE VIOLA SPOLIN, COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA NO ENSINO DA ARTE.
Autor Adriana Luiza Signor Pinto
Escola de Atuação Colégio Estadual Dr. João Ferreira Neves – Ensino Fundamental e Médio
Município Catanduvas
Núcleo Regional de Educação Cascavel
Orientador Professora Ms Ana Maria Alonso Krischke
Instituição de Ensino Superior Unicentro
Disciplina/Área Arte/Teatro
Produção Didática-pedagógica Unidade Ditática
Público Alvo
O presente material é direcionado aos alunos do 7º Ano do Ensino Fundamental.
Resumo Jogos Teatrais de Viola Spolin, como ferramenta pedagógia na disciplina de Arte, busca refletir e repensar as práticas do teatro na escola. Esta Unidade Didática apresenta alguns Jogos Teatrais e será aplicada aos alunos do 7º Ano, do Colégio Dr. João Ferreira Neves, Catanduvas-PR. Esta proposta tem como objetivo estimular a participação dos alunos nas aulas de teatro com mais entusiasmo, criatividade, socialização, memorização e coordenação. Para isso foram selecionados vários jogos que propõem um problema a ser solucionado entre os jogadores do grupo e cabe a cada um buscar as possíveis soluções para o jogo. A metodologia utilizada nos Jogos Teatrais é de Viola Spolin, sendo que a mesma apresenta as três essências dos jogos: foco, instrução e avaliação. O Foco coloca o jogo em movimento. As Instruções são as palavras que devem guiar o jogador ao foco e a Avaliação nasce do foco como a instrução. Estes jogos também são muito importantes no processo de desenvolvimento intelectual e social dos alunos.
Palavras-chave: Teatro na escola; Jogos Teatrais; Viola Spolin; espontaneidade e socialização.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA
EDUCAÇÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO- OESTE DO PARANÁ
ADRIANA LUIZA SIGNOR PINTO
“JOGOS TEATRAIS, DE VIOLA SPOLIN, COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA
NO ENSINO DA ARTE”.
CATANDUVAS – PR 2013-2014
ADRIANA LUIZA SIGNOR PINTO
“JOGOS TEATRAIS, DE VIOLA SPOLIN, COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA
NO ENSINO DA ARTE”.
Produção didática- pedagógica apresentada à SEED – PR, como requisito para o cumprimento das atividades previstas dentro do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE do Estado do Paraná. Turma 2013 – 2014. Orientadora: Professora Ms Ana Maria Alonso Krischke.
CATANDUVAS – PR 2013-2014
Sumário
1 - DADOS ....................................................................................................................................... 5
2 - APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................... 5
3 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................................6
4- UNIDADE DIDÁTICA ................................................................................................................ 9
5- AVALIAÇÃO ...............................................................................................................................17
6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................17
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JOGOS TEATRAIS, DE VIOLA SPOLIN, COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA
NO ENSINO DA ARTE.
1 - DADOS
LOCAL: Colégio Estadual Dr. João Ferreira Neves – EFM
PÚBLICO ALVO: Alunos do 7º Ano Ensino Fundamental
NOME: Adriana Luiza Signor Pinto
ENDEREÇO: Catanduvas – PR
E-MAIL: [email protected] – [email protected]
TELEFONE: 45 9143 0119
DURAÇÃO: 32 horas
2 - APRESENTAÇÃO
Este trabalho consiste na elaboração e organização de uma Unidade Didática,
fundamentada nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Arte. Destina-se
aos alunos do 7º Ano do Ensino Fundamental, na disciplina de Arte e será realizada
no Colégio Estadual Dr. João Ferreira Neves, Catanduvas – PR.
A metodologia a ser utilizada nos Jogos Teatrais é de Viola Spolin (2012),
tendo como eixos foco, instrução e avaliação. O foco coloca o jogo em movimento.
As Instruções são as palavras que devem guiar o jogador ao foco. A Avaliação
nasce do foco assim como a instrução. Está relacionada a uma situação problema
que precisa ser solucionada e trabalhada no foco do jogo. Esse trabalho tem o
objetivo de estimular a participação dos alunos nas aulas de teatro com mais
entusiasmo, espontaneidade e criatividade, pois se sabe que é muito importante
valorizar esses elementos na formação humana. Como explica Viola Spolin “... Os
jogos teatrais vão além do aprendizado teatral de habilidades e atitudes, sendo úteis
em todos os aspectos da aprendizagem e da vida”. (SPOLIN, 2012, p.27).
Nas escolas, os alunos geralmente apresentam dificuldades na
compreensão e apropriação dos elementos constituintes do teatro. Percebendo a
necessidade de desenvolver essa habilidade, pensou-se na possibilidade de
trabalhar Jogos Teatrais em sala de aula, como ferramenta do aprendizado do
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educando. Nessa perspectiva, compreendem-se os jogos como forma de incentivar
a capacidade de aprendizagem nas demais disciplinas. Portanto, a iniciativa dessa
pesquisa implica em repensar o ensino do teatro praticado, de modo geral, nas
escolas.
Pode-se constatar que, infelizmente, muitas vezes, a linguagem teatral é
utilizada nas escolas para ilustrar supostas datas comemorativas, como o dia do
índio ou o dia da mulher e outros. Conforme apontado nas Diretrizes Curriculares da
Educação Básica:
“Para que a presença do teatro na escola seja coerente à concepção de Arte adotada nessas Diretrizes, busca-se superar a ideia do teatro somente como atividade espontânea o de espetáculo comemorativo. As montagens voltadas somente a festividades na escola; a mecanização da expressão dramática...” (DCE, 2008, p. 78).
Nessa perspectiva os alunos têm a oportunidade de experimentar várias
situações e se colocar no lugar dos outros e encontrar as possíveis soluções para os
problemas encontrados no Jogo Teatral. Durante as propostas, o professor deve
levar em consideração o contexto social e cultural do aluno, levando o mesmo a
compreender e refletir sobre si mesmo como sujeito transformador na sociedade em
que vive.
Sendo assim, é bom lembrar que esta unidade didática destaca alguns jogos,
de muitos, que Viola Spolin apresenta. O professor tem criatividade e autonomia
para adaptar os jogos conforme a necessidade de seus alunos. Sabe-se que a
linguagem teatral não é algo pronto e acabado, mas está em constante construção,
por isso, cabe aos participantes construírem e ampliarem a sua ideia de mundo de
modo a dar conta da vida na contemporaneidade. Espera-se que essa unidade
didática possa, com a linguagem teatral, contribuir para a experimentação de novas
formas de expressão e espontaneidade dos alunos, no ambiente escolar.
O material didático pedagógico apresenta dez propostas a serem
desenvolvidas ao longo de 32 aulas.
3- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os Jogos Teatrais, além de fazerem parte de um método que traz prazer e
ludicidade, ajudam a estimular a ação criadora de alunos e professores. A partir da
sua aplicação, pode-se perceber o desenvolvimento de habilidades e competências
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que vão ajudar os educandos a lidar com novas situações, tornando-os mais
seguros em relação ao jogo, aceitando e sugerindo novas regras, trabalhando em
grupo, além de contribuir para a socialização.
Em seu livro, Improvisação para o Teatro, Spolin relata que “Se o ambiente
permitir pode–se aprender qualquer coisa, e se o indivíduo permitir, o ambiente lhe
ensinará tudo o que ele tem para ensinar”. (SPOLIN, 2010, p.3). Sendo assim, o
educando precisa estar consciente e disponível para receber este aprendizado. Com
isso o educando desenvolverá uma maior capacidade individual para a descoberta
teatral, pois o ato de experienciar estará desenvolvendo sua expressão criativa.
Spolin, ainda, afirma que:
“Experienciar é penetrar no ambiente, é envolver-se total e, organicamente com ele. Isso significa envolvimento em todos os níveis: intelectual, físico e intuitivo. Dos três, o intuitivo, que é o mais vital para a situação de aprendizagem, é negligenciado. A intuição é sempre tida como sendo uma dotação ou uma força mística possuída pelos privilegiados somente. No entanto, todos nós tivemos momentos em que a resposta certa “simplesmente surgiu do nada” ou “fizemos a coisa certa sem pensar”. À vezes em momentos como este, precipitamos por uma crise, perigo ou choque, a pessoa “normal” transcende os limites daquilo que é familiar, corajosamente entra na área do desconhecido e libera por alguns minutos o gênio que tem dentro de si. Quando a resposta a uma experiência se realiza no nível do intuitivo, quando a pessoa trabalha além de um plano intelectual constrito, ela está realmente aberta para aprender”. (SPOLIN, 2010, p.3,4).
Dos três níveis ressaltados por Spolin, destacamos aqui o “intuitivo”, pois ele
age no aqui e agora e sua qualidade é a espontaneidade, sendo assim, o educando
estará pronto para atuar e representar. Sabe-se, também, que o caminho para esta
aprendizagem em Jogos Teatrais precisa ser constante.
Ingrid Koudela, afirma que os Jogos Teatrais consistem em três regras que
“incluem a estrutura: onde; quem e o quê” (SPOLIN, 2011, p.43). O “onde” está
relacionado ao ambiente, o “quem” está dentro do ambiente, personagem ou
relacionamento, e “o quê” é a atividade a ser executada, ação de cena. Também
trazem sempre um problema que precisa ser solucionado na área do jogo.
Não se podem esquecer “três essências do Jogo Teatral” como um conjunto
indispensável: Foco; Instrução e Avaliação. “O Foco coloca o jogo em movimento”
(SPOLIN, 2012, p.32). Suas atribuições à ação na área do jogo fazem com que o
jogador fixe sua atenção a um problema que precisa ser solucionado. Instrução: São
frases ou palavras que devem guiar o jogador ao foco, gerando interação,
movimento e transformação. Também é um meio de aproximar o jogador do foco
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quando ele se distancia. Avaliação: Ela nasce do foco, da mesma forma que a
instrução e sempre está ligada a uma situação problema que precisa ser
solucionada e trabalhada no foco do jogo. O objetivo da avaliação é estimular o
aprendizado do aluno. Spolin afirma “lembre-se que o jogo só pode obter sucesso
quando ele ou ela acreditar no jogo, no grupo, na instrução.” (SPOLIN, 2021. p.34).
Com esse pensamento pode-se dizer que a instrução é o meio que vai conduzir para
uma avaliação satisfatória. É importante lembrar que nos jogos não existem
vencedores ou vencidos, o que importa é a participação e o interesse dos mesmos.
De acordo com as DCEs (2008), o teatro, em especial os Jogos Teatrais,
promove um relacionamento do homem com o mundo, e como vivemos em uma
sociedade que não compreende o sujeito em sua totalidade, ou seja, fragmenta-o,
surge a necessidade de envolver as partes que compõem esse sujeito. Sendo
assim, é muito importante levar o aluno a desenvolver a intuição, a emoção, a
sensação, a percepção e a razão, propiciando uma melhor maneira de se relacionar
consigo mesmo e com os outros.
Neste sentido surge o interesse em aproximar concepções de semiótica a
esta proposta, conforme Santaella (2005). Não se pode confundir consciência com
razão. A autora compara: “Consciência é como um lago sem fundo na qual as ideias
(partículas materiais da consciência) estão localizadas em diferentes profundidades
e em permanente mobilidade”. (SANTAELLA, 2005. p.40,41). E razão, à qual a
autora se refere, está em constantes mudanças e mais próxima da superfície,
podendo exercer um autocontrole sobre a consciência.
Para Peirce (apud SANTAELLA, 2005.), existem três categorias que explicam
a percepção em nossa mente e possíveis apreensões de todo e qualquer fenômeno.
Primeiridade: presença da consciência naquele instante (impressão de sentimento)
imediato, original e espontâneo. Secundidade: consiste no conflito da consciência
com o fenômeno, buscando entendê-lo. Ela dá a experiência seu caráter
factual/material. Formando associações com a sua vivência. Terceiridade:
corresponde à camada de inteligibilidade, através da qual representa-se e interpreta-
se o mundo. Seu fundamento é dar sentido às coisas. E como está presente nesses
fenômenos, a consciência produz um signo ou pensamento que remete ao objeto ou
cena. Isto é a percepção, camada interpretativa entre a consciência e o que é
percebido.
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Sendo assim, conceitos como consciência, percepção, interpretação,
sentimentos e emoções estarão interligados, fundamentados e inspirando as
propostas práticas dos Jogos Teatrais.
4- UNIDADE DIDÁTICA
Alguns dos jogos mencionados abaixo são sugestões de Jogos Teatrais: O
Fichário de Viola Spolin; traduzido por Ingrid Dormien Koudela (2012), com
adaptações.
1ª Proposta
DESCOBRIR AS TRÊS MUDANÇAS
Objetivo: Identificar as transformações feitas nos colegas.
Carga Horária: 1ª hora aula.
FOCO: No outro jogador, para ver onde foram feitas mudanças.
1ª Aula
Descrição do jogo: Dividir os alunos em pares. Eles formam duas fileiras, um
de frente ao outro. Cada jogador observa cuidadosamente como o colega esta
vestido, os acessórios o cabelo etc. Após essa observação, eles viram de costas um
para o outro e cada um faz três mudanças na sua aparência física. Ex: tirar um
brinco, soltar o cabelo, dobrar a manga da camiseta etc. Os jogadores voltam então
a se olhar de frente. Cada jogador deve identificar quais foram as mudanças feitas
pelo parceiro e verbalizar suas respostas. Em seguida, trocam de parceiros fazem
quatro mudanças e as identificam.
A sequência do jogo se dá com os alunos trocando os parceiros após cada
mudança até atingir sete, oito, ou mais mudanças.
Este jogo propõe regras definidas, ao mesmo tempo permite improvisação,
ações e relacionamento entre todos. Aumenta o poder de observação dos
jogadores, pois são forçados a olhar e encontrar coisas que seus olhos não viram a
primeira vista, isso exige muita atenção dos participantes no jogo.
2ª Proposta
IDENTIFICAÇÃO DE OBJETOS
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Objetivo: Estimular a percepção, sensações e criatividade.
Carga horária: 3 horas aula
FOCO: Identificar um objeto através do tato
1ª Aula
Descrição: Os jogadores formam um círculo. O professor vai vendar os olhos
dos alunos e colocará um objeto para cada aluno identificar. Cada jogador vai
passar pelos três momentos, conforme Santaella (2005). Primeiridade - o sentir;
Secundidade - o reagir; Terceiridade - o pensar. O Sentir: percepção primária. A
imagem é percebida pelos elementos que mais suscitam a emoção, sentimento,
sensações, como forma e texturas. O Reagir: percepção secundária. A imagem é
decomposta em relação e percebida pela mensagem. O Pensar: fase final. Nessa
etapa do jogo se faz a interpretação e a leitura simbólica, num contexto amplo de
significação. Através desses três momentos faz-se uma reflexão e experimentação
mais aguçada da percepção usando-se desenhos, recortes e colagens.
Instruções: Serão feitas perguntas aos jogadores somente se eles tiverem
dificuldades no reconhecimento dos objetos.
Perguntas como: Sua forma, textura e utilidade.
Essa atividade irá desenvolver a percepção tátil e a espontaneidade dos
alunos com relação a si mesmos e ao mundo que os rodeia.
2ª, 3ª Aula
Quando cada jogador fez os três processos descritos na aula acima vai
desenhar em canson A3 como interpretou. Para essa atividade ele poderá utilizar
recortes e colagens que vão ajudá-lo a compor a sua interpretação. Os desenhos
serão expostos e cada aluno vai fazer um breve comentário sobre as percepções
sentidas no decorrer do processo.
3ª Proposta
EU VOU À FESTA
Objetivo: Desenvolver a observação e memorização.
Carga horária: 1 hora aula
FOCO: Lembrar de uma série em sequência.
1ª Aula
Descrição: Times de dez a doze jogadores formam um círculo.
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I etapa: O primeiro jogador diz: Eu vou à festa. O segundo: Eu vou à festa e
vou levar um amigo. O terceiro repete a frase até o ponto e acrescenta alguma coisa
nova. Cada jogador repete a frase na sequência correta e acrescenta algo. Se um
jogador errar a sequência ou esquecer algum item, ele sai do jogo. Assim segue o
jogo até que reste apenas um jogador.
II etapa: Seguir a estrutura do jogo acima, mas com uma série de objetos,
porém, cada jogador realiza uma ação com o objeto. Ex: “Andar de bicicleta e
cantar”. O segundo jogador repete as ações do primeiro e acrescenta uma nova.
Cada jogador repete, na ordem, tudo aquilo que precedeu e acrescenta novas
ações.
Este jogo desenvolve memória e observação. Pois o jogador deve estar
atento a cada palavra ou frase que foi falada pelos colegas anteriores a ele.
Ao final dessa aula será feita a avaliação no coletivo.
Avaliação: Você ouviu a palavra quando ela foi pronunciada?
4ª Proposta
SUSTENTE ATRAVÉS DAS EXPRESSÕES
Objetivo: Identificar as expressões com uma sequência.
Carga horária: 6 horas aula
Foco: Experimentar as expressões faciais, gestuais e corporais dentro de uma
sequência do “Onde”, “Quem” e “O Quê”.
Descrição do jogo: Fazer grupos de cinco alunos. Cada jogador vai fazer uma
breve declaração de atitude utilizando as expressões. O professor fará uma lista de
ditados populares. Ex: “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”. “Água
mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Essas frases os alunos vão encenar
com a sequência do: “Onde”, “Quem” e “O Quê”. Cada grupo vai encenar três ou
mais ditados usando as expressões facial, gestual e corporal, sem uso da fala. Os
demais grupos formarão a plateia que observará e terão que adivinhar o ditado
dizendo na sequência acima descrita.
Avaliação: As expressões básicas foram mantidas em cada cena? Eles
conseguiram expressar suas ideias e sentimentos?
Esta proposta exige do jogador muita disciplina quanto às expressões faciais,
gestuais e corporais e a sequência do “Onde”, “Quem” e “O Quê”. O “onde” está
relacionado ao ambiente, o “quem” está dentro do ambiente, personagem ou
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relacionamento, e o “o quê” é a atividade a ser executada, ação de cena. Nessa
perspectiva essas expressões precisam ser claras e objetivas a ponto de transmitir a
mensagem à plateia.
1ª e 2ª Aula
Organização dos grupos: posteriormente, cada grupo vai pegar os três ou
mais provérbios populares e vai organizar as improvisações utilizando as
expressões com as sequências descritas.
3ª, 4ª, 5ªAula
As apresentações ocorrerão nestas aulas. É importante que cada grupo
registre a ordem dos jogos a serem apresentados. Posteriormente a sua
apresentação, um aluno por equipe vai fazer as observações quanto ao jogo
apresentado para a avaliação no coletivo, sendo que o professor fará seu registro
também.
6ª Aula
Será feita a avaliação de todas as apresentações com discussões no coletivo.
O grupo conseguiu passar as informações, através das expressões, à plateia?
Curiosidades em relação às Expressões: facial, gestual e corporal.
Expressão Corporal e gestual: Em teatro, utiliza-se o corpo e o gesto para
transmitir significados ou mensagens. Existem vários jogos que podem estimular
uma maior flexibilidade e agilidade do indivíduo para expressar seus movimentos e
sentimentos.
Expressão Facial: São as expressões fisionômicas produzidas pela face.
Durante o dia produzimos uma infinidade dessas expressões. Através dos olhos,
boca, caretas, formas de sorrir, medo, tristeza entre outras.
Sugestão de pesquisa e imagens sobre cada uma das expressões em: Acesso
17/11/2013.
http://segundodemusica.wikispaces.com/file/view/jogo_e_teatro.pdf
5ª Proposta
Objetivo: Estimular a criação dos alunos através dos movimentos e a construção de
uma imagem com o corpo do colega.
Foco: Criação de uma imagem
Carga horária: 1 hora aula
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Descrição: Os alunos se colocarão em duplas. Enquanto um fica parado, o
outro observa a forma como ele está. Assim ele vai compor uma imagem com o
corpo do colega, sem encostar. Um fica estático, o outro sai, observa e compõe
outra imagem. E assim segue o jogo. Pode-se trocar as duplas, assim que
necessário.
Nesse jogo não haverá a plateia, pois todos os alunos estarão participando ao
mesmo tempo.
Avaliação: Todos os jogadores conseguiram compor imagens?
Sugestão da Vídeo-aula - Jogos e Improvisação Teatral - Prof.: Robson Rosseto. Acesso em
25/10/13
http://www.youtube.com/watch?v=zZ7dNCGUagI&list=PLB500CD9381AC3595&index=4
6ª Proposta
Confecção de máscaras com atadura gessada
Objetivo: Criar as máscaras com a sua expressão facial, utilizando alguns dos
elementos formais.
Carga horária: 5 horas aula
1ª, 2ª, 3ª e 4ª Aula
Confecção das máscaras
Materiais necessários:
1 Atadura gessada
1 tesoura
1 prato com água morna
Creme hidratante
1 toalha
Procedimento:
Os alunos deverão cortar a atadura gessada em pedaços pequenos que
facilitarão o trabalho depois. Formarão duplas. Um colega será o primeiro. Deve-se
passar o creme hidratante no rosto dele, passar os pedaços de atadura na água
morna e pôr sobre a face. Se tiver desconfortável, o aluno deve deitar no chão para
facilitar a modelagem. Serão colocadas várias camadas de atadura, comprimindo
levemente sobre a face, mantendo-se muito cuidado com os olhos, nariz e boca.
Assim que terminar de colocar as camadas, deixar secar por uns 15 minutos. Em
seguida, deve-se remover, com cuidado, a máscara. Depois de removida pode-se
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fazer o acabamento nas laterais com o pó de gesso que sobrou para ficar perfeito.
Deixar secar por 24 horas, para depois, usar a criatividade com as linhas, formas,
cores, textura, como achar melhor.
5ª Aula
Pintura e acabamento
Quando as máscaras estiverem prontas, os alunos vão andar pelo colégio, visitando
cada departamento para ver se as pessoas os identificam.
Sugestão de pesquisa e imagem. Mascaras - modelagem facial. Acesso em
13/11/2013.
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22730
7ª Proposta
ESCREVER EM TRÊS COLUNAS
Objetivo: Aprender a concentrar-se em diversas coisas ao mesmo tempo.
Carga horária: 1 hora aula
Foco: Escrever sobre três assuntos diferentes ao mesmo tempo.
1ª Aula
Este jogo é individual. Os alunos estarão sentados em sua carteira, onde
receberão uma folha sulfite. Cada aluno vai dividi-la em três colunas, marcando com
I, II e III. Em seguida escreverá um assunto diferente em cada coluna. Quando o
professor fala o número de determinada coluna, o aluno irá escrever sobre aquele
assunto. Quando o número de outra coluna é chamado, ele pára, no meio da palavra
se for necessário, a fim de escrever sobre o assunto da outra coluna. O professor irá
alterar as colunas aleatoriamente. Quando terminar o jogo os alunos vão ter três
diferentes ensaios ou histórias que, com certeza, estarão incompletas.
Instrução: Será I, II e III. Não fazer pausa para terminar a frase. Vá direto a outra
coluna. Continue escrevendo.
Esta atividade deve produzir nos educandos momentos de desequilíbrio no
qual o organismo responde de imediato no aqui e agora. O “intuitivo” e sua
qualidade é a espontaneidade e liberdade de se expressar. Também é importante
lembrar que não se deve apressar os alunos, mas também não ir de forma muito
lenta, a ponto de abrir espaços para o medo de escrever ou soletrar.
Há possibilidade de variar esse jogo: Em uma das colunas, os alunos podem
desenhar e nas outras duas colunas eles continuam escrevendo.
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8ª Proposta
EFEITOS SONOROS VOCAIS E CORPORAIS
Objetivo: Explorar os sons
Carga horária: 3 horas aula
Foco: Criar um ambiente (Onde) utilizando apenas sons.
1ª, 2ª e 3ª Aula
A organização desse jogo ocupa todas as aulas. Ao final da terceira aula,
serão feitas as avaliações de todos os grupos.
Os grupos serão formados por seis jogadores, que estabelecem o Onde,
sendo que os seis vão explorar os sons vocais e corporais e o ambiente escolhido
Ex: (terminal rodoviário, construção, natureza, etc.). A plateia estará atenta ao que
foi estabelecido (Onde) no grupo, através dos sons produzidos.
Avaliação: Através dos sons, o grupo conseguiu estabelecer o Onde? Cada
som é parte do todo?
Esse jogo permite a exploração de sons vocais e corporais que, muitas vezes,
passam despercebidos em nosso dia a dia. Esse exercício contribui para a interação
do grupo, despertando atenção nas ações ouvir-escutar. Ele também estabelece o
“Onde” que é o ambiente que eles vão mostrar.
Sugestão de atividade: GRUPO TRIII no Quintal da Cultura – Pão. Acesso em
17/11/2013.
http://www.youtube.com/watch?v=utWPg_RHnno
Sugestão de pesquisas sobre Oficina: Jogos Musicais/Teatrais. Acesso em
17/10/2013.
http://pibidarte.blogspot.com.br/search?q=jogos+teatrais
9ª Proposta
BAÚ CHEIO DE CHAPÉUS E CONSTRUÇÃO DE UMA HISTÓRIA
Objetivo: Criar um personagem através dos objetos e produzir uma história.
Carga horária: 6 horas aula
Foco: Seleção rápida de figurinos para construção de uma história.
1ª Aula
Nesse primeiro momento os alunos vão escolher os objetos, depois formarão
os grupos.
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Descrição. Grupos de cinco alunos. 1º momento: Muitos objetos serão
levados para a sala: jornal, frutas, bolsa, apito, sapato entre outros. Cada aluno
escolhe um ou mais objetos com que mais se identifica. Assim que escolher um
objeto, o aluno se posiciona na sala de aula e usa o objeto como quer. Podem-se
ocupar todos os lugares possíveis da sala.
2ª, 3ª Aula
Estas aulas serão destinadas à organização dos grupos e construção da
história para as apresentações.
2º Momento: O grupo com os objetos de escolha de cada um, vai dar uma
função ao objeto. A partir daí, vai transmitir à plateia a devida função e construir
uma história, improvisando. O grupo vai estabelecer o Onde, Quem, O Quê.
4ª e 5ª Aula
Apresentações das histórias
6ª Aula
Avaliação de todas as apresentações no coletivo.
Avaliação: Os alunos conseguiram transmitir o Onde, o Quem e O Quê? Os
objetos ajudaram?
Essa atividade proporciona aos alunos a construção de uma história através
dos objetos escolhidos, usando a improvisação, a criatividade e a espontaneidade
do grupo, sabendo que o foco ou ponto de concentração são indispensáveis para se
obter resultado nos jogos. Também não poderão esquecer as três regras: Onde,
Quem e O Quê, que já foram descritos na proposta anterior.
Personagem: pessoa fictícia, um objeto ou uma peça criada pelo próprio
autor em uma improvisação, pode ser humano ou animal, podendo ter nomes ou
não. São os atores que representam o personagem no caso do teatro.
Alguns dos elementos do teatro que serão utilizados para compor esta
proposta:
Figurino: é composto pelas roupas acessórias que fazem com que o
personagem se caracterize. Ele é carregado de símbolos.
Maquiagem: é de suma importância em um espetáculo, pois auxilia na
criação do personagem com sua pintura facial e corporal dos atores.
Sonoplastia: sons ou ruídos que auxiliam na criação do personagem e na
sua transformação estética.
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=197
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Acesso em 17/11/2013.
10ª Proposta
Criação de cenas curtas
Objetivo: Socialização da experiência para a comunidade escolar, por meio de
apresentação dos Jogos Teatrais.
Carga horária: 5 horas aula
Esta proposta será a conclusão desta unidade didática com a socialização e
apresentação de cenas curtas, baseadas nas experiências dos alunos em relação
aos Jogos Teatrais. Como fundamento, a metodologia de Viola Spolin e os temas
serão construídos no coletivo.
Sugestão de Jogos teatrais - Criação de cenas curtas.
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=6923
acesso em 15/10/2013.
5- AVALIAÇÃO
A avaliação é uma etapa do desenvolvimento do processo educacional.
Considera-se, principalmente, o conhecimento teórico e prático adquirido, a
espontaneidade, a desenvoltura na solução de problemas, a socialização bem como
as argumentações, criticas e o processo de construção das cenas nos dos Jogos
Teatrais.
Os instrumentos de coletas de dados serão através de: diário de bordo,
filmagem e fotografia.
6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRÉ, Carminda Mendes. Teatro pós-dramático na escola. Inventando espaços: estudos sobre as condições do ensino do teatro em sala de Aula. São Paulo: UNESP, 2011. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Fundamental: Arte. Brasília, 1998. DESGRANGES, Flávio. Pedagogia do Teatro: provocação e dialogismo. São Paulo: Hucitec, 2006. KOUDELA, Ingrid Dormien. Jogos Teatrais. São Paulo: Perspectiva, 2011.
18
PUPO, Maria Lucia de Souza Barros. lúdico e a construção do sentido. IN: Sala Preta. Departamento de Artes Cênicas, ECA-USP, junho de 2001, pp. 181- 187.
___________. Para desembaraçar os fios. IN: Educação e Realidade, Dossiê Arte,
Criação e Aprendizagem, UFRGS, v. 30, nº 2, jul/dez. 2005, pp. 217- 228. RYNGAERT, Jean Pierre. Jogar, representar. Tradução de Cássia Raquel de Oliveira. São Paulo: Cosac & Naif, 2009. SECRETARIA ESTADUAL DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Arte. Paraná, 2008. SPOLIN Viola. Jogos Teatrais: o fichário de Viola Spolin; tradução de Ingrid Dormien Koudela. São Paulo: Perspectiva, 2012. ____________. Jogos Teatrais na sala de aula: um manual para o professor.
Tradução de Ingrid Dormien Koudela e Eduardo José de Almeida Amos. São Paulo: Perspectiva, 2012. ____________. Improvisação para o teatro. Tradução de Ingrid Dormien Koudela e Eduardo José de Almeida Amos. São Paulo: Perspectiva, 2010. SANTAELLA, Lúcia. O que é Semiótica. Editora brasiliense. Coleção primeiros
passos, 103, 2005.
SUGESTÃO DE LEITURAS
JAPIASSU, Ricardo Ottoni Vaz. Metodologia do Ensino de Teatro. Campinas, SP:
Papirus, 2001. REVERBEL, Olga Garcia. Jogos Teatrais na Escola: atividades globais de expressão. – São Paulo. Scipione, 2009. ROSSETO, Robson. Jogos e Improvisação Teatral. – Guarapuava: Unicentro,
2012.