CADERNO TEMÁTICO
OS CORPOS DA ESCOLA E OS CORPOS NA ESCOLA:
MOVIMENTOS EM IDENTIFICAÇÃO, OU IDENTIDADES HÍBRIDAS NA
EDUCAÇÃO FÍSICA
CURITIBA
2008
EROL FRANCISCO SKROCH
Professor de Educação Física do Colégio Estadual Amâncio Moro, da Rede
Estadual de Educação do Estado do Paraná PDE 2008.
PROF. DR. ROGÉRIO GOULART DA SILVA
Orientador
Professor da Disciplina de Sociologia da Educação Física
Departamento de Educação Física
Universidade Federal do Paraná
APRESENTAÇÃO
Este caderno Temático, da disciplina de Educação Física, tem o
objetivo de fornecer subsídios aos professores da área bem como aos alunos do
Ensino Médio da escola pública do Estado do Paraná (aqui, Colégio Estadual
Amâncio Moro) para estudos dos movimentos dos corpos das/dos adolescentes,
enquanto linguagem articulada aos conteúdos específicos, tanto da área Educação
Física, quanto de áreas afis, de modo que poderá fornecer produção de
conhecimentos referentes ao tema proposto.
O presente material poderá servir de suporte na constituição de novas
práticas de atuação nos processos educativos relacionados à Educação Física na
escola, onde repensar o corpo em seu “Se-Movimentar” de maneira reflexiva passa
a ser premissa básica no trabalho constantemente elaborado no estudo da cultura
corporal.
Na primeira unidade será abordado o tema “Identidade Corporal” a
partir da adolescência onde se buscará compreender o aluno no papel de sujeito
enquanto ser em movimento que, desde o nascimento está construindo sua história
de vida, nas manifestações que mantém com o ambiente do qual faz parte, seja na
família, na escola, na rua, nos grupos aos quais se identifica.
Para tal, será proposto um estudo das fases de desenvolvimento a que
passa o jovem em sua vida onde aspectos serão analisados, levando em conta as
transformações físicas, psicológicas e sociais que ocorrem na fase da adolescência.
Far-se-a relações no âmbito escolar do passado com o presente no mundo vivido
dos adolescentes, seus anseios, frustrações, dificuldades e fragilidades, onde em
pesquisa participante cada jovem poderá vincular sua história até então constituída
com o seu movimento corporal. Neste sentido, a observação no campo será muito
rica, pois estimulará novas leituras do corpo e de movimento.
Por entender que a Educação Física busca a formação integral do
indivíduo serão apresentados textos que servirão de embasamento inicial para a
reflexão e desenvolvimento do trabalho referente ao tema proposto. Os referidos
textos seguidos de atividades no Ensino Médio poderão estimular o pensamento
reflexivo e análises sobre o corpo e sua história.
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Levando em conta que as crianças, o jovem, em épocas diferentes
vivem e sentem os acontecimentos de maneiras distintas, a proposta deverá ser
reelaborada constantemente em sua construção através de retroalimentações
oriundas do conhecimento desenvolvido e descoberto pelos participantes nas
atividades, onde novos enfoques e direcionamentos darão maior sustentabilidade ao
estudo
Na segunda Unidade será tratado o tema da beleza, que é adjacente à
temática da estética e do belo. Para tal recorre-se ao estudo dos sentidos e da
percepção.
Como terceira unidade tem-sa Fragilidade na sequência temática, uma
vez que não se deve abandonar a idéia de corpo e do que se pode compreender
como componentes das representações pertinentes à condição humana.
Para finalizar o trabalho, sugere-se atividades que conduzam à
reflexão sobre os significados do corpo na escola e as pertinências das
resignificações que os mesmos sofrem sob o olhar docente e discente.
Curitiba, Outubro de 2008.
Erol Francisco Skroch
Professor PDE
“Conhecer o mistério de um corpo é talvez mais importante do que conhecer
os mistérios de uma alma." Mário Quintana
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................7
UNIDADE I
PENSANDO O PRÓPRIO CORPO.............................................................................9
UNIDADE II
A BELEZA ....................................................................Erro! Indicador não definido.
UNIDADE III
A FRAGILIDADE........................................................................................................18
UNIDADE IV
IDENTIDADE - REFLEXÕES....................................................................................21
UNIDADE V
CONSIDERAÇÕES FINAIS: A EDUCAÇÃO NO CORPO, NA ESCOLA E NA VIDA
..................................................................................................................................24
REFERÊNCIAS.........................................................................................................28
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INTRODUÇÃO
Notamos que na adolescência o ser humano não tem como evitar as
transformações em sua vida. Sejam elas físicas, no âmbito psicológico ou nas
relações que se mantém com o ambiente. Todavia, o corpo sempre estará presente,
marcado ou consciente de suas manifestações, a construção de uma história é
inevitável. E na vida que se faz a cada dia esse mesmo corpo, assim observado na
citação de Moreira pode ser pensado:
“Quando me deparei com meu corpo doído, cansado,
sofrido, senti que dentro dele estava “eu” (...) esse “eu” que tanto buscava
escondido nas entranhas de meu corpo, ou de minha alma? (...) Senti que
tenho os pés, os tornozelos, as pernas (...). E “eu” onde estou? (...) Percebo
meus sentimentos alicerçando uma obra grandiosa de poder colocar a
sementinha do bem-estar em meu corpo e fazê-la desabrochar numa imensa
árvore de frutos idealistas e reais (...). Agora que realmente me sinto, me
observo e me amo, percebo algo que até então nunca havia percebido. “Como
sou importante” (Autor desconhecido citado por Moreira, 1994)
Fala-se da dor,
Não se permite falar das lágrimas,
Sentir muito menos!
O homem não pode chorar,
Mas realizar a glorificação das guerras pode.
(Autor: Anônimo)
Quando nos deparamos com alguma situação na qual os limites de nosso corpo nos
impedem de realizar alguma atividade, ou mesmo em situações públicas, cujos
momentos podem ser de constrangimento, nos damos conta de que temos um
corpo/somos um corpo. Ou seja, o corpo é o nosso meio de expressão, mas
também o fim de nosso começo. Muitas vezes somos traídos por essa “massa” ou
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expectro que nos representa. Somos racionais e, portanto, só nos resta falar e nos
manifestar, tendo sempre presente aquilo que nos representa, o corpo.
Estas palavras me remetem a pensar no que Mario Quintana1 nos brinda em seu
poema:
“Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois
Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois
Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois
Navegar primeiro, apontar depois
Viver primeiro, morrer depois.”
1 Extraído da internet dia 21 de agosto de 2008. http://www.pensador.info/frase/NDM1ODM/
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UNIDADE I: PENSANDO O PRÓPRIO CORPO
A passagem da infância para a adolescência é considerado um momento
extremamente significativo onde o jovem (até então criança) irá encontrar uma série
de transformações de ordem física, psicológica e social deixando tanto meninas
como meninos sem chão para pisar, onde os rumos da vida começam a se
resignificar, não havendo compreensão clara do que está ocorrendo com o seu
corpo. Nessa fase tão especial no processo de desenvolvimento do humano muitos
acontecimentos decorrem de uma série de transformações onde a confusão de
papéis e dificuldades de encontrar uma identidade própria é parte constituinte de um
determinado período que está passando, ou seja, passa a “ser quase um modo de
vida entre a infância e a idade adulta”. Erikson, (1976 p.128.)
Tais modificações no jovem podem alterar as visões e concepções de mundo
onde as relações com o ambiente em que vive passam a ser diversas, distintas e
ambivalentes trazendo momentos de reflexões preciosas no tocante a tudo que está
a se modificar a partir do seu próprio corpo e que é manifestado socialmente, pois o
corpo é a referência primeira da pessoa.
Por que tudo isso ocorre então? Será a adolescência apenas uma fase a ser
vivida? Pode esse rito de passagem ser considerado como uma necessidade
humana de crise e transformação?
A didática elaborada segue a estratégia de buscar entender por que se
observa o corpo através de olhares dicotômicos que fragmenta a percepção do
mesmo. Para tal, será tomada como ponto de partida, a mesma forma.
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Passemos a compreender um pouco o corpo como um todo que
encontraremos algumas respostas às perguntas tão necessárias na entrada da
adolescência.
O corpo físico: Tanto nas meninas, como nos meninos, as transformações
corporais de ordem física são percebidas a partir dos 12/13/14 anos de idade, como
uma preparação para a entrada em uma nova fase a ser vivida.
Observe o quadro abaixo:
Transformações no menino Transformações na menina
*Produção de espermatozóides *Produção de óvulos
*Aparecimento dos 1º pêlos *Aparecimento dos 1º pêlos
*Os ombros alargam * Menarca
* Já pode ejacular *Ovulação
*Aparecimento de espinhas *Quadril alarga
*A voz modifica (engrossa) *Crescimento/desenvolvimento das mamas/seios
Esssa transformações dos diversos hormônios que o organismo passa a
produzir, tranformam também a relação que o/a jovem mantém com o seu próprio
corpo.
RESPONDA A SEGUIR:
As transformações citadas acima trouxeram preocupações relacionadas ao
seu corpo? Como você resolveu ou está resolvendo o que lhe preocupa?
Vejamos agora sobre outra abordagem a visão de corpo que também
necessita ser um pouco compreendida para se aprofundar as reflexões frente às
identidades dos adolescentes.
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O corpo sob o foco psicológico: No jovem, as maneiras de pensar -e “se
pensar”- e reagir frente às situações e acontecimentos da vida, a partir da
adolescência começam a ser repensadas como momentos únicos na compreensão
de si próprios e em seu desenvolvimento como um todo. “Mesmo em condições
adversas na vida, desde que assegurada à satisfação das necessidades básicas de
alimentação e agasalho, podemos encontrar a seqüência dos eventos
psicodinâmicos que configuram o processo adolescente e a crise de identidade que
o caracteriza” Osório (1992, p.21).
O QUE SE PODE PASSAR NA CABEÇA DO JOVEM?
EIS ALGUNS ESTADOS!!...
* Questionamentos constantes
* Aumento da ansiedade
* Momentos de insegurança e medos
* Vergonha de si próprio
* Gostos modificados
* Comportamentos alterados – às vezes quer estar em grupo, outras, prefere
estar sozinho
* Pode desenvolver criticidade extrema
ANALISE E REFLITA:
“a noção de crise permite dar idéia de um desarranjo, pois a
“ harmonia” é pressuposta como sendo de direito... A “crise”
serve. assim, para opor uma ordem ideal a uma desordem real,
na qual a norma ou a lei é contrariada pelo acontecimento...
Na concepção de adolescência, essa leitura faz sentido, na
medida em que, dentro da evolução referida, a crise é
apresentada como um desvio ou perigo do curso natural do
desenvolvimento, que deve ser cuidado para a retomada da
ordem natural (social)” Peres. (1998, p.72)
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Vê-se aqui que adolescência é considerada um momento de crise, mas
sustentado por uma visão positivista que passa a permear a psicologia e que pode
excluir a contradição. Existe então um único tipo de jovem? As relações que o
mesmo mantém com o corpo e pensamento pode ser pré- estabelecido
socialmente?
O corpo na sociedade:
Com as transformações de cunho físico e psicológico, o/a adolescente passa
a constituir novas relações que mantém com o contexto social e cultural que
pertence. Seja na família, na escola, nos grupos que começa a fazer parte e a dar
importância e na sociedade como um todo.
A ordem social até então pré-estabelecida pelos cuidados necessários na
infância passa a ser alterada, o jovem busca dar saltos mais ousados, trabalhando
constantemente no desenvolvimento de sua autonomia pessoal. A intenção é
perceber e enfocar a necessidade de amadurecer no processo que começa a se
estabelecer.
Assim, logo abaixo se podem considerar alguns acontecimentos de
cunho social que venham a fazer parte da vida a partir da adolescência.
* As relações com a família podem modificar.
* A vida profissional começa a ser pensada – como forma até de
independência econômica.
* Necessidades de se pertencer a algo ou alguma coisa – identificações.
* O olhar em relação ao sexo oposto passa a ser outro nas relações(atração )
* Necessidade de auto-afirmação em muitos momentos.
* Rebeldia ( pode ser do “contra”).
Não buscando uma saída teórica para trazer respostas as preocupações
referentes a adolescência, mas sim estimular reflexões frente aos processos vividos
pelo jovem, três aspectos importantes foram colocados, não de maneira completa
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pois o tema é bastante abrangente, mas de forma a provocar questões pertinentes
ao mundo físico, psicológico e social em que vive a/o adolescente.
Pode-se aqui, destacar que a adolescência é criada como um momento
histórico pelo homem enquanto uma representação de fatos sociais e estados de
manifestação do corpo – físico e psicológico – constituída de significados na cultura,
na leitura de corpo que permeia as relações entre as pessoas. A adolescência é um
momento interpretado nas mudanças do corpo e desenvolvimento onde a sociedade
destaca suas “marcas”. Quando definimos a adolescência como isso ou aquilo,
estamos buscando dar significações na interpretação da realidade a partir do que já
está posto no contexto social e de marcas que serão referências para a constituição
dos sujeitos.
Outras coisas porem pode estar acontecendo nessa época de vida de todos
os jovens e que não destacamos. Reconhecemos é claro que há um corpo
desenvolvimento, com características individuais particulares e únicas e que pode
ter elementos na expressão direta da subjetividade pessoal.
Há que perguntar: Como foi construída historicamente a adolescência?
Em uma concepção histórica construída da adolescência, considerando que
os processos de formação nos dias atuais têm diferentes ordens como: velocidade
tecnológica, que superficializa a aquisição de conhecimentos, cultura de consumo,
que gera rapidez na satisfação de necessidades, que amplia a exclusão social,
associado à “pulverização” das relações sociais, levando a individualização, a perda
de referenciais que se configuram, fragilizando os laços sócio-culturais são bastante
claras as dificuldades na busca de uma identidade pessoal (Castro, 1998).
Se justamente é na adolescência que os projetos de vida se desenvolvem,
como elaborar estratégias de ações para a concretização dos sonhos, criar espaços
para a expressão de ideais, frustrações, considerando o contexto que se vive?
Quais as diferenças existentes no cotidiano do/a adolescente em relação ao convívio
que mantém com a família, amigos e com a escola? O que se constitui para os
jovens desafios e problemas na sociedade atual?
Muitas perguntas podem atualmente serem feitas e não podem ser
desprezadas na sociedade contemporânea onde naturalizamos de diversas formas o
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descaso com o desenvolvimento do ser humano em todas as suas dimensões.
Principalmente na adolescência as reflexões e a busca de compreensão deste rito
de passagem necessitam persistentemente de épocas em épocas ser abordado,
mesmo em sua complexidade, para que meninos e meninas no enfrentamento e
vivência de suas experiências construam uma idéia de si, o que fazem da vida e
para onde vão.
SUGESTÃO DE ATIVIDADES:
* A PARTIR DO QUE FOI ABORDADO, REALIZAR UM TEXTO
ENFOCANDO QUAIS AS MAIORES PREOCUPAÇÕES EXISTENTES
FRENTE AOS ACONTECIMENTOS NA ADOLESCÊNCIA.
* ATIVIDADE EM GRUPO: DISCUTIR NO GRUPO QUAIS DIFICULDADES
NO ÂMBITO FAMILIAR SÃO AS MAIS PERCEBIDAS./ QUAIS AS
COMUNS A TODOS /. COMO FAZER PARA ENCONTRAR SOLUÇÕES
FRENTE ÀS ADVERSIDADES NA FAMÍLIA
* EM RELAÇÃO AO CORPO FÍSICO E SUAS TRANSFORMAÇÕES:
DESCREVA COMO ESTÁ PERCEBENDO O SEU CORPO EM RELAÇÃO A
SOCIEDADE.
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UNIDADE II: A BELEZA
Será que podemos conceituar ou definir de maneira categórica o que é “o
Belo”, ou esse conceito depende da pessoa, sua cultura e local onde vive?
Do salão de cabeleireiro, às academias de ginástica, a palavra beleza vem
associada a “estética” buscando atribuir significados a aquilo que se pode considerar
enquanto belo.
Conforme Cotrin (1993, p. 292), “Estética vem da palavra grega aisthetiké,
que se refere a tudo aquilo que pode ser percebeido pelos sentidos(...) como ciência
ateoria do belo, a estética pretende alcançar um tipo específico de conhecimento;
aquele que é captado pelos sentidos. Por esse motivo, ela difere e se contrapões à
lógica e à matemática. Essa duas disciplinas partem da razão, e não dos sentidos”
Já no Séc.IV a C, na Grécia o belo era vislumbrado em uma interpretação de
“essência ideal” objetiva, que servia de critério de julgamento, um ideal universal de
beleza independente do sujeito.
“TUDO QUANTO É BELO MANIFESTA O VERDADEIRO” Autor: Vitor Hugo
Filósofos empiristas, com David Hume ( Séc XVIII) e Kant passam a relativizar
a beleza dizendo que o belo depende do gosto e opinião pessoal donde surge o
ditado: “gosto não se discute”. É o sentimento do sujeito o princípio de
compreensão da beleza, mas que não se reduz a sua individualidade, pois todos os
sujeitos têm condições subjetivas na capacidade de julgar – algo que pertence ao
humano de fazer juízo estético ou crítica ao significado do belo. Desta forma, os
objetos belos transformam-se em modelos para todos.
Hegel, no (Séc. XIX) em sua análise histórica inclui o belo como a beleza que
muda de face e de aspecto de tempos em tempos, que depende mais da cultura e a
visão de mundo que está presente em uma determinada época e que pode
independer da “exigência” do belo de cada um.
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“A BELEZA DO ESPÍRITO CAUSA ADMIRAÇÃO, A DA ALMA ESTIMA, E A DO CORPO, “AMOR.”
Autor: Bernard Fontenelle
Nos dias atuais, numa visão de fenômeno, considera-se o belo na “imanência”
total de sentido ao sensível, autêntico, que carrega um significado único e não de
valor estético comum a todos a partir do que se julga e se estabelece como beleza.
Entretanto, quais as percepções vigentes construídas atualmente relacionadas ao
corpo manifestado enquanto belo?
Vemos diariamente, um frisson constante na busca de corpos que em suas
medidas convencionadas, formas estabelecidas, vigoram como um belo a ser
alcançado. Simetrias são estipuladas, onde toda uma indústria busca a modificação
das partes do corpo num embelezamento considerado correto e padronizado.
Rostos esticados, olhos com cores modificadas, expressões adulteradas,
modelações múltiplas do corpo nos traços hereditários. Enfim, uma atmosfera
rarefeita criada para superficializar apenas a compreensão que se faz do que é
belo.
Mas então, existiriam modos diversificados de compreender entre a
aparência e a essência a presença do belo na existência humana?
Não se pode negar que temos quase um discurso ideológico, um
mascaramento social que nos levam a ter concepções estanques em relação a
beleza em diversos direcionamentos que nos conduzem a agir dentro do jogo
político do belo.
Para Aranha (1993, p.29), “... padrões de beleza física são culturais e, de
forma alguma, se transformam em absolutos. Que eles são relativos a tipos físicos,
étnicos, e a tempos e culturas diferentes. Que podem entretanto, coexistir (...) com o
respeito e, por que não, a admiração de todos.” Entretanto, para a autora, é
necessário se estar atento aos valores que podem estar determinando certos
padrões como a magreza, a estatura, o jeito sensual do corpo se manifestar. Poucos
modelos são postos socialmente perto das possibilidades humanas em relação ao
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que se apresenta como belo. Desta forma, compromete-se a formação do gosto e da
apreciação que deveria ser “educado na variedade e singularidade”.
Mas se é na existência humana, no pulsar da vida que podemos compreender
e perceber o belo, nossas escolhas nesse mecanismo é que podem estar
construindo através de nossas experiências os referenciais a respeito do mesmo.
Agora então é momento de se pensar o belo.
Talvez não possamos modificar a visão posta sobre beleza sem proporcionar
criticamente a interpretação sobre o belo.
E o corpo em seu aprendizado em cada sociedade, em seus momentos de
história, com suas experiências, estará a se expressar, andando, correndo, se
vestindo ou ficando nu, nos gestos das mãos, no jeito de olhar, constituindo atitudes
que demonstrarão ou negarão o belo. Mas que seja consciente!
A partir do que foi colocado enquanto meios de se refletir pressupostos sobre
a beleza responda:
*DE QUE FORMA VOCÊ SENTE AS CONCEPÇÕES DE BELEZA POSTAS
NO CONTEXTO ATUAL EM RELAÇÃO AO CORPO?
*ACREDITA QUE HÁ UM PADRÃO DE BELEZA QUE TODOS BUSCAM?
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UNIDADE III: A FRAGILIDADE*
FRAGILIDADE I
Fragilidade é cair,
Cair de chorar,
Cair de amor,
Cair por que bateu a cabeça...
Fragilidade é uma coisa que quebra,
Uma caixa de porcelana,
Um cristal,
Um vidro...
Fragilidade é um bebê,
Uma velhinha é frágil,
Um violino é frágil,
Fragilidade é necessitar de cuidados...2
Autora: Jessica Brasil (10 anos)
Muitos acontecimentos no processo de viver nos tornam frágeis, podem
irromper na vida social, pessoal, na desordem das emoções, enfim, onde se perdem
os territórios até então conhecidos, nos deixando em estado de total desamparo.
Mesmo nestas situações, perguntas em busca de respostas inevitavelmente são
realizadas na busca da “identidade pessoal”. Quem sou eu? .... Qualquer que seja
a resposta não pode ser construída senão também pelo vínculo estreito com os
acontecimentos que rodeiam e modificam a realidade a todo o momento e em
muitas vezes de forma inesperada.
2 Este texto foi extraído de uma conversa com minha filha, Jessica de 10 anos de idade, que me fez pensar sobre as dimensões da fragilidade humana.
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Muitas batalhas são realizadas e vividas numa tentativa de fugir das fragilidades, do
desastre, com tendências em realizar sempre algo rápido, correndo na busca de
soluções mágicas, onde tudo acaba bem.
“ ao líquido mundo moderno das identidades fluídas, o
mundo em que o aspecto mais importante é acabar depressa, seguir em
frente e começar de novo... a fim de sufocar e esquecer os desejos de
outrora.
Bauman, 2005.
A dor não se permite aflorar na dimensão social, pois a cultura de massa
impõe a ditadura do status quo e invoca um “Não Seja Frágil”, onde fragilidade é
considerada fraqueza, algo que escondemos cortando os laços com as situações e
os outros, que apontam para as dimensões incontroláveis do acontecimento.
Nota-se que há um discurso construído em desqualificar os momentos frágeis
de dor, de choro, de crise, justificando que ser vulnerável não está a altura dos
fortes, não é permitido e sim fraqueza.
“ Há então lugares sociais até para chorar?”
FRAGILIDADE II
Seriam então os momentos frágeis uma demonstração de descontrole e
fraqueza em que todo ser humano necessita fugir, quebrar e não admitir como
processo de vida?
A fragilidade não estaria incorporada a natureza humana permitindo criação? Ao
invés de um posicionamento vitimizado ou negado do acontecimento e a vivência
num estado de desmanchamento do território da vida, não seria a fragilidade uma
oportunidade de reconfigurar a realidade a partir da experiência do sensível?
Mesmo cientes de uma dada fragilidade biológica, agimos como se fossemos
imortais. No entanto os acontecimentos inesperados e que nos deixam fragilizados
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podem nos fazer perceber o que está a tona e o que está por vir em nossas vidas,
permitindo nos momentos de crise ( pode ser compreendida como crítica ou
criatividade), construir algo novo. Será então importante viver a fragilidade como
uma oportunidade de descoberta, inventividade, compreensão do universo ao qual
pertencemos?
Nessa tensão do vivido do corpo (pois é através dele que sentimos) com a
vida, a fragilidade pode ser a oportunidade subjetiva de transformar e dar novos
sentidos na criação de um novo acontecimento.
ATIVIDADE PROPOSTA: DINÂMICA DE GRUPO.
Objetivo: Conscientizar que momentos de fragilidade todos passam, e que os
mesmos podem despertar em cada ser humano diversas formas de se lidar com as
situações consideradas frágeis.
REALIZAÇÃO: Dispor todo o grupo participante em círculo sentado, dar as mãos e
um a um relatar o que está sentindo com o toque das mãos no colega (em uma
única palavra). Logo após todos falarem, olhar nos olhos do colega em sentido
horário buscando interpretar o que o olhar transmite ( alegria, força, compreensão),
relatar para o grupo o que percebeu, sentiu. No terceiro momento pedir ao grupo
que imagine uma “lata de lixo” no centro do círculo onde um a um todos deverão
jogar simbolicamente o momento de fragilidade que mais lhe afligiu. Quarto
momento – após todos jogarem para fora as fragilidades vividas( simbolicamente),
pedir para que todos imaginem a lata de lixo se deteriorando com tudo que nela
continha. No lugar, aparece uma caixa que também simbolicamente contêm todas
as possibilidades de realizações. Um a um novamente, pedir para descrever o que
iria buscar na presente caixa imaginada. Após todos falarem abre-se para quem
quiser falar alguma coisa a respeito. Solicitar ao término da dinâmica a descrição por
escrito do que cada um viveu no processo.
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UNIDADE IV
IDENTIDADE - REFLEXÕES
O assunto Identidade está dentre as questões que ao longo da história,
seguramente tem despertado muito interesse de estudiosos de várias áreas de
conhecimento, como também de pessoas comuns.
Na filosofia, por exemplo, muito se perguntou e atualmente se indaga com
veemência quem é o “ser humano”? Quem sou eu? Historicamente vem
reformulando as maneiras de perguntar, pois a diversidade conceitual e de
significados estão muito presentes tanto no uso popular como na utilização do termo
em vários campos de conhecimento.
Culturalmente podemos pautar a identidade como a necessidade do indivíduo
de pertencer a um grupo na medida em que pode ser influenciado pelo mesmo ou
por sua cultura. Saber se reconhecer onde a consistência de sua identidade está
construída nos costumes, hábitos, valores, influências que determinada cultura em
seu conjunto cria. Assim, estabelece a identidade ao dar sentido e tornar possível
através das experiências vivenciadas a localização do mundo a que pertence o
indivíduo.
Em âmbito social por sua vez, a constituição da identidade está vinculada as
relações que a pessoa mantém com o meio, e atualmente, no entanto é bastante
comum “o caminho de se tornar universal, fragmentando nossas existências
individuais” (Bauman, 2005). Devido à total globalização nos diversos segmentos da
sociedade, a identidade não pode estar ou ser estável e sim mutável e em muitos
momentos – pode-se assim dizer - é até provisória. Existem vários deslocamentos
que o sujeito realiza tanto de seu lugar no mundo social e cultural quanto de si
próprio, proporcionando uma crise constante onde estabelecer uma única identidade
torna-se impossível, tendo o mesmo que se identificar com várias. Nosso corpo
deixa impregnado na carne as marcas das identificações que tivemos sejam
positivas, de alegrias, de sofrimento, de fragilidades, sucesso ou dificuldades em
movimentos de difícil organização.
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Em seu livro - A cultura da educação (Bruner 2001, p.16-17) diz: “é a cultura
que fornece as ferramentas para organizarmos o entendimento de nossos mundos”.
Como entendermos o mundo em um ambiente pulverizado e com tanta pressa?
Onde estaria o modo de conhecer e aprender o mundo, utilizando os recursos da
cultura como instrumentos que possibilitem o desenvolvimento e a educação
permanente daquilo que somos?
Se tudo ao nosso redor está em constante movimento, subentende-se que
nós também estamos em movimento, e se assim vivemos, estamos nos modificando
e aprendendo, onde nossa existência humana necessita tomar a forma de uma
educação permanente em que a vida precisa ser pensada em seu tempo e espaço
como um fenômeno com significados. Assim dizia Paulo Freire (1995, p.85). “O
mundo não é. O mundo está sendo”.
Parece que se fixar é tarefa de compreensão do movimento do mundo social
mesmo dentro das diversas culturas que ainda tentam se sustentar na correria para
um lugar não se sabe onde.
Na hierarquia global, as identidades são postas onde escolhas
necessariamente não são feitas, mas impostas diretamente ou de maneira velada
através das necessidades humanas de subsistências, de aceitação social, de
crenças e comportamentos ditos corretos e politicamente aplaudidos. Pertencemos
automaticamente às coisas e lugares, as situações e acontecimentos desde que
nascemos?
Para Bauman (2005) que reflete: “... perguntar “quem você é” só faz
sentido se você acredita que possa ser outra coisa além de você mesmo; só se
você tem uma escolha, e só se o que você escolhe depende de você; ou seja,
só se você tem de fazer alguma coisa para que a escolha seja “real” e se
sustente.”
ESCOLHAS!!
Dentro de todo o contexto até agora posto para muitas reflexões, as escolhas
humanas não são isentas de causas subjacentes, postuladas deste a antiguidade.
Geralmente todo ser humano, tem a impressão de que opta por algo nas situações a
que se depara em seu dia-a-dia. Mas será que não há um gigantesco sistema ao
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qual na maioria das vezes não nos damos conta, no passar do tempo nos dizendo o
que devemos fazer?
Escolher? Escolher o quê? O que escolher?
A todo instante, querendo ou não estamos realizando escolhas em nossas
vidas, seja em comportamentos que mantemos com o mundo que nos cerca, nas
maneiras de interpretarmos o nosso corpo ou até mesmo nas omissões de
posicionamentos. O próprio fato de não escolher já é uma escolha. Todos os
caminhos a serem percorridos na vida, são feitos de muitas decisões a serem
tomadas e temos que escolher; na vida estudantil, no namoro, na profissão, nas
crenças, tanto no êxito como no fracasso alguma forma de escolha será realizada.
Mais reflexões podem ser suscitadas. Devemos viver então de que maneira
nas tomadas de decisões? Devemos agir de forma fechada, dogmática, sem
interação com o mundo que nos cerca, em valores que permanecem imutáveis e
com certezas estabelecidas, ou necessitamos buscar nos acontecimentos a
compreensão de nossas vidas de forma abrangente, aberta para o mundo que está
em constante transformação?
Bem, escolher, ou pensar que escolheu, ou ser determinado a acreditar
que escolheu ser guiado a optar. As decisões humanas têm suas
conseqüências e a obrigação que temos na atribuição de valores em nossas
escolhas pode ser assumir a responsabilidade por elas. Desta forma,
estaremos significando a riqueza de nossas vidas que está, relacionada aos
significados que damos ao que optamos e fazemos
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UNIDADE V – CONSIDERAÇÕES FINAIS
A EDUCAÇÃO DO CORPO, NA ESCOLA E NA VIDA
Na escola a tarefa de interpretar o corpo num processo de renovação e
transformação da cultura corporal, necessita de diversos impulsos e
direcionamentos que venham a concretizar de forma prática a visualização e
entendimento de um corpo crítico, desalienado e sem manipulação.
A reflexão sobre o que é o corpo/ ou quem é o corpo precisa
ultrapassar a compreensão somente higiênica/performista com funções anátomo-
fisiológicas, onde por ser apropriado pela cultura, vai sendo de tempos em tempos
mais um suporte de signos sociais do que de identidade para se viver consciente.
“Esta influência do social no pessoal é um fator existencial determinante.” (Medina,
1994).
Na maioria das vezes o corpo é submetido no contexto que se insere
abortado de idéias e apenas seguidor de normas e costumes de uma sociedade
reguladora. Os corpos considerados educados têm lugares bem definidos e
assumem papéis pré-estabelecidos onde os espaços permitidos à sua manifestação
devem responder as pedagogias técnicas, jeitos de pensar das ideologias que o
rodeiam.
Nesta lógica a escola também servindo de regras e códigos difundem
um corpo que integra o discurso do poder em sua civilidade que enclausura a atitude
humana desde a infância, transportando para a vida em sociedade, nas casas, na
comunidade, na cidade, a resposta aos ditames de gestos pouco genuínos,
sufocados e amedrontados com muitas marcas.
Observando a constituição social dos corpos, Sant’anna (1995, pag.17)
assim discorre:
“As cidades revelam os corpos de seus moradores. Mais do que
isso, elas afetam os corpos que constroem e guardam, em seu modo de ser e
de aparecer, os traços desta afecção. Há um transito ininterrupto entre os
corpos e o espaço urbano, há um prolongamento infinito e em via dupla, entre
o gesto humano e a marca “em concreto” de suas ambições e de seus
receios...”.
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Vê-se aqui, a significativa extensão que o corpo denota no processo
educativo e de toda uma sociedade e por que não dizer das culturas em
desenvolvimento. Perceber então que o humano tem possibilidades de viver,
respeitando sua história, seu direito de expressar-se livremente, torna-se o ponto de
partida para se compreender o grande desafio que tem o próprio homem em refletir
sobre o seu corpo e o contexto que se insere qualificando sua realidade.
ATIVIDADES
1. Elaborem um painel em grupo com figuras de revistas que
demonstrem a constituição de regras impostas aos corpos que
se movimentam nas ruas na vida cotidiana. Suscitem três
questionamentos sobre as relações do corpo e o modo de “ser”
das pessoas.
2. Realizem uma poesia/paródia/texto individualmente
expressando o que sentem e percebem em seus corpos
relacionados ao ambiente em que vivem. Discutam com os
colegas as semelhanças de situações e as diferenças.
3. Reflitam sobre o pequeno texto de Sant’anna. O que o autor
quis dizer sobre as relações de construção das cidades e os
corpos que nelas habitam?
CORPOREIDADE: OUTROS OLHARES
Para ressaltar a necessidade de ter “outros olhares” em direção ao corpo na
escola, como referência fundamental, a “Corporeidade” surge como uma abordagem
do movimento humano interpretado como fenômeno em todas as suas dimensões.
Merleau Ponty citado por Santin (1987, pag.51) em seu ensaio sobre o tema assim
discorre:
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“Na medida em que nós vivemos a corporeidade ou nos sentimos
corpos, nos tornamos significativos a nós mesmos e aos outros. Assim os mundos
da subjetividade e da inter-subjetividade tornam-se gênese da vida e da convivência
expressiva. Somos significativos e passamos a ser significativos para os outros, o
que produz a comunicação. Um se torna visível e compreensível ao outro. O gesto e
a palavra são amplificadores do universo significativo, isto é do universo humano. O
corpo e seus movimentos estão sempre no centro de toda manifestação e
possibilidade expressiva. ”
Realizando de forma reflexiva a interpretação do que foi citado acima
responda:
* O que você pensa sobre o seu corpo e como anda se comunicando com o
mesmo?
* Quais os significados que o seu corpo tem para você? São positivos ou
não?
* Percebe que está construindo sua história na expressão diária do corpo?
Continuando a abordagem, articular a compreensão dos movimentos
expressivos com a consciente interpretação das atitudes corporais em cada gesto
humano é tarefa árdua e de extrema necessidade ao descrever que o homem,
segundo Santin, é a própria corporeidade, não em um conceito de “corpo material”,
mas como “fenômeno corporal”. Não em exercícios e movimentações mecânicas,
vazias e condicionadas, mas na manifestação que deve ser observada,
“interpretada” individualmente.
Cada criança tem seu jeito de ser, fisicamente há diferenças, com
movimentos originais – no caminhar, correr, pular, sorrir, com possibilidades
múltiplas de criação e reelaboração do próprio movimento em histórias de vida
particulares. O corpo fala através do código dos sentimentos e emoções, um código
imune às imposições das ciências e dos poderes constituídos. Recuperar essa
dimensão criativa da corporeidade em cada um só será possível com uma “ação-
reflexão”, onde Kunz (2004, pag.181) assim discorre relacionando mundo e pessoa:
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“... .o educando, por sua natureza plástica e flexível para o
“compreender-o-mundo-pela-ação” – descobre a relatividade das exigências
opressoras do Mundo exterior/meio. Correr, saltar nadar, jogar, etc. deixam-se
interpretar como forma muito especial de “compreender-o-mundo-pela-ação”. (...)
passa-se a entender a unidade de vida comum do meio social e lutar por sua
humanização.”
ATIVIDADES
1.Após a leitura e reflexão sobre o tema Corporeidade, em grupo ou individualmente,
realizem caracterizações das pessoas do mesmo buscando representar formas
variadas de emoções em situações do dia–a-dia. (Objetivo: Suscitar a discussão a
respeito da sensibilidade pouco manifestada na atual conjuntura).
2. Movimentar-se a partir de uma música observando a manifestação do corpo de
cada um e suas representações de movimento (agressividade, medo, alegria,
tristeza, suavidade, etc)
3. Desenhar em uma folha de papel o seu próprio corpo, relatando as partes que
mais se identifica, as que menos gostam, as de maior importância.
DEBATE
Assistir ao filme THE WALL com o objetivo de relacionar os
acontecimentos atuais e a forma de se educar o corpo a partir da escola, família,
instituições religiosas, etc. No debate, intermediar, as discussões no sentido de
instigar quais as mensagens que o filme pretende passar.
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REFERÊNCIAS
Aranha, Maria Lúcia A. e Martins, Maria Helena P. Filosofando: introdução à filosofia. 2ª Ed. São Paulo, Moderna, 1993. Bauman, Zygmunt, Identidade: entrevista a Benedito Vecchi/Zigmunt Bauman; tradução, Carlos Alberto Medeiros. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005. Castro, L.R (org.).(1998). Infância e adolescência na cultura de consumo. Rio de Janeiro - RJ. Nau. Erikson, E. (1976) Identidade, juventude e crise. Rio de Janeiro, Zahar. Kunz, Elenor. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004. _________. Educação física: ensino e mudanças. Ijuí; Ed. Unijuí, 1991. Medina, João Paulo Subirá. O brasileiro e seu corpo: educação e política do corpo. 4ª edição. Campinas, SP: Papirus, 1994. Moreira, Wagner Wey. Educação física escolar: uma abordagem fenomenológica. 3ª ed. Campinas :Unicamp ,1993. Osório, L.C (1992). Adolescente hoje. Porto Alegre. Artes Médicas. Perez, F&Rosenburg. C.P (1998). Desvelando a concepção de adolescência/adolescente presente no discurso da saúde pública. Saúde e Sociedade. Sant’Anna, D. B, “Corpo e História”. Cadernos de subjetividade, n.2. vol.3. São Paulo, PUC/ Educ. 1996. Santin, Silvino.Educação Física: uma abordagem filosófica da corporeidade. Ijuí: Unijuí, 1987. Soares, Carmem Lúcia. Imagens da educação no corpo: estudo a partir da ginástica francesa no século XIX. Campinas.SP: Autores Associados, 2005