Sergio Leusin / Luciano Capistrano– GDP_ Gerenciamento e Desenvolvimento de Projetos
Demonstração de template para desenvolvimento de projetos para pedido de licenciamento, com automação de cálculos de áreas e outros requisitos legais do Município do Rio de Janeiro.
Objetivos de aprendizado
Ao final desta palestra você terá condições de:
Desenvolver templates para projetos legais
Agilizar o desenvolvimento de projetos legais
Validar o projeto executivo para posterior liberação para obra
Sobre o Palestrante
Sócio gerente da GDP-Gerenciamento e Desenvolvimento de Projetos (www.gdp.arq.br),
empresa dedicada ao desenvolvimento de projetos e gerenciamento de obras com uso de
tecnologia BIM, onde já coordenou diversos projetos nesta tecnologia. Anteriormente foi sócio
gerente da PAAL Projeto Arquitetos Associados, onde foi responsável por dezenas de projetos
metroviários, de laboratórios e imobiliários. Professor Titular aposentado da Universidade
Federal Fluminense. Doutor em Engenharia de Produção, pela COPPE UFRJ, com estágio no
LATTS, École des Ponts et Chaussées, Paris. M.Sc. Pela COPPE UFRJ e arquiteto pela FAU
UFRJ, 1974. Participante da CE 02 138 15 - Coordenação Modular para Edificações e da
ABNT/CEE-134 - Modelagem de Informação da Construção, onde vem colaborando na
elaboração de normas para Construção e em particular para a utilização do BIM Sócio
fundador do Clube da Qualidade na Construção RJ,do SINDUSCON RIO, onde desenvolveu
diversos projetos na área de gestão da qualidade em cooperação com empresas da área
imobiliária. Consultor da CAPES, CNPq, FINEP, MDIC, FIESP, ABDI, da CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL, para os quais desenvolveu estudos setoriais, procedimentos de avaliação de
sistemas tecnológicos inovadores e diversas consultorias sobre o tema da inovação. Currículo
Lattes: http://lattes.cnpq.br/9035911586504341
Experiência:
Desenvolvimento de projetos completos de arquitetura, desde estudos de viabilidade até
projetos executivos e integração com planejamento e controle de obras com uso de REVIT,
NAVISWORKS e outros aplicativos.
Contato:
Templates para projeto legal
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Desenvolvimento de template
O problema
A elaboração de projetos legais inclui o atendimento a diversos requisitos derivados de áreas
de diferentes tipos, vãos de esquadrias, numero e tipologia de unidades, usos etc. algumas
vezes relacionados entre si, como as esquadrias, que devem ser calculadas em função da área
útil e às vezes também o pé direito do compartimento.
Os esquemas e tabelas que refletem este atendimento devem ser inseridos no projeto legal
para que possam ser verificados pelos analistas dos órgãos de licenciamento. Porém elaborar
estes esquemas e tabelas é algo trabalhosos e sujeito a falhas, em particular por que existe
algum grau de subjetividade em certos itens. A correta demonstração dos critérios adotados
facilita a análise e consequentemente, o processo de aprovação, dando transparência e
confiabilidade para a documentação.
Automatizar os processos de cálculo para o atendimento dos requisitos traz segurança e
rapidez a uma tarefa que sempre é objeto de discussão e retrabalho.
A elaboração de template facilita esta tarefa e padroniza a documentação, evitando
esquecimentos e erros que fatalmente exigiriam retrabalho. Mas cada município tem uma
legislação específica e devido a isto deve ser objeto de um template individualizado, ainda que
a lógica permaneça similar.
Requisitos
Os requisitos mais relevantes são associados a classes de áreas ou numero de unidades.
Deste modo a primeira tarefa é identificar estas classes de modo a que possam ser associadas
á proposta do projeto. No caso do Rio de Janeiro adotamos:
Área útil: consiste na área efetiva de piso “livre”, excetuando-se paredes e vãos no piso.
No REVIT equivale a classe “RENTABLE”.
Área privativa: Calculada segundo a ABNT 12721 Áreas da superfície limitada pela linha
que contorna as dependências privativas, cobertas ou descobertas da unidade
autônoma, excluídas as áreas não edificadas, passando pelas projeções:
a) das faces externas das paredes externas da edificação e das paredes que separam
as dependências privativas da unidade autônoma, das dependências de uso comum.
b) dos eixos das paredes que separam as dependências privativas da unidade
autônoma considerada, das dependências privativas de unidades autônomas contíguas.
Subdividem-se em áreas privativas principais e áreas privativas acessórias. (Garagens
etc)
Templates para projeto legal
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Áreas reais (NBR) – ou Área Construída: “Medida da superfície de quaisquer
dependências, ou conjunto de dependências, cobertas ou descobertas, nela incluídas
as superfícies das projeções de paredes, de pilares e demais elementos construtivos”.
Além destas devemos indicar também:
Área Total edificada: tem conceito básico similar ao de área construída mas não inclui a
totalidade da edificação, apenas os itens definidos na legislação. Por exemplo, no caso
de hotéis, basicamente inclui apenas os quartos.
Área de ocupação – a projeção da edificação sobre o térreo.
Área permeável: área de terreno em condições de absorver águas pluviais, ponderada
pelo fator de permeabilidade do revestimento, caso exista.
Estas áreas serão definidas em “Architecture”> ”Room &Area”> “Area and Volume
Computations”, como mostram as Figuras Error! Reference source not found. e Error!
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Figura 1: Definição de classes de áreas
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Figura 2: Classes de “areas plans”
Figura 3: Tipologia final de áreas
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Para a consideração destas áreas é necessária sua associação a parâmetros de projeto, que
serão associados a diferentes tipos de elementos, como mostra a Figura 4Figura 4.
Figura 4: Parâmetros de projeto e suas associações
Existem ainda alguns dados básicos da legislação que devem constar da documentação e que
neste caso devem ser editados manualmente, como mostra a Figura 5.
Figura 5: Dados básicos da legislação
Uma vez completada esta fase devemos fazer as delimitações das áreas e sua associação
caso parâmetros cabíveis, tais como lixo e estacionamento, como mostra a Figura 6.
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Figura 6: Associação de área a parâmetro – Estacionamento
Como resultado teremos todas as áreas da edificação classificadas associadas aos parâmetros
que devem ser considerados para cálculo, como na Figura 7.
Figura 7: Esquema das áreas associadas nas unidades
Uma vez completada a associação os quadros de áreas estarão automaticamente finalizados,
como na Figura 8, Figura 9 e Figura 10.
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Figura 8: Cálculo das áreas privativas
Figura 9: Demonstrativo da ATE
Figura 10: Demonstrativo da taxa de ocupação
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O cálculo de área permeável deve considerar a taxa de permeabilidade dos diferentes
acabamentos de piso existentes, sendo necessário definir sua distribuição e respectiva taxa,
para inserção em uma tabela de cálculo, conforme demonstrado na Figura 11 e na Figura 12.
Figura 11: Esquema de área permeável
Figura 12: Tabela de área permeável
Para o demonstrativo de Volume de água de reuso e retardo adota-se uma família “Generic
Annotation” parametrizada para efetuar os devidos cálculos, como mostra a Figura 13, sendo
necessário editar manualmente, pois não é possível vincular uma tabela a outra.
Figura 13: Cálculo de água de reuso e retardo
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Do mesmo modo o cálculo de volume de água, embora tenha por base a área útil, calculada
automaticamente, esta terá que ser reinserida manualmente, como na Figura 14.
Figura 14: Calculo de volume de água
Já o cálculo de volume de lixo também considera a área útil e o parâmetro “GERAÇÃO DE
LIXO (l/m²)”. Este deve ser preenchido nos ambientes, seguindo as diretrizes da entidade
responsável pela limpeza urbana do município, no caso, a COMLURB. Com o volume final
calculado, é possível definir quantos containers de lixo serão necessários de acordo com sua
capacidade (120l, 240l ou 360l). Os containers, são representados por famílias específicas, a
serem distribuídas no projeto e contabilizadas no “QUADRO DE CONTAINERS DE LIXO” como
demonstra a Figura 15.
Figura 15: Cálculo de lixo
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A contagem de vagas é feita por um “Parking Schedule”, contabilizados todos os Parkings
distribuídos no projeto. A exigência de vagas é feita por uma “Room Schedule”, organizada e
parametrizada de acordo com a legislação específica. No caso da Figura 16, por ser um edifício
comercial, a demanda de vagas é verificada em função da área de lojas e salas comerciais.
Figura 16: Contagem de vagas
Os quadros de esquadrias relacionam portas e janelas de forma automática à medida que são
inseridas no modelo.
Figura 17: Quadros de Esquadria
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Estes dados devem ser inseridos na planta de situação, apresentada na Figura 18. Ela
condensa e organiza todos os dados conforme as exigências da SMU, no caso do Rio de
Janeiro.
Figura 18: Planta de Situação
Agilização do projeto legal
A elaboração do template de projeto legal considerando os principais requisitos legais a serem
atendidos permite agilizar a documentação a ser apresentada para a solicitação de licença de
obra, reduzindo o prazo dos serviços e dando segurança que todos os principais requisitos
foram considerados.
A padronização destes dados em esquemas e tabelas facilita a sua execução e também a
análise pelo técnico do município, reduzindo conflitos de interpretação e prazos de análise.
Validação da documentação
A análise mais facilitada permite que a validação da documentação seja mais rápida, tanto
internamente, no escritório de projeto, como no órgão de licenciamento. Ao invés de incluir um
longo processo de cálculo de áreas e elaboração de tabelas, a validação consiste em uma
verificação visual se todas as áreas foram devidamente consideradas e classificadas. Um
treinamento relativamente simples para os técnicos municipais pode habilita-los a este
procedimento, reduzindo os prazos de análise e otimizando seu trabalho.