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O USO DE ÁLCOOL POR JOVENS E SUAS CONSEQUÊNCIAS1
Heidi Maria Belau da Luz2
Cármen Marilei Gomes3
RESUMO
O uso do álcool por jovens está começando cada vez mais cedo. Atualmente, jovens na faixa etária entre 12 e 20 anos já estão bebendo e, muitas vezes, com o aval dos próprios pais. Ignoram o malefício que estão causando em seu cérebro, em seu crescimento e desenvolvimento. O objetivo deste estudo foi investigar os fatores que precedem a ingestão da bebida alcoólica em jovens, assim como as consequências comportamentais associadas ao consumo do álcool. O presente estudo apoiou-se na pesquisa quantitativa, participando deste estudo 30 adolescentes, divididos em 16 meninas e 14 meninos, com idades entre 14 e 18 anos, escolhidos aleatoriamente, em duas escolas públicas, do município de Sapiranga/RS. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário, contendo 21 questões pertinentes ao assunto. Depois de realizada a coleta de dados, utilizou-se o programa SPSS para a análise de frequência das respostas apresentadas no questionário. Nos resultados, pode-se constatar que adolescentes do sexo feminino, além de começarem mais cedo a ingerir bebida alcoólica, estão bebendo mais do que os do sexo masculino. Também foi observado que os pais permitem que os adolescentes bebam precocemente. Evidenciou-se ainda que os adolescentes concordam com a afirmação de que o álcool modifica o comportamento do indivíduo, mas, mesmo assim, continuam a usá-lo como artifício para se sentirem mais alegres e para superarem alguns problemas relativos à família, ou até para se sentirem mais agitados. Palavras –chave: álcool, jovens, consequências comportamentais .
INTRODUÇÃO
Sendo o Brasil um dos países onde a violência mais compromete a vida da
população mais jovem, o uso do álcool na faixa etária dos 12 aos 20 anos tem papel
destacado na dinâmica destas causas, ora como fator causal, ora como fator
coadjuvante (LIMA, 2008). Para este autor, ao se discutir a situação da juventude,
em relação ao consumo de bebidas alcoólicas, qualquer que seja o tipo e teor
alcoólico (cerveja, vinho, cachaça e similares), não se pode deixar de destacar a
1 Artigo de pesquisa apresentado ao Curso de Psicologia das Faculdades Integradas de Taquara, como requisito parcial para aprovação na disciplina Trabalho de Conclusão II. 2 Acadêmica do Curso de Psicologia da FACCAT. Email: [email protected]. 3 Bióloga (UFRGS), Mestre e Doutora em Neurociências (UFRGS), Pós-Doutora em Fisiologia (USP), Professora do Curso de Psicologia da FACCAT. E-mail: [email protected]
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questão do elevado e crescente consumo de álcool entre os jovens (pré-
adolescentes, adolescentes e adultos jovens de ambos os sexos).
O álcool é a droga mais usada entre os jovens, atingindo mais da metade
daqueles entre 14 e 18 anos. Conforme Zagury (2002), o álcool ganha disparado,
em primeiro lugar, porque a sociedade como um todo tolera e, de certa forma, até
incentiva o seu uso. O maior problema a que a autora se refere é que os pais
incentivam o jovem a beber, seja por atitudes ou até por simples consentimento,
achando que a bebida é mais inofensiva do que a droga ilícita. Certamente não é só
essa atitude que induz o jovem ao alcoolismo, há o próprio exemplo na família e na
sociedade como um todo, assim como fatores genéticos. A convivência com
pessoas que usam álcool com frequência tende a levar os jovens a ver sua
utilização como uma coisa natural. A facilidade com que eles compram bebida
alcoólica leva-os a pensar que estão tendo uma atitude correta. Tudo isto aliado ao
fato de que alguns estabelecimentos comerciais não estão preocupados em seguir a
lei que proíbe a venda de álcool para menores de 18 anos (ZAGURY, 2002).
Sabendo que o álcool é prejudicial à saúde do individuo, por que, então,
barzinhos e lanchonetes e até lojas em Shopping Center vendem bebidas aos
jovens? Tais questionamentos levam a pensar que há um descaso com a saúde dos
adolescentes. O presente artigo tem como objetivo investigar os efeitos do consumo
de álcool no comportamento social desses indivíduos e os motivos que precedem o
uso dessa bebida.
1 O USO PRECOCE DO ÁLCOOL NA ADOLESCÊNCIA E A PARTICIPAÇÃO DA
FAMÍLIA
Atualmente, os jovens estão bebendo álcool cada vez mais precocemente.
Adolescentes de 12 anos já ingerem a bebida, desconhecendo o perigo desta
atitude. Sendo a adolescência o período de transição entre a infância e a vida
adulta, caracterizada pelos impulsos do crescimento corporal, pelas mudanças no
desenvolvimento emocional, mental e social, e pelos esforços do indivíduo em
alcançar os objetivos relacionados às expectativas culturais da sociedade e do grupo
familiar, sem dúvida tudo isso gera no jovem uma insegurança imensa (MELLO
FILHO, 2004).
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A adolescência, para Mello Filho (2004), inicia com a puberdade e termina
quando ocorre a consolidação do crescimento e da personalidade. Nesta fase, a
função da família é importantíssima. Conforme Ferrarini (1980), a família precisa ser
compreensiva, dando apoio, carinho e tendo diálogo aberto, mostrando aos
adolescentes que eles têm apoio e uma estrutura para enfrentar esta fase de
transição, com segurança.
Mello Filho (2004) salienta que a adolescência é um estágio do ciclo de vida,
que é uma fase de transição, tanto para a família como para a criança. Nesta fase,
os adolescentes usam o referencial da família como seu modelo. Porém, muitas
vezes, estes modelos não são exatamente como eles gostariam que fossem. Os
pais geralmente não conseguem transmitir aos adolescentes o que estão buscando.
Sendo assim, os jovens acabam encontrando na bebida alcoólica a satisfação para
diminuir suas ansiedades.
Assumpção Jr. e Kuczynski (2003) relatam que o adolescente que não
encontrar regras claras e limites na família sentir-se-á inseguro e, na tentativa de
descobrir as regras do mundo, irá testar os limites, muitas vezes deparando-se com
frustrações, buscando no álcool soluções mágicas. Segundo Zagury (2002), o meio
pode influir positiva ou negativamente sobre as pessoas. A família é uma das mais
fortes influências do meio, talvez a mais forte de todas. A ação educativa da família
exerce um poderoso efeito na criança e no adolescente.
A própria família, sendo o exemplo para as crianças e para os adolescentes,
pode incentivá-los a ingerir bebida alcoólica. O grande problema é que alguns pais,
além de entenderem que beber é sinônimo de masculinidade, acham bonito e se
orgulham quando os filhos, principalmente do sexo masculino, tomam uns golinhos
de cerveja ou bebem o uísque do pai (ZAGURY, 2002). Conforme Serrat (2001), o
maior medo da família centra-se nas drogas ilícitas como a maconha, porém
desconhecem o malefício que o álcool pode ocasionar no cérebro jovem. Segundo
este autor, os pais que bebem incentivam os filhos a beberem, não por meio de
palavras, mas por meio de atitudes. Para Soares (2006), o comportamento dos
adultos é fundamental para definir a relação dos filhos com o álcool. Atitudes
negativas dos pais podem levar os filhos a atos destrutivos, como o envolvimento
com essa bebida.
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Guimarães et.al. (2009) salientam que a família de adolescentes, dependentes
de álcool, é mais disfuncional que a família de adolescentes não dependentes desta
droga. A tendência ao vício está intimamente relacionada ao papel da família, ou
seja, a qualidade de vida familiar é que estabelece o comportamento do jovem frente
às substâncias psicoativas (PRATTA e SANTOS, 2006). Para estes autores, os pais
com menor probabilidade de terem filhos adolescentes envolvidos com drogas lícitas
ou ilícitas, ou que desenvolvam condutas antissociais, são aqueles que estabelecem
uma boa relação afetiva e de apego com os filhos. Também se salienta o não
consumo de nenhum tipo de droga, seja lícita ou ilícita, e que não possuam atitudes
convencionais ou de conformidade com as normas sociais estabelecidas, entre elas
a intolerância com as drogas. O uso de drogas lícitas ou ilícitas, pelos pais, irmãos
ou parentes próximos, é um dos maiores fatores de risco, haja vista que os jovens
geralmente usam essas pessoas como referencial (PRATTA e SANTOS, 2006).
O ambiente familiar e as maneiras como os membros interagem podem
contribuir para o risco dos problemas, em geral o alcoolismo parental é associado à
variedade de resultados negativos para o adolescente. Filhos de pais que bebem
exibem elevada probabilidade de desenvolver problemas com abuso do álcool
(JERONYMO e CARVALHO, 2005).
1.1 Os efeitos do álcool no cérebro jovem
Durante a adolescência, lá pelos 12 anos, o cérebro passa por uma série de
mudanças. Há redução de substância cinzenta. à medida que as conexões
neuronais são refinadas; aos 16 anos, o cérebro ainda está em desenvolvimento,
sendo mais sensível às drogas como o álcool; aos 20 anos, as mudanças causadas
pelo uso de algumas substâncias têm probabilidade maior de serem retidas e
ficarem registradas como drogadição ou alcoolismo até a idade adulta (NIEL,
JULIÃO e SILVEIRA, 2007).
O principal neurotransmissor com funções inibitórias no cérebro é o GABA. O
etanol (álcool) acentua efeitos do GABA sobre seus receptores celulares, em
diversas áreas do cérebro. Alguns efeitos do álcool, como a falta de coordenação e
o efeito ansiolítico são mediados por esta interação entre o etanol e os receptores do
GABA. O etanol é um potente inibidor do receptor NMDA (N-metil-D-aspartato) ao
aminoácido excitatório Glutamato. A interação entre o glutamato e seu receptor
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NMDA são importantes em diversos mecanismos celulares, sendo responsáveis pela
formação da memória e pelo desenvolvimento neuronal. Efeitos amnésicos e
ansiolíticos do etanol são fortemente explicados pela interferência desta droga sobre
essa interação (JABER FILHO e ANDRÉ, 2002).
A administração do etanol ativa fortemente o sistema dopaminérgico de
neurotransmissão que parte de certas áreas do tronco cerebral para outras regiões
do cérebro como lobos frontais, nucleus accumbens e outras áreas límbicas (JABER
FILHO e ANDRÉ, 2002). O nucleus accumbens faz parte do sistema de recompensa
do cérebro; e os maestros desse sistema são os neurotransmissores GABA e a
dopamina, sendo a última responsável pela sensação de prazer e o GABA como
inibidor, evitando que os neurônios sejam estimulados, com a presença do álcool. O
cérebro aumenta a produção de dopamina e a liberação do GABA. O registro, na
memória, do estímulo de prazer é intenso, o que faz com que o cérebro queira
repeti-lo (LOPES e MAGALHÃES, 2009).
Não há entre o sangue e o sistema nervoso barreira que interfira com a
penetração do álcool neste último. Logo após a ingestão da bebida alcoólica, as
concentrações de etanol são praticamente iguais no cérebro e no sangue (JABER
FILHO e ANDRÉ, 2002). Conforme Niel, Julião e Silveira (2007), o álcool é uma
substância que, quando ingerida, distribui-se regularmente por todo o organismo. Ao
atingir o sistema nervoso central, a substância pode causar diversos problemas
neurológicos e psiquiátricos, principalmente nos jovens cujo sistema está em
formação.
O álcool produz alterações do humor, da percepção, do estado psicovegetativo
e de comportamento; essas alterações são causadas pela ação no sistema de
neurotransmissores e receptores, que também estão envolvidos nas grandes
síndromes psiquiátricas (ASSUMPÇÃO JUNIOR e KUCZYNSKI, 2003). Para estes
autores, o resultado da ação direta do álcool no sistema nervoso central causa o
aparecimento de sinais e sintomas que se assemelham aos dos principais
transtornos psiquiátricos. Jaber Filho e André (2002) salientam que os efeitos do
álcool sobre o sistema nervoso são de ação ansiolítica, ou seja, reduzem a
ansiedade, o que faz os jovens usarem o álcool não só para reduzir a ansiedade,
mas também para as manifestações típicas do estresse, como palpitações, sudorese
e tremores. Em baixas doses, o álcool estimula as células encefálicas e a pessoa
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sente-se feliz, falante, cheia de energia, capaz de fazer gracinhas. Porém, à medida
que aumenta a concentração alcoólica no sangue, cresce também sua quantidade
no sistema nervoso central, ampliando as perturbações nos circuitos neuroquímicos,
causando alterações no comportamento do jovem (VIZZOLOTO e SEGANFREDO,
1991).
Conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (APA,
2002), entre os adolescentes, o transtorno de conduta e o comportamento
antissocial repetido, em geral acompanham o abuso ou a dependência do álcool. O
primeiro episódio de intoxicação com o álcool tende a ocorrer no período
intermediário da adolescência com a idade de início da dependência de álcool,
atingindo um pico na faixa dos 20 anos.
Uma das regiões do cérebro, chamada hipocampo, que faz parte do sistema
límbico e é responsável pela navegação espacial e pela memória, é fortemente
atingida pelo álcool absorvido pelos adolescentes. Em jovens, este sistema está em
formação e seu desenvolvimento mais acentuado ocorre no final da adolescência.
Assim, o álcool provoca danos irreparáveis na memória e no aprendizado dos jovens
(SOARES, 2006). Os adolescentes são mais vulneráveis aos efeitos prejudiciais do
álcool, pois, além de afetar o aprendizado e a memória, os efeitos sedativos sobre a
coordenação motora, provocados pela bebida, são plenamente perigosos (NIEL,
JULIÃO e SILVEIRA, 2007). Salienta-se que, na adolescência, as estruturas
cerebrais responsáveis pela percepção temporal ainda estão em amadurecimento,
sendo esse um dos motivos do maior imediatismo e da valorização do presente.
Dessa forma, o adolescente é imaturo para avaliar os seus atos, se são ou não
perigosos (DIEHL et al., 2011).
1.2 Fatores sociais e emocionais que influenciam os adolescentes a ingerir
bebida alcoólica
Para Lima (2008), a adolescência representa uma fase da vida com
peculiaridades especiais, no que concerne ao desenvolvimento psíquico e
comportamental. A necessidade de autoafirmação, da construção da própria imagem
física e psíquica, de configuração e definição de característica de personalidade e do
caráter de enfrentamento, das questões da sexualidade e relações interpessoais
com os outros indivíduos, enfim, os mais diversos desafios que o jovem enfrenta são
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hoje mais difíceis, devido ao alto grau de competição, tornando a luta pela
sobrevivência mais complicada e mais dura (LIMA, 2008).
Qualquer que seja o contexto sóciocultural, a adolescência será sempre um
período de crise e de desequilíbrio. Essas características são devidas tanto às
mudanças fisiológicas que acontecem, quanto às repercussões psicológicas de
inserção do jovem à comunidade adulta (LEVISKY, 1995).
Diante de toda essa expectativa, a ansiedade é gerada nos jovens que,
tentando amenizá-la, usam a bebida como um ansiolítico. Além disso, deparam-se
com uma grande oferta de bebidas, seja em propagandas, festas, barzinhos e até
em postos de gasolina. Desta forma, os adolescentes pensam que a bebida é algo
prazeroso e que lhes dará status frente aos colegas, pois beber, para os jovens do
sexo masculino, significa entrosamento e masculinidade (ZAGURY, 2002). Enquanto
que os meninos necessitam de um apoio maior de seus pares e assim bebem para
se sentirem incluídos no grupo, as meninas podem beber em resposta ao ambiente
familiar, a fim de evitarem situações aversivas em família. Elas passam a integrar
grupos de pares desviantes, na tentativa de fugir de situações familiares conflitantes,
utilizando o álcool como forma de “esquecer” os problemas familiares. Além de
utilizarem o álcool como ansiolítico, podem usá-lo para se sentir mais alegres e mais
sensuais (ARAUJO e GOMES, 1998).
O uso ou experimentação de drogas ilícitas ou lícitas como o álcool, quando
advindos da mera curiosidade, é fator de risco com grau inferior, em relação ao uso
recorrente. Este geralmente está ligado a fatores como a depressão, estresse, baixa
autoestima, sentimentos de rejeição, enfim, conflitos e situações de frustrações com
que o adolescente não consegue lidar, levando a experimentar a bebida
(TRINDADE, 2005). Assim, a ingestão deixa de ser um fator de risco, passando à
condição de elemento determinante na conduta juvenil do adolescente, que com ela
estabelece uma relação afetiva forte. Para Trindade (2005), esta substância
proporciona efeitos psíquicos aliviadores, ainda que por pouco tempo; o adolescente
substitui o vazio nas relações afetivas verdadeiras, pela felicidade passageira que o
álcool proporciona em seu cérebro.
Assumpção Junior e Kuczynski (2003) comentam que a curiosidade natural dos
adolescentes é um dos fatores de maior influência na experimentação do álcool e de
drogas. Esta curiosidade impulsiona-os a experimentar novas sensações e prazeres.
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Conforme Lima (2008), o adolescente usa o álcool para amenizar todas as emoções
negativas, porém não tem a mínima noção do estrago que a bebida alcoólica
ocasiona em seu desenvolvimento psíquico, emocional e comportamental. Como o
jovem na adolescência passa por um complexo desenvolvimento, o processo de
aculturação intensifica os problemas típicos desta fase, como a reconstrução da
identidade pessoal (GASPAR et al., 2006). Segundo Assumpção Junior e Kuczynski
(2003), o uso de substâncias psicoativas como o álcool acaba sendo o fator
determinante na identificação e união entre adolescentes que acabam por se dividir
entre aqueles que bebem ou não a bebida alcoólica.
O grande problema do uso do álcool na adolescência é o afastamento do
adolescente de seu desenvolvimento normal, impedindo-o de experimentar outras
atividades, importantes nessa fase da vida (DIEHL et al., 2011). Conforme estes
autores, a experimentação de uma substância psicoativa como o álcool expõe o
adolescente a outros fatores de risco que podem contribuir com a evolução para o
uso regular e para a dependência. Começar a beber exige persistência dos
adolescentes por causa do gosto amargo e forte do álcool, porém este obstáculo já
foi superado pela invenção do ice, mistura doce de vodca com suco de fruta, que se
tornou o combustível das baladas e até de festinhas caseiras (LOPES e
MAGALHÃES, 2009). Para estes mesmos autores, enquanto o adolescente
masculino busca a bebida como meio de entrosamento social, tentando amenizar a
timidez ou até pela emulação do comportamento dos colegas, as meninas usam a
bebida por se sentirem solitárias ou para amenizar a tristeza de se sentirem
rejeitadas pelo menino pelo qual sentem afeição, ou ainda pela preocupação
exagerada da estética, bebem para não sentirem fome.
O uso do álcool, além de trazer vários problemas orgânicos, pode fazer com
que os adolescentes apresentem diversas alterações comportamentais como
condutas desordeiras, agressões, infrações, pequenos delitos e condução de
veículos quando estão embriagados (NIEL, JULIÃO e SILVEIRA, 2007). O álcool
potencializa a propensão dos jovens a se engajarem em comportamentos de risco.
Mesmo o consumo eventual pode expô-los a problemas como acidentes de trânsito,
comportamento sexual de risco (doenças sexualmente transmissíveis, gravidez
indesejada), violência, ferimentos não intencionais, problemas acadêmicos (VIEIRA
et al., 2007). Numa sociedade em que os adolescentes vislumbram cada vez menos
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oportunidades, a dificuldade é justamente encontrar linguagem certa para alertá-los
sobre os riscos do uso de drogas ilícitas e lícitas como o álcool e convencê-los, sem
preconceitos, a buscar ajuda (TRINDADE, 2005).
2 MÉTODO
2. 1 Delineamento
O presente estudo apoiou-se na orientação de pesquisa quantitativa. Este é um
método de pesquisa que utiliza técnicas estatísticas, o qual normalmente implica a
utilização de inquéritos por questionários (CRESWELL, 2010).
2.2 Participantes
Participaram da pesquisa 30 adolescentes, de ambos os sexos, com idades
entre 14 e 18 anos, escolhidos aleatoriamente em duas escolas públicas, do
município de Sapiranga (RS), sendo assim divididos: 15 adolescentes com idade de
14 a 16 anos, que frequentam a 8ª série do Ensino Fundamental, e 15 adolescentes
com idade de 17 a 18 anos, que frequentam a 3ª série do Ensino Médio.
2.3 Instrumentos
O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário, contendo
21 questões pertinentes ao assunto. Segundo Creswell (2010), a utilização de
questionário é útil quando os participantes não podem ser diretamente observados.
2.4 Procedimentos para coleta de dados
Antes de iniciar a coleta de dados, o presente trabalho foi encaminhado ao
Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) das Faculdades Integradas de Taquara
(FACCAT), iniciando-se, depois da aprovação, os procedimentos de contato com as
escolas escolhidas por conveniência pela pesquisadora. De posse da autorização do
CEP, foi apresentado, na escola, o projeto de pesquisa juntamente com o Termo de
Concordância (TC) para os responsáveis pela instituição e os professores
envolvidos. Depois desse contato inicial, foi também marcada a data para a
realização da coleta de dados.
Antes do procedimento de coleta de dados, os pais ou responsáveis pelos
alunos participantes, menores de 18 anos, assim como aqueles alunos com 18 anos,
receberam os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido para assinatura. Cada
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aluno participante também foi informado sobre os objetivos da pesquisa e solicitada
sua aprovação para que participasse da mesma. Ressalta-se que a identidade
daqueles que participaram da pesquisa foi preservada e que os mesmos poderiam
desistir em qualquer momento. Em caso de alguma dúvida, os participantes ou
responsáveis poderiam dirigir-se à pesquisadora para esclarecimento.
A aplicação dos instrumentos deu-se de maneira coletiva em sala de aula e em
data marcada com a Direção da Escola.
2.5 Procedimentos para análise de dados
Para orientação no processo de análise dos dados, utilizou-se o programa de
análise SPSS (Statistical Package for Social Sciencie). Foi realizada a análise de
frequência das respostas apresentadas no questionário.
3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Conforme apresentado na figura 1, a análise dos dados coletados demonstrou
que a maioria dos jovens que respondeu o questionário foi do sexo feminino (16),
sendo que 14 eram do sexo masculino. Dentre as 16 jovens, apenas quatro (25%)
não ingerem álcool; enquanto cinco (35%) dos 14 garotos não consomem bebida
alcoólica.
Figura 1: Ingestão de bebida alcoólica nos alunos de sexo masculino e feminino Fonte: elaborada pelas autoras
A figura 2 mostra as idades citadas para o início do uso do álcool pelos alunos,
e demonstra que a idade inicial foi entre 12 e 14 anos. Três meninas salientaram
que começaram a beber antes dos 12 anos, cinco meninas e um menino
começaram a beber com 12 anos, quatro meninas e quatro meninos começaram a
beber com 14 anos e quatro meninos começaram a beber com idade entre 16 e 17
anos.
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Figura 2: Idade que iniciaram o consumo Fonte: elaborada pelas autoras
A bebida mais consumida pelos jovens questionados é a cerveja, seguida pela
vodca (figura 3). Quando se analisaram as diferenças entre os sexos, as garotas
preferem a cerveja, mas também consomem batida de vodca, martini, samba,
uísque, lagoa azul e capeta. Enquanto isso, os meninos preferem a cerveja, e em
segundo plano a smirnoff-ice e a batida de vodka.
Figura 3: Bebida mais consumida Fonte: elaborada pelas autoras
Há vários locais escolhidos pelos jovens para o consumo de álcool, onde 48%
citaram festinhas em casa, sendo 28% de garotas e 20% de garotos, 24% em
barzinhos e 14% em praças e postos de gasolina (figura 4).
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Figura 4: Locais escolhidos para beber Fonte: elaborada pelas autoras
De todos os que responderam o questionário, 99,9% disseram que possuem
parentes que bebem e, mesmo aqueles que não bebem, colocaram que alguém na
família ingere bebida alcoólica. A figura paterna foi, em primeiro lugar, a mais
salientada em familiares que bebem, seguida da mãe em segundo lugar, o terceiro
lugar ficou para os parentes próximos e em quarto lugar os irmãos.
Todos os alunos que ingerem bebida alcoólica responderam que ficam alegres
depois de tomar o primeiro gole. Dos trinta alunos, vinte e um responderam que
sentem alegria quando ingerem bebida alcoólica, nove responderam que não
sentem alegria (Figura 5).
Figura 5: Sentimento após a ingestão de álcool Fonte: elaborada pelas autoras
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Quando se analisou a relação entre a ingestão de bebida alcoólica e a
ansiedade, 27 jovens discordam que beber amenize a ansiedade e apenas três
concordam que a bebida auxilia na redução da ansiedade (figura 6). Os mesmos
resultados foram observados para a relação entre o uso de álcool e depressão, no
qual 27 alunos não bebem quando estão deprimidos e apenas três disseram
consumir bebida quando estão deprimidos (figura 7).
Figura 6: Relação entre consumo de álcool e ansiedade Fonte: elaborada pelas autoras
Figura 7: Relação entre depressão e ingestão de álcool Fonte: elaborada pelas autoras
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Os motivos citados para beberem variaram bastante: problemas familiares;
para ficarem mais agitados; para poderem colocar tudo o que estão sentindo para
fora, como a raiva; para poderem se soltar. Salienta-se que 100% dos alunos sabem
que o álcool pode causar dependência.
Dos alunos que responderam que bebem, apenas 10% dizem sentir ressaca no
outro dia após a ingestão da bebida (figura 8). O uso de artifícios para não sentir o
gosto da bebida também parece reduzido (5%) (figura 9).
Figura 8: Percentagem de alunos que sentem ressaca após ingerir
álcool Fonte: elaborada pelas autoras
Figura 9: Uso de artifício para não sentir o gosto da bebida Fonte: elaborada pelas autoras
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Observa-se que 96,6% dos alunos não concordam com a direção de automóvel
após o uso de bebida alcoólica (Figura 10). Apenas um aluno respondeu que não via
problemas, haja vista que costuma sair com amigos que bebem e pegam a direção
do automóvel. Este jovem foi um dos que responderam que bebe em postos de
gasolina. Referente ao questionamento em relação à grande incidência de mortes de
jovens no trânsito, justamente por ingestão de bebida alcoólica, 29 alunos
responderam que não se deve dirigir embriagado. Porém, o mesmo aluno que
respondeu que não via problemas com bebida e direção salientou que não se
preocupava com isso, pois até o presente momento não tinha tido problemas deste
tipo.
Figura 10: Uso de álcool e direção de automóvel Fonte: elaborada pelas autoras
A análise do questionário também demonstrou que é comum o consumo de
bebida na frente dos pais (70% dos jovens exibem esse comportamento), e todos
responderam que o álcool pode modificar o comportamento do indivíduo trazendo
problemas como má conduta.
4 DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo demonstrou que os jovens estão começando cada vez mais
cedo a ingerir bebida alcoólica, sem perceberem o malefício que estão causando em
seu organismo. Conforme Zagury (2002) o álcool é a droga mais usada entre os
jovens, atingindo mais da metade daqueles entre 14 e 18 anos. Adolescentes de 12
16
anos já ingerem esta bebida desconhecendo o perigo desta atitude (MELLO FILHO,
2004).
As estruturas cerebrais, responsáveis pelo controle dos impulsos, ainda estão
imaturas, ou seja, o adolescente é capaz de imaginar algumas situações
(pensamento abstrato), tem muitas ideias e energia para colocá-las em prática,
porém sua capacidade de avaliar riscos, pensar nas consequências e organizar
temporalmente a relação de causa e efeito ainda é imatura, sobretudo quando
influenciado por aspectos emocionais e pelo desejo de prazer imediato (DIEHL et al.,
2011). Uma das regiões do cérebro, chamada hipocampo, que faz parte do sistema
límbico e é responsável pela navegação espacial e pela memória, é fortemente
atingida pelo álcool absorvido pelos adolescentes. Em jovens, este sistema está em
formação e seu desenvolvimento mais acentuado ocorre no final da adolescência.
Assim, o álcool provoca danos irreparáveis na memória e no aprendizado dos jovens
(SOARES, 2006).
Pode-se observar, nos resultados obtidos, que o sexo feminino está superando
e começando mais cedo que o sexo masculino a ingerir bebida alcoólica. Isto pode
ocorrer devido ao fato de que as mulheres estão se tornando mais independentes e
procuram realizar comportamentos que antes eram típicos do sexo masculino. Cabe
salientar que os participantes da pesquisa apontaram a figura materna em segundo
lugar, na ingestão de bebidas alcoólicas na família, sendo assim essas mães podem
estar servindo de exemplo para suas filhas. Conforme Balan e Campos (2006), a
mulher, antigamente, ambicionava o respeito da sociedade e sua honra. Desse
modo, deveria ficar longe das bebidas alcoólicas que provocavam a destruição dos
lares e a imoralidade das pessoas. Também se deve considerar que o consumo de
bebidas alcoólicas pelo sexo feminino, em épocas passadas, era, de certa forma,
mascarado pela própria condição imposta pela sociedade. Com o passar do tempo,
a mulher começou a lutar pelo seu espaço, pela sua liberdade e autonomia e, com
isso, foi adquirindo hábitos que eram exclusivos dos homens.
Para Guimarães et al. (2009), a influência dos pais e dos irmãos mais velhos
no desenvolvimento da dependência química é importantíssima, pois os
adolescentes usam essas pessoas como referencial. Balan e Campos (2006)
salientam que os comportamentos desenvolvidos pelos pais, em determinadas fases
do desenvolvimento de personalidade dos filhos, são geralmente imitados por esses,
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cabendo aos pais a atenção necessária e o diálogo sobre os limites do consumo. O
uso de drogas pelos pais e outros familiares é certamente uma das grandes
influências, para que os adolescentes se tornem dependentes de drogas de
qualquer espécie (PRATTA e SANTOS, 2006). Para estes autores, o grupo familiar
fornece modelo e influencia diretamente os padrões de conduta dos indivíduos,
principalmente se estes estiverem em processo de desenvolvimento, buscando
definir contornos de sua identidade e organizar seu sistema de valores.
A própria família, sendo o exemplo, pode incentivar os adolescentes a ingerir
bebida alcoólica. Pais, que fazem uso de alguma droga como o álcool, servem de
modelo, tanto para as meninas como para os meninos, na experimentação e no
início com o álcool ou até com outras drogas (GUIMARÃES et al., 2009). Os
resultados mostram que a maioria dos pais dos adolescentes, que ingerem bebida
alcoólica, também praticam este comportamento.
Através da análise dos dados, observou-se a seguinte controvérsia, os
adolescentes colocaram que discordam na questão de a bebida amenizar a
ansiedade e também não bebem quando estão deprimidos. Porém, salientaram que
ficam mais alegres ao ingerir a bebida, ou ainda disseram que bebem para esquecer
os problemas em casa, para poder colocar tudo para fora como o sentimento de
raiva, ou ainda para poderem se soltar. Pode-se constatar que os adolescentes, ao
mesmo tempo em que concordam eles discordam, isso denota a imaturidade deles.
Para Diehl et al. (2011), na adolescência, as estruturas cerebrais, responsáveis pela
percepção temporal, ainda estão em amadurecimento, sendo esse um dos motivos
da imaturidade do adolescente.
Um ponto importantíssimo, que se deve ressaltar, é que a maioria dos
adolescentes entrevistados colocou que não concorda com a bebida e a direção,
mas muitos bebem em postos de gasolina. Conforme Boni et al. (2008), uma prática
comum, entre adolescentes e adultos jovens na cidade, é dirigirem-se até as lojas de
conveniência de postos de gasolina, usualmente com amigos, e lá fazer uso de
bebidas alcoólicas. Esses ambientes são bem iluminados e contam com seguranças
particulares, razões pelas quais este comportamento pode ser explicado. Para esta
autora, a combinação bebida e direção é inevitável entre os frequentadores que
fazem uso da bebida alcoólica em postos de gasolina, ocasionando assim um
grande risco não só para este grupo mas também para a sociedade.
18
A problemática do uso de bebidas alcoólicas por jovens é algo a ser discutido
com mais seriedade e aprofundamento. Tornam-se necessários mais estudos nesta
área, para contribuir com programas de prevenção e de orientação aos pais e
educadores.
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APÊNDICES
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APÊNDICE A - Questionário
1. Idade ____________
2. Sexo
( ) masculino ( ) feminino
3. Você ingere bebida alcoólica? ( ) sim ( ) não
4. Qual tipo de bebida alcoólica você costuma ingerir?
( ) cerveja ( ) uísque ( ) smirnoff- ice ( ) batida de vodka ( ) outros,
qual?_______________________________________________________________
5. Qual a quantidade?
( ) pouco ( ) muito
6. Em sua família existe alguém que ingere bebida alcoólica?
( ) sim ( ) não
7. Se respondeu sim na questão anterior. Poderia citar quem?
( ) pai ( ) mãe ( ) irmãos ( ) outros familiares
8. Quando você ingere bebida alcoólica, o que sente?
( ) fica deprimido ( ) fica alegre ( ) sente-se corajoso(a)
9. Quando você está triste ou sentindo-se deprimido, costuma ingerir bebida
alcoólica? ( ) sim ( ) não
10. Você acredita que a bebida alcoólica pode amenizar a ansiedade?
( ) sim ( ) não
11. Com que idade você tomou o primeiro gole de bebida alcoólica?
( ) menos de 12 anos ( ) 12 anos- 13 anos ( ) 14 anos - 15 anos
( ) 16 anos - 17 anos ( ) 18 anos
12. Você bebe bebidas alcoólicas
( ) para não se sentir excluído do grupo
( ) por prazer
( ) para amenizar a ansiedade
( ) por outro motivo, qual?_________________________________
13. Você acha que a bebida pode causar dependência?
( ) sim ( ) não
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14. No outro dia, após você ter bebido, costuma sentir ressaca?
( ) sim ( ) não
15. Quando você ingere bebida alcoólica, utiliza algum artifício para não sentir o
gosto da bebida , como balas ou goma de mascar?
( ) sim ( ) não
16. Seus pais sabem que você ingere bebida alcoólica?
( ) sim ( ) não
17. Se você respondeu que sim na questão anterior, poderia dizer se ingere bebida
alcoólica na frente de seus pais?
( ) bebo na frente de meus pais
( ) não bebo na frente de meus pais
18. Quais os lugares que você costuma se reunir com seus amigos para beber?
( ) postos de gasolina ( ) barzinhos ( ) shopping center ( ) praças
( ) festinhas em casa ( ) outros, qual?________________________________
19. O que você acha de ingerir bebida alcoólica e dirigir um automóvel?
( ) não concordo com bebida e direção
( ) não vejo problema, pois costumo andar com meus amigos que ingeriram
bebidas alcoólicas e dirigem.
20. Nos dias atuais, há uma grande incidência de morte de jovens no trânsito,
justamente por ingestão de bebida alcoólica. O que você acha disso?
( ) os jovens não deveriam dirigir embriagados
( ) não me preocupo com isso pois até agora não tive problemas deste tipo
21. Você acredita que o álcool pode modificar o comportamento do indivíduo e trazer
alguns problemas como má conduta?
( ) sim ( ) não