Download - O Tesouro do Penedo da Moura - Agrupamento Escolas de Arcozelo de Brandara (Ponte de Lima)
Ministério da EducaçãoDGIDC – Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular
Formação contínua para Educadores de InfânciaOficina de Formação:
Operacionalização das OCEPE no Âmbito da Matemática e da Linguagem Orale Abordagem à Escrita
PORTFÓLIO INDIVIDUALde
Jorge Manuel da Fonseca Barbosa
Formadora: Conceição Vieira
Novembro /2008
Contextualização da Acção de Formação
Formação contínua para Educadores de Infância – Oficina de Formação:
“Operacionalização das OCEPE no Âmbito da Matemática e da Linguagem
Oral e Abordagem à Escrita”
2ª Turma
Local da formação: EB2,3 de Dr. Pedro Barbosa (Agrupamento de Escolas do
Atlântico), Avenida do Atlântico, 4900 – Viana do Castelo
Formadora: Maria da Conceição Vieira
Calendarização: Outubro - 22 e 30 das 17h/20h
Novembro - 4 e 19 das 17h/ 20h 30m
8, 15 e 22 das 9h/13h (sábados)
Turma de Viana do Castelo – educadores seleccionados:
1 Rosa Maria Coelho Pereira Neves
2 Maria Eunice Amaral de Campos Magalhães Cunha
3 Maria Irene Maciel Beleza Ferraz
4 Ana Maria Frade Lopes Viana
5 Ana Maria Oterelo Temporão
6 Maria Angelina Gabriel Reis Lima
7 Maria Fernanda de Carvalho Lourenço
8 Isabel Maria Ferreira
9 Rosa Maria da Silva Moura Pinto Cardoso
10 Isabel Maria Ferreira
11 Maria Henriqueta Martins Rocha Braga
12 Helena Maria da Natividade Lima
13 Jorge Manuel da Fonseca Barbosa
14 Ana Cristina Afonso Carvalho
15 Helena Rosa Clemente Pereira Gonçalves
16 Maria Glória Lopes Gonçalves Correia
17 Ana Maria Carlos Pena de Brito
18 Maria de Fátima Pires Bicheiro
19 Maria Teresa Santiago de Matos Garrido
20 Maria Fernanda Bouça Fernandes Braga
Nota Introdutória
O presente portfólio pretende reflectir o percurso de formação e
aprendizagem na Acção de Formação contínua para Educadores de Infância,
na modalidade de Oficina de Formação: “Operacionalização das OCEPE no
Âmbito da Matemática e da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita”.
Em termos de contextualização da minha motivação para a Inscrição
na Acção de Formação, os motivos subjacentes que me levaram a realizar uma
inscrição no âmbito desta Acção de Formação são de 6 ordens:
1 - A necessidade de créditos para progressão na carreira.
2 – A minha própria forma de estar perante a vida e a carreira profissional,
onde o conhecimento é sempre bem-vindo, o “saber não ocupa lugar”,
aprendemos com os outros e durante toda a vida.
3 – A necessidade profissional de querer aprofundar os conhecimentos.
4 - A possibilidade de ter acesso a outras formas, outros registos de
trabalho das colegas, de ver e perspectivar o trabalho diário no Jardim
de Infância “com outros olhos”.
5 – A necessidade de analisar e reflectir sobre o documento que é a linha
mestra das intervenções pedagógicas e educativas na Educação Pré-
escolar, ou seja, as Orientações Curriculares.
6 – Por fim, também de ressaltar que, após um período de 2 anos de
afastamento do ensino (por doença prolongada), não me foi possível
ter o contacto com as “ocorrências” no âmbito da Educação Pré-
escolar, o que também foi um factor de interesse e incentivo para
frequentar esta Acção de Formação.
O portfólio encontra-se dividido em cinco partes que visam clarificar os
próprios contextos de trabalho e formação. Na primeira parte, colocam-se os
dados biográficos. Seguidamente, abordam-se, de forma muito breve, as
brochuras que estão na base da formação. Na terceira parte do portfólio
clarifica-se o contexto inicial de trabalho. Na quarta parte, aborda-se os
Projectos Desenvolvidos – Actividade Integradora, e as diferentes partes em
que se dividem. Por fim, realiza-se a avaliação final.
Para uma melhor clarificação da intervenção e da própria formação
torna-se desde já pertinente definir conceitos, metodologias de trabalho e
avaliação.
Por Portfólio entende-se que “é uma estrutura dinâmica definida em
função de um objectivo explícito; integra no processo descrição-narração-
reflexão-(meta)reflexão as experiências práticas e as teorias que as sustentam;
recorre a fontes múltiplas de evidência (relatos, fotografias, observações
instrumentos de pesquisa, textos de apoio, auto-reflexões, cassetes e/ou
vídeogravações …; é um documento autêntico (existe uma ligação directa entre
os factos experienciais e os seus relatos, tidos como parte da evidência;
captura o crescimento e a mudança no crescimento do formando ao longo do
tempo; é uma “peça única” (Sá-Chaves, Pires, Gomes e Estima. 1995. p. 337).
Actividade Integradora é perspectivada como sendo as “tarefas que
permitam articular diferentes áreas curriculares. Ao planeá-las (o educador),
deverá atender aos diferentes aspectos que pretende que as crianças
desenvolvam em cada uma dessas áreas e que essa articulação seja evidente
para elas” (Mendes e Delgado. 2008. p.75). Contudo, nesta formação a
Actividade Integradora é perspectivada ainda num âmbito mais alargado,
objectivando-se que essa articulação ocorra a nível das ligações entre a
proposta da actividade e as próprias dinâmicas existentes na instituição e na
sala, ou seja, nos registos de funcionamento do grupo/turma. Neste contexto, a
metodologia de trabalho da Actividade Integradora terá como referência a
metodologia de Trabalho de Projecto.
Em termos de Avaliação, ela ocorreu durante todas as sessões de
formação e na implementação da Actividade Integradora, no entanto, os
aspectos mais pertinentes serão objecto de considerações (processo reflexivo)
na parte final do portfólio, no item da avaliação.
1. Dados Biográficos
Jorge Manuel da Fonseca Barbosa, nasceu a 3 de Dezembro de 1963,
na freguesia de Santa Maria Maior, concelho de Viana do Castelo, distrito de
Viana do Castelo.
Reside em:
Rua do Estaleiro, Nº 348
Lugar da Costeira
4905-204 Alvarães (Viana do Castelo)
Telefone 258 778899
Telemóvel 96 6660557
E-mail [email protected]
No ano lectivo de 1988/89 completou o Bacharelato em Educação Pré-
escolar pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do
Castelo.
No ano lectivo de 1993/94 completou a Licenciatura em Ciências da
Educação na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da
Universidade do Porto.
Frequentou o Curso de Professores do Iº Ciclo do Ensino Básico da
Universidade dos Açores (como trabalhador/estudante) que por motivos
profissionais, nomeadamente o de ter sido colocado como docente efectivo no
distrito de Viana do Castelo, não lhe foi possível finalizar.
Possui o Mestrado em Psicologia da Faculdade de Psicologia e
Ciências da Educação da Universidade do Porto.
Em Outubro de 2004 foi aceite no doutoramento em “Didáctica e
Organização Educativa: Investigação e Inovação” do Departamento de
Didáctica e Organização Escolar da Universidade de Santiago.
A partir de 1989 prestou serviço docente em diferentes instituições
oficiais do ensino Pré-escolar, Básico e no Ensino Especial.
Exerceu funções docentes na Escola Superior de Educação do Instituto
Politécnico de Viana do Castelo durante 7 anos lectivos no Curso de
Licenciatura em Educação de Infância, leccionando as disciplinas de Teoria e
Desenvolvimento Curricular, Estudo e Animação de Comunidades e Prática
Pedagógica.
Actualmente é Educador de Infância do Quadro de Escola no Jardim de
Infância de Brandara, em Ponte de Lima, no Agrupamento Vertical de Escolas
de Arcozelo, onde se encontra a exercer funções docentes. Em 2003 foi eleito
para a Assembleia Geral do Agrupamento Vertical de Escolas de Arcozelo,
cargo que actualmente ocupa (Conselho Geral Transitório).
2. As Brochuras de apoio à operacionalização das Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar
As 4 Brochuras de apoio à operacionalização das Orientações
Curriculares para a Educação Pré-Escolar promovidas pelo Ministério da
Educação – Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular,
assumem toda a pertinência na sua publicação (apesar de pequenos lapsos
para a sua introdução na Educação Pré-escolar). É evidente que na Educação
Pré-escolar existem espaços vazios onde seria conveniente que se
clarificassem processos e estruturas de funcionamento, e, a operacionalização
das Orientações Curriculares é um desses espaços a descoberto. No entanto,
a publicação destas brochuras também nos remete para outras questões que
se enquadram em factores temporais e estruturais, nomeadamente:
- Porque têm as brochuras o nome de “operacionalização”? Que
enquadramento teórico está na base desta opção?
- A publicação das Orientações Curriculares ocorreu à já alguns anos,
porque somente agora é que são publicadas as brochuras?
- Porque se privilegiou as áreas da matemática e da língua portuguesa?
Não seria uma actividade mais integradora que também tivessem sido
publicadas brochuras abrangendo as outras áreas?
3. Contexto Inicial de Trabalho
“As Orientações Curriculares para a EducaçãoPré-Escolar (OCEPE) constituem umareferência comum para todos os educadoresna tomada de decisões sobre a sua prática,sendo, assim, um instrumento orientadorindispensável para a elaboração do projectocurricular de grupo/turma.
Sendo o educador o gestor do currículo, noâmbito do Projecto Educativo de Escola deveconstruí-lo, escutando os saberes dascrianças e das famílias, as expectativas dacomunidade e também as solicitações dosoutros níveis de ensino”.
(http://sitio.dgidc.min-edu.pt/pescolar/Paginas/projecto_brochuras.aspx)
Enquadramento Conceptual e Contextualização do
Projecto Curricular de Turma (pequenos excertos do PCT).
Enquadramento Conceptual:
O enquadramento conceptual situa-se na teoria construtivista, na corrente
interacionista construtivista e interacionista construtivista sociocultural.
Valorizando-se os modelos curriculares que mais se adequam à educação Pré-
escolar tais como: H. Scope; M.E.M.; Trabalho de Projecto; Pedagogia de
Situação (Currículo Emergente); João de Deus e Reggia Emillia, assume-se
uma postura interventiva eclética.
Em termos de enquadramento nas teorias curriculares será dado
especial destaque na construção curricular deste ano lectivo a elementos
situados nas Teorias Tradicionais, nas Teorias Críticas e nas Teorias Pós-
críticas.
Contextualização:
O Projecto Curricular de Turma “Na Escola com a história e a Tradição”
nasceu pela confluência de vários factores: Pela linha de força apresentada no
Projecto Educativo do Agrupamento; Pela possibilidade que o Plano Anual de
Actividades apresenta com o Projecto sobre as Lendas; Pelo Interesse
demonstrado pelas crianças sobre as estátuas/monumentos de Brandara e as
actividades das populações com que se confrontam nas visitas de estudo na
freguesia; e, também pela necessidade que existe por se escrever a própria
história da freguesia, Brandara.
Projecto Curricular de Turma
“Na Escola com a história e a Tradição”
Objectivos:
Serão trabalhados, de forma mais intensa, alguns dos objectivos traçados no
Projecto Educativo/Plano Anual de Actividades:
- Promover o sucesso escolar dos alunos (superando necessidades que as
crianças apresentem);
- Combater o Absentismo Escolar;
- Assegurar o domínio progressivo e efectivo da Língua Portuguesa e da
Matemática;
- Fomentar o interesse pelas Ciências, pelas Artes, pelas Línguas e pelo
Desporto;
- Promover a participação activa e construtiva dos Pais e Encarregados de
Educação;
- Promover uma Escola mais inclusiva;
- Promover hábitos e práticas de vida saudável;
- Promover a educação para a cidadania;
- Aprofundar a articulação entre as diferentes estruturas do Agrupamento;
- Desenvolver o sentido de pertença à Escola;
- Conhecer (vivenciar e preservar) o Património local.
Tendo em atenção os diferentes níveis de decisão curricular, serão utilizadas
diferentes instrumentos e formas de planificação, contudo, optou-se por
colocar, de seguida, a PLANIFICAÇÃO ANUAL EM TEIA do PROJECTO
CURRICULAR DE TURMA (ver anexo), como forma de possibilitar uma visão
global do trabalho a realizar durante o ano, e, para uma melhor clarificação do
enquadramento da Actividade Integradora,
Agrupamento Vertical de Escolas de ArcozeloJardim de Infância de Canadelo-Brandara
(Ano Lectivo 2008/2009)
PLANIFICAÇÃO ANUAL EM TEIA do PROJECTO CURRICULAR DE TURMA
InstituiçõesProjectos no âmbito
do Agrupamento e doConselho de Docentes
(Projecto Educativo)
“Contra a Indiferença,Agir, Agir …”
Convites aoradores
Visitas deEstudo naFreguesia
Festas / Artesanato …
A Tradição Plano Anual deActividades
A HistóriaMonumentos /
Instituições
Visitas de Estudo naFreguesia
(Projecto Curricular de“Turma”)
“Na Escola coma história e a
Tradição”
PersonagensCélebres
Vivências Projecto “LENDAS”
Participação daFamília
Projecto“BRANDARA;
DA PRÉ-HISTÓRIA À
PRÉ-ESCOLA”
Visitas deEstudo: Ponte de
Lima / OutrosLocais
Reorganizar Sala emfunção desta temática
Investigação e Recolha
Publicação emRevista da
Especialidade
Investigação eRecolha
Reorganizar Salaem função desta
temática
Visitas deEstudo:Freguesia/
Outros LocaisTratamento e Produção
Brochura / Poster /
Construção deBrochura
Arte
Planificação em teia – Adaptado de: KATZ, L. & CHARD, S. (1997). A Abordagem de Projecto na educação de infância. Lisboa: Calouste Gulbenkian
4. Projectos Desenvolvidos – Actividade Integradora
Actividade Integradora – O TESOURO DO PENEDO DA MOURA
Contextualização:
A Actividade Integradora - O TESOURO DO PENEDO DA MOURA ,
surge alicerçada no PE, no PAA e PCT. Num nível mais concreto de
intervenção, de operacionalização, ele ganhou pertinência para a
comunidade educativa pelo Interesse demonstrado pelas crianças sobre as
estátuas/monumentos/histórias de Brandara e as actividades tradicionais que
os pais/avós realizam diariamente. Não esquecendo que a própria freguesia
se situa numa área geográfica muito rica em História e Tradições – Ponte de
Lima.
Com a recolha junto dos pais/avós/família das lendas da freguesia de
Brandara, foi possível intencionalisar e desenvolver a Actividade
Integradora - O TESOURO DO PENEDO DA MOURA .
De salientar que a Actividade Integradora inscreveu-se nos processos
e instrumentos que são os marcos da referência diária do registo de
funcionamento do Jardim de Infância de Brandara (Ex: Portfólio do
Grupo/Turma; Portfólio Individual; Planificação com as crianças; Glossário;
Calendário - ver anexo; …).
CALENDÁRIO
Ano
2008Estação do Ano
Primavera Verão Outono Inverno
Outono
Mês
NOVEMBRO11
“Na Escola com a História e a Tradição”
Dia das
Música/T.I.C.Dia da
GinásticaDia da Visita
de EstudoDia das
ExpressõesDia do
Portfólio
Segunda
Feira
Terça
Feira
Quarta
Feira
Quinta
Feira
Sexta
Feira Sábado Domingo
1 2
3 4 5Procura Mapa
Tesouro
6 7 8 9
10 11S. Martinho
12 13 Visita Museu
14 15 16
17Biblioteca Itinerante
18 Ali babá 40 Ladrões
19Caça ao Tesouro
20 Dia Intern. Direit. Cria
21 22 23
24 25
Visita à Estátua D. Teresa
26 27 28 29 30
a) Intencionalidade
Objectivos
- Conhecer o meio próximo.
- Vivenciar momentos lúdicos.
- Promover o contacto com as particularidades da cultura
árabe presentes na nossa cultura.
- Adquirir as noções matemáticas da geometria
promotoras do orientar.
- Promover a literacia emergente.
O desenvolvimento da Actividade Integradora - O TESOURO DO
PENEDO DA MOURA, poderá proporcionar toda uma série de experiências
em todas as áreas curriculares de um modo transversal, integrado e
ecológico.
Serão ser trabalhados temas no âmbito da Formação Pessoal e
Social (a cooperação; o trabalho em equipa; o trabalho com os pais e outros
parceiros educativos; a autonomia; atenção e concentração; a tomada de
decisões; a responsabilidade;...), do Conhecimento do Mundo (o
conhecimento do espaço próximo que os cerca, da sua região; da
observação da natureza; da leitura de mapas em contexto; do conhecimento
de outras culturas; da sensibilização às ciências; ….) e no âmbito da
Expressão e Comunicação serão ser também proporcionadas todo um
conjunto de actividades/situações com uma intencionalidade vocacionada
para a abordagem dos diferentes domínios (da matemática; do domínio da
linguagem e abordagem à escrita; da vertente dramática, musical, …).
b) Ponto de partida
No desenvolvimento da Actividade Integradora - O TESOURO DO
PENEDO DA MOURA, houve todo um conjunto de áreas específicas que
foram investigadas, no sentido de criar momentos/espaços de ligação 1 entre
1 - O criar momentos/espaços de ligação entre aspectos específicos da Cultura Árabe, dados históricos e aespecificidade de Brandara/Ponte de Lima revelou-se de extrema importância para se poderem inserir junto dascrianças esses dados/elementos históricos verdadeiros e contextualizados para uma melhor assimilação (a título deexemplo o caso da numeração; a situação dos Árabes terem invadido a Península depois do domínio Romano; …).
aspectos específicos da Cultura Árabe, Factos Históricos e a
Especificidade de Brandara/Ponte de Lima, nomeadamente:
- Cultura Árabe (origens; localizações; música; religião; …)
- Factos históricos (localização temporal do domínio árabe na
Península; conhecimentos inovadores que trouxeram; …)
- Especificidade de Brandara/Ponte de Lima (elementos concretos
da civilização e cultura Árabe presentes na freguesia de Brandara ou em
Ponte de Lima ou na própria vida diária das crianças/família/comunidade –
Lendas; palavras; vegetação; expressões verbais; …).
Contudo, o ponto inicial de partida da Actividade Integradora - O
TESOURO DO PENEDO DA MOURA ocorre com a recolha da Lenda do
Penedo da Moura.
c) Planificação
Apresentam-se em seguida, e em forma de uma planificação em teia,
algumas tarefas/actividades a serem trabalhadas:
PLANIFICAÇÃO EM TEIA
Actividade Integradora -
- O TESOURO DO PENEDO DA MOURA
1.
Lenda do
Penedo da
Moura
2.
O Pergaminho
do Califa
3.
Visitas ao
Penedo da
Moura
O TESOURO
DO PENEDO
DA MOURA
4.
Mapa do
Tesouro
5.
Dia da Caça ao
Tesouro
Planificação em teia – Adaptado de: KATZ, L. & CHARD, S. (1997). A Abordagem de Projecto na educação de infância. Lisboa: Calouste Gulbenkian
Actividade Integradora - O TESOURO DO PENEDO DA MOURA
“Orientar é um dos aspectos da geometriarelacionado com a capacidade de determinarmos anossa posição no espaço relativamente a outrosobjectos com a ajuda de termos/conceitoselementares tais como: direcção, ângulo, distância,paralelismo, coordenadas.
Orientar inclui também a capacidade parainterpretar um modelo de uma situação espacial,tomado a partir de um ponto de vista”.
(Mendes e Delgado, 2008)
1. Tarefa/Actividade - Lenda do Penedo da Moura
Intencionalidade:
Objectivos
- Conhecer o meio próximo.
- Promover o contacto com as particularidades da cultura
árabe presentes na nossa cultura/meio.
A recolha da Lenda do Penedo da Moura, realizada através do envolvimento
parental e familiar, pretendeu ser uma primeira abordagem de uma temática
desencadeadora de possíveis formas/projectos de intervenção educativa. Através
de uma folha de contacto (em anexos), com imagens alusivas a referenciais da
comunidade, onde os pais/familiares pudessem expressar-se sobre o
conhecimento que possuíam sobre as Lendas da Freguesia.
Numa fase posterior pretendia-se trabalhar a própria lenda no sentido de a
adaptar aos contextos de desenvolvimento mental das crianças por forma a ser
explorada por elas.
Evidências:
Foi recolhida a lenda a partir das folhas de duas crianças. Depois de lidas, ao
grande grupo, as produções que os pais enviaram, foi trabalhada por forma a se
condensar numa só peça, o pergaminho do Califa. A partir da lenda foi levantada
todo um conjunto de questões (Quem são os Mouros? Quem é a Moura? Porque
deixaram o Penedo da Moura? A imagem da porta da igreja de Brandara é igual à
do Penedo? Porque lutavam contra D. Teresa e D. Afonso Henriques? Onde
estará o Tesouro? ... ) e o grupo decidiu:
- Colocar a lenda no Portfólio do Grupo/turma para os pais o lerem.
- Investigar sobre quem eram os Mouros, onde moram, a porta da igreja, a
gravura, ...
- Utilizar os pais, através de TPC (trabalho para casa), como forma de se saber
as partes que as crianças não sabiam.
No sentido de possibilitar o envolvimento de todos os parceiros e avançar nas
actividades foram perspectivadas formas de vivenciar a própria cultura Árabe
como forma de a compreender e a encarar como uma cultura de extrema riqueza
(linguística, de imaginário, de arte, produtora de elementos que ainda utilizamos
no nosso dia a dia, muitas vezes sem o sabermos) e presente no quotidiano das
próprias crianças, foram traçadas a introdução de alguns elementos culturais
árabes (alguns) presentes na nossa cultura ocidental:
- Conto e reconto da Lenda do Penedo da Moura.
- Dramatização a Lenda do Penedo da Moura através de
Marionetes (ver ofício)
- Utilização de roupas árabes.
- Utilização de expressões árabes (ex: Há mouro na costa, …).
- Danças árabes.
- Músicas árabes.
- Utilização da chicha
…
Complicado foi decidir se deveríamos, ou não, manter-nos fieis ao que a lenda
dizia para se encontrar o tesouro, levar o livro de S. Cipriano. Este elemento, o
livro dos bruxedos, poderia trazer algum dissabor junto de algum pai/mãe mais
susceptível a essas artes. Contudo, optou-se por se requisitar o livro na Biblioteca
Municipal de Ponte de Lima.
LENDA DO PENEDO DAMOURA
Há muitos, muitos anos atrás,quando os Árabes invadiram aPenínsula, havia um velho Califa muitorico que vindo do Norte de África,onde a terra era seca e a vegetaçãoescassa, que se apaixonou por estaterra, cheia de rios, ribeiras, montes,vales e plantas verdejantes. Certo dia,quando andava em luta contra oscristãos, estava sentado em cima deum enorme penedo a repousar e umdos seus soldados contou-lhe a lendaromana do rio Lethes. No final dahistória o grande Califa adormeceu esonhou que ao conquistar esta terratinha mais um tesouro, o seu ouro epedras preciosas, a herança dos seuspais, a sua filha e, agora, esta terra
maravilhosa. Mas os cristãos com umenorme exército expulsaram osÁrabes. O Califa com medo de perderos seus tesouros, antes de voltar paraa sua terra, guardou-os a todos juntodo Penedo. Marcou o penedo dotesouro com o desenho da porta daigreja de Brandara. Quem quisesseencontrar o tesouro teria de levar olivro de S. Cipriano e dizer as palavrasmágicas. Para que o tesouro não fosseroubado deixou a sua filha Moura aguardá-lo.
Dizem que o velho Califa nunca maisconseguiu regressar e levar o tesouro.E, quando o sol está forte, como naterra do Califa, ouve-se a Moura acantar com as saudades e a pentear oscabelos em cima do penedo. Ospequenos fios de cabelo negros como a
noite que com o vento caem para ochão transformam-se em serpentespara protegerem o tesouro do Califa.
(Lenda recolhida pela Lara e Jéssica; adaptada para os Meninos do Jardim de Infância de Brandara – P.C.T. – “NA ESCOLA COM A HISTÓRIA E A TRADIÇÃO” Novembro / 2008)
Avaliação:
A recolha da lenda, o seu tratamento, as questões que se levantaram foram um
bom motor de arranque para as actividades que se seguiram. A própria
“existência” do tesouro e a forma como o tesouro dos árabes está enraizado nas
crenças populares e no nosso imaginário colectivo, também parecem ter sido
elementos fulcrais na intensidade das vivências que as crianças demonstraram.
2. Tarefa/Actividade - Visitas ao Penedo da Moura
“As crianças têm curiosidade para percepcionar o
espaço à sua volta e identificar pontos de referência”.
(Mendes e Delgado, 2008)
Intencionalidade:
As visitas ao Penedo da Moura sucederam-se em diferentes momentos e visaram:
- Identificar o Penedo,
- Conhecer o meio próximo,
- Verificar se a forma da porta da igreja de Brandara está gravada no
Penedo,
- Verificar se a gravação da porta da igreja correspondia efectivamente
à da porta da Igreja,
- Assinalar pontos de referência,
- Adquirir noções de orientação (através da utilização do próprio
“terreno”, da bússola e do mapa).
...
As visitas tornaram-se factores de intencionalidade na medida em que foram
elementos que visaram o trabalho do raciocínio espacial; Com a orientação, o
localizar, a identificação de itinerários e pontos de referência, o tomar de um ponto
de vista. Partindo para a necessidade da utilização da bússola (de origem árabe) e
da orientação através de um mapa foi construído um mapa (maquete) do meio
próximo.
Evidências:
Nesta Tarefa/Actividade - Visitas ao Penedo da Moura, procedeu-se a um trabalho
que levou à leitura de mapas, “construção de um mapa” e à sua orientação para
Norte e Sul, a partir da utilização da bússola (ver fotografias).
Avaliação:
A avaliação desta actividade revelou-se como complicada na escolha de
algumas opções que se tiveram de realizar. A nível de se trabalhar os 4 pontos
cardeais, optou-se por somente se trabalhar 2, o Norte e o Sul. Com muita
facilidade as crianças adquiriram a noção da orientação a Norte ter por “oposição”
o Sul como referência “contrária”. No entanto, como o grupo apresenta-se
constituído com 3 idades (3,4 e 5 anos), e como a lateralidade (direita/esquerda)
necessita de ser trabalhada, optou-se por não se abordar o Oeste e o Este.
Apesar de se ter facultado diferentes tipos de mapas e de escalas (da região, do
país, da península e do próprio globo terrestre), para se criar uma leitura mais
facilitadora do mapa, optou-se pelo trabalho mais específico tendo como
referência um mapa da freguesia por satélite. Perante os desempenhos das
crianças, esta opção também se revelou acertada.
De salientar que esta actividade produziu ganhos significativos na medida em
que as próprias crianças, a partir deste trabalho, sempre que saímos da sala para
realizarmos uma visita de estudo querem levar a bússola e o mapa. As crianças
revelaram muita facilidade em construir a maquete do meio próximo (mapa mais
os pontos mais significativos de referência). Por fim, as próprias crianças, por sua
iniciativa, produziram desenhos onde colocavam a bússola e o Norte e o Sul.
Perante estas iniciativas foi também trabalhado o mapa da sala (factor que ajudou
a clarificar melhor a noção espacial que foi posteriormente foi solicitada no mapa
do tesouro).
3. Tarefa/Actividade - Pergaminho do Califa AL OCEPE
“À medida que as crianças descobrem as utilizações
da linguagem escrita, vão compreendendo o que
podem fazer com ela”.
(Mata, 2008)
Intencionalidade:
Objectivos
- Proporcionar o contacto com as particularidades da
cultura árabe presentes na nossa cultura.
- Promover a literacia emergente.
A pertinência do pergaminho do Califa é de extrema importância para a
Actividade Integradora na medida em que sendo como uma carta do Califa AL
OCEPE, remete as crianças para todo um processo investigativo com a
participação dos pais/família. Nesse pergaminho, escrito em linguagem
pictográfica, é “dito” às crianças que o tesouro encontra-se dividido em duas
partes. A primeira parte remete para uma busca do tesouro no que rodeia a
criança, e que está “escondido” na nossa cultura, remete para a cultura e
ensinamentos que os Árabes deixaram na Península Ibérica (conhecimento da
Numeração Árabe, Astronomia, Laranjeira, Limoeiro, Figueira, Amendoeira,
Palavras começadas por AL, Nora, Picota, Açude, ...), e, a segunda parte do
tesouro, remete para um tesouro mais “concreto em termos de moedas, ouro, ...”
e que se encontra enterrado.
Evidências:
Nesta Tarefa/Actividade – Pergaminho do Califa AL OCEPE, procedeu-se a um
trabalho de consciencialização de que o tesouro será mais que moedas, é
aventura, é envolvimento, é procura, é descoberta, é conhecimento.
Manuscrito do Grande Califa Al-OCEPE
Nós os Árabes, também conhecidos por Mouros, viemos da África. Falámos árabe, o nosso
livro sagrado é o Corão e à casa onde rezamos chamámos-lhe mesquita. Àmuitos anos atrás
estivemos aqui na vossa terra, antes do rei D. Afonso Henriques (o filhoda D. Teresa) lutar
contra nós e nos expulsar para África. Ensinamos às pessoas muitascoisas que elas não
?
sabiam, deixamos um tesouro. O tesouro está dividido em duaspartes, metade está
enterrado num baú junto do Penedo da Moura, e, a outra metade dotesouro está escondido
em tudo o que nós ensinamos. Está espalhado nas palavras que vocêsfalam(são palavras que
…
começam por al-________; __________;_______; …),nas máquinas pararegar os campos
3
(são três as máquinas de regar que nós deixamos __________;__________;_______),
{ }
quando plantam um conjunto de árvores de fruta -(______________); a árvore que
dá laranjas - ________,a que dá figos -________,a que dá limões -________ e a que dá
amêndoas - _________ ), ensinamos as pessoas a olharem para o céu e aorientarem-se pelas
estrelas (é a ciência que estuda os astros – ___________________), e,quando fazem
9 matemática na escola fomos nós, os Árabes, que trouxemos os novenúmeros que
1 2 3 4 5 6 7 8 9
vocês escrevem (é a numeração ____________). Para encontraremtodo o tesouro têm
de descobrir todas estas riquezas, e, saberem-nas utilizar no MAPAdo TESOURO DO
PENEDO DA MOURA. Podem pedir ajuda aos pais e ao professor, e, comos ensinamentos
que deixamos na vossa terra, com a matemática, com a astronomia,com muita magia …
vão quebrar o feitiço da MOURA e encontrar o “TESOURO DOPENEDO DA MOURA”.
Assinado
O CALIFA AL-OCEPE
Cartaz elaborado com as crianças para registo das palavras que começavam por AL.
O quadro fixado no placar junto da corda das Vaca das Cordas (uma tradição vivenciada naEscola) e por debaixo de um poster do Penedo da Moura e de um “possível” soco da Moura.
A utilização do “Quadro Negro” para registo e comparações da temática da ActividadeIntegradora (neste caso colocou-se uma figura romana e uma figura árabe para se fornecer anoção temporal que os romanos estiveram na Península antes dos Árabes e tinham umanumeração diferente; estão registadas palavras começadas por AL, e, estão também registadosos materiais necessários para se efectuar a “caça ao tesouro”).
Avaliação:
Os próprios pais envolveram-se, foi frequente o relato das crianças a dizerem que
foram visitar o penedo durante o final de semana com os pais (à procura do tesouro).
Esta actividade apresentou uma falha, somente alguns pais tiveram acesso ao
manuscrito do Califa através do Portfólio do Grupo/turma. Não foi possível todos os
pais das crianças terem acesso porque ficava muito dispendioso efectuar 50
fotocópias a cores em papel especial. Contudo, os pais que tiveram acesso ajudaram
a preencher as partes em falta no manuscrito sobre a herança árabe. As crianças
revelaram muito interesse e facilidade em seguir e “ler” o pergaminho.
4. Tarefa/Actividade - Mapa do Tesouro
“Interpretar e dar significado às representações
efectuadas permite estabelecer conexões entre a
realidade e uma sua representação”
(Mendes e Delgado, 2008)
Intencionalidade:
Objectivos:
- Conhecer o meio próximo.
- Promover o contacto com as particularidades da cultura
árabe presentes na nossa cultura.
- Adquirir as noções da geometria promotoras do orientar.
O Mapa do Tesouro visou ser o teste dos conhecimentos que o próprio
pergaminho do Califa solicitava às crianças. Perspectivou-se também um trabalho
sobre qual seriam as expectativas que as crianças teriam sobre o que conteria o
tesouro enterrado.
Evidências:
O seu aparecimento enquadrou-se no próprio envolvimento dos pais. Uma das
crianças disse em grande grupo que o mapa do tesouro tinha sido perdido no campo
do seu avó pelo seu pai quando era pequeno. Esta mensagem que a criança trouxe,
e esta participação desse pai, foi rentabilizada para que numa manhã de sol irmos ao
referido campo procurarmos e, não é que encontrarmos o mapa do tesouro ...
MAPA DO TESOURO
O TESOURO
Para se ir à procura do tesouro, só poderá ser num dia de sol, tem que seconhecer a Lenda do Penedo da Moura, terão de levar o mapa do tesouro,uma bússola, o livro de S.Cipriano e, … seguir as indicações que se seguem:
Caminhar em direcção ao cruzeiro de Brandara.
1. CruzeiroÀ volta do cruzeiro dar as mãos e formar um círculo (desenhar ocírculo no mapa). Dizer o nome da terra donde vieram os Árabes.
Desenhar no mapa a forma da geométrica gravada no degrau do cruzeiro.
2. IgrejaAtrás da igreja, dizer o nome da casa onde rezam os árabes.Em frente da igreja dizer a palavra Árabe onde se celebra amissa dentro da igreja.
Ao lado da igreja desenhar no mapa a forma geométrica que forma a suaporta.
3. Árvore de FrutaDo lado de fora do quintal, dizer o nome da árvore que dá limões;da que dá laranjas; da que dá figos e da árvore que dá amêndoas.
Dizer o nome de 1 conjunto de árvores de fruta.
4. PonteAntes da ponte, virados para Norte, dizer o nome da ciência queestuda os astros.
Em cima da ponte, dizer o nome das 3 máquinas de regar que os Árabesconstruíram para regar os campos.
5. SubidaEm voz alta, dizer o nome de 5 palavras Árabes.Contar até 10 e escrever os algarismos árabes no mapa.
Orientada para Sul, a menina mais morena, grita o nome MOURA.
6. Penedo da MouraRodear o Penedo da Mora pelo lado nascente.
Colocar o livro de S. Cipriano entre as duas partes do Penedo. Em cima dopenedo, o menino mais velho, de frente para o grupo, com a mão em cimada figura da porta da Igreja gravada no Penedo diz as palavras mágicas:MOURA , IGREJA, TESOURO.A partir do Penedo dar 10 passos, mais 10 passos, mais 10 passos até aocruzamento dos caminhos.No cruzamento dar 10 passos, mais 10 passos até junto da árvore caída.Junto da árvore caída dar 10 passos na direcção do 1º esteio que seguraa planta que nos dá as uvas.Junto do 1º esteio caminhar, na direcção Norte, até ao 11º esteio(marcar os esteios com os respectivos algarismos árabe).Junto do 11º esteio, e na direcção da árvore que entra na Lenda do S.Martinho, caminhar até ao meio do percurso, e debaixo da copa daárvore, escavar, escavar, escavar, … está aí o TESOURO DO PENEDO DAMOURA.
Mas, atenção … o tesouro pertence a todos, ele terá de ser distribuídoigualmente por todos.E, … será que o tesouro que os Árabes deixaram, acabou? Já foi tododescoberto?Será que aqui na nossa terra, Brandara, não existirão mais tesouros
escondidos? … Será que …
AS EXPECTATIVAS E O TESOURO
P.C.T. – “NA ESCOLA COM A HISTÓRIA E A TRADIÇÃO” Novembro / 2008
O TESOUROO Tesouro está dentro de um baú e tem uma chave (Mariana N.). Pode estar dentro da terra (Pedro). O Tesouro deve estar debaixo do Penedo da Moura (Mariana N.). O Tesouro tem moedas (Pedro), diamantes (Mariana N.), espadas (César P.), colares de ouro (Mariana N.) e pulseiras (César P.). Pode haver brinquedos (Pedro) e barcos de brincar (Filipe). Tem anéis de ouro (Francisca), estrelas bonitas (Mariana N.), ganchos (Marta), totós (Luísa) e ténis (Cláudia). Tem bonecos (Susana) e bonecos de ouro (Carolina).
Avaliação:
As expectativas sobre o tesouro revelaram que as crianças têm uma noção
de tesouro, de riqueza, próxima da dos adultos mas também com as próprias
particularidades das crianças.
A elaboração do mapa do tesouro revelou-se também uma tarefa muito
complicada, quer na escolha do tipo de mapa, quer nas “exigências” a pedir às
crianças (para não se perder o prazer do encontrar), quer nas imagens a colocar
(conhecidas – desconhecidas? ; desenhos – fotografias?), quer no tipo de texto a
colocar (para leitura ou não por parte das crianças, no tipo de letra).
5. Tarefa/Actividade - Dia da Caça ao Tesouro
“As crianças devem realizar tarefas que evidenciem a
utilidade de um mapa …”
(Mendes e Delgado, 2008)
Intencionalidade:
Objectivos:
- Aplicar os conhecimentos/capacidades
trabalhadas na matemática (orientar).
- Vivenciar momentos lúdicos.
- Promover o contacto com as particularidades
da cultura árabe presentes na nossa cultura.
- Promover a literacia emergente.
O dia da caça ao tesouro visa ser o culminar de todo o trabalho
desenvolvido sobre a Lenda do Tesouro do Penedo da Moura. Pretende que
sejam aplicados os conhecimentos e capacidades desenvolvidas nas outras
tarefas/actividades, mantendo também o lado lúdico do fascínio da descoberta.
Por outro lado, pretende-se também que não seja um finalizar das actividades
mas também que abra portas, que crie novas expectativas, que lance novos
itinerários para descobertas nas outras áreas abrangidas pelo projecto Curricular
de Turma. Nesse sentido perspectiva-se que o tesouro esteja enterrado e dentro
de um pequeno baú. O tesouro será composto por uma moeda romana (ligação
ao domínio e cultura anterior à árabe, ainda não abordada pelo grupo), uma
moeda árabe (cultura Árabe), moedas de chocolate (matemática - para partilhar o
tesouro), três pratos de metal (cultura árabe) e um pequeno barril (tradições).
Na introdução desta actividade será utilizada a história “Ali Baba e os 40
Ladrões” tendo como música de fundo uma melodia árabe. Perspectiva-se ainda
um trabalho com o grande grupo sobre os materiais necessários para se ir
procurar o tesouro (pás, mapa, bússola, livro S. Cipriano, lápis, giz,
manuscrito, ...).
Evidências:
O dia da caça ao tesouro decorreu de forma muito excitante para as
crianças (ver fotos e desenhos). Com as pás, as sacholas, o mapa do tesouro, …
as crianças mostraram-se muito colaborantes para seguirem e cumprirem as
indicações do mapa. De salientar um caso, no mínimo pitoresco, quando as
crianças “armadas” com pás e sacholas percorriam as ruas de Brandara a
seguirem as instruções do mapa do tesouro, os operários das obras pararam de
trabalhar para verem o que elas andavam a fazer.
Avaliação:
Em termos globais a avaliação da Tarefa/Actividade do Dia da Caça ao
Tesouro revelou-se equilibrada no que foi solicitado às crianças, em termos
didácticos, e na componente lúdica (uma das grandes preocupações iniciais). Em
termos mais específicos a tarefa/actividade revelou-se muito adequada e
contextualizada com as vivências das crianças e das próprias famílias. A
avaliação realizada pelas crianças (em anexo) evidencia que a Tarefa/Actividade
- Dia da Caça ao Tesouro foi das que mais agradou. Posteriormente, a
visualização do filme da Actividade Integradora - O TESOURO DO PENEDO DA
MOURA , mostrou a grande satisfação que as crianças tiveram na sua realização.
A Continuidade
Devido a factores pertinentes como sejam a “chegada” do Natal e a própria
descoberta do tesouro, origina que actividade da Lenda do Tesouro do Penedo da
Moura esmoreça. Contudo, será perspectivada a sua continuidade, através:
- Criação de uma notícia a fim de ser introduzida no jornal do Agrupamento
“O Grito”.
- Dramatização da Lenda na Festa de Natal da Escola.
- Utilização do pipo do tesouro como elemento que promove a resolução de
pequenos problemas, em diferentes áreas, que são colocados ao grupo.
- Utilizar a moeda romana como elemento de ligação com a abordagem
desse período na história da freguesia.
5. Avaliação da Formação
A pertinência da Acção de Formação assume a sua importância pela
possibilidade que forneceu de se olhar para o acto educativo através de uma
intencionalidade dos próprios formando, sendo estes detentores de uma enorme
riqueza profissional que a própria prática lhes deu ao longo dos anos. As próprias
sessões serviram de meio que os formandos “se serviram” para também
colocarem os seus problemas, as suas incertezas, os seus casos. Foram espaços
catárticos.
Em termos globais do meu percurso de formação/aprendizagem, nesta
acção de formação, foi muito gratificante e enriquecedora. Da revisão dos dados
anotados nas diferentes sessões do desenrolar da formação constato que, um dos
elementos que mais se destacam foi o de ter o anotado “pequenas indicações”
para uma possível aplicação prática. Estes pequenos “cliques” possibilitaram
melhorar a minha qualidade das intervenções no terreno. No entanto, e como
revisão final, subsistem algumas dúvidas de ordem mais gerais:
A primeira questão prende-se com o conceito de Actividade Integradora no
âmbito de um enquadramento teórico de planificação. Será a actividade
integradora um espaço onde se integra as áreas que estão presentes no acto
educativo (de fora para dentro), ou, será a actividade integradora (na linha dos
chamados “Temas Geradores”) que se articula com as áreas que compõem o acto
educativo (de dentro para fora).
A segunda questão assume um plano mais específico e focaliza-se no meu
próprio desempenho do desenvolvimento da Actividade Integradora; O Tesouro do
Penedo da Moura.
Ao assumir junto das crianças a postura de se procurar “descobrir um
tesouro” onde não foi perspectivado os procedimentos próprios da
História/Arqueologia (protecção de artefactos, comunicar às entidades
competentes, cuidados a ter no manuseamento de artefactos, …) não se estará a
criar uma representação social junto das crianças da possibilidade de se poder
realizar a “recolha do património de todos nós de forma algo selvática”?
Em jeito conclusivo, há a salientar que o condensar de 50h de formação
num espaço de 2 meses não é a melhor solução para a assimilação dos
conteúdos da formação, implementação e todo um investimento na pesquisa de
componentes pedagógico-educativos. Estando a exercer a profissão docente junto
de um grupo/turma, somos confrontados com solicitações a nível das próprias
crianças, administrativas, de reuniões, de gestão de estabelecimentos, de
planificações, avaliações, … que não possibilita uma grande disponibilidade para
investir na formação. A quantidade de elementos pedagogico-educativos que
ocorreram na Actividade Integradora – O Tesouro do Penedo da Moura, foi de
uma riqueza enorme, mas devido às limitações referidas não foi possível abordar
com mais pormenor e clareza.
Por fim, uma palavra de apreço à formadora que ao longo das sessões
além de transmitir os conhecimentos e o seu empenho no bom desenrolar da
formação, demonstrou uma forma de estar muito positiva e motivadora da própria
profissão.
Bibliografia
Mendes, M. & Delgado,C. (2008). Geometria. Ministério da Educação. Direcção-
Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular.
Mata, L. (2008). A Descoberta da Escrita. Ministério da Educação. Direcção-Geral
de Inovação e de Desenvolvimento Curricular.
Castro, J. & Rodrigues M. (2008). Sentido de Número e Organização de Dados.
Ministério da Educação. Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento
Curricular.
Sim-Sim, I.; Silva, A. & Nunes, C. (2008). Linguagem e Comunicação no Jardim
de Infância. Ministério da Educação. Direcção-Geral de Inovação e de
Desenvolvimento Curricular.
Formação Contínua para Educadores de InfânciaOficina de Formação
Operacionalização das OCEPE no Âmbito da Matemática e da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita
Actividade Integradora
O TESOURO DO PENEDO DA MOURA
Jorge BarbosaNov. / 2008
O Ponto de Partida
No desenvolvimento da Actividade Integradora - O TESOURO DO PENEDO DA MOURA, houve um conjunto de áreas específicas que foram investigadas, no sentido de criar momentos/espaços de ligação entre:
Cultura Árabe
Factos Históricos
( 1 2 3 4 5 6 7 ...)
Especificidade de Brandara / Ponte de Lima.
Contudo, o ponto inicial de partida ocorre com a recolha da Lenda do Penedo da Moura.
A Planificação
1. Lenda do Penedo da Moura
2. O Pergaminho do Califa 3. Mapa do Tesouro
TESOURO DO PENEDO
DA MOURA
4. Visitas ao Penedo da Moura 5. Dia da Caça ao Tesouro
1. Lenda do Penedo da Moura
A recolha da Lenda do Penedo da Moura, realizada através do envolvimento parental e familiar, pretendeu ser uma primeira abordagem de uma temática desencadeadora de possíveis formas/projectos de intervenção educativa.
Através de uma folha de contacto, com imagens alusivas a referenciais da comunidade, foi criado um espaço onde os pais/familiares pudessem expressar-se sobre o conhecimento que possuíam sobre as Lendas da Freguesia.
Numa fase posterior pretendia-se trabalhar as lendas no sentido de as adaptar aos contextos de desenvolvimento mental das crianças por forma a serem explorada por elas.
2. Tarefa/Actividade - Visitas ao Penedo da Moura
Partindo-se para a necessidade da utilização da bússola (de origem árabe) e da orientação através de um mapa, as visitas ao Penedo da Moura tornaram-se também factores de intencionalidade na medida em que foram elementos que visaram o desenvolvimento do raciocínio espacial, do ORIENTAR:
O Localizar - o marcar de pontos de referência, o situar, ...;
O Tomar um Ponto de Vista - o interpretar, a identificação de itinerários, a percepção, as relações espaciais, ...;
3. Tarefa/Actividade – O Pergaminho do Califa AL OCEPE
A pertinência do pergaminho do Califa é de extrema importância para a Actividade Integradora na medida em que, sendo como uma carta do Califa AL OCEPE, remete as crianças para todo um processo investigativo com a participação dos pais/família.
Nesse pergaminho, é “dito” às crianças que o tesouro encontra-se dividido em duas partes. A primeira parte do tesouro remete para uma busca do tesouro no que rodeia a criança, e que está “escondido” na nossa cultura (cultura e ensinamentos que os Árabes deixaram na Península Ibérica - conhecimento da Numeração Árabe, Astronomia, Plantas Novas, Palavras começadas por AL, Instrumentos de Rega, ...), e, a segunda parte do tesouro, remete para um tesouro mais “concreto” e que se encontra enterrado.
4. Tarefa/Actividade – O Mapa do Tesouro
O Mapa do Tesouro visou ser o teste dos conhecimentos (e outras capacidade), que o pergaminho solicitava às crianças.
Perspectivou-se também o trabalho sobre qual seriam as expectativas que as crianças teriam sobre o que conteria o tesouro enterrado.
5. Tarefa/Actividade - Dia da Caça ao Tesouro
O dia da caça ao tesouro foi o culminar de todo o trabalho desenvolvido sobre a Lenda.
Pretendia-se que fossem aplicados os conhecimentos e capacidades desenvolvidas nas outras tarefas/actividades sem se perder o lado lúdico do fascínio da descoberta.
Pretendia-se que não fosse um finalizar das actividades mas o abrir de novas portas, o criar de novas expectativas, o traçar de novos itinerários para futuros caminhos a percorrer no Projecto Curricular de Turma.
Avaliação
Gostei de ir “à coisa” da Moura.
(Victor - 3 Anos)
Agradecimentos
Uma palavra de apreço à colega Cristina pelas ideias e sugestões que me deu ao longo da Formação.