Download - Monografia Ariane Pedagogia 2012
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VII COLEGIADO DE PEDAGOGIA SENHOR DO BONFIM – BA
ARIANE MARTINS DA SILVA
O PEDAGOGO EM ESPAÇOS NÃO-ESCOLARES: UM ESTUDO DE CASO NO SAC (SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO) DE
SENHOR DO BONFIM/BA
SENHOR DO BONFIM
2012
ARIANE MARTINS DA SILVA
O PEDAGOGO EM ESPAÇOS NÃO-ESCOLARES: UM ESTUDO DE CASO NO SAC (SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO) DE
SENHOR DO BONFIM/BA
Monografia apresentada ao Departamento de Educação – UNEB, CAMPUS VII, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Licenciatura em Pedagogia – Habilitação em Docência e Gestão nos Processos Educativos, sob orientação da prof.ª Ivania Paula Freitas.
SENHOR DO BONFIM 2012
TERMO DE APROVAÇÃO
O PEDAGOGO EM ESPAÇOS NÃO-ESCOLARES: UM ESTUDO DE CASO NO SAC (SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO) DE
SENHOR DO BONFIM/BA
Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia como requisito para a obtenção do título Pedagoga, sob a orientação do Prof. (a) Ivânia Paula Freitas, aprovada em 10 de abril de 2012.
BANCA EXAMINADORA
ORIENTADOR: _______________________________ Prof. (a) Ivânia Paula Freitas MEMBRO: ___________________________________ Titulação, nome completo, Instituição MEMBRO: ___________________________________ Titulação, nome completo, Instituição
“O constante movimento de reestruturação é inerente à condição humana. Nele se alteram a harmonia e o conflito, a dinâmica e a estatística, a convivência e o isolamento, a ação e a inércia. Assumir uma atitude frente à mudança é ter consciência de que esse processo se inicia com a busca do eu interior para, a partir dele, compreender o mundo exterior. È estar aberto frente ao desconhecido, ao inesperado e imprevisível.”
(RAMOS, 2000)
Ao mestre maior! Obrigada meu Deus. Aos meus familiares pela estimada colaboração!
É importante agradecer... Agradecer é reconhecer às vezes que uma simples palavra ou um pequeno gesto representa uma grande força. Portanto é importante neste momento agradecer a muitas pessoas especiais: A Deus por ter me dado a vida, por me abençoar todos os dias e me encher de esperança a cada momento em que me sinto sem forças para continuar. Por ter a cada segundo me mostrado inúmero motivos para acreditar que eu venceria; Agradeço imensamente à minha mãe, D. Iracema, que tanto me deu apoio, compreendeu as minhas ausências. Pelo carinho, pelas palavras de encorajamento, enfim por representar tão bem o papel de uma mãe na vida de um filho. Ao meu grande pai, Sr. Guilherme, que fez todos os esforços, de todas as naturezas possíveis para me ver formada, boa profissional, uma grande mulher! Obrigada meus pais pelo apoio e credibilidade depositados em mim; Á minha orientadora Ivania Paula Freitas, que com paciência e eficiência me conduziu com seus prestimosos ensinamentos para conclusão dessa pesquisa; A todos os meus mestres que fazem parte do corpo docente da UNEB – Campus VII, pelo exemplo de competência em nos transmitir valiosos ensinamentos; A todos que colaboraram para minha formação acadêmica como colegas de turma e amigos em especial Georgea Lessa que tanto me ajudou na reta final deste trabalho. Obrigada amiga, pelo incentivo e pelas tão valiosas contribuições.
A todos vocês por tudo, deixo aqui o meu muito obrigada!
RESUMO
Esta pesquisa apresenta uma reflexão sobre a atuação do Pedagogo em espaços não-escolares, como forma de compreender a sua contribuição em outros contextos. Através desta investigação busca-se conhecer como se efetiva a prática do pedagogo no âmbito empresarial, remetendo-se a sua abrangente atuação, reconhecida legalmente em 2006, com a publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia. Trata-se ainda de suscitar uma reflexão sobre a formação deste docente como forma de contribuir para sua inserção em espaços não-escolares. Pretende-se tornar conhecida à influência da Pedagogia e das estratégias educacionais no desenvolvimento do indivíduo em variados contextos de atuação. O objetivo principal deste estudo é conhecer o papel do Pedagogo no ambiente empresarial, destacando especialmente como acontece a sua intervenção na formação do indivíduo, mais especificamente na formação profissional presente no ambiente de trabalho, ou seja, nas organizações empresariais. Esta pesquisa foi realizada através de análises bibliográficas e documentais, utilizando-se a metodologia qualitativa, baseado em autores como Gil (2009), Ludke (1986), entre outros. Assim, os resultados alcançados através desta análise confirmam a valiosa contribuição do pedagogo e das estratégias educacionais no âmbito empresarial por ser a educação um processo de influências relevantes, denominado aprendizagem, presente em diferentes espaços e por constituir-se num processo inerente à pedagogia e ao pedagogo.
Palavras-chave: Educação, Pedagogia, Pedagogia Empresarial.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO-------------------------------------------------------------------------10
CAPÍTULO I –--------------------------------------------------------------------------13
1. REFLEXÕES SOBRE A EDUCAÇÃO E SEUS SENTIDOS---------------------------13 1.1 O papel do pedagogo no âmbito das organizações empresariais-------------16
CAPÍTULO II – QUADRO TEÓRICO-------------------------------------------- 21
2. A Pedagogia: sua identidade e a formação dos pedagogos -------------------------- 21 2.1 A Pedagogia Empresarial e suas implicações no contexto contemporâneo --- 25
CAPÍTULO III – DESDOBRAMENTO DA PESQUISA -------------------31
3. Pesquisa qualitativa como método ---------------------------------------------------------- 39 3.1 A natureza do trabalho: um estudo de caso --------------------------------------------- 31 3.2 Sujeitos da pesquisa --------------------------------------------------------------------------- 34 3.3 Lócus da pesquisa ----------------------------------------------------------------------------- 35 3.4 O SAC --------------------------------------------------------------------------------------------- 35 3.4.1 O SAC: Função e identidade organizacional ----------------------------------------- 35 3.4.2 Questionário fechado --------------------------------------------------------------------- 36 3.4.3 Questionário aberto ----------------------------------------------------------------------- 36
CAPÍTULO IV – ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ----------------- 38
4. Procedimento da análise ------------------------------------------------------------------------ 38 4.1 Perfil dos sujeitos- Questionário fechado ------------------------------------------------- 38 4.1.2 Quanto setor/área e função de atuação ------------------------------------------------ 38 4.1.3 Tempo de serviço ----------------------------------------------------------------------------- 39 4.2 A atuação do pedagogo na empresa do ponto de vista dos gestores e funcionários -------------------------------------------------------------------------------------------- 39 4.3 Síntese da pesquisa ---------------------------------------------------------------------------- 45
CONSIDERAÇÕES FINAIS ---------------------------------------------------------------- 47
REFERÊNCIAS ----------------------------------------------------------------------------------- 49 ANEXOS
INTRODUÇÃO
O Trabalho de Conclusão de Curso- TCC, sob o tema: O Pedagogo em
espaços não escolares: Um estudo de caso no SAC (Serviço de Atendimento ao
Cidadão) de Senhor do Bonfim/BA nasceu das nossas inquietações ao longo do
percurso acadêmico no Curso de Licenciatura em Pedagogia-Habilitação em
Docência e Gestão dos Processos Educativos da UNEB, Campus VII-Senhor do
Bonfim-BA, quando confrontadas com as reflexões sobre a identidade do Pedagogo
e suas possibilidades quanto ao campo de atuação.
A idéia que se tem de pedagogo é que este tem a condição única de ser um
professor em sala de aula. Observando o formato do curso de Pedagogia que
vivenciamos na UNEB, vemos que está direcionado à Educação Formal
Escolarizada. Mais ainda, vê-se que o que se espera de um pedagogo, é que este
dê aulas apenas em séries iniciais, limitando assim suas possibilidades, assim como
acreditamos e defenderemos nesta pesquisa.
Desse modo, levando-se em consideração os aportes teóricos aqui revistos,
podemos afirmar que a pedagogia deixou de ser apenas mais uma disciplina da área
de educação, entrou no mercado de maneira mais ampla, suprindo as necessidades
da sociedade e das empresas, onde seleção, treinamento e contínuo
aperfeiçoamento são garantia da produtividade, e requer atenção e profissionais
adequados na preparação dos profissionais da organização. (SANTOS, 2004, p.7)
O interesse em pesquisar sobre a relevância do Pedagogo em espaços não-
escolares ou empresarias, partiu na nossa própria trajetória acadêmica e, sobretudo
profissional.
Durante todo o percurso na Universidade pudemos observar os conflitos
quanto à identidade do pedagogo e quais os rumos a serem tomados após a saída
da Universidade. Somam-se a isso as nossas experiências profissionais
desempenhando funções em outras áreas. É possível perceber que o cunho
educativo nunca deixou de estar presente em nossas atividades, pois entendemos
que onde há ensinamento e aprendizagem, há aí Educação, ainda que de maneira
informal. Porém a angustia crescia constantemente e a busca pela revelação de que
o Pedagogo pode sim desempenhar papéis educativos também em outros espaços,
era constante.
Foi inquietante perceber que se abre um campo diferenciado em espaços
não escolares, a exemplo das empresas que passaram a destinar editais com vagas
específicas para o Pedagogo. Diante destes novos espaços passamos a nos
questionar sobre o papel e a função desempenhada pelos pedagogos dentro destes
espaços, tendo em vista, inclusive, o perfil dos cursos em que nos formamos cujo
foco está marcado na docência. Daí surgiram as questões desta pesquisa:
- Qual o papel do pedagogo na Empresa?
- Que funções este profissional desempenha nesses espaços não escolares?
Portanto o nosso objetivo é discutir o papel e as funções desempenhadas
pelo pedagogo no espaço empresarial.
Ao responder estas questões pretende-se ampliar o olhar sobre a diversidade
de campos de atuação do pedagogo, evidenciando os desafios que estes novos
espaços de ocupação trazem para este profissional.
A pesquisa organizou-se em um estudo de caso de cunho exploratório e
encontra-se aqui estruturada da seguinte forma:
No primeiro capítulo, fez-se importante explicitar a questão dessa pesquisa
através de uma breve reflexão, enfatizando a problemática em questão, justificando
a opção por trazê-la como foco desta pesquisa.
No segundo capítulo abordamos as concepções referentes aos aspectos
teóricos que embasam os termos da complexidade do campo de atuação do
pedagogo nas extensões permitidas embora pouco exploradas, isto é fora do
ambiente escolar.
A discussão é feita apresentando uma breve revisão da literatura, acerca da
Pedagogia Empresarial, suas configurações atuais, enfatizando o pedagogo em
suas ações educativas, seus campos de atuação, utilizando seus métodos e
recursos para inovar pessoas e desenvolvê-las, visto que a empresa também é um
espaço educativo tanto para o crescimento dos funcionários quanto o da própria
empresa. Para fundamentar este estudo contou-se com a contribuição de teóricos
como Chiavenato (1999, 2004, 2007), Greco (2008), Libâneo (2000, 2005), Lopes
(2006), Meneses (1999), Nogueira (2005), Ribeiro (2003, 2007), Souza (2006),
dentre outros que em suas pesquisas contribuíram para a construção desse
conhecimento.
O capítulo lll, a proposta de base qualitativa é caracterizada e justificada, a
partir de um estudo de caso de caráter exploratório e descritivo com base em
autores como: Gil (2009); Ludke e André (1986) Richardson (1999) dentre outros
que abordam o tema.
O quarto capítulo esboça a análise e interpretação de dados segundo a
metodologia adotada no capítulo anterior, confrontando com os aportes teóricos,
para chegarmos às conclusões.
Nas considerações finais, retomamos a questão principal que é o importante
papel do pedagogo no campo empresarial. Procuramos defender e mostrar o vasto
campo que um pedagogo pode atuar hoje, onde sua principal missão é formar o
indivíduo desenvolvendo suas potencialidades e fazendo com que ele descubra os
seus caminhos e as contribuições deste trabalho para a sociedade. Entretanto
levantando alguns questionamentos que esta pesquisa não deu conta de responder,
talvez, futuramente tema de novas pesquisas.
CAPÍTULO I
1. REFLEXÕES SOBRE A EDUCAÇÃO E SEUS SENTIDOS
A educação “é uma prática social humana” diz Libâneo (2005), é uma
característica dos seres humanos, e realizada e praticada por todo e qualquer
cidadão, em todas as instituições sociais. Segundo Libâneo (2005), a educação “tem
por finalidade possibilitar o crescimento das pessoas como seres humanos; é
processo de humanização”.
Segundo Greco (2005) a educação é, ao mesmo tempo, permanência e
transformação, em busca de condições para o desenvolvimento humano de todos os
sujeitos que nascem, garantido-lhes o usufruto dos bens da civilização e dotando-os
de uma perspectiva analítica e crítica a fim de que se coloquem como construtores
de novos modos de se processar a civilização. Reportamo-nos aqui a Beillerot
(2003), quando cita:
A educação é inerente ao processo de humanização que ocorre na sociedade em geral. Por isso, afirmamos que a educação é uma prática social, histórica e situada em determinados contextos. Nesse sentido, é que podemos afirmar que a educação é uma práxis social. Estudá-la, analisá-la, compreendê-la, interpretá-la em sua complexidade, e propor outros modos e processos de ser realizada com vistas à construção de sociedade justa e igualitária, supõe a contribuição de vários campos disciplinares, dentre os quais o da pedagogia. (p.19)
A LDB em seu artigo 1º diz que:
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
Percebe-se portanto que a educação não se restringe apenas aos muros
escolares. Ela está presente em todos os ambientes e movimentos sociais,
reforçando uma das coisas que propomos analisar neste trabalho: a relevância do
Pedagogo em espaços não escolares e os diversos campos de atuação para o
mesmo.
Nesse sentido Boing e Silva (?, p. 02) afirmam que:
A pedagogia não é a única área que tem a educação como objeto de estudo e que outras ciências sociais tratam de se ocupar com a investigação das questões educativas, é que optamos em adotar a categoria educação, destrinchando sua vertente no meio empresarial e no meio social, abordando consequentemente discussões sobre a pedagogia empresarial e social.
Com esta definição vamos compreender as exigências ocorridas no mundo
corporativo e as formas de trabalho tão diferenciadas entre as instituições e
entidades sociais.
Ao discutir a ação educativa presente nas empresas, chegaremos na
problematização sobre o papel do pedagogo neste espaço. A educação não-escolar
passou a ser valorizada pelos aspectos sociais da aprendizagem experiencial e pelo
forte potencial formativo dos processos de socialização segundo Canário (2006),
vislumbrando uma diversidade de modalidades educativas, distintas do modelo
escolar, onde as pessoas são ao mesmo tempo “objeto, sujeito e agente de
socialização/educação” (Canário, 2006, p. 117) em que a integrações da ação
educativa “decorre da articulação entre a dimensão da pessoa, da organização e do
território” (CANÁRIO, p.117)
Para Gohn (2005), a educação não-escolar, caracterizada também como
educação não-formal, faz parte de um novo objeto de estudo, em que até meados
da década de 80, foi um campo de menor importância no Brasil. Neste período as
atenções estavam voltadas para a educação escolar.
A autora acredita ainda que educação não-formal era vista como uma
extensão da educação escolar, diferenciando-se apenas por ser fora da escola.
Assim, a educação popular de Paulo Freire e as campanhas de alfabetização de
adultos fixam a idéia de que esta modalidade de educação tinha a característica de
formação cidadã e de participação sociopolítica.
Como já se viu a Educação tem um conceito amplo, ela é uma forma de
ensino-aprendizagem que se adquire ao longo da vida, portanto a educação escolar,
formal e oficial, desenvolvida por instituições públicas ou privadas é apenas uma das
formas de se educar.
Porém, Libâneo (2005) nos adverte a não confundir o processo de
socialização como o processo educativo, especialmente por este último assumir
formas mais intencionais e sistemáticas. Franco (2003) em algumas definições
sobre educação nos diz:
A educação é uma prática social humana: é um processo histórico, inconcluso, que emerge da dialeticidade entre homem, mundo, histórias e circunstâncias (...). A educação, como prática social histórica, transforma-se pela ação dos homens e produz transformações nos que dela participam (...) A educação é um objeto de estudo que se modifica parcialmente quando se tenta conhecê-la, assim como, à medida em que é apropriada, produz alterações naquele que dela se apropriou (...). Toda ação educativa carrega em seu fazer uma carga de intencionalidade que integra e organiza sua práxis (...). (FRANCO, 2003, p.73-75)
A partir das definições apresentadas acima por Franco (2003) e nas leituras
de Libâneo (2005), podemos entender que a educação não deve ser reduzida à
escolarização e nem se deve minimizar o trabalho escolar.
Segundo Gohn (2001) as privatizações e a crise do Estado Brasileiro nos
anos 90, fizeram surgir com mais força os espaços de educação não escolar, a
exemplo das Organizações Não-Governamentais. Contudo, a autora ressalta que tal
destaque da educação não escolar ocorreu das mudanças sociais, especialmente
nos aspectos tecnológicos e no mundo do trabalho.
Observamos que existe nas empresas e meio corporativo, um
direcionamento orientado para o aprendizado e para resultados. É um novo conceito
que envolve os funcionários em “uma mudança contínua, harmoniosa e produtiva,
valorizando a educação contínua‟‟ estimulada pelos treinamentos organizacionais,
certificações e diplomas incentivados de estudos formais obtidos nas faculdades e
universidades (TEIXEIRA, 2001).
O processo de educação e desenvolvimento nas empresas passou a ser
muito mais contínuo e planejado com o intuito de melhorar a estrutura
organizacional, seus processos, a cultura interna e a capacitação de mão-de-obra.
É nesse contexto que se insere o pedagogo, visto pela empresa como um
funcionário preparado para trabalhar com a qualificação dos trabalhadores com a
competência de formar o trabalhador dinâmico, flexível e polivalente, que se envolva
em projetos da empresa, dando a esta bons resultados. Este é o grande desafio
para o pedagogo empresarial, pois requer atribuições além de elaborar planos
didáticos, avaliar ou ministrar cursos.
Para (GRECO, 2008), a habilidade que o Pedagogo tem em lidar com a
comunicação, com a aprendizagem, características adquiridas no Curso, faz dele
uma figura importante no processo mediação das relações de trabalho.
Nota-se que o campo de atuação do pedagogo está se ampliando, visto que
este profissional poderá desenvolver ações relacionadas à educação, seja no
ambiente escolar ou não-escolar, focando na formação humana dos indivíduos em
diferentes lugares. Para isso Pedagogo precisa estar atento para atender as
necessidades que surgem junto às oportunidades. Ao pedagogo cabe visualizar a
dimensão da aprendizagem para que sua intervenção produza resultados no outro,
tornando sua ação produtiva, atendendo as expectativas da sociedade atual.
Por tudo isso, e a partir das mudanças que enfrenta a Sociedade é que
constata-se que o Pedagogo e sua prática é considerada relevante não apenas na
escola e em seus âmbitos mas em todos os espaços em que haja a necessidade da
prática educativa.
Refletir sobre educação é uma tarefa que não se esgota nunca. O processo
educativo, seja o formal transmitido pela a escola, seja o não-formal desenvolvido
em instituições educativas fora dos marcos institucionais, seja obtido através da
experiência de vida, não é temporário e se presta a insistentes debates e intenso
estudo.
1.1 O papel do pedagogo no âmbito das organizações empresariais.
Atualmente o mercado, através da globalização muda as relações de
consumo e com isso o comportamento do consumidor também modifica. O
encaminhamento da formação profissional das pessoas depende da maneira como
elas se relacionam e se comunicam. A formação profissional não termina com a
conclusão de um curso. Ela deve ser continuada e o espírito de crescimento
profissional precisa continuar para não desaparecer com o tempo.
O intuito da Pedagogia no campo Empresarial é preparar pedagogos para
trabalharem no contexto empresarial, nos processos de recrutamento, capacitação,
treinamento e sobretudo nos processos de desenvolvimento funcional da Empresa.
Por ter a Pedagogia como objeto a Educação, o pedagogo surge como sendo o
profissional ideal para atuar neste campo. Atualmente, além da Instituição Escolar,
notamos crescente presença do pedagogo em outros campos além da sala de aula.
Nesta nova perspectiva o pedagogo é levado a compreender que a educação
processa-se em vários lugares, como consta no artigo 1º da LDB.
A LDB já se inicia afirmando que a educação abrange os processos
formativos que se desenvolvem em vários lugares, um dos quais é a escola, sendo
assim, a educação pode ser formal, informal ou não-formal.
As transformações ocorridas no curso de licenciatura plena em pedagogia em
âmbito nacional vem abrindo espaços no currículo para a discussão de campos
diferenciados para a atuação dos pedagogos como, nos casos de pedagogia
hospitalar, empresarial e em organizações não governamentais – ONG´s.
Libâneo (2000), defende a pedagogia como “ciência da educação”, para ele, o
fato de esse campo ocupar-se do estudo sistemático das praticas educativas que se
realizam em sociedade como processos fundamentais da condição humana atuando
na investigação da natureza e das finalidades dos processos das práticas
educativas. É um campo de conhecimento com objeto, problemáticas e métodos
próprios de investigação.
Essa visão da pedagogia fundamenta-se em um conceito ampliado de
educação. Libâneo (2000) aprofunda dizendo:
As práticas educativas não se restringem à escola ou à família. Elas ocorrem em todos os contextos e âmbitos da existência individual e social humana, de modo institucionalizado ou não, sob várias modalidades. Entre essas práticas, há as que acontecem de forma difusa e dispersa, são as que ocorrem nos processos de aquisição de saberes e modos de ação de
moda não intencional e não institucionalizado, configurando a educação informal. Há, também, as práticas educativas realizadas em instituições não convencionais de educação, mas com certo nível de intencionalidade e sistematização, tais como as que se verificam nas organizações profissionais, nos meios de comunicação, nas agências formativas para grupos sociais específicos, caracterizando a educação não formal. Existem, ainda, as práticas educativas com elevados graus de intencionalidade, sistematização e institucionalização, como as que se realizam nas escolas ou em outras instituições de ensino, compreendendo o que o autor denomina educação formal. (LIBÂNEO. 2000, p. 12)
Para o autor, esse posicionamento é necessário porque as praticas
educativas não se dão de forma isolada das relações sociais, políticas, culturais e
econômicas da sociedade.
O pedagogo é o profissional que atua em diversas instâncias da prática
educativa com objetivos de formação humana definidos em uma determinada
perspectiva.
Dentre essas instâncias, o pedagogo pode atuar nos sistemas de ensino
como gestores, supervisores, administradores, planejadores de políticas
educacionais, pesquisadores ou outros; nas escolas atuando na docência ou como
gestores, coordenadores pedagógicos, pesquisadores, formadores, nas instâncias
educativas não escolares – como formadores, consultores, técnicos, orientadores
que ocupam de atividades pedagógicas seja em empresas, órgãos públicos,
movimentos sociais, meios de comunicação como na produção de vídeos, filmes,
brinquedos, nas editoras, na formação profissional etc. (LIBÂNEO, 2005).
Pela vastidão das atribuições que pode assumir o pedagogo, Libâneo (2005),
faz uma crítica aos cursos de formação, argumentando que a formação do professor
e a do pedagogo não poderia ser realizada em um único curso, tal como defendiam
os movimentos de reformulação dos cursos de formação de educadores,
representados pela Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da
Educação – Anfope. Para o autor:
A proposta é a de que haja dois cursos, um de pedagogia para formar o pedagogo stricto sensu e um de licenciatura para formar professores para os níveis fundamental e médio de ensino. Em síntese, ela consiste dos seguintes pontos: a. as faculdades de educação ofereceriam dois cursos distintos, um de pedagogia e um de licenciatura para a docência no ensino
fundamental e médio; b. o pedagogo receberia formação especializada através de habilitações, entre elas a pedagogia escolar; c. o licenciado obteria habilitações para a docência no curso de magistério, nas disciplinas de 5ª a 8ª série e ensino médio ou nas séries iniciais do ensino fundamental; e d. a estrutura curricular teria uma base comum, englobando conhecimentos referentes aos fundamentos da educação, da escola e do ensino e de uma parte específica de conhecimentos profissionais, definidos conforme o contexto de atuação profissional (pedagogo, docente ou outra habilitação).
A proposta de Libâneo enxerga a educação como prática social não restrita
ao âmbito escolar.
Conforme explana Ribeiro (2003)
Até então, este profissional tinha seu curso destinado a habilitá-lo a educação escolar. Esta discussão dentro do currículo da Pedagogia na Universidade tem embasamento em disciplinas que tratam da educação em ambiente não-escolar, uma teórica e outra prática. A teórica dá pinceladas em textos que falam de todos os ambientes ao mesmo tempo: hospitalar, empresarial e social que geralmente acabam deixando o aluno totalmente confuso. A prática em ambiente não-escolar mostra-se uma disciplina difícil, pois os espaços principalmente empresariais ainda são muito restritos aos alunos de Pedagogia, o que leva muitas empresas não aceitarem a presença destes alunos nestes ambientes, resumindo esta a palestras que trazem à luz o tema nos espaços. (p. 32)
Percebemos que mesmo diante de tais impasses, alguns pedagogos ainda
assumem esses espaços, os quais Libâneo (2000) refere-se como “a escola e a
extra-escola”. O pedagogo está apto para uma ação pedagógica em diversas
modalidades e não apenas na área escolar. Assim já afirmava Saviani (1985),
dizendo:
Ainda hoje, a idéia de que o pedagogo é preceptor é evidente. Por meio de cursos de especialização, o licenciado em Pedagogia pode habilitar-se em diversas áreas do conhecimento e colaborar com a ação que envolve as relações interpessoais dos profissionais inseridos nas Instituições. No entanto, a função do pedagogo não se limita somente à docência. É necessário que se obtenha certo cuidado com a oferta de trabalho, no sentido de que o número de profissionais a procura destes serviços pode vir a ser maior do que a oferta de emprego. Mesmo sem dados sobre a oferta de trabalho no campo das empresas, pressupõe-se que já existe uma grande procura desse serviço com fim de se desenvolver um trabalho de treinamento, para que o pessoal das empresas enfrente os desafios e as mudanças do dia-a-dia. (p.15)
Gandin (2004, p. 41), aponta que na busca por mudanças da “realidade
existente para a realidade desejada”, há uma discussão que permite aos indivíduos
construir e modificar o necessário. Nesse sentido, insere-se o pedagogo
colaborando para que as relações sociais mudem para melhor.
O que se pode observar claramente é que o pedagogo vem sendo chamado a
assumir um importante papel dentro das empresas e organizações articulando as
necessidades junto da gestão de conhecimentos devido aos novos paradigmas
gerenciais que defendem que o maior patrimônio da empresa é o ser humano.
Por este motivo o foco maior é a gestão de pessoas onde os pedagogos tem
assumido o papel de provocar mudanças comportamentais nas pessoas envolvidas,
favorecendo tanto o funcionário, que ao ser motivado sente-se melhor e produz
mais, bem como o lado da empresa, que ao qualificar seu pessoal, obtem melhores
resultados e maior lucratividade. (MENESES, 1999).
Diante do exposto, as principais questões que norteiam este trabalho e
constituem parte importante para situar o contexto e a problemática da pesquisa se
referem ao conhecimento do papel e das funções do pedagogo que atua nas
organizações empresariais.
Nessa perspectiva, surgem alguns questionamentos a serem abordados no
decorrer deste trabalho:
- Qual a função de um pedagogo no espaço empresarial?
- Qual a visão dos gestores do SAC (Sistema de Atendimento ao Cidadão) em
relação à contribuição desenvolvida pelo pedagogo empresarial nesta empresa?
Nessa perspectiva, abordamos como objetivo deste trabalho o seguinte:
- discutir sobre o papel do pedagogo dentro do contexto da empresa, mais
especificamente no SAC de Senhor do Bonfim – BA.
CAPÍTULO II
QUADRO TEÓRICO
2. A Pedagogia: sua identidade e a formação dos Pedagogos.
Como ciência que estuda a educação, a Pedagogia parte de observações e
reflexões sobre a educação, avanços, alternativas e discursos educacionais,
paradigmas e possibilidades de atuação, gerando conceitos que se convertem em
teorias pedagógicas, uma dessas observações que podemos ressaltar aqui é a de
Franco (2003) que expõe neste aspecto:
Como ciência da educação, a Pedagogia precisa passar da racionalidade técnica à racionalidade prática, reflexiva, formativa e emancipatória. A formação de pedagogo deve enfatizar o aspecto crítico-reflexivo, que compreenda a complexa pluralidade do âmbito educacional, a necessidade de mediar um processo de aprendizagem voltado para a formação integral de um sujeito de pensamento fragmentado, acrítico, alienado das questões políticas e socioculturais. Está claro que essa tarefa extrapola os muros escolares. (p.2)
Pascoal (2008, p. 02) acredita que o objeto de estudo da Pedagogia é o fato
educativo.
A partir dele, é tecida uma rede de informações necessárias ao entendimento de como esse fato se dá. A Pedagogia preocupa-se não apenas com o fato educativo, dissociado do contexto onde ocorre, mas interpreta e analisa a realidade social. Estuda ainda as teorias educacionais que mostram como a criança, o adolescente e o adulto aprendem; estuda também sistemas de gestão administrativa e, nas disciplinas básicas, de caráter geral, como Sociologia, Filosofia, Psicologia, História da Educação, estuda o mundo, os sujeitos sociais e toda a sua especificidade.
Sobre a história da pedagogia Cambi (1999) afirma que ela nasceu entre os
séculos XVIII e XIX, e completa que ela:
[...] desenvolveu-se no decorrer deste último como pesquisa elaborada por pessoas ligadas à escola, empenhadas na organização de uma instituição cada vez mais central na sociedade moderna (para formar técnicos e para formar cidadãos), preocupados, portanto em sublinhar os aspectos mais atuais da educação-instrução e as idéias mestras que haviam guiado seu desenvolvimento histórico. (p. 21)
Uma vez que a história é o exercício da memória realizado para compreender
o presente e para nele ler as possibilidades do futuro, mesmo que seja um futuro a
construir, a escolher. Este autor ressalta que:
A utilidade da história da pedagogia não pode ser posta em causa. Não falo apenas da atração que ela pode exercer [pois] a história da pedagogia não pode ser encarado unicamente como um espetáculo agradável: ela é de fato, uma escola de educação, uma das fontes da pedagogia definitiva. Quando se trata de física ou de química, a história destas ciências no passado não é mais do que um assunto de erudição e de curiosidade... Na ciência da educação, pelo contrário, como em todas as ciências filosóficas, a história é a introdução necessária, a preparação para a própria ciência. (COMPAYERÉ, 1911 apud CAMBI, 1999, p.11)
Num outro enfoque, Pimenta (1998, p.15) afirma que o centro da definição
para a pedagogia é “a reflexão sobre a prática educativa que se efetiva através e por
meio das diversas Ciências Sociais e Humanas, procurando delimitar o “ser” do ato
educativo”.
Ghiraldelli Jr. (2005, p. 21) faz uma reflexão apontando três termos que
costumam ser tomados como sinônimos de pedagogia: filosofia da educação,
didática e educação. O autor diz ainda que o termo educação que usamos para nos
referir ao ato educativo determina a “prática social que identificamos como uma
situação temporal e espacial determinada na qual ocorre a relação ensino-
aprendizagem, formal ou informal”.
Criado na década de 1930, no Brasil, o curso de Pedagogia tem como seu
berço, a Grécia clássica, onde se iniciam as primeiras reflexões sobre a ação
pedagógica, (Pascoal, 2008, p. 89).
O curso de Pedagogia tem se preocupado com a formação do educador para
trabalhar na educação formal, regular e escolar.
A primeira regulamentação do curso se deu através do Decreto lei n.º 1.190, de 4 de abril de 1939, que organizou a Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, e que instituiu o chamado “padrão federal” ao qual tiveram que se adaptar os currículos básicos dos respectivos cursos oferecidos por outras instituições de ensino superior do Brasil, tanto públicas quanto privadas ( SÁ, 2006, p. ?)
Pascoal (2008, p. 89), sobre as regulamentações do curso de pedagogia
afirma:
[...] ocorridas em 1939, 1962 e 1969 apresentaram um currículo mínimo como referência nacional. Mas em 1996 deixa de existir o currículo mínimo, cedendo seu lugar às diretrizes curriculares, para as diferentes licenciaturas. Por motivo de divergências entre grupos existentes nos próprios órgãos normativos federais, as diretrizes da Pedagogia não foram editadas juntamente com as dos demais cursos de licenciatura. Ficaram “no forno” no período de 1996 a 2005. Apenas em 2005 é que o Parecer CNE/CP 05/2005 - “Diretrizes curriculares para os cursos de Pedagogia” foi aprovado. O Parecer diz que “a formação do licenciado em Pedagogia fundamenta-se no trabalho pedagógico realizado em espaços escolares e não-escolares, que têm a docência como base”.
Para Libâneo (1996) as áreas de atuação do pedagogo na prática podem ser
definidas em duas esferas de ação educativa: a escolar e extra-escolar. No campo
da ação pedagógica extra-escolar, que é a que mais interessa aos objetivos deste
trabalho, distinguem-se profissionais que exercem atividades pedagógicas tais
como:
a) formadores, animadores, instrutores, organizadores, técnicos, consultores, orientadores, que desenvolvem atividades pedagógicas (não-escolares) em órgãos públicos, privados e públicos não-estatais, ligadas às empresas, à cultura, aos serviços de saúde, alimentação, promoção social etc; b) formadores ocasionais que ocupam parte de seu tempo em atividades pedagógicas em órgãos públicos estatais e não estatais e empresas referentes à transmissão de saberes e técnicas ligados a outra atividade profissional especializada. Trata-se, por exemplo, de engenheiros, supervisores de trabalho, técnicos etc. que dedicam boa parte de seu tempo a supervisionar ou ensinar trabalhadores no local de trabalho, orientar estagiários etc.(p.124-125)
No VI Encontro Nacional da ANFOPE (Libâneo (1996) apresentou uma
proposta que trata da preocupação com o destino que os educadores dariam à
Pedagogia, que em síntese dizia:
[...] o pedagogo (escolar ou não), (...) seria considerado um “profissional especializado em estudos e ações relacionados com a ciência pedagógica”, pesquisa pedagógica e problemática educativa, abordando o fenômeno educativo em sua multidimensionalidade. Nesse sentido, o curso de Pedagogia ofereceria formação teórica, científica e técnica para sua atuação em diferentes setores de atividades: nos níveis centrais e intermediários do sistema de ensino, (...) na escola, (...) nas atividades extra-escola, (...) nas atividades ligadas à formação e capacitação de pessoal nas empresas. (p. 109)
Libâneo (1996) defende dois cursos distintos, no tocante à formação do
pedagogo: um formaria o pedagogo e o outro, os licenciados para docência no
ensino fundamental. Ele expõe seu ponto de vista:
[...] o curso de Pedagogia forma o pedagogo stricto sensu, profissional não diretamente docente que lida com fatos, estruturas, processos, contextos, situações, referentes à prática educativa em suas várias modalidades e manifestações. A caracterização do pedagogo stricto sensu torna-se necessária, uma vez que, lato sensu, todos os professores são pedagogos. Por isso mesmo, importa formalizar uma distinção entre trabalho pedagógico, implicando atuação em um amplo leque de práticas educativas, e trabalho docente, forma peculiar que o trabalho pedagógico assume na escola. (p.109-110)
Vale ressaltar que não é objeto de discussão, neste trabalho, a questão da
formação do pedagogo, embora sejam reconhecidos nela conflitos sérios, que
envolvem a própria identidade do curso, citada aqui apenas para melhor explicitar
nossa questão. O que se procura evidenciar neste trabalho é a existência de outros
espaços de atuação para o pedagogo, fora do espaço escolar e a contribuição que o
mesmo pode trazer às empresas preocupadas com a responsabilidade social.
Nesta reflexão a respeito da identidade e novo significado da Pedagogia no
contexto do novo milênio, como ciência da educação, cabe à pedagogia o estudo e
investigação do trabalho pedagógico desenvolvido em espaços escolares e não
escolares.
Em 2005 com a aprovação do Parecer CNE/CP 05/2005, instituiu-se as
Diretrizes curriculares para os cursos de Pedagogia. O Parecer diz que:
[...] a formação do licenciado em Pedagogia fundamenta-se no trabalho pedagógico realizado em espaços escolares e não-escolares, que têm a docência como base. Estruturado em três núcleos, o curso constituir-se-á de um núcleo de estudos básicos, um núcleo de aprofundamento e diversificação de estudos, e um núcleo de estudos integradores. O núcleo de aprofundamento e diversificação de estudos oportunizará: “investigações sobre processos educativos e gestoriais, em diferentes situações institucionais – escolares, comunitárias, assistenciais, empresariais, outras”. (PASCOAL, 2008, p. 90)
O pedagogo é considerado indispensável em todas as áreas em que o ensino
e aprendizagem estão presentes, são trazidos para discussão alguns sinais da
adequação do trabalho desse profissional às empresas.
O momento atual, de grandes transformações já não se contenta com a
aquisição, pura e simples, da leitura e da escrita. Hoje, temos um mundo
profundamente alterado, em relação às demandas humanas, repleto de várias
culturas e conhecimentos que ocupam uma parte fundamental na vida e formação
de cada indivíduo.
Conhecer é mais do que obter informações úteis; O conhecimento não pode
ser transmitido simplesmente de uma pessoa para outra, e sim construído a partir de
diálogos e de relações interpessoais.
É nesse contexto que o pedagogo vai progressivamente adquirindo outras
funções, para tanto a pedagogia precisa pensar-se a si própria em sua relação com
a prática na qual se enraíza e a partir da qual e para qual estabelece proposições.
Esse ponto de vista condiz com o que salienta Schmied-Kowarzik (1983, p.15)
quando diz:
(...) a pedagogia não é apenas uma diretriz no plano teórico da ciência da educação, mas a preocupação teórico-científica da fundamentação da pedagogia como ciência que, enquanto prática, não possui seu sentido em si mesma, mas na humanização da práxis.
Desse modo, levando-se em consideração os aportes teóricos aqui revistos, a
pedagogia deixa de ser apenas mais uma disciplina da área de educação e adentra
o mundo das empresas, “onde seleção, treinamento e contínuo aperfeiçoamento são
garantia da produtividade, e requer atenção e profissionais adequados na
preparação dos profissionais da organização”. (SANTOS, 2004, p.7)
2.1 A Pedagogia Empresarial e suas implicações no contexto contemporâneo
De acordo com Libâneo (1997, p. 132) a pedagogia é uma área do
conhecimento que investiga a realidade educativa no geral e no particular, onde a
ciência pedagógica pode postular para si, isto é, ramos de estudos próprios
dedicados aos vários âmbitos da prática educativa, complementados com a
contribuição das demais ciências da educação. Ou seja, a atuação do pedagogo é
ampla e vai além de aplicação de técnicas que apenas visam a estabelecer políticas
educacionais no contexto escolar.
Este autor ressalta que há uma diversidade de prática educativa na
sociedade, e em todas elas, desde que se configurem intencional, está presente a
ação pedagógica. A contemporaneidade mostra uma "sociedade pedagógica"
(Beillerot, 1985), revelando amplos campos de atuação pedagógica. A partir de
indicações desse autor, podem-se definir para o pedagogo duas esferas de ação
educativa: escolar e extra-escolar. (LIBÂNEO, 2009. p. 58)
A partir da década de 70, O pedagogo deixou de exercer suas atividades
basicamente nos espaços escolares, lidando principalmente com as dificuldades
apresentadas por trabalhadores dentro das empresas, uma vez que a escola não
estava conseguindo suprir as necessidades do mercado, começou então o processo
de formação profissional no próprio local de trabalho que passou a ser de grande
relevância proporcionando uma maior demanda de treinamentos.
É, neste novo horizonte, que, surge a Pedagogia no âmbito Empresarial,
ainda bastante complexa mesmo para docentes do curso de Pedagogia, inclusive
por ser abordada de forma superficial no currículo do curso. Ao procurar leituras
especificas referentes ao tema, percebe-se que ainda é pouco abordado, sendo o
que torna a pesquisa mais difícil.
Para trazer à luz a pedagogia empresarial, citamos a visão de Ribeiro, (2003,
apud ZORZO 2004, p. 252) em um artigo com o título: “Pedagogia Empresarial e
aprendizagem organizacional” onde afirma que trata-se de “um curso que visa
formar educadores de adultos, que ocorre no ambiente organizacional", sendo que
este profissional deverá ter como objetivo a construção de processos educacionais
que garante a participação ativa do trabalhador na sua própria aprendizagem.
Essa realidade apesar de presente, ainda está distante do curso de
Pedagogia das Universidades públicas, pois a pedagogia empresarial ainda não é
considerada um curso, como já citado, permanecendo um tema de uma disciplina,
dificultando a formação do pedagogo para atuar nesta área.
Almeida (2006, p.6) afirma que o foco da Pedagogia Empresarial é “qualificar
pedagogos e administradores para atuarem no âmbito empresarial”, visando aos
processos de planejamento, capacitação, treinamento, atualização e
desenvolvimento do corpo funcional da empresa, e acrescenta:
Nas empresas, os pedagogos atuam na área de Recursos Humanos, em setores como: desenvolvimento e treinamento, recrutamento, seleção e desenvolvimento gerenciado. O pedagogo acompanha todo o desenvolvimento profissional do funcionário através de sua performance e acompanha o processo de avaliação de desempenho desse profissional, sendo assim a proximidade e o acesso a todos os funcionários é constante, o que dá condição a esse profissional de exercer um papel significativo no desenvolvimento dos empregados. (ALMEIDA, 2006. p.7)
É interessante perceber que a atuação do pedagogo na empresa tem como
pressupostos principais a filosofia de recursos humanos adotados pela Organização.
Porém é importante observar que as funções desempenhadas por estes
profissionais, citadas acima, estão sendo generalistas, ou seja, não seriam
necessariamente exclusivas do Pedagogo. É importante atentar para isto.
Outros autores particularizam o pensamento do autor anterior citando:
O impacto das transformações da sociedade nas organizações possibilita constatar o destaque dado a pontos como competências necessárias ao profissional moderno: espírito de liderança, orientação para o cliente, orientação para resultados, comunicação clara e objetiva, flexibilidade e adaptabilidade, criatividade e pró-atividade e aprendizagem contínua. (LOPES, TRINDADE, CARVALHO E CANDINHA, 2006, p.17)
A Pedagogia preocupa-se em buscar estratégias e metodologias que
garantam uma aprendizagem melhor e com apropriação de informações e
conhecimentos, tendo como base sempre a realização de idéias, se ocupando
basicamente com os conhecimentos, as competências, as habilidades e atitudes
diagnosticadas, indispensáveis à melhoria da produtividade. E, para isso, implantar
projetos, dentre eles: programa de qualificação, requalificação profissional, produção
e construção de conhecimento, estruturar o setor de treinamento, desenvolver e
adequar métodos de informação e da comunicação para as práticas de treinamento
(FERREIRA, apud RIBEIRO, 1985).
Cremos que o pedagogo dentro dessa nova perspectiva, em que está
inserido, deverá beber em várias fontes além da pedagogia, como na área de
administração, psicologia, filosofia, para ter acesso a conhecimentos importantes
que deverão ser utilizados no espaço empresarial.
Segundo Santos (2004. p.4) a pedagogia moderna visa preparar o pedagogo
para uma atuação junto às empresas de vários ramos: tem sido a perspectiva de um
novo e amplo campo de trabalho para pessoas que desejam trilhar uma nova
carreira empresarial, que não esteja ligada, diretamente, às áreas administrativas e
econômica. Visa utilizar técnicas diferenciadas, que são aplicadas de acordo com a
necessidade do setor ou das pessoas em análise.
Conforme Ferreira (1985, p.74) “um dos propósitos de pedagogia na empresa
é a de qualificar todo o pessoal da organização nas áreas administrativas,
operacional, gerencial, elevando a qualidade e a produtividade organizacionais”.
O Pedagogo no campo empresarial deverá dominar conhecimentos, técnicas
e práticas que, unidas à experiência de profissionais de áreas distintas, são
instrumentos importantes para atuação na gestão de pessoas: coordenando equipes
multidisciplinares no desenvolvimento de projetos; evidenciam formas educacionais
para aprendizagem organizacional significativa e sustentável; gerando mudanças
culturais no ambiente de trabalho; na definição de políticas voltadas ao
desenvolvimento humano permanente; prestando consultoria interna relacionada à
educação e desenvolvimento das pessoas nas organizações (ALMEIDA, 2006).
Para Greco (2005), o desafio desse novo profissional, diferentemente do que
podem pensar alguns, não se resume a conduzir dinâmicas de grupo e preparar
material de treinamento para o qual as pessoas não estão engajadas ou enxergando
uma necessidade imediata. Em resumo diz:
A ação requer do Pedagogo Empresarial perspicácia, observação, envolvimento, desprendimento, coragem, preparo técnico, ousadia, vontade, criatividade e desejo efetivo pela descoberta de como será desenvolvido seu trabalho dentro da corporação. Ou seja, o pedagogo deve ter um olhar, pedagógico, filosófico, psicológico em relação aos seres humano que estarão presentes neste espaço, não os tratando como meros objetos que precisam ser moldados de acordo com o objetivo da empresa. (GRECO, 2005,p.26)
À luz de Chiavenato (2003) uma questão importante para a formação e a
atuação do Pedagogo Empresarial diz respeito ao entendimento dos
comportamentos humanos no contexto organizacional, tendo em vista que toda sua
atuação está pautada na dimensão humana. As políticas de Recursos Humanos, por
si só, não garantem mudanças ou comprometimentos mais ou menos efetivos; tem
no elemento humano o seu ponto-chave. A maneira de agir desse novo profissional
precisa ocorrer de forma relacionada e cooperativa com a dos outros profissionais
de gestão.
É preciso aprender a desenvolver algumas virtudes essenciais para que se
mantenham relações amistosas em todos os segmentos diários, e acredita-se que a
pedagogia proporciona e ensina a ter um olhar humano, onde se pode apreender a
se re-conhecer e também conhecer o outro, bem como aprender a planejar, a
organizar planos, a sistematizar, a fomentar e elaborar projetos, práticas estas que
ajudam o pedagogo na empresa, como cita Libâneo (2001, p.116), e “em todo lugar
onde houver uma prática educativa com caráter de intencionalidade, há aí uma
pedagogia.".
Não se pode conceber as práticas educativas de forma isolada das relações
sociais que caracterizam a estrutura econômica e política de uma sociedade, mas
estão submissas a interesses de grupo e de classes sociais. O cuidado de se pensar
essa relação torna-se importante ao pedagogo que atua no ambiente empresarial,
pois, sua prática poderá está direcionada apenas para contribuição de se adestrar
seres humanos para o serviço do "poder", tornando sua prática desumanizadora e
não humanizadora, ou seja, tornando o homem objeto dentro de uma empresa.
O pedagogo deverá ser um profissional competente para lidar com situações
diferentes da prática educativa em vários segmentos sociais e profissionais, que a
sua ação seja completa, perpassando a relação de poder. Com estas atitudes ele
será capaz aos poucos de romper o conceito de que só poderia atuar em uma
instituição de ensino. (ALMEIDA, 2006)
Dentro de uma organização, o papel do pedagogo dentro da empresa
também tem seu lado específico, ele planeja, coordena, executa e avalia programas
e projetos. Acompanhará todo o desenvolvimento do funcionário, ou seja, o seu
desempenho, direcionando-o para o caminho que este devera seguir dentro da
empresa, facilitando, enquanto agente provocador de mudança de mentalidade e de
cultura. Sua capacidade em lidar com a comunicação e com a aprendizagem faz
com que ele conduza as pessoas e direcione suas verdadeiras funções, não
implicando a mudança de seu comportamento, mas ajudando o funcionário a
descobrir seu verdadeiro potencial, para que possa desempenhar sua função de
acordo com as necessidades de cada organização (HOLTZ, 2007).
Sendo assim, com as mudanças no mercado de trabalho as aptidões do
pedagogo têm sido valorizadas dentro da empresa, ou deveriam ser valorizadas,
uma vez que ele é um profissional que pode contribuir para o crescimento dos
indivíduos, por meio de atividades formativas, descobrindo seus verdadeiros
potenciais, levando-os à produtividade, trabalhando o lado humano do funcionário.
Diante da lógica das competências, busca-se mobilizar o trabalhador em
todas as suas dimensões: intelecto, força física, emoções, atitudes e habilidades
entre outras, embora com muita sutileza, especialmente porque usa mecanismos
diversos como o de autocontrole, em que controla seus atos e emoções para
entender e atender as exigências do mercado.
O pedagogo empresarial “promove a reconstrução de conceitos básicos,
como criatividade, espírito de equipe e autonomia emocional e cognitiva”. (LOPES,
2006, p.74). A realidade empresarial requer, hoje, um apoio específico de
profissionais que permitam uma garantia de resultados e soluções para os
problemas existentes com rapidez e eficiência.
CAPÍTULO III
DESDOBRAMENTO DA PESQUISA
3. Pesquisa qualitativa como método
Optamos pela abordagem qualitativa nesta pesquisa com base nos estudos
que a apontam como a mais abrangente para resultados finais. Segundo Thiollent, a
pesquisa qualitativa é fortemente argumentativa, pautada no diálogo, nos
argumentos. (THIOLLENT, 1992)
Segundo Prestes, esse tipo de pesquisa é voltado para a intervenção na realidade social:
Caracteriza-se por uma interação efetiva e ampla entre pesquisadores e pesquisados. Seu objetivo de estudo se constitui pela situação social e pelos problemas de naturezas diversas encontradas em tal situação. Ela busca resolver e/ou esclarecer a problemática observada, não ficando em nível de simples ativismo, mas objetivando aumentar o conhecimento dos pesquisadores e o nível de consciência dos pesquisados. (PRESTES, 2005, p. 25)
Por esta razão optamos pela abordagem qualitativa que considera o contexto
do fenômeno social que se estuda, privilegia a prática e o propósito transformador
do conhecimento que se adquire da realidade. Desse modo, optamos pelo estudo de
caso por considerá-lo apropriado aos objetivos traçados nesse trabalho.
3.1 A natureza do trabalho: um estudo de caso
Consideramos válidos para nossa realidade social o enfoque histórico
estrutural que empregando o método dialético é capaz de assimilar as causas e as
conseqüências dos problemas, suas qualidades, suas dimensões qualitativas, se
existem, e realizar através de um estudo de caso que é hoje considerado um dos
delineamentos de pesquisa mais praticado nas ciências sociais e humanas. Porém,
nem sempre foi assim, como podemos perceber na fala de Gil (2009):
Até meados da década de 1970, poucos trabalhos definidos como estudo de caso eram apresentados em congressos ou publicados em periódicos científicos. Tanto os cursos de metodologia de pesquisa social quanto os respectivos manuais enfatizam principalmente pesquisas experimentais, estudos observacionais e levantamentos de campo. (p.1)
Segundo Gil (2009), o estudo de caso era tratado com desconfiança, e
considerado o “primo pobre” de outros estudos, o que de certa forma ainda
permanece. Contudo, hoje, esse delineamento de pesquisa alcança um número
considerável do total de trabalhos apresentados em eventos científicos. Sendo que
em “alguns programas de mestrado em áreas como Administração de Empresas, os
estudos de caso constituem o delineamento de pesquisa mais utilizado” (GIL, 2009,
p.2) e acrescenta:
Muitas razões podem ser invocadas para explicar esse fato. Desde a crença de pesquisadores que esse delineamento é o mais adequado para proporcionar respostas às questões formuladas até a pretensa facilidade para o seu desenvolvimento. Com efeito, há situações em que o estudo de caso é muito mais recomendado que um levantamento de campo ou um experimento. (GIL, 2009, p.2)
Da mesma forma que, o estudo de caso mostra-se inadequado para outras
situações de pesquisa, já que é um delineamento de pesquisa que envolve poucas
unidades de análise. Embora os estudos de caso “não exigem a seleção de uma
amostra numerosa nem a realização de cálculos estatísticos complexos (...) se
caracteriza pelo elevado consumo de tempo e energia intelectual e mesmo físico dos
pesquisadores” (GIL, 2009, p.2). Assim, vale salientar que:
A condução dos estudos de caso passa a requerer muito mais decisões do pesquisador ao longo do seu encaminhamento. Daí por que o pesquisador que se dispõe a conduzir um estudo de caso precisa ter muita segurança acerca da natureza e especificidades dessa modalidade de pesquisa (GIL, 2009, p.2)
Em suma, este mesmo autor concebe o estudo de caso como:
Um dos diversos modelos propostos para produção de conhecimento num campo científico, assim como também o são o experimento e o levantamento. E que embora caracterizado pela flexibilidade, não deixa de ser rigoroso, pois não pode ser considerado um tipo de pesquisa “mais light” que não se recomenda para quem não detém condições para a realização de um trabalho mais rigoroso. (GIL, p. 5)
O estudo de caso não pode ser encarado somente como um método de
coleta de dados. Ele envolve também as demais etapas constituintes de uma
pesquisa, como, delimitação do problema, seleção da amostra, determinação dos
procedimentos que possibilitarão a coleta e análise dos dados, assim como também
e determinação dos modelos para interpretação dos dados. Vale ressaltar que o
estudo de caso:
Preserva o caráter unitário do fenômeno pesquisado. A unidade-caso é estudada como um todo, podendo ser constituída por um indívíduo, um grupo, um evento, um programa, um processo, uma comunidade, uma organização, uma instituição social ou mesmo por toda uma cultura. (GIL, 2009, p.7)
O estudo de caso nessa pesquisa foi escolhido para conhecer e analisar a
atuação de uma pedagoga que atua num espaço não escolar em uma organização
empresarial, bem apropriado para nossa pesquisa, pensamento este relacionado ao
pensamento citado por Mantelato (2009) que esclarece que o estudo de caso
envolve uma “opção científica que busca pensar um homem concreto, que se
relaciona numa determinada sociedade, que sofre as limitações do seu tempo e
lugar social” (p.72).
Para a construção de qualquer trabalho científico a pesquisa é de suma
importância, pois é através dela que se colhem informações e conhecimentos
científicos de uma determinada problemática e assim, encontrar possíveis soluções.
Num breve histórico sobre as pesquisas sociais, observamos que foi só a
partir do século XX que a educação se apropriou e adaptou ao seu contexto
específico. Até a metade do século XX, predominaram investigações que buscavam
explicar os fatos educacionais por meio da pesquisa quantitativa, que são eficientes
como subsídios para macro análises, projetos sociais, planejamento governamental,
pesquisas de pequeno porte como recenseamento.
No entanto novos rumos foram tomados nas pesquisas educacionais e na
década de 60, quando a Sociologia da educação foi introduzida como disciplina,
ganhou corpo a idéia de que a vida social é produto de uma associação entre uns e
outros; e a interação social, o meio pelo qual se constrói simultaneamente e
simetricamente a personalidade individual e a ordem social (FORQUIM, 1993).
Os pesquisadores passaram a importar-se muito mais pelas relações
interpessoais. Sociedade, conteúdos de ensino e currículo passara a ser objeto de
estudos mais aprofundados. Isso exigiu o reconhecimento de que a mesma
importância que se dá aos fatos relevantes das ciências sociais deve ser dada às
práticas das atividades rotineiras e banais do cotidiano, pois é a partir do dia-a-dia
que emergem os sujeitos sociais, a existência humana em sua essência e
concretude. Nessa nova abordagem, a pesquisa quantitativa não estava, de fato,
capacitada a captar a complexidade das relações entre os elementos analisados
(ANDRÉ, 2001; LUDKE, ANDRÉ, 1986; RICHRDSON et al, 1999).
Da mesma maneira a pesquisa qualitativa, não pode ser abraçada de forma
cega e sem conhecimento de causa. No inicio, ela foi considerada uma mera
especulação de observadores da realidade social. Entretanto, aos poucos,
pesquisadores, principalmente os antropólogos, perceberam que muitas informações
difíceis de quantificar sobre a vida dos povos, também necessitavam ser absorvidas,
entendidas e analisadas em função do próprio contexto em que se originavam.
Esses estudiosos consideravam relevantes todas as informações abstraídas da
pesquisa, desde que observados os critérios metodológicos. (LUDKE; ANDRÉ,
1986; RICHARDSON et AL, 1999).
Esse mesmo caminho foi seguido pelos pesquisadores da educação que
passaram a levar em conta o meio habitual, já que na escola se desenvolvem as
atividades físicas e sociais, e somente a partir daí se torna possível compreender a
dimensão de seus significados. (ANDRÉ, 2001).
Nesse suposto, buscando encontrar a melhor maneira de alcançar nossos
objetivos é que este trabalho foi norteado pela abordagem qualitativa, sabendo que
esta abordagem da pesquisa procura reunir procedimentos capazes de suprir os
limites das análises quantitativas.
3.2 Sujeitos da pesquisa
Houve uma preocupação em selecionar profissionais que pudessem contribuir
para a obtenção dos dados relevantes a pesquisa, e que também se
disponibilizassem a participar do estudo.
Os sujeitos envolvidos na pesquisa são: uma pedagoga que a chamaremos
nessa pesquisa de Maria (nome escolhido para preservar a identidade pessoal)
envolvida na área empresarial, e o diretor administrativo da empresa que nos
referiremos aqui por José (pelo mesmo motivo anterior o nome foi alterado).
Ressaltamos a importância deste último para comparamos com os teóricos sobre
seu ponto de vista em relação a presença e contribuição do profissional pedagogo
em sua empresa.
3.3 Lócus da pesquisa
Esta pesquisa foi desenvolvida no município de Senhor do Bonfim, tendo
como espaço de pesquisa o SAC – Serviço de Atendimento ao Cidadão localizada
na sede do referido município. O serviço SAC - Serviço de Atendimento ao Cidadão,
tem como objetivo integrar os sistemas para atendimento pessoal ou uma rápida
consulta por telefone ou por internet de localização de qualquer processo trabalhista,
seja no âmbito Estadual ou Federal, hoje feita em pólos ou órgãos integrados à sua
região, em locais de acesso, ao cidadão que precisa dos seus serviços prestados.
3.4. O SAC
O SAC ou Serviço de Atendimento ao Cliente é um canal de comunicação
entre a Empresa, seus clientes - finais intermediários (Revendas, Pontos de vendas,
Franqueados, Vendedores) e as áreas internas da Empresa.
No Brasil, os SAC`s foram criados para atender às exigências do Código de
Defesa do Consumidor. Com a evolução dos conceitos de marketing de
relacionamento, em paralelo à disseminação do uso de telemarketing /televendas,
ganharam importância dentro das organizações, passando a ser vistos como canal
para a aplicação de técnicas com o objetivo principal de fidelizar os clientes.
3.4.1 O SAC: Função e Identidade Organizacional
Uma das principais funções do SAC é atender o cliente em tempo real, por
qualquer meio disponibilizado: telefone, fax, Internet e outros. Este canal de
relacionamento integra-se às diversas funções de telemarketing, num que respeita o
ciclo de relacionamento do cliente com a empresa.
O Serviço de Atendimento ao Cliente envolve as seguintes ações:
* Ouve atentamente e criticamente os clientes e transforma as informações
coletadas em base para desenvolvimento de ações estratégicas;
* Orienta os clientes, tendo total conhecimento do que está ocorrendo na Empresa;
* Envolve as diversas áreas internas da Empresa nas questões trazidas pelos
clientes, possibilitando o aperfeiçoamento dos produtos e serviços da Empresa;
* Realiza acompanhamento dos produtos antes e após o lançamento, analisando a
reação dos clientes, identificando e prevenindo eventuais problemas, repassando as
informações às áreas competentes da Empresa;
* Desenvolve atividades integradas com o Marketing: realização de pesquisas com
franqueados e clientes finais, divulgação das promoções e dos lançamentos, etc.
* Mantém contato periódico com órgãos de Defesa do Consumidor e participa de
associações e comitês da área de Atendimento ao Consumidor;
* Estabelece uma comunicação única e personalizada com os clientes,
independente da cidade de procedência e do assunto que gerou o contato;
* Facilita o acesso dos consumidores ao fabricante, solucionando reclamações com
rapidez e eficiência.
Foram utilizados os seguintes instrumentos:
3.4.2 Questionário fechado
Contando com parte de questões fechadas, buscamos através dele, identificar
o perfil desse profissional, Pedagogo, fora do contexto escolar, que serviu como
balizador na construção de parte da nossa análise de dados e o diretor da empresa
como relevância da sua postura frente esses profissionais no seu âmbito.
3.4.3 Questionário aberto
Estruturamos questões abertas, onde os sujeitos da pesquisa colocassem seu
ponto de vista e a sua realidade, o mesmo foi respondido na ausência do
pesquisador.
Este instrumento foi aplicado como uma forma de nos fornecer respostas com
maior objetividade e rapidez e serviram de parâmetros para analisarmos os dados
obtidos, confirmando ou discordando das argumentações utilizadas na nossa
fundamentação teórica.
No questionário os profissionais envolvidos foram solicitados a manifestar o
seu grau de conhecimento e convivência com um conjunto de proposições
referentes a relação entre sua atuação fora do âmbito escolar no caso da pedagoga,
como lidar com tais questões no seu ambiente e qual papel desenvolve ali.
Associando explicitamente se há existência de preconceito ou aceitação neste
ambiente. Sobre este recurso podemos citar que:
O questionário mostra-se eficiente, como sendo uma técnica útil para a obtenção de informações à cerca do que a pessoa sabe, crê ou espera, sente ou deseja pretende fazer faz ou fez, bem como a respeito de suas explicações ou razões para qualquer das coisas precedentes (SALTEZ, 1967).
O questionário é uma das técnicas empregadas para a obtenção de dados na
pesquisa qualidade, considerada uma das técnicas nas pesquisas sociais. Ele
permite saber as idéias, sentimentos, opiniões, conduta, comportamento sobre o que
aconteceu, acontece e poderá acontecer no futuro.
Diz- nos Gressler (1989) que:
Provavelmente a maior vantagem do questionário é a sua versatilidade. A maior parte dos problemas que exigem anonimato pode ser pesquisado por meio de questionário, uma vez que o mesmo assegura maior liberdade em expressar opiniões. (p. 72).
Assim, este instrumento valioso, permite saber as idéias, sentimentos,
opiniões, conduta, comportamento sobre o que aconteceu, acontece e poderá
acontecer no futuro.
CAPÍTULO IV
ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS
4. Procedimento da análise
Após a obtenção dos dados, através dos instrumentos de pesquisa:
entrevista semi-estruturada e aplicação dos questionários, fez-se uma triangulação
dos dados, buscando o aporte teórico para compreender e interpretar as falas dos
sujeitos entrevistados, buscando alcançar os objetivos desta pesquisa os quais
foram:
Segundo Ludke (1986):
Analisar os dados quantitativos significa “trabalhar” todo o material obtido durante a pesquisa, ou seja, os relatos de observação, as transcrições de entrevistas, as análises de documentos e as demais informações disponíveis. A tarefa de análise implica num primeiro momento, a organização de todo material, dividindo-o em partes, relacionando essas partes e procurando identificar nele tendências e padrões relevantes (p.45).
Entendemos assim que, para que uma pesquisa tenha um melhor
entendimento quanto aos dados recolhidos, é necessário que se faça a análise dos
relatos, confrontando as falas e tudo que for possível para destacar o que foi mais
importante no material obtido.
4.1 Perfil dos sujeitos – Questionário fechado
Os sujeitos pesquisados neste trabalho tratam-se um do sexo masculino e um
do sexo feminino. Este dado corresponde ao número de pessoas escolhidas para a
pesquisa, isto é, a pedagoga e o gerente da empresa.
Os profissionais pesquisados possuem nível superior completo, sendo estas
uma das exigências do atual e competitivo mercado de trabalho dos novos tempos.
4.1.2 Quanto ao setor/área e função de atuação
Dos dois (02) entrevistados, um refere-se a quem chamamos de “José” que
tem como função supervisionar os setores que envolve a dinâmica da empresa.
“Maria‟, a Pedagoga, desenvolve suas ações no setor - SINE BAHIA,
exercendo funções como a de atendente. Segundo Bezerra (2011), a função de
atendente, trata-se de uma atividade social mediadora que proporciona a interação
de diferentes sujeitos, visando responder a várias necessidades. O serviço de
atendimento se desenvolve em um contexto institucional, envolvendo dois sujeitos: o
funcionário (atendente) e o usuário. Podemos detectar aí, uma ação também
educativa, pois nesse serviço de atendimento há instrução e aprendizagem.
A Pedagoga atua também na área de Recursos Humanos, sua função é
construir estratégias de organização da empresa, gerindo e norteando os
colaboradores direcionando-os aos objetivos e metas das empresas.
4.1.3 Tempo de serviço
Em relação ao tempo de exercício na profissão o gerente já está nas suas
funções por quatro anos, enquanto que a pedagoga está atuando há dois anos. A
própria gerência do SAC, explicou-nos que, devido a própria política interna da
empresa há uma rotatividade e tempo de permanência temporário para algumas
funções.
A pedagoga embora tenha formação na área nunca trabalhou em espaços
escolares, suas experiências anteriores relacionam-se a áreas burocráticas das
empresas anteriores como: escrituraria caixa, auxiliar administrativo, recepção,
recursos humanos, etc, o que lhe confere maior identidade com o tipo de trabalho
que realiza na empresa.
Segundo Bayma, (2004, p.9) atualmente as empresas “estão voltadas para a
aprendizagem que buscam não apenas treinar os seus empregados, mas, antes de
tudo, criar um ambiente de aprendizagem contínua”, no qual as pessoas possam
criar, adquirir e transferir conhecimentos, de forma a refleti-los na vida pessoal e
profissional.
4.2 A atuação do pedagogo na empresa do ponto de vista dos gestores e
funcionários
Implica a partir daqui, a ênfase da nossa pesquisa, que se volta a identificar
que papel que o pedagogo assume no contexto da empresa pesquisada,
estabelecendo uma reflexão sobre o que a literatura aponta como sendo função ou
papel do pedagogo nestes espaços. A coleta de dados através da entrevista
semiestruturada, se fez de muita importância por possibilitar o “ouvir” como momento
em que os participantes da pesquisa refletem acerca daquilo que foi “observado”
pelo pesquisador, deixando que ele se aproxime de suas significações (OLIVEIRA
2006, p.21).
A pedagoga exerce na empresa pesquisada, funções que não seriam
necessariamente exercidas apenas pelo profissional da Pedagogia, pelo contrário,
qualquer pessoa que tenha apenas o nível médio, sendo bem preparada poderia
exercer. Ou seja, as concepções da vastidão da atuação do Pedagogo que
explanamos através de teóricos que contribuíram nas nossas reflexões, se
distanciam do que de fato acontece na referida empresa.
Ao analisarmos o que os vários autores ressaltam sobre como deve ser a
atuação do pedagogo e sua relevância fora do espaço escolar, mais
especificamente no campo empresarial está longe do que está ocorrendo na
empresa analisada, ou seja, a pedagoga que deveria estar mais engajada nos
processos de recrutamento, treinamento, planejamento, capacitação e
desenvolvimento do corpo funcional da empresa, como sugere Almeida (2006, p.6),
está desempenhando outras funções generalistas, como a de atendente, que não
deixa de ser uma ação educativa, mas como já dissemos, não é uma função
específica de um profissional da Pedagogia.
Não podemos afirmar se esta limitação diz respeito à própria política funcional
da empresa, ou se falta conhecimento mais aprofundado do que seria
verdadeiramente o papel do pedagogo no âmbito empresarial.
Apresentamos a seguir as categorias que nos permitiram refletir sobre tais
questões.
A importância do Pedagogo na empresa para a educação do trabalhador.
“Onde há pessoas trabalhando existe um campo aberto para ministrar a educação como um todo, desde a formação técnica, profissional ou humana em todas as suas áreas”. (Gestor – José)
Nesta fala encontramos o fator determinante para os principais motivos da
importância do Pedagogo no contexto empresarial, o reconhecimento do gestor em
entender os princípios da formação profissional do pedagogo, quando afirma ser a
empresa “um campo aberto para ministrar a educação”. Isto indica que na sua visão
a empresa desenvolve sim um trabalho educativo, com atuação mais abrangente do
que o treinamento técnico do passado.
Suchodolski (1977, p. 19) desenvolve esta idéia da seguinte forma:
O comprometimento da empresa com a educação e o desenvolvimento dos funcionários é uma necessidade das organizações que procuram a garantia do seu sucesso por um diferencial rápido e sustentável. Para criar este diferencial as organizações estão fazendo a gestão do conhecimento com ações de desenvolvimento que privilegiem atitudes, posturas e habilidades do seu capital intelectual e não apenas conhecimento técnico e instrumental. A universidade é considerada hoje, um diferencial imprescindível para as empresas que estão buscando vantagem competitiva pela única fonte sustentável: o seu capital intelectual.
De modo, levando-se em conta de que o papel da Pedagogia é promover
mudanças qualitativas no desenvolvimento e na aprendizagem das pessoas,
visando ajudá-las a se constituírem como sujeitos, a melhorar sua capacidade de
ação e as suas competências para viver e agir na sociedade e na comunidade são
muitos lugares e as modalidades de cumprimento dessa tarefa.
Analisemos ainda o que disse o Gestor/ José:
“As empresas podem ter objetivos específicos para atingir envolvendo um processo de aprendizagem entre os trabalhadores, o Pedagogo poderia contribuir buscando estratégias para melhor interação, tentando provocar mudanças nas pessoas, para que estas melhorem a qualidade do seu desempenho dentro da empresa. (Gestor – José) (Grifos meus).
“Como profissional pedagoga não vejo obstáculos em inserir os conhecimentos necessários para desenvolver uma ação educativa e humanística no meu setor de trabalho, o mesmo faria se estivesse atuando na área de educação”. (Pedagoga – Maria)
Tais comentários levaram-nos a conhecer mais de perto o perfil deste
profissional de educação, preparado a basicamente para atuar em escolas, mas
podendo atuar também em empresas, a identificar a sua formação, as atividades
desenvolvidas, as principais dificuldades encontradas para o exercício da profissão e
a contribuição que o educador pode dar à formação integral do trabalhador em um
ambiente cujos objetivos e interesses pela educação são tão diferentes, e até
divergentes, da educação escolarizada.
Analisando as colocações do gestor, podemos afirmar que muitas já são as
empresas que reconhecem a importância de se ter um Pedagogo por ser uma
formação com prática social da educação. Percebeu-se também que é mais
vantajoso e lucrativo manter um funcionário melhor qualificado, pois assim, o
motivará a crescer e a produzir mais dentro da própria empresa e na vida pessoal.
Reportamos-nos neste momento a Lopes (2006), que se estende neste
aspecto quanto à contribuição desse profissional dizendo:
“... nota-se que o campo de atuação do pedagogo está se ampliando, visto que este profissional poderá desenvolver ações relacionadas à educação, seja no ambiente escolar ou não-escolar, a função do pedagogo é desenvolver a formação humana dos indivíduos em diferentes lugares. Verifica-se que as transformações ocorridas na sociedade contemporânea descortinam a ação valiosa do pedagogo fora da instituição escolar, e para isso ele precisa estar atento para atender as necessidades que surgem junto às oportunidades. Ao pedagogo cabe visualizar a dimensão da aprendizagem para que sua intervenção produza resultados no outro, tornando sua ação produtiva, atendendo as expectativas da sociedade atual. (LOPES, 2006, p.74 apud RIBEIRO, 2007, p.11).
Então, podemos constatar que com as mudanças vividas na sociedade, que
a prática do pedagogo é considerada importante não somente no âmbito escolar,
mas em todas as instâncias em que haja a necessidade da prática educativa, pois
ele atua diretamente nos processos de aquisição e transmissão de saberes da
formação humana, contribuindo com o desenvolvimento de habilidades e
competências.
No entanto, o grifo feito na fala do gestor, nos leva a refletir que o papel do
pedagogo está sendo limitado. Quando ele diz que o Pedagogo „‟poderia‟‟ contribuir,
nos deixa claro que este profissional ainda não atua da forma como deveria, talvez
isto se dê pela própria formação do mesmo pelo curso oferecido que talvez não lhe
deu suporte para entender seus possíveis campos e formas de atuação ou por uma
limitação imposta pela própria empresa.
Como se pode, visualizar nesta fala seguinte.
Preocupo-me com o fato do pedagogo não conseguir construir a sua própria identidade e deixar levar-se por modismos ou pela força do sistema. Ser Pedagogo Empresarial ou Pedagogo do Trabalho é apenas uma questão de rótulo. O fato de exercer uma pedagogia do ajustamento do trabalhador aos interesses do capital não é prerrogativa apenas do Pedagogo Empresarial. Isto é um grande preconceito. É preciso construir a própria identidade independente de títulos e rótulos. Se sou educador de fato, tanto na empresa quanto na escola vou exercer a minha profissão e a minha missão com integridade e defender os valores humanos, o que não deveria ser apenas próprio do educador, mas de todos os cidadãos”. (Gestor – José)
Segundo este gestor, apesar dos objetivos da empresa serem diferentes dos
objetivos da escola, a pedagogia está tão presente nos meios escolares quanto
empresariais.
Saberes utilizados no trabalho necessários ao Pedagogo para atuação
nas organizações empresariais
“Todas as atividades que se desenvolvem na empresa passam pela administração geral. Assim, todas as atividades citadas anteriormente, já foram concebidas e planejadas pelos órgãos centrais, que pode delegá-las ao pedagogo para que sejam executadas”. (Gestor – José) “Atuar com respeito ao cidadão desde a informação clara e paciente dos documentos necessários para confecção da carteira de trabalho, até processo de assinatura do documento, levando-se em conta que boa parte do público apresenta dificuldades de escrita ou leitura. Incentivando-os ou elogiando-os”. (Pedagoga – Maria)
Sobre este questionamento, observamos que os sujeitos e em especial
relacionado à Pedagoga fizeram referências aos seus saberes de maneira casual e
espontânea, mas quando questionados diretamente, percebemos uma certa
dificuldade na elaboração das respostas, demonstrando que nem sempre é fácil
para eles teorizar a sua prática e formalizar seus saberes. Compreendemos a
dificuldade dos entrevistados, pois, segundo Saviani (1996, p.52), o “processo
educativo é um fenômeno complexo, tanto quanto nas formas de organização e
efetivação, quanto nas representações que dele fazem seus agentes”.
Nota-se nas falas dos sujeitos entrevistados que a Pedagoga não tem
autonomia nesta empresa, pois como ressalta o próprio gestor, tudo passa antes
pela administração geral. Percebemos também que a Pedagoga entende seu papel
apenas como mera atendente, pois sua resposta sobre este aspecto foge do que lhe
foi proposto responder. Percebe-se o acomodamento em desenvolver apenas
funções generalistas, ou talvez a saída do foco principal tenha sido imposta pela
própria empresa que aproveitou uma profissional da Pedagogia para outras funções,
isto sendo permitido pela mesma, talvez por ser mais cômodo aceitar o que a
empresa lhe impôs ou até mesmo por questão de ordem financeira, para assegurar
uma vaga no mercado de trabalho, ainda que fuja da sua formação e competência.
Conhecimentos adquiridos no curso realizado que auxiliam no
desempenho de suas atividades profissionais atuais:
“Entre vários e importantes conhecimentos, o curso me ensinou a procurar agir e atuar com competência, criatividade, compromisso e qualidade no meu tratamento a todas as pessoas. Essa forma de atuação é também importante e necessária em minhas atividades profissionais hodiernas”. (Pedagoga – Maria)
Segundo Saviani (1985), o pedagogo como preceptor possibilita
acessibilidade à cultura e sistematicamente, ou não, viabiliza uma ação
pedagógica em diversas modalidades e não apenas na área escolar. Ainda
hoje, a idéia de que o pedagogo é preceptor é evidente. Conforme a isso,
Meneses (1999), mostra que por meio de cursos de especialização, o
licenciado em Pedagogia pode habilitar-se em diversas áreas do
conhecimento e colaborar com a ação que envolve as relações interpessoais
dos profissionais inseridos nas Instituições. No entanto, a função do pedagogo
não se limita somente à docência.
Porém queremos aqui comentar um pouco da fala da Pedagoga, onde a
mesma superficializa os conhecimentos adquiridos ao longo do Curso que ela fez.
Podemos perceber em sua reposta que ela cita atitudes que todo profissional deve
ter como competência, compromisso e qualidade, em qualquer setor de trabalho,
mas não deixa claro suas reais contribuições como Pedagoga.
4.3 – Síntese da pesquisa Com base nas considerações desenvolvidas ao longo desta pesquisa, em
especial ressaltando o contexto onde a mesma se processou – SAC de Senhor do
Bonfim - BA, foi possível observar a importância da pesquisa para a descoberta de
novos olhares que nos permitam alcançar novos horizontes e que estes mesmos
nos levem a refletir a cada dia nossas ações educativas, independente de qual
contexto elas ocorram.
Este trabalho se propôs analisar e refletir a importância da atuação do
Pedagogo Empresarial na ação educativa organizacional dentro de uma empresa,
como parceiro dos demais profissionais nos setores da empresa. Tendo como viés a
abordagem do contexto macro, isto é, a Educação e a Pedagogia que se ocupa do
processo de ensino-aprendizagem nos ambientes organizacionais ou empresariais.
O que os dados nos revelaram através da experiência de um pedagogo que
exerce sua função fora do contexto escolar e como este encara sua contribuição
acerca do processo educativo dentro da empresa, foi muito importante. Entretanto
nos revelou um dado que nos surpreendeu: o fato de esta profissional, apesar de ter
sido admitida para atuar como Pedagoga no Espaço Empresarial, estar
desenvolvendo atividades e funções que qualquer outro profissional de outra área
poderia desenvolver. Ou seja, apesar de ser legítima a atuação do Pedagogo em
espaços não escolares, o que está ocorrendo na Empresa pesquisada foge deste
contexto.
Também conhecer a visão do gestor sobre a atuação profissional do Pedagogo
na empresa, leva-nos a inferir que é relevante a missão e a postura do educador
construídas ao longo de sua formação acadêmica e posteriormente profissional, que
fazem da prática educativa desenvolvidas por eles nas empresas ser bem sucedida
e requerida pelas empresas. No caso do gestor envolvido na pesquisa, o mesmo
contribui relevantemente, pois apesar de ter formação em Administração nos
mostrou mais sensato do que a própria Pedagoga em relação às suas
compreensões à cerca dos questionamentos propostos.
É necessário que se reavalie ou especifiquem a verdadeira contribuição do
Profissional Pedagogo nos ambientes empresariais, pois o que notou-se nesta
pesquisa, embora tenha sito um único estudo de caso, é que o pedagogo está
meramente „‟aproveitado‟' em outras funções.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sintetizando o que foi apresentado como resultado, ressaltamos que a
Pedagogia Empresarial nos dá suporte tanto em relação à estruturação das
mudanças quanto em relação à ampliação e à aquisição de conhecimento no
espaço organizacional. O papel de mediação exercido pelo pedagogo propiciará um
melhor discernimento quanto às necessidades educativas de sua Organização,
planejando cada atividade com clareza, identificando o que de fato, constitui-se
como prioridade.
Sendo a educação uma relação de influencias entre pessoas, há sempre uma
intervenção voltada para fins desejáveis do processo de formação, conforme opções
do educador quanto à concepção de homem e sociedade, ou seja, existe sempre
uma intencionalidade educativa, implicando escolhas, valores, compromissos
éticos. O campo educativo é bastante vasto, porque a educação ocorre no trabalho,
na família, na rua, na fábrica, nos meios de comunicação, na política.
A Pedagogia empresarial, nessa dimensão, vem se constituindo, portanto, em
um dos campos de trabalho do pedagogo, porem ainda é pouco disseminada e por
isso as pessoas desconhecem as diversas possibilidades desse profissional.
Acreditamos que a principal função da pedagogia é qualificar o profissional para
atuar na concepção de conhecimentos, fundamentando-se no desenvolvimento de
processos e ações que tenham como efeito o êxito do processo ensino-
aprendizagem, seja na esfera escolar ou em outras áreas como no campo
empresarial.
Não somente as escolas são beneficiadas pelas atividades pedagógicas,
mas principalmente as organizações e empresas, pois as demandas dessas
instituições e a necessidade de se adquirir informações novas e diferenciar as
maneiras e atuação vem crescendo muito.
O profissional da Pedagogia pode proporcionar grande contribuição no interior
de uma empresa, ajudando no desenvolvimento dos demais profissionais
colaborando para o crescimento geral da empresa. Ele é o principal responsável
pelo projeto e ações que resultam na aprendizagem e aprimoramento dos
conhecimentos.
O pedagogo exerce sua função dentro dos interesses empresarias em cada
momento especifico, sendo um agente educacional dentro da empresa. Almeida
(2006, p. 06) reforça, “a educação assume grande relevância perante a
reestruturação do mundo do trabalho”. A prática do pedagogo precisa ser baseada
numa ação educativa e pedagógica de aconselhamento, assumindo assim postura
humanizada, reconhecendo o potencial de cada colaborador e buscando suportes
para desenvolvê-lo. Isto leva o pedagogo a ser visto como referencia na empresa.
Porém queremos aqui levantar alguns questionamentos que este trabalho não
deu conta de nos responder, mas que poderão ser temas de novas pesquisas
futuramente. Diante de vários campos de atuação para os pedagogos, pudemos
analisar que a estes são dadas funções generalistas, ou seja, que podem ser
desempenhadas por outros profissionais e não apenas por Pedagogos, desvirtuado
assim sua formação, suas competências e suas reais funções, portanto as
perguntas que ficam aqui para serem refletidas:
Não existe campo teórico mais consistente que ajude a delimitar, clarear ou
até mesmo ampliar o papel do Pedagogo nas empresas e por isto suas funções nem
sempre correspondem ao que lhe é específico?
Ou a política diferenciada de cada empresa é que vai delimitar o perfil e as
funções do Pedagogo?
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ANEXOS ANEXO I – QUESTIONÁRIO FECHADO APLICADO AOS SUJEITOS
ANEXO II – QUESTIONÁRIO ABERTO APLICADO AOS SUJEITOS
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VII SENHOR DO BONFIM
ANEXO I
QUESTIONÁRIO FECHADO APLICADO AOS SUJEITOS
Tema do trabalho: O PEDAGOGO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES OU EM ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS
Prezado (a) Senhor (a): Este questionário faz parte de uma pesquisa que estamos realizando a fim de
coletar dados e informações muito importante para o desenvolvimento deste
trabalho. Esperamos contar com sua preciosa colaboração, para que possamos
compreender esta realidade.
Muito obrigada!
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PESQUISADO:
Nome:
Telefone e email para contato:
Instituição de Graduação / Ano de conclusão:
Pós-Graduação:
Instituição:
Empresa na qual trabalha:
Tipo de empresa:
Setor / Área e Função atual:
Tempo na função:
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VII SENHOR DO BONFIM
ANEXO II
QUESTIONÁRIO ABERTO APLICADO AOS SUJEITOS
Tema do trabalho: O PEDAGOGO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES: UM ESTUDO DE CASO NO SAC-SENHOR DO BONFIM
Prezado (a) Senhor (a):
2. INFORMAÇÕES:
1. Como você iniciou a sua carreira profissional?
2. Você atuou em escolas antes de trabalhar em empresas?
3. Há quanto tempo você trabalha em organizações empresariais?
4. Antes da função atual, em quais áreas e funções você trabalhou?
5. Sua área de trabalho atual relaciona-se à educação do trabalhador?
6. Quais as atividades que você desenvolve, atualmente, na empresa em que
trabalha?
7. Quais dificuldades você enfrentou para o exercício de sua função atual?
ROTEIRO PARA A ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA
1. Qual a sua opinião sobre a empresa como um espaço educativo para o
trabalhador?
2. Qual a contribuição do Pedagogo na empresa para a educação do trabalhador?
3. Você se considera um Pedagogo Empresarial ou um Pedagogo do Trabalho?
4. Quais os saberes que você utiliza em seu trabalho e considera necessários ao
Pedagogo, para atuar na prática educativa nas organizações empresariais e
como foram adquiridos?
5. Quais os conhecimentos adquiridos no curso de Pedagogia e nos demais cursos
realizados, o auxiliam no desempenho de suas atividades profissionais atuais?