MONITORAMENTO HIDROLÓGICO
2014
Boletim No. 09 – 07/03/2014
Boletim de acompanhamento - 2014
1. Figura 01: Mapa de estações estratégicas
2. Comportamento das Estações monitoradas
De acordo com a figura 02 e as tabelas I e II, em termos estatísticos, verificamos:
Bacia do Javari – estações monitoradas em período de enchente.
Bacia do Purus – estações monitoradas em pico de enchente, o nível do Rio Acre em Rio Branco – AC está 54 cm acima da cota de transbordamento.
Bacia do Negro – no Porto de Manaus, o Rio Negro encontra-se com nível abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.
Bacia do Solimões – estações monitoradas em processo de enchente com níveis normais para o período.
Bacia do Amazonas – estações monitoradas apresentando níveis elevados em reflexo da cheia histórica registrada no Rio Madeira.
Bacia do Madeira – em Humaitá (05/03/14), o Rio Madeira ultrapassou o nível máximo registrado na cheia histórica do ano de 1993 (2458 cm) para esta estação. Alertamos que a situação de enchente acima da média está ocorrendo em toda a bacia do Rio Madeira.
Salientamos que os níveis d’água apresentados na coluna “informação mais recentes” da tabela podem eventualmente ser alterados em função de verificações “in loco” realizadas pelos Técnicos em Hidrologia que operam trimestralmente a rede hidrometeorológica, ocasião em que são executados os trabalhos de manutenção das estações, bem como o nivelamento das réguas.
Figura 02: Mapa da situação dos níveis atuais
Tabela I: Quadro das Cotas nas Estações de Monitoramento Hidrológico – Enchente
ESTAÇÃO RIO
Enchente Máxima Comparação com mesmo
período da maior enchente (cm) Informação mais
recente
Data da Máxima
Cota (cm)
atingida
Relação com a cota atual (cm)
Data Cota (cm)
Relação com a cota atual (cm)
Data Cota atual (cm)
Palmeiras do Javari Javari 17/03/1993 1692 -304 07/03/1993 1617 -229 07/03/2014 1388
Eirunepé Montante Juruá 04/04/1986 1731 - n/disp - - n/disp -
Gavião Juruá 06/05/1986 1488 - n/disp - - n/disp -
Vila Bittencourt Japurá 29/06/1989 1526 - n/disp - - n/disp -
Rio Branco Acre 14/03/1997 1766 -312 07/03/1997 1590 -136 07/03/2014 1454
Boca do Acre Purus 23/02/1971 2183 -317 06/03/1971 2050 -184 06/03/2014 1866
São Gabriel da Cachoeira Negro 20/07/2002 1217 -451 06/03/2002 686 80 06/03/2014 766
Tapuruquara (S.I.R. Negro)
Negro 02/06/1976 890 -497 06/03/1976 392 1 06/03/2014 393
Barcelos Negro 13/06/1976 1032 -666 07/03/1976 398 -32 07/03/2014 366
Moura Negro 06/07/1989 1544 -636 06/03/1989 1023 -115 06/03/2014 908
Boa Vista Branco 08/06/2011 1028 -966 26/02/2011 310 -248 26/02/2014 62
Caracaraí Branco 09/06/2011 1114 -906 06/03/2011 273 -65 06/03/2014 208
Tabatinga Solimões 28/05/1999 1382 -348 06/03/1999 1242 -208 06/03/2014 1034
Itapeuá Solimões 03/06/2012 1765 -435 06/03/2012 1473 -143 06/03/2014 1330
Manacapuru Solimões 01/06/2012 2068 -484 06/03/2012 - - 06/03/2014 1584
Careiro Pr. do Careiro
30/05/2012 1743 -616 31/01/2012 1182 -55 31/01/2014 1127
Manaus Negro 29/05/2012 2997 -495 07/03/2012 2656 -154 07/03/2014 2502
Parintins Amazonas 17/06/2009 938 -268 06/03/2009 738 -68 06/03/2014 670
Humaitá Madeira 17/04/1993 2458 10 06/03/1993 2414 54 06/03/2014 2468
Tabela II: Quadro das Cotas nas Estações de Monitoramento Hidrológico – Vazante
ESTAÇÃO RIO
Vazante Máxima Comparação com mesmo
período da maior vazante (cm) Informação mais
recente
Data da Mínima
Cota (cm)
atingida
Relação com a cota atual (cm)
Data Cota (cm)
Relação com a cota atual (cm)
Data Cota atual (cm)
Palmeiras do Javari Javari 31/08/1991 365 1023 07/03/1991 1499 -111 07/03/2014 1388
Eirunepé Montante Juruá 10/09/1995 143 - n/disp - - n/disp -
Gavião Juruá 09/10/2005 -97 - n/disp - - n/disp -
Vila Bittencourt Japurá 04/02/1985 314 - n/disp - - n/disp -
Rio Branco Acre 11/04/2011 150 1304 07/03/2011 605 849 07/03/2014 1454
Boca do Acre Purus 07/10/1998 349 1517 06/03/1998 1639 227 06/03/2014 1866
São Gabriel da Cachoeira Negro 07/02/1992 330 436 06/03/1992 673 93 06/03/2014 766
Tapuruquara (S.I.R. Negro)
Negro 13/03/1980 28 365 06/03/1980 52 341 06/03/2014 393
Barcelos Negro 18/03/1980 58 308 07/03/1980 92 274 07/03/2014 366
Moura Negro 12/12/2009 235 673 06/03/2009 1113 -205 06/03/2014 908
Boa Vista Branco 08/03/2003 10 52 26/02/2003 14 48 26/02/2014 62
Caracaraí Branco 24/03/1998 -10 218 06/03/1998 9 199 06/03/2014 208
Tabatinga Solimões 11/10/2010 -86 1120 06/03/2010 944 90 06/03/2014 1034
Itapeuá Solimões 10/04/2010 131 1199 06/03/2010 1196 134 06/03/2014 1330
Manacapuru Solimões 04/11/1997 495 1089 06/03/1997 1445 139 06/03/2014 1584
Careiro Pr. do Careiro
07/04/2010 125 1002 31/01/2010 970 157 31/01/2014 1127
Manaus Negro 24/10/2010 1363 1139 07/03/2010 2328 174 07/03/2014 2502
Parintins Amazonas 29/10/2010 -188 858 06/03/2010 529 141 06/03/2014 670
Humaitá Madeira 01/10/1969 833 1635 06/03/1969 1967 501 06/03/2014 2468
3. Dados climatológicos (SIPAM)
Anomalia e Acumulado de Precipitação
Figura 03 (a, b) – Precipitação acumulada para 28 dias do mês de fevereiro na Amazônia
Legal.
Fonte: http://www.cpc.ncep.noaa.gov (dados processados na DIVMET –MN)
A climatologia de precipitação da Região Amazônica durante o mês de
fevereiro mostra um aumento gradativo das chuvas no Amapá, nordeste do
estado do Pará e norte do Maranhão, com a presença da Zona de Convergência
Intertropical passando a ocupar sua posição climatológica. Os valores mínimos de
chuva são encontrados no norte do Amazonas, noroeste do Pará e no estado de
Roraima.
A Figura acima mostra a precipitação acumulada para 28 dias de fevereiro,
indicando a distribuição de precipitação acumulada (à direita) e anomalia (á
esquerda). Durante o período, foi observado acumulado de precipitação na área
oeste (regiões do Alto e Médio Rio Solimões) nordeste do Amazonas e na região
do Médio Rio Madeira, porções oeste (Médio Rio Tapajós), calha do Rio Xingu e
no litoral paraense, setor sul do Amapá e por fim, no oeste do Mato Grosso onde
houve registros de precipitação na ordem de 300 a 450 mm. No norte do estado
de Roraima, foram registrados baixos valores de precipitação acumulada na
ordem de 20 mm, próximos da climatologia.
Em relação à anomalia é possível observar que os padrões de seco ou
muito seco foram, registrado no sul do Amazonas, norte de Rondônia, norte de
Roraima, norte do Amapá, nordeste do Pará, noroeste (fronteira com o
Amazonas) e centro-norte do Mato Grosso e no leste do Tocantins. Já em relação
aos padrões de chuvoso ou muito chuvoso é observado no oeste e noroeste do
Amazonas, Médio e Baixo Rio Xingu e litoral paraense, sul do Amapá e sudoeste
do Mato Grosso.
Figura 04 - Anomalia semanal de TSM (°C) fevereiro de 2014.
Fonte: Dados do NWS/CPC processados pelo SIPAM.
A Figura 04 apresenta o padrão oceânico semanal observado em janeiro
de 2014. As áreas monitoradas na região do Pacífico Equatorial mostram que as
anomalias negativas de TSM na costa oeste da América do Sul apresentaram
expansão, este padrão embora persistente tem variado muito tanto em área
quanto em intensidade.
A bacia do Atlântico Tropical, tanto Norte quanto Sul, tem apresentado
condições de neutralidade. No Atlântico Sul, persistentes anomalias positivas de
TSM tem sido observadas, modulando o clima na porção sul da Amazônia, visto
que este cenário contribui para o posicionamento de sistemas frontais/ZCAS mais
ao sul e oeste, reduzindo, portanto, o volume de chuvas em grande parte da
Amazônia, estes eventos associados à atuação da Alta da Bolívia, serão fatores
determinantes da precipitação sobre a região no trimestre março, abril e maio de
2014.
Fonte: http://wxmaps.org/pix/clim.html
Figura 05 - Prognóstico climático para o período 06 a 14 de Março de 2014.
Segundo o COLA (Center for Ocean-Land-Atmosphere Studies), o
prognóstico de precipitação para o período de 06 a 14 de março indica a
possibilidade da atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul sobre o
Brasil, podendo gerar acumulados de precipitação sobre o Amazonas, Pará,
Tocantins, Mato Grosso, Rondônia, sul do Acre e sobre áreas do Peru e Bolívia,
nascente dos Rios Purus, Madeira e Juruá.
No período de 14 a 22 de março de 2014, o prognóstico indica a
possibilidade da atuação da Zona de Convergência Intertropical podendo gerar
acumulados de precipitação sobre os estados do Acre, Rondônia, Amazonas,
Pará e norte do Maranhão e sobre áreas da Colômbia e Peru, próximo as
nascentes do Rio Solimões.
4. Cotagramas
Rio Negro em Manaus – 14990000
Curvas envoltórias das cotas diárias observadas em Manaus – 14990000
Gráfico 01: Cotagrama do Rio Negro em Manaus. Cota em 07/03/2014: 25,02 m
Obs.: As cotas indicadas no gráfico acima são valores associados a uma
referência de nível local e arbitrária, válida para a régua linimétrica da estação.
Para referência ao nível do mar, devem ser subtraídos 7,00 m às cotas lidas na
régua.
Nº de ordem
Ano Cota máxima (cm)
Mês
1 2012 2997 Maio
2 2009 2977 Julho
3 1953 2969 Junho
4 1976 2961 Junho
5 1989 2942 Julho
Tabela IV: Maiores Cheias no Porto de Manaus
Cheia máxima: 29 de maio de 2012 Cota: 29,97 m
As curvas envoltórias representam os valores máximos, mínimos e de 10%
e 90% de permanência para os valores de cotas já ocorridos em cada dia do ano.
Os valores associados à permanência de 10% ou 90% são os valores acima dos
quais as cotas observadas estiveram em 10% ou 90% do tempo do histórico de
dados. A zona de atenção para o período de cheia corresponde à faixa entre 10%
de permanência e o valor máximo já ocorrido. Para o período de vazante, a zona
de atenção corresponde à faixa entre 90% de permanência no histórico e o valor
mínimo já ocorrido.
Características das cheias e vazantes em Manaus – 14990000
Gráfico 02: Distribuição histórica (%) de cotas máximas e mínimas (atualizado até 2013).
Na série histórica das cotas em Manaus, 74,77% tiveram o valor máximo
anual no mês de junho, 18,92% em julho e 6,31% em maio e 42,86% tiveram o
valor mínimo anual no mês de outubro, 34,82% em novembro, 10,71% em janeiro,
9,82% em dezembro e 0,89% nos meses de fevereiro e setembro.
Gráfico 03: Cotagrama com as cheias e vazantes observadas em Manaus no período 1903 - 2013.
Gráfico 04: Cotagrama das maiores cheias observadas em Manaus no período 1903-2013 comparadas com o ano 2014.
4.1. Bacia do Rio Javari
Cota em 07/03/2014: 13,88 m
Atualização não disponível
4.2. Bacia do Rio Juruá 4.3. Bacia do Rio Japurá
Atualização não disponível
(obs: dados corrigidosde acordo com banco de dados da ANA)
Atualização não disponível
4.4. Bacia do Rio Purus 4.5. Bacia do Rio Negro
Cota em 07/03/2014: 14,54 m
Cota em 06/03/2014: 7,66 m
Cota em 06/03/2014: 18,66 m
Cota em 06/03/2014: 3,93 m
4.5. Bacia do Rio Negro (cont.)
Cota em 07/03/2014: 3,66 m
Cota em 26/02/2014: 0,62 m
Cota em 06/03/2014: 9,08 m
Cota em 06/03/2014: 2,08 m
4.5. Bacia do Rio Negro (cont.)
Cota em 07/03/2014: 25,02 m
Cota em 06/03/2014: 13,30 m
4.6. Bacia do Rio Solimões
Cota em 06/03/2014: 10,34 m
Cota em 06/03/2014: 15,84 m
4.7. Bacia do Rio Amazonas 4.8. Bacia do Rio Madeira
Cota em 06/03/2014: 6,70 m
Cota em 06/03/2014: 24,68 m
Cota em 31/01/2014: 11,27 m
Os dados hidrológicos utilizados neste boletim são provenientes da rede hidrometeorológica de responsabilidade da Agência Nacional de Águas, operada pelo Serviço Geológico do Brasil e os dados de climatologia foram fornecidos pelo SIPAM.
Manaus, 07 de março de 2014.
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Marco Antônio de Oliveira
Superintendente Regional da CPRM/Manaus
CPRM – Serviço Geológico do Brasil