Modo de Vida e Mapeamento participativo na Vila Maiauatá (Igarapé Miri –PA)
Pedro Gabriel Barata Monteiro1
Thiago Maciel Vilhena2
Christian Nunes da Silva3
Rosemildo Santos Lima4
Resumo
O Trabalho Feito na Vila Maiauatá visava analisar de forma mais incisiva a
questão do modo de vida, a relação homem com a natureza, observar as praticas de
sobrevivência das populações tradicionais além de mostrar a como o morador ribeirinho
se espacializa no seu lugar, foi necessária incursões a campo e um estudo prévio com
embasamento em autores clássicos no assunto abordado no trabalho, e se percebeu em
dados e na observação de campo a importância do açaí na economia e na cultura.
Palavras – Chaves
Cartografia Social, Mapeamento Participativo, Vila Maiauatá.
Introdução
O trabalho objetiva fazer uma analise do modo de vida dos moradores da Vila
Maiauatá. Inicialmente foram realizados leituras e discursões de texto de apoio para
embasar teoricamente as pesquisas de campo previstas. Somadas a pesquisa
bibliográfica, as discursões feitas com o orientador e a pesquisa de campo foram de
importância para a construção do conhecimento sobre a temática estudada e por sua vez
1 Graduando do curso de Geografia da Universidade Federal do Pará do ano 2011, bolsista do Grupo
Acadêmico de Produção do Território e Meio Ambiente na Amazônia (GAPTA) 2Graduando do curso de Geografia da Universidade Federal do Pará do ano 2013, bolsista do Grupo
Acadêmico de Produção do Território e Meio Ambiente na Amazônia (GAPTA) 3 Professor do curso de Geografia da Universidade Federal do Pará
4 Professor da Escola Tenente Rego Barros e Mestrando do curso de Geografia da Universidade Federal
do Pará
vem possibilitando a cartografia do lugar e a percepção da importância do mapeamento
participativo na construção de uma cartografia social, que envolve o conhecimento
técnico, cientifico e os conhecimentos das populações tradicionais da Vila Maiauatá.
Para podermos chegar aos resultados satisfatórios para nossa pesquisa foram
determinados as seguintes metodologias para auxiliar as pesquisas: 1) Levantamento
bibliográfico e pesquisa da documentação em órgãos públicos; 2) Pesquisa de campo,
através da observação e participação, com questionários; 3) Implantação de oficinas
sobre cartografia social e mapeamento participativo; 4) Elaboração de tabelas e outros
dados estatísticos e; 5) Sistematização e correlação dos dados coletados com o auxilio
de mapas já confeccionados, com o objetivo de fundamentar pesquisas posteriores. Este
entendimento será possível por meio da elaboração de mapas participativos e temáticos
sobre os usos dos recursos e as estratégias de sobrevivência que são utilizadas pelas
populações que participam da analise.
O município de Igarapé-Miri localiza-se à margem direita do rio homônimo e é
reconhecido, localmente, como a “Capital do Açaí”. Está situado na região do baixo
Tocantins, há 78 Km de distancia da capital paraense (Belém). Possui, de acordo com o
IBGE (2010) cerca de 58.077 habitantes e é um município que tem a maior parte de sua
população vivendo na área rural perfazendo um total de 31.872 habitantes, enquanto que
na zona urbana são 26.205 são habitantes. Procuramos fazer o estudo das populações
tradicionais e seu modo de vida com a aplicação das técnicas de cartografia e de
mapeamento participativo.
Desta forma, a representação e o mapeamento dos usos dos recursos por
populações tradicionais são de grande importância para a compreensão do que estamos
chamando de estratégias de sobrevivência. Na incursão a campo foi posto como
primeiro passo de analise os aspectos gerais da produção e comercialização do açaí.
Inicialmente, como proposto pelos pesquisadores, foi feito uma viagem para
reconhecimento do local e uma analise previa da situação dos moradores ribeirinhos que
produzem o açaí. Nessa pesquisa de campo foram coletados pontos geográficos
utilizando um aparelho de GPS, para podermos posteriormente produzir um mapa da
viagem de campo(Figura 1). Foi bom observar também de que forma a população que
depende exclusivamente do açaí sobrevive na época em que o fruto não está pronto para
a retirada.
Figura 1
Monteiro (2013)
A conversa com os próprios moradores do local, fez com que novos
questionamentos fossem levantados e assim colocados como propostas para estudos. É
importante falar que parte da equipe mora na área urbana e que a noção de morador
tradicional que temos no meio urbano é diferente do real, pois eles têm acesso as
tecnologias e a informação que temos e acesso da mesma maneira, por isso está sendo
fundamental as diferenças entre modos de vida, em que as comunidades tradicionais não
devem ser vistas como atrasadas ou alienadas, mas sim com um modo de vida e
costumes diferentes dos modos de vida estritamente urbanos.
Modo de Vida e as Representações Espaciais
O principal conceito a ser utilizado no trabalho é o modo de vida, logico
embasado pelos conceitos bases da geografia como o meio em que ele vive, o conceito
de modo de vida se torna necessário.
Inicialmente o conceito trabalhado por La Blache em seu livro Geografia
Humana nos mostra como essa adaptação e modificação do meio foi necessário para
evolução do homem que passou de nômade para povo que vive e cria um habitat
utilizando os recursos do lugar de maneira mais racional fazendo com que esses
recursos se perpetuem.
Após se analisar a questão da relação do homem com o meio na questão mais
básica que é a sobrevivência vai se criando outros modos de relação entre os homens,
agora utilizando o meio como instrumento de dominação, aqueles que inicialmente por
meio da força e com o passar do tempo o dinheiro e influencias politicas, foi se
anexando um novo elemento no lugar que se habitava que é poder, com questão poder
em voga era necessário delimitar até onde chegava o poder de um determinado homem
ou grupo com isso começou a surgir um novo elemento, uma evolução do conceito de
espaço se tornando um território segundo o conceito de Claude Raffestin.
Levando em consideração o autor Max Sorre que nos traz uma concepção do
homem, que é a relação e adaptação do homem ao meio, não apenas levando em
consideração o conceito topográfico, mas sim todo o complexo que interage com o ser
humano no ambiente.
Esses elementos que o homem tem que se adaptar é específico em cada área do
globo terrestre por isso o homem cria artifícios diferentes para sobreviver a essas
intempéries.
O primeiro elemento a interferir na vida do homem é o chamado complexo
climático, esse complexo pode-se entender como todas as eventualidades que ocorrem
no mundo antes até mesmo da existência do homem esses eventos são de ordem natural
e por muitas vezes o homem não consegue interferir ou evitá-los entre esses ações estão
a variação de temperatura, a diferença de pressão atmosférica, a radiação solar, a
precipitação entre outros. Um exemplo comum é comparar um esquimó que vive
próximo aos pólos e um aborígine africano que vive em uma savana, eles vivem em
lugares com características diferentes por isso exigindo do homem diferente meios de se
adaptar ao meio, variam a alimentação dele, suas vestimentas, sua moradia tudo para
sobreviver ao ambiente e posteriormente gerar um conforto para vida do ser humano.
Outro complexo que interfere no ser humano é o complexo vivo, que são todas
as outras espécies de seres vivos que rodeiam o homem em seu território, entres esses
estão os microrganismos, as plantas e animais, esse que se diferenciam do homem por
não possuir a razão disputam com ele pela soberania do local, inicialmente o homem
teve uma relação direta com as plantas devido a sua origem primata fazendo com que
ele se alimentasse inicialmente de vegetais e sementes também nesse período o homem
se relaciona com as outras espécies animais tendo uma relação de presa e caçador pelo
fato do ser humano não possuir naturalmente nenhuma arma em seu corpo como dentes
afiados, garras ou ferrões por isso inicialmente o ser humano vivia escondido em
cavernas mais com o passar do tempo e com a evolução do cérebro humano este
consegui criar instrumentos que permitiriam defender-se de outros seres vivos as armas
foram peça fundamental para mudança do ser humano de presa para caçador e de
herbívoro para carnívoro outra evolução importante foi de modo de vida do ser humano
que anteriormente era nômade e passou a se firma em um determinado território isso se
deve ao fato do homem viver inicialmente da coleta de alimentos por isso tento que se
deslocar de um lugar em que tenha se esgotado o recurso, mas com a evolução das
ferramentas também surgiu a evolução do conhecimento do homem com as outras
espécies inicialmente das plantas o que permitiu o homem cultivá-las fazendo assim
esse recurso durar por muito mais tempo a outra evolução foi a criação das armas e o
descobrimento do fogo como recurso que permitiu tanto proteger as áreas ocupadas
quanto permanecer nelas mesmo em períodos de grande friagem.
O terceiro e talvez o mais presente na vida do homem até hoje é a relação do
homem com outro homem, chamada de complexo social, desde que o ser humano
surgiu no mundo ele vive no mesmo regime que vive os outros diversos animais no
regime de grupos ou bandos torna mais fácil a defesa do grupo, a busca por alimento e a
reprodução sendo assim desde sua origem o homem se relaciona desse modo com a
mudança que o homem passou de nômade para ocupante de um território essas relações
forma aumentando ainda, pois ao ocupar uma área eles deveriam dividir as tarefas de
acordo com suas determinadas aptidões como por exemplo um homem forte seria
responsável pela caça, um mais habilidoso seria responsável pela coleta de alimentos ou
pela pesca, assim por diante.
Modo de Vida e Mapeamento Participativo na Vila Maiauatá (Igarapé Miri – PA)
Na incursão a campo foi posto como primeiro passo de análise os aspectos gerais
da produção e comercialização do açaí, inicialmente como proposto pelos pesquisadores
foi feito uma viagem para reconhecimento do local e uma análise mesmo que previa da
situação dos moradores ribeirinhos que produzem o açaí na viagem também foram
coletados pontos utilizando um aparelho de GPS para poder posteriormente produzir-se
um mapa da viagem de campo.
Nós ficamos alocados em uma casa de um casal que reside na beira do rio
Maiauatá eles vivem exclusivamente da produção de açaí para venda, e como todo
ribeirinho seu principal meio de transporte são pequenas embarcações e canoas em
conversar com os moradores nós podemos a principio vislumbrar a simplicidade e
receptividade dos anfitriões.
No que tange ao açaí de fato nos foi informado que o açaí das áreas dos
ribeirinhos é nativo e que a própria natureza se encarrega de renovar os açaizais que
quando um vento forte atinge a arvore ele sacode e deixa cair ao chão às sementes que
adentram o solo produzindo novos açaizeiros a única intervenção ainda que pouca dos
coletores de açaí e quando uma nova muda nasce eles tiram arvores maiores que possam
fazer sombra para planta recém- geminada.
Outro fato interessante foi às mobilizações dos moradores da área que como
relatos dos moradores que nos receberam era muito difícil, pois não havia energia
elétrica, sinal telefônico subsídios alimentícios entre outros isso se deve também pela
criação de associações entre os moradores da área eles também nos falaram que outro
produto coexiste a produção do açaí que é o palmito que não chega nem perto ao lucro e
produção do açaí mais complementa a renda de alguns moradores e no e em algumas
áreas de região do Maiauatá pode se encontrar algumas fabricas de palmito.
De volta a casa recebemos a visita de um representante da Associação Mutirão
que foi a primeira a surgir na região da Vila Maiauatá ela surgiu pelo fato de os
engenhos de cana de açúcar na obterem mais lucro os moradores da Vila ficaram sem
ter um rumo para tomar eles então se unirão e criaram essa associação para ajudar uns
aos outros na busca de uma solução para o esse problema e foi no açaí que se encontrou
uma solução.
Ao questiona-lo sobre o fato do município de Limoeiro do Ajuru ser considerado
o maior produtor de açaí do Brasil ele nos apresentou uma resposta que é desde que a
produção passou a ser fiscalizada de perto houve advento da nota fiscal que registrava o
valor e a quantidade de açaí produzido e vendido e pelo fato de muitos produtores de
açaí buscar um lucro direto com a empresa acabam vendendo seu produto sem o
reconhecimento legal acabam deixando de registrar o açaí levando a uma “diminuição”
na produção de açaí oficialmente uma problemática exposta pelo representante da
associação é essa falta de unidade entre os produtores de açaí muitas vezes eles
negociam um valor menor ao de mercado e dos outros produtores, outro problema é a
incursão do açaí plantado que segue um ritmo de crescimento diferente ao do natural os
produtores do açaí plantado vão ter o produto enquanto a maioria dos produtores não
vai possuir produção fazendo com que o preço do açaí aumente houve como disse o
associado um grande fluxo migratório de saída na década de 80 devido ao fim dos
engenhos de cana de açúcar e que hoje se vive a fator inverso devido às melhorias das
condições de vida infraestruturas e a elevação de importância do produto no mercado
nacional e mundial como visto na tabela a seguir os principais produtores de açaí do
Pará entre 2004 e 2011 (Tabela 1).
Tabela 1
Posição dos municípios que mais produzem açaí ao ano
Ano
1°
2°
3°
4°
5°
6°
7°
8°
9°
10°
2004 Ponta
de
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s
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2006 Limoei
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Muaná
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2007 Limoei
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do Pará
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2008 Limoei
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Ajuru
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Muaná
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Miri
Mocajuba S.Miguel do
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2009 Limoei
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Ajuru
Ponta de
Pedras
Oeiras
do Pará
Muaná
S.
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Igarapé-
Miri
Mocajuba S.Miguel do
Guamá
Afuá Inhangapi
2010 Limoei
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do Pará
Muaná
S.
Sebastiã
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Miri
Mocajuba S.Miguel do
Guamá
Afuá Inhangapi
Vista
2011 Limoei
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Ajuru
Ponta de
Pedras
Oeiras
do Pará
Muaná
S.
Sebastiã
o da Boa
Vista
Inhangapi Mocajuba Igarapé-
Miri
S. Miguel
do Guamá
Afuá
Fazendo uma analise sobre a estrutura urbana da Vila Maiauatá percebemos que
de fato se tem um inicio de urbanização por mais que até pareça desordenada é
necessária essa evolução para dar subsídios às pessoas que residem e para o próprio
lugar que receba atenção maior no cenário econômico. Tendo em vista isso não
podemos nunca esquecer o meio natural à vida dos moradores das beiras de rio que
ainda continuam alheios a essa realidade por mais que a globalização esteja presente na
vida dele hoje cada um possui uma televisão em casa assiste telejornais, novelas,
noticias esportivas, hoje muitos possuem antenas parabólicas que possibilitam efetuar
ligações, é a coexistência do novo e do velho.
Na proposta da segunda incursão a campo estava como principal objetivo, além
da observação do local como na primeira viagem, fazer entrevistas com alguns
moradores para se obter informações mais concretas sobre os assuntos a serem
analisados pelos pesquisadores. O percurso para se chegar a Vila Maiauatá continua
muito difícil pela precariedade da estrada que leva de Igarapé Miri à Vila Maiauatá a
PA 407 também conhecida como estrada do açaí, além de ser estrada de terra, tem
pontes em péssimo estado o que prejudica a circulação de veículos para buscar o açaí no
porto da Vila Maiauatá prejudicando um pouco a exportação.
Uma das entrevista feita com a dona Rita logo percebemos que o açaí é o
elemento que está presente na vida dos moradores, não apenas relacionado a economia,
que é o principal produto a ser vendido tanto regionalmente, quanto na escala nacional e
internacional, mas também como principal alimento a ser consumido sempre como
complemento a carne ou ao peixe, em todas as refeições, almoço ou jantar, o açaí é a
base do morador da Vila, outro meio de importância que açaí está presente e no
sentimento de fortalecimento cultural o açaí ser o símbolo dos moradores de Igarapé
Miri e por sequência o da Vila Maiauatá mesmo que hoje em dia em censos feitos pelo
IBGE Igarapé Miri não esteja mais como o principal exportador de açaí perdendo seu
posto para o município de Limoeiro do Ajurú, mas o sentimento de ser o principal ainda
está presente nos moradores que tem orgulho do produto, outro ponto a ser analisado na
primeira entrevista assim como nas outras é o aumento da visibilidade do produto no
cenário internacional, hoje o açaí e utilizado na confecção de produtos como bebidas
energéticas, maquiagens, sabonetes, cremes de beleza, perfumes entre outros alem do
consumo alimentício que vem aumentando cada vez mais, daí a necessidade de maior
exportação do produto.
Outra entrevista que foi com dois moradores juntos, foi bem interessante para
compreender melhor a dinâmica dos grupos formados pelos moradores da região, como
associações e movimentos que tentavam organizar de uma melhor forma a produção e o
escoamento do açaí da área da Vila mas como dito pelos entrevistados o problema e que
muitas vezes a coordenação do grupo não consegue entrar em consenso ou então um
tenta se beneficiar mais que os outros fazendo com que por muitas vezes essas
associações não consiga dar certo, a também a problemática do grande fluxo de dinheiro
gerado pela exportação do açaí da região que muitas vezes não chegam as mãos dos
moradores associados na quantia correta entre outras formas, isso faz com que os
moradores prefiram negociar de forma direta com os compradores ou então necessitar
da interface do atravessador, que para obter lucro faz com que o valor do açaí caia na
compra do produtor e aumente na venda paras fabricas além do fato de muitas vezes
esse açaí sair sem registro diminuindo a contagem da quantidade mostrada pelos órgãos
que avaliam a movimentação do produto exportado, grande parte dos moradores acham
que é por esse fato que Limoeiro do Ajurú se tornou a maior produtora de açaí do Pará e
hoje em dia segundo dados do IBGE Igarapé Miri é apenas a oitava, além disso a
também o fato de haver apenas um responsável pelo registro para três municípios logo
muitas vezes eles levam para registrar mas não há pessoal responsável, é também
mostrado nessa terceira entrevista um fator até de dificuldade, não só nessa pesquisa
mas em muitas outras que é a falta de confiança do entrevistado para com o pesquisador
pois muitas vezes esses eles apenas vem fazer a recolha das informações e a vida do
morador das comunidades ficam sem receber de fato nada em troca, por isso foi até
questionado se os resultados dessas pesquisas seriam vendidos ou o uso das gravações
seriam usados de forma indevida, mas mesmo com esses questionamentos não foi
prejudicado o andamento nem dessa nem das outras entrevistas.
Considerações Finais
Tendo a compreensão adquirida nas incursões a campo e nas discursões de texto
e reuniões foi logico que o grande elemento constatado foi o açaí ele se torna o centro
da vida dos moradores da área que dependem dele tanto economicamente quanto
socialmente e culturalmente o produto tomou um espaço importantíssimo para eles
moldando a maneira como esses moradores vivem no lugar, se torna não apenas um
recurso mais um elemento que poderá cada ação dos moradores, mesmo com toda
incursão das tecnologias não interfere na cultura já existente e apenas se anexa aos
traços já existentes levando a uma evolução cultural modificando a realidade sem
destruir a já existente modificando o modo de vida da população e não substituindo por
uma nova forma de viver como a das populações urbanas por isso a necessidade de um
estudo sobre esse assunto, pois se pode ter convicção do que de fato e a realidade dessas
populações devido a esse processo de mutação do modo de vida aprimorando para
melhor ou também os malefícios dos traços da cultura urbana.
Referencias Bibliográficas
LA BLACHE, Paul Vidal de. Principios de geografia humana. 2° ed. (S.I): Cosmo, 1954.
RAFFESTIN, C. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993.
SILVA, Christian Nunes da. Territorialidades e modo de vida de pescadores do rio Ituquara, Breves – PA. Belém: CFCH/UFPA, 2006. (Dissertação de mestrado do programa de Pós-graduação em geografia da Universidade Federal do Pará).
SORRE, Max. Geografia. São Paulo: Ática, 1984. (tradução F. Megale, Maria Cecilia França e Moacyr Marques).