Download - MATERNARTES - Maternidade, arte e Saúde
Gestação, Parto e Puerpério são acontecimentos marcantes na vida da mulher, que podem deixar saldos negativos como: medo, ansiedade, negação, depressão, psicose, entre outros componentes que causam danos à mulher e à criança. Os Princípios da Política Nacional de Humanização, implementada pelo Ministério da Saúde em 2003, reforça os Princípios Doutrinários do SUS: Universalidade, Integralidade e Equidade na assistência á saúde. Este ano, a Presidenta da Republica Dilma Rousseff, lançou o Programa Rede Cegonha, o qual propõe medidas que garantam às brasileiras atendimento adequado, seguro e humanizado. Essas medidas serão coordenadas pelo Ministério da Saúde e Executadas pelos Estados e Municípios, abrangendo a assistência obstétrica - com foco na gestação, parto e o puerpério - como também infantil.
Steve Gribben
O Artesanato é uma forma inesgotável
de possibilidades, seja como fonte de
renda ou simplesmente como forma
lúdica de passar o tempo e se recompor
psicologicamente, haja vista ter como
retorno o valor financeiro e/ou
terapêutico. Foi pensando na lógica da
humanização que cogitamos a ideia de
trazer essa proposta para as mulheres
sob longo período de internação na
Maternidade do Hospital das Clínicas da
UFPE, objetivando utilizar a arte manual
como instrumento facilitador da redução
do nível de estresse tanto para
pacientes quanto para familiares,
acompanhantes e funcionários
envolvidos no processo saúde –doença.
Optamos por um relato de experiência, onde
registramos, numa abordagem qualitativa , as
ações que eram desenvolvidas dentro das
enfermarias do Alojamento Conjunto, utilizando
rodas de conversas ou orientação isolada,
abordando em uma linguagem simples e de fácil
acesso temas referentes aos cuidados com
gestação, parto, puerpério além do cuidado com
Recém-Nascidos, tomando como referência a
promoção, proteção e recuperação da saúde, como
preconiza a Constituição Federal de 1988, em seu
artigo 196. Com a frequência das atividades
detectamos em algumas mulheres aptidões com
trabalhos manuais e lançamos a proposta de trocar
conhecimentos e construir um espaço de lazer.
Foram realizadas visitas diárias nas enfermarias
para captar as mulheres com maiores necessidade
de acolhimento e as convidamos a participar do
grupo de oficinas de artesanato, sendo o produto
do trabalho revertido para as próprias gestantes e
puérperas. Utilizamos o trabalho manual para
produção temática, como decoração do ambiente
em datas festivas ,além de socialização dos
sujeitos envolvidos ,como pacientes, família e
funcionários.
Durante o desenvolvimento do Projeto Maternartes até a presente data ,
verificamos que as oficinas de artesanato propicia momentos de lazer,
harmonia, descontração ,tranquilidade entre outros sentimentos positivos para
as gestantes e puérperas com internação hospitalar prolongada. A satisfação
se alarga quando há inclusão de familiares nas oficinas. No retorno para as
enfermarias ou UTI neonatal é notória para os funcionários que lhes
dispensam cuidados, em especial de enfermagem, a mudança de
comportamento mediante as dificuldades que lhes são colocadas na rotina
hospitalar, facilitando a socialização e a co-responsabilidade no tratamento
proposto para si e para seus bebês.
Considerando o objetivo do Projeto
Maternartes, o relato desta experiência
vivenciada nos espaços da Maternidade
do Hospital das Clinicas da UFPE tem
como intuito contribuir para o processo de
humanização da assistência, através de
formas não convencionais de intervenção
na saúde e doença, favorecendo
respostas satisfatórias a sociedade dentro
dos Princípios do SUS. Almejamos
fortalecê-lo através da busca de parcerias,
credibilidade, legitimidade e
reconhecimento enquanto trabalho
voltado para humanização da assistência,
promoção, conquista e manutenção da
cidadania e dignidade humana .
BRASIL, Ministério da Saúde. Pré-natal e Puerpério. Atenção Qualificada e
Humanizada. Manual Técnico. Brasília-DF, 2006;
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Núcleo Técnico de
Politica de Humanização. Brasília-DF, 2006;
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/default.cfm