Máquinas e equipamentos agropecuáriosMáquinas e equipamentos agropecuáriosAs razões da mecanizaçãoAs razões da mecanização
A empresa agropecuária caracteriza-se pela organização de determinados fatores específicos que formam a base de sua operação.a. utilização de máquinas e equipamentos, o uso de
instalações eb. a exploração da terra agriculturável. A mecanização da empresa agropecuária pode ser vantajosa, em conseqüência de fatores como a substituição da mão-de-obra na realização de trabalhos pesados substituição da mão-de-obra na realização de trabalhos pesados e o aumento do retorno sobre o aumento do retorno sobre o investimentoinvestimento. Contudo, é necessário visualizar que a mecanização raramente consegue gerar um volume de receitas adicionais capazes de cobrir imediatamente seus custos, tendo em geral reflexos a médio e longo prazos.1. o aumento da produtividadeaumento da produtividade, por exemplo, através da irrigação de culturas que aumentam a
produção em função desta técnica. O aumento da produção gera a redução de seus respectivos custos unitários;
2. o aumento indireto da produção aumento indireto da produção que se manifesta sob diversas modalidades, sendo as principais:a.a. Melhoria do sistema de cultivo.Melhoria do sistema de cultivo. Os implementos permitem aperfeiçoar as técnicas de cultivo
sob diferentes tipos e condições de textura do solo.b.b. Aumento na produção por hectareAumento na produção por hectare, através do aperfeiçoamento dos equipamentos de
cultivo. Deve-se fazer uma ressalva: esse aumento deve ter como limite o nível em que a receita adicional gerada não seja suficiente para cobrir os custos da depreciação e as despesas financeiras dos recursos envolvidos. Também há casos em que os custos adicionais não são relevante, diante do volume de receitas adicionais realizadas.
c.c. Aperfeiçoamento da qualidade dos produtosAperfeiçoamento da qualidade dos produtos. d.d. Aumento do preço de vendaAumento do preço de venda. A estocagem adequada propicia a melhor comercialização do
produto, pois permite que este seja vendido em momento de maior preço. Desta forma o armazenamento é um fator capaz de aumentar o retorno sobre o investimento.
A decisão sobre a mecanizaçãoA decisão sobre a mecanizaçãoO método básico de decisão sobre a mecanização consiste em analisar o orçamento parcial da empresa, referente a esse projeto, e determinar se há possibilidade de estimar com relativa relativa exatidão os prováveis rendimentos adicionaisexatidão os prováveis rendimentos adicionais. O orçamento parcial tem como base o seguinte:1. estimar as receitas adicionais ou custos poupados;2. estimar os custos adicionais decorrentes da mecanização;
3. comparar as duas estimativasOs custos totaisOs custos totaisDo maquinário e dos equipamentosDo maquinário e dos equipamentos
Os custos dos maquinários e equipamentos incluem as depreciaçõesdepreciações, reparos,reparos, combustívelcombustível, mão-mão-de-obrade-obra, impostos e segurosimpostos e seguros, etc., variam em função de vários fatores, destacando-se entre eles: o tamanho da propriedade, a intensidade do sistema de produção e o tipo de produto.
Quanto aos custos estimados, podem ser determinados de várias formas diferentes, por exemplo:1. utilizar os padrões publicados em literatura especializada ou os dados obtidos pelas fazendas
vizinhas, que operam sob condições semelhantes em termos de tamanho, tipo de solo, sistema de produção, etc;
2. calcular a quantidade de unidades-trator, necessárias para cada tarefa e obter o custo total, multiplicando o resultado obtido pelo custo médio unitário de trator. Os padrões de utilização podem ser obtidos em publicações especializadas ou junto a fabricantes e revendedores, de acordo com as condições do solo e clima da região;
3. calcular as necessidades de máquinas e equipamentos da propriedade para cada linha de exploração e estimar os custos de depreciação, combustível, reparos, etc. para cada tarefa. Os custos das empreitadas são calculados separadamente e somados ao total.
O primeiro tipo de cálculo é o mais simples; o segundo apresenta um pouco mais de detalhes; o terceiro é o mais complexo.
ManutençãoManutençãoAs operações de inspeção diária, consertos e reparos de máquinas e equipamentos, bem como as lubrificações, a troca e controle dos níveis de óleo, os abastecimentos periódicos, constituem, em em conjuntoconjunto, a sua manutenção em condições ideais para o uso.A exigência de manutenção é progressiva com o uso, ocorre de maneira oposta à depreciação, ou seja, quanto mais usado determinado bem de capital, requer maior soma de dispêndio para ser mantido em condições de uso. Enquanto o material é novo a manutenção é mínima, e aumenta em taxa progressiva com o uso.A manutenção é calculada sobre o valor total da máquina, sem considerar o valor residual, exemplo:1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15
1151º ano:
5º ano: (Vi) = 0,33 xR$ 800.000,00 = R$ 264.000,00
2º ano:
(Vi) = 0,07 x R$ 800.000,00 = R$ 56.000,00
215 (Vi) = 0,13 x R$ 800.000,00 = R$
104.000,003º ano: (Vi) = 0,20 x R$ 800.000,00 = R$ 160.000 00
4º ano: (Vi) = 0,27 xR$ 800.000,00 = R$ 216.000,00
Soma: R$800.000,00Soma: R$800.000,00
315415515
CombustívelCombustívelO custo do combustível é função da quantidade consumida pelo motor e do respectivo preço. O consumo por sua vez depende da potência do motor.Constituem dados necessários para cálculo do custo de combustível:•potência do motor, em HP ou CV•preço do litro de combustívelO consumo se mantém, na razão de 0,26 l/HP/hora, e o desempenho, em torno de 50% da potência.Obtém-se o custo do combustível: Nº de HP x 0,26 l/HP.h x 0,50 x R$/l = R$/hEx:
75 x 0,26 x 0,70 x 2,39 = R$ 32,63/h75 x 0,26 x 0,50 x 2,39 = R$ 23,30/h
LubrificantesLubrificantesO consumo de lubrificantes de tratores é estimado em 15 ou 20% do valor do combustível consumido.Portanto:Custo de lubrificantes = Custo de combustível x 0,20Na prática, o registro periódico das quantidades consumidas e respectivos preços permite uma avaliação criteriosa e os ajustes para evitar desperdício. Ex:32,63 x 0,20 = R$ 6,53/h23,30 x 0,20 = R$ 4,66/h
Custo de pneumáticosCusto de pneumáticosEstes devem ser substituídos periodicamente e não têm valor residual. As máquinas que se locomovem sobre esteiras desgastam-se em conjunto com o material rodante.Os custos dos pneus são determinados separadamente e adicionados ao da máquina.Quando a máquina opera em lugares pedregosos e de destoca recente, com inúmeros tocos ou materiais pontiagudos, o desgaste é mais intenso do que em área sistematizada.Os pneus dos tratores agrícolas têm vida útil estimada em 3.500 horas3.500 horas, em operações normais.Conhecendo-se o número de pneus da máquina, e o preço atualizado, aplica-se o método da depreciação linear:
nºde pneus x preçod = = R$/ hora, ouvida útil em horasnºde pneus x preçod = = R$/ kmvida útil em km
Operador de máquinaOperador de máquinaA agropecuária utiliza inúmeros tipos de máquinas, de diversos tamanhos e potências, destinadas a inúmeras operações. Os tratores que se locomovem sobre esteira são caracterizados como esteira são caracterizados como industriaisindustriais, e aqueles que têm pneumáticos são definidos como tratores agrícolaspneumáticos são definidos como tratores agrícolas. Considerando a finalidade, um trator não deveria paralisar o trabalho, com exceção dos momentos destinados aos abastecimentos e manutenções normais. No entanto, a realidade mostra que as paralisações se devem a inúmeros fatores e ocorrem com grande freqüência.Se a máquina não deve ser paralizada, o operador, por sua vez, tem assegurado o seu período certo de trabalho e de paralisações para descanso. O salário do operador, somado aos encargos sociais, às bonificações, horas extras e despesas de transporte, seguro e diárias, constitui importante item de custo na mecanização.
Exemplo da estimativa dos custos de mecanização:Exemplo da estimativa dos custos de mecanização:Especificação de máquinas e implementos por tarefa
Tarefa Tipo de Máquina e Implemento* Desmatamento Trator CBT 2105 + Cabo de Aço 1 1/2"Enleiramento Trator CBT 2105 + Lâmina Frontal
2.40m1ª gradagem Trator CBT 2105 + Grade 20 discos x
24"2ª gradagem Trator Valmet 88 + Grade 16 discos x
24"Adubação Trator Valmet 88 + Adubadeira ViconPlantio Trator Valmet 88 + Semeadeira ViconReplantio Trator Valmet 88 + Semeadeira Vicon
* No desmatamento, devido à utilização de cabos de aço, são utilizados 2 tratores, formando um conjunto.
O exemplo acima refere-se a uma empresa agropecuária que tem projeto de abrir anualmente 5.000 hectares de pastagens artificiais. O dimensionamento de suas necessidades, em termos de máquinas e implementos por tarefa.
Dimensionamento das necessidades do conjunto (2 tratores):1. Período de operação por ano: abril a outubro = 7 meses2. Período de operação por mês: 20 dias3. Período de operação por dia: 10 horas4. Total de horas/ano: 10x20x7 = 1.400 horas de trab/ano5. Rendimento do conjunto: por horas: 2 hectares/por dia: 1.400 x 2 = 2.800 hectares/ano
6. Para 5.000 hectares/ano : 5.000 = 1,78, isto é, 2 conjuntos de tratores2.800
A partir destes dados, elabora-se a planilha de custo operacional de cada trator/tarefa, utilizando-se os índices de rendimento fornecidos pelos fabricantes ou tirados das publicações especializadas. Tomando-se novamente o exemplo de desmatamento, a planilha de custo operacional unitário do conjunto CBT 2105 indica o seguinte:
Frota agrícola para a implantação de 5.000 ha/ano de pastagens artificiaisFrota agrícola para a implantação de 5.000 ha/ano de pastagens artificiaisOperações Tipo de Máquina/
ImplementoÁrea Total (ha) nº Trator p/1.000ha n total Tratores
Desmatamento
CBT 2105 + cabo de aço 5.000 0.8 4*
Enleiramento CBT 2105 + lam. frontal 5.000 0.8 4lª gradagem CBT 2105 + grade 5.000 0.8 42ª gradagem Valmet 88 + grade 5.000 1.0 5Adubação Valmet 88 + adubadeira 5.000 0.8 4Plantio Valmet 88 + semeadeira 5.000 1.0 5Replantio** Valmet 88 + semeadeira 500 1.0 5
* Dois conjuntos de 2 tratores cada.** O replantio só será feito caso necessário. Por este motivo estima-se em 10% da área formada.
Custo FixoCusto FixoRefere-se à depreciação dos tratores e implementos cujos valores residuais foram estimados em 10% dos preços de compra e vida útil, em 10.000 horas.
Valor de compra: $2 tratores 26.011,00Implementos 1.672,00Total 27.683,00(-) Valor residual (10%) 2.768,30
24.914,70
1.896,96 x 2 = 1,902.000
$
Taxa horária de depreciação: ($ 24.914,70 : 10.000 horas) 2,49Custo VariávelÓleo Diesel (12 l por hora x $.30 x 2) 7,20Óleo Lubrificante e Graxa (15% do Diesel) 1,08Filtros (50% de lubrificante e graxa) 0,54Reparo (índice 0.02% valor bruto dos equip.) $27.683,00 x 0.02% 5,54Mão-de-obra por ano por trator (13 salários + 52% de encargos)** $1.896,96Mão-de-obra por hora (2.000 horas/ano) * 1,90Custo/hora do conjunto 18,75Custo/ano ( por ano) 93.750,00* $96,00 x 13 + ($1.248,00 x 0.52) = **
O consumo se mantém, na razão de 0,26 l/HP/hora, e o desempenho, em torno de 50% da potência.
Os seguros e despesas de alojamentoOs seguros e despesas de alojamentoVia de regra, os seguros de máquinas seguros de máquinas representam aproximadamente 8%8% do valor segurado por ano.As despesas de alojamento, por sua vez, se enquadram entre dois pontos extremos: a ausência de despesas, nas situações em que as máquinas permanecem desabrigadas, e os gastos excessivos, onde as máquinas precisam ser protegidas em garagens especiais. Na prática, porém, usam-se galpões que, em outras épocas do ano, são utilizados para outros fins, como o armazenamento de insumos, etc.
Em geral, os investimentos adicionais decorrentes da necessidade de construir, equipar e manter garagens para máquinas são considerados parte I das exigências de instalações básicas da empresa. Quando o proprietário dispõe de pouco capital e não tem um local adequado para proteger seu maquinário das intempéries, convém estudar a possibilidade de alugá-lo, ao invés de comprá-lo, caso exista essa possibilidade. A operação de máquinas A operação de máquinas A mão-de-obra empregada na operação das máquinas é ponderada geralmente em função do tempo gasto na realização das tarefas. Freqüentemente, ao analisar as vantagens e desvantagens relativas à aquisição de máquinas, o custo da mão-de-obra costuma ser omitido, principalmente quando existe mão-de-obra disponível para tal fim sem incorrer em gastos adicionais e sem que outras linhas de exploração tenham sua operação normal prejudicada.
O combustível e os reparosO combustível e os reparosOs gastos com combustível variam à razão direta das horas de uso da máquina e do seu estado de conservação.Os custos de reparos e manutenção tendem a aumentar conforme aumenta o uso das máquinas, mas não na mesma proporção; isto se deve ao fato de os reparos variarem geralmente em função da idade e também do uso das máquinas. A Ilustração mostra a correlação entre o custo de reparos e manutenção anual e o número de hectares cultivados por ano.
Máquina própria ou máquina alugada?Máquina própria ou máquina alugada?
Não vale a pena adquirir uma máquina para trabalhar em uma área muito pequena. Quanto maior o volume de trabalho, menor o custo por hectare, pois diluem-se os custos fixos.
Vejamos um exemplo prático:
Uma empresa que atualmente aluga uma colhedeira automotriz para colher sua lavoura de arroz de sequeiro dispõe de capital para adquirir uma máquina semelhante por $ 48.120. A empresa decide adquiri-la e estima que a amortizará em um período de 10 anos (considerando-se 360 horas de uso/ano), com um valor residual de $ 4.812 no final deste período. Assim, a depreciação anual é de $ 4.331; os juros e outros custos fixos são de aproximadamente $ 3.248/ano. A mão-de-obra, os combustíveis, a graxa, e os reparos e manutenção são estimados em $ 7/ha no nível de atividade de 500 ha anuais. O aluguel da máquina está em torno de $ 22/ha.
ITENSUTILIZAÇÃO ANUAL
125 250 500 750Tot. P/ha Tot. P/ha Tot. P/ha Tot. P/ha
Depreciação 4331 34.7 4331 17.3 4331 8.7 6806 9.1Juros 3000 24.0 3000 12.0 3000 6.0 3000 4.0Outros 248 2,0 248 1.0 248 0.5 248 0.3Custo Fixo 7579 60,7 7579 30.3 7579 15.2 10054 13.4Mão-de-obra 163 1.3 325 1.3 650 1.3 975 1.3Comb/Graxa 563 4.5 1100 4.4 2150 4.3 3150 4.2Repar/Manut. 313 2.5 450 1.8 1.4 825 1.1Custo Var. 1039 8,3 1875 7.5 3500 7.0 4950 6.6Custo Total 8618 68.2 9454 37.8 11079 22.2 15004 20.0
Apuração dos custos operacionais de uma máquina colhedeira de arrozApuração dos custos operacionais de uma máquina colhedeira de arroz
A situação descrita está representada pela figura abaixo. A área de colheita que serve como base de decisão pode ser calculada através da divisão dos custos fixos anuais pelo valor poupado por hectare.
7.579 = 505 hectares22 - 7
Valor de aquisição da máquina $ 48.120Vida útil máxima 3.600 horas de usoValor de sucata (residual) $ 4.812
Os combustíveis, graxas e filtros, bem como reparos e manutenção, variam de acordo com a intensidade de uso.
Isto significa que, se a área média a ser cultivada anualmente for menor do que 505 hectares, é preferível continuar a alugar a máquina; se a área a ser colhida for maior, é mais vantajoso adquiri-la.
Quando as disponibilidades de capital são escassas e há alternativas mais rentáveis de investimento, é preferível alugar a máquina em lugar de comprá-la.
O procedimento mais adequado é utilizar os princípios do retorno sobre o investimento para escolher a melhor forma de empregar o capital disponível.
A máquina e a mão-de-obraA máquina e a mão-de-obra
Novamente alertamos para o fato da existência de alternativas mais rentáveis, especialmente quando há escassez de capital. Pelo processo de mecanização existe a diferença na qualidade do trabalho realizado em termos de rendimento/hectare, mas o aspecto mais relevante é a economia de mão-de-obra.Para se conseguir a economia de mão-de-obra pretendida, alguns procedimentos seletivos podem ser postos em prática:
1. A redução do número de empregados para ajustar-se à nova modalidade de operação.2. A alocação de mão-de-obra excedente (em decorrência da mecanização) para outras linhas de
exploração. Esta medida pode ser adotada de duas formas, a saber:a. pela introdução de novas linhas de exploração;b. pela substituição das linhas de margem bruta relativamente baixa por outras de margem
bruta mais elevada.Em geral, quando a empresa pretende adquirir uma máquina, precisa analisar uma série de fatores importantes como no quadro abaixo:
Débitos custos adicionais e retornos decrescentes
Créditos custos poupados e retornos crescentes
• Custos fixos da nova máquina• Acréscimos líquidos de despesas de combustível, reparos e manutenção da nova máquina• Margem bruta reduzida dos empreendimentos cuja escala de produção foi suprimida ou reduzida
• Custos fixos da máquina a ser reposta• Decréscimos líquidos de despesas de combustível, reparos e manutenção da máquina substituída• Custos de mão-de-obra temporária poupados• Aumento no valor da produção e na qualidade dos produtos• Margem bruta adicional advinda dos novos empreendimentos ou da expansão daqueles existentes
Pode-se afirmar que a substituição da mão-de-obra por máquina pode exercer influências exercer influências sobre os vários setores da empresa, influências que são mais evidentes a nível das necessidades sazonais de mão-de-obra (e, por conseguinte, da produtividade). Dada a complexidade destas inter-relações, a determinação do impacto da opção pela mecanização requer, às vezes, o redimensionamento do sistema de produção existente.
A quantidade e o tamanhoA quantidade e o tamanho
Tendo decidido mecanizar suas atividades, a empresa precisa saber qual a quantidade, tipo e tamanho dos equipamentos para realizar as tarefas em seu processo produtivo. Via de regra, a empresa obtém os dados relativos a este problema através da realização das seguintes operações:1. Cálculo da taxa de rendimento do trabalho, obtida através da divisão do número total de
hectares cultiváveis (ou produção projetada), pelo número de horas ou dias disponíveis para a realização das tarefas.
2. Cálculo da quantidade e potência das máquinas capazes de realizar tais tarefas, à taxa de rendimento predeterminada.
3. Análise das vantagens e desvantagens relativas aos vários tipos de máquinas disponíveis. Esta análise é realizada através do cálculo da capacidade de operação das máquinas (rendimento médio/hora, multiplicado pelo número de horas disponíveis).
4. Seleção da máquina que melhor atenda às necessidades da empresa, levando em consideração os preços e as necessidades de operações e tarefas subseqüentes.
É difícil, porém, determinar o número exato de horas disponíveis ou o rendimento do trabalho, pois ambos variam de acordo com as condições climáticas, disposição dos trabalhadores, etc. A aquisição de uma máquina de grande potência reduz o tempo de execução da tarefa, aumenta a produtividade, e reduz as perdas. Porém, conforme aumenta a capacidade de realização de uma determinada tarefa, o uso das máquinas potentes significa também maior especialização e maiores custos operacionais.
CUSTOS E BENEFÍCIOS ANUAIS DECORRENTES DA MAIOR POTÊNCIA DAS MÁQUINASCUSTOS E BENEFÍCIOS ANUAIS DECORRENTES DA MAIOR POTÊNCIA DAS MÁQUINAS
Por conseguinte, embora seja fácil condenar o uso de máquinas de grande potência e o superdimensionamento da frota, é difícil porém determinar o tipo e número de máquina mais adequado às necessidades da empresa.
Quando máquinas diferentes estão em ponderação, pode haver casos em que uma tenha custos fixos mais elevados, porém custos variáveis menores do que outra.
Nessas circunstâncias, a análise do ponto de equilíbrio serve para elucidar a escolha. Tomemos como exemplo a escolha entre dois tipos de máquinas secadoras de grãos, uma elétrica e outra a diesel. A Ilustração mostra que a secadora elétrica é mais econômica que a secadora a diesel, até o nível de 100 toneladas. Quando o volume de grãos no processo de secagem ultrapassa 100 toneladas por ano, a máquina a diesel torna--se mais econômica.
Potência da máquina versus custo/hectarePotência da máquina versus custo/hectare
(a) Mesma capacidade (b) Capacidades diferentes
A reposição e compra de máquinas usadasA reposição e compra de máquinas usadas
Os fatores que afetam a escolha da data ideal para a reposição, bem como a conveniência da aquisição de máquinas usadas, estão intimamente ligados. Os princípios básicos são:
1.1. A taxa de depreciação A taxa de depreciação — quanto mais lenta, tanto mais vantajosa a reposição precoce.2. Quanto maior a taxa de aumento das despesas de reparos e manutençãoaumento das despesas de reparos e manutenção, tanto mais vantajosa
se torna a reposição precoce, pois aumentará a poupança com tais despesas.3.3. Taxa de juros Taxa de juros — quanto menor, tanto mais oportuna a reposição precoce devido à tendência
altista do custo do dinheiro.4.4. Disponibilidade de capitalDisponibilidade de capital — quanto maior o volume, maior a pertinência da reposição,
especialmente quando torna-se menos provável a possibilidade de existirem investimentos mais rentáveis para este capital.
5.5. Intensidade de uso Intensidade de uso — quanto mais intensamente for usada a máquina, menor será o custo horário de depreciação e maior será a perda eventual devido a sua quebra e paralisação como conseqüência do atraso em sua reposição.
Há outros motivos seguintes:
1.1. ConfiabilidadeConfiabilidade — quanto > a idade e nível de utilização da máquina, < a confiabilidade, sendo portanto cada vez mais compensador repô-la.
2.2. Melhoramentos na máquina Melhoramentos na máquina — quanto + forem realizados, tanto > será a produção e rendimento, em termos quantitativos e qualitativos, reduzindo os custos variáveis.
3.3. Fatores de ordem pessoal Fatores de ordem pessoal — se a aquisição de novas máquinas contribui para a retenção de empregados de boa qualidade e se dela depende a autoconfiança da empresa, recomenda-se a reposição precoce das máquinas.
As alternativas: aquisição e aluguelAs alternativas: aquisição e aluguelHá algumas alternativas que devem ser consideradas: o aluguelaluguel, a contratação por tarefa (empreitadaempreitada) e a posse coletiva posse coletiva (cooperativa).As vantagens do aluguel e da empreitada são:
1. Retenção do capital.2. Liberação do capital para outros fins.3. Redução do grau de ociosidade das máquinas.4. Menores perdas devido ao atraso no cronograma de empreitada.5. Quando há escassez de capital e existem alternativas de investimento de maior lucratividade, o
aluguel ou empreitada desafoga o fluxo de caixa.6. Certeza e flexibilidade por conhecer-se o custo do aluguel antecipadamente, além de não haver
inconvenientes quando do eventual encerramento das atividades.
Às desvantagens do aluguel e da empreitada são:1. Impossibilidade de trabalho extra durante períodos de pico.2. Custos > do que quando a máquina é da empresa, pois as locadoras têm que cobrir seus
custos administrativos.3. Favorecimento daqueles que utilizam as máquinas intensivamente, pois as despesas com
reparos e manutenção normalmente são inclusas no preço.4. Posição desfavorecida para o pequeno proprietário, que geralmente possui pouco capital.
As vantagens da posse coletiva sãoAs vantagens da posse coletiva são:
1. Redução das exigências de capital da parte do proprietário (cotista).
2. Redução dos custos fixos por hectare (ou por tonelada), já que a depreciação e os juros são distribuídos sobre um maior volume de produção.
3. Possibilidade de usufruir máquinas de alta capacidade e rendimento, usando-se pouca mão-de-obra.
4. Indução à divisão de tarefas, quando o trabalho é de natureza coletiva. Sendo este realizado por grupos, incentiva-se a colaboração entre as pessoas.
5. Aquisição de implementos e equipamentos adicionais, bem como construção de infra-estrutura de suporte coletiva, como armazéns, silos, etc.
As desvantagens da posse coletiva sãoAs desvantagens da posse coletiva são:
1. Possibilidade de perdas de produção e de custos adicionais elevados, devido aos problemas ligados ao cronograma de tarefas com tempo limitado de execução.
2. Possibilidade de ocorrerem dificuldades no planejamento do uso das máquinas dentro de sua capacidade operacional.
3. Possibilidade do sistema de alocação e rateio de custos ficarem muito complexo.
A redução dos custos de mecanizaçãoA redução dos custos de mecanizaçãoQuando se pensa em mecanizar, deve-se ser capaz de responder adequadamente a algumas questões, principalmente quando há escassez de capital. São elas:
12. Quais as vantagens relativas das máquinas que atendem às necessidades da empresa?
1. Reduzirá efetivamente os custos?2. Não provocará custos subseqüentes?3. Produzirá um aumento real de produção capaz de cobrir os custos adicionais?4. É capaz de superar efetivamente as carências de mão-de-obra da empresa?5. Facilitará o aumento do volume total de produção, uma vez feita a realocação da mão-de-obra
por ela substituída?6. A realocação da mão-de-obra substituída provocará perda de eficiência na realização das
tarefas?7. A máquina preenche as condições e necessidades globais da empresa, principalmente no tocante ao capital disponível e à terra?
8. Há uma maneira mais rentável de obter o resultado gerado pela máquina?9. Quais as condições efetivas da empresa para arcar com os custos de mecanização?10. Quais as necessidades reais de mecanização da empresa?11. Qual a máquina mais adequada em face das necessidades e condições da empresa?
Uma vez pesados corretamente os prós e os contrasprós e os contras, relativos à mecanização e uma vez tomada a decisão de mecanizar, a empresa deve observar os seguintes princípios de modo a reduzir seus custos:1. Evitar a mecanização excessiva das tarefas que não têm períodos de pico de mão-de-obra.2. Evitar o uso de máquinas em períodos de maior necessidade de mão-de-obra sem assegurar a
redução correspondente na folha de pagamento. Muitas vezes a tarefa era realizada por mão-de-obra existente, o que exige agora uma redistribuição mais econômica.
3. Evitar a mecanização sem os implementos complementares.4. Evitar o superdimensionamento. Deve-se escolher um número, tipo e capacidade de máquinas
compatíveis com as necessidades reais da produção.5. Evitar a exploração de muitas pequenas linhas de produtos que exigem equipamentos
especializados.6. Evitar, quando a empresa é pequena, a compra de máquinas novas, Deve-se dar preferência às máquinas de segunda mão e em boas condições, tendo em vista que:
a. a empresa teria um menor risco de sofrer perdas decorrentes de defeitos mecânicos de fabricação;b. o volume de recursos poupados em reparos manutenção através da compra de máquinas novas poderia
não ser significativo;c. o custo de oportunidade do capital costuma ser alto para empresas de pequeno porte.
7. Evitar a substituição prematura quando a intensidade do uso da máquina não o justifica. O desejo excessivo de ter máquinas recém-lançadas ou de grande potência pode ter um preço muito alto para a empresa.
8. Evitar a aquisição de um número excessivo de máquinas como forma de reduzir os impostos. Os subsídios concedidos não levam em consideração a depreciação efetiva dos equipamentos e, além do mais, as regras do jogo podem mudar por decisões governamentais.
9. Aproveitar os anos de grande lucro para fazer substituições de máquinas, principalmente quando há uma expressiva concessão de subsídios governamentais no primeiro ano de aquisição.
10. Manter um controle orçamentário global da empresa e estimar o lucro anual antes do final do ano. Se constatado que este ano é de "vacas gordas", pode-se aproveitar e fazer a reposição de máquinas, muitas vezes usufruindo de descontos.
11. Reduzir custos de manutenção mediante o uso adequado, compras corretas, treinamento seguro dos operadores, etc.
12. Evitar despesas financeiras com estoque excessivo de peças de reposição.
13. Evitar gastos excessivos de combustíveis através da racionalização do uso de máquinas, ou do uso de fontes de energia alternativa.
14. Evitar a automação desnecessária, certificando-se dos benefícios econômicos advindos da irrigação, ordenhadeira mecânica, comedouros automáticos, etc.
O princípio do custo de retenção e a reposição de máquinasO princípio do custo de retenção e a reposição de máquinas
Verifica-se que quando a máquina é usada intensivamente, próxima a sua capacidade-limite, não há muita diferença entre sua reposição imediata e a substituição após, seis a oito anos de uso. Neste caso, os fatores como os gastos substanciais com reparos, uma oferta favorável em relação ao valor de troca, etc., justificam a reposição mesmo antes da época prevista.
O momento ótimo de substituição depende da disponibilidade de capital e da intensidade de uso prevista da máquina. O preço da máquina usada depende dos vários fatores acima referidos, podendo interferir de forma significativa na decisão de substituição, e até mesmo representar um fator decisivo para que a reposição não seja feita.
Quando há capital disponível e a execução das tarefas é bastante intensa é preferível adquirir uma máquina nova; quando o ritmo de trabalho é menos crítico, dá-se preferência à compra de uma usada, pois seus custos anuais serão menores e seu investimento inicial, menor.
Na formulação do custo operacional de uma máquina; as despesas de combustível por hora são consideradas constantes, independentemente da idade da máquina Desta forma, os principais itens de custo, excetuando-se os juros, são a depreciação e os reparos.
O somatório do custo de capital inicial e dos gastos com reparos, até a data, fornece o custo de O somatório do custo de capital inicial e dos gastos com reparos, até a data, fornece o custo de retenção da máquina. retenção da máquina. Como as despesas com reparos aumentam com a idade da máquina, a curva deste custo terá o traçado (AB) na Ilustração, sendo OA o custo inicial.
O PRINCÍPIO DO "CUSTO DE RETENÇÃO"O PRINCÍPIO DO "CUSTO DE RETENÇÃO"
Neste ponto, o valor do custo de retenção/hora (ou ano) é de $ XY/OY horas $ XY/OY horas (anos). Através da reposição precoce da máquina, a intenção é baixar o custo médio de retenção.Para tal, o valor residual da máquina teria que ser maior do que a diferença em altura (vertical) entre a curva AB e a linha OX. Isso é válido para qualquer idade ou nível de utilização. Assim, em T o valor residual deve ser ao menos igual a RS, caso desejemos reduzir o custo.
O eixo horizontal eixo horizontal pode representar tanto as horas de uso como a idade em anos (a mesma escala poderia representar ambas as medidas, se usarmos um número constante de horas de uso/ano).
Se considerarmos o VR igual a zero, obteremos a curva do custo médio por hora (ou ano). A reposição da máquina é feita após Y horas (ou anos) de uso, sendo X o ponto onde a linha OC (que representa o custo de retenção médio acumulado) tangencia a curva AB.
Se um valor de troca menor que RS for aceito (RP por exemplo), o valor dos benefícios decorrentes deve exceder a diferença (PS) para que a substituição seja vantajosa.
A análise do custo da posse apresenta alguns pontos problemáticos, a saber:
•Às vezes os custos dos reparos não aumentam continuamente. Pode ser baixos inicialmente e depois alcançarem um nível constante. Nessas circunstâncias, nenhum ponto de tangencia, conforme Ilustração 5.9a, pode ser obtido.
•Os custos de manutenção costumam aumentar aos pulos, mas sem qualquer tendência definida no tempo, mesmo quando traçamos curvas suavizadas.
Se o valor de troca, em qualquer época da vida útil da máquina, nunca for tão alto quanto a diferença entre as curvas OC e AB da Ilustração 5.9b, o menor custo será obtido através da retenção da máquina na empresa, até que não tenha mais conserto, tendo apenas valor como sucata (após D anos, por exemplo). Como as despesas de manutenção e reparos estão em função das horas de uso, o traçado da linha AB variará conforme as diferentes intensidades de uso.
