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PROTOCOLOS ISGH SEPSE NEONATAL
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| E L A B O R A Ç Ã O |
| REVISÃO|
Ana Karine Girão Braulio Matias Jocelia Bringel Juliana Costa Mozart Rolim Natacha Feitosa Nianne Lucena Pedro Neto Rafaela Neres Ricardo Falcão Selma Furtado Magalhães Shirley Kelly Bruno Bedê Tarsia Vitoria Gadelha Virginia Silveira
| COLABORAÇÃO|
Escritório da qualidade Laboratório Núcleo de Atendimento ao Cliente (NAC) Radiologia Cirurgia e Engenharia clínica
| VALIDAÇÃO |
Flávio Clemente Deulefeu
| FORMATAÇÃO |
Comunicação Visual ISGH
| DATA |
Agosto de 2014
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1. Apresentação...................................................................................................................................... 4
2. Objetivo Geral.................................................................................................................................... 4
2.1 Objetivos Específicos/Operacionais............................................................................................................ 4
3. População Alvo................................................................................................................................... 5
4. Critérios de Inclusão........................................................................................................................... 5
5. Conceitos............................................................................................................................................ 5
6. Diagnóstico, Quadro Clínico e Avaliação Laboratorial.......................................................................... 6
7. Diagnóstico Clínico-Laboratorial........................................................................................................ 8
8. Fluxograma de Abertura do Protocolo Sepse No Eixo Neonatal........................................................... 10
9. Fluxograma de Tratamento Do Choque Séptico Neonatal ................................................................... 11
10. Tratamento......................................................................................................................................... 12
11. Plano de Cuidados.............................................................................................................................. 13
12. Critérios de Alta na UTI Neonatal........................................................................................................ 16
13. Indicadores......................................................................................................................................... 16
14. Referências......................................................................................................................................... 17
| SUMÁRIO |
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| 1 APRESENTAÇÃO |
A Sepse em seus vários eixos: adulto, pediátrico e neonatal representa a principal causa de
óbito hospitalar no mundo inteiro. Esta patologia tem grande impacto clínico e impacto nos
custos dentro de uma instituição hospitalar.
A infecção neonatal está relacionada à infecção em recém-nascidos entre 0 a 28 dias de vida,
sendo a principal causa de morbimortalidade neste período, apesar dos progressos da ciência
e dos avanços nas técnicas diagnósticas e de tratamento. Na Sepse neonatal (renomeada pela
ANVISA como Infecção Primária da Corrente Sanguínea), o agente causador da infecção e a
idade do aparecimento dos sintomas são fatores importantes na determinação da
mortalidade por sepse. Segundo dados do Ministério da Saúde, 60% da mortalidade infantil
no período neonatal deve-se à sepse.
A instituição precoce do tratamento e a prevenção da infecção neonatal constituem um dos
maiores desafios para as equipes neonatais em todo o mundo. Estima-se, portanto, que a
padronização da atenção tenha grande impacto na redução da mortalidade desses pacientes
no Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA) e no Hospital Regional Norte (HRN), sendo
este o objetivo primordial deste protocolo.
| 2 OBJETIVO GERAL|
Redução da morbimortalidade por sepse precoce e tardia na unidade neonatal do HGWA e
HRN.
2. 1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS /OPERACIONAIS
• Reconhecer e diagnosticar precocemente sinais de SRIS e sepse;
• Realizar ressuscitação volêmica efetiva nos casos diagnosticados de sepse grave e choque
séptico;
• Administrar antibiótico dentro da 1ª hora do diagnóstico;
• Identificar e controlar o foco infeccioso;
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• Implantar tratamento multidisciplinar.
| 3 POPULAÇÃO ALVO |
Todos os neonatos com sepse, sepse grave e choque séptico admitidos no HGWA e HRN
| 4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO |
Todos os neonatos que apresentem, em algum momento da internação hospitalar (berçário
médio risco ou UTI NEO) ou na sua admissão, quadro compatível com Sepse.
| 5 CONCEITOS |
A sepse neonatal tem incidência que varia de 1 a 8 casos por mil nascidos vivos, com taxas de
mortalidade que variam de acordo com o peso ao nascer e a idade gestacional. A incidência
de sepse neonatal na população em geral é de 1-10 em cada 1.000 nascidos vivos, porém,
alguns autores relatam incidência de até 21 casos por 1.000 nascidos vivos, dependendo da
idade gestacional e do peso ao nascer.
Entre 5-50% dos RNs que apresentam sepse precoce, podem ir a óbito, em contraste com 10-
20% dos que apresentam sepse tardia, demonstrando a importância do diagnóstico e
tratamento adequados.
SEPSE NEONATAL
É uma síndrome clínica caracterizada por sinais sistêmicos de infecção, acompanhada por
bacteremia, podendo ou não apresentar hemocultura positiva que ocorre em crianças de 0 a
28 dias de vida. Subdivide-se em:
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SEPSE PRECOCE
Infecção que se manifesta nas primeiras 48 horas de vida, normalmente associada com
fatores de risco maternos para infecção (transplacentária). Em geral, associada ao
streptococcus do grupo b (SGB) e bacilos gram negativos. Vários fatores colaboram para a
sepse neonatal precoce:
SEPSE TARDIA
Infecção que se manifesta após 48 horas de vida em RN internados no eixo neonatal ou que
ocorre até 1 semana após a alta, sendo os germes mais comuns aqueles adquiridos no
ambiente hospitalar. Vários fatores colaboram para sepse neonatal tardia:
| 6. DIAGNÓSTICO, QUADRO CLÍNICO E AVALIAÇÃO LABORATORIAL |
O diagnóstico clínico de infecção neonatal é difícil, uma vez que a maioria dos sinais e
sintomas são inespecíficos e muitas vezes subjetivos, requerendo rigorosas e repetidas
avaliações por parte da equipe neonatal. Neste período da vida, a apresentação focal é rara,
FATORES DE RISCO PARA A SEPSE NEONATAL PRECOCE : TRABALHO DE PARTO EM GESTAÇÃO < 35 SEMANAS;
BOLSA ROTA ACIMA DE 18 HORAS;
PROCEDIMENTOS DE MEDICINA FETAL COMO AMNIOCENTESE NAS ÚLTIMAS 72 HORAS;
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU) MATERNA SEM TRATAMENTO OU EM TRATAMENTO A MENOS DE 72 HORAS;
FEBRE MATERNA NAS ÚLTIMAS 48 HORAS;
CORIOAMNIONITE (DEFINIDA COM A DETECÇÃO DE TAQUICARDIA FETAL PERSISTENTE, SENSIBILIDADE UTERINA
AUMENTADA, LÍQUIDO AMNIÓTICO PURULENTO, FEBRE MATERNA DE ORIGEM INEXPLICADA);
COLONIZAÇÃO PELA BACTÉRIA SGB EM GESTANTE SEM PROFILAXIA INTRA-PARTO.
FATORES DE RISCO PARA A SEPSE TARDIA: PREMATURIDADE;
TEMPO DE INTERNAÇÃO > 48 HORAS;
USO DE NUTRIÇÃO PARENTERAL TOTAL (NPT);
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL (IOT) + VENTILAÇÃO MECÂNICA (VM);
PREMATURIDADE;
USO DE CATETER VENOSO CENTRAL (CVC)
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sendo o acometimento multissistêmico, às vezes fulminante, a forma mais comum de
apresentação.
Com objetivo de melhorar a acurácia diagnóstica, um escore hematológico foi desenvolvido e
considera um ponto para cada uma das seguintes características: Considera-se infecção pontuação >3.
QUADRO 1: Escore Hematológico de Rodwell
ÍNDICE HEMATOLÓGICO DE RODWELL PONTOS
LEUCOPENIA OU LEUCOCITOSE 1
NEUTROPENIA OU NEUTROFILIA 1 AUMENTANDO DE RELAÇÃO NEUTRÓFILOS IMATUROS/TOTAIS (>0,2) 1
AUMENTANDO DE NEUTRÓFILOS IMATUROS 1 AUMENTO DA RELAÇÃO IMATUROS/SEGMENTADOS (>0,3) 1
GRANULAÇÕES TÓXICAS 1 PLAQUETOPENIA (<150.000) 1
LEUCOPENIA OU LEUCOCITOSE 1 FONTE: RODWELL ET AL.,1988.
Quadro 1- Descreve os sinais da síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS)
SINAIS DE SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA (SRIS) INSTABILIDADE TÉRMICA;
DESCONFORTO RESPIRATÓRIO (TAQUIPNEIA, BRADIPNEIA OU APNEIA);
INSTABILIDADE HEMODINÂMICA: ALTERAÇÃO DE FREQUÊNCIA CARDÍACA (FC), HIPOTENSÃO E ALTERAÇÃO DO
ENCHIMENTO CAPILAR.
HIPOATIVIDADE OU LETARGIA/IRRITABILIDADE
HIPOTONIA
LEUCÓCITOS > 20.000 < 5.000 (TABELA 1)
QUEDA BRUSCA DE HEMOGLOBINA
ESCORE DE RODWELL ≥3 ( QUADRO 1 )
PCR ALTERADO
INTOLERÂNCIA ALIMENTAR COM REGURGITAÇÕES, VÔMITOS OU RESÍDUO GÁSTRICO > 50% DO VOLUME
ADMINISTRADO, OU ATÉ 5 mL POR 2 A 3 VEZES E/OU ASPECTO BILIOSO
VÔMITO OU DIARREIA
SUFUSÃO HEMORRÁGICA OU PETÉQUIAS
CALAFRIOS COM TREMORES
DISTENSÃO E/OU DOR ABDOMINAL;
SUCÇÃO DÉBIL;
ICTERÍCIA COLESTÁTICA;
HEPATOMEGALIA;
HIPER OU HIPOGLICEMIA (INTOLERÂNCIA À GLICOSE);
ACIDOSE METABÓLICA;
CONVULSÕES;
COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA (CIVD)
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FONTE: MANROE ET AL., MOUZINHO ET AL, 1994
A relação imaturos/totais (I/T) maior que os valores indicados na tabela 1 sinaliza processo
infeccioso em curso.
| 7. DIAGNÓSTICO CLÍNICO-LABORATORIAL |
O primeiro pacote de sepse corresponde aos exames solicitados ao identificar paciente com
sinais sepse.
Tabela 1: VALORES ANORMAIS DE NEUTRÓFILOS (CELS/mm³) EM RN conforme a faixa de peso e correlaciona os imaturos com os totais.
NEUTROPENIA NEUTROFILIA NEUTRÓFILOS ↑ I/T PN <1,5kg* PN>1,5kg# PN <1,5kg* PN >1,5kg# Imaturos#* Totais#*
Nascimento < 500 < 1.800 > 6.300 > 5.400 > 1.100 > 0,16
12 horas <1.800 < 7.800 > 12.400 > 14.500 > 1.500 > 0,16
24 horas < 2.200 < 7.000 > 14.000 > 12.600 > 1.280 > 0,16
36 horas < 1.800 < 5.400 > 11.600 > 10.600 > 1.100 > 0,15
48 horas < 1.100 < 3.600 > 9.000 > 8.500 > 850 > 0,13
60 horas < 1.100 < 3.000 > 6.000 > 7.200 > 600 > 0,13
72 horas < 1.100 < 1.800 > 6.000 > 7.000 > 550 > 0,13
120 horas < 1.100 < 1.800 > 6.000 > 5.400 > 500 > 0,12
4º ao 28º dia
< 1.100 < 1.800 > 6.000 > 5.400 > 500 > 0,12
QUADRO 2: VALORES NORMAIS DE LCR NO RN
PT < 1000g PT < 1000g TERMO
LEUCÓCITOS (/mm3) ≤ 15 ≤ 15 ≤ 20
PROTEÍNA (mg/dL) ≤ 200 ≤ 150 ≤ 150
GLICOSE (mg/dL) > 30 > 30 > 30
OBS: Glicose > 30 mg/dl desde que o RN esteja com glicemia normal e o LCR ficar estocado por pouco tempo.Caso contrário, considerar como valor normal 2/3 da glicemia do RN.Não fazer diagnóstico baseado apenas na glicorraquia. FONTE: NALDOO, 1968; SARFF ET AL, 1976; BONADIO ET AL, 1992; AHMED ET AL, 1996; RODRIGUEZ ET AT, 1990
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EXAMES 1° PACOTE SEPSE 1. HEMOCULTURA (1 AMOSTRA DE 1mL COLETADO COM TÉCNICA CORRETA E ANTES DA ADMINISTRAÇÃO DO ATB)
2. HEMOGRAMA COMPLETO (UTILIZAR OS CRITÉRIOS DE RODWELL PARA AVALIAÇÃO COMO DESCRITOS NO QUADRO (1
E 2 ) COM PCR QUANTITATIVO
3. LACTATO ARTERIAL
4. GASOMETRIA ARTERIAL
5. UREIA/CREATININA
6. SUMÁRIO DE URINA E URINOCULTURA, QUANDO INDICADO
7. ELETRÓLITOS (SÓDIO, POTÁSSIO, CÁLCIO E MAGNÉSIO)
8. GLICEMIA (CAPILAR OU SÉRICA OU DOSAGEM GLICEMIA SANGUE ARTERIAL)
9. RX TÓRAX
Poderão ser utilizados como exames complementares ao diagnóstico da sepse, a depender do
quadro clínico apresentado:
1. TAP - tempo de protombina e TTPA - tempo de trombloplastia ativado, se sinais de
sangramentos;
2. LCR (punção lombar com análise do líquor-citobioquímica e cultura do líquor) indicado
para sepse tardia e em RN sem distúrbio de coagulação e/ou plaquetopenia;
3. Outras culturas, se necessário, como: aspirado traqueal (foco respiratório), coprocultura (
foco intestinal), cultura de secreção ocular (foco oftálmico).
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| 8. FLUXOGRAMA DE ABERTURA DO PROTOCOLO SEPSE NO EIXO NEONATAL |
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| 9. FLUXOGRAMA DE TRATAMENTO DO CHOQUE SÉPTICO NEONATAL |
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| 10. TRATAMENTO |
ANTIBIOTICOTERAPIA É FUNDAMENTAL A IDENTIFICAÇÃO PRECOCE DA INFECÇÃO OU SEPSE PARA INÍCIO DO TRATAMENTO ADEQUADO. PARA
OS RNS COM SUSPEITA OU DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO OU SEPSE, A ESCOLHA DO ATB ADEQUADO DEVE CONSIDERAR O
TEMPO DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR, VISTO QUE NUM PERÍODO SUPERIOR A 72H, OCORRE MUDANÇA DA MICROBIOTA
PATOGÊNICA, QUE PODE ALTERAR A RESPOSTA A DETERMINADOS GRUPOS DE ANTIBIÓTICOS. O ESQUEMA ABAIXO DEVE
SER SEGUIDO:
QUADRO SUGESTIVO DE INFECÇÃO EM RN ˂ 72 HORAS DE INTERNAMENTO • INICIAR ATB COM DROGAS DE 1ª LINHA: AMPICILINA E AMICACINA, UTILIZANDO-SE AS DOSES SUGERIDAS NO
NEOFAX. (IA)
• AVALIAR A RESPOSTA TERAPÊUTICA CLÍNICA E LABORATORIALMENTE COM 48 HORAS DO INÍCIO DO TRATAMENTO.
SE RN APRESENTAR BOA RESPOSTA TERAPÊUTICA, PODEMOS SEGUIR UM DOS
CAMINHOS ABAIXO:
I. SE HEMOCULTURA POSITIVA – MANTER 10 A 14 DIAS DE TRATAMENTO, CONFORME ORIENTAÇÃO DA CCIH E
ANTIBIOGRAMA. REAVALIAR LABORATORIALMENTE COM 10 DIAS E SE LEUCOGRAMA NORMAL, SUSPENDER ATB.
II. SE HEMOCULTURA NEGATIVA E LEUCOGRAMA ALTERADO, (OBSERVAR CRITÉRIOS DE RODWELL – QUADRO 3), MANTER O TRATAMENTO POR 10 DIAS.
III. SE HEMOCULTURA NEGATIVA E LEUCOGRAMA NORMAL – SUSPENDER ATB COM 7 DIAS DE TRATAMENTO. (II)
APÓS AVALIAÇÃO CLÍNICA OU LABORATORIAL, OBSERVAR SE HÁ FALHA NA TERAPÊUTICA. SOLICITAR NOVA
HEMOCULTURA E PROCEDER TROCA DO ATB DE 1ª LINHA PARA O ESQUEMA DE 2ª LINHA (VIDE QUADRO
SUGESTIVO DE INFECÇÃO EM RN >72 HORAS DE INTERNAMENTO).
QUADRO SUGESTIVO DE INFECÇÃO EM RN >72 HORAS DE INTERNAMENTO • SOLICITAR EXAMES: HEMOGRAMA, PCR QUANTITATIVA, HEMOCULTURA. REALIZAR PUNÇÃO LOMBAR PARA
COLETA DE LÍQUOR, SOLICITAR PARA CULTURA E CITOBIOQUÍMICA (GLICOSE, PROTEÍNA, CELURARIDADE) DO
MESMO.
• INICIAR ATB COM DROGAS DE 2ª LINHA: PIPERACILINA + TAZOBACTAN, UTILIZANDO-SE AS DOSES SUGERIDAS NO
NEOFAX. (II A)
• AVALIAR RESPOSTA TERAPÊUTICA CLINICA E LABORATORIALMENTE COM 48 HORAS DO INÍCIO DO TRATAMENTO OU
TROCA DO ESQUEMA.
SE RN APRESENTAR BOA RESPOSTA TERAPÊUTICA, SEGUIR UM DOS CAMINHOS ABAIXO:
I. SE HEMOCULTURA POSITIVA PARA GRAM NEGATIVO E LÍQUOR NORMAL COM CULTURA NEGATIVA – MANTER 10
A 14 DIAS DE TRATAMENTO, CONFORME ORIENTAÇÃO DA CCIH E ANTIBIOGRAMA. REAVALIAR
LABORATORIALMENTE COM 10 DIAS E SE LEUCOGRAMA NORMAL, SUSPENDER ATB.
II. SE HEMOCULTURA NEGATIVA E LÍQUOR NORMAL COM CULTURA NEGATIVA - MANTER TRATAMENTO POR 10
DIAS.
III. SE HEMOCULTURA NEGATIVA E LEUCOGRAMA NORMAL – SUSPENDER ATB COM 7 DIAS DE TRATAMENTO.
IV. SE HEMOCULTURA POSITIVA PARA GRAM POSITIVO OU INFECÇÃO CUTÂNEA OU ASSOCIADA A CATETER VENOSO
CENTRAL (CVC) - TROCAR OU ASSOCIAR VANCOMICINA ( 3ª LINHA) COLHER HEMOCULTURA, LÍQUOR COM
CULTURA E CITOBIOQUÍMICA E SUMÁRIO DE URINA COM PESQUISA DE FUNGOS.
V. SE LÍQUOR ALTERADO OU NA IMPOSSIBILIDADE DE COLETA DESTE OU FALHA TERAPÊUTICA – TROCAR PARA
MEROPENEN( 3ªLINHA) E MANTER O TRATAMENTO POR 14 DIAS. COLETAR EXAMES (HEMOCULTURA, LÍQUOR E
SUMÁRIO DE URINA COM PESQUISA DE FUNGOS).
VI. SE NAS ETAPAS IV E V, FOR OBSERVADO FALHA TERAPÊUTICA – CONSIDERAR ANTIFÚNGICO (ANFOTERICINA B
OU FLUCONAZOL, CONFORME DOSES DO NEOFAX) OU INDIVIDUALIZAR A CONDUTA.
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ATENÇÃO ÀS OBSERVAÇÕES A SEGUIR:
PARA PRESCRIÇÃO DE ATB, SEGUIR A POSOLOGIA ORIENTADA PELO NEOFAX.
AS TROCAS DE ATB DEVERÃO SER PREVIAMENTE ACORDADAS COM O DIARISTA OU COORDENADOR DO SERVIÇO PARA
LIBERAÇÃO DA SENHA NO CASO DE ANTIBIÓTICOS DE 2ª LINHA E PARA OS DE 3ª LINHA DEVERÃO SER COMUNICADOS
TAMBÉM À CCIH PARA LIBERAÇÃO DA SENHA. EM AMBOS OS CASOS, PREENCHER A FICHA DE ANTIMICROBIANO.
FALHA TERAPÊUTICA: BASEIA-SE NA EVOLUÇÃO CLÍNICA E/OU LABORATORIAL DESFAVORÁVEL APÓS 48 A 72 HORAS
DE ATB.
NA PRESENÇA DE ALTERAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL, SUBSTITUIR VANCOMICINA POR TEICOPLANINA.
| 11. PLANO DE CUIDADOS |
11.1 PLANO DE CUIDADOS MÉDICOS
• Comunicar à enfermeira abertura do código sepse;
• Iniciar e manter, de imediato, as medidas de tratamento preconizadas, bem como as
reavaliações frequentes necessárias, até que o paciente estabilize;
• Solicitar exames do “pacote sepse”;
• Prescrever ATB seguindo guia de orientação do SCIH.
11.2 PLANO DE CUIDADO DA ENFERMAGEM
• Avisar ao NAC abertura do código sepse;
• Providenciar e instalar monitorização indicada (FC, FR, PAM invasiva, temperatura e PVC);
• Providenciar materiais para acesso venoso central (AVC);
• Providenciar material para intubação endotraqueal e suporte ventilatório;
• Providenciar monitorização do débito urinário e glicemia;
• Revisar prescrição para o inicio do tratamento;
• Coletar amostra de sangue para gasometria de acesso venoso central;
• Providenciar e instalar monitorização indicada (FC, FR, PAM invasiva, temperatura
esofágica e PVC).
11.3 PLANO DE CUIDADO DO LABORATÓRIO
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• Coleta dos exames “pacote sepse” em até 15 minutos após acionamento do código sepse;
• Coletar culturas antes da administração da 1ª dose de ATB;
• Emitir resultado do lactato, gasometria arterial em no máximo 15 minutos após coleta;
• Emitir resultado da hemoglobina, leucócitos, plaquetas e glicemia em 60 minutos após
coleta;
• Resultados dos demais exames não devem exceder 3 horas (exceção das culturas);
• Anotar na ficha de gerenciamento horário de entrega do resultado do lactato.
11.4 PLANO DE CUIDADO DA FÁRMACIA
• Liberar ATB prescrito prontamente ao profissional de enfermagem que solicitar a
medicação.
OBS.: Para liberação do ATB é necessária prescrição médica que deverá conter a dose e
posologia da medicação prescrita, garantindo a dispensação para que a 1ª dose do ATB seja
administrada em até 60 minutos da confirmação do diagnóstico de sepse, independente da
autorização da ficha de solicitação de antimicrobianos pela CCIH ou profissional responsável.
11.5 PLANO DE CUIDADO DO NAC
• Comunicar ao Laboratório, cirurgião de plantão, Radiologia e UTI abertura do código
sepse;
• Anotar horário da comunicação do código sepse aos setores;
• Priorizar solicitações de exames e pareceres para o paciente com sepse.
11.6 PLANO DE CUIDADO DA FISIOTERAPIA
• Verificar as condições clínicas do RN antes do atendimento fisioterápico;
• Paciente instável - não haverá atendimento até nova avaliação da equipe multidiscisplinar
e estabilização do quadro clínico;
• Paciente hemodinamicamente estável, comunicar médico diarista para o mesmo avaliar
necessidade do atendimento e solicitar fisioterapia na prescrita médica;
• Iniciado atendimento fisioterápico, tem como prioridade a avaliação do drive respiratório
para desmame precoce da ventilação mecânica;
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PROTOCOLOS ISGH | SEPSE NEONATAL
• Iniciar fisioterapia sensório-motora global.
11.7 PLANO DE CUIDADO DA FONOAUDIOLOGIA
• Verificar as condições clínicas do paciente antes da avaliação fonoaudiológica;
• Pacientes instáveis - não haverá atendimento até nova avaliação médica e estabilidade do
mesmo;
• Observados comportamentos de fadiga, sonolência, comportamentos impulsivos ou
ansiogênicos, rever a possibilidade da avaliação acontecer em outros momentos, pois
essas alterações podem envolver risco de aspiração;
• Paciente hemodinamicamente estável, comunicar médico diarista para o mesmo avaliar
necessidade de nova avaliação, sendo prescrita ou solicitada no sistema via interconsulta.
11.8 PLANO DE CUIDADO DA NUTRICIONISTA
• Fazer avaliação nutricional baseado na história clínica, anamnese alimentar, exame físico,
medias antropométricas e dados laboratoriais;
• Iniciar nutrição quando a situação metabólica do paciente estiver estável, com inicio em
até 48 horas;
• Determinar a via de alimentação e o método de administração de acordo com o
funcionamento do trato gastrointestinal (TGI);
• Calcular o gasto energético basal (GEB), para determinação da oferta calórica total / dia,
utilizando a fórmula da FAO- 85;
• Calcular a necessidade estimada de proteína de acordo com as faixas etárias:
• 0-2 anos: 2-3 g/kg/dia;
• 2-13 anos: 1,5-2g/kg/dia;
• 13-18 anos: 1,5g/kg/dia;
• Determinar o tipo de dieta a ser utilizados de acordo com a idade, funcionamento do TGI e
patologias associadas;
• Reavaliação clinica diária e antropométrica semanal.
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| 12. CRITÉRIOS DE ALTA DA UTI NEONATAL |
• Melhora clínica;
• Estabilidade hemodinâmica e respiratória;
• Sem dependência de medidas de suporte hemodinâmico ou respiratório.
| 13. INDICADORES |
LACTATO: ENTREGA DO LACTATO PELO LABORATÓRIO
Número de lactato entregue na unidade no período acordado
Todos de pacientes incluídos no protocolo (com sepse grave/choque séptico)
TAXA DE COLETA DE HEMOCULTURA ANTES DA ADMINISTRAÇÃO DO ATB NA 1º HORA
Número de pacientes incluídos no protocolo que colheram hemocultura antes do início da
antibioticoterapia
Todos os pacientes com sepse grave/choque séptico
TAXA DE ADMINISTRAÇÃO DO ATB NA PRIMEIRA HORA
Número de pacientes em que a administração de ATB ocorreu dentro da primeira hora da
abertura do protocolo
Todos os pacientes incluídos no protocolo (com sepse grave/choque séptico)
TAXA DE REPOSIÇÃO VOLÊMICA ADEQUADA
Número de pacientes que receberam Infusão de volume adequado na primeira hora de
diagnóstico em paciente com sepse grave e choque séptico
Número de pacientes com diagnóstico de sepse grave e choque séptico
X 100
X 100
X 100
X 100
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PROTOCOLOS ISGH SEPSE NEONATAL
PROTOCOLOS ISGH | SEPSE NEONATAL
TAXA DE ADESÃO AO PROTOCOLO SEPSE
Número de pacientes que entraram no protocolo e receberam ATB na primeira hora e
reposição volêmica adequada na primeira hora
Número de pacientes que entraram no protocolo (com sepse grave/choque séptico)
| 14. REFERÊNCIAS |
YOUNG, Thomson et al. Neofax 2011. In: YOUNG, Thomson et al. Neofax 2011. 33. ed. New York: Pdr
Network, 2011. p. 200-205.
CORRENTE Sanguínea: Critérios Nacionais de Infecções. Disponível em:
<http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/correntesanguinea.pdf>. Acesso em: 10 maio 2012.
Pediatria: prevenção e controle de infecção hospitalar/ Ministério da Saúde, Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. – Brasília : Ministério da Saúde, 2005.
Finkelstein, J. A. et al. Reducing antibiotic use in children: a randomized trial in 12 practices. Pediatrics,
v. 108, n.1, p. 1-7, 2001.
Calil, R. Diagnóstico das infecções hospitalares em recém-nascidos In: Diagnóstico e prevenção de
infecção hospitalar em neonatologia. [S.l.]: APECIH, 2002. p. 29-42.
PROGRAMA de Controle de Infecção Hospitalar Brasília: Ministério da Saúde, 1998.
Rodwell, RL et al. Hematologic scoring system in early diagnosis of sepsis in neutropenic newborns.
Pediatr Infect Dis J., Australia, n. , p.372-376, 12 maio 1993. Disponível em:
<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8327296>. Acesso em: 20 abr. 2012
Rodwell, RL et al. Hematologic scoring system in early diagnosis of sepsis in neutropenic newborns.
Pediatr Infect Dis J., Australia, n. , p.372-376, 12 maio 1993. Disponível em:
<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8327296>. Acesso em: 20 abr. 2012.
Naidoo, BT et al. The cerebrospinal fluid in the healthy newborn infant. S Afr Med J, Africa, n. , p.933-
935, 12 maio 1968.
Rodriguez, AF.; Kaplan, SL.; Manson, EO. Cerebrospinal fluid values in the very low birth weight infant.
J Pediatr., v.116, p.971-4, 1990.
Rodwell, R.L.; Leslie, A.L.; Tudehope, D.T. Early diagnosis of neonatal sepsis using a hematologic scoring
system. J Pediatr, p.112:761-7, 1988
X 100
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PROTOCOLOS ISGH SEPSE NEONATAL
PROTOCOLOS ISGH | SEPSE NEONATAL
NEONATOLOGIA: Critérios nacionais de infecção relacionados á assistência á saúde. Brasília: Anvisa,
2013. Disponível em:
<HTTP://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/manual_definiçao_criterios_nacionais_infec%E7%
F>. Acesso em: 30 julho 2014.
RICHTMANN, Rosana (Org.). Diagnóstico e prevenção das infecções hospitalares em Neonatologia.
São Paulo: Apecih, 2002.