o assumir a presidência da ABECE,em novembro de 2004, o eng.Valdir Silva da Cruz procurouestabelecer, junto com os demais
diretores empossados, um plano deação para o biênio 2004/2006. “Alémdas ações que darão continuidade àsatividades desenvolvidas pelos Gruposde Trabalho, visando atingir seus prin-cipais objetivos, novas ações forampropostas, sendo que algumas se torna-ram possíveis em virtude do caminhoaberto pelas administrações anteriores”,explica o presidente.
Para ele, é de suma importânciaestabelecer um planejamento que nor-teie as ações de todos os diretores. Apartir das primeiras reuniões de defini-ções de condução das atividades pro-postas pela nova gestão, cada equipe
ficou responsável por elaborar um pla-no.
“É importante planejar, mas acreditoque a implantação das ações deva serfeita em etapas, pois não podemosesperar o plano chegar na sua condiçãoperfeita para poder implantá-lo. Deve-se fazer e depois corrigir, se necessário”,justifica.
Na página 3, os associados poderãoconferir as equipes de trabalho e asprincipais metas a serem atingidas. Opresidente complementa com o recadode que “todas as ações podem ser re-sumidas em valorização profissional efoco no associado. Há bastante trabalhopara poucos braços. Se você puder equiser ajudar, entre em contato com aABECE”.
Informativo daAssociação Brasileira
de Engenhariae Consultoria Estrutural
Ano 9 - Nº 47
Janeiro-Fevereiro/ 2005
Ações para o biênio2004/ 2006
“CompartilhandoExperiências” trazfluxo simplificadopara formação decustos paraprojetos estruturais
Conheça eparticipe dasações da ABECE A
ABECE na lutacontra a MP 232
Membros da atual diretoria da ABECE
3
5
o ano em que a ABECE completa 11 anos, aumenta nossaresponsabilidade. Passamos a magnetizar múltiplas funções,quais sejam: identificação dos principais fatores queinterferem na valorização profissional; participação ativa
na condução das ações institucionais para o desenvolvimentointegrado da cadeia produtiva; tentativa da interlocução per-manente com representantes de outras associações de classe;apoio e busca da implementação de ações que facilitem o acessode nossos associados à formação profissional continuada, entreoutras.
Falta muito, é verdade, mas já se pode notar sensível melhora nas relações profissionaise institucionais na nossa atividade. Assim, é nossa missão identificar continuamente asquestões que afetam o cotidiano e desenvolver ações pró-ativas para implementar soluçõesdo nosso interesse.
É nesse contexto que a ABECE vem se manifestar a respeito da maneira como se desenvolvea formação complementar dos profissionais que atuam na engenharia estrutural. A educaçãoacadêmica da graduação é cada vez mais insuficiente para suprir as demandas atuais dosescritórios (por exemplo: assuntos como não-linearidade não fazem parte da grade curriculare são vastamente empregados nos processos preconizados pela NBR 6118:2003).
Como resolver o problema da formação dos profissionais que ingressam na nossaatividade? Dois caminhos são os mais comuns: no primeiro, recorre-se aos cursos deespecialização lato sensu, freqüentemente oferecidos pelas fundações ligadas às universidades;no segundo, são os cursos de pós-graduação stricto sensu que dão ao profissional a formaçãomais completa e universalizada, adequada às necessidades de longo prazo das empresas,que, aliás, são tanto mais competitivas quanto maior é a qualidade e capacitação tecnológicade suas equipes.
Pois bem: como se dão o ingresso e o percorrer dos alunos nos cursos de pós-graduaçãonas grandes universidades públicas? Pelo que se sabe, todo o processo de aceitação de novosalunos nestes cursos está dirigido ao estudante que tem bolsa de estudo, afastando, na prática,a possibilidade de que um aluno que trabalhe possa se pós-graduar (stricto sensu).
Ao que tudo indica, tal procedimento tem como fundamento os critérios de avaliaçãoimpostos aos professores pelas suas próprias instituições e pelos órgãos de fomento à pesquisa:quanto mais alunos por unidade de tempo um orientador conseguir formar, mais pontos lhesão atribuídos. Nessa lógica, o estudante que não tem bolsa de estudos e trabalha estávirtualmente excluído.
Quem perde? Todos: a universidade que desperdiça a oportunidade de identificar asdemandas criadas pela sociedade dentro de seus próprios centros de produção (que são asempresas); os alunos, que muitas vezes vêem frustradas suas expectativas de atingirem graude excelência naquilo que pretendem ter como meio de vida; as empresas, que perdemcompetitividade, e, por último, e mais importante, o Brasil, que poderá gastar mais do queo dobro do necessário para se modernizar e se transformar num país mais forte. Nosso pleito:que se abram algumas portas nas universidades para que os profissionais possam se aperfeiçoare nossas empresas terem um pouco mais de chance no mercado globalizado que há de vir.Como podem ver, temos muito a fazer...
José Roberto BraguimVice-presidente
NAv. Brigadeiro Faria Lima, 1685 - cj. 2D
CEP 01451-908 - São Paulo - SPTel.: (11) 3097-8591Fax (11) 3813-5719www.abece.com.br
PresidenteValdir Silva da Cruz
Vice-presidenteJosé Roberto Braguim
Diretor administrativo-financeiroFernando de Moraes Mihalik
DiretoresAlberto Naccache, Augusto GuimarãesPedreira de Freitas, Marcos Monteiro,Roberto Dias Leme, Sérgio de FariaLinardi, Suely Bacchereti Bueno e
Wagner Edson Gasparetto
Conselho deliberativoAntonio Carlos Reis Laranjeiras,
Augusto Carlos Vasconcelos,Catão Francisco Ribeiro, Celso Augusto
Cortez, Francisco Paulo Graziano,Gabriel Oliva Feitosa, José Luiz
Cavalheiro, Júlio Timerman, Justino ArturFerraz Vieira, Kalil José Skaf, Luiz Cholfe,
Luiz Roberto Pasqua, MarceloRozenberg, Marcos de Mello Velletri,
Natan Jacobsohn Levental,Nelson Covas, Paulo Rafael Cadaval
Bedê, Ricardo Leopoldo e Silva Françae Sérgio Vieira da Silva
ABECE Informa é uma publicaçãobimestral da ABECE - Associação
Brasileira de Engenharia eConsultoria Estrutural
Conselho editorialDiretoria Executiva da ABECE
ProduçãoPrefixo Comunicação S/C Ltda.
Tels./ Fax: (11) 6915-8599 / [email protected]
EditoraRosana Córnea (MTb 17.183)
Como aperfeiçoar a formaçãodo engenheiro estrutural?
ABECE InformaJaneiro-Fevereiro/ 20052
Plano de Ação Biênio 2004/ 2006
Os interessados em participar da agilização das ações propostas devem entrar em contato com aABECE, pelo tel. (11) 3097-8591 ou e-mail [email protected].
ABECE Informa Janeiro-Fevereiro/ 2005 3
ASSUNTOS/ OBJETIVOS Responsáveis
Índices do Setor e Banco de Empregos Nelson CovasÍndices como volume de concreto, contratos, propostas, etc.
ABECE Universidades RobertoDivulgar as atividades da ABECE, assim Dias Lemecomo da engenharia estrutural, paraestudantes universitários de 4º e 5º anos
Sócios Colaboradores MarcosAlterar a sistemática e aumentar a abrangência Monteirodo relacionamento, com maior integração
ABECE - Divulgação WagnerAtualizar permanentemente o site e o mailing Gasparettolist de contatos da ABECE, elaborar novofôlder institucional e coordenar as produçõesdas publicações ABECE Informa e ABECE News
Tributação Fernando de Participar, atualizar e informar os associados Moraes
sobre os tributos que afetam o setor Mihalik
Seguro Augusto G.Adaptar o seguro para as necessidades da Pedreira deABECE, representando um diferencial Freitaspara os sócios
Comissão de Ética e Ouvidoria MarcosAnalisar e solucionar conflitos entre sócios; de Mellocriar o Código de Ética dos engenheiros Velletriestruturais
ASSUNTOS/ OBJETIVOS Responsáveis
Valorização Profissional Júlio TimermanDar continuidade ao trabalho executado,com ênfase no setor de engenharia estrutural
Reuniões Plenárias MarcosAgilizar as reuniões mensais com palestras téc- Monteiro/nicas e com sócios colaboradores; organizar, Sérgio deapós as reuniões, momentos de confraternização Faria Linardi
Relacionamento Institucional TodosIntegrar a ABECE às associações e entidadescongêneres, principalmente de engenharia
Marketing AlbertoDivulgar para a mídia os assuntos da ABECE, Naccachecomo escopo, contrato, tabela de honorários eda valorização profissional
Prêmio Talento Engenharia Estrutural Augusto G.Dar continuidade ao evento, ampliando para os Pedreira dediversos tipos de estrutura e também Freitasaumentando sua projeção
Regionais José RobertoDinamizar o funcionamento das Regionais, Braguimintensificando suas ações, integrando-asnacionalmente, além de estudar a criaçãode novas sedes
Cursos Técnicos SuelyViabilizar e coordenar cursos de formação Baccheretiprofissional complementar (de preferência, Buenoum em cada semestre)
CONCEITO
Entendem-se como quatro as grandes etapas do processo construtivo:concepção, projeto, execução e uso/ manutenção. Considerandouma vida útil das estruturas de 50 a 100 anos, a etapa de USO/MANUTENÇÃO passa a ter importância fundamental na segurança,eis que as primeiras são desenvolvidas no período inicial doprocesso, e sempre supervisionadas por profissionais habilitados,enquanto o uso/ manutenção estende-se pelo longo tempo restante,e no mais das vezes, ficam sob supervisão de proprietários leigosou à mercê de pseudo-técnicos. Essa assistência incipiente edespreparada pode não perceber que as hipóteses iniciais desegurança e funcionamento estrutural estão sendo alteradas parapior. Outras vezes, nem percebem que intervenções e reformasinadequadas podem comprometer seriamente as hipóteses inicial-mente formuladas nas etapas de PROJETO e CONSTRUÇÃO.
As experiências em cidades como Porto Alegre, Buenos Aires e NovaIorque, onde têm sido aplicadas com sucesso leis que prevêem ainspeção e manutenção periódicas das edificações e obras-de-arte,garantiram a diminuição de acidentes com perdas humanas e aredução dos custos de intervenções corretivas.
ABECE InformaJaneiro-Fevereiro/ 20054
MANIFESTO PÚBLICO
SEGURANÇA DAS OBRAS CIVIS
Os recentes sinistros ocorridos no País, com evidentes prejuízos pessoais, morais e patrimoniais àpopulação, vêm demonstrar a imperiosa necessidade da introdução de medidas técnicas e legais para aredução dos riscos de acidentes, razão pela qual várias entidades de reconhecida competênciapromoveram o Debate Técnico “LIÇÕES DO AREIA BRANCA – Acidentes, Responsabilidades eSegurança das Obras” e manifestam-se publicamente apresentando as conclusões alcançadas.
para CERTIFICAÇÃO DA MÃO-DE-OBRAMediante legislação federal, estadual e municipal a ser formulada,
para o EXERCÍCIO PROFISSIONALDeverá ser implantado por parte do Sistema CONFEA umprograma permanente de conscientização e controle (comprazo de validade) das habilitações profissionais, sujeitas auma comprovação de conhecimentos e do efetivo exercícioprofissional.Deverá ser implantado via MEC e CREAs umamplo incentivo aos programas de educação continuada nasuniversidades e entidades afins envolvidas com a segurançadas obras civis, visando o aprimoramento profissional nasáreas de projeto, execução, inspeção e manutenção deestruturas.
para o REGRAMENTO TÉCNICOConsiderando a necessidade absoluta do estabelecimento deregras técnicas para as atividades da Inspeção em Obras Civis noPaís, padronizando definitivamente conceitos e atividades nosentido da garantia de segurança, torna-se imprescindível aelaboração, via ABNT, de Norma Brasileira de Inspeção de ObrasCivis.
Diante da importância destes aperfeiçoamentos para o benefícioda comunidade, espera-se mobilizar a sociedade civil e órgãosgovernamentais dos três níveis administrativos para que, juntos,possam pôr em prática as medidas aqui propostas.
ABECE – Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural; IBAPE/SP – Instituto Brasileirode Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo; IBRACON – Instituto Brasileiro do Concreto
a mão-de-obra vinculada às atividades de construção comconseqüências diretas na qualidade estrutural (desenvolvidas pormestres e encarregados de estruturas e fundações, armadores,soldadores, montadores, vibradoristas, operadores de betoneira,bombas e caminhões-betoneira, operadores de concreto projetado,laboratoristas, etc), deverá ser reciclada e certificada periodica-mente em seus conhecimentos, cabendo a fiscalização da utili-zação de mão-de-obra credenciada aos Sindicatos da ConstruçãoSINDUSCONs, e aos CREAs a punição do empregador no casodo não atendimento.
para APERFEIÇOAMENTO DO ENSINO DEENGENHARIA CIVIL E ARQUITETURA
Por meio de medidas nacionais a serem implantadas via MEC:a introdução no último ano de engenharia civil e arquitetura, deuma ou mais disciplinas versando sobre segurança, vida útil,patologia e terapia das estruturas, assim como ética profissional;o treinamento e atualização contínua de todos os professores dasdisciplinas relacionadas a fundações, estruturas e materiais deconstrução; a ampliação da exigência da participação de Doutorescomo professores dessas disciplinas, tendo como meta a totalidadeaté 2.015.
Este documento foi elaborado durante o debate técnico Lições do Areia Branca - Acidentes, Responsabilidades eSegurança das Obras, ocorrido em 8 de dezembro de 2004, no Novotel Center Norte (São Paulo-SP).
Na ocasião, o presidente da ABECE, eng. Valdir Silva da Cruz, proferiu palestra sobre a Lei das Marquises,que está sendo enviada à Câmara Municipal de São Paulo.
PROPOSTAS
para EDIFICAÇÕES EXISTENTESDeverá ser instituída por legislação federal, estadual e municipal,criada especialmente para esta finalidade, a inspeção periódicade patrimônios públicos e privados, cujas estruturas estejamsujeitas à ação agressiva do meio ambiente, tais quais fachadas,marquises, balcões, varandas em balanço, contenções, funda-ções, estádios de esportes, galpões de feiras e exposições,pontes, viadutos, túneis, obras de saneamento e edifíciosresidenciais e comerciais com mais de dez metros de altura.Esta inspeção deverá ser realizada por profissionais e/ouempresas especializadas, habilitadas e credenciadas.
A partir de um diagnóstico fruto dessa inspeção técnica, e seassim for orientado, as edificações deverão receber as inter-venções necessárias e urgentes, bem como ser mantidaspermanentemente mediante rotinas técnicas específicas.
Cabe à Prefeitura local e Órgãos Públicos estimular, através douso inteligente de descontos em impostos ou multas, essa inspeçãoe manutenção periódicas.
em de anos a atuação da ABECE na defesa da diminuiçãoda carga tributária, haja vista sua freqüente participaçãono Fórum Permanente em Defesa do Setor de Serviços,que reúne entidades de classe de todo o país para buscar
soluções junto aos Poderes Públicos.
Recentemente, a ABECE integrou-se à Frente Brasileira Contraa Medida Provisória 232, coordenada pelo Sindicato das Empresasde Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento(SESCON-SP), Associação Comercial de São Paulo(ACSP), Instituto Brasileiro de PlanejamentoTributário (IBPT) e Ordem dos Advogados doBrasil - Seção São Paulo (OAB-SP).
No dia 15 de fevereiro, o presidente ValdirSilva da Cruz e os diretores Fernando Mihalike Suely Bueno participaram, no Clube Esperia(São Paulo), do Ato Público de Repúdio àMP 232, organizado pela Frente e que reuniumais de 2 mil pessoas, contando com a adesãoformal de mais de mil entidades dos mais diversos setores dasociedade civil.
Manifesto de Repúdio
As lideranças apresentaram à sociedade um Manifesto deRepúdio ao abusivo aumento do IR e da CSLL e a cartilha comanálises dos efeitos negativos da MP 232, elaborado pelo IBPT.Dois dias depois, a Frente foi a Brasília para apresentar oManifesto a lideranças parlamentares e, mais uma vez, a ABECEesteve presente, através de seu diretor Fernando Mihalik.
Nessas oca-siões, os repre-sentantes daFrente demons-traram suas po-sições, e váriaslideranças doCongresso apre-sentaram de-poimentos derepúdio à Me-dida e se com-prometeram alutar contra suaaprovação, den-tre eles JorgeB o r n h a u s e n ,Eduardo Aze-redo, AlbertoGoldman, Ar-naldo Faria deSá e Julio Se-
meghini. O deputado Goldman salientou quea contraparte do reajuste da tabela do Imposto de Renda jáhavia sido considerada no último aumento de impostos, cujostrabalhos foram acompanhados por ele.
Dentre os representantes da área da engenharia, cabe registrara constante presença do vice-presidente do CREA-SP (ConselhoRegional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo)e conselheiro do IE (Instituto de Engenharia), Kleber Castilho,
além do presidente da FAEASP (Federação dasAssociações de Engenharia, Agricultura eAgronomia do Estado de São Paulo), TadeuSilva, e do eng. Mauricio Fernandes, repre-sentante da FAEAMG, entidades que aderiamao movimento contra a MP 232.
“É possível que a MP 232 caia antes deentrar em vigor; mesmo assim é importanteque os escritórios verifiquem se é mais inte-ressante passar para o lucro real se seu líquido
for menor do que 40%. Mesmo recolhendo mensalmente oimposto na base de cálculo dos 40%, ao fazer a declaração derenda anual, esses escritórios terão a restituição do que pagarama mais”, alerta o eng. Mihalik.
Membros do Fórum Permanente em Defesa do Setor deServiços também estiveram em reunião, no dia 23 de fevereiro,com o secretário-adjunto de Finanças do Município de SãoPaulo com o objetivo de discutir e alertar o governo municipalsobre pendências de acertos a serem firmados junto aos presta-dores de serviços no tocante a vários pontos, tais como ISS de
2 0 0 3 / 2 0 0 4 ,DES (Declara-ção Eletrônica),abertura de no-vas empresas euniformizaçãode p roced i -m e n t o s . N aocasião, houvereceptividadeda administra-ção municipalq u a n t o a o spontos levanta-dos e novosencontros foramagendados entreas partes, vi-sando atenderos interesses dasempresas pres-tadoras de ser-viços.
VABECE na luta contra a MP 232
ABECE presente em momentos importantes de discussão sobre a MP 232, como o Ato Público de Repúdio, noClube Esperia, em São Paulo (no alto), e a apresentação do Manifesto de Repúdio, em Brasília (abaixo)
“É possível que a MP 232caia antes de entrar emvigor; mesmo assim, é
importante que os escritóriosverifiquem se é mais
interessante passar para olucro real...”
Eng. Fernando Mihalik
ABECE Informa Janeiro-Fevereiro/ 2005 5
ACONTECE NAS REGIONAISACONTECE NAS REGIONAISFortaleza
ABECE InformaJaneiro-Fevereiro/ 20056
Honorários na pautaomo se deve compor os
valores de honorár ios
profissionais nos escritórios
tem sido uma das princi-
pais preocupações dos enge-
nheiros de estruturas.
A Delegacia Regional de Fortaleza pretende ela-
borar uma programação de ações com vistas à valo-
rização profissional, principalmente no que se refere
à tabela de honorários.
Segundo o delegado regional, eng. Sérgio Otoch,
percebe-se uma significativa falta de informação
sobre a composição dos valores dos
honorários referentes a projeto, como
custos fixos, custos variáveis, inves-
timentos em máquinas, softwares e
conhecimento, e carga tributária.
“Queremos promover uma palestra
sobre formação de preços de hono-
rários para orientar nossos associados
e interessados”, esclarece o enge-
nheiro.
Sua intenção vai mais longe: realizar um exame
da tabela de honorários proposta pela ABECE com o
objetivo de rever a tabela da ACEE (Associação Cea-
rense de Engenharia Estrutural).
“A tabela de honorários da ACEE é mais abrangente
do que a recente tabela da ABECE, mas poderemos
adequá-la a este novo formato de modo a contemplar
os aspectos regionais” explica.
Eventos
As primeiras reuniões estão focadas na definição
das principais ações para este ano. Dando continui-
dade à promoção de palestras e cursos que visam a
permanente atualização dos profis-
sionais locais, o delegado regional
prevê a realização da palestra Ação
do vento sobre as edificações, justifi-
cando ser “cada vez mais importante
alertar sobre os efeitos da ação do
vento e sua correta consideração nos
projetos estruturais”.
O apoio aos eventos locais, a exemplo do ano
passado, será analisado sempre de acordo com os
temas de grande interesse dos associados.
“Queremospromover uma palestra
sobre formaçãode preços de honorários
para orientarnossos associados
e interessados”
C
Viabilizar cursos e conquistarnovos associados
ob o comando do eng.Yassunori Hayashi, a Dele-gacia Regional de Curitibatraçou amplos planos para o
ano de 2005. “Minha prioridadeserá reativar os antigos associadose trazer novos sócios colaboradorespara a ABECE. Vou me empenhar,
particularmente, na viabilização dos cursosa distância, através da Internet, para que aregional possa repassar os mesmos cursosque são ministrados em São Paulo para osassociados locais”, justifica.
Para a captação de novos sócios colabo-radores, a Regional pretende realizar palestrastécnico-comerciais mensais, patrocinadas pelos sócios cola-boradores com apoio da ABECE. Segundo o delegado, esteseventos atendem à necessidade de divulgação de produtosdos sócios colaboradores e trazem informação de relevânciapara os associados. Além disso, os sócios colaboradores estãosendo convidados a participar das reuniões mensais daRegional.
Valorização profissional
Uma das metas da Regional é auxiliar na promoçãoda valorização profissional do engenheiro de estruturas.O delegado regional pretende programar palestra comum dos membros do Grupo de Valorização Profissionalpara que as ações que vêm sendo desenvolvidas sejamamplamente discutidas com os engenheiros locais.“Também convidaremos o eng. César Pinto, da Regionaldo Rio de Janeiro, para difundir e tentar implantar a
verificação de projetos em Curitiba”, adianta o eng.Hayashi.
Um dos caminhos para contribuir para a formaçãopermanente dos profissionais é a realização de cursostécnicos e palestras. A Delegacia Regional pretende im-plantar metodologia de ensino a distância para que oscursos realizados em Curitiba possam ser repassados para
o interior do Estado e, principalmente, queos cursos ministrados em São Paulo cheguemaos associados de Curitiba. “Essa metodo-logia, se aprovada em Curitiba, poderá serexpandida para as outras regionais”, reforçao delegado regional.
Para viabilizar a realização de cursos epalestras, ele acredita no fortalecimento de parcerias comoutras entidades, como a ASCON (Associação Sul Brasileirade Construção Metálica), IEP (Instituto de Engenharia doParaná), Asbea (Associação Brasileira dos Escritórios deArquitetura), ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland)e Sinduscon-PR (Sindicato da Indústria da Construção Civildo Paraná). “Através desse relacionamento institucionalpodemos viabilizar diversas atividades que contribuirão paraa constante formação profissional”, justifica.
Além disso, a Delegacia Regional continuará partici-pando de importantes movimentos do setor, como a Co-munidade da Construção e a Comunidade Alvenaria Estru-tural. Da primeira, a ABECE faz parte do conselho e auxilianas ações propostas enquanto, juntamente com a ABCP ecadeia produtiva da alvenaria estrutural, discute necessidadese estratégias para maior disseminação do processo cons-trutivo.
"Essa metodologia,se aprovada em
Curitiba, poderá serexpandida para asoutras regionais"
ACONTECE NAS REGIONAISACONTECE NAS REGIONAISCuritiba
ABECE Informa Janeiro-Fevereiro/ 2005 7
S
ACONTECE NAS REGIONAISACONTECE NAS REGIONAISBelo Horizonte
Visibilidade para a ABECExpandir a visibilidade e
ampliar a percepção de
vantagens para conquistar
novos associados e sócios
colaboradores. Estes são dois dos
principais objetivos da Delegacia
Regional de Belo Horizonte para este ano.
“Precisamos aumentar o quadro associativo da
ABECE, através da demonstração das vantagens de ser
sócio colaborador da entidade. Aos
participantes da cadeia produtiva, onde
a Associação mantém a reputação de
seriedade, atuação e organização, pre-
cisamos reforçar esta imagem com a rea-
lização de ações conjuntas”, afirma o
delegado regional Paulo Rafael Cadaval
Bedê.
Um dos caminhos apontados para a manutenção desta
imagem seria a promoção de cursos e seminários com as
entidades parceiras, motivando a presença dos diretores
e membros da ABECE.
Parcerias
Com a Câmara da Indústria da Construção, a Delegacia
Regional acertou a realização de eventos fixos (um por
mês), aproveitando a infra-estrutura do local. “A Atex,
sempre parceira, nos ofereceu suporte. Acho muito im-
portante elaborar uma agenda fixa e, com isso, criar o
costume na comunidade de acompanhar os eventos”,
ressalta.
Outro relevante objetivo é a participação no Minas
Con, maior evento do setor promovido pelo Sistema
FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas
Gerais), através da Câmara da Indústria da Construção.
Segundo o delegado regional, a intenção é repetir a
atuação da ABECE, em parceria com o
Sinduscon (Sindicato da Indústria da
Construção), no Congresso de Materiais
e Tecnologia da Construção, que foi muito
proveitosa e conveniente no ano passado.
Está ainda em estudo a participação
conjunta com as principais entidades que
congregam os profissionais de projeto,
como ABRACIP, GEMARQ e IAB, em es-
tande e eventos.
Como membro da Comunidade da Construção, a ABECE
tem participação na definição dos temas e maneiras de
abordar a estrutura como interface em quase todos os
processos da construção. “Em uma das últimas reuniões,
ficou acertado que o tema ‘projeto’ será contemplado de
maneira destacada em qualquer atividade desenvolvida
pela Comunidade e isso é muito importante para nossa
atuação”, finaliza.
ABECE InformaJaneiro-Fevereiro/ 20058
"Precisamosaumentar o quadro
associativo daABECE, através dademonstração dasvantagens de ser
sócio colaborador daentidade"
E
Recife
Evento marca primeira reuniãoom a presença de aproximadamente 70 profissionaisda área de engenharia, a mesa-redonda Vistorias emedificações existentes, realizadano dia 26 de janeiro, no Auditório
da ABCP N/NE, marcou a primeirareunião da recém-inaugurada DelegaciaRegional de Recife. O evento contoucom o apoio da ABCP (AssociaçãoBrasileira de Cimento Portland), ADEMI-PE (Associação das Empresas do Mer-cado Imobiliário de Pernambuco), CREA-PE (Conselho Regional de Engenharia,Arquitetura e Agronomia de Pernam-buco), IAB-PE (Instituto dos Arquitetosdo Brasil - Pernambuco) e Sinduscon-PE (Sindicato da Indústria da ConstruçãoCivil de Pernambuco).
Para o delegado regional SérgioOsório de Cerqueira, a mesa-redondasuperou as expectativas de marcar oinício das atividades da ABECE emRecife. “Contamos com a participaçãode figuras emblemáticas da engenhariapernambucana, como os professores Jaime Gusmão, Joa-quim Correia, Dilson Teixeira e Normando Perazzo (PB),
além de representantes de universidades da região”, relata.
A palestra sobre durabilidade, proferidapelo prof. Tibério Andrade, apresentoudiversos exemplos de obras vistoriadascom problemas construtivos, enquantoo prof. Romilde Oliveira abordou osconceitos, exemplos, normas e leis exis-tentes sobre a manutenção de edificações.Os debates, mediados pelos professoresDílson Teixeira e Alexandre Gusmão, epelos engenheiros João Asfora e SérgioOsório Cerqueira, contaram com amplaparticipação de todos os presentes.
“Pretendemos organizar eventosmensais ao longo do primeiro semestre,de forma a consolidar um check list emconjunto com todos os órgãos de classe,universidades e profissionais da enge-nharia estrutural, visando estabelecerprocedimentos para vistorias e reco-mendações corretivas e de manutençãodas edificações de forma a proteger a
sociedade contra acidentes traumáticos”, explica o eng.Sérgio Osório Cerqueira.
ABECE Informa Janeiro-Fevereiro/ 2005 9ACONTECE NAS REGIONAISACONTECE NAS REGIONAIS
Rio de Janeiro
m dos principais objetivos daDelegacia Regional do Rio deJaneiro para este ano é pro-mover palestras técnicas em
parceria com o Clube de Engenharia,CREA-RJ (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura eAgronomia do Rio de Janeiro), Ibracon (Instituto Brasileiro
do Concreto), ABPE (Associação Brasileira de Pontes eEstruturas) e ABCP (Associação Brasileira de CimentoPortland). “Estas palestras contarão com a participação deilustres engenheiros e arquitetos do Brasil, principalmentedo Rio de Janeiro, e, sem dúvida, enriquecerão o conheci-mento dos profissionais locais”, adianta o delegado regionalBruno Contarini.
C
Profissionais prestigiaram apresentação da Delegacia Regional
UParcerias viabilizam palestras
ABECE InformaJaneiro-Fevereiro/ 200510
eng. Roberto de Oliveira Alvesteve a oportunidade de acom-panhar o maior encontro detecnologia da construção civil, o
World of Concrete 2005, realizado noperíodo de 17 a 21 de janeiro, em LasVegas (EUA). Grande vencedor da úl-tima edição do Prêmio Talento Enge-nharia Estrutural, o eng. Alves recebeua viagem e estadiapara participar doevento como prê-mio pelo projetoestrutural executadona Rodovia Imi-grantes (um trabalhoda Figueiredo FerrazConsultoria e En-genharia de ProjetoLtda.).
Ele revela tersido muito signifi-cativo conferir oque há de maisatual e inovador em
todos os setores da construção civil,seja através das novidades apresenta-das pelos expositores ou pelo grandenúmero de seminários abordando te-mas variados, desde técnicas de exe-cução de concreto, reparos e recupe-ração de estruturas a tópicos ligadosa gerenciamento de obras, além dedezenas de cursos, onde técnicos são
treinados e certifi-cados na enormegama de atividadesexistentes na cons-trução civil.
“O evento con-tribuiu para queeu me atualizassecom as novidadesapresentadas noes tado da ar te ,p r i n c i p a l m e n t eaquelas associadasà recuperação ereforço estrutural”,destaca.
O presidente da ABECE, eng.Valdir Silva da Cruz, participou,no dia 7 de dezembro de 2004,da reunião promovida peloSecovi-SP (Sindicato das Empre-sas de Compra, Venda, Locaçãoe Administração de Imóveis Re-sidenciais e Comerciais de SãoPaulo) sobre a Norma de Desem-penho. “No dia 19 de janeiro de2005, foi enviada à comissãonossa contribuição através deobservações sobre a Norma”, ex-plica o presidente.
No dia 17 de janeiro de 2005,foi a vez de o presidente acom-panhar, na FIESP (Federação dasIndústrias do Estado de S.Paulo),a 1ª Reunião do COMCIC (Comi-tê da Cadeia Produtiva da Cons-
trução Civil), onde se estuda umdocumento a ser levado às auto-ridades federais sobre o círculoconstrução, emprego, renda evenda.
A ABECE, por intermédio dovice-presidente, José Roberto Bra-guim, e do membro do ConselhoConsultivo eng. Marcos de MelloVelletri, vem participando das ati-vidades do Construética. Movi-mento idealizado e coordenadopelo IE-SP (Instituto de Engenhariade São Paulo), o Construética contacom a atuação de, praticamente,todas as entidades de classe daconstrução civil e visa estabelecerprocedimentos e regras de condutaentre os vários elos da cadeia pro-dutiva.
Feicon 2005 - FeiraInternacional da Indústria daConstruçãoData: 8 a 12 de março de 2005
Local: Parque de Exposições do
Anhembi - São Paulo - SP
Tels.: (11) 5506-5115 /
0800-770-3900
www.feicon.com.br
72º INOVARQ - Fórum deInovações Tecnológicas da
Arquitetura e ConstruçãoData: 9 a 11 de março de 2005
Local: Câmara de Arquitetos e
Consultores - São Paulo - SP
Tel.: (11) 3868-3090
www.camaradearquitetos.com.br
Seminário: Inovação naConstrução Civil BrasileiraData: 31 de março de 2005
Local: Hotel Holliday Inn
Jaraguá - São Paulo - SP
Tels.: (11) 2178-0466 /
3238-3386
http://home.uniemp.org.br/seminarios
SBTA - Simpósio Brasileirode Tecnologia de ArgamassasData: 23 a 25 de maio de 2005
Local: Florianópolis - SC
www.sbta.ufsc.br
8ª Conferência Internacionalde FerroviasData: 14 a 16 de junho de 2005
Local: Riocentro - Rio de
Janeiro - RJ
Tel.: (21) 2537-4338
www.ihhc2005.com.br
Vencedor participa doWorld of Concrete 2005
O
EM TEMPOEM TEMPO
participação do sistema de lajes treliçadas na cons-trução civil nacional tem aumentado à medida queum número cada vez maior de construtores e calculistastomam contato com as suas vantagens técnicas e seus
benefícios econômicos e construtivos.
Uma das questões mais levantadas sobre o assunto érelativa às emendas das treliças, já que são fornecidas empeças de comprimento padrão (8 m, 10 m e 12 m) e asvigotas são customizadas.
Estas emendas são usualmente executadas por traspasseatravés da sobreposição de treliças ou pela superposiçãode barras isoladas funcionando como tala sobre as duaspartes de treliça a serem emendadas.
Este trabalho tem como objetivo trazer algumas consi-derações sobre o tema, sistematizando informações queauxiliem o correto detalhamento destas emendas.
A situação ideal é não executar peças com emendas.Caso isto seja necessário, recomendamos a atenção a algunsprincípios básicos no sentido de não comprometer a segu-rança, entre eles:
1. Sempre alternar a posição das emendas ao montar a laje;2. Executar o menor número de emendas na mesma seção;3. Fazer, no máximo, uma linha de emenda em cada laje;quando isto não for possível, evitar as linhas de emendaperto do centro das peças, fazendo duas linhas de emendaspróximas aos apoios e mantendo a zona central do vãolivre de emendas.
Ao executar peças emendadas devemos seguir as reco-mendações do item 9.5.2 da NBR6118:2003.
Limitaremos nosso estudo à solução de emenda porsobreposição de treliças. Considerando as combinações decoeficientes e valores usuais para as treliças de barrasnervuradas e vigotas treliçadas e levando em conta que asemendas nas vigotas treliçadas se dão sempre em zona deboa aderência, podemos montar a seguinte tabela que nosfornece os valores dos comprimentos de traspasse emnúmero de diâmetros traspassados como relação da percen-tagem de área traspassada para os fck usuais:
Na tabela acima, AsTreliça representa a área transversaldos banzos inferiores e AsCompl a área transversal comple-mentar dentro da vigota (ver figura 1).
Figura 1Tendo presente que as treliças
produzidas industrialmente têmcomo banzo inferior F ≤ 7,0 mm eque é interessante que existam nomínimo dois pontos de solda dasdiagonais com os banzos inferioresno trecho do traspasse, podemosadotar os seguintes valores práticospara os comprimentos de traspasse:
a) Solução simplista, adotando um comprimento único:88 x 0,7cm ~ 60 cm;
b) Levando em conta o diâmetro do banzo: 88 F.
Para facilitar a utilização no chão da fábrica, sugerimosa adoção de comprimentos padronizados de traspasse de~90 F, segundo a seguinte tabela:
Esta tabela é facilmente memorizável, pois o valor docomprimento de traspasse é 40 cm para o menor diâmetrodo banzo inferior (4,2 mm) e cresce 5 cm a cada diâmetrosuperior.
CONCLUSÕES
Foram apresentadas as principais considerações para odetalhamento exato do comprimento de traspasse dasarmaduras treliçadas usuais no Brasil e sugerida uma tabelasimplificada. Como sempre, as simplificações adotadasimplicam em maiores consumos de material do que oprocesso exato, reduzindo, entretanto, os custo com fisca-lização e detalhamento e traduzindo-se, portanto, em maiorsegurança e economia final para o fabricante de lajes.
Aspectos técnicos de emendasde treliças em vigotas treliçadas
ABECE Informa Janeiro-Fevereiro/ 2005 11
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F (mm) 4,2 5,0 6,0 7,0Traspasse (cm) 40 45 55 60
AsTreliça
Ascompl
fck AsCompl= AsCompl > AsCompl > AsCompl >(MPa) 0 AsTreliça 2*AsTreliça 3*AsTreliça
20 88 79 70 6225 76 68 61 5330 66 59 53 4635 60 54 48 42
A
os trabalhos do Grupo de Valorização Profissional da ABECE, adiscussão sobre remuneração de projetos gerou algumas conclusões:- a valorização profissional é resultado de uma série de fatores,sendo os honorários apenas um deles;
- os tabelamentos de preços não funcionam, pois, o que vale é o mercado.No entanto, desconhecendo o “produto” que está comprando, o clientepode avaliar mal propostas muito diferentes;- o benefício de um bom projeto estrutural para a obra é muito maiorque o valor pago por ele;- a maioria das empresas de projeto não tem critérios consistentes deformação de preços.
A prática corrente de formação de preços é fornecer descontos demercado sobre a tabela do Instituto de Engenharia (40, 50, 60% ...) e,rotineiramente, algum desconto adicional para fechar o contrato. Seráque o valor de fechamento viabiliza o funcionamento da empresa ouimplicará em informalidade, má remuneração de colaboradores e noitese fins de semana de trabalho para viabilizar o projeto?
É nossa obrigação dedicar parte de nosso tempo ao conhecimentodo negócio e dos custos envolvidos na sua operação. Essa lição de casaé de caráter obrigatório, caso tenhamos a pretensão de ter o mínimocontrole sobre a empresa e saber se ela é viável. Se não for, o melhora fazer é reavaliar nossos objetivos.
FLUXO SIMPLIFICADO DE FORMAÇÃO DE PREÇOS
Resumidamente, o preço do projeto é formado por :
(1) CUSTOS DE PRODUÇÃO(2) + CUSTOS INDIRETOS valor porcentual incidente sobre (4)(3) + BDI valor porcentual incidente sobre (4)
(4) = VALOR LÍQUIDO DE PROJETO(5) + IMPOSTOS valor porcentual incidente sobre (6)
(6) = VALOR BRUTO DE PROJETO
(1) Custos de Produção• Devem respeitar o critério de cada empresa (valor por folha, horatécnica, etc.).• Devem considerar custos diretos e indiretos (Leis Sociais) do pes-soal envolvido com os projetos (engenheiros, projetistas, desenhis-tas, estagiários, verificadores, etc.), bem como remuneração dashoras trabalhadas dos diretores da empresa em projetos.• Custos de estudos, definições, pré-dimensionamentos, reuniões e atendimentos.• Verba para atendimento pós-entrega de projeto (durante a execu-ção).
(2) Custos Indiretos• Independem do volume de serviço da empresa. Para se estabelecerseu impacto no orçamento, pode-se tomar por base a receita líquida(descontados impostos) mensal média do escritório nos últimos trêsmeses. Esta situação é bastante aceitável quando não há grandessaltos no faturamento. Pelos números levantados pelo grupo, essescustos estão entre 20 e 25% do faturamento bruto da empresa.
• Compõem os Custos Indiretos:
Despesas Fixas Mensais
I. Funcionários Administrativos, inclusive Leis Sociais;II. Despesas com imóvel: mesmo que o imóvel seja próprio, deve-
se arbitrar o valor de um aluguel ao "proprietário do imóvel" (remuneração do investimento);
III. Serviços Públicos;IV. Despesas de Escritório;V. Suprimentos de Informática: cartuchos de impressoras e plotters
podem representar cerca de 1% do custo do escritório;VI. Despesas Automóveis: a utilização do automóvel do sócio por
parte da empresa deve prever uma remuneração que possibiliteao proprietário arcar com as despesas não só de combustíveis,
como também, da manutenção e depreciação do veículo;
Investimentos: devem ser alocadas verbas que considerem osinvestimentos necessários para elaboração dos projetos e paradesenvolvimento da capacidade produtiva da empresa. Estes inves-timentos, dependendo de suas características, podem se referir a verbasmensais (Hardware e Software) ou a porcentuais sobre o faturamentolíquido (Móveis, Capacitações, Marketing e Qualidade).
(3) BDI
• Têm por objetivo contemplar:I. Horas trabalhadas dos diretores da empresa, em atividades
comerciais e administrativas;II Verbas para reinvestimento no negócio;III. Responsabilidade Técnica sobre o Projeto;IV. Risco do Negócio;V. Lucratividade;
• Os valores dos Honorários de Referência que estão sendo di-vulgados pela ABECE incorporam uma taxa de BDI bastante bai-xa (em torno de 5%) que, com certeza, não contempla os obje-tivos acima listados. Assim, cada escritório deve determinar, deacordo com sua experiência, diferencial de seu produto e dascaracterísticas do mercado em que atua, a taxa adequada deBDI a ser considerada.
(5) Impostos
• Podem ser divididos em:I. Impostos sobre o faturamento: na tributação por Lucro Presumido,
os impostos são uma porcentagem do faturamento bruto;II. Taxas e Contribuições: não são função do faturamento. Comoestas contribuições possuem periodicidade variável, os valores aíincorporados devem se referir à totalização anual dos mesmos.
Assim, em uma negociação, consegue-se avaliar as conseqüências deum desconto: projeto remunerado (BDI > 0 %), valor para "girar" aempresa (BDI = 0 %) e projetos em que financiaremos o contratante(BDI < 0%).
Grupo de Valorização da ABECE
Formação de custos de projetos estruturais
ABECE InformaJaneiro-Fevereiro/ 200512
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