“ILUMINAÇÃO DE ESTÁDIOS”
Adenilton Santos Moreira1
RESUMO:
O presente artigo aborda temas da iluminação de estádio, tendo enfoco num
processo em evolução que enfoca estratégias inovadoras e tecnologia para melhorar
a qualidade dos estádios de futebol, sua abordagem envolve principalmente:
eficiência energética na construção e manutenção, aproveitamento de estruturas
pré-existentes, especificação de materiais utilizados, planejamento territorial
envolvendo a proteção dos contornos naturais.
PALAVRAS - CHAVES: Iluminação de estádios, tipos de iluminações de
estádios, distribuição de iluminação de estádios.
JUSTIFICATIVA:
O presente trabalho apresenta de forma clara e técnica a elaboração do
projeto de iluminação de estádio, para alcançar o seu potencial de utilização plena,
para operar durante a noite ou no final da tarde, neste sentido, o sistema de
iluminação do campo permite que os jogadores e espectadores possam ver a ação
de forma clara e eficiente.
1 Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Luterano de Jí-Paraná, CEULJI-
ULBRA. Graduado em Pedagogia pela Universidade Federal de Rondônia-UNIR, Pós graduado em
Matemática e Física para Ensino Fundamental pela Faculdade da Amazônia - FAMA e Pós graduado
em Eng. em Segurança do Trabalho pela Faculdade Santo André-FASA.
ILUMINAÇÃO NOS ESTÁDIOS
SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO
Se um estádio pretende alcançar o seu potencial de utilização plena podendo
operar durante a noite ou no final da tarde, um completo sistema de iluminação é
essencial.
Existem dois tipos principais de sistemas de iluminação necessários:
- O sistema que atende aos corredores, circulações e vias de escape rápido,
de modo a que os espectadores possam entrar e sair do estádio com segurança.
- O sistema de iluminação do campo para que os jogadores e espectadores
possam ver a ação de forma clara e sem esforço.
Pode ser necessário também iluminar o campo com os níveis de
iluminamento exigidos para a transmissão de televisão a cores e em alta definição,
caso em que estas exigências se tornam bem mais rigorosas. A segurança e a
iluminação de campo são necessárias em conjunto, uma vez que uma sem a outra
não seria suficiente para a realização da partida. Uma exceção poderia ser para
shows com os seus sistemas de iluminação próprios para o palco, alimentados por
uma fonte própria de geradores.
ILUMINAÇÃO DO CAMPO
Os requisitos de iluminamento para um jogo realizado a noite são aqueles
suficientes para permitir que a área de jogo esteja iluminada o bastante para que
aqueles que jogam e os que os assistem, tanto no local quanto em casa pela
televisão, possam ver com todos os detalhes a ação desenvolvida de forma clara e
nítida. Isso significa que o nível de brilho, contraste e claridade devem ser correta e
uniformemente projetados e distribuídos sobre a área inteira de jogo.
ILUMINAÇÃO DE SEGURANÇA
A iluminação deve cumprir duas funções: a primeira é de iluminar as vias de
escape e evacuação e as saídas de forma clara, para que os espectadores não
tenham dúvida sobre a direção correta do fluxo de direção em uma emergência, e
possam seguir adiante em segurança, sem risco de tropeçar e cair, mesmo quando
correndo e em pânico; a segunda, iluminar os pontos de chamada de emergência e
dos equipamentos de combate a incêndio.
Luminárias devem ser fornecidas ao longo de cada passagem e rota de
escape de modo a que não haja áreas escuras, principalmente em escadas,
patamares, pisos e portas de emergência, num nível de iluminação de pelo menos 1
lux. Toda a iluminação de emergência deve iniciar seu funcionamento mesmo se os
sistemas de alimentação principal falhar por interrupção do fornecimento de força,
dentro de cinco segundos após a queda da rede.
ESTÁDIO VIVALDO LIMA-AMAZONAS
RECOMENDAÇÃO TÉCNICA PARA ILUMINAÇÃO DO CAMPO DE JOGO
Requerimentos gerais de qualidade
O sistema de iluminação do gramado necessita ser instalado seguindo as
demandas das equipes de transmissão televisiva, dos espectadores, atletas e
oficiais sem agredir o ambiente e sem criar conflitos e impactos na vizinhança.
Requerimentos do Sistema de Iluminação Geral.
O primeiro objetivo do sistema de iluminação é promover níveis de
iluminamento suficientes para permitir a transmissão digital televisiva com qualidade
sem criar sombras, ofuscamento e problemas para identificação dos atletas e do
espetáculo durante todo o seu desenrolar. Além disso, deve criar um ambiente
agradável para os espectadores com iluminação difusa, sem também prejudicar o
ambiente, entorno e vizinhança. Em alguns casos, instalações de iluminação
temporárias, em conjunto com sistemas permanentes podem ser consideradas.
‐ Meio ambiente
Especial cuidado deve ser levado em consideração para limitar a difusão dos
fachos de luz e ofuscamento do campo de jogo, tanto dentro como fora do estádio.
‐ Atletas e Oficiais
Os atletas e autoridades que trabalham no evento necessitam desfrutar da
iluminação em sua forma mais clara e com alto desempenho.
‐ Espectadores
Os espectadores necessitam visualizar o evento, placares eletrônicos e todas
as atividades que se desenvolvem no campo e ao redor deste com todo o conforto,
livres de ofuscamento e difusão excessiva de luz.
‐ Imprensa
Os produtores de televisão durante o evento devem ter condição de alta
qualidade de transmissão por vídeo, com iluminação balanceada e livres de sombras
e ofuscamento.
CATEGORIAS DE COMPETIÇÃO
Cinco classes de sistemas de iluminação foram estipuladas (I a V). Existem
duas categorias que demandam qualidade televisiva e três para eventos não
televisivos.
Classe V Televisionamento internacional Campo de jogo livre 100% de
ofuscamento e sombras.
Classe IV Televisionamento nacional Campo de jogo livre 100% de ofuscamento e
sombras.
Classe III Partida nacional não televisionada Campo de jogo deve ser livre de
ofuscamento com o mínimo de 8 torres (recomendação).
Classe II Ligas e clubes nacionais não televisionados Campo de jogo deve ser livre
de ofuscamento com o mínimo de 6 torres (recomendação).
Classe I Recreação e treinamento não televisionados Campo de jogo deve ser livre
de ofuscamento com o mínimo de 4 torres (recomendação).
ALTURA DE MONTAGEM DOS REFLETORES
A altura de montagem dos projetores é crítica para o sucesso do sistema de
iluminação esportiva. O ângulo mínimo que rege a altura de montagem dos
refletores para as linhas laterais é de 25 graus sobre a horizontal do campo,
iniciando o ângulo a partir da linha lateral oposta para os projetores mais altos e
ângulo máximo 45o em relação a linha lateral mais próxima para os projetores mais
baixos.
CONTROLE DE SOMBRAS
Eliminar linhas de sombras ou limitá‐las ao máximo no campo de jogo tem
sido o maior desafio para a transmissão em alta definição (digital) de vídeo. A
interpolação de zonas pelos refletores tem sido uma das soluções utilizadas pelos
projetos de luminotécnica no sentido de minimizar as linhas de sombra criadas pelos
jogadores no campo de jogo.
O diagrama a seguir demonstra a divisão do campo em 3 zonas, onde a Zona
1 representa as partes mais próximas aos gols e Zona 2 o centro do campo. A meta
para cada zona é possuir um mínimo de 4 interpolações por seção para eventos
internacionais. Isto é conseguido por meio da colocação de projetores em áreas para
produzir diversos feixes iluminando os atletas, eliminando as sombras por completo.
Para os centros de treinamento, a interpolação não é mandatória, uma vez
que os eventos podem não ser televisionados em alta definição, mas um nível
mínimo de iluminamento deve ser alcançado, segundo requerimentos já assinados
com as cidades sede e mais adiante aqui detalhados.
OFUSCAMENTO
A determinação de níveis de ofuscamento é um aspecto controverso e muito
reativo. A Norma EN12193 faz algumas referências a publicações que tratam de
medir os níveis, mas mesmo assim podem ser discutidos. Alguns fatores que
influenciam no ofuscamento e que devem ser considerados no projeto luminotécnico:
• Ângulos de visão (instalação de projetores)
• Controle de intensidade dos projetores (é obrigatório o uso de marcas e
modelos que permitam o controle do faixo)
• Ângulo máximo de inclinação dos projetores: deve ser menor que 70 graus.
CONTROLE DE INTENSIDADE E MODOS DE USO
O projeto luminotécnico deve ser desenvolvido no sentido de permitir diversos
tipos de usos para o sistema, dependendo do nível de iluminamento requerido no
estádio. Isto permite a redução de consumo de potência das lâmpadas e pode
auxiliar aos conceitos de sustentabilidade contidos no projeto.
SISTEMA DE EMERGÊNCIA CONTÍNUO
Um sistema de back up, conforme recomendações técnicas dos acordos já
assinados entre cidades sede, LOC e FIFA, devem ser instalado alimentando o
sistema de iluminação do gramado (Mínimo 2/3 do sistema alimentado por
geradores, permitindo iluminação uniforme no caso de pane). No projeto deve ser
considerado o sistema de acionamento imediato eletrônico das lâmpadas em caso
de interrupção de energia.
O PROJETO LUMINOTÉCNICO, AS ESPECIFICAÇÕES E TECNOLOGIA.
A contratação de empresas especializadas em projetos luminotécnico é
necessária para termos um produto adequado às demandas das transmissões de
TV. Apenas com uma equipe experiente e que conheça a fundo os produtos
existentes de mercado é que podemos ter a garantia de que as especificações
poderão atender aos requerimentos. Um estudo detalhado.
RECOMENDAÇÃO TÉCNICA PARA ILUMINAÇÃO DO CAMPO DE JOGO
Das alturas, do tipo de estádio, cobertura, ângulos de visão, montagem,
posicionamento de câmeras e detalhes de alimentação devem ser detalhadamente
estudados para a concepção final do projeto executivo. A integração com a equipe
de arquitetura (montagem e localização dos projetores, condições de acesso para
manutenção, etc.), estrutura e instalações é fundamental para o sucesso do sistema
como um todo (integração perfeita).
ESCOLHA DAS LÂMPADAS E DE EQUIPAMENTOS AUXILIARES
Os principais fatores para a escolha da lâmpada são a luminosidade de saída,
tempo de vida, consumo de energia, índice de reprodução de cores e temperatura
de cor. É importante encontrar o balanço ideal entre estes fatores para criar um
sistema de sucesso. Atualmente, as lâmpadas que melhor desempenham este
balanço para eventos televisivos são as de vapor metálico de bulbo cerâmico de alta
intensidade de descarga. Os equipamentos auxiliares devem possuir a função ideal
para o acendimento correto das lâmpadas e manter o fluxo luminoso constante ao
longo do tempo. As lâmpadas devem possuir:
• Temperatura de cor de 5.600 k
• Índice de reprodução de cores (IRC) maior ou igual a 90
• Vida útil, redução de 30% do fluxo luminoso, em 5.000 horas.
• Vida mediana, queima de 50% das lâmpadas, em 5.000 horas.
• Posição de funcionamento universal (Base GX22)
Os equipamentos auxiliares devem possuir:
• Tensão de 380 V‐ 415 V
• Frequência de funcionamento de 50‐60 Hz
• Sistema auxiliar de re‐acendimento automático em no máximo 30 segundos
após o retorno de energia
• Ignitores em série com os reatores necessários para o perfeito acendimento
da lâmpada. Obs.: A fim de garantir o funcionamento correto do sistema de
iluminação e da qualidade de luz, lâmpadas e reatores devem ser no mesmo
fabricante.
ESCOLHA DOS PROJETORES
Projetores de fecho direto e regulável devem direcionar a escolha do sistema
para os estádios.
Projetores devem ter alta capacidade de foco e também regulagem de fechos
para facilitar a compensação de áreas menos ou mais iluminadas. Projetores de alta
tecnologia compensam e se adaptam melhor a distintas tipologias de arquitetura de
coberturas, alturas e ângulos de montagem. Além disso, devem ser:
• Adequados às Normas EN60598‐1 e EN60598‐2‐5 (que rege a segurança
elétrica de projetores) e EN55015, EN61547 e EN61000‐3‐2 (que rege
compatibilidade eletromagnética em equipamentos elétricos).
• Adequados ao sistema IP, resistente a poeira e água para aplicações
externas, com no mínimo IP65 e resistente a impactos com no mínimo IK10, ótica do
refletor em alumínio com 99,99% de pureza e vidro frontal quimicamente temperado
de no mínimo 1,6 mm.
• Adequados para cargas de vento, com um ângulo de inclinação máximo de
70 graus em relação a vertical para uma área máxima de vento de 0,20 m2,
coeficiente de atrito Cx = 0,93 e possibilitar montagem para condições adversas de
intempéries em conjunto com sua estrutura.
• Facilidade de instalação, manuseio e manutenção com sistema de
segurança que desliga automaticamente a energia elétrica quando o projetor é
aberto.
• Deve ter suporte local (Brasil) para manutenção, troca de lâmpadas e
equipamentos auxiliares. O projetor deve ter garantia de no mínimo 5 anos contra
defeitos de fabricação.
INSTALAÇÃO
É importante que aspectos como a mobilidade dos projetores seja levado em
conta na instalação nos suportes. Acesso direto e fácil para manutenção também
deve ser providenciado no projeto de arquitetura e chancelado pela empresa de
instalação dos projetores. Também levar em conta a não obstrução de nenhum
elemento estrutural na frente dos projetores.
VARIAÇÃO‐GRADIENTE
O futebol é um esporte dinâmico e com movimentos rápidos e manter a
uniformidade do nível de iluminamento no campo elevará o desempenho dos atletas
e criará excelentes condições de transmissão. O método para cálculo de gradiente
entre os pontos está expresso abaixo. Qualquer método, CV ou UG pode ser
utilizado para calcular a uniformidade.
ILUMINAÇÃO VERTICAL
CÂMERA DE CAMPO VERTICAL
O nível de iluminamento vertical no campo de jogo é medido pela quantidade
de luz que atinge a superfície vertical dos atletas. Isso auxilia a mostrar os detalhes,
suas faces e expressões em momentos críticos da partida. Estas imagens são
capturadas por câmeras localizadas no campo, manuseadas manualmente e por
controle remoto. Variações nos níveis verticais criarão problemas na transmissão
digital. O projeto luminotécnico deve considerar o balanceamento para reduzir
problemas de superexposição ou baixa exposição durante a partida.
Ginásio Poliesportivo São Bernardo do Campo - SP Não é aconselhável a iluminação indireta em ginásio de esportes.
CÂMERA FIXA VERTICAL
A captura de imagens mais distantes em planos verticais são realizadas pelas
câmeras localizadas nas tribunas, atrás dos gols e nas linhas de fundo. Estas
câmeras devem captar todas as jogadas durante a partida. A variação do nível de
iluminamento, igualmente, criará problemas na transmissão televisiva de alta
definição. O projeto luminotécnico deve considerar o balanceamento para reduzir
problemas de superexposição ou baixa exposição para as câmeras fixas durante a
partida.
ILUMINÂNCIA HORIZONTAL
Uma iluminância horizontal adequada é importante para criar o devido contraste do objeto.
Estádio Olímpico de Munique – Alemanha.
Além dos postes, costumam ser instalados
projetores ao longo de marquises ou
em estruturas criadas para esta finalidade.
Foto gentilmente cedida pela Osram do Brasil
TEMPERATURA DE COR
A temperatura de cor descreve a aparência dos aspectos “frios” (azul) ou
“quentes” (vermelho) da iluminação. A unidade de media é o Kelvin (Tk). Atualmente
a tecnologia das câmeras permite a correção de cores e contraste a fim de produzir
a qualidade e temperatura desejadas. Uma temperatura exigida para estádios de
classe V com transmissão televisiva é É de Tk ≥ 5.600, que representa a luz do dia.
ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE CORES
O índice de reprodução de cor é a habilidade da fonte de iluminação artificial
de reproduzir o ambiente de luz natural. As escalas de reprodução de cor prática
variam desde Ra20 até Ra100, onde quanto maior o número de rating, melhor a
qualidade de cor. Excelente iluminação produzida por sistemas de iluminação
artificial devem ter, para eventos televisivos, um índice de Ra ≥ 90.
RESUMO DAS ESPECIFICAÇÕES
A tabela abaixo resume as demandas dos critérios a serem considerados
para eventos televisivos. Os requerimentos são atuais, mas podem ser alterados até
a instalação dos sistemas nos estádios que sediarão jogos da FIFA WC2014. Atesta
as necessidades de níveis verticais e horizontais de iluminamento, uniformidade e
propriedades de cor das lâmpadas dos projetores utilizados.
Para os centros de treinamento, onde não haverá televisionamento nos níveis
requeridos nos estádios, requerem-se um nível de 1.500 lux no plano horizontal e
outras características (os requerimentos são atuais, mas podem ser alterados até a
instalação dos sistemas nos centros de treinamento que sediarão equipes da FIFA
WC2014), conforme Tabela a seguir:
• Iluminamento vertical refere‐se a iluminamento por meio de uma posição de
câmera fixa ou no campo
• Uniformidade de iluminamento vertical no campo pode ser avaliada em uma
base de câmera por câmera e variações deste nível podem ser consideradas
quando da inspeção da equipe “in loco”.
• Todos os valores indicados são valores de uso. Um fator de manutenção no
projeto de 0,7 é recomendado como depreciação do fluxo, assim, os valores iniciais
recomendados são pelo menos 1,4 vezes os indicados acima. Isto já deve ser
considerado no projeto. Assim, em teoria, as medições para comissionamento
devem naturalmente apresentar valores maiores do que os recomendados na tabela.
• Em todas as classes, os valores para o nível de ofuscamento GR deve ser ≤
50 para atletas no campo de jogo dentro do ângulo de visão do atleta. Assim, este
nível é satisfatório se o ângulo de visão do atleta for satisfatório.
• Tecnologia de lâmpadas de fluxo constante é recomendada.
• Para os centros de treinamento, a uniformidade do iluminamento não deve
exceder 30% a cada 10 metros.
IMPACTO NO MEIO AMBIENTE
Poluição visual por iluminação difusa pode ser divididas em duas categorias:
escape de luz, que pode ser considerada a luz que deixa o perímetro do estádio que
pode ser medida e o clarão que pode ser considerado o brilho excessivo no campo
normal de visão de pedestres e motoristas do lado de fora do estádio. Este impacto
nas comunidades locais é crítico para a segurança, manutenção do céu escuro e
bem estar das cidades nas quais estão inseridos.
Novos projetos devem considerar projetores eficientes e com corte na difusão
aleatória de luz.
A evasão de luz do estádio pode ser calculada e medida. Estes valores são
expressos em valores de iluminamento horizontais e máximos verticais. A escala
abaixo deve ser considerada como os limites:
PROJETO DE INSTALAÇÃO / LUMINÁRIAS
Para dimensionar o espaçamento correto das luminárias ao longo dos
percursos utilizados no estádio, deve-se atender às recomendações das normas que
regulam a matéria.
Para a iluminação em locais críticos, as luminárias devem estar situadas a
cerca de 2m. De todas as saídas e em todos os pontos onde é necessário mostrar a
localização de perigos potenciais e os equipamentos de segurança. Esses locais
incluem as escadas, de modo a iluminar os espelhos dos degraus, os patamares e
cada mudança de nível, a frente das portas de saída e de cada porta de escape de
incêndio. E ainda, em cada sinal de segurança exigido para uma saída segura do
estádio e perto de cada ponto de alarme ou de equipamento de combate a incêndio.
Por vezes pode ser difícil alcançar o nível de iluminação recomendado de 1 lux nos
grandes espaços encontrados nas estruturas do estádio. Luminárias de parede
ajudam a superar esse problema, e sinais e painéis iluminados podem também
contribuir para isto.
GERADORES DE EMERGÊNCIA
Sempre deve haver um sistema de geradores de emergência, uma exigência
essencial para a segurança de eventos em locais públicos, em especial com o
numero de espectadores previstos nos estádios esportivos. Esta iluminação de
emergência deve ser fornecida em, pelo menos, uma destas duas maneiras:
- No mínimo, deveria haver um circuito independente, geralmente projetado
para operar por um período específico de tempo quando há uma falha ou
interrupção na alimentação de energia elétrica, fornecendo somente iluminação
suficiente para permitir a circulação segura de pessoas para fora da área afetada,
com pelo menos 1 lux, como sugerido acima. O período de tempo em que é
necessário que o sistema de emergência opere dependerá das circunstâncias e nos
regulamentos locais, mas geralmente não deverá ser inferior a duas horas.
- Outra proposta seria um sistema de emergência capaz de prover a
iluminação total, incluindo a iluminação dos refletores de campo dentro dos níveis
exigidos, permitindo assim que o evento possa continuar de custo altíssimo, e
restrita a grandes eventos. Para ambas as propostas e métodos o tempo de
reinicialização automática em caso de falha não deve ser superior a cinco segundos.
INSTALAÇÕES TÉCNICAS
ILUMINAÇÃO DO TERRENO DESPORTIVO
1 - As instalações para a iluminação artificial do terreno desportivo, dos
estádios que delas disponham, devem ser concebidas segundo as normas de
qualidade nacionais e internacionais aplicáveis a recintos desportivos desta natureza
e tendo em consideração os seguintes fatores:
a) As especificidades das diversas modalidades desportivas previstas e os
seus vários níveis de prática;
b) A possibilidade de recolha de imagens fotográficas e de televisão a cores;
c) A contribuição da iluminação para a criação de ambiente agradável e
atrativo;
d) A realização de objetivos de economia e rendimento luminoso constantes;
e) A facilidade e segurança nas operações de exploração e manutenção;
f) A ausência de encandeamento ou de condições de perturbação luminosa,
no campo visual dos praticantes desportivos e dos espectadores;
g) O recurso a soluções tais como postes, suportes e armaduras cujos
materiais e formas se integrem com os valores arquitetônicos e paisagísticos
envolventes e não constituam fatores de perturbação ou de poluição luminosa nas
construções vizinhas;
h) A segurança dos praticantes desportivos e espectadores à luz da
regulamentação aplicável, designadamente sobre a segurança das instalações
eléctricas.
2 - Sem prejuízo da necessidade de adequação dos estádios às exigências
requeridas pelas organizações desportivas para a realização de eventos de alto
nível, as instalações de iluminação do terreno desportivo, quando existam, deverão
satisfazer os seguintes parâmetros de referência:
a) Estádios das classes A e B:
Nível de iluminação vertical - Ev: 1000 lux, a 1400 lux, medidos a 1,5 m do
solo, na direção das câmaras de TV principais; em estádios com pista de atletismo,
Ev será no mínimo de 2000 lux, medidos na direção da câmara de photo-finish;
Uniformidade - Emin/Emed: superior a 0,7;
Diversidade - Emáx/Emin: inferior a 2;
Nível de iluminação horizontal - relação Eh/Ev: entre 0,5 e 2;
b) Estádios da classe C:
Nível de iluminação vertical - Ev: 600 lux a 800 lux, medidos a 1,5 m do solo,
na direção das câmaras de TV principais;
Uniformidade - Emin/Emed: superior a 0,7;
Diversidade - Emáx/Emin: inferior a 2;
Nível de iluminação horizontal - relação Eh/Ev: entre 0,5 e 2;
c) Estádios da classe D:
Nível de iluminação horizontal Eh: 300 lux a 400 lux;
Uniformidade - Emin/Emed: superior a 0,6;
Diversidade Emáx/Emin: inferior a 2,5.
3 - As instalações de iluminação do terreno desportivo, quando existam,
devem contemplar sistema de iluminação de emergência em caso de quebra da
tensão na rede de alimentação de serviço, dimensionado para assegurar um nível
de iluminação mínimo de 15 lux sobre o terreno desportivo alimentado por grupos de
emergência independentes e de arranque automático.
Iluminação dos locais para espectadores
1 - Os estádios previstos no n.º 1 do artigo anterior devem dispor de
instalações para a iluminação artificial dos locais reservados aos espectadores das
diversas categorias, incluindo camarotes e áreas reservadas para a comunicação
social, dos respectivos caminhos de circulação interna e dos percursos de
evacuação, concebidas segundo as normas de qualidade nacionais e internacionais
aplicáveis a recintos desportivos desta natureza e tendo em consideração os
seguintes fatores:
a) Garantia de visibilidade dos percursos, de identificação dos lugares e dos
locais de serviço, em condições de normal utilização dos espaços;
b) Garantia de visibilidade necessária à identificação dos percursos de
evacuação e de eventuais obstáculos em direção às saídas em condições de
emergência;
c) Garantia de segurança dos espectadores e utentes em geral, à luz da
regulamentação aplicável, designadamente sobre a segurança das instalações
eléctricas.
2 - As instalações de iluminação dos locais de permanência ou acessíveis aos
espectadores deverão satisfazer os seguintes níveis mínimos de iluminação
horizontal de serviço:
a) Locais das tribunas em geral e respectivos percursos internos: 100 lux;
b) Camarotes, tribunas de honra e locais reservados à comunicação social:
150 lux;
c) Percursos de acesso e de evacuação, locais de serviços anexos,
instalações sanitárias e bares: 80 lux;
d) Zonas de acesso e do recinto periférico exterior: 50 lux;
e) Parques de estacionamento e respectivos percursos pendoais de acesso:
30 lux.
3 - Os locais para os espectadores deverão dispor de um sistema de
iluminação e sinalização de emergência, de funcionamento automático, que permita
assegurar, em caso de falha de corrente na alimentação de serviço, os seguintes
requisitos:
a) Nível médio de iluminação de 10 lux, no mínimo, medidos nos pavimentos
de todos os locais acessíveis aos espectadores;
b) Condições de uniformidade e distribuição das fontes de modo a permitirem,
em caso de emergência, a identificação dos percursos e de eventuais obstáculos e a
facilitarem a evacuação dos espectadores em direção às saídas e ao recinto
periférico exterior.
BIBLIOGRAFIA
Revista lumiére electric;
Revista lumi arquitetura;
Sites:
http://www.portal2014.org.br, Iluminação em estádios.
http://www.iar.unicamp.br, Iluminação esportiva.
http://www.fifa.org.br, Programa Social da Fifa: