CENTRO UNIVERSITAacuteRIO DE BRASIacuteLIA FACULDADE DE CIEcircNCIAS SOCIAIS APLICADAS ndash FASA CURSO ADMINISTRACcedilAtildeO MONOGRAFIA ACADEcircMICA PROFESSOR ORIENTADOR JOSEacute ANTOcircNIO RODRIGUES DO NASCIMENTO
WEBER ADRYANO SILVA SANTOS
FLUXO DE CAIXA PARA AS PEQUENAS EMPRESAS
Brasiacutelia ndash DF 2006
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WEBER ADRYANO SILVA SANTOS
FLUXO DE CAIXA PARA AS PEQUENAS EMPRESAS Monografia apresentada como requisito para conclusatildeo do curso de bacharelado em Administraccedilatildeo do UniCEUB ndash Centro Universitaacuterio de Brasiacutelia Professor Orientador Joseacute Antocircnio Rodrigues do Nascimento
Brasiacutelia ndash DF 2006
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WEBER ADRYANO SILVA SANTOS
FLUXO DE CAIXA PARA AS PEQUENAS EMPRESAS Monografia apresentada como requisito para conclusatildeo do curso de bacharelado em Administraccedilatildeo do UniCEUB ndash Centro Universitaacuterio de Brasiacutelia Professor Orientador Joseacute Antocircnio Rodrigues do Nascimento
Brasiacutelia 16 de maio de 2006
Banca Examinadora
_________________________________________ Joseacute Antocircnio Rodrigues do Nascimento
Professor Orientador
_________________________________________ Nome
Examinador
_________________________________________ Nome
Examinador
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Dedico este trabalho agrave minha esposa Kelly que sempre me incentivou e apoiou em todos os momentos de minha vida agrave minha filha Luiacuteza Aos meus pais que constantemente me apoacuteiam
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AGRADECIMENTO
Agradeccedilo A Deus por me dar forccedilas para o teacutermino desse trabalho Ao Professor Joseacute Antocircnio pela paciecircncia e apoio na orientaccedilatildeo Agrave Kelly minha esposa que esteve sempre do meu lado Aos colegas de graduaccedilatildeo Maacutercia Denezir e Acircngelo sempre prontos a me ajudar nos momentos de dificuldade
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ldquoSorte eacute aquilo que acontece quando a preparaccedilatildeo encontra a oportunidaderdquo (Elmer Letterman)
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RESUMO
Os uacuteltimos anos marcaram a grande preocupaccedilatildeo com a pequena empresa e sua gestatildeo financeira haja vista o alto custo do dinheiro O tema do presente trabalho parte da importacircncia do Fluxo de Caixa como instrumento de gerenciamento financeiro onde evidencia a estimativa de liquidez como ponto relevante na tomada de decisotildees Propotildee-se a contribuir pra a gestatildeo da pequena empresa oferecendo uma ferramenta de controle financeiro O Fluxo de Caixa permite uma visualizaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa no curto prazo que permitindo simulaccedilotildees auxilia o gestor a planejar seu negoacutecio Acredita-se que este instrumento de controle de gestatildeo financeira poderaacute se transformar numa importante fonte de informaccedilotildees para os administradores e proprietaacuterios de pequenas empresas Conclui-se que a eficaacutecia do Fluxo de Caixa estaacute atrelada diretamente ao monitoramento dos elementos que o compotildeem bem como a observacircncia da fase do ciclo de vida em que a empresa se encontra
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa 18
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira 27
Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE 29
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199 30
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23
Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees
DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio
MPEs Micro e Pequenas Empresas
SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas
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SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 DESENVOLVIMENTO 16
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16
22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22
23 As Pequenas Empresas 26
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26
232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28
24 Estudo de Caso 31
3 CONCLUSAtildeO 35
BIBLIOGRAFIA 37
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1 INTRODUCcedilAtildeO
Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade
de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu
empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos
empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis
do negoacutecio bem como sua gestatildeo
Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa
concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do
fluxo de caixa
Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para
as micros e pequenas empresas
Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um
papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua
estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam
vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona
dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais
dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e
processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para
aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma
atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade
e acabam sendo devoradas pelos concorrentes
Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes
modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da
empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras
Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento
indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais
Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de
gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa
ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo
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O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira
que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das
pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a
contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em
tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira
voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma
excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio
negoacutecio
O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa
na gestatildeo das micros e pequenas empresas
Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte
a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa
b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo
nas pequenas empresas
c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do
fluxo de caixa
Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo
de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa
O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica
Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o
primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e
Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa
bibliograacuteficardquo
A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de
pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho
para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito
mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees
propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos
Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes
quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos
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quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira
constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os
fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras
atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se
de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material
jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa
bibliograacutefica
A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que
interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de
livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em
contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto
A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir
resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas
aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo
Para Lakatos (2001 p 44)
ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo
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2 DESENVOLVIMENTO
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo
Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees
principalmente nas decisotildees financeiras
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da
empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes
captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de
administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo
Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas
gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os
recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a
identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes
de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais
A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos
assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa
como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de
caixa para a tomada de decisotildees
Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite
demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que
possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros
que a empresa dispotildee
Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e
a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo
e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos
evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das
operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees
Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou
mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e
aplicaccedilotildeesrdquo
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No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash
Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem
por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num
determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio
Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como
objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para
determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa
O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)
como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar
os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado
momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em
funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa
Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os
benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente
manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada
ao fluxo de recebimento e pagamento
Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um
processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados
pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se
em operacionais de investimento e de financiamento
Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um
instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no
processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos
esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e
pagamentos
A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a
elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente
inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio
para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor
saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta
(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso
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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior
rendimento agrave empresa
Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo
de caixa
Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute
fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo
mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar
as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas
variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de
Fluxos de Caixa
Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
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22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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21
C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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FLUXO DE CAIXA PARA AS PEQUENAS EMPRESAS Monografia apresentada como requisito para conclusatildeo do curso de bacharelado em Administraccedilatildeo do UniCEUB ndash Centro Universitaacuterio de Brasiacutelia Professor Orientador Joseacute Antocircnio Rodrigues do Nascimento
Brasiacutelia ndash DF 2006
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WEBER ADRYANO SILVA SANTOS
FLUXO DE CAIXA PARA AS PEQUENAS EMPRESAS Monografia apresentada como requisito para conclusatildeo do curso de bacharelado em Administraccedilatildeo do UniCEUB ndash Centro Universitaacuterio de Brasiacutelia Professor Orientador Joseacute Antocircnio Rodrigues do Nascimento
Brasiacutelia 16 de maio de 2006
Banca Examinadora
_________________________________________ Joseacute Antocircnio Rodrigues do Nascimento
Professor Orientador
_________________________________________ Nome
Examinador
_________________________________________ Nome
Examinador
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Dedico este trabalho agrave minha esposa Kelly que sempre me incentivou e apoiou em todos os momentos de minha vida agrave minha filha Luiacuteza Aos meus pais que constantemente me apoacuteiam
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AGRADECIMENTO
Agradeccedilo A Deus por me dar forccedilas para o teacutermino desse trabalho Ao Professor Joseacute Antocircnio pela paciecircncia e apoio na orientaccedilatildeo Agrave Kelly minha esposa que esteve sempre do meu lado Aos colegas de graduaccedilatildeo Maacutercia Denezir e Acircngelo sempre prontos a me ajudar nos momentos de dificuldade
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ldquoSorte eacute aquilo que acontece quando a preparaccedilatildeo encontra a oportunidaderdquo (Elmer Letterman)
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RESUMO
Os uacuteltimos anos marcaram a grande preocupaccedilatildeo com a pequena empresa e sua gestatildeo financeira haja vista o alto custo do dinheiro O tema do presente trabalho parte da importacircncia do Fluxo de Caixa como instrumento de gerenciamento financeiro onde evidencia a estimativa de liquidez como ponto relevante na tomada de decisotildees Propotildee-se a contribuir pra a gestatildeo da pequena empresa oferecendo uma ferramenta de controle financeiro O Fluxo de Caixa permite uma visualizaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa no curto prazo que permitindo simulaccedilotildees auxilia o gestor a planejar seu negoacutecio Acredita-se que este instrumento de controle de gestatildeo financeira poderaacute se transformar numa importante fonte de informaccedilotildees para os administradores e proprietaacuterios de pequenas empresas Conclui-se que a eficaacutecia do Fluxo de Caixa estaacute atrelada diretamente ao monitoramento dos elementos que o compotildeem bem como a observacircncia da fase do ciclo de vida em que a empresa se encontra
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa 18
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira 27
Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE 29
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199 30
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23
Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees
DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio
MPEs Micro e Pequenas Empresas
SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas
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SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 DESENVOLVIMENTO 16
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16
22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22
23 As Pequenas Empresas 26
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26
232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28
24 Estudo de Caso 31
3 CONCLUSAtildeO 35
BIBLIOGRAFIA 37
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13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade
de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu
empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos
empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis
do negoacutecio bem como sua gestatildeo
Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa
concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do
fluxo de caixa
Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para
as micros e pequenas empresas
Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um
papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua
estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam
vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona
dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais
dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e
processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para
aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma
atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade
e acabam sendo devoradas pelos concorrentes
Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes
modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da
empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras
Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento
indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais
Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de
gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa
ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo
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14
O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira
que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das
pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a
contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em
tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira
voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma
excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio
negoacutecio
O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa
na gestatildeo das micros e pequenas empresas
Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte
a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa
b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo
nas pequenas empresas
c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do
fluxo de caixa
Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo
de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa
O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica
Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o
primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e
Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa
bibliograacuteficardquo
A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de
pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho
para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito
mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees
propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos
Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes
quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos
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15
quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira
constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os
fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras
atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se
de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material
jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa
bibliograacutefica
A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que
interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de
livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em
contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto
A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir
resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas
aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo
Para Lakatos (2001 p 44)
ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo
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16
2 DESENVOLVIMENTO
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo
Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees
principalmente nas decisotildees financeiras
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da
empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes
captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de
administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo
Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas
gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os
recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a
identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes
de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais
A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos
assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa
como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de
caixa para a tomada de decisotildees
Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite
demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que
possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros
que a empresa dispotildee
Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e
a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo
e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos
evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das
operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees
Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou
mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e
aplicaccedilotildeesrdquo
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17
No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash
Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem
por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num
determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio
Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como
objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para
determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa
O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)
como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar
os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado
momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em
funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa
Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os
benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente
manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada
ao fluxo de recebimento e pagamento
Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um
processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados
pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se
em operacionais de investimento e de financiamento
Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um
instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no
processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos
esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e
pagamentos
A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a
elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente
inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio
para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor
saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta
(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso
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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior
rendimento agrave empresa
Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo
de caixa
Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute
fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo
mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar
as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas
variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de
Fluxos de Caixa
Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
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19
22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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20
No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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21
C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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22
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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23
Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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24
fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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34
O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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35
3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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37
BIBLIOGRAFIA
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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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WEBER ADRYANO SILVA SANTOS
FLUXO DE CAIXA PARA AS PEQUENAS EMPRESAS Monografia apresentada como requisito para conclusatildeo do curso de bacharelado em Administraccedilatildeo do UniCEUB ndash Centro Universitaacuterio de Brasiacutelia Professor Orientador Joseacute Antocircnio Rodrigues do Nascimento
Brasiacutelia 16 de maio de 2006
Banca Examinadora
_________________________________________ Joseacute Antocircnio Rodrigues do Nascimento
Professor Orientador
_________________________________________ Nome
Examinador
_________________________________________ Nome
Examinador
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Dedico este trabalho agrave minha esposa Kelly que sempre me incentivou e apoiou em todos os momentos de minha vida agrave minha filha Luiacuteza Aos meus pais que constantemente me apoacuteiam
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AGRADECIMENTO
Agradeccedilo A Deus por me dar forccedilas para o teacutermino desse trabalho Ao Professor Joseacute Antocircnio pela paciecircncia e apoio na orientaccedilatildeo Agrave Kelly minha esposa que esteve sempre do meu lado Aos colegas de graduaccedilatildeo Maacutercia Denezir e Acircngelo sempre prontos a me ajudar nos momentos de dificuldade
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ldquoSorte eacute aquilo que acontece quando a preparaccedilatildeo encontra a oportunidaderdquo (Elmer Letterman)
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RESUMO
Os uacuteltimos anos marcaram a grande preocupaccedilatildeo com a pequena empresa e sua gestatildeo financeira haja vista o alto custo do dinheiro O tema do presente trabalho parte da importacircncia do Fluxo de Caixa como instrumento de gerenciamento financeiro onde evidencia a estimativa de liquidez como ponto relevante na tomada de decisotildees Propotildee-se a contribuir pra a gestatildeo da pequena empresa oferecendo uma ferramenta de controle financeiro O Fluxo de Caixa permite uma visualizaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa no curto prazo que permitindo simulaccedilotildees auxilia o gestor a planejar seu negoacutecio Acredita-se que este instrumento de controle de gestatildeo financeira poderaacute se transformar numa importante fonte de informaccedilotildees para os administradores e proprietaacuterios de pequenas empresas Conclui-se que a eficaacutecia do Fluxo de Caixa estaacute atrelada diretamente ao monitoramento dos elementos que o compotildeem bem como a observacircncia da fase do ciclo de vida em que a empresa se encontra
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa 18
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira 27
Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE 29
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199 30
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23
Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees
DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio
MPEs Micro e Pequenas Empresas
SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas
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SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 DESENVOLVIMENTO 16
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16
22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22
23 As Pequenas Empresas 26
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26
232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28
24 Estudo de Caso 31
3 CONCLUSAtildeO 35
BIBLIOGRAFIA 37
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13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade
de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu
empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos
empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis
do negoacutecio bem como sua gestatildeo
Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa
concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do
fluxo de caixa
Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para
as micros e pequenas empresas
Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um
papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua
estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam
vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona
dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais
dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e
processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para
aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma
atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade
e acabam sendo devoradas pelos concorrentes
Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes
modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da
empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras
Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento
indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais
Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de
gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa
ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo
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14
O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira
que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das
pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a
contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em
tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira
voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma
excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio
negoacutecio
O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa
na gestatildeo das micros e pequenas empresas
Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte
a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa
b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo
nas pequenas empresas
c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do
fluxo de caixa
Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo
de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa
O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica
Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o
primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e
Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa
bibliograacuteficardquo
A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de
pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho
para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito
mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees
propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos
Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes
quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos
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quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira
constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os
fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras
atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se
de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material
jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa
bibliograacutefica
A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que
interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de
livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em
contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto
A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir
resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas
aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo
Para Lakatos (2001 p 44)
ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo
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2 DESENVOLVIMENTO
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo
Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees
principalmente nas decisotildees financeiras
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da
empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes
captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de
administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo
Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas
gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os
recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a
identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes
de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais
A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos
assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa
como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de
caixa para a tomada de decisotildees
Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite
demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que
possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros
que a empresa dispotildee
Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e
a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo
e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos
evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das
operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees
Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou
mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e
aplicaccedilotildeesrdquo
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No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash
Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem
por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num
determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio
Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como
objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para
determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa
O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)
como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar
os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado
momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em
funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa
Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os
benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente
manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada
ao fluxo de recebimento e pagamento
Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um
processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados
pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se
em operacionais de investimento e de financiamento
Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um
instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no
processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos
esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e
pagamentos
A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a
elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente
inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio
para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor
saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta
(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso
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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior
rendimento agrave empresa
Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo
de caixa
Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute
fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo
mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar
as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas
variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de
Fluxos de Caixa
Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
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19
22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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21
C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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22
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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30
A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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31
24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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34
O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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35
3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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37
BIBLIOGRAFIA
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MALUCHE Maria Aparecida Modelo de Controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia da qualidade Florianoacutepolis UFSC 2000 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 2000
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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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Dedico este trabalho agrave minha esposa Kelly que sempre me incentivou e apoiou em todos os momentos de minha vida agrave minha filha Luiacuteza Aos meus pais que constantemente me apoacuteiam
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AGRADECIMENTO
Agradeccedilo A Deus por me dar forccedilas para o teacutermino desse trabalho Ao Professor Joseacute Antocircnio pela paciecircncia e apoio na orientaccedilatildeo Agrave Kelly minha esposa que esteve sempre do meu lado Aos colegas de graduaccedilatildeo Maacutercia Denezir e Acircngelo sempre prontos a me ajudar nos momentos de dificuldade
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ldquoSorte eacute aquilo que acontece quando a preparaccedilatildeo encontra a oportunidaderdquo (Elmer Letterman)
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RESUMO
Os uacuteltimos anos marcaram a grande preocupaccedilatildeo com a pequena empresa e sua gestatildeo financeira haja vista o alto custo do dinheiro O tema do presente trabalho parte da importacircncia do Fluxo de Caixa como instrumento de gerenciamento financeiro onde evidencia a estimativa de liquidez como ponto relevante na tomada de decisotildees Propotildee-se a contribuir pra a gestatildeo da pequena empresa oferecendo uma ferramenta de controle financeiro O Fluxo de Caixa permite uma visualizaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa no curto prazo que permitindo simulaccedilotildees auxilia o gestor a planejar seu negoacutecio Acredita-se que este instrumento de controle de gestatildeo financeira poderaacute se transformar numa importante fonte de informaccedilotildees para os administradores e proprietaacuterios de pequenas empresas Conclui-se que a eficaacutecia do Fluxo de Caixa estaacute atrelada diretamente ao monitoramento dos elementos que o compotildeem bem como a observacircncia da fase do ciclo de vida em que a empresa se encontra
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa 18
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira 27
Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE 29
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199 30
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23
Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees
DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio
MPEs Micro e Pequenas Empresas
SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas
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SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 DESENVOLVIMENTO 16
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16
22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22
23 As Pequenas Empresas 26
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26
232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28
24 Estudo de Caso 31
3 CONCLUSAtildeO 35
BIBLIOGRAFIA 37
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13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade
de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu
empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos
empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis
do negoacutecio bem como sua gestatildeo
Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa
concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do
fluxo de caixa
Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para
as micros e pequenas empresas
Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um
papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua
estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam
vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona
dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais
dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e
processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para
aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma
atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade
e acabam sendo devoradas pelos concorrentes
Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes
modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da
empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras
Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento
indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais
Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de
gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa
ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo
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14
O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira
que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das
pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a
contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em
tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira
voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma
excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio
negoacutecio
O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa
na gestatildeo das micros e pequenas empresas
Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte
a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa
b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo
nas pequenas empresas
c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do
fluxo de caixa
Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo
de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa
O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica
Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o
primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e
Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa
bibliograacuteficardquo
A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de
pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho
para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito
mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees
propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos
Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes
quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos
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15
quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira
constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os
fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras
atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se
de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material
jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa
bibliograacutefica
A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que
interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de
livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em
contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto
A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir
resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas
aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo
Para Lakatos (2001 p 44)
ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo
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16
2 DESENVOLVIMENTO
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo
Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees
principalmente nas decisotildees financeiras
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da
empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes
captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de
administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo
Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas
gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os
recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a
identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes
de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais
A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos
assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa
como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de
caixa para a tomada de decisotildees
Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite
demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que
possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros
que a empresa dispotildee
Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e
a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo
e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos
evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das
operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees
Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou
mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e
aplicaccedilotildeesrdquo
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17
No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash
Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem
por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num
determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio
Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como
objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para
determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa
O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)
como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar
os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado
momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em
funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa
Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os
benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente
manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada
ao fluxo de recebimento e pagamento
Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um
processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados
pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se
em operacionais de investimento e de financiamento
Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um
instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no
processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos
esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e
pagamentos
A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a
elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente
inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio
para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor
saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta
(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso
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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior
rendimento agrave empresa
Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo
de caixa
Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute
fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo
mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar
as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas
variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de
Fluxos de Caixa
Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
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19
22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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BIBLIOGRAFIA
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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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AGRADECIMENTO
Agradeccedilo A Deus por me dar forccedilas para o teacutermino desse trabalho Ao Professor Joseacute Antocircnio pela paciecircncia e apoio na orientaccedilatildeo Agrave Kelly minha esposa que esteve sempre do meu lado Aos colegas de graduaccedilatildeo Maacutercia Denezir e Acircngelo sempre prontos a me ajudar nos momentos de dificuldade
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ldquoSorte eacute aquilo que acontece quando a preparaccedilatildeo encontra a oportunidaderdquo (Elmer Letterman)
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RESUMO
Os uacuteltimos anos marcaram a grande preocupaccedilatildeo com a pequena empresa e sua gestatildeo financeira haja vista o alto custo do dinheiro O tema do presente trabalho parte da importacircncia do Fluxo de Caixa como instrumento de gerenciamento financeiro onde evidencia a estimativa de liquidez como ponto relevante na tomada de decisotildees Propotildee-se a contribuir pra a gestatildeo da pequena empresa oferecendo uma ferramenta de controle financeiro O Fluxo de Caixa permite uma visualizaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa no curto prazo que permitindo simulaccedilotildees auxilia o gestor a planejar seu negoacutecio Acredita-se que este instrumento de controle de gestatildeo financeira poderaacute se transformar numa importante fonte de informaccedilotildees para os administradores e proprietaacuterios de pequenas empresas Conclui-se que a eficaacutecia do Fluxo de Caixa estaacute atrelada diretamente ao monitoramento dos elementos que o compotildeem bem como a observacircncia da fase do ciclo de vida em que a empresa se encontra
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa 18
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira 27
Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE 29
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199 30
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23
Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees
DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio
MPEs Micro e Pequenas Empresas
SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas
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SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 DESENVOLVIMENTO 16
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16
22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22
23 As Pequenas Empresas 26
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26
232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28
24 Estudo de Caso 31
3 CONCLUSAtildeO 35
BIBLIOGRAFIA 37
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13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade
de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu
empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos
empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis
do negoacutecio bem como sua gestatildeo
Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa
concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do
fluxo de caixa
Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para
as micros e pequenas empresas
Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um
papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua
estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam
vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona
dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais
dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e
processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para
aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma
atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade
e acabam sendo devoradas pelos concorrentes
Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes
modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da
empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras
Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento
indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais
Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de
gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa
ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo
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O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira
que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das
pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a
contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em
tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira
voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma
excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio
negoacutecio
O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa
na gestatildeo das micros e pequenas empresas
Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte
a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa
b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo
nas pequenas empresas
c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do
fluxo de caixa
Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo
de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa
O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica
Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o
primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e
Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa
bibliograacuteficardquo
A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de
pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho
para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito
mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees
propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos
Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes
quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos
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quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira
constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os
fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras
atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se
de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material
jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa
bibliograacutefica
A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que
interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de
livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em
contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto
A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir
resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas
aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo
Para Lakatos (2001 p 44)
ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo
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2 DESENVOLVIMENTO
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo
Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees
principalmente nas decisotildees financeiras
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da
empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes
captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de
administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo
Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas
gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os
recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a
identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes
de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais
A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos
assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa
como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de
caixa para a tomada de decisotildees
Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite
demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que
possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros
que a empresa dispotildee
Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e
a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo
e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos
evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das
operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees
Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou
mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e
aplicaccedilotildeesrdquo
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No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash
Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem
por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num
determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio
Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como
objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para
determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa
O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)
como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar
os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado
momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em
funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa
Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os
benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente
manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada
ao fluxo de recebimento e pagamento
Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um
processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados
pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se
em operacionais de investimento e de financiamento
Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um
instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no
processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos
esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e
pagamentos
A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a
elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente
inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio
para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor
saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta
(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso
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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior
rendimento agrave empresa
Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo
de caixa
Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute
fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo
mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar
as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas
variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de
Fluxos de Caixa
Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
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22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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20
No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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21
C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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BIBLIOGRAFIA
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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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ldquoSorte eacute aquilo que acontece quando a preparaccedilatildeo encontra a oportunidaderdquo (Elmer Letterman)
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RESUMO
Os uacuteltimos anos marcaram a grande preocupaccedilatildeo com a pequena empresa e sua gestatildeo financeira haja vista o alto custo do dinheiro O tema do presente trabalho parte da importacircncia do Fluxo de Caixa como instrumento de gerenciamento financeiro onde evidencia a estimativa de liquidez como ponto relevante na tomada de decisotildees Propotildee-se a contribuir pra a gestatildeo da pequena empresa oferecendo uma ferramenta de controle financeiro O Fluxo de Caixa permite uma visualizaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa no curto prazo que permitindo simulaccedilotildees auxilia o gestor a planejar seu negoacutecio Acredita-se que este instrumento de controle de gestatildeo financeira poderaacute se transformar numa importante fonte de informaccedilotildees para os administradores e proprietaacuterios de pequenas empresas Conclui-se que a eficaacutecia do Fluxo de Caixa estaacute atrelada diretamente ao monitoramento dos elementos que o compotildeem bem como a observacircncia da fase do ciclo de vida em que a empresa se encontra
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa 18
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira 27
Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE 29
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199 30
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23
Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees
DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio
MPEs Micro e Pequenas Empresas
SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas
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SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 DESENVOLVIMENTO 16
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16
22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22
23 As Pequenas Empresas 26
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26
232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28
24 Estudo de Caso 31
3 CONCLUSAtildeO 35
BIBLIOGRAFIA 37
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1 INTRODUCcedilAtildeO
Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade
de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu
empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos
empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis
do negoacutecio bem como sua gestatildeo
Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa
concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do
fluxo de caixa
Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para
as micros e pequenas empresas
Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um
papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua
estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam
vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona
dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais
dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e
processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para
aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma
atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade
e acabam sendo devoradas pelos concorrentes
Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes
modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da
empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras
Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento
indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais
Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de
gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa
ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo
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O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira
que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das
pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a
contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em
tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira
voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma
excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio
negoacutecio
O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa
na gestatildeo das micros e pequenas empresas
Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte
a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa
b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo
nas pequenas empresas
c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do
fluxo de caixa
Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo
de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa
O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica
Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o
primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e
Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa
bibliograacuteficardquo
A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de
pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho
para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito
mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees
propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos
Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes
quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos
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quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira
constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os
fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras
atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se
de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material
jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa
bibliograacutefica
A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que
interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de
livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em
contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto
A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir
resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas
aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo
Para Lakatos (2001 p 44)
ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo
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2 DESENVOLVIMENTO
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo
Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees
principalmente nas decisotildees financeiras
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da
empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes
captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de
administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo
Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas
gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os
recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a
identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes
de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais
A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos
assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa
como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de
caixa para a tomada de decisotildees
Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite
demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que
possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros
que a empresa dispotildee
Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e
a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo
e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos
evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das
operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees
Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou
mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e
aplicaccedilotildeesrdquo
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No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash
Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem
por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num
determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio
Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como
objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para
determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa
O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)
como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar
os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado
momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em
funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa
Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os
benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente
manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada
ao fluxo de recebimento e pagamento
Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um
processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados
pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se
em operacionais de investimento e de financiamento
Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um
instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no
processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos
esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e
pagamentos
A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a
elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente
inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio
para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor
saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta
(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso
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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior
rendimento agrave empresa
Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo
de caixa
Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute
fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo
mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar
as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas
variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de
Fluxos de Caixa
Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
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22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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22
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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23
Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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24
fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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26
23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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27
Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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28
232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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29
mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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30
A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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31
24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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32
resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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34
O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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35
3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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36
procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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37
BIBLIOGRAFIA
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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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RESUMO
Os uacuteltimos anos marcaram a grande preocupaccedilatildeo com a pequena empresa e sua gestatildeo financeira haja vista o alto custo do dinheiro O tema do presente trabalho parte da importacircncia do Fluxo de Caixa como instrumento de gerenciamento financeiro onde evidencia a estimativa de liquidez como ponto relevante na tomada de decisotildees Propotildee-se a contribuir pra a gestatildeo da pequena empresa oferecendo uma ferramenta de controle financeiro O Fluxo de Caixa permite uma visualizaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa no curto prazo que permitindo simulaccedilotildees auxilia o gestor a planejar seu negoacutecio Acredita-se que este instrumento de controle de gestatildeo financeira poderaacute se transformar numa importante fonte de informaccedilotildees para os administradores e proprietaacuterios de pequenas empresas Conclui-se que a eficaacutecia do Fluxo de Caixa estaacute atrelada diretamente ao monitoramento dos elementos que o compotildeem bem como a observacircncia da fase do ciclo de vida em que a empresa se encontra
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa 18
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira 27
Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE 29
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199 30
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23
Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees
DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio
MPEs Micro e Pequenas Empresas
SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas
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SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 DESENVOLVIMENTO 16
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16
22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22
23 As Pequenas Empresas 26
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26
232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28
24 Estudo de Caso 31
3 CONCLUSAtildeO 35
BIBLIOGRAFIA 37
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1 INTRODUCcedilAtildeO
Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade
de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu
empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos
empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis
do negoacutecio bem como sua gestatildeo
Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa
concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do
fluxo de caixa
Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para
as micros e pequenas empresas
Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um
papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua
estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam
vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona
dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais
dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e
processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para
aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma
atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade
e acabam sendo devoradas pelos concorrentes
Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes
modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da
empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras
Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento
indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais
Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de
gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa
ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo
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14
O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira
que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das
pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a
contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em
tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira
voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma
excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio
negoacutecio
O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa
na gestatildeo das micros e pequenas empresas
Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte
a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa
b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo
nas pequenas empresas
c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do
fluxo de caixa
Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo
de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa
O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica
Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o
primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e
Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa
bibliograacuteficardquo
A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de
pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho
para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito
mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees
propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos
Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes
quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos
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quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira
constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os
fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras
atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se
de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material
jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa
bibliograacutefica
A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que
interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de
livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em
contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto
A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir
resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas
aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo
Para Lakatos (2001 p 44)
ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo
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2 DESENVOLVIMENTO
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo
Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees
principalmente nas decisotildees financeiras
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da
empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes
captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de
administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo
Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas
gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os
recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a
identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes
de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais
A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos
assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa
como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de
caixa para a tomada de decisotildees
Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite
demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que
possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros
que a empresa dispotildee
Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e
a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo
e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos
evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das
operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees
Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou
mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e
aplicaccedilotildeesrdquo
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No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash
Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem
por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num
determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio
Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como
objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para
determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa
O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)
como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar
os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado
momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em
funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa
Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os
benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente
manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada
ao fluxo de recebimento e pagamento
Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um
processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados
pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se
em operacionais de investimento e de financiamento
Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um
instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no
processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos
esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e
pagamentos
A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a
elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente
inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio
para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor
saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta
(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso
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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior
rendimento agrave empresa
Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo
de caixa
Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute
fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo
mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar
as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas
variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de
Fluxos de Caixa
Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
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22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa 18
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira 27
Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE 29
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199 30
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23
Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees
DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio
MPEs Micro e Pequenas Empresas
SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas
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SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 DESENVOLVIMENTO 16
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16
22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22
23 As Pequenas Empresas 26
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26
232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28
24 Estudo de Caso 31
3 CONCLUSAtildeO 35
BIBLIOGRAFIA 37
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13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade
de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu
empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos
empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis
do negoacutecio bem como sua gestatildeo
Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa
concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do
fluxo de caixa
Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para
as micros e pequenas empresas
Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um
papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua
estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam
vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona
dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais
dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e
processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para
aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma
atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade
e acabam sendo devoradas pelos concorrentes
Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes
modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da
empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras
Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento
indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais
Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de
gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa
ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo
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14
O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira
que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das
pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a
contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em
tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira
voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma
excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio
negoacutecio
O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa
na gestatildeo das micros e pequenas empresas
Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte
a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa
b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo
nas pequenas empresas
c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do
fluxo de caixa
Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo
de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa
O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica
Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o
primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e
Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa
bibliograacuteficardquo
A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de
pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho
para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito
mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees
propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos
Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes
quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos
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quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira
constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os
fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras
atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se
de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material
jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa
bibliograacutefica
A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que
interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de
livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em
contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto
A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir
resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas
aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo
Para Lakatos (2001 p 44)
ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo
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16
2 DESENVOLVIMENTO
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo
Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees
principalmente nas decisotildees financeiras
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da
empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes
captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de
administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo
Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas
gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os
recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a
identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes
de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais
A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos
assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa
como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de
caixa para a tomada de decisotildees
Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite
demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que
possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros
que a empresa dispotildee
Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e
a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo
e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos
evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das
operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees
Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou
mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e
aplicaccedilotildeesrdquo
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No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash
Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem
por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num
determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio
Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como
objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para
determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa
O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)
como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar
os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado
momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em
funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa
Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os
benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente
manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada
ao fluxo de recebimento e pagamento
Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um
processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados
pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se
em operacionais de investimento e de financiamento
Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um
instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no
processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos
esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e
pagamentos
A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a
elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente
inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio
para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor
saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta
(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso
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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior
rendimento agrave empresa
Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo
de caixa
Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute
fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo
mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar
as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas
variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de
Fluxos de Caixa
Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
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22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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20
No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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21
C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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22
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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28
232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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34
O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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35
3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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37
BIBLIOGRAFIA
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MALUCHE Maria Aparecida Modelo de Controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia da qualidade Florianoacutepolis UFSC 2000 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 2000
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MARCONI Marina de A LAKATOS Eva Maria Teacutecnicas de Pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996
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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira 27
Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE 29
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199 30
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23
Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees
DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio
MPEs Micro e Pequenas Empresas
SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas
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SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 DESENVOLVIMENTO 16
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16
22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22
23 As Pequenas Empresas 26
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26
232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28
24 Estudo de Caso 31
3 CONCLUSAtildeO 35
BIBLIOGRAFIA 37
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13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade
de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu
empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos
empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis
do negoacutecio bem como sua gestatildeo
Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa
concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do
fluxo de caixa
Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para
as micros e pequenas empresas
Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um
papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua
estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam
vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona
dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais
dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e
processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para
aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma
atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade
e acabam sendo devoradas pelos concorrentes
Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes
modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da
empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras
Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento
indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais
Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de
gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa
ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo
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14
O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira
que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das
pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a
contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em
tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira
voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma
excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio
negoacutecio
O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa
na gestatildeo das micros e pequenas empresas
Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte
a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa
b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo
nas pequenas empresas
c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do
fluxo de caixa
Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo
de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa
O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica
Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o
primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e
Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa
bibliograacuteficardquo
A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de
pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho
para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito
mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees
propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos
Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes
quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos
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15
quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira
constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os
fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras
atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se
de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material
jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa
bibliograacutefica
A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que
interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de
livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em
contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto
A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir
resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas
aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo
Para Lakatos (2001 p 44)
ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo
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16
2 DESENVOLVIMENTO
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo
Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees
principalmente nas decisotildees financeiras
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da
empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes
captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de
administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo
Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas
gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os
recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a
identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes
de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais
A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos
assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa
como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de
caixa para a tomada de decisotildees
Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite
demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que
possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros
que a empresa dispotildee
Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e
a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo
e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos
evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das
operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees
Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou
mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e
aplicaccedilotildeesrdquo
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No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash
Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem
por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num
determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio
Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como
objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para
determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa
O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)
como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar
os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado
momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em
funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa
Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os
benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente
manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada
ao fluxo de recebimento e pagamento
Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um
processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados
pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se
em operacionais de investimento e de financiamento
Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um
instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no
processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos
esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e
pagamentos
A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a
elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente
inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio
para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor
saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta
(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso
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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior
rendimento agrave empresa
Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo
de caixa
Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute
fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo
mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar
as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas
variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de
Fluxos de Caixa
Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
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19
22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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21
C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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BIBLIOGRAFIA
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CHIAVENATO Idalberto Vamos abrir um novo negoacutecio Satildeo Paulo Makron Books 1995
DALBELLO Liliane A Relevacircncia do uso do Fluxo de Caixa como ferramenta de gestatildeo financeira para avaliaccedilatildeo da liquidez e capacidade de financiamento de empresas Florianoacutepolis UFSC 1999 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 1999
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MALUCHE Maria Aparecida Modelo de Controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia da qualidade Florianoacutepolis UFSC 2000 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 2000
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MARCONI Marina de A LAKATOS Eva Maria Teacutecnicas de Pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996
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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23
Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees
DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio
MPEs Micro e Pequenas Empresas
SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas
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SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 DESENVOLVIMENTO 16
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16
22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22
23 As Pequenas Empresas 26
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26
232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28
24 Estudo de Caso 31
3 CONCLUSAtildeO 35
BIBLIOGRAFIA 37
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1 INTRODUCcedilAtildeO
Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade
de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu
empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos
empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis
do negoacutecio bem como sua gestatildeo
Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa
concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do
fluxo de caixa
Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para
as micros e pequenas empresas
Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um
papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua
estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam
vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona
dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais
dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e
processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para
aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma
atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade
e acabam sendo devoradas pelos concorrentes
Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes
modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da
empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras
Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento
indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais
Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de
gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa
ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo
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O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira
que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das
pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a
contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em
tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira
voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma
excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio
negoacutecio
O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa
na gestatildeo das micros e pequenas empresas
Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte
a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa
b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo
nas pequenas empresas
c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do
fluxo de caixa
Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo
de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa
O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica
Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o
primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e
Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa
bibliograacuteficardquo
A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de
pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho
para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito
mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees
propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos
Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes
quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos
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quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira
constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os
fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras
atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se
de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material
jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa
bibliograacutefica
A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que
interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de
livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em
contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto
A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir
resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas
aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo
Para Lakatos (2001 p 44)
ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo
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2 DESENVOLVIMENTO
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo
Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees
principalmente nas decisotildees financeiras
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da
empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes
captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de
administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo
Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas
gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os
recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a
identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes
de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais
A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos
assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa
como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de
caixa para a tomada de decisotildees
Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite
demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que
possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros
que a empresa dispotildee
Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e
a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo
e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos
evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das
operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees
Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou
mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e
aplicaccedilotildeesrdquo
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No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash
Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem
por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num
determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio
Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como
objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para
determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa
O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)
como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar
os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado
momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em
funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa
Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os
benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente
manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada
ao fluxo de recebimento e pagamento
Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um
processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados
pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se
em operacionais de investimento e de financiamento
Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um
instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no
processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos
esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e
pagamentos
A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a
elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente
inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio
para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor
saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta
(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso
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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior
rendimento agrave empresa
Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo
de caixa
Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute
fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo
mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar
as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas
variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de
Fluxos de Caixa
Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
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22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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20
No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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21
C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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24
fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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30
A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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31
24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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33
fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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BIBLIOGRAFIA
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees
DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio
MPEs Micro e Pequenas Empresas
SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas
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SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 DESENVOLVIMENTO 16
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16
22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22
23 As Pequenas Empresas 26
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26
232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28
24 Estudo de Caso 31
3 CONCLUSAtildeO 35
BIBLIOGRAFIA 37
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1 INTRODUCcedilAtildeO
Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade
de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu
empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos
empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis
do negoacutecio bem como sua gestatildeo
Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa
concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do
fluxo de caixa
Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para
as micros e pequenas empresas
Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um
papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua
estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam
vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona
dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais
dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e
processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para
aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma
atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade
e acabam sendo devoradas pelos concorrentes
Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes
modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da
empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras
Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento
indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais
Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de
gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa
ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo
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O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira
que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das
pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a
contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em
tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira
voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma
excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio
negoacutecio
O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa
na gestatildeo das micros e pequenas empresas
Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte
a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa
b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo
nas pequenas empresas
c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do
fluxo de caixa
Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo
de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa
O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica
Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o
primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e
Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa
bibliograacuteficardquo
A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de
pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho
para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito
mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees
propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos
Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes
quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos
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quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira
constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os
fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras
atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se
de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material
jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa
bibliograacutefica
A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que
interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de
livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em
contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto
A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir
resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas
aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo
Para Lakatos (2001 p 44)
ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo
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2 DESENVOLVIMENTO
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo
Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees
principalmente nas decisotildees financeiras
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da
empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes
captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de
administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo
Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas
gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os
recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a
identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes
de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais
A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos
assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa
como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de
caixa para a tomada de decisotildees
Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite
demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que
possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros
que a empresa dispotildee
Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e
a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo
e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos
evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das
operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees
Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou
mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e
aplicaccedilotildeesrdquo
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No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash
Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem
por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num
determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio
Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como
objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para
determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa
O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)
como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar
os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado
momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em
funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa
Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os
benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente
manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada
ao fluxo de recebimento e pagamento
Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um
processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados
pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se
em operacionais de investimento e de financiamento
Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um
instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no
processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos
esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e
pagamentos
A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a
elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente
inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio
para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor
saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta
(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso
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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior
rendimento agrave empresa
Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo
de caixa
Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute
fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo
mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar
as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas
variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de
Fluxos de Caixa
Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
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22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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21
C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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22
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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26
23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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35
3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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BIBLIOGRAFIA
ASSAF NETO Alexandre SILVA Ceacutesar Augusto Tibuacutercio Administraccedilatildeo do capital de giro 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997
CAMPOS FILHO Ademar Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Uma ferramenta indispensaacutevel para administrar sua empresa Satildeo Paulo Atlas 1999
CARMO Augusto BG et al Fluxo de Caixa Revista Brasileira de Contabilidade do CRC ndashSP Satildeo Paulo ano I nordm 3 p57-64 dez 1997
CERVO Amado Luiz BERVIAN Pedro Alcino Metodologia Cientifica 3 edSatildeo Paulo Mc Graw-Hill1983
CHIAVENATO Idalberto Vamos abrir um novo negoacutecio Satildeo Paulo Makron Books 1995
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GITMAN Lawrence J Princiacutepios de Administraccedilatildeo Financeira 7ed Satildeo Paulo Ed HARBRA Ltda 1997
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KANITZ Stephen Charles O Brasil que daacute certo o novo ciclo de crescimento 1995-2005 Satildeo Paulo Makron Books 1995
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LAKATOS Eva Maria Metodologia do trabalho Cientifico 6 edSatildeo Paulo Atlas 2001
LONGO Luci Modelos contaacutebeis para o gerenciamento das micro-empresas e as empresas de pequeno porte Revista do CRCPR Curitiba ano26 n129 p44 ndash54 1ordm quadrimestre 2001
MALUCHE Maria Aparecida Modelo de Controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia da qualidade Florianoacutepolis UFSC 2000 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 2000
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PINHO Adelino Dias Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Boletim do IBRACON Ndeg 220 SET 96 Porto Alegre Sagra Luzzatto 1998
RODRIGUES Alice de Faacutetima O Relacionamento do ciclo de vida com a transiccedilatildeo da contabilidade terceirizada para a contabilidade proacutepria de gestatildeo em pequenas empresas 2001 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia de Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo UFSC Florianoacutepolis
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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 DESENVOLVIMENTO 16
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16
22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22
23 As Pequenas Empresas 26
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26
232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28
24 Estudo de Caso 31
3 CONCLUSAtildeO 35
BIBLIOGRAFIA 37
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13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade
de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu
empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos
empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis
do negoacutecio bem como sua gestatildeo
Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa
concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do
fluxo de caixa
Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para
as micros e pequenas empresas
Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um
papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua
estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam
vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona
dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais
dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e
processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para
aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma
atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade
e acabam sendo devoradas pelos concorrentes
Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes
modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da
empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras
Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento
indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais
Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de
gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa
ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo
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O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira
que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das
pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a
contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em
tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira
voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma
excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio
negoacutecio
O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa
na gestatildeo das micros e pequenas empresas
Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte
a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa
b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo
nas pequenas empresas
c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do
fluxo de caixa
Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo
de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa
O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica
Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o
primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e
Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa
bibliograacuteficardquo
A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de
pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho
para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito
mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees
propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos
Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes
quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos
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quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira
constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os
fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras
atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se
de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material
jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa
bibliograacutefica
A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que
interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de
livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em
contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto
A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir
resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas
aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo
Para Lakatos (2001 p 44)
ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo
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16
2 DESENVOLVIMENTO
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo
Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees
principalmente nas decisotildees financeiras
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da
empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes
captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de
administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo
Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas
gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os
recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a
identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes
de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais
A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos
assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa
como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de
caixa para a tomada de decisotildees
Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite
demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que
possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros
que a empresa dispotildee
Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e
a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo
e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos
evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das
operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees
Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou
mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e
aplicaccedilotildeesrdquo
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No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash
Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem
por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num
determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio
Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como
objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para
determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa
O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)
como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar
os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado
momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em
funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa
Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os
benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente
manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada
ao fluxo de recebimento e pagamento
Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um
processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados
pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se
em operacionais de investimento e de financiamento
Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um
instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no
processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos
esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e
pagamentos
A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a
elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente
inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio
para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor
saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta
(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso
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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior
rendimento agrave empresa
Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo
de caixa
Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute
fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo
mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar
as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas
variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de
Fluxos de Caixa
Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
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19
22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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21
C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade
de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu
empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos
empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis
do negoacutecio bem como sua gestatildeo
Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa
concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do
fluxo de caixa
Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para
as micros e pequenas empresas
Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um
papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua
estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam
vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona
dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais
dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e
processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para
aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma
atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade
e acabam sendo devoradas pelos concorrentes
Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes
modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da
empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras
Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento
indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais
Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de
gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa
ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo
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14
O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira
que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das
pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a
contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em
tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira
voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma
excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio
negoacutecio
O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa
na gestatildeo das micros e pequenas empresas
Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte
a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa
b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo
nas pequenas empresas
c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do
fluxo de caixa
Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo
de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa
O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica
Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o
primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e
Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa
bibliograacuteficardquo
A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de
pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho
para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito
mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees
propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos
Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes
quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos
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quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira
constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os
fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras
atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se
de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material
jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa
bibliograacutefica
A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que
interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de
livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em
contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto
A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir
resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas
aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo
Para Lakatos (2001 p 44)
ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo
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2 DESENVOLVIMENTO
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo
Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees
principalmente nas decisotildees financeiras
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da
empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes
captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de
administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo
Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas
gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os
recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a
identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes
de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais
A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos
assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa
como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de
caixa para a tomada de decisotildees
Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite
demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que
possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros
que a empresa dispotildee
Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e
a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo
e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos
evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das
operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees
Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou
mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e
aplicaccedilotildeesrdquo
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No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash
Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem
por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num
determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio
Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como
objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para
determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa
O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)
como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar
os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado
momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em
funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa
Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os
benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente
manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada
ao fluxo de recebimento e pagamento
Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um
processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados
pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se
em operacionais de investimento e de financiamento
Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um
instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no
processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos
esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e
pagamentos
A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a
elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente
inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio
para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor
saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta
(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso
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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior
rendimento agrave empresa
Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo
de caixa
Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute
fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo
mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar
as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas
variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de
Fluxos de Caixa
Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
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22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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30
A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira
que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das
pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a
contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em
tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira
voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma
excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio
negoacutecio
O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa
na gestatildeo das micros e pequenas empresas
Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte
a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa
b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo
nas pequenas empresas
c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do
fluxo de caixa
Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo
de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa
O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica
Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o
primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e
Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa
bibliograacuteficardquo
A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de
pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho
para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito
mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees
propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos
Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes
quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos
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quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira
constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os
fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras
atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se
de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material
jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa
bibliograacutefica
A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que
interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de
livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em
contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto
A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir
resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas
aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo
Para Lakatos (2001 p 44)
ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo
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2 DESENVOLVIMENTO
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo
Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees
principalmente nas decisotildees financeiras
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da
empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes
captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de
administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo
Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas
gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os
recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a
identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes
de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais
A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos
assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa
como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de
caixa para a tomada de decisotildees
Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite
demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que
possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros
que a empresa dispotildee
Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e
a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo
e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos
evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das
operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees
Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou
mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e
aplicaccedilotildeesrdquo
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No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash
Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem
por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num
determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio
Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como
objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para
determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa
O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)
como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar
os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado
momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em
funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa
Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os
benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente
manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada
ao fluxo de recebimento e pagamento
Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um
processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados
pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se
em operacionais de investimento e de financiamento
Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um
instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no
processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos
esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e
pagamentos
A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a
elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente
inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio
para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor
saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta
(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso
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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior
rendimento agrave empresa
Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo
de caixa
Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute
fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo
mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar
as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas
variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de
Fluxos de Caixa
Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
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22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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21
C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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22
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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24
fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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26
23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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30
A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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31
24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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32
resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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34
O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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35
3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira
constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os
fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras
atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se
de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material
jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa
bibliograacutefica
A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que
interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de
livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em
contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto
A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir
resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas
aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo
Para Lakatos (2001 p 44)
ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo
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2 DESENVOLVIMENTO
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo
Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees
principalmente nas decisotildees financeiras
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da
empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes
captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de
administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo
Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas
gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os
recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a
identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes
de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais
A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos
assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa
como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de
caixa para a tomada de decisotildees
Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite
demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que
possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros
que a empresa dispotildee
Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e
a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo
e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos
evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das
operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees
Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou
mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e
aplicaccedilotildeesrdquo
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No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash
Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem
por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num
determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio
Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como
objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para
determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa
O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)
como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar
os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado
momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em
funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa
Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os
benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente
manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada
ao fluxo de recebimento e pagamento
Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um
processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados
pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se
em operacionais de investimento e de financiamento
Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um
instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no
processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos
esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e
pagamentos
A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a
elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente
inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio
para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor
saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta
(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso
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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior
rendimento agrave empresa
Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo
de caixa
Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute
fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo
mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar
as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas
variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de
Fluxos de Caixa
Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
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22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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16
2 DESENVOLVIMENTO
21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo
Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees
principalmente nas decisotildees financeiras
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da
empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes
captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de
administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo
Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas
gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os
recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a
identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes
de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais
A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos
assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa
como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de
caixa para a tomada de decisotildees
Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite
demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que
possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros
que a empresa dispotildee
Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e
a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo
e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos
evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das
operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees
Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou
mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e
aplicaccedilotildeesrdquo
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No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash
Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem
por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num
determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio
Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como
objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para
determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa
O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)
como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar
os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado
momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em
funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa
Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os
benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente
manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada
ao fluxo de recebimento e pagamento
Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um
processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados
pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se
em operacionais de investimento e de financiamento
Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um
instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no
processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos
esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e
pagamentos
A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a
elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente
inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio
para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor
saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta
(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso
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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior
rendimento agrave empresa
Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo
de caixa
Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute
fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo
mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar
as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas
variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de
Fluxos de Caixa
Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
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19
22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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20
No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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21
C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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22
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash
Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem
por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num
determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio
Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como
objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para
determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa
O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)
como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar
os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado
momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em
funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa
Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os
benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente
manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada
ao fluxo de recebimento e pagamento
Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um
processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados
pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se
em operacionais de investimento e de financiamento
Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um
instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no
processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos
esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e
pagamentos
A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a
elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente
inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio
para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor
saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta
(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso
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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior
rendimento agrave empresa
Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo
de caixa
Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute
fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo
mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar
as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas
variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de
Fluxos de Caixa
Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
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22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior
rendimento agrave empresa
Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo
de caixa
Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute
fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo
mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar
as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas
variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de
Fluxos de Caixa
Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)
Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa
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22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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21
C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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22
222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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23
Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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24
fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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26
23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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28
232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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30
A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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31
24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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32
resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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34
O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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35
3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa
O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e
anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da
contabilizaccedilatildeo
O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por
sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento
estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica
mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas
e despesas incorridas
Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros
surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir
de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade
que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um
pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em
trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades
operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento
De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras
de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo
exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas
com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento
do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e
risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de
reposicionamento da poliacutetica econocircmica
Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam
informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com
isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior
compreensatildeo
No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo
e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com
a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras
geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos
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No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de
Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a
tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais
competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de
investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente
como para o futuro
A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades
da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e
acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo
de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo
O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime
de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa
durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento
Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo
financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil
de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo
com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins
de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo
da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e
Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)
221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa
Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo
A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas
relacionadas agraves atividades operacionais da empresa
B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que
afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de
distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital
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C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no
caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e
no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de
investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor
apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja
comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1
Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades
Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue
1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo
Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que
na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda
em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que
possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O
termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de
contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes
de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata
Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se
perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos
resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro
da empresa
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222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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26
23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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THIESEN Joatildeo Arno de Oliveira A demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa nas Organizaccedilotildees e sua Importacircncia como Instrumento da Tomada de Decisatildeo Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul Porto Alegre nordm 100 p8-13 maio 2000
TREUHERZ Rolf Maacuterio Anaacutelise Financeira por Objetivos 5ordm ed Satildeo Paulo Pioneira 1999
YOSHITAKE Mariano HOJI Masakazu Gestatildeo de Tesouraria controle e anaacutelise de transaccedilotildees financeiras em moeda forte Satildeo Paulo Atlas 1997
ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC
Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser
apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois
meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos
provenientes das operaccedilotildees
Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas
relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No
meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta
isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas
A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das
atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de
mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem
como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto
encontra-se representado no Quadro 1
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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BIBLIOGRAFIA
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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto
A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto
encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais
O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2
apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo
indireto
A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do
Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso
de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e
amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo
prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de
vendas a prazo ou nos estoques
Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na
demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do
lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o
caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e
pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro
liacutequido ajustado
A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e
Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil
compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada
pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo
compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no
caixa
A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo
indireto encontra-se representado no Quadro 2
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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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37
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25
Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto
Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto
evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado
do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a
sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de
evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas
Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada
pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a
DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de
fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das
informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das
organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees
contaacutebeis
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26
23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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28
232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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BIBLIOGRAFIA
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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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26
23 As Pequenas Empresas
231 A Importacircncia das Pequenas Empresas
Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas
ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no
desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um
crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise
Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que
ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo
Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de
que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em
que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo
econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra
o desemprego em massardquo
Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -
SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma
importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35
milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas
garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e
prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )
Nuacutemero de Empresas 98
Pessoal Ocupado 59
Faturamento 28
PIB 20
Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29
Valor das Exportaccedilotildees 17
FONTE SEBRAE (1999)
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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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BIBLIOGRAFIA
ASSAF NETO Alexandre SILVA Ceacutesar Augusto Tibuacutercio Administraccedilatildeo do capital de giro 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997
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MARCONI Marina de A LAKATOS Eva Maria Teacutecnicas de Pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996
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RODRIGUES Alice de Faacutetima O Relacionamento do ciclo de vida com a transiccedilatildeo da contabilidade terceirizada para a contabilidade proacutepria de gestatildeo em pequenas empresas 2001 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia de Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo UFSC Florianoacutepolis
SANVICENTE Antonio Zoratto Administraccedilatildeo financeira 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1997
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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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27
Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira
A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto
nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao
nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada
por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e
pequenas empresas na economia brasileira
Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel
fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que
O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios
empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes
pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente
poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias
empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente
No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo
agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito
especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos
bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no
mercado interno
A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e
as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai
(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo
para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de
flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como
temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo
Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro
da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor
da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a
pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e
produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo
de renda
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
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MALUCHE Maria Aparecida Modelo de Controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia da qualidade Florianoacutepolis UFSC 2000 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 2000
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MANZO Joseacute Maria Campos Marketing Uma ferramenta para o desenvolvimento 11 ed Rio de Janeiro Zahar 1982
MARCONI Marina de A LAKATOS Eva Maria Teacutecnicas de Pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996
PINHO Adelino Dias Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Boletim do IBRACON Ndeg 220 SET 96 Porto Alegre Sagra Luzzatto 1998
RODRIGUES Alice de Faacutetima O Relacionamento do ciclo de vida com a transiccedilatildeo da contabilidade terceirizada para a contabilidade proacutepria de gestatildeo em pequenas empresas 2001 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia de Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo UFSC Florianoacutepolis
SANVICENTE Antonio Zoratto Administraccedilatildeo financeira 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1997
Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas Brasiacutelia out 1999 Disponiacutevel em lthttpwwwsebraecombrgt Acesso em 25 abr 2006
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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas
Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa
afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida
Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo
grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas
pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do
que venha exatamente a ser pequena empresardquo
Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos
agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes
interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo
assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de
uma empresa
A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em
conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda
uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez
utilizados
Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para
definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma
quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada
A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios
quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor
do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios
quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas
levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos
do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho
justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo
mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
empresasrdquo
Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de
classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos
puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a
classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do
SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2
PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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BIBLIOGRAFIA
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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas
empresas
Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os
criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar
A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas
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levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001
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mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as
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PORTE EMPREGADOS
Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados
Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados
Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados
FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
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Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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BIBLIOGRAFIA
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KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Caderno de Estudos da FIPECAFI Satildeo Paulo v9 n15 p49-60 janjun 1997
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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa
fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a
figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei
nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte
A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317
de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de
recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e
empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de
dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios
de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841
de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179
e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo
de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm
9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as
microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios
quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte
conforme segue na Tabela 3
PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Ateacute R$43375514
Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art
2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199
A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial
proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades
no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais
faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento
deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento
econocircmico e social do Brasil
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24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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35
3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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BIBLIOGRAFIA
ASSAF NETO Alexandre SILVA Ceacutesar Augusto Tibuacutercio Administraccedilatildeo do capital de giro 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997
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CHIAVENATO Idalberto Vamos abrir um novo negoacutecio Satildeo Paulo Makron Books 1995
DALBELLO Liliane A Relevacircncia do uso do Fluxo de Caixa como ferramenta de gestatildeo financeira para avaliaccedilatildeo da liquidez e capacidade de financiamento de empresas Florianoacutepolis UFSC 1999 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 1999
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KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Caderno de Estudos da FIPECAFI Satildeo Paulo v9 n15 p49-60 janjun 1997
KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Dissertaccedilatildeo (Mestrado FEAUSP) FEAUSP Satildeo Paulo 1996
LAKATOS Eva Maria Metodologia do trabalho Cientifico 6 edSatildeo Paulo Atlas 2001
LONGO Luci Modelos contaacutebeis para o gerenciamento das micro-empresas e as empresas de pequeno porte Revista do CRCPR Curitiba ano26 n129 p44 ndash54 1ordm quadrimestre 2001
MALUCHE Maria Aparecida Modelo de Controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia da qualidade Florianoacutepolis UFSC 2000 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 2000
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38
MANZO Joseacute Maria Campos Marketing Uma ferramenta para o desenvolvimento 11 ed Rio de Janeiro Zahar 1982
MARCONI Marina de A LAKATOS Eva Maria Teacutecnicas de Pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996
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RODRIGUES Alice de Faacutetima O Relacionamento do ciclo de vida com a transiccedilatildeo da contabilidade terceirizada para a contabilidade proacutepria de gestatildeo em pequenas empresas 2001 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia de Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo UFSC Florianoacutepolis
SANVICENTE Antonio Zoratto Administraccedilatildeo financeira 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1997
Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas Brasiacutelia out 1999 Disponiacutevel em lthttpwwwsebraecombrgt Acesso em 25 abr 2006
SILVA Ceacutesar Augusto Tiburcio SANTOS Jocineiro Oliveira OGAWA Jorge Sadayoshi Fluxo de Caixa e DOAR Caderno de Estudos FIPECAFI FAE ndash USP Satildeo Paulo nordm 9 p36-66 out1993
THIESEN Joatildeo Arno de Oliveira A demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa nas Organizaccedilotildees e sua Importacircncia como Instrumento da Tomada de Decisatildeo Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul Porto Alegre nordm 100 p8-13 maio 2000
TREUHERZ Rolf Maacuterio Anaacutelise Financeira por Objetivos 5ordm ed Satildeo Paulo Pioneira 1999
YOSHITAKE Mariano HOJI Masakazu Gestatildeo de Tesouraria controle e anaacutelise de transaccedilotildees financeiras em moeda forte Satildeo Paulo Atlas 1997
ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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31
24 Estudo de Caso
O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma
Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto
O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho
Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo
distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos
usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica
No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como
pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta
demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto
Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros
gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos
Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1
BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-
20x1
DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)
Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda
A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta
um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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BIBLIOGRAFIA
ASSAF NETO Alexandre SILVA Ceacutesar Augusto Tibuacutercio Administraccedilatildeo do capital de giro 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997
CAMPOS FILHO Ademar Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Uma ferramenta indispensaacutevel para administrar sua empresa Satildeo Paulo Atlas 1999
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CHIAVENATO Idalberto Vamos abrir um novo negoacutecio Satildeo Paulo Makron Books 1995
DALBELLO Liliane A Relevacircncia do uso do Fluxo de Caixa como ferramenta de gestatildeo financeira para avaliaccedilatildeo da liquidez e capacidade de financiamento de empresas Florianoacutepolis UFSC 1999 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 1999
FREZATTI Faacutebio Gestatildeo do Fluxo de Caixa Diaacuterio Satildeo Paulo Atlas 1997
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IUDICIBUS Seacutergio de MARION Joseacute Carlos Introduccedilatildeo agrave teoria da contabilidade para o niacutevel de graduaccedilatildeo Satildeo Paulo Atlas 1999
KANITZ Stephen Charles O Brasil que daacute certo o novo ciclo de crescimento 1995-2005 Satildeo Paulo Makron Books 1995
KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Caderno de Estudos da FIPECAFI Satildeo Paulo v9 n15 p49-60 janjun 1997
KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Dissertaccedilatildeo (Mestrado FEAUSP) FEAUSP Satildeo Paulo 1996
LAKATOS Eva Maria Metodologia do trabalho Cientifico 6 edSatildeo Paulo Atlas 2001
LONGO Luci Modelos contaacutebeis para o gerenciamento das micro-empresas e as empresas de pequeno porte Revista do CRCPR Curitiba ano26 n129 p44 ndash54 1ordm quadrimestre 2001
MALUCHE Maria Aparecida Modelo de Controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia da qualidade Florianoacutepolis UFSC 2000 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 2000
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38
MANZO Joseacute Maria Campos Marketing Uma ferramenta para o desenvolvimento 11 ed Rio de Janeiro Zahar 1982
MARCONI Marina de A LAKATOS Eva Maria Teacutecnicas de Pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996
PINHO Adelino Dias Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Boletim do IBRACON Ndeg 220 SET 96 Porto Alegre Sagra Luzzatto 1998
RODRIGUES Alice de Faacutetima O Relacionamento do ciclo de vida com a transiccedilatildeo da contabilidade terceirizada para a contabilidade proacutepria de gestatildeo em pequenas empresas 2001 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia de Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo UFSC Florianoacutepolis
SANVICENTE Antonio Zoratto Administraccedilatildeo financeira 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1997
Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas Brasiacutelia out 1999 Disponiacutevel em lthttpwwwsebraecombrgt Acesso em 25 abr 2006
SILVA Ceacutesar Augusto Tiburcio SANTOS Jocineiro Oliveira OGAWA Jorge Sadayoshi Fluxo de Caixa e DOAR Caderno de Estudos FIPECAFI FAE ndash USP Satildeo Paulo nordm 9 p36-66 out1993
THIESEN Joatildeo Arno de Oliveira A demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa nas Organizaccedilotildees e sua Importacircncia como Instrumento da Tomada de Decisatildeo Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul Porto Alegre nordm 100 p8-13 maio 2000
TREUHERZ Rolf Maacuterio Anaacutelise Financeira por Objetivos 5ordm ed Satildeo Paulo Pioneira 1999
YOSHITAKE Mariano HOJI Masakazu Gestatildeo de Tesouraria controle e anaacutelise de transaccedilotildees financeiras em moeda forte Satildeo Paulo Atlas 1997
ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de
R$362800
Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a
adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme
Quadro 6
Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo
de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores
de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a
pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa
DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000
Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto
Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e
desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de
condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga
criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das
empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente
A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos
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34
O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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BIBLIOGRAFIA
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KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Dissertaccedilatildeo (Mestrado FEAUSP) FEAUSP Satildeo Paulo 1996
LAKATOS Eva Maria Metodologia do trabalho Cientifico 6 edSatildeo Paulo Atlas 2001
LONGO Luci Modelos contaacutebeis para o gerenciamento das micro-empresas e as empresas de pequeno porte Revista do CRCPR Curitiba ano26 n129 p44 ndash54 1ordm quadrimestre 2001
MALUCHE Maria Aparecida Modelo de Controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia da qualidade Florianoacutepolis UFSC 2000 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 2000
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MANZO Joseacute Maria Campos Marketing Uma ferramenta para o desenvolvimento 11 ed Rio de Janeiro Zahar 1982
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PINHO Adelino Dias Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Boletim do IBRACON Ndeg 220 SET 96 Porto Alegre Sagra Luzzatto 1998
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SANVICENTE Antonio Zoratto Administraccedilatildeo financeira 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1997
Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas Brasiacutelia out 1999 Disponiacutevel em lthttpwwwsebraecombrgt Acesso em 25 abr 2006
SILVA Ceacutesar Augusto Tiburcio SANTOS Jocineiro Oliveira OGAWA Jorge Sadayoshi Fluxo de Caixa e DOAR Caderno de Estudos FIPECAFI FAE ndash USP Satildeo Paulo nordm 9 p36-66 out1993
THIESEN Joatildeo Arno de Oliveira A demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa nas Organizaccedilotildees e sua Importacircncia como Instrumento da Tomada de Decisatildeo Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul Porto Alegre nordm 100 p8-13 maio 2000
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YOSHITAKE Mariano HOJI Masakazu Gestatildeo de Tesouraria controle e anaacutelise de transaccedilotildees financeiras em moeda forte Satildeo Paulo Atlas 1997
ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com
fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como
desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e
interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal
O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das
pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que
transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de
decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo
de melhor planejamento financeiro
Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo
prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de
geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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BIBLIOGRAFIA
ASSAF NETO Alexandre SILVA Ceacutesar Augusto Tibuacutercio Administraccedilatildeo do capital de giro 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997
CAMPOS FILHO Ademar Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Uma ferramenta indispensaacutevel para administrar sua empresa Satildeo Paulo Atlas 1999
CARMO Augusto BG et al Fluxo de Caixa Revista Brasileira de Contabilidade do CRC ndashSP Satildeo Paulo ano I nordm 3 p57-64 dez 1997
CERVO Amado Luiz BERVIAN Pedro Alcino Metodologia Cientifica 3 edSatildeo Paulo Mc Graw-Hill1983
CHIAVENATO Idalberto Vamos abrir um novo negoacutecio Satildeo Paulo Makron Books 1995
DALBELLO Liliane A Relevacircncia do uso do Fluxo de Caixa como ferramenta de gestatildeo financeira para avaliaccedilatildeo da liquidez e capacidade de financiamento de empresas Florianoacutepolis UFSC 1999 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 1999
FREZATTI Faacutebio Gestatildeo do Fluxo de Caixa Diaacuterio Satildeo Paulo Atlas 1997
GITMAN Lawrence J Princiacutepios de Administraccedilatildeo Financeira 7ed Satildeo Paulo Ed HARBRA Ltda 1997
IUDICIBUS Seacutergio de MARION Joseacute Carlos Introduccedilatildeo agrave teoria da contabilidade para o niacutevel de graduaccedilatildeo Satildeo Paulo Atlas 1999
KANITZ Stephen Charles O Brasil que daacute certo o novo ciclo de crescimento 1995-2005 Satildeo Paulo Makron Books 1995
KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Caderno de Estudos da FIPECAFI Satildeo Paulo v9 n15 p49-60 janjun 1997
KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Dissertaccedilatildeo (Mestrado FEAUSP) FEAUSP Satildeo Paulo 1996
LAKATOS Eva Maria Metodologia do trabalho Cientifico 6 edSatildeo Paulo Atlas 2001
LONGO Luci Modelos contaacutebeis para o gerenciamento das micro-empresas e as empresas de pequeno porte Revista do CRCPR Curitiba ano26 n129 p44 ndash54 1ordm quadrimestre 2001
MALUCHE Maria Aparecida Modelo de Controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia da qualidade Florianoacutepolis UFSC 2000 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 2000
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MANZO Joseacute Maria Campos Marketing Uma ferramenta para o desenvolvimento 11 ed Rio de Janeiro Zahar 1982
MARCONI Marina de A LAKATOS Eva Maria Teacutecnicas de Pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996
PINHO Adelino Dias Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Boletim do IBRACON Ndeg 220 SET 96 Porto Alegre Sagra Luzzatto 1998
RODRIGUES Alice de Faacutetima O Relacionamento do ciclo de vida com a transiccedilatildeo da contabilidade terceirizada para a contabilidade proacutepria de gestatildeo em pequenas empresas 2001 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia de Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo UFSC Florianoacutepolis
SANVICENTE Antonio Zoratto Administraccedilatildeo financeira 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1997
Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas Brasiacutelia out 1999 Disponiacutevel em lthttpwwwsebraecombrgt Acesso em 25 abr 2006
SILVA Ceacutesar Augusto Tiburcio SANTOS Jocineiro Oliveira OGAWA Jorge Sadayoshi Fluxo de Caixa e DOAR Caderno de Estudos FIPECAFI FAE ndash USP Satildeo Paulo nordm 9 p36-66 out1993
THIESEN Joatildeo Arno de Oliveira A demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa nas Organizaccedilotildees e sua Importacircncia como Instrumento da Tomada de Decisatildeo Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul Porto Alegre nordm 100 p8-13 maio 2000
TREUHERZ Rolf Maacuterio Anaacutelise Financeira por Objetivos 5ordm ed Satildeo Paulo Pioneira 1999
YOSHITAKE Mariano HOJI Masakazu Gestatildeo de Tesouraria controle e anaacutelise de transaccedilotildees financeiras em moeda forte Satildeo Paulo Atlas 1997
ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998
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3 CONCLUSAtildeO
As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio
econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como
na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de
renda
Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem
cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo
a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto
destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de
caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria
sobrevivecircncia da pequena empresa
Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de
descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas
empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se
necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais
rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa
transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor
financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento
pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da
empresa e como o seu caixa seraacute impactado
Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem
como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave
legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou
evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas
pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo
gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes
do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e
despesas
Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e
a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um
instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua
relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho
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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle
de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte
do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio
A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode
lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu
empreendimento
Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a
implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades
financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute
antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos
Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e
duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre
outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo
As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus
dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital
proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a
fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes
satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas
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BIBLIOGRAFIA
ASSAF NETO Alexandre SILVA Ceacutesar Augusto Tibuacutercio Administraccedilatildeo do capital de giro 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997
CAMPOS FILHO Ademar Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Uma ferramenta indispensaacutevel para administrar sua empresa Satildeo Paulo Atlas 1999
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CHIAVENATO Idalberto Vamos abrir um novo negoacutecio Satildeo Paulo Makron Books 1995
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FREZATTI Faacutebio Gestatildeo do Fluxo de Caixa Diaacuterio Satildeo Paulo Atlas 1997
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KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Dissertaccedilatildeo (Mestrado FEAUSP) FEAUSP Satildeo Paulo 1996
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