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FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO
LAIS GEISA NUNES DA SILVA PRAZERES
PROTAGONISMO FEMININO: UM DIAGNÓSTICO SOBRE AÇÕES
EMPREENDEDORAS NO MUNICÍPIO DE SÃO FELIPE - BAHIA
GOVERNADOR MANGABEIRA – BA 2018
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LAIS GEISA NUNES DA SILVA PRAZERES
PROTAGONISMO FEMININO: UM DIAGNÓSTICO SOBRE AÇÕES EMPREENDEDORAS NO MUNICÍPIO DE SÃO FELIPE - BAHIA
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Administração pela Faculdade Maria Milza.
Orientadora: Ma. Suzane Figueiredo Casas
GOVERNADOR MANGABEIRA – BA 2018
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Prazeres, Lais Geisa Nunes da Silva
P921p Protagonismo feminino: um diagnóstico sobre ações empreendedoras no
município de são Felipe - Bahia / Lais Geisa Nunes da Silva Prazeres. - Governador Mangabeira - BA , 2018.
47 f.
Orientadora: Suzane Figueiredo Casas.
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Administração) - Faculdade
Maria Milza, 2018 .
1. Empreendedorismo. 2. Empreendedorismo Feminino. 3. Mulher - Mercado de Trabalho. I. Casas, Suzane Figueiredo, II. Título.
CCD 658.421
Ficha catalográfica elaborada pela Faculdade Maria Milza,
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
Bibliotecárias responsáveis pela estrutura de catalogação na publicação:
Marise Nascimento Flores Moreira - CRB-5/1289 / Priscila dos Santos Dias - CRB-
5/1824
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DEDICO AS RAZÕES DA MINHA VIDA:
Meus pais: Wilson Prazeres
Maria Nilza Prazeres
Minhas irmãs: Geisa Laís Prazeres
Gabriela Prazeres
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AGRADECIMENTOS
Vencer uma etapa é um momento muito especial. Como estudante de
administração, sei o quão importante são as pessoas na nossa caminhada, por isso
agradeço primeiramente a Deus, com Ele tive diálogos reconfortantes. Obrigada,
Deus! Agradeço aos meus pais, Wilson e Nilza, que são minha base e força, meus
exemplos de amor! Minhas irmãs, Geisa e Gabriela, princesas que sempre me
apoiam em cada passo que eu dou. Meus avôs e avós, (in memorian), Antônio,
Carmelita, Elisio e Marieta, que são meus anjos. E agradeço também a todos os
meus familiares queridos que sempre emanam boas energias, eu amo vocês!
Agradeço a todos os amigos da melhor turma da minha vida
#ADMDESUCESSO, em especial, aos irmãos do coração Gil, Luan e Carol,
pessoas incríveis que fazem a diferença. Tudo fica mais lindo com vocês, meus
amores! Agradeço aos meus amigos da vida que, mesmo longe, se fazem
presentes: Dinha, Romo, Felippe, Junior, Jay, Marquinhos, amo vocês! Agradeço
à equipe da Gestor Júnior ADM-FAMAM, aprendi muito com cada um, vocês foram
incríveis!
Agradeço a toda a equipe da Faculdade Maria Milza, em especial meus
professores, Andrea Oliveira, Vitor das Neves, João Casas, Elisabete Rodrigues,
Ana Virgínia, Kerciane Gondim, Patrícia Silva, Fábio Silveira, Vânia Oliveira,
Luan Marcos, Lucas Almeida, Warley Dias, Mônica Machado, entre outros,
espelhei-me em vocês para me tornar quem sou hoje.
Não posso esquecer uma mulher que foi essencial nessa história, minha
orientadora e amiga, Suzane Casas, amo você! Obrigada por todo apoio, não só na
construção desse trabalho, mas em todo o percurso até aqui e eu sei que irá além!
Bom, agora é hora de mudar as metas e as expectativas, afinal, em breve não serei
mais uma estudante de Administração, serei uma ADMINISTRADORA DE
SUCESSO!
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“Não deixe a fé escapulir entre os pensamentos. Não pare de sonhar. E só desista de algo quando a insistência te machucar os pés sem razão.”
Edgard Abbehusen
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RESUMO
A história das mulheres no mercado de trabalho passou e ainda passa por diversos obstáculos, sendo assim, é possível encontrar em diferentes plataformas de comunicação relatos de lutas de mulheres em busca de direitos, liberdade e independência. Muitas mulheres simbolizaram e outras simbolizam hoje em dia a base de sua família, pois sabem a responsabilidade e o valor que possuem diante da realidade em que vivem. Uma das alternativas encontradas por mulheres na busca pelo alcance dos seus objetivos, quanto ao mercado de trabalho, é o empreendedorismo. Essa não é uma realidade apenas nos grandes centros urbanos, pois essa escolha também vem sendo adotada por mulheres nos interiores dos estados. No entanto, algumas se deparam com desafios e entraves durante o processo de efetivação e desenvolvimento do seu negócio, como, por exemplo, limitação quanto ao investimento ou até um sentimento de culpa ou abandono com relação aos filhos, pois acreditam que esse processo desencadeia um afastamento na criação deles e, muitas vezes, a falta do apoio familiar aumenta a proporção desse sentimento. Nessa perspectiva, o objetivo geral dessa pesquisa foi diagnosticar quais fatores provocaram o protagonismo feminino em ações empreendedoras no ramo alimentício no município de São Felipe – BA. Para isso, caracterizou-se o perfil sócio econômico de mulheres empreendedoras formais e informais no campo da pesquisa; relacionou-se os motivos pelos quais as mulheres se tornaram empreendedoras; verificou-se se as práticas empreendedoras são responsáveis pela geração de renda da família e descreveu-se os desafios e entraves vivenciados por essas mulheres para empreender. Metodologicamente, essa pesquisa caracteriza-se, como um estudo de caso exploratório e descritivo de natureza qualitativa. O trabalho foi realizado em setembro de 2018, com 21 mulheres empreendedoras, formais e informais, de pequeno ou médio porte do ramo alimentício, na cidade de São Felipe- Bahia, localizada há 184 km da capital, Salvador. Com base nos resultados, pode-se concluir que as mulheres participantes, em sua maioria, viram o empreendedorismo como uma oportunidade para alcançar sua independência financeira e melhoria de vida. Muitas mulheres tem o seu negócio como a principal fonte de renda e manutenção da família. Dessa forma, aponta-se que mesmo diante de dificuldades enfrentadas, como a inexperiência e o custo/ investimento, muitas conseguiram solidificar seu empreendimento. Com isso, percebe-se a importância e relevância do empreendedorismo para o município, visto que o mesmo é capaz de transformar vidas e desenvolver as características e habilidades femininas nos negócios, promovendo também, direta e/ou indiretamente, o crescimento econômico da cidade.
Palavras-chave: Empreendedorismo Feminino. Mercado de Trabalho. Gestão.
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ABSTRACT
The history of women in the labor market has faced and still faces several obstacles; because of that, it is possible to find in different communication platforms reports of women's struggles in search of rights, freedom and independence. Many women symbolized and others still symbolize today the basis of their family, because they know the responsibility and the value that they have to play in the reality in which they live. One of the alternatives found by women in pursuing their goals, as regards the labor market, is entrepreneurship. This is not a reality only in large urban centers, since this choice has also been adopted by women in the countryside. However, some are faced with challenges and obstacles during the process of realizing and developing their business, such as limited investment or even feeling guilty or abandoning their children, because they believe that this process triggers a and often the lack of family support increases the proportion of this feeling. In this perspective, the general objective of this research is to diagnose which factors provoked female protagonism in entrepreneurial actions in the food sector in the city of São Felipe - BA. For this, it is intended to characterize the socio-economic profile of formal and informal entrepreneurial women in the field of research; to relate the reasons why women have become entrepreneurs; to verify if the entrepreneurial practices are responsible for the income generation of the family and to describe the challenges and obstacles experienced by these women to undertake. Methodologically, this research is characterized as an exploratory and descriptive case study of a qualitative nature. The work was carried out in September 2018, with 21 women entrepreneurs, formal and informal, small or medium-sized food sector, in the city of São Felipe-Bahia, located 184 km from the capital, Salvador. Based on the results, one can conclude that the women participants, for the most part, saw entrepreneurship as an opportunity to achieve their financial independence and improved life. Many women have their business as the main source of income and family maintenance. In this way, it is pointed out that even in the face of difficulties faced, such as inexperience and cost / investment, much of it managed to solidify its enterprise. This shows the importance and relevance of entrepreneurship for the city, since it is capable of transforming lives and developing the feminine characteristics and abilities in the business, also promoting, directly and / or indirectly, the economic growth of the city. Keywords: Female Entrepreneurship. Job market. Management.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Profissão exercida pelas mulheres antes de empreenderem: 25
Figura 02 – Empreendedoras que ainda exercem as atividades anteriores: 25
Figura 03 – Principais motivações que levaram as mulheres a empreender: 26
Figura 04 – Desafios enfrentados pelas mulheres: 30
Figura 05 – O empreendimento e o aumento a sua qualidade de vida 34
Figura 06 – O empreendimento como fonte de autonomia e empoderamento: 36
Figura 07 – Responsabilidade do sustento familiar ANTES do empreendimento: 36
Figura 08 – Responsabilidade do sustento familiar DEPOIS do empreendimento: 37
Figura 09 – Renda familiar ANTES do empreendimento: 38
Figura 10 – Renda familiar DEPOIS do empreendimento: 38
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 12
2 REVISÃO DE LITERATURA 14
2.1
2.1.1
2.2
2.3
EMPREENDEDORISMO: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS
Empreendedorismo Feminino no Brasil
A MULHER E O MERCADO DE TRABALHO
PRÁTICAS DE GESTÃO
14
16
18
19
3 METODOLOGIA 21
4
4.1
4.2
RESULTADOS E DISCUSSÃO
DESCRIÇÃO DO PERFIL DAS MULHERES EMPREENDEDORAS
CONTRIBUIÇÃO DO EMPREENDEDORISMO PARA O
PROTAGONISMO
23
23
26
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 40
REFERÊNCIAS 42
APÊNDICE 45
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12
1 INTRODUÇÃO
A história das mulheres no mercado de trabalho nunca foi fácil, é possível
encontrar em diversas plataformas de comunicação relatos de lutas de mulheres em
busca de espaço, liberdade e direitos. Muitas mulheres simbolizaram e outras
simbolizam hoje em dia a base de sua família, pois sabem a responsabilidade e o
valor que possuem diante da realidade em que vivem.
Mesmo já tendo diversos obstáculos vencidos, ser mulher ainda é uma
missão difícil no dia a dia e no ambiente corporativo, ressaltando, também, que com
a atual competitividade no mercado de trabalho e com os homens essa situação
torna-se ainda mais desafiadora. Na busca pelo seu espaço, as mulheres também
encontram no ato de empreender uma alternativa de sobreviver aos desafios do
mercado contemporâneo.
Tornar-se responsável pelo seu próprio dinheiro ou, de uma maneira mais
ampla, pelo seu próprio destino por meio de criatividade, instinto intuitivo,
visualização de uma oportunidade não vista antes por alguém ou simplesmente um
aprimoramento do que já existe, é uma alternativa que mulheres veem adotando
para conseguir mudar sua história de forma significativa.
Essa não é uma realidade apenas nos grandes centros urbanos, pois se
percebe essa escolha sendo adotada por mulheres nos interiores do país também.
Logo, para empreender não há lugar, sexo ou situação financeira estabelecida,
afinal, o ato de empreender também pode estar diretamente ligado a adaptar sua
ideia, quando não há recursos financeiros suficientes, a sua realidade.
Sonhar em ser responsável pelas suas escolhas ou entender que sua
independência financeira impulsiona seu crescimento pessoal e social e pode ser a
possibilidade de buscar caminhos diferentes, ou, ao menos, arriscar novas
possibilidades. Ver mulheres com simples atitudes conseguirem mostrar que são
capazes, que sabem fazer mais do que uma limitação cultural ensina, faz acreditar
que o Brasil, ou até o mundo, pode ser mais equilibrado, pois as mulheres podem
empreender, podem inovar e também liderar.
Diante de todos os desdobramentos culturais adquiridos com o passar do
tempo que desenvolveu e ainda desenvolve uma sociedade machista, falar das
conquistas e das lutas das mulheres na construção de suas empresas ou meios de
sustentos é uma forma de reforçar que a mulher pode contribuir significativamente
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para a economia do país e para a sua libertação. Afinal, geram oportunidades,
provocando inclusive vagas de emprego para outras pessoas, ou seja, intensificam
de forma positivas o cenário econômico.
Sendo essa uma abordagem atual, faz-se necessário as academias de ensino
superior incentivar e propor pesquisas que desenvolvam essa temática, pois, é
durante a educação acadêmica, também, que se busca transformar a humanidade e
a realidade a sua volta de forma consciente. Essa abordagem é uma forma de
demonstrar o processo de transformação do mundo contemporâneo que começa a
atribuir às mulheres um reconhecimento pela sua desenvoltura no mundo
empreendedor.
De acordo com o SEBRAE citado pelo PORTAL BRASIL (2017), houve o
aumento de 34% no número de empresárias nos últimos dez anos e que 40%
dessas mulheres possuem menos de 34 anos de idade. O que evidência que as
mulheres estão buscando cada vez mais cedo o alcance dessa autonomia e
melhoria de vida.
O fato de mulheres jovens buscarem cada vez mais cedo essa estabilidade se
estabelece, também, pelo acesso e reconhecimento da própria mulher sobre seu
espaço na sociedade. Sendo assim, o empreendedorismo aparece, muitas vezes,
como uma oportunidade ou necessidade dentro desse universo novo, porém
importante no processo de mudanças e transformações das mulheres na sua busca
por independência e/ou sobrevivência.
Nesse contexto propõe-se como problema de pesquisa o seguinte
questionamento: Quais os fatores que provocaram o protagonismo feminino em
ações empreendedoras no ramo alimentício no município de São Felipe – BA? O
objetivo geral busca diagnosticar quais fatores provocaram o protagonismo feminino
em ações empreendedoras no ramo alimentício no município de São Felipe – BA.
Quanto aos objetivos específicos, pretende-se: Caracterizar o perfil sócio econômico
de mulheres empreendedoras formais e informais no campo da pesquisa; relacionar
os motivos pelos quais as mulheres se tornaram empreendedoras; verificar se as
práticas empreendedoras são responsáveis pela geração de renda da família e
descrever os desafios e entraves vivenciados por essas mulheres para empreender.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 EMPREENDEDORISMO: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS
Schumpeter (1961) estabelece o empreendedorismo como uma necessidade
para o desenvolvimento do sistema econômico capitalista, pois pode ser
apresentado juntamente com a ideia de inovação, ou seja, o ato de empreender
estaria relacionado a criar e fazer dar certo aquilo que foi pensado, produzido e
realizado. Diante disso, o autor caracteriza o empreendedorismo a “destruição
criativa” que, de forma simplificada, é “destruir” aquilo que não funciona mais ou que
perdeu seu efeito transformador e construí-lo de forma criativa e mais eficiente,
melhorando-o por meio da inovação, desenvolvendo a ideia de competitividade e,
consequentemente, desenvolvimento.
Sendo assim, diante de toda competitividade estabelecida em meio a todo o
processo de desenvolvimento dos negócios e busca por melhorias contínuas que
reforçam a abordagem de Schumpeter (1961) sobre o empreendedorismo, Dornelas
(2008) afirma que empreender está associado a transformar ideias em
oportunidades, por em prática aquilo que pode dar certo, podendo ela ser inovadora
ou apenas algo que já exista, mas com ajustes chaves que gerem diferencial
competitivo no mercado, ou seja, desencadeando demanda para aquela nova
abordagem de produto ou serviço apresentado.
Nesse contexto, em concordância com Dornelas (2008), Hilsdorf (2015, p. 19),
diz que os empreendedores "[...] são homens e mulheres que, de maneira ética e
responsável, assumem desafios e riscos, transformando dificuldades em
oportunidades. São pessoas cujos principais verbos são: observar, aprender, agir e
transformar”.
Nessa perspectiva podemos estabelecer dois tipos de empreendedorismo, o
que é desenvolvido por uma necessidade e o que se estabelece em meio a uma
oportunidade. O empreendedorismo por necessidade, segundo Dornelas (2008),
relaciona-se, muitas vezes, com a falta de opção, ou seja, quando a pessoa se
encontra desempregada e não ver alternativas para mudar essa realidade diante do
mercado de trabalho. Porém, a questão da necessidade também desencadeia
características para essa abordagem do empreendedorismo, a maioria dos negócios
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são informais e pela falta de planejamento, acabam não se desenvolvendo, levando-
o a falência, em alguns casos.
O empreendedorismo por oportunidade, de acordo com Dornelas (2008),
desencadeia-se pela observação de uma falta no mercado, desenvolvendo, nessa
situação, a chave para suprir essa falta. Então, nesse sentido, têm-se aqui,
provavelmente, mais planejamento e investimento, possibilitando mais força para a
estabilização no negócio.
Dados da GEM1 (2017) apresentam um pequeno aumento na relação entre
empreendedores por oportunidade e por necessidade:
[...] Em 2016, para cada empreendedor inicial por necessidade, havia 1,4
empreendedores por oportunidade, em 2017 essa relação foi 1,5. Dito de outra forma, 59,4% dos empreendedores iniciais empreenderam por
oportunidade e 39,9% por necessidade.
Dessa forma, comparando com dados de 2014, o numero de
empreendedorismo por necessidade foi de 29%, estabelecendo assim a
possibilidade de relação entre o crescimento dessa taxa com as mudanças sofridas
no cenário econômico do pais nos últimos anos que gerou, por exemplo, aumento no
número de desempregados.
Pensando no empreendedorismo como transformação e inovação e diante da
realidade contemporânea associada à competitividade nos negócios, inovar é
imprescindível para manter-se no mercado. Nessa perspectiva, Hecke (2011), diz
que as pessoas criativas são fundamentais nesse processo de desenvolvimento de
novos negócios, afinal é a partir delas que o empreendedorismo ganha força e
cresce cada vez mais. O empreendedor possui uma visão diferenciada, enxerga
oportunidades de negócios ou de melhorias significativas em lugares que outras
pessoas não veem, resultando, muitas vezes, na expansão do mesmo. Logo, os
processos de transformação que favorecem o desenvolvimento do mundo dos
negócios se estabelecem pela inquietude dos empreendedores que desencadeiam a
evolução dos mercados, produtos e serviços. Hoje já se consegue estabelecer essa
ideia e, consequentemente, aprimorá-la, mas nem sempre foi assim.
Esse crescimento da validade do empreendedorismo começou a se firmar no
Brasil, de acordo com Dornelas (2008), na década de 1990, quando o SEBRAE
1GEM- Programa de pesquisa Global Entrepreneurship Monitor(GEM), de abrangência mundial, é
uma avaliação anual do nível nacional da atividade empreendedora.
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(Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e a Soflex (Sociedade
Brasileira para Exportação de Software) surgiram. O autor explica que antes disso o
tema não era trabalhado, pois o cenário político e econômico não era favorável,
dessa forma, não havia apoio para aquele que, mesmo sem entender, possuía o
espírito empreendedor, porém não conseguia desenvolvê-lo.
A Global Entrepreneurship Monitor - GEM (2015) revela que o Brasil alcançou
o oitavo lugar no ranking dos 31 países de economias estimuladas pela eficiência de
2014 a 2015, notou-se que nos últimos 10 anos, a taxa de empreendedorismo
passou de 23% para 34,5%. Nota-se assim que o empreendedorismo vem tornando-
se cada vez mais um meio de desenvolvimento profissional e econômico.
Diante do aumento e abordagem do empreendedorismo Carreira et al. (2015),
enfatiza que o empreendedor, além de empreender, também precisa desenvolver a
gestão eficiente e eficaz, mas isso não quer dizer que ele seja um gestor. A principal
diferença encontra-se na forma de agir, a persistência é uma característica bem
significativa, ambos (empreendedor e gestor) diante de uma dificuldade agirão de
forma diferente, ou seja, terão ações distintas para solucionar um desafio.
2.1.1 Empreendedorismo Feminino no Brasil
O empreendedorismo feminino no Brasil vem ganhando cada vez mais
espaço com o passar dos anos. O que mais tem impulsionado esse crescimento,
segundo Birley e Muzika (2001) é a busca pela independência financeira e pela
igualdade de gênero. Dessa forma, nota-se que se pode estabelecer uma relação
significativa entre essa busca das mulheres, o crescimento do empreendedorismo
feminino por meio de mulheres cada vez mais jovens que já foi supracitado, ou seja,
o empreendedorismo feminino tende a crescer, pois a mulher identifica cada vez
mais que por meio dele ela pode adquirir sua independência econômica e igualdade
no espaço em que vive.
Jonathan (2005, p.379) evidencia que: “A participação das mulheres no
empreendedorismo brasileiro é muito significativa e demanda uma melhor
compreensão das questões enfrentadas pelas empreendedoras e dos reflexos
destas na sua qualidade de vida.” A pesquisa da GEM 2016 apresenta que no Brasil
a Taxa de Empreendedores do grupo feminino chegou a 33,9% e a masculina a
38,2% e quando se analisa as taxas de “Empreendedores Estabelecidos” a dos
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homens também é maior, mas no caso dos “Empreendedores Novos” (com até 3,5
anos), a taxa feminina supera a masculina, o que evidencia esse empoderamento e
busca das mulheres pela atividade empreendedora.
Sendo assim, a atuação da mulher como empreendedora fomenta a
economia, pois auxilia no desenvolvimento do município expandindo mercados e
oferecendo oportunidades de empregos. Machado (2009, p.19) aponta que “o
desenvolvimento econômico de muitas localidades tem-se favorecido com a atuação
de mulheres empreendedoras”. Toda essa abordagem auxilia, principalmente, no
crescimento do empoderamento feminino. Ou seja, no fato das mulheres e da
sociedade reconhecerem que, mesmo diante das dificuldades para a inserção no
mercado de trabalho, a falta de igualdade quanto à remuneração e a ausência de
apoio familiar, elas ainda podem tentar dar uma nova abordagem para sua vida
profissional, transformando-a por meio do empreendedorismo.
A iniciativa empreendedora pode colaborar para o rompimento cultural
machista enraizada ao longo do tempo, visto que ainda pode-se encontrar homens e
mulheres ocupando cargos iguais e recebendo salários distintos, muitas vezes
sendo a mulher a recebedora do valor inferior ao do homem. Nessa análise, o
empreendedorismo torna-se um forte alicerce para auxiliar na busca de uma geração
de renda mais equilibrada, reforçada pela sua capacidade e consequentemente seu
empoderamento (COSTA, 2008).
Sendo assim, observa-se que a desconstrução de um padrão de quem pode
ou não pode empreender, só favorece o desenvolvimento de uma sociedade, não só
economicamente, mas também em uma abordagem cultural e social, pois possibilita
o rompimento de barreiras e a ampliação de oportunidades.
Todo esse processo inicia-se na formação das identidades dessas mulheres,
Segundo Machado (2009), muitos estudos apontam a importância da identidade
pessoal ou social, ambas intimamente relacionadas, tendo como referência seus
desejos e situações em que vivem. Tratando-se da identidade empreendedora a
autora estabelece que a história de cada uma é a estrutura principal para a formação
da identidade em si, mas a identidade empreendedora necessita compreender as
atividades desempenhadas no papel e os seus desdobramentos, no entanto, sua
história de vida ainda é a referência para isso.
O reconhecimento da mulher empreendedora torna-se fundamental para o
crescimento pessoal e, principalmente, profissional. O apoio familiar é essencial, no
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entanto, os auxílios de outras organizações podem impulsionar de forma
transformadora, pois impulsionam a luta contra o preconceito e incentivando cada
vez mais essa busca por conquistas no mundo empreendedor.
2.2 A MULHERES E O MERCADO DE TRABALHO
A incorporação da mulher no mercado de trabalho teve seu início durante a
Revolução Industrial, quando muitos homens partiram para a guerra e as mulheres
precisaram se inserir nas fábricas, mesmo diante das descriminações de sexo que
resultavam em tarefas árduas e mal remuneradas, para ajudar e, muitas vezes,
garantir a renda familiar, segundo Girão (2001 apud AMARAL, 2012). Mesmo o
capitalismo lançando as mulheres no mercado de trabalho, tanto nessa fase inicial
quanto posteriormente e atualmente, a busca para conseguir igualdade,
principalmente quando se refere à remuneração e quebra paradigmas que impeçam
sua ascensão ainda é árdua.
De acordo com Bueno (1999 apud SANTOS et al. 2017), ainda associada à
dificuldade da inserção da mulher no mercado de trabalho, tem- se também as
questões ligadas à maternidade que desenvolve uma busca pela necessidade de
equilibrar a carreira profissional e as atividades do lar e maternal. Muitas carregam o
sentimento de culpa, por associarem sua ausência na vida do filho como um
abandono, mas acreditam também que sua independência faz-se necessária para o
seu crescimento e valorização.
Girão (2001 apud AMARAL, 2012) também ressalta que esses padrões
impostos culturalmente atribuem ao homem a responsabilidade quanto à esfera
pública, ou seja, o homem faz parte do contexto que envolve também ações
relacionadas às decisões políticas, enquanto a responsabilidade feminina
corresponde ao espaço privado que está associado às atividades do lar e a parte
educacional dos filhos.
Nessa perspectiva, mesmo que hoje se note a mulher conquistando seu
espaço no mercado, sua ligação às atividades domiciliares continua bastante
enraizada. Nota-se assim que as conquistas no campo atribui à mulher mais
responsabilidade, pois os avanços relacionados à divisão das atividades do lar com
o cônjuge, muitas vezes, ainda é carregada por pensamentos e atitudes
predominantemente machistas, dificultando um equilíbrio.
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Diante das circunstâncias aqui apresentadas, o empreendedorismo torna-se
uma alternativa para a vida dessas mulheres, pois o número de empreendedoras
vem crescendo cada vez mais e garantindo aos poucos esse reconhecimento e
ganho de espaço, segundo o SEBRAE, citado pelo Portal Brasil (2007), houve um
aumento de 34% no número de mulheres empreendedoras e que suas principais
áreas de atuação são: restaurantes (16%), serviços domésticos (16%), cabeleireiros
(13%), comércio de cosméticos (9%) e que a maior parte empreendem dentro de
casa (35%).
2.3 PRÁTICAS DE GESTÃO
Tratando-se da abordagem administrativa tem-se diversos estudos que
apontam a importância da gestão na organização, visto que à medida que a
sociedade foi crescendo e se desenvolvendo, a administração tornou-se
fundamental. De acordo com Kwasnicka (2004), a administração tem grande
relevância para o alcance dos objetivos de uma organização, ou seja, é a partir dela
que os processos ocorrem. Dessa forma, a gestão é o que movimenta a organização
na obtenção de resultados relevantes. Crozatti (1998, p. 13) fomenta afirmando que
“o modelo de gestão é o conjunto de normas e princípios que devem orientar os
gestores na escolha das melhores alternativas para levar a empresa a cumprir sua
missão com eficácia”.
Na perspectiva de ressaltar a significância da gestão para o sucesso
organizacional, têm-se diferentes Escolas que contribuíram com o desenvolvimento
do conceito e abordagem da administração, ou seja, com a necessidade da gestão
administrativa para a organização. Sendo assim, pode-se abordar a Escola da
Administração Clássica que enfatiza de forma resumida, segundo Motta e
Vasconcelos (2008), a análise de melhores abordagens práticas e estruturais para o
aperfeiçoamento dos processos organizacionais.
Motta e Vasconcelos (2008), em concordância com Rossés (2014), abordam
que Frederick W. Taylor, considerado “Pai da Administração Científica”, ressalta a
relevância de a administração ser estudada e abordada de forma cientifica, ou seja,
analisar as melhores formas e métodos para a realização das tarefas. Henry Fayol,
na Teoria Clássica, trabalhou na divisão dos processos administrativos: planejar,
organizar, coordenar, comandar e controlar. Os processos administrativos, de
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acordo com Stoner e Freeman (1999), representam um conjunto de funções
interativas, que podem ter uma sequência ideal ou obter outras combinações, visto
que se faz necessário adequar ao ambiente de atuação da organização.
Sendo assim, para o estabelecimento de melhores parâmetros para a gestão
de diferentes empreendimentos, torna-se relevante a integração de ferramentas que
podem auxiliar na melhoria do seu progresso. Nessa abordagem, tem-se a Matriz
SWOT (Strenghts, Weaknesses, Opportunities, e Threats), em português também é
chamada de análise ou matriz FOFA (Forças, Fraquezas, Oportunidades e
Ameaças), que segundo Mccreadie (2008), trata-se de uma ferramenta que contribui
significativamente para a elaboração do planejamento estratégico e de gestão de
uma organização, podendo assim avaliar fatores externos, como oportunidades e
ameaças e internos, suas forças e fraquezas.
A elaboração dessa Matriz dentro da gestão possibilita essa visão mais
prática desses pontos supracitados, pois auxilia o pensamento estratégico, visto que
a Matriz SWOT apresenta a posição da organização no ambiente em que ela se
encontra, permitindo uma melhor análise para um diagnóstico empresarial,
favorecendo a tomada de decisão para o seu melhoramento (FERNANDES, 2012).
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3 METODOLOGIA
A metodologia é um dos processos da construção de um trabalho científico, é
a descrição do caminho percorrido pelo pesquisador, ou seja, é o processo utilizado
para se chegar ao objetivo. Segundo Bruyne (1991), a metodologia é a lógica dos
procedimentos científicos em sua formação e em sua ampliação, não se reduz,
portanto, a uma “metrologia” ou tecnologia da medida dos fatos científicos, pois
possibilita diversas formas de construir a problemática e trabalhar nela.
Nessa perspectiva, quanto ao objetivo, essa pesquisa caracteriza-se como um
estudo exploratório e descritivo de natureza qualitativa, pois, segundo Gil (2002),
uma pesquisa exploratória, busca proporcionar maior familiaridade com o problema
e a pesquisa descritiva, descreve as características de determinada população ou
fenômeno.
Nessa pesquisa de 2018, busca-se essa familiaridade e descrição com
relação às mulheres empreendedoras, formais e informais, de pequeno ou médio
porte do ramo alimentício, na cidade de São Felipe- Bahia, localizada a 184 km da
capital, Salvador. De acordo com o Censo – IBGE (2010) o município possuía cerca
de 20.305 habitantes, em que 50,34% correspondia ao sexo feminino. Para melhor
descrição do percurso metodológico realizado no trabalho, organizamos em etapas,
que são descritas a seguir:
Etapa 1: O primeiro passo focou em determinar qual grupo/ramo de mulheres
empreendedoras iria ser o objeto de pesquisa, assim também como o lócus em que
a pesquisa iria se desenvolver. Definiu-se que seria no município de São Felipe –
Bahia, na área urbana e que o ramo alimentício seria a vertente escolhida, pois, em
uma observação superficial, notou-se que esse ramo ofereceria uma amostra mais
significante. Para desenvolver um trabalho mais sólido quanto ao protagonismo
feminino, definiu-se também como critério de inclusão que as participantes da
pesquisa teriam que ter o mínimo de 6 meses de atuação na área e poderiam ser
empreendedoras que geriam negócios formais ou informais.
Etapa 2: Com esses primeiros pontos definidos, buscou-se listar o maior
número de mulheres empreendedoras nessa área, chegando a um total de 40
mulheres, essa identificação foi realizada em agosto de 2018 . É válido salientar que
os negócios que são registrados (formais), foram de fácil identificação, já que a
prefeitura, tem esses dados, no entanto os negócios informais foram identificados
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pela pesquisadora, em uma busca de campo e através de indicação de outras
pessoas, que residem no município. Desse total identificado obtivemos uma amostra
de 21 participantes, pois algumas não quiseram participar da pesquisa e outras
informaram não ter disponibilidade de tempo. Com o formulário (Apêndice A)
definido e finalizado, foram realizadas as visitas in loco no período de setembro a
outubro de 2018, para aplicação do mesmo, que aconteceu individualmente e todas
as conversas foram gravadas em áudio, (com autorização prévia), com o intuito de
não perder nenhum detalhe das falas das participantes.
Etapa 3: Essa etapa caracteriza a análise dos dados, obtidos por meio do
contato direto com as empreendedoras pesquisadas, na perspectiva exploratória,
descritiva de natureza qualitativa. Para análise dos dados adotou-se, a análise temática
central de Teixeira (2008). Todo esse processo ocorreu de acordo com a tabulação
dos dados e com o processo de transcrição das falas das empreendedoras. Com a
aplicação do formulário, foi possível traçar o perfil sócio econômico das mulheres,
identificar os motivos que as levaram a empreender; verificar a relevância do seu
empreendimento para a geração da renda familiar e descrever os desafios e
entraves vivenciados por essas mulheres, e assim conseguir diagnosticar os fatores
que provocaram o protagonismo feminino em ações empreendedoras no ramo.
-
23
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Essa pesquisa possui como objeto de estudo as mulheres empreendedoras
formais e informais do ramo alimentício do município de São Felipe- Bahia. O
objetivo dessa seção é apresentar os resultados encontrados com base no
questionário aplicado. A cidade de ão Felipe- A fica localizada a cerca de 178 km
de distância da capital, Salvador. O último censo populacional realizado pelo IBGE,
em 2010, apresentou o número de 20.305 habitantes, hoje já se estima cerca de
21.069, dessa população, 50,34% eram do sexo feminino. Dado relevante para a
pesquisa que objetivou diagnosticar quais fatores provocaram o protagonismo
feminino em ações empreendedoras no ramo alimentício no município de São Felipe
– BA.
4.1 DESCRIÇÃO DO PERFIL DAS MULHERES EMPREENDEDORAS
Na descrição dos resultados as participantes serão chamadas de
empreendedoras e nesse primeiro momento serão apresentados os perfis dessas
mulheres detalhados no Quadro 1.
Quadro 1 - Descrição das empreendedoras respondentes:
Identificação
Idade
Escolaridade
Estado Civil
N° de filhos
Dependentes
Empreendedora 01 (E01)
22
Ensino Superior Completo
Solteira
00
Empreendedora 02 (E02) 37 Ensino Médio Casada 02
Empreendedora 03 (E03)
50
Ensino
Fundamental
Casada/União
Estável
01
Empreendedora 04 (E04) 46 Ensino Médio Solteira 01
Empreendedora 05 (E05)
46
Ensino Fundamental
Casada/União Estável
01
Empreendedora 06 (E06)
48
Ensino
Fundamental
Solteira
01
Empreendedora 07 (E07)
47
Ensino Fundamental
Casada/União Estável
02
Empreendedora 08 (E08)
55
Ensino Fundamental
Casada/União Estável
Tem filhos, mas são independentes
Empreendedora 09 (E09)
64
Ensino
Fundamental
Casada/União
Estável
Tem filhos, mas são
independentes
-
24
Empreendedora 10 (E10) 47
Ensino
Fundamental Solteira 02
Empreendedora 11 (E11)
50
Ensino Superior Completo
Casada/União Estável
02
Empreendedora 12 (E12)
25
Ensino Superior Incompleto
Solteira
00
Empreendedora 13 (E13) 43 Ensino Médio Divorciada 01
Empreendedora 14 (E14) 59 Ensino Médio Solteira 03
Empreendedora 15 (E15) 22 Ensino Médio Solteira 01
Empreendedora 16 (E16)
53
Ensino Fundamental
Casada/União Estável
Tem filhos, mas são independentes
Empreendedora 17 (E17) 40 Ensino Médio
Casada/União
Estável 00
Empreendedora 18 (E18)
39 Ensino Médio
Casada
03
Empreendedora 19 (E19) 42 Ensino Médio Casada 02
Empreendedora 20 (E20) 55
Ensino
Fundamental Casada
Tem filhos, mas são
independentes
Empreendedora 21 (E21 ) 45 Pós Graduação Solteira 00
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Os dados do Quadro 1 apresentam o perfil das empreendedoras do município
da amostra pesquisada de São Felipe – Bahia, dessas, 47,6% das respondentes tem
entre 46 a 55 anos de idade, sendo 61,9% casadas ou em união estável e 33,3%,
solteiras. Entre as 21 empreendedoras, 85,6% possuem filhos, sendo que dessas,
57,1% tem entre 01 e 02 filhos dependentes e 19% possuem filhos, mas já são
independentes. Quanto a sua escolaridade, a maioria se divide em Ensino Médio
(42,9%) e Ensino Fundamental (38,1%). Por fim, 9,5% possuem Ensino Superior
Completo, 4,8% Pós Graduação e 4,8% Ensino Superior Incompleto.
A maioria das mulheres da amostra não teve o empreendedorismo no ramo
alimentício como primeira atividade exercida, 47,6% eram assalariadas e 42,9%
desempenhavam outras funções, dentre elas, iniciativas já dentro do
empreendedorismo, mas não na área alimentícia e apenas 9,5% da amostra eram
do lar. Do total dessas mulheres, 71,4% não exercem mais a atividade anterior que
desempenhavam, ou seja, têm o empreendedorismo como única fonte de renda
pessoal, sendo que 28,6% ainda conciliam ambas atividades. Um exemplo é a
Empreendedora (E 21), ela possui um ateliê em que ministra aula de confeitaria,
trabalha com encomendas de bolos e continua exercendo sua atividade como
-
25
professora no município. Ambas as informações estão representadas nas figuras
abaixo respectivamente:
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Um pouco mais da metade das mulheres dessa pesquisa, 57,1%, ainda
empreendem na informalidade, ou seja, seus negócios não possuem nenhum tipo de
cadastro e dos que possuem 88,9% são CNPJ (Cadastro Nacional Pessoa Jurídica)
e os demais 11,1%, MEI (Micro Empreendedor Individual). Segundo o SEBRAE
(2017), o MEI é uma categoria que pode contribuir de forma significativa para
empreendedores que possuem ideias sólidas, mas que não possuem muitos
recursos para garantir seus benefícios e auxílios. Dessa forma, eles podem ter mais
oportunidades de crescimento para o negócio.
71,4
%
28,6
%
Figura 1 - Profissão exercida pelas mulheres antes de empreenderem:
Figura 2 – Empreendedoras que ainda exercem as atividades anteriores:
-
26
Levando em consideração o tempo em que essas mulheres já empreendem,
tem-se um total de 52,4% que já empreendem há mais de 10 anos e 38,1% que
possuem entre 1 e 3 anos, o que podem configurá-las como novas
empreendedoras. Dentre os tipos de empreendimento do ramo alimentício tem-se:
Vendedoras de acarajé, lanches, cesta básica, doces gourmet, bolos, comida fitness,
donas de açougue, bares, lanchonetes, restaurantes, confeitarias, entre outros.
Nessa perspectiva, vale apresentar uma informação importante conforme o
SEBRAE (2017), “com o crescimento do mercado e o aumento da procura por
alimentação fora do lar, alguns nichos despontaram como ótimas alternativas de
negócio como alimentos fitness e gourmet.” O que é interessante, pois as
empreendedoras que atuam com esse tipo de alimentação tem entre 1 e 3 anos.
4.2 CONTRIBUIÇÃO DO EMPREENDEDORISMO PARA O PROTAGONISMO
Depois de caracterizar o perfil dessas mulheres, buscou-se identificar os
motivos que as levaram a empreender. Como já foram supracitado, muitos podem
ser os motivos que levam alguém a querer criar e desenvolver um empreendimento,
seja por uma necessidade ou uma oportunidade. Nessa perspectiva, diante do que
foi coletado tem-se os seguintes dados:
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Nota-se, com base da Figura 3, que entre os motivos que foram
apresentados, a maioria das empreendedoras, apontou a oportunidade como sua
Figura 3 - Principais motivações que levaram as mulheres a empreender:
-
27
principal motivação (95,2%). No entanto, vale ressaltar, que não se trata de uma
motivação isolada. Diversas situações as levaram a verem o ato de empreender
como uma oportunidade, como por exemplo, a busca pela independência financeira
e o incentivo de pessoas próximas. O que reforça os estudos de Birley e Muzika
(2001), que o crescimento do empreendedorismo vem ganhando cada vez mais
espaço devido à busca pela independência financeira e pela igualdade de gênero.
As entrevistadas (E 03, E 04 e E 19) expressam isso em suas falas quando
sinalizam:
[...] Hoje eu digo o meu limite, eu vou comprar tal coisa com o meu dinheiro, mesmo que seja para dividir, eu tenho o meu dinheiro, não peço mais para
ninguém. Foi melhor para mim trabalhar no meu pontinho do que trabalhar para outros, entendeu? (EMPREENDEDORA 03 - E03)
[...] Tipo, uma autoridade de você chegar em qualquer lugar e poder comprar, que você vai ali e o povo te considera, te trata bem, sabe que você vai comprar e poder pagar, tudo isso. Isso ai, minha filha, leva você a um
patamar tão bom. Quando eu penso que eu não tinha uma conta no banco, não tinha um cartão, não tinha nada, meu Deus do Céu! Vendia o almoço
para compra a janta... Eu canso de dizer isso, porque era verdade. Eu já trabalhei, ai de manhã eu fazia o lanche e vendia, para o dinheiro que pegar
pagar para uma amiga minha que me emprestava, pra eu voltar e comprar o material de novo. Mas depois, graças a Deus! Quando Deus abriu as portas de verdade... Tudo isso, tem os clientes, tem o sucesso, mas se Deus não
tiver na frente, não adianta nada, não adianta mesmo. A gente tem que ser totalmente dependente de Deus. Hoje eu tô aqui precisando de uma
mercadoria, eu ligo pra Cruz das Almas, Santo Antônio sem eu mandar um real, sem eu mandar nada e as pessoas falam: “Pode ficar tranquila que daqui a pouco chega.” Quando eu vejo a mercadoria já tá na porta, isso é
uma vantagem imensa. (EMPREENDEDORA 03 - E03)
Eu penso assim, em sempre trabalhar e nunca depender de homem. Na verdade eu tinha uma vida de “patricinha”, estudava, praia toda hora, tudo
que eu queria meu pai me dava, mas a partir do momento que eu me casei, eu vi que a partir daquele dia eu não podia mais depender do dinheiro do meu pai e também eu não queria depender do dinheiro do meu marido,
entendeu? Imagine você ter que pedir dinheiro ao marido até pra fazer uma unha? Então, não! Eu quero juntar com ele para a gente crescer junto, mas
não pra depender dele. (EMPREENDEDORA 19- E19)
Assim, a partir dos depoimentos das empreendedoras, identificou-se que elas
não querem ser dependentes de terceiros, muito menos de seus cônjuges. Sabe-se
que no século XIX e metade do século XX, isso era muito comum, a mulher era a
responsável pelos cuidados do lar e educação dos filhos e a responsabilidade
financeira era destinada aos homens. Vale ressaltar que apenas no ano de 1962, na
tentativa de mudar a necessidade de aprovação do marido para que a mulher
-
28
pudesse trabalhar, houve a edição da lei 4.121, que deu origem ao Estatuto da
Mulher Casada, uma parte da lei diz:
Art. 246. A mulher que exercer profissão lucrativa, distinta da do marido terá direito de praticar todos os atos inerentes ao seu exercício e a sua defesa.
O produto do seu trabalho assim auferido, e os bens com ele adquiridos, constituem, salvo estipulação diversa em pacto antenupcial, bens
reservados, dos quais poderá dispor livremente com observância, porém, do preceituado na parte final do art. 240 e nos ns. II e III, do artigo 242.
Parágrafo único. Não responde, o produto do trabalho da mulher, nem os bens a que se refere êste artigo pelas dívidas do marido, exceto as
contraídas em benefício da família (BRASIL,1962).
Sendo esse um grande passo que oferece hoje o direito da mulher buscar o
sua independência, as empreendedoras, talvez, sem nem saberem a existência da
lei, querem de fato viver esse avanço.
Algumas empreendedoras não indicaram a independência financeira como
uma motivação, no entanto, isso só aconteceu nos casos das mulheres que já
tinham sua independência procedente de outra atividade, então sinalizaram mais a
questão de contribuição extra, incentivo de pessoas próximas e a oportunidade em
desenvolver outra atividade que as faziam bem, que elas gostavam, como é o caso
da entrevistada (E 02) apresentada na seguinte fala:
Na realidade, quando eu entrei na confeitaria não foi nem com o objetivo de eu expandir, eu gostava e queria aprender para mim, entendeu? Só que ai a professora que me deu o curso, me deu a oportunidade de fazer o primeiro
bolo comercial, de um casamento. Ai depois disso eu segui como se fosse uma contribuição extra, incentivo de pessoas próximas e uma oportunidade.
(EMPREENDEDORA 02 - E02)
Tendo como objeto de estudo mulheres que empreendem com distintos anos
de mercado, algumas até com mais de 40 anos, falar sobre os conhecimentos
adquiridos com base nessas experiências de vida é fundamental. Ao serem
questionadas sobre o que não pode faltar para ser uma empreendedora de sucesso
muitas apontaram o bom atendimento, a qualidade, conhecimento, variedade,
organização, foco, responsabilidade, compromisso com o cliente, entre outras
características apresentadas nas seguintes falas:
Organização, foco, responsabilidade, compromisso com o cliente e
qualidade. (EMPREENDEDORA 01- E01)
-
29
Não pode faltar foco, tá sempre buscando melhoria través de uma entidade tipo SEBRAE, né? Que é um apoiador, conhecimento. Quando eu falo a
questão do conhecimento é isso, todo mês eu faço um curso dentro da área que eu desenvolvo aqui no Mistura’s, né? Ai eu tomo um curso na questão da gastronomia, todo mês eu tomo um curso diferente, tô sempre inovando
no cardápio, há cada três meses eu tô sempre fazendo promoções com pratos novos, né? Agora mesmo eu contratei uma engenheira de alimentos,
uma gastrônoma e uma nutricionista, uma pessoa só e ela tem essas três especificidade. Então ela vai tá me assessorando, me ajudando a como
evitar desperdiçar alimento, a como ter uma qualidade na alimentação... Então o SEBRAE tem sido um parceiro assim bem bacana pra mim, né? Pra tá melhorando também nessa questão. Depois de 20 anos eu vi a
necessidade de buscar ajuda com assessoria, uma consultoria para que eu pudesse melhorar. Por que a gente tá passando por um momento bem difícil
no país por conta da economia, né? E você hoje não pode tirar um gasto de um lugar pra botar no outro se você não tiver uma pessoa pra tá te
orientando. Aí eu busquei o SEBRAE e ele tem me ajudado muito nessa questão. (EMPREENDEDORA 11 - E11)
Capital de giro, tem que ter sempre um dinheiro a mais, porque tem mês de dá e tem mês que não dá, né? De 2015 pra cá, se a pessoa não tiver um
guardado assim pra repor, na necessidade de pagar mesmo, o bicho pega. Boa comunicação, sempre receber bem os clientes, porque não adianta ter um negócio e ter cara fechada, sempre bem disposta, sempre alegre,
mesmo com os problemas, né? (EMPREENDEDORA 12- E12)
Mesmo não possuindo estudos em áreas direcionadas para a gestão, nota-
se nas falas das empreendedoras o instinto intuitivo que conduz o
posicionamento consciente e preocupado com aspectos ligados a gestão.
Levando em consideração essa característica, Cordeiro e Ribeiro (2002),
trabalhando a questão da gestão empreendedora, aborda que o empreendedor,
desempenhando esse papel, precisa ser a pessoa que busca soluções, que
transforma os sonhos em realidade, define a estratégia, o posicionamento,
produto, público alvo, ou seja, a pessoa que de fato vive aquilo ali e se entrega. O
empreendedor é a pessoa que busca se atualizar sobre o mercado, possui
disciplina.
Além disso, foram apontadas as características pessoais que são
importantes para o funcionamento do negócio, entre elas: o amor pelo que se faz,
o carisma, cuidado, coragem, entre outras, como também é evidenciado por
Cordeiro e Ribeiro (2002), aspectos como dedicação, paixão, comunicação, visão
holística, criatividade, persistência e foco em fazer tudo acontecer, faz parte de
uma boa gestão empreendedora e isso pode ser apresentado em conformidade
com as falas abaixo:
-
30
Assim, amor pelo o que a pessoa faz. Porque eu acho que eu trabalho nisso aqui assim, faltava uma cama aqui dentro, eu sou louca pelo que eu faço,
sou apaixonada. Nunca me senti desmotivada, mas me senti desvalorizada
logo no início, bem no início. (EMPREENDEDORA 03 - E03) Se a gente não tiver coragem nada vai pra frente, “fia”. Se a gente tiver
medo de enfrentar as coisas... (EMPREENDEDORA 06 - E06) A gente tem que tá bem emocionalmente, a gente tem que tá sempre com
sorriso no rosto pra tá atendendo o cliente, a gente tem que tá passando sempre uma coisa positiva pro cliente, porque o cliente sai de casa pra vim se divertir e ele precisa encontrar um ambiente alegre, uma cara bonita,
uma pessoa bem vestida, para poder se sentir bem e permanecer no espaço, então eu tenho isso como um elogio: “Ah vamos no Mistura´s, ela
sempre vem na mesa, ela sempre abraça a gente, sempre dá uma atenção.” Então eu acho que eu conquisto o cliente com isso. O empreendedor ele
tem que tá sempre a frente do negócio, porque ele vê se o cliente tá satisfeito ou se não tá. Por que ele tá também como um pesquisador. Ele (o empreendedor) à frente ele consegue vender mais do que o próprio
funcionário. (EMPREENDEDORA 11 - E11)
No ato de empreender, nem sempre tudo se desenvolve de uma maneira tão
natural, entre a ideia e ação, há espaços com diferentes histórias. Durante os
questionamentos, buscou-se identificar as principais dificuldades enfrentadas por
essas mulheres, visto que temos empreendedoras de diferentes idades e realidades.
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Com base na Figura 4 é possível observar que o custo/falta de investimento
foi a principal dificuldade, tendo um percentual de 71,4% e logo depois a
inexperiência com 57,1%. O que é possível analisar com isso, levando em
Figura 4 - Desafios enfrentados pelas mulheres:
-
31
consideração que a falta de apoio familiar foi pouco apontado, apenas 9,5 %, é que
mesmo tendo o apoio familiar e/ou de amigos, houve pouco apoio financeiro do
grupo citado, muitas relataram que a colaboração familiar era oriunda de incentivos
por meio de palavras ou até a “mão na massa” mesmo, o que não deixa de ter muita
significância:
Me ajudavam assim, com palavras de apoio e trabalho também, porque todo mundo ajudava, como hoje ainda tem também, minhas filhas me ajudam
(EMPREENDEDORA – E 8).
Houve. Foram os irmãos e cunhado. Com palavras e também corpo a corpo, sempre que a gente precisava estavam aqui e também a gente tinha alguns amigos que vinham, que ficava aqui, ajudava no caixa, pegavam seguro
sem querer nada em troca, muito amigos (EMPREENDEDORA 11 – E11). Sim, minha irmã e o marido, foi eles que deram as primeiras entradas,
compraram as primeiras mercadorias que eu paguei, me ajudaram bastante, me deram a ideia de entrar no ramo das cestas básicas, então eles foram um apoio e tanto (EMPREENDEDORA 13 – E13).
No entanto, muitas não consideraram a possibilidade de buscar recursos por
meio de algum apoio ao micro ou pequeno empreendedor, reforçando assim, que a
inexperiência não vinha só do fato de nunca ter trabalhado no ramo alimentício, mas
também de falta de conhecimento em buscar recursos financeiros e em gestão
também, pois poucas afirmaram terem planejado a abertura do seu negócio ou
realizarem algum tipo de manutenção do mesmo atualmente, passando por
momentos de dificuldades financeiras um tempo depois, como é o caso da
empreendedora (E 16) “[...] Eu tinha muito estoque de cerveja, hoje eu não tenho
mais, tá tudo vazio”, outros relatos seguem nos depoimentos abaixo:
Até hoje a gente é muito “crua” em muita coisa, é pouco tempo. E o que
acontece: a gente estuda e trabalha, a gente não tem o nosso tempo só para isso, a gente não tem como dar total dedicação, a gente busca uma
receita nova de uma forma diferente, mas nem sempre a gente consegue organizar dentro do nosso tempo. E o que acaba piorando é estudar em outra cidade, se fosse à mesma cidade, poderia dar para conciliar, mas de
repente você estuda em uma cidade e empreende em outra cidade, oh a loucura! (EMPREENDEDORA 01 - E01).
Não sabia os temperos que tinha que botar, os incrementos, só botava o sal
e a cebola, ai depois fui descobrindo o segredo. (EMPREENDEDORA 07 - E07)
-
32
Segundo Bueno (1999 apud SANTOS et al. 2017), muitas mulheres veem a
maternidade como uma dificuldade, visto que sentem como se estivessem
“abandonando seu filho”. Entre as empreendedoras dessa pesquisa, três,
representando 14,3% das participantes, apresentaram os filhos como uma
dificuldade, porém, não na vertente de sentimento de culpa por abandono, não
houve esse tipo de caso, a dificuldade era mais pautada em não ter com quem
deixar ou ficar dependendo de parentes para cuidar das crianças. Talvez isso se
deva ao fato de ser uma cidade pequena, pois algumas relataram poder estar
sempre em contato com o filho, estar próxima de casa, constatado no depoimento da
empreendedora (E 13) “Não, porque toda hora eu saia, mas voltava, não atrapalhou
não.” Ou até a questão da idade, por não serem crianças muito pequenas, bebês,
como no relato da entrevistada (E 19) “Não, porque os meus meninos já eram
maiorzinhos”, mas vale ressaltar o relato da empreendedora (E 18):
Meu esposo trabalhava fora, trabalhava em construção civil, às vezes ele trabalhava em cidades circunvizinhas, Santo Antônio, Cruz, Salvador... E
quando eu comecei as meninas estavam pequenas, a menor mesmo tinha 2 anos, hoje tá com 16, por isso digo que tenho 14 anos, ai tudo pequena, foi
uma dificuldade mesmo, as vezes tinha que levar e deixar com familiares, né? (EMPREENDEDORA 18 – E18)
Podendo estabelecer a falta de investimento e custo como principais entraves
no começo da ação, algumas empreendedoras apontaram como atuais dificuldades
a mão de obra qualificada, falta de valorização e muitas apontaram à situação fraca
do comércio da cidade que impede novos investimentos, nessa perspectiva, a
questão do custo/investimento, continua sendo um dos principais entraves. Essas
informações podem ser representadas em alguns relatos como nas abordados
abaixo:
Não investi ainda porque na realidade o comercio está muito fraco, mas confiar, né? Temos que inovar sempre. Mas na inovação, tenho que agradar. Por que também não posso trazer algo diferente que o povo não
goste, não agrade. (EMPREENDEDORA 03 - E03) [...] material humano é muito complicado, não tem sido bom, muito complicado, muito desgastante. Às vezes desmotiva a gente a continuar,
tenho buscado através de outros amigos, através do SEBRAE, de como lidar com isso, porque tem sido muito difícil, a falta de compromisso das pessoas, a falta de qualificação no interior que a gente não tem, a gente
pega um material bruto tem que polir, esse dia a dia, esse corpo a corpo é muito difícil. Principalmente na minha área que é fim de semana, a noite. Ai
-
33
quando tá pronto: “Não é isso que eu quero.” Ai tem que começar tudo de
novo. (EMPREENDEDORA 11- E11)
Buscando percorrer as dificuldades e analisar os passos dados pelas
mulheres que possam significar desenvolvimento da sua ação empreendedora,
algumas relataram o fato de já terem pensado em investir ou até já terem investido
no seu negócio com o passar do tempo, ou seja, de acordo com a solidificação da
sua ação, mas ainda assim, há dificuldades, como é o caso da empreendedora (E
11): “Sim, já pensei, já investi e preciso investir mais. Precisei de investimento, tive
dificuldade, as burocracias de banco que são muitas”. Há também outros relatos,
como os das empreendedoras E02, E06 e E08.
Assim, investimentos são poucos, entendeu? Eu invisto é em cursos, eu
pensei até em investir em um ateliê, mas precisa de capital financeiro, mas eu penso ainda, entendeu? Até para curso, mas por enquanto os investimentos são só em cursos mesmo, qualificar. (EMPREENDEDORA 02
– E 02) Já tentei e penso em investir mais, mas só que o que e bom é dinheiro, a gente não tem. Já investi, antes era uma barraca e hoje já é um trailer, já é um investimento, né? Não tinha mesa, hoje já tem, cadeira e é um
investimento. (EMPREENDEDORA 06 – E 06) Estou investindo mais. Assim, a gente procura fazer o melhor para agradar o cliente, eu comecei vendendo uma cervejinha no isopor, hoje já tenho um
freezer, já tenho wifi, não sei se conta? E o bom atendimento.
(EMPREENDEDORA 08 – E 08)
É válido ressaltar que muitas compreendem a importância do investimento,
que é preciso buscar a qualificação, variedade, qualidade para poder competir em
meio a tanta concorrência. Conforme Souza (2003), o investimento representa um
risco para o negócio, porém, é também um fator essencial para o desenvolvimento
da organização. Ou seja, é preciso arriscar para que possa haver perspectivas de
melhorias, mas, esse processo necessita, antes de tudo, planejamento, pois é
importante analisar e respeitar o limite relacionado ao espaço e a realidade de cada
negócio.
Por isso torna-se fundamental, também, compreender se a ação
empreendedora desencadeou melhoria na qualidade de vida dessas mulheres,
afinal, não haveria razão investir em algo que não lhe trouxesse algum beneficio.
Nessa perspectiva, obteve-se a seguinte relação representada na figura abaixo:
-
34
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
A maioria das mulheres da pesquisa considera o empreendedorismo como
uma fonte de melhoria para a sua qualidade de vida. Sabe-se que qualidade de vida
é algo bem subjetivo, de acordo com ALMEIDA, GUTIERREZ e MARQUES (2012,
p.17) tem-se a seguinte afirmação:
Em abordagens sobre qualidade de vida, é necessário ter atenção à
multiplicidade de questões que envolvem esse universo, desde parâmetros sociais até de saúde ou econômicos. Esses indicadores podem ser analisados (e assim o são) por diferentes áreas de conhecimento, com
referenciais e procedimentos diferentes, sendo vinculadas definições e concepções variadas.
Nessa pesquisa 81% relataram, entre outras coisas, que o empreendedorismo
as ajudou a oferecer melhores condições para os seus filhos, além de permitir que
sonhos fossem realizados.
Sim, com certeza, porque no começo da minha vida era muito difícil, só tinha o ganho do meu marido, eu via a dificuldade em tudo, pra eu arrumar meus filhos, porque só era o dinheiro dele, ai era mais difícil. Tempo de
festa eu não podia comprar uma roupa pra eles, um brinquedo e isso me doía muito, era muito difícil. Ai depois da barraca foi melhorando, eu pude
dar a eles uma vida melhor (EMPREENDEDORA 08 – E 08). Com certeza, minha filha. Consigo pagar a escola do meu filho, vesti-lo
bem, alimenta-lo bem e a mim também, claro (EMPREENDEDORA 05 – E 05).
As mulheres que responderam “até certo ponto”, uma porcentagem de 14,3%,
frisaram a questão de ter mais trabalho, qualidade de mão de obra escassa e
estresse envolvido, pois é muita responsabilidade:
Figura 5 – O empreendedorismo e o aumento da qualidade de vida:
-
35
Qualidade de vida com o empreendedorismo eu não tive não, pela questão do meu ramo, né? Perco muito noite, tenho muito estresse, então, pra
qualidade, não, mas pra outras questões, com certeza! Você tem uma outra liberdade, você pode chegar mais tarde, apesar de você dormir mais tarde, você também pode chegar mais tarde, seu horário é você quem faz, suas
férias é você quem faz, então eu acho que nessa questão, com certeza. (EMPREENDEDORA 11– E11) Eu não posso dizer ainda por causa que aqui eu tenho pouco tempo, sabe? Mas é um pouco mais desgastante, porque tem a correria, a faculdade, mas nada que seja tão... (EMPREENDEDORA 12 – E12)
Foi analisado também a questão do empoderamento da mulher, se o fato de
terem se tornado donas do seu próprio negócio, trouxeram para elas mais
autonomia, mais empoderamento. Segundo Possati e Dias (2002), a autonomia e o
poder de decisão que são atribuídos às mulheres oferecem a elas satisfação e bem
estar. Isso pode estar associado ao fato de saber que aquela realidade à sua volta é
resultado de um esforço pessoal. Outro ponto que vale ressaltar é que as
empreendedoras revelaram que se sentem fortes em conseguir transitar entre o
espaço público e privado, desenvolvendo bem varias funções, mãe, esposa e
empreendedora, relato possível de ser observado na fala da empreendedora E11:
Com certeza. Oh, a mulher antigamente era só dona de casa, pra cuidar de
filho e era praticamente um segundo plano. Hoje, não. Hoje você já é vista na sociedade de uma outra forma. Porque a gente além de ser mãe, além de ser dona de casa, a gente é empreendedora, a gente tá correndo atrás,
às vezes, até outros serviços que o homem não faz. Então a gente tá sempre à frente, você é o tempo toda admirado pelos próprios homens, né?
“Mulher guerreira”, “Mulher batalhadora”, “ Dou valor a você por isso”. Assim, enquanto mulher, eu acho que não deixo nada a desejar, não acho que estou atrás do homem, acho que estou à frente (EMPREENDEDORA
11 – E11).
Na figura 6, é possível observar que quase 100% das participantes se sentem
empoderadas e com mais autonomia em suas vidas com a ajuda do
empreendedorismo:
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36
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
De acordo com Luttrell et al. (2009 apud FERNANDES et al. 2016), o
empoderamento possui algumas dimensões, como, econômica, psicológica, social,
familiar, entre outras, que constituem ações que contribuem de forma representativa
para o fortalecimento do gênero feminino. Nesse caso, pode-se dizer que a
econômica, social e familiar se destacam.
Com base nos relatos apresentados, é possível notar a mudança na vida
dessas mulheres, o processo de evolução pelo qual elas passaram e pensando
nisso foi possível diagnosticar também as mudanças referentes à contribuição na
renda familiar realizando um comparativo entre o antes e o depois representados
nas Figuras 7 e 8.
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Figura 6 – O empreendedorismo como uma fonte de autonomia e empoderamento:
Figura 7 - Responsabilidade do sustento familiar ANTES do empreendimento:
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37
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Levando em consideração as duas imagens representadas na figura 7 e na
figura 8, pode-se notar que o número de mulheres que dividiam a responsabilidade
do sustento familiar permaneceu a mesma proporção, 47,6 %, mas não significa que
são as mesmas mulheres. Na primeira imagem, é possível verificar que 9,5% (cor
laranja) representam à porcentagem em que configura essa responsabilidade
competida apenas aos homens, as mulheres que revelaram isso, foram as que não
exerciam nenhuma atividade remunerada, logo, o homem ou amigos e familiares
(14,3%) ajudavam nessa tarefa. Os 9,5% (roxo) correspondente à outra opção diz
respeito às mulheres que não possuem nenhum vínculo responsabilidade no
sustento familiar, que são o caso das empreendedoras E 01 e E12, que são duas
das mulheres mais jovens que responderam ao formulário, além disso, não possuem
filhos e tiveram como uma de suas motivações a busca pela independência
financeira e seus negócios são recentes, entre 1 e 3 anos.
Houve um aumento significativo no número de mulheres que representam as
únicas responsáveis pelo sustento familiar, à relação passou de 19% para 38,1%, a
principal razão para esse acontecimento foi que com o empreendimento, as
mulheres que necessitavam de ajuda de terceiros, passaram a conseguir sustentar a
família, além disso, houve também casos de separações, ou o companheiro ficou
desempregado, sendo assim, elas acabaram assumindo sozinha essa
responsabilidade.
Figura 8 - Responsabilidade do sustento familiar DEPOIS do empreendimento:
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38
Levando em consideração também a relação quanto ao valor, tem-se as
Figuras 9 e a figura 10:
Figura 99 - Renda familiar ANTES do empreendimento:
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
As principais observações que podem ser notadas entre as duas imagens
são: A porcentagem corresponde a 28,6%, menos de R$ 600, na Figura 9, não teve
representação na Figura 10, o que é positivo, visto que isso significa que as famílias
estão tendo rendas melhores, posterior a ação de empreender.
Nota-se também que a porcentagem que representa a média de valores R$
600 a R$ 1200 diminuiu significativamente de 38,1% (na Figura 9) para 14,3% (na
Figura 10 - Renda familiar DEPOIS do empreendimento:
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39
Figura 10) e os indicadores dos valores de R$ 1.200 a R$ 1.800 e de R$1.800 a
R$2.400 cresceram consideravelmente, tendo uma porcentagem de 28,6% ambas
médias destacadas na Figura 10. Dessa forma, é possível afirmar que houve sim
uma melhoria significante da renda familiar oriundas das ações empreendedoras das
mulheres, sendo ela a principal fonte de renda das famílias da maioria das mulheres
participantes.
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40
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos resultados dessa pesquisa, é possível concluir que o objetivo
geral do estudo foi alcançado, pois, a partir do processo desenvolvido,
diagnosticaram-se os principais desafios enfrentados por essas mulheres. Foi
possível notar que na fase inicial, suas principais dificuldades estavam presentes
nas questões relacionadas ao investimento/custo e também a falta de experiência na
atividade e nos aspectos relacionados à gestão.
Os objetivos específicos foram de fundamental importância para configurar
uma linha para alcançar o ponto principal; caracterizar o perfil sócio econômico das
mulheres foi relevante para compreender que nessa amostra, apesar de serem
todas do mesmo município, elas vivem em diferentes realidades, são idades,
condições financeiras, experiências, famílias diferentes, além de haver diversas
perspectivas sobre em que lugar chegar com a ajuda do seu negócio.
Relacionar os motivos que as fizeram empreender permitiu a criação de um
vínculo maior, pois algumas chegaram a falar de dores, que o empreendedorismo foi
à saída de uma depressão, por exemplo, que é o caso da empreendedora (E 10),
que perdeu um filho e encontrou no ato de empreender uma espécie de terapia para
recuperar sua vontade de continuar a viver.
Verificar e notar que de fato a ação empreendedora desempenha um papel
importante na geração de renda da família só solidifica o quanto a maioria dessas
mulheres são fortes e batalhadoras para sustentar sua família, seja sozinha ou com
a ajuda de outras pessoas.
Descrever os entraves e desafios fez com que a todo instante, não só
houvesse a compreensão das dificuldades, mas também, buscasse meios de
contribuir para que algumas barreiras não interfiram como um fator desestimulante
para outras mulheres que venham buscar no empreendedorismo melhoria de vida.
Nessa perspectiva, buscou-se, com foco nas principais dificuldades, encontrar
alternativas que pudessem ajudar de forma mais direcionada esses entraves
(custo/investimento, falta de planejamento devido à ausência de experiência em
gestão, por exemplo), porém o município não possui nenhum projeto de lei que
possa contribuir com o incentivo ao empreendedorismo, ou nenhum tipo de ação,
sindicato ou algum outro grupo direcionado para essa vertente. Diante dessa
realidade, há opções de microcrédito geral por meio de bancos, porém, é
-
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fundamental que atitudes assim sejam bem embasadas, ou seja, que haja
planejamento para a diminuição de riscos. Nesse ponto, há o apoio do SEBRAE que
oferece vários tipos de serviços que podem ser bem acessíveis e contribuir em todo
o processo, principalmente nas práticas de gestão, pois elas são imprescindíveis
para o desenvolvimento e manutenção do negócio independente do seu porte. Um
outro espaço que pode ser procurado pelas empreendedoras para auxiliar no
processo de gestão, são os serviços de consultoria das Empresas Juniores. No caso
específico podemos citar a Empresa Junior da FAMAM a “Gestor Junior
Administração FAMAM”.
Com isso, conclui-se que cada empreendedora participante (e até as outras
no município, da região, do Brasil e do mundo) possui uma importância muito
grande, desencadeando transformações de forma direta e indireta na sua vida e em
todo espaço ao seu redor.
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42
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45
APÊNDICE A – Questionário aplicado às mulheres empreendedoras formais e informais, do ramo alimentício, no município de São Felipe- BA. Este questionário é parte integrante do Trabalho de Conclusão de Curso de Laís Prazeres que será apresentado à Banca Examinadora do Curso de Bacharelado em Administração da Faculdade Maria Milza, tendo como Objetivo Geral: Diagnosticar
quais fatores provocaram o protagonismo feminino em ações empreendedoras no ramo alimentício no município de São Felipe – BA.
PERFIL DAS EMPREENDEDORAS 1 Descrição de atividade:
______________________________ 2 Tipo de empreendimento:
( ) Formal MEI ( ) CNPJ ( ) ( ) Informal 3 Idade:
( ) De 18 a 25 anos ( ) De 26 a 35 anos ( ) De 36 a 46 anos ( ) De 47 a 56 anos ( ) De 57 a 66 anos ( ) Mais de 66 anos 4 Escolaridade: ( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior ( ) Ensino Superior Incompleto ( ) Pós-Graduação
5 Estado Civil:
( ) Solteira ( ) Casada/união estável ( ) Divorciada ( ) Viúva 6 Número de filhos menores/dependentes:
( ) Sem filhos ( ) De 01 a02 ( ) De 03 a04 ( ) Mais de05 ( ) Tem filhos, mas são independentes
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7 Profissão/Atividade anterior:
( ) Estagiária ( ) Assalariada ( ) Agricultora ( ) Do lar ( ) Desempregada ( ) Outro ________________ 8 Tempo empreendendo:
( ) Menos de 1 ano ( ) De 1 a3 anos ( ) De 4 a 6 anos ( ) De 7 a10 anos ( ) Acima de 10anos 9 Responsabilidade do sustento familiar ANTES do empreendimento:
( ) Você sozinha ( ) Ajuda de companheiro ( ) Companheiro sozinho ( ) Familiares ou amigos ( ) Outro_____________ 10 Renda familiar ANTES do Empreendimento:
( ) Menos de R$ 600 ( ) De R$ 600 a R$1.200 ( ) De R$ 1.200 a R$1.800 ( ) De R$ 1.800 a R$ 2.400 ( ) De R$2.400 a R$ 3.000 ( ) Mais de R$ 3.000 CONTRIBUIÇÃO DO EMPREENDEDORISMO PARA O PROTAGONISMO 11 Quais as motivações que a levaram a montar seu negócio?
( ) Desemprego ( ) Busca pela independência financeira ( ) Contribuição extra ( ) Incentivo de pessoas próximas ( ) Oportunidade ( ) Outro ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 12 Na sua opinião, o que não pode faltar para ser uma empreendedora de sucesso?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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13 Quais características pessoais são importantes para o funcionamento do negócio?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
14 Quais dificuldades foram enfrentados para a concretização da ação empreendedora?
( ) Inexperiência ( ) Custo/Falta de investimento ( ) Falta de apoio familiar/amigos ( ) Concorrência ( ) Filhos ( ) Não houve dificuldades ( ) Outro_________________
15 a) Houve apoio familiar durante o processo de ideia, realização e desenvolvimento do empreendedorismo? Como? Quem apoiou?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
16 Já tentou ou pensa em investir mais no seu negócio? Como foi? Se não, por quê?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 17 Você acredita que a iniciativa empreendedora contribuiu para o aumento de sua qualidade de vida?
( ) Sim ( ) Não ( ) Até certo ponto ( ) Não sabe/não respondeu
Como?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
18 Você considera que a iniciativa empreendedora trouxe-lhe mais autonomia, tornou-a mais empoderada?
( ) Sim ( ) Não ( ) Até certo ponto ( ) Não sabe/não respondeu
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Como?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
19 Responsabilidade do sustento familiar DEPOIS do empreendimento:
( ) Você sozinha ( ) Ajuda de companheiro ( ) Companheiro sozinho ( ) Familiares ou amigos ( ) Outro______________ 20 Renda familiar DEPOIS do Empreendimento:
( ) Menos de R$ 600 ( ) De R$ 600 a R$1.200 ( ) De R$ 1.200 a R$1.800 ( ) De R$ 1.800 a R$ 2.400 ( ) De R$2.400 a R$ 3.000 ( ) Mais de R$ 3.000