Macau Ilustrado - Exposição de Plantas Urbano-Arquitectónicas da
A partir dos finais do século XIX, começaram a ter lugar grandes
desenvolvimentos urbanísticos em Macau. Acompanhando os objectivos de
expansão da Administração Portuguesa, a construção urbana estendeu-se
para além dos limites antigos da cidade. Os antigos quarteirões de ruas foram
reestruturados e remodelados, foram realizados grandes aterros, as costas
tornaram-se mais ordenadas, um porto moderno foi criado e novas redes de
ruas foram estabelecidas. As modernizações do estilo de vida e ambiente
foram introduzidas nos novos bairros. Estes avanços proporcionaram as
condições para o posterior desenvolvimento da cidade de Macau.
“Macau Ilustrado — Exposição de Plantas Urbano-Arquitectónicas da
Colecção do Arquivo de Macau”, apresenta uma mostra seleccionada de
plantas e desenhos conservados no Arquivo de Macau. As imagens
apresentadas foram organizadas por géneros para mostrar o desenvolvimento
de Macau, as suas mudanças geográficas e as características mais
relevantes dos edifícios, documentando as realizações urbano-arquitectónicas
de Macau durante mais de um século.
Em 1808 (13o ano do reinado do Imperador Jiaqing) tropas britânicas
introduziram-se em Macau e ocuparam duas fortalezas. O Governador de
Guangdong e Guangxi, Wu Xiongguang e o Governador de Cantão, Xun
Yuting, enviaram um relatório urgente ao Imperador com um mapa ilustrado
de Macau intitulado “Aomen tushuo”, com pormenores da paisagem urbana e
das instalações de defesa de Macau.
Planta de c. 1874 com a proposta de traçado das vias urbanas da Calçada do
Botelho e da Rua do Tarrafeiro
Planta de projecto de aterro na baía entre os actuais Fai Chi Kei e a Doca do
Lamau, em 1887, incluindo a construção de um abrigo contra tufões.
Mapa da Vila de Coloane em 1897, mostrando as áreas de terra da angra e a
área de aterramento proposta por um indivíduo chinês.
Plantas do Bairro de S. Lázaro em 1899
Planta de cerca de 1900, mostrando a Avenida da Flora e a área a deslado da
Estrada de Adolfo Loureiro, onde se localizava a Povoação Siac Lu-Tau.
Mapa corográfico de Macau e regiões adjacentes (c. 1920), com o plano da
rede de via férrea na região do Delta do Rio da Pérola, incluindo uma linha
férrea ligando Macau a Foshan.
Projecto das obras para os portos de Macau e Ilhas (c.1920), registando
intervenções geográfico-urbanas em diversas zonas, incluindo aterros na
Praia Grande e Porto Interior na área da Península, nas partes norte e sul da
Ilha da Taipa e norte de Coloane, assim como a construção de uma ilha
artificial entre a Península e a Ilha da Taipa.
Planta Geral da Cidade e Novo Porto de Macau em seis folhas (Direcção de
Obras Públicas, 1935), apresentando a configuração da Península de Macau
depois dos aterramentos de 1920. Documenta também os anteriores
arruamentos e os planeados para a área da Porto Exterior.
Projecto de renovação e ampliação do velho Teatro Cheng Peng, concebido
pelo engenheiro Aureliano Guterres Jorge em 1949.
Plantas do cinema “Cidade de Ouro” (1950), com desenho arquitectónico
Modernista.
Planos do rés-do-chão e andares da Farmácia do Estado no Hospital do
Conde de S. Januário, cerca de 1989. Estilo Clássico-Ecléctico.
Planta desenhada por Tancredo Cabo Casal Ribeiro (1884) para construção
do Mercado do Tarrafeiro, mostrando a sua localização na Rua Nova d'El-Rei,
área da actual Rua de Cinco de Outubro, entre outras ruas da área. O
mercado era composto por quatro secções rectangulares.
Planta desenhada por J.M. Cassuso para um mercado municipal em 1904,
onde na planta rectangular as tendas se distribuem dentro e fora do espaço do
átrio. A presença de colunas sugere a influência arquitectónica mourisca.
Plantas desenhadas por “Remédios e Mylo Arquitectos e Engenheiros Civis”
para um mercado perto da Rua da Praia do Manduco em 1928; edifício de
moderna estrutura de concreto armado com aço, com motivos chineses no
desenho da torre de entrada e fachadas laterais.
Planta para a reconstrução da frontaria do Leal Senado (Conselho Municipal)
em 1875.
Planta do rés-do-chão do Palácio da Justiça e Fazenda na Rua da Praia
Grande (hoje Avenida da Praia Grande), em 1881. O edifício albergava os
serviços e repartições de justiça, finanças, obras públicas e outros
departamentos do governo de Macau. Em 1884 foi convertido em sede oficial
do Governador de Macau. Depois do estabelecimento da Região
Administrativa Especial de Macau em 20 de Dezembro de 1999, o edifício tem
servido sobretudo para o Conselho Executivo e seus serviços.
O Quartel dos Mouros foi construído em 1874 para alojar um regimento
indiano oriundo de Goa, que vinha reforçar o corpo da polícia de Macau.
Nesta planta de modificação do Quartel dos Mouros de 1888, o edifício
passou a servir como local para os serviços administrativos dos Serviços de
Marinha e acomodação dos seus oficiais.
Desenho arquitectónico da Igreja de Nossa Senhora do Carmo na Taipa, de
1882
Planta de construção de uma ponte de atracagem lateralmente ao Largo do
Matapau em 1905, que mostra a ponte assente em pilares alicerçados no
aterro. A planta mostra um pavilhão com telhado chinês.
Planta de uma fábrica de seda na esquina da Calçada do Monte com a Rua do
Hospital (hoje Rua de Pedro Nolasco da Silva), propriedade de Chou Iao, em
1882
Desenho de projecto de “Danby and Leigh” para uma fábrica de vidros em
Macau, em 1884. Estilo clássico ocidental, com telhado em aresta suportado
em estrutura de metal e com duas grandes chaminés.
Planta de casa chinesa terraçada de três andares, no cruzamento da Rua do
Caldeiro com a Rua do Guimarães, em 1881. No rés-do-chão são usadas
colunas e arcos de tipo ocidental. Cobertura de telhas, varandas no primeiro
andar, e divisórias marcadas por tabiques estruturantes.
Planta do edifício “Rainha D. Leonor”, desenhada pela firma “Lei’s Arquitects”
de Hong Kong, em 1959. O edifício tem espaços comerciais no rés-do-chão, e
apartamentos duplex do primeiro ao décimo segundo andar.