ESTA COM TUDO´
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C A P Í T U L O
Eu nunca tinha reparado em como a sala do cas-tigo é chata.
ROTA DE FUGA EM CASO DE INCÊNDIO
LATIM
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Acho que esta não é exa-tamente uma grande des-coberta. Qualquer lu gar em que as atividades principais fossem ficar sentado quietinho com a cabeça na carteira ou escrever 100 vezes “não devo fazer sons mal-edu-cados durante a apresentação de flauta da Mary” não seria o mais divertido do mundo.
(Aliás, não foi por ter feito sons grosseiros durante a apresentação de flauta da Mary que vim parar aqui hoje. Isso foi na semana passada. E nem foi de propósito!)
SUSPIIIRO
...E, agora, Mary vai tocar “O voo do besouro”!
tudu udu udu udu udu udu udu udu udu udu udu udu
ARROTO!
de Música
O amanhecer refletiu nos olhos azul-cobalto de Jack. “Eu nunca me senti assim antes”, disse ela sem fôlego. Ele estendeu a mão e tomou a sua. “Eu sei”, respondeu. Os dois assistiram ao lento nascer do sol enquanto mais um dia chegava
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O que estou dizendo é que a sala EM SI é chata. Tudo o que há nas paredes são dois avisos. Um diz SILÊNCIO, POR FAVOR e o outro (só para o caso de alguém ser burro demais para entender a mensa-gem) diz NADA DE CONVERSA. Não que eu acre-dite que fossem instalar uma TV ou algo do tipo aqui, mas custava colocar uns cartazes?
Viu só como ela demorou a responder? Ela fica toda distraída lendo esses romances cafonas.
AAAH! CARTAZES! PROFESSORA VICKY!
Tempes
tade
de de
s
Tempestade
de desejo
PROFESSORA VICKY!
HÃ? AH!
O QUE FOI, NATE?
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– Posso ir até a sala de artes rapidinho?
Ela ergue uma sobrancelha.
– Ir até a sala de artes? Para quê?
BEM-VINDO AOCLUBE DO LIVRO
DA PROFESSORA VICKY!
UAU!
ALGUMAS AQUISIÇÕES RECENTES:
Acres de PAIXÃO
de K. Ipira
AMORA BORDO
CORAÇÃO
a ce l e rado
de Sue Nami de Paul Pitação
PARA PEGAR
MATERIAL!
VOU FAZER ALGUNS CARTAZES PARA
ANIMAR AS COISAS POR AQUI!
A sobrancelha desce.
– Nate – diz ela. – A Escola 38 não tem interesse em “animar” a sala de castigo.
– Então! – respondo.
Tudo bem, essa ideia já era. Acho que a professora Vicky está meio séria hoje. Às vezes ela conversa comigo, mas isso só costuma acontecer quando estamos só ela e eu aqui. Hoje tem mais três alunos:
É POR ISSO QUE EU ESTOU ME OFE-RECENDO PARA ESSA TAREFA!
VÁ SE SENTAR.
NOME: SamPOR QUE ESTÁ AQUI: Ficou louco da vida e perdeu a cabeça com uns meninos que o chamaram de cotonete. Na verdade, acho esse apelido bem legal, mas é só a minha opinião.
NOME: LillianPOR QUE ESTÁ AQUI: Desrespeitou a regra que diz que não podemos usar camiseta ou blusa que deixe o umbigo aparecer. E não é só isso: o dela é saltado.
ASSANHADA
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E eu. Você deve estar se perguntando como eu vim parar aqui. Bom, então somos dois. Não foi culpa minha. Nem de LONGE. Foi quase tudo obra do ARTURO. E é claro que eu acabei de castigo enquanto ele, o Sr. Sortudo, nem bronca levou! Essa é uma longa história...
NOME: ChesterPOR QUE ESTÁ AQUI: Quis trocar de lanche com o Eric, mas o Eric disse não. Então o Chester enfiou uma salsicha no nariz do garoto. Já contei que o Chester é meio psicopata?
...MAS ACHO QUE
TENHO BASTANTE
TEMPO...
COÇA! COÇA! COÇA! ...ENTÃO EU VOU CONTAR!
doNate!
VIDA REALQUADRINHOS ESTRELANDO:
EU!
História REAL! Ação pra VALER!
Tudo começou ontem, depois da aula...Professor Robson
Ah! NATE! Era você que eu estava
procurando!
EU?
Estou selecionando alunos para pintaro CENÁRIO da peça da escola!
Você pode ajudar?
Claro!
Venha comigo!
É óbvio que o professor Robson me escolheu por causa dos
meus DONS ARTÍSTICOS!
Obs.: Não perca este CÓDIGO SECRETO!
MAS ESPERE! NÃO TÃO RÁPIDO!
Esta parte do projeto é um trabalho para ser feito em dupla!
Em dupla? Quer dizer, você e eu?
Não, estou falando de você e...
...o ARTURO !
TAPINHA!
TAPINHA!
MÚSICA TRISTE
Arturo, como você é tão MARAVILHOSO, vou deixar que pinte as montanhas
e as nuvens!
Certcho! Muito obrigadíssimo!
Sotaque “charmoso” do Arturo
AZUL
E, Nate, VOCÊ...
Pois não?
...vai segurar a ESCADA para o ARTURO!
O QUÊ?
Certcho, Nate! Vou subir agora!
Aah, esse sotaque fofo não é um
AMOR?Ele é um SONHO!
pinta pinta
Que chatice!
PINGA PINGA
EI!
UL
UL
ˆ .
CUIDADO AÍ, Arturo! Você está JOGANDO
TINTA em mim!
DE REPENTE...
BLUP!
AAAI!
NÃO ESTOU VENDO NADA!
tropeça
OOOPA!
POFT!
AZ
AZ
BUM!BLAM!
!MINHA NOSSA!
ARTURO! Está tudo bem com você?
Ele quer saber se o ARTURO está bem?
Nate, era para você SEGURAR
a escada!
Eu estava segurando,
mas...
O Arturo poderia ter se machucado feio
caindo de uma altura dessas!
Acho que um CASTIGO vai servir de lição
para você!
Já aprendi ESTA lição: O ARTURO SEMPRE LEVA A
MELHOR!
FIM
escreve
escreve
É verdade: ele sempre leva a melhor MESMO. Vamos encarar os fatos, o Arturo tem tudo a seu favor. Ele é simpático, ele é inteligente, ele é bom em praticamente tudo. Todos os professores o ado-ram – e os alunos também. Até eu gosto do cara, e olha que eu não o suporto.
ELE É IRRITANTE DEMAIS!
Quer ver outra coisa irri-tante? Como fiquei de cas-tigo (para deixar bem claro,
graças ao Arturo), vou me atrasar para a reunião dos escoteiros.
Isso mesmo. Eu sou escoteiro. Antes, eu nem que-ria saber disso, porque toda vez que o Francis e o Teddy voltavam de um acampamento dos escotei-ros, eles estavam com intoxicação alimentar. Ou coisa pior.
ARROTO!
RRRRRR
Estou com cara de quem SABIA que era um ninho
de vespas?
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Mas eles acabaram me convencendo a participar. Não é uma coisa tão boba quanto eu achava que seria. Tem umas partes chatas, mas as partes boas compensam. Tipo o uniforme. O uniforme é o máximo.
Até a boina é bem legal. Preciso confessar: antes de entrar para os escoteiros, eu achava que as úni-cas pessoas que usavam boina eram os franceses e os mímicos.
BOINA
LENÇO PRESO COM ANEL
NOME BORDADO NA CAMISA
INSÍGNIA NO OMBRO
DISTINTIVOS DE MÉRITO
BERMUDA COM LISTRAS
Enfim, a porcaria da reunião já começou. Talvez eu consiga chegar para a metade final. TALVEZ!...
Alguém quer uma baguete?Le
au-au!
Francês Mímico
Ele está em uma caixa imaginária!
ARRUME UM EMPREGO DE VERDADE!
ISSO! Eu levanto correndo da cadeira, disparo pelo corredor em direção ao meu armário, pego o meu uniforme e vou para o banheiro me trocar. Trinta segundos depois...
...SE A PROFESSORA VICKY ALGUM DIA DEIXAR
A GENTE SAIR DAQUI!
OLHE PARA O RELÓGIO. OLHE PARA O RELÓGIO. OLHE PARA O RELÓGIO.
OPA! ACABOU O TEMPO.PODEM IR EMBORA,
CRIANÇAS.
CASA DO TEDDY,LÁ
VOU EU!
O pai do Teddy é o chefe da nossa tropa de escotei-ros, por isso as reuniões são sempre na casa dele. Fica a 15 minutos de caminhada daqui...
Prendo o capacete e dou impulso. Vou zigueza-gueando pela avenida dos Trabalhadores, viro à esquerda na rua Pimenta e começo a atravessar a ponte por cima do riacho das Barbas (que na ver-dade não é um riacho, e sim uma combinação de pântano e depósito de lixo).
...MAS COM O MEU SKATE...
...VOU CHEGAR EM CINCO!
OPA!
LICENÇA!
Z U U M !
Tem uma mulher na minha frente passeando com o cachorro. Bem, talvez “cachorro” não seja a pala-vra certa. É um poodle toy, daqueles que parecem um rato com bolas de algodão coladas na pele. Quer dizer, se é para ter um cachorro desses, por que não arrumar um GATO?
A mulher vai para a esquerda quando percebe que estou me aproximando. Mas o cachorro vai para o outro lado. Antes que eu possa diminuir a velo-cidade, a coleira se estica pela calçada como uma armadilha e não dá tempo de desviar.
AH, NÃO!
IIIP!
UUUH!
Sou praticamente arre -messado para trás, en-tão acabo estatelado no chão em cima da minha mochila. Essa é a boa notícia. A má notícia
BLAM!
é que o skate continua avançando. Ele passa por baixo da grade de proteção da ponte, mergulha no riacho...
...e afunda na água gosmenta. Adeus, skate.
MUDANÇAS IRMÃOS VELHO
ESTÁ TUDO BEM COM VOCÊ? RAPAZINHO, ESTÁ TUDO BEM?
GRAÇAS A DEUS VOCÊ ESTÁ USANDO CAPACETE! QUER QUE EU TELEFONE PARA ALGUÉM? QUER
LIGAR PARA OS SEUS PAIS?...
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O cachorro está latindo, a mulher não para de falar e as pessoas que passam de carro ficam esticando o pescoço para fora da janela. Mas não consigo me concentrar em nada disso. Acho que estou em estado de choque. Fico só olhando para as ondinhas na água onde o meu skate desapare-ceu. Para sempre.
Esse desastre todo é uma grande reação em cadeia que começou com o Arturo.
IIIP! IIIP! IIIP! IIIP! IIIP! IIIP!
Chateado, tiro o capacete e o enfio na mochila. O skate já era.
AGORA VOU TER QUE IR ANDANDO.
Se ele não tivesse deixado cair tinta em mim, eu não teria batido na escada, ficado de castigo, me atrasado para a reunião dos escoteiros, pegado o
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TODOESCOT
AÍ EDIMÉRITO
skate para ir à casa do Teddy, dado um encontrão na senhora com o cachorro e perdido meu skate no riacho. Está vendo como tudo se encaixa? Valeu MESMO, Arturo.
Demora um pouco, mas finalmente chego à casa do Teddy. Os garotos estão nos degraus da entrada.
– Ah, é mesmo? – resmungo.
Sinceramente, a esta altura, estou cansado demais para me incomodar.
NATE! ONDE VOCÊ
ESTAVA?
PERDEU A MELHOR REUNIÃO QUE JÁ
FIZEMOS!
JAMOS XIMA AGEM!
AÍ
COFA
NIN
AQUELA TROPA É AIS Q LEGAL!
O NARIZ DELE DE NOVO!
NÃO CONSEGUIU ENTENDER
NADA!
OTO ENORME!
LMENTE NSEGUIMOS
OLHA
VAMOS FAZER UMA
C MPANHA ORME
FOI HILÁRIO!
ESTO VENDO NOV
A GENTE CO SAN
EU INVEN UM NOVO
DEPQUEA MÃE DO
TEDDY FEZ
ELE Á BEM CO
ELCAIU BUN
CHDA
NÃO RAACRE
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– E... – diz o Francis com um sorriso enorme – ...tem uma novidade incrível na nossa tropa!
Novidade incrível? Eu me animo um pouco.
– Acabamos de receber um novo membro! – anun-cia o Teddy.
O Francis imita um rufar de tambores. O Teddy faz um efeito de multidão gritando. A porta se abre e...
EI, VENHA
AQUI PARA FORA!
QUÊ?!
E ESSA é uma novi-dade incrível?
é cartunista e autor dos livros O dia em que Nate entrou para a história e Nate volta a atacar, que estiveram na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times. Sua tirinha Big Nate é publicada em mais de 250 jornais nos Estados Unidos e sai diariamente no site www.bignate.com.
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