Transcript
Page 1: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

E L R E T O R N O D E L PARNASO

Sed me Parnasi deserta per ardua dulcís raptat amor. Juvat iré jugis, qua nulla priorum

Castaliam molli devertitur órbita clivo.

V I R G I L I O , Georgicae m, 291 -3 .

E l Viaje del Parnaso (1614) h a m a r c a d o hasta fechas m u y recientes la última f r o n t e r a v i r g e n de l a crítica cervant ina . Desdeñado a título de s imple catálogo de elogios poéticos o inmerso en el p r o ­b l e m a a r t i f i c i a l de l * 'Cervantes como p o e t a " , h a estado ahí en espera de u n a p r i m e r a generación de críticos modernos dispues­tos a leerlo a p a r t i r de sus propios supuestos y compromet idos a d a r razón de los complejos discursos que en él se ent rec ruzan .

L a tarea es larga y comple ja , porque tenemos que habérnos­las con u n tes t imonio v i v o de la absoluta madurez de Cervantes y u n a suma ref lex iva de toda su experiencia poética. E l Viaje del Parnaso, que quiere dec ir lo m i s m o que el v ia je a la l i t e r a t u r a , nos t r a n s m i t e con u n c ierto t e m b l o r de últimas palabras su d e f i n i t i v o e n j u i c i a m i e n t o de la poesía y de la p r o p i a v i d a consumida en ser­v i c i o de l a m i s m a . Su i n s t i n t o in fa l ib l e le previene contra el pate­t i s m o del t rance y , s in l legar a a n u l a r l o del todo , lo d i l u y e con la elegancia de s iempre en u n denso e n t r a m a d o de paradojas . E l p o e m a es u n a m p l i o espacio lúdico donde la calculada p u g n a de ambiguas luces e irónicas sombras se muestra capaz de conseguir, u n a vez más , el h a b i t u a l m i l a g r o cervant ino de u n a p l e n i t u d de comunicac ión con su lector en las últimas fronteras del lenguaje .

D isponemos hoy , como f r u t o de la tarea estudiosa, de u n pa ­n o r a m a bastante completo de sus relaciones genéricas no ya con aquel quídam perusino que se llamó Cesare Capora l i (1531-1601) 1

1 C o n f o r m e a l a escasa ent idad l i t e r a r i a del autor , l a bibliografía i t a l i a n a

Page 2: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

694 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

sino con toda u n a tradición satírica de visitas o viajes a l Parnaso q u e , en derivación de D a n t e , Petrarca y Boccaccio, fue además c u l t i v a d a en el Cinquecento i t a l i ano p o r F i l i p p o O r i o l o d i Bassano, P i e t r o A r e t i n o y , ya m u y al filo cronológ ico , G i a n V i n c e n z o I m ­per ia le y T r a i a n o B o c c a l i n i 2 . Sabemos as imismo de la l a r g a h is ­t o r i a española de los elogios poéticos, de los O l i m p o s burlescos y de la sátira cont ra la proliferación de malos poetas y pretenc io ­sos af ic ionados, temas m u y presentes en el ámbito español de los p r i m e r o s años del siglo x v i i 3 .

sobre C a p o r a l i es bastante p a r c a . Se reduce v i r t u a l m e n t e al estudio bibliográ­fico de R . A . G A L L E N G A S T U A R T , Cesare Caporali, D o n n i n i , P e r u g i a , 1903, y su l a r g a y bastante a d v e r s a reseña p o r A B D - E L - K A D E R S A L Z A e n Giornale Storico della Letteratura Italiana, 46 (1905) , 182-199 . S u s Viaggio di Parnaso y Avvisi di Parnaso a p a r e c i e r o n e n el v o l u m e n de sus Rime piacevole, publ icado en P a r m a e n 1582. E s m u y probable que l a m e m o r i a de C e r v a n t e s fuese a l m e n o s refres­c a d a tras l a aparición de sus Opere poetiche e n V e n e c i a , 1608, c o m o cree F R A N ­C I S C O R O D R Í G U E Z M A R Í N e n su e d . del Viaje del Parnaso, M a d r i d , 1935, p. x v .

A u n q u e C a p o r a l i se movió también e n el círculo cortesano de los A c q u a v i v a no h a y ningún indic io de q u e C e r v a n t e s l l e g a r a a conocerlo e n p e r s o n a .

2 L o s hitos bibliográficos son aquí B E N E D E T T O C R O C E , con su estudio de C a p o r a l i y la tradición i t a l i a n a de estos viajes al P a r n a s o y catálogos poéticos, en 6 ' D u e i l lustraz ioni al Viaje del Parnaso del C e r v a n t e s " , e n Saggi sulla letteratu­ra italiana del seicento, L a t e r z a , B a r i , 1911, p p . 125-159, y antes e n Homenaje a Menéndez-Pelayo, M a d r i d , 1899, t. 1, p p . 161-193. Según C r o c e , C e r v a n t e s tomó l a idea de l a g u e r r a de los poetas más b i e n de los Avvisi di Parnaso del m i s m o C a p o r a l i , que no de su reconocido Viaggio (p . 130). Rodríguez Marín d a p o r descontada e n su edición (p . x i i i ) l a in f luencia de l a p r i m e r a c e n t u r i a de Ragguagli di Parnaso ( V e n e c i a , 1612) de T R A I A N O B O C C A L I N I , pero s i n e n ­t r a r e n estudio p a r t i c u l a r del p r o b l e m a . E s enfocado éste e n sentido más cauto por R O B E R T H . W I L L I A M S , Boccalini in Spain, B a n t o n P u b l i s h i n g , M e n a s h a , 1946. L a admite , en c a m b i o , p a r a l a Adjunta al Parnaso G U S T A V O C O R R E A , " L a dimensión mitológica del Viaje del Parnaso de C e r v a n t e s " , CL, 1 2 ( 1 9 6 0 ) , 113-124. L a insignif icante imitación de C a p o r a l i es también puesta de rel ieve por F . D . M A U R I N O , " C e r v a n t e s , C o r t e s e , C a p o r a l i a n d their «Journeys to P a r -nassus» " , MLQ 19 (1958) , 43 -46 . A U G U S T A L Ó P E Z - B E R N A S O C C H I , " U n a n u o ­v a vers ione del viaggio in P a r n a s s o : «Lo stato rustico» de G i a n V i n c e n z o I m ­p e r i a l e " , Studiiseicenteschi, 23 (1982) , 63 -90 . P a s a revis ta a los recuerdos o ecos de or igen clásico J O S É T O R I B I O M E D I N A e n su edición del Viaje del Parnaso, S a n ­tiago de C h i l e , 1925, t. 1, p p . x x v i i - x x v i i i (mult ip l icados en l a anotación de edic iones posteriores) .

3 T o r i b i o M e d i n a e n l a z a a C e r v a n t e s c o n l a m o d a de los catálogos poéti­cos a p a r t i r de La Diana enamorada (1564) de G I L P O L O (1 , X I I I ) , pero l a t r a ­dición e r a bastante más ant igua y c o m p l e j a , como estudia D A V I D M . G I T L I T Z , " C e r v a n t e s y l a poesía e n c o m i a s i i c a " , AION-R, 14 (1972) , 191-218. Sobre l a sátira y descrédito de los poetas, c o n testimonios t a n valiosos c o m o el de M I G U E L S Á N C H E Z D E L I M A en El arte poética en romance castellano (1590) , véase

Page 3: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 695

T o d o e l lo , s in embargo , no es sino la h a b i t u a l y exquis i ta des­tilación l i t e r a r i a que sirve de preh i s tor ia o subsuelo a los más mí ­n i m o s aspectos de la obra c e r v a n t i n a . Culminac ión , a l fin y a l ca­bo , de ésta, el Viaje del Parnaso se per f i la como desarrol lo final de u n comple jo discurso sobre la natura leza y función de la poesía que h a sellado a l . a u t o r en sus años de m a d u r e z . Sólo que C e r ­vantes no va a legarnos n i u n " m a n i f i e s t o " a la m o d e r n a n i u n t r a t a d o que añadir a la montaña de los que tantos ingenios de su época l a n z a r o n , sobre todo en I t a l i a , desde el c ó m o d o re fugio de l a t r i n c h e r a académica. Desinteresado en la teorización per se, el p r o b l e m a de la poesía es para él i n d i s t i n g u i b l e de l p r o b l e m a del poeta y de c ó m o l a v ive éste no con forme a u n a d e t e r m i n a d a teo­ría, sino desde d e n t r o de su persona y de sus t iempos . Su d iscur ­so se ha l la así l l amado desde el p r i m e r m o m e n t o a a s u m i r u n m a r ­cado cariz ético y a t o m a r la f o r m a de u n a comple ja sátira l i t e r a ­r i a n a d a alejada, en sus aspectos técnicos, de las constantes más visibles de su arte n a r r a t i v o .

E n m e d i o de u n ambiente d o m i n a d o p o r las especulaciones y secas polémicas internas de los neoaristotélicos, Cervantes h a m a r c h a d o desde la m i s m a Galatea (1585) tras u n a eficaz nove l iza -ción de sus propias ideas acerca de la poesía 4 . M u c h o más sabio, se mostrará capaz de i n i c i a r en el Quijote u n a reflexión sobre el hic et nunc de la poesía y del poeta ba jo u n a luz de ironía burlesca que obv iamente amplía y corona el Viaje del Parnaso. A c t a de nac i ­m i e n t o de d i cho discurso const i tuyen los ridículos poemas proló­gales y epilógales que en la P r i m e r a parte e n m a r c a n , a m o d o de elogio y v e j a m e n , las aventuras del flamante paladín manchego y que cabe s i tuar ba jo la culpable y loca autoría de la academia de la A r g a m a s i l l a 5 . Z o n a de las menos trabajadas p o r l a crítica, fue allí donde Cervantes mostró ya u n irónico a la vez que deso­lado pes imismo acerca del presente y f u t u r o de la poesía españo-

R O D R Í G U E Z M A R Í N , " L a poca estimación en que e r a n tenidos los p o e t a s " (Via­je del Parnaso, apéndice 8 ) . P a r a u n a m p l i o t e m a que a b a r c a a l m i s m o C e r v a n ­tes, G O N Z A L O S O B E J A N O , " E l m a l poeta de comedias en l a n a r r a t i v a del siglo x v n " , HR, 4 1 ( 1 9 7 3 ) , 3 1 3 - 3 3 0 .

4 La Galatea " e x p l i c i t l y m a k e s the p o w e r of poetry its central c o n c e r n " , según pone de rel ieve M A R Y G A Y L O R D R A N D E L , " T h e language of l imits a n d the l imi ts o f l a n g u a g e : T h e cris is of poetry i n La Galatea", MLN, 9 7 ( 1 9 8 2 ) , 2 5 4 - 2 7 1 , esp. 2 5 7 .

5 P I E R R E L . U L L M A N , " T h e bur lesque poems w h i c h frame the Quijote", ACeru, 9 ( 1 9 6 1 - 1 9 6 2 ) , 2 1 3 - 2 2 7 . F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A , " E l m u n ­

do l i terar io de los académicos de l a A r g a m a s i l l a " , LT, 1 ( 1 9 8 7 ) , 9 - 4 3 .

Page 4: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

696 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

l a , que acéfala y p r o s t i t u i d a g i r a , s in i r a n i n g u n a p a r t e , en t u r ­b i o y autodestructor r e m o l i n o . Aspecto allí centra l es también la cautela hacia el fenómeno académico , en cuanto más a l ta c u m b r e v is ib le y proyección social de la experiencia poética de la época.

Resumiendo en pocas palabras lo que en sí constituye u n com­ple jo escenario de h i s t o r ia y sociología l i t e r a r i a , el discurso aca­démico de Cervantes no puede ser más negat ivo . Frente al e jem­p l o de d i g n i d a d dado p o r las academias de I t a l i a , donde la poesía más cu l ta , s igni f icada entonces p o r l a t ragedia clásica, r e i n a su­p r e m a , las academias españolas 6 consagran por el contrar io la co­m e d i a nueva y la poesía " r o m a n c i s t a " , cuyo abanderado es en ambos casos L o p e de V e g a , máxima estrella s iempre de las aca­demias de la corte . S i r v e n éstas de plazuela a las pendencias de los poetas, que v e n t i l a n allí sus celos profesionales s in escrúpulo de armas proh ib idas y h a n hecho del m a l i g n o " v e j a m e n " 7 el gé­nero característico de este p a n o r a m a en t a n m a l a h o r a " a c a d é ­m i c o " y cuyo espíritu captan p a r a s iempre las tareas de la ridícu-

6 L a historia aún no definitiva de las academias españolas (con datos acer­c a de l a participación de C e r v a n t e s ) es es tudiada e n los l ibros de J O S É S Á N ­C H E Z , Academias literarias del Siglo de Oro español, G r e d o s , M a d r i d , 1961, y W i -L L A R D F . K I N G , Prosa novelística y academias literarias del siglo xvn, M a d r i d , 1963. L a a f i n i d a d de l a c o m e d i a de L o p e con el espíritu académico y l a t e n d e n c i a de tales círculos a acoger el espíritu picaresco son comentadas por esta última e n " T h e academies a n d seventeenth -century l i t e r a t u r e " , PMLA, 75 (1960) , 367 -376 , esp. 373 y 375. C o m o aquí se reconoce también " f o r better or for w o r s e [. . . ] m u c h of the l i terary product ion of the c e n t u r y bears the s tamp of the l i terary a c a d e m y " (p . 376) . L a s a c a d e m i a s z a r a g o z a n a s (segundas en i m p o r t a n c i a , tras las de l a corte) son a h o r a estudiadas por A U R O R A E G I D O , " L a s a c a d e m i a s l i terarias de Z a r a g o z a en el siglo x v n " , La literatura en Ara­gón, Z a r a g o z a , 1984, p p . 103-128. También de l a m i s m a , las sustanciosas pá­ginas de " U n a introducción a l a poesía y a las a c a d e m i a s l i terarias del siglo x v n " , Estudios Humanísticos. Filología, León, 6 (1984) , 9-25.

7 C o m o recoge W . F . K I N G , el v e j a m e n académico se o r i g i n a probable ­m e n t e del actus gallicus o elogio burlesco que las u n i v e r s i d a d e s medievales i n ­t r o d u j e r o n e n el c e r e m o n i a l de l a concesión de grados superiores (Prosa novelís­tica, p. 93 ) . E j e m p l o s de esta c o s t u m b r e , que contribuyó no poco a c o m p l i c a r l a v i d a en los claustros univers i tar ios de l a época, p u e d e n verse e n el artículo de A U R O R A E G I D O , " « D e ludo vitando». G a l l o s áulicos e n l a U n i v e r s i d a d de S a l a m a n c a " , El Crotalón. Anuario de Filología Española 1 (1984) , 609 -648 . E l es­píritu y c o m i c i d a d del v e j a m e n académico son lúcidamente estudiados por M A . S O L E D A D C A R R A S C O U R G O I T I , " N o t a s sobre el v e j a m e n de a c a d e m i a en l a s e g u n d a m i t a d del siglo x v n " , RHM, 31 (1965) , 97 -111 . Se dispone a h o r a de u n estudio p a r t i c u l a r del máximo especial ista de l a época e n m a t e r i a de ve ­jámenes, rea l izado por K E N N E T H B R O W N , Anastasio Pantaleón de Ribera (1600-1629), S t u d i a Humanitatis-Porrúa, M a d r i d , 1980.

Page 5: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 697

la A r g a m a s i l l a . C o n grotesca pervers idad sus académicos n o do ­m i n a n o t ro arte que el de la vejación y el pisoteo de las Buenas L e t r a s . L o m i s m o D a n t e que el legado pe t rarqu i s ta y la f o r m a m i s m a del soneto son allí objeto de u n envilecedor manoseo p o r par te de aquellos poetastros capaces de todo . V e r d a d e r o saltea­d o r de t u m b a s , el Pan iaguado , p o r e jemplo , se complacía en t a n ba jo menester como m o s t r a r a l m u n d o l a fealdad del cadáver des­compuesto de D u l c i n e a : " E s t a que veis de rostro a m o n d o g a d o " . L a tarea colectiva de la A r g a m a s i l l a se propone la vejación de los héroes del Quijote no a título g r a t u i t o , sino como parte de otro m a l ­vado y más a m p l i o designio que no es sino el asesinato de la g ran tradición clasicista como foco del concepto de u n a poesía cu l ta .

Por desgracia, la d e p r i m e n t e visión cervant ina no carecía de fuertes asideros. A u n q u e conocidas desde m u c h o antes, las aca­demias c o b r a n m u c h o auge en M a d r i d en coincidencia a p r o x i ­m a d a con los p r imeros años del siglo x v n . Sólo que cuando las de I t a l i a s u b l i m a b a n la f u n c i o n a l i d a d del mecenazgo en aquel la s u p r e m a expresión del m u t u o respeto entre aristócratas y poetas, los proceres que en M a d r i d las presidían buscaban poco más que divert irse echando a pelear entre sí a los frecuentadores de las m u ­sas. Su ambiente e incidencias sólo contribuían al desprestigio de la poesía y a envenenar la v i d a d i a r i a de los poetas. L u i s Vé lez de G u e v a r a y Pedro Soto de Rojas se esperan rodela en m a n o a la salida de u n a sesión de la A c a d e m i a del conde de Saldaña, que fenece así ing lor iosamente en los pr imeros meses de 1612 8 . E l es­píritu argamasil lesco, que amenaza c u b r i r la poesía española, es t a n t o u n pe l igro m o r t a l para ésta como síntoma aún más p r o f u n ­do de u n a sociedad desquiciada y acéfala.

T a n m e n g u a d o j u i c i o acerca de las academias, en el que co in ­cidían también otros ingenios (Cristóbal Suárez de Figueroa, G ó n -gora , Cristóbal de M e s a y hasta el m i s m o L o p e ) , no desanimó a Cervantes de c o n t i n u a r asistiendo a las de la corte, si b i e n con

8 D a n o t i c i a del lamentable episodio el m i s m o L O P E D E V E G A e n sus c a r ­tas a l d u q u e de Sessa . E l 2 de m a r z o de 1612 escribía a éste: " L a s a c a d e m i a s están furiosas : en l a p a s a d a se t i r a r o n los bonetes dos l i c e n c i a d o s " . Días des­pués añade otros detalles : " E s t a última se m o r d i e r o n poéticamente u n l i c e n ­c i a d o Soto , g r a n a d i n o , y el famoso L u i s Vélez ; llegó l a his tor ia h a s t a rodelas y a g u a r d a r a l a p u e r t a ; h u b o príncipes de u n a parte y de otra , pero n u n c a M a r t e miró t a n opuestas a las señoras m u s a s " ( L O P E D E V E G A , Cartas, ed. N . M a r í n , C a s t a l i a , M a d r i d , 1985, pp . 110 y 112). E s probable que sea este el m o t i v o de que irónicamente C e r v a n t e s lo declare " e l b r a v o " en su p o e m a ( I I , 168) .

Page 6: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

698 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

u n grado de participación escaso y , p o r cuanto se sabe, más co­m o t a c i t u r n o observador que o t r a cosa. Las academias m a d r i l e ­ñas a r d i e r o n como n u n c a en los últimos, decisivos años de su v i ­da y la génesis del poema que nos ocupa no es probablemente ajena a l a academia conocida bajo el doble título de E l Parnaso y l a Selvaje 9 . Sucedió ésta al escandaloso d e r r u m b a m i e n t o de la A c a ­d e m i a de Saldaña y continuó funcionando hasta el verano de 1614. Su p u n t o final coincide así con el per ip l o parnasiano de C e r v a n ­tes y su r e t o r n o a l a corte , d e t e r m i n a d o por el dato ante quem de la canícula del m i s m o año , en que se fecha la carta de A p o l o en la Adjunta al Parnaso10. C o n toda p u n t u a l i d a d , no deja Cervantes de e logiar en el Viaje a su presidente d o n Fernando de S i lva , her ­m a n o del d u q u e de Pastrana:

Este gran caballero, que se inclina a la lección de los poetas buenos, y al sacro monte con su luz camina,

D o n Francisco de Silva e s , por lo menos; ¿qué será por lo más? ¡Oh edad madura, e n verdes años de cordura llenos! 1 1 .

L a m e r a menc ión del Parnaso bastaba para sugerir en aquellos años u n contexto de academias. E l poema de Cervantes ha l la de esta f o r m a su puesto en u n a cadena de resonancias (por no decir aquí inter textual idades ) académicas fácilmente reconocibles. C a ­si a l filo de sus fechas de redacción, Pedro Soto de Rojas (para sus colegas " e l A r d i e n t e " ) había menc ionado el m i s m o ar t i f i c i o de los poetas como soldados defensores de las Letras c ont ra los embates de la i gnoranc ia en su Discurso sobre la poética, escrito en el abrirse la Academia Selvaje12. N o hay que o l v i d a r que el encua-

9 R e s u m e sus vicisitudes y l a participación de C e r v a n t e s en l a m i s m a L u i s A S T R A N A M A R Í N , Vida ejemplar y heroica de Miguel de Cervantes Saavedra, I n s t i t u ­to E d i t o r i a l R e u s , M a d r i d , 1958, t. 7, pp . 17-19.

1 0 C o m o d e m u e s t r a H e r r e r o García, el p o e m a se h a l l a b a a medio c a m i ­no de su redacción e n el año 1612 (Viaje del Parnaso 8 ) . Rodríguez Marín , por su parte , o b s e r v a b a l a extraña c o i n c i d e n c i a supuesta por el detalle de las " c o s ­q u i l l a s " que p r o d u c e n las seguidil las en Viaje I , 27 lo m i s m o que e n b o c a de l a c o n d e s a T r i f a l d i (Quijote I I , 38 ) : " ¿ q u i é n sabe si a m b o s pasajes no se e s c r i ­b i e r o n en u n m i s m o d í a ? " (p . 173).

1 1 M I G U E L D E C E R V A N T E S , Poesías completas, t. 1: Viaje del Parnaso, e d . V . G a o s , C a s t a l i a , M a d r i d , 1973, c a p . I I , p p . 217-222 . T o d a s las citas textuales se e n t i e n d e n referidas a esta edición.

1 2 R e c o g i d o e n su Desengaño de amor en rimas, M a d r i d , 1623. " E l A r d i e n -

Page 7: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 699

dre paradigmático del Viaje del Parnaso rec lamaba la guardarropía académica de la época, con sus engolamientos y extravagancias pedantescas, conforme a la m e j o r tradición del género en I t a l i a . E l m i s m o Cesare C a p o r a l i de la confesada imitación cervant ina había sido acogido p o r la academia de los F i l o m a t i de Siena y fue sobre todo recordado bajo el n o m b r e de " l o S t e m p e r a t o " , que adopt ar a en la Accademia degli Insensati de su Perug ia n a t a l . E l Via­je del Parnaso const i tuye u n supremo e jemplo de l i t e r a t u r a acadé­m i c a y en cuanto t a l n i s iquiera se p r i v a de amueb lar su capítulo final de chuscos "Pr iv i l eg i o s , ordenanzas y advertencias que A p o l o envía a los poetas e s p a ñ o l e s " 1 3 .

C l a r o que , v i n i e n d o de q u i e n v iene , el Viaje del Parnaso habrá de d i s c u r r i r p o r los atajos de lo paródico , la parado ja y el seudo-e logio , t a n fami l iares ya para todo cervant ista de entonces o de a h o r a . T a m b i é n los poemas de la A r g a m a s i l l a serían al fin y al cabo, como agudamente dedujo M a r c e l B a t a i l l o n 1 4 , obra de una auténtica " a c a d e m i a " bodegonera presidida por Cervantes en V a -l l a d o l i d con la colaboración m u y probable de G a b r i e l L o b o Lasso de l a V e g a (el académico Entreverado ) y la ya más discut ib le de Pedro de M e d i n a M e d i n i l l a . E l Viaje del Parnaso supone, en u n a de sus instancias más inmediatas , u n p i n c h a r el globo académico con que Cervantes no se h a d i v e r t i d o menos que cuando daba al través con l a apo l i l lada b a l u m b a caballeresca. Sorna m o n u m e n ­t a l de las pretenciosas pompas académicas, de los bombos m u ­tuos y de sus mezquinas y más o menos soterradas competencias, el nuevo poema no s igni f ica a fin de cuentas sino u n c o m p l e m e n ­to y d i g n o p u n t o final del discurso in i c ia lmente argamasillesco.

E l Viaje del Parnaso reviste, pues, u n a perfecta l e g i t i m i d a d en este p lano i n i c i a l de poema jocoso. Pero , a la vez, no hay para Cervantes t e m a más prop i c i o a su estro que este de la poesía y cuanto la rodea , t a n t o por lo solemne como por lo cómico . I g u a l

t e " se c o m p a r a a sí m i s m o y a su d iscurso con l a trompeta y el t a m b o r que c o n v o c a n al "escuadrón de s a b i o s " a l a bata l la contra l a i g n o r a n c i a ( P E D R O S O T O D E R O J A S , Obras, e d . A . G a l l e g o M o r e l l , C S I C , M a d r i d , 1950, pp . 25-33) . E l d i s c u r s o , por lo demás, no es sino u n a lección de catecismo neoaristo-télico de m u y escasos alientos. Según A s t r a n a Marín fue p r o n u n c i a d o el 15 de a b r i l de 1612 (Vida ejemplar y heroica. . ., t. 7, p. 18).

1 3 L a s cartas o c o m u n i c a c i o n e s de A p o l o e r a n parte u s u a l de las tareas académicas ( A . E G I D O , " U n a introducción a l a poesía y a las a c a d e m i a s lite­r a r i a s del siglo x v n " , p. 22) .

1 4 " U r g a n d a entre Don Quijote y La picara Justina", en Picaros y picaresca, T a u r u s , M a d r i d , 1969, p p . 53-90 .

Page 8: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

700 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

que sus lectores, la v a a gozar m u y de veras con aquel la donosísi­m a fantasía de la galera que " t o d a de versos era f a b r i c a d a " ( I , 245) , con ballesteras de glosas, chusma de romances , remos de esdrújulos e via dicendo. N i n g u n a quiebra n i reserva irónica t a m ­poco en la autent ic idad luminosa del crucero mediterráneo, el con­tacto re juvenecedor con el m a r y hasta el toque mitológico de las sirenas, como u n a nostalg ia garcilasista de los buenos t iempos en que todo aquel lo podía sonar a v a n g u a r d i a poética. Cervantes no escribió n u n c a versos más traspasados de c lara y restal lante ale­gría. ¿ Q u é más podría ped i r aquí el p u r o ideal de u n clasicismo académico? :

Hasta el tope la vela iba tendida, hecha de muy delgados pensamientos, de varios lizos por amor tejida.

Soplaban dulces y amorosos vientos, todos en popa, y todos se mostraban al gran viaje solamente atentos.

Las sirenas en torno navegaban, dando empellones al bajel lozano, con cuya ayuda en vuelo le llevaban.

( I I I , 4-12)

A u n q u e p lenamente l ogrado , este amable n i v e l no representa sin embargo más que u n l igero b a r n i z i n i c i a l del poema. Su m a ­y o r interés radica en d o c u m e n t a r la diversificación risueñamente superadora del cuadro que hoy se nos anto ja tétrico o pre-goyesco de la A c a d e m i a de la A r g a m a s i l l a . E l discurso cervant ino se h a vue l to más l u m i n o s o y e q u i l i b r a d o con su avance en p r o f u n d i ­d a d , pese a tantas circunstancias adversas. H a n transcurr ido desde 1605 unos años cruciales y todo se ha vue l t o más sombrío . E l re ­l a t i v o o p t i m i s m o de la corte en V a l l a d o l i d (1601-1606) , que tanto contr ibuyó al espíritu de la P r i m e r a parte del Quijote, no fue más que u n fuego de pa ja , p r o n t o o lv idado ante u n desfile de sucesos ominosos , como la caída de d o n Pedro Franqueza y el c lan o par ­t ido " l e t r a d o " de los Ramírez de Prado en (1607-1608) 1 5 o la des­vergüenza favor i t i s ta , a alturas n u n c a vistas, en el reparto de há­bitos y prebendas. L a expulsión de los moriscos en 1609, aquel hecho inmenso que Fel ipe I I no se había atrev ido a real izar y des­pués del cual desaparecía toda b a r r e r a m o r a l al ejercicio del po -

1 5 Véase J E A N - M A R C P E L O R S O N , Les «letrados» juristes castillans sous Philippe I I I , Université de Poi t iers , L e P u y - e n - V e l a y , 1980, p. 451 .

Page 9: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 701

der , h a sido el acontec imiento político más h o n d a m e n t e m e d i t a ­do p o r C e r v a n t e s 1 6 . Los escándalos en t o r n o a la caída de don R o d r i g o Calderón y la m u e r t e de la re ina M a r g a r i t a de A u s t r i a en 1611 no harán sino oscurecer aún más este cuadro .

P a r a la l i t e r a t u r a , las cosas no h a n m a r c h a d o m e j o r . E l saber y el mérito personal se cot izan menos que n u n c a bajo el r a m p a n -te sistema de validos. Monarquía , Iglesia y aristocracia c o n f i r m a n ahora su completo desinterés en las letras y como resultado dos magníficas generaciones de poetas ( u n a de jóvenes y o t ra de v ie ­jos como Cervantes) se encuentran a la i n t e m p e r i e , porque en Es­paña senci l lamente no hay mecenas, l u g a r n i reconoc imiento pa ­r a tales hombres . Los poetas h a n de ganarse la v i d a en toda suer­te de ind ignos menesteres, que v a n desde escr ibir comedia tras c omed ia hasta el desempeño de ambiguas secretarías al servicio de grandes señores. Las arremet idas contra las letras y sus repre ­sentantes alcanzan u n a cota a la a l t u r a de los peores momentos ba j o Fel ipe I I . Recuérdense las di f icultades creadas a Eugenio de N a r b o n a p o r su Doctrina política y civil (1604) , al P. J u a n de M a ­r i a n a a p a r t i r de 1610 y el menos conocido empape lamiento de d o n L o r e n z o Ramírez de P r a d o 1 7 . E n 1612 es condenado éste a c inco años de destierro y dos m i l ducados de m u l t a por haber p u ­b l i cado (París, 1607) u n a edición i n e x p u r g a d a de M a r c i a l y por atreverse después a defenderla frente a los ataques de los jesuitas . D o n L o r e n z o no tenía nada de b u e n poeta, pero ello no da sino u n relieve adicional al hecho de que Cervantes le dedicara, en noble vena estoica, u n o de los elogios más extensos de todo el Viaje del Parnaso:

Este que viene es u n galán, sujeto de la varia fortuna a los vaivenes, y del mudable tiempo al duro aprieto;

un tiempo rico de caducos bienes, y ahora de los firmes e inmudables más rico, a tu mandar firme le tienes;

pueden los altos riscos siempre estables

1 6 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A , " E l morisco R i c o t e o l a h i s p a n a r a ­zón de e s t a d o " , en Personajes y temas del «Quijote», T a u r u s , M a d r i d , 1975, p p . 229 -335 .

1 7 P E L O R S O N , op. cit., p p . 347 y 340-341 . Véase también J O A Q U Í N D E E N -T R A M B A S A G U A S , Una familia de ingenios: los Ramírez de Prado, 2 vo ls . , C S I C , M a ­d r i d , 1942. P a r a el caso de N a r b o n a , J E A N V I L A R , Intellectuels et noblesse: le doc­tor Eugenio de Narbona, Université de R e n n e s , R e n n e s , 1968.

Page 10: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

702 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

ser tocados del mar, mas no movidos de sus ondas en cursos variables;

n i menos a la tierra trae rendidos los altos cedros Bóreas, cuando, airado, quiere humil lar los más fortalecidos.

Y este que vivo ejemplo nos ha dado desta verdad con tal filosofía, D o n Lorenzo Ramírez es de Prado.

( I I , 112-126)

E n u n terreno más cercano al jardín de las musas las cosas no h a n ido m u c h o m e j o r . H a c o n t i n u a d o , a r r o l l a d o r a , la carrera t r i u n f a l de l a comedia lopesca, en confirmación del teatro como f o r m a de u n mecenazgo de nuevo cuño , que ejercen las m u l t i t u d e s mos­queteras y const i tuye el factor más decisivo de la sociología l i t e r a ­r i a de la época. A v a n z a n d o p o r el profético c a r r i l argamasil lesco, las academias madrileñas se a u n a n con el corra l en el aplauso de L o p e , que ahora i m p e r a en las mismas como " A p o l o " i n d i s c u t i ­b le . Su Arte nuevo de hacer comedias, presentado a u n a de ellas en 1 6 0 9 1 8 , podía perfi larse para muchos buenos ingenios como u n a herejía o mani f iesto antic lasic ista, a l a vez que como u n a in to l e ­rab le desfachatez personal . Escr i to en obediencia a u n encargo académico , supone la existencia de c ierta m a r de fondo en rela­c ión con su poesía, pero también, dado el silencio poster ior , u n a v i c t o r i a de f in i t i vamente ganada p a r a la m i s m a . N o se siguió al Arte nuevo l a batal la campal que Lope aceptaba de antemano , si b i e n el t e m a de la l i c i t u d de su comedia nueva da la impresión de haber permanec ido por m u c h o t i e m p o como la g r a n cuestión de t ras t i enda en las academias españolas.

A l igual que casi todos los poetas, la situación personal de Cer­vantes no h izo sino empeorar , al compás de la v i d a del r e i n o , d u ­rante estos años. Fue d u r a n t e los mismos cuando adquirió la fa­m a de v ie jo a t r a b i l i a r i o que arrastraba por desvanes su mísera v i d a en casi t o t a l y , según aquéllos, m u y merec ida falta de a m i ­gos 1 9 . S iempre con problemas para r e u n i r los obligados p r e l i m i -

1 8 Véanse datos del estudio p r e l i m i n a r de J . D E J O S É P R A D E S , Arte nuevo de hacer comedias en este tiempo, ed . C . G u e r r i e r i C r o c e t t i , C S I C , M a d r i d , 1971.

1 9 V a l e l a p e n a r e c o r d a r aquí las alusiones e n este sentido que contiene La dama boba ( I , 13) de L o p e y que reconoció J U S T O G A R C Í A S O R I A N O , Los dos

i(don Quijotes", T o l e d o , 1944, p p . 175-176. I g u a l m e n t e las de l a c o m e d i a San Diego de Alcalá identif icadas por T H O M A S E . C A S E , 4 4 L o p e ' S 1613 a n s w e r to C e r v a n t e s " , BC, 32 (1980) , 125-129. P o r delante de todos había m a r c h a d o A v e l l a n e d a , c o n l a intención de pintarlo en su Prólogo u n viejo odioso " y por

Page 11: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 703

nares poéticos, el Viaje del Parnaso i b a a salir sin más que u n sone­to de " E l autor a su p l u m a " :

Pues veis que no me han dado algún soneto que ilustre deste l ibro la portada, venid vos, p luma mía mal cortada, y hacedle, aunque carezca de discreto.

Cervantes , como se ve , había m e n d i g a d o en vano algunos sone­tos, y ésta seguramente era la situación cuando llegó, en el últi­m o instante , el so l i tar io e p i g r a m a l a t i n o de d o n Agustín de Casa-n a t e 2 0 . C o n desdén de toda a c t i t u d de q u e j u m b r e , decide Cer ­vantes n o p i n t a r , sino s u b s u m i r d icha situación dolorosa en la r i d i c u l a figura convenc ional de l poeta pobre , de jando af lorar so­l a m e n t e algún que o t ro toque intenc ionado acerca de la miser ia que deja atrás en M a d r i d .

Sobre este lamentab le cuadro se había posado u n rayo de es­peranza cuando a mediados de 1608 el duque de L e r m a n o m b r a v i r r e y de Ñapóles a su yerno d o n Pedro Fernández de Castro , V I I conde de Lemos (1576 -1622) 2 1 . D e n t r o de aquel p a n o r a m a desolador, era éste el único aristócrata verdaderamente adicto a las letras , entendido y capaz de u n t ra to d i g n o con las gentes de p l u m a . Su n o m b r a m i e n t o se ofrecía prov idenc ia l y la t r i b u poéti­ca se movil izó p a r a m a r c h a r con él a la c i u d a d que entonces c i f ra -

los años t a n m a l contentadizo , que todo y todos le e n f a d a n , y por ello está t a n falto de a m i g o s " .

2 0 L a desaparición del soneto introductorio " E l autor a su p l u m a " en n u ­merosos e jemplares de l a edición princeps es posible que se d e b a , como observó Rodríguez Marín e n su comento , a l deseo de C e r v a n t e s ( sorprendido por l a aparición del Quijote de A v e l l a n e d a y su m a l i g n a acusación de hal larse solo y s i n amigos ) de no d a r en esto u n a s o m b r a de objet iv idad a su mal ic ioso émulo. A S T R A N A M A R Í N h a dado después u n a explicación más senci l la , según l a c u a l C e r v a n t e s escribió su propio soneto de elogio en v i s t a de l a i m p o s i b i l i d a d de obtener otras piezas ad hoc de sus reales o supuestos amigos . I n i c i a d a y a l a t i ­r a d a , recibiría el e p i g r a m a de C a s a n a t e , por lo c u a l se apresuró a alterar l a impresión del pliego inic ia l con ret irada de su soneto ( Vida ejemplar y heroica. . ., t. 7 , p p . 1 0 6 - 1 0 9 ) .

2 1 B iograf iado por A L F O N S O P A R D O M A N U E L D E V I L L E N A , Un mecenas espa­

ñol del siglo xvii. El conde de Lemos, M a d r i d , 1 9 1 2 , con capítulo dedicado a los p r e p a r a t i v o s de su i d a a Ñapóles y relaciones con C e r v a n t e s y otros poetas ( p p . 1 0 1 - 1 1 4 ) . Véanse también los estudios de O T I S H . G R E E N , Vida y obras de Lupercio Leonardo de Argensola, U n i v e r s i t y of P e n n s y l v a n i a , P h i l a d e l p h i a , 1 9 2 7 , p p . 8 7 - 9 6 , " T h e L i t e r a r y C o u r t of the C o n d e de L e m o s at Naples ( 1 6 1 0 - 1 6 1 6 ) " , HR, 1 ( 1 9 3 3 ) , 2 9 0 - 3 0 8 .

Page 12: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

704 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

b a p a r a los españoles la suma de todos los placeres, " l a más r i c a y más viciosa c i u d a d que había en todo el universo m u n d o " , en palabras del Quijote ( I , 51) . N o fue sólo Cervantes , sino Cristóbal de M e s a , Cristóbal Suárez de F igueroa y hasta d o n L u i s de G ó n -gora quienes se i l u s i o n a r o n con f o r m a r parte del Parnaso poético que en Ñapóles iba a r e u n i r aquel nuevo A p o l o español. Se c om­prende que Lemos h u b i e r a de protegerse contra aquel asedio ge­n e r a l : " H a l l é t a n sit iado al conde de ingeniosos, que le juzgué inacces ib le " escribe con su filo Suárez de F i g u e r o a 2 2 . N o se s i ­gu ió , sin e m b a r g o , más que u n a desilusión general , pues los her ­manos Argenso la , encargados de rec lutar el séquito, r e p a r t i e r o n a los cuatro vientos sus amables promesas, pero no l l e v a r o n con­sigo sino a mediocres talentos, con la única excepción de M i r a de A m e s c u a , que u n a vez en Ñapóles se v i o p r o n t o alejado t a m ­bién de la corte v i r r e i n a l .

Cervantes ha hecho de estas poco airosas maniobras de los A r ­gensola u n o de los episodios más impor tantes de su poema, c u a n ­do se excusa con M e r c u r i o de l l evar a los "Lupercios" la convoca­t o r i a a la lucha que se avecina. Se refiere a todo este asunto con palabras m u y sopesadas: hágalo " o t r o más g r a t o " , " n e g o c i a r " , " n o he de ser escuchado" , que ambos hermanos t ienen " l a v o ­l u n t a d , como la v is ta , c o r t a " , y que por su causa se ha l la ahora con t a n " p o b r e recámara" , pues le entretuvieron por mucho t i e m ­po con promesas vanas. Es todo u n ejercicio de contención ver ­b a l , pero que en rea l idad suscita graves insinuaciones de ceguera y m a l a v o l u n t a d , mientras que aquel lo de l lamar los ' : í Luperc ios " , j u g a n d o ad jet ivamente con lupus, supone u n a annominatio no poco vitr iól ica 2 3 . A m b o s hermanos de jan por esto de asistir en perso­n a a la defensa del Parnaso, si b i en sus obras se acreditarán como munic ión útilísima en la bata l la , con lo cual el h i l o puede t o m a r -

2 2 C H R I S T Ó V A L S U Á R E Z D E F I G U E R O A , El Passagero, ed . R . Se lden R o s e , B i ­bliófilos españoles, M a d r i d , 1914, p. 425 . Está h a b l a n d o aquí de las supuestas gestiones previas p a r a dedicarle u n a o b r a s u y a .

2 3 E n especial si se tiene e n c u e n t a que ambos h e r m a n o s e r a n l lamados comúnmente " l o s A r g e n s o l a s " a secas. L u p e r c i o e r a sólo el n o m b r e de p i l a del m a y o r y H e r r e r o García, e n su intento de expl icar l a anómala d e n o m i n a ­ción, e s t i m a que C e r v a n t e s aludía " a que L u p e r c i o e r a el secretario de E s t a d o del conde de L e m o s , v i r r e y de Ñapóles, y el otro h e r m a n o , Bartolomé, i b a a l a ras tra y e n papel s e c u n d a r i o " (Viaje del Parnaso, p. 586) . C o m o señala aquí el m i s m o dar un recado (según deseaba M e r c u r i o que les l l e v a r a C e r v a n t e s ) e r a entonces frase " e x c e s i v a m e n t e f a m i l i a r " y de " c i e r t o sentido confidencial m a l ­s o n a n t e " .

Page 13: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 705

se p o r u n o u o t ro cabo. Es obv io que Cervantes no desea cor tar amarras con unos poetas a quienes p o r enc ima de todo a d m i r a y que , para co lmo , continúan a l tamente encumbrados .

A p a r t e de su interés para la biografía c e rvant ina , esta ilusión de los poetas encandilados con la nonata corte poética de Ñapóles p e r m i t e u n atisbo p r o f u n d o de la tensión h u m a n a de aquel m o ­m e n t o l i t e r a r i o . Fuera de toda perspect iva real ista, el v i r r e i n a t o de L e m o s ha dado paso en la imaginación de muchos a u n a i n ­sensata eufor ia . C o n notable s impleza, se ha visto allí u n a so lu­c ión ba jada del cielo, como si d i cho n o m b r a m i e n t o t u v i e r a p o r ob jeto el r emed io de la poesía castellana y fuera a dar u n f i n a l de cuento i n f a n t i l a la impos ib le situación de los poetas. L a capa­c i d a d seductora de este ensueño partenopeo se h a visto m u l t i p l i ­cada por el desaliento imperante entre los hombres de letras y que , a m o d o de u n sello de l t i e m p o , s iembra ahora en ellos la idea de­sesperada de abandonar la p a t r i a i n g r a t a . Es el colectivo estado de ánimo que será objeto de u n comple jo análisis en E l Passagero. Advertencias utilissimas a la vida humana, publ i cado en 1617 por C r i s ­tóbal Suárez de F igueroa (1571?-1639?), g r a n escritor semio lv i -dado y cercano en tantos aspectos a Cervantes . R a t a precoz en abandonar el barco había sido M a t e o A lemán , con su h u i d a en 1608 a unas Ind ias en que sepultar su fama l i t e r a r i a 2 4 . E l inge ­n i o sevil lano representaba, sin embargo , u n caso pecul iar y ex­t r e m o , pues el g r a n señuelo es entonces I t a l i a , que encandi la a los poetas i g u a l que las Ind ias a los codiciosos y a los interesados en poner t i e r r a p o r m e d i o . I t a l i a , con u n a l i t e r a t u r a m u y h e r m a ­n a d a , se anto ja ahora como el ideal de lo que podría ser u n a Es­paña v i v i d e r a y b i e n regida : u n a a d m i r a b l e razón de estado (se a d m i t e p o r todas partes) cu ida allí de conservar a los hombres de v a l o r y recompensa por enc ima de todo el saber y el i n g e n i o 2 5 . Ñapóles, en especial, es visto desde España como u n paraíso de

2 4 D i c h o desesperado r e c u r s o , en h u i d a de l a que se había vuelto u n a pe­l i g r o s a f a m a l i t e r a r i a , se hace m u c h o más comprensib le tras las serias a c u s a ­c iones y a m e n a z a s de buscarle problemas con l a Inquisición real izadas en 1605 por el autor de La picara Justina. Véase F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A , " L a i d e n t i d a d de Perlícaro" , Homenajea JoséManuel Blecua, G r e d o s , M a d r i d , 1983, p p . 423 -432 .

2 5 "Determiné sal ir de España, donde son poco estimados los d o c u m e n ­tos políticos. E s a d m i r a b l e l a razón de estado i t a l i a n a , pues c o n s e r v a a sus n a ­t u r a l e s , a m a n e r a de nortes , en puestos firmes. A r m a s y letras d a n conocidos grados de n o b l e z a ; los demás exercicios p e r d o n e n ' ' ( S U Á R E Z D E F I G U E R O A , El passagero, p. 434) .

Page 14: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

706 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

a m o r , poesía y buenas posadas: ' ' T o d o s los que dexan aquel Rey -n o , ensalgan sus cosas y suspiran p o r bo luer le a v e r " 2 6 , t e s t imo­n i a b a Suárez de F igueroa . E l ensueño de I t a l i a p a r a hombres de letras hastiados de la ind i ferenc ia española no dejó de b r i l l a r p o r m u c h o t i e m p o . E n 1634, las Rimas humanas y divinas de L o p e de V e g a nos cuentan que su verdadero a u t o r , el l i cenciado T o m é de B u r g u i l l o s , marchó u n b u e n día a I t a l i a , donde se h a perd ido p a ­r a s iempre su rastro poético.

E l Viaje del Parnaso replantea hábilmente unos cuantos topoi de la más acartonada tradición académica en cuanto literaturisierung de aquel colectivo estado de desesperanza 2 7 . Y es entonces cuan ­do hace su ent rada en escena u n perspnaje semi-fantástico, c ierto poetón ind igente de los muchos que m a l v i v e n en l a corte , l l a m a ­do , p o r g r a n casual idad, ' ' C e r v a n t e s " , y a q u i e n , p o r supuesto, h a y que v i g i l a r con la cautela que siempre requiere el dejo iróni­co de sus menciones en p r i m e r a persona 2 8 . Años , desdichas y for­zados ayunos no h a n e x t i n g u i d o en él l a l l a m a d a j u b i l o s a a la su­p r e m a experiencia poética del Me Parnasi raptat amor del M a n t u a -n o . ¿Por qué i b a a ser él menos que aquel C a p o r a l i p a r a dar u n poco de respiro al a l m a , v i a j a n d o por espacios fantásticos?:

Quisiera despachar a la estafeta m i alma, o por los aires, y ponella sobre las cumbres del nombrado Oeta.

( I , 29-31)

Sólo que hay también el torcedor que suponen ilusiones m u y h u ­manas , pero de o rden menos p u r o . E s t i m u l a d o ahora por " l o s h u m o s de la f a m a " ( I , 47) este o t ro hab i tante de la corte m a d r i ­leña se a n i m a a emprender la j o r n a d a con la idea de buscar, no

2 6 Ibid., p. 35. 2 7 C o m o observa C R O C E , el t e m a de tales visitas al P a r n a s o reflejaba t a m ­

bién e n I t a l i a el desaliento escéptico de u n a l i t e r a t u r a e n cuesta abajo (op. cit., p. 127) .

2 8 ' ' C e r v a n t e s e n p r i m e r a p e r s o n a no es u n a p e r s o n a real y v e r d a d e r a . E s u n ser i m a g i n a r i o : e laborado , c laro está, con elementos sacados de l a expe­r i e n c i a del m a n c o de L e p a n t o , pero engendrado por u n «decir» específico y establecido c o m o tal por l a m i r a d a del l e c t o r " ( J E Á N C A N A V A G G I O , " C e r v a n ­tes e n p r i m e r a p e r s o n a " , JHPh, 2 [1977] , 35 -44) . L a sustitución áúyo retóri­co del Viaje de Sannio por el^o existencial del Viaje del Parnaso, así c o m o su dis -t a n c i a m i e n t o del modelo picaresco son fundamentales p a r a el m i s m o crítico e n ' ' L a dimensión autobiographique d u Viaje del Parnaso", Actes du colloque in-ternational de la Baume-lés-Aix, 1979, A i x - e n - P r o v e n c e , 1980, p p . 171-184.

Page 15: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 707

y a en el i n g r a t o terruño donde nadie es pro fe ta , n i tampoco en Ñapóles, sino en el r e m o t o Parnaso , el supremo reconoc imiento o corona de l a u r e l que ahora se le niega:

Di je entre mí: si yo viniese a verme en la difícil cumbre de este monte, y una corona de laurel ponerme.

( I , 4 9 - 5 1 )

Semejante soñar con las cumbres y recompensas del Parnaso achata aún más la prosaica rea l idad que en aquellos días le a b r u ­m a . L a sola mención del adiós a " l a h u m i l d e choza m í a " figura c o m o alusión m u y c lara a las vacas flacas que entonces corrían p a r a el p o e t a 2 9 . Cervantes no necesita tampoco de muchos ver ­sos p a r a su d e p r i m e n t e p i n t u r a de u n M a d r i d cuyos únicos l u g a ­res memorables se h a l l a n dedicados a la ociosidad y la m e n t i r a y a l que p o r lo menos evitará, con su ausencia, el oprob io de m o ­r irse en él de h a m b r e . Pobreza de la bolsa y del espíritu, los p l a ­ceres negativos de l a ho lganza y del cot i l leo , así como el t r i u n f o de l a i gnoranc ia en sus teatros, de f inen el cuadro argamasillesco y manchego de que aquel semi-desnudo " A d á n de los p o e t a s " ( I , 202) querría desintoxicarse con algunas brisas mediterráneas.

L a navegación o Viaje en busca del Parnaso constituye el cuerpo cent ra l del poema. L o que se ha venido describiendo como " c a ­t á l o g o " de elogios poéticos resulta ser, b i e n leído, u n comple jo p a n o r a m a de la poesía española de aquel g r a n m o m e n t o . ¿Elogios sinceros? C laro que los hay, como los dedicados a Góngora, a Q u e -vedo e inc luso , con toda justificación y elegancia, a sí m i s m o , por ­que s in l a centra l idad del p r o p i o Cervantes d icha p i n t u r a queda­ría objet ivamente menoscabada de su adorno más esencial 3 0 . Pero

2 9 N o cabe aceptar fácilmente que el sentido de esa " c h o z a h u m i l d e ' * se d e b a al deseo de C e r v a n t e s de d a r allí u n a nota bucólica " s i n intención espe­c i a l de referirse a m a y o r o m e n o r p o b r e z a de su c a s a " , como propone H E ­R R E R O G A R C Í A e n su anotación correspondiente (Viaje del Parnaso, p. 373) .

3 0 R e s p o n d e n s in d u d a los autoelogios de C e r v a n t e s a u n a neces idad de r e c o n o c i m i e n t o tan legítima como profundamente sentida , pero no d e j a n de h a l l a r s e igualmente sujetos a l a dinámica lúdica d e t e r m i n a d a por otras cons ­tantes internas de l a o b r a . N o h a y que o lv idar el e jemplo de l a Moria e r a s m i a -n a , donde el recurso al autoelogio sirve c o m o máxima p r u e b a de su p r o p i a es tu l t ic ia . E l " p o e t ó n " del Viaje del Parnaso es también u n a especie de loco o p e r s o n a m e d i o t ras tornada que entona su p r o p i a a l a b a n z a . T a l e s autoelogios se h a l l a n a s i m i s m o m i n a d o s por l a general hipoteca adoxográfica. E l sentido b a s c u l a n t e de lo allí dicho a c e r c a de su soneto al túmulo de F e l i p e I I h a sido

Page 16: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

708 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

después, tanto o t ro " e l o g i o " n e u t r o o m u y ca l ibrado , hasta dar en los legibles en doble sentido, como los de M i g u e l del C i d o Sa­las B a r b a d i l l o , y con desembocadura para co lmo en las abiertas rechiflas c ont ra los desdichados Lo fraso , López de U b e d a , A r b o -lanches, Pedrosa y tantos otros . N o hay si se va a ver rincón que no ofrezca allí su enseñanza o, al menos, u n t ema de estudio , por ­que esencialmente el Viaje del Parnaso const i tuye a la vez u n a gran obra de crítica l i t e rar ia . Las notas de M i g u e l H e r r e r o García acier­t a n , p o r e j emplo , a l señalar su generosidad con los noveles, así c omo los repetidos vat i c in ios acerca de la carrera de poetas en ­tonces en c i e rnes 3 1 , y hasta sonados acontecimientos como la fi­n a l r e n u n c i a de J u a n de Jáuregui a l a j e f a t u r a poética de L o p e . C o n t r a tanto j u i c i o derogator io de l Viaje del Parnaso, el lector de entonces y de ahora encuentra allí l a inest imable o p o r t u n i d a d de recorrer los vericuetos de aquel inmenso m u n d o l i t e r a r i o bajo la guía lazaril lesca de nada menos que M i g u e l de Cervantes .

U n a sabia economía, u n j u i c i o siempre certero y u n cálido sen­t i d o h u m a n o v a n de jando en el fiel los más diversos aspectos de u n a l i t e r a t u r a no teor izada, sino " v i v i d a " . Así los debidos agra­dec imientos , empezando por aquel f ray J u a n Baut i s ta Capataz , sin d u d a u n " c u r a l i b e r a l de esos de s iempre , que cubrió con su hábito mercedar io la aprobación de las atrevidas Novelas ejem­plares. T a m b i é n el recuerdo cariñoso de los amigos de los años se­v i l lanos como J u a n de Ochoa , Cristóbal de M e s a o Pedro de M e ­d i n a M e d i n i l l a , este último desde hacía m u c h o en I n d i a s . Y sin de jar atrás tampoco la cortesía pagada sin adulación a los cuatro "poe tas señores" ( E s q u i l a d l e , Saldaña, V i l l a m e d i a n a y Alcañi-ces), en quienes (salvo el p r i m e r o ) se ve no cree m u c h o . N o m e ­nos admirab le su respeto al anon imato de T i r s o y la mención p u n ­t u a l de otros d is t inguidos eclesiásticos a quienes, a su vez, censu­r a p o r celar, vergonzantes, sus incl inaciones l i terar ias " a n t e la t u r b a v i l de l s u e l o " (4 , 2 4 9 ) 3 2 ; al m i s m o t i e m p o querrían el ho -

señalado por N I C O L Á S M A R Í N , " U n a nota al Viaje del Parnaso", Aceru, 22 ( 1 9 8 4 ) , 201-220 .

3 1 H E R R E R O G A R C Í A l l a m a l a atención h a c i a sus acertados pronósticos a c e r c a del desarrol lo y c a r r e r a s de las jóvenes promesas que en aquel m o m e n ­to n o p a s a b a n de ser , entre otros, F e l i p e Godínez, L u i s Vélez de G u e v a r a , el príncipe de E s q u i l a d l e , G u i l l e n de C a s t r o , F r a n c i s c o de R i o j a , A n t o n i o de G a l a r z a , D i e g o Jiménez de E n c i s o y otros.

3 2 C e r v a n t e s se s u b l e v a c o n t r a el pre juic io que c o n s i d e r a a l a poesía co­m o fr ivol idad o entretenimiento indigno de graves personas eclesiásticas o de e n c u m b r a d o s señores. Téngase e n c u e n t a el caso del j u e g o al a n o n i m a t o por

Page 17: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 709

ñor pero no el n o m b r e de poetas:

Aquestas seis personas religiosas como están en divinos puestos puestas y en sacra religión constituidas,

tienen las alabanzas por molestas que les dan los poetas, y holgarían llevar la loa sin el nombre a cuestas.

( I V , 325-330)

Están allí " c a s i " todos los que deben estar. N o fa l ta , al m e ­nos, n i n g u n o de los grandes y es bastante probable que c ierta c u ­ña poética que suele ponerse a l a cuenta de Quevedo resulte m u ­cho más apl icable a M a t e o A l e m á n 3 3 , dado cuanto hoy sabemos acerca de l a que ya es preciso l l a m a r también su " n u e v a b i o ­gra f ía " :

Este que el cuerpo y aun el alma bruma de m i l , aunque no muestra ser cristiano, sus escritos el tiempo no consuma.

( I I , 295-298)

Cervantes hasta procura acordarse de algún poeta portugués 3 4

p a r a que t oda la Península quede representada en la expedición de socorro al Parnaso. C i e r t a m e n t e se echa de menos a Pedro Es­p inosa y su pu jante escuela antequerana , en respuesta quizás de no haber i n c l u i d o aquél a Cervantes en sus Flores de 1605. A l m i s ­m o t i e m p o , había comenzado éste por saludar en bloque a los " f a -

el m i s m o fray L u i s de León, estudiado por Dámaso A l o n s o , " F r a y L u i s e n l a «Dedicatoria» de sus poesías. ( D e s d o b l a m i e n t o y ocultación de p e r s o n a l i ­d a d ) " , Studia philologica et literaria in honoremL. Spitzer, B e r n a , 1958, p p . 15-30. También R O D R Í G U E Z M A R Í N , " L a p o c a estimación e n que e r a n tenidos los p o e t a s " (Viaje del Parnaso, apéndice 8 ) .

3 3 E l c i tado terceto suele considerarse introductorio del elogio y s e m b l a n ­z a poética de Q u e v e d o , que sigue allí a continuación (304-312) . E l texto es, s i n e m b a r g o , bastante claro e n cuanto a h a b l a r , por separado , de dos poetas diferentes y el pr imero de los cuales se considera u n nombre vitando, de acuerdo c o n s u " n o ser c r i s t i a n o " . C o i n c i d e n d ichas señas c o n l a pésima reputación p e r s o n a l de M a t e o Alemán y d u d a s a c e r c a de su ortodoxia en los años anterio ­res a su emigración a México. E s t u d i o más detenidamente este p r o b l e m a e n otro l u g a r .

3 4 Así el entonces casi desconocido M i g u e l d a S i l v e y r a , " p o r quien de L u ­so están ufanas / las m u s a s " ( I I , 175-176) .

Page 18: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

710 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

mosos de A n d a l u c í a " ( I , 334) , como reconociendo que de ellos venía, bajo el caudi l la je de G ó n g o r a , la más alta renovación poética.

Caso m u y t ra tado con pinzas es el de l ya v i r r e y d o n Pedro Fernández de Cas t ro , a lud ido a secas como " e l c o n d e " por M e r ­c u r i o , en p r u e b a i n d i r e c t a de que Cervantes no lo absolvía t a m ­poco de a l g u n a responsabi l idad en la conducta de sus secretarios los 6 'Lupercios''. T a l vez p o r e n m e n d a r l o u n poco lo elogió a l final no como h o m b r e de letras , sino como gal lardo par t i c ipante de u n t o rneo en Ñapóles. Pero el que allí " f a l t a " conspicuamente es el m á x i m o " a c a d é m i c o " L o p e de V e g a . Su entrada en la galera se produce a consecuencia de u n extraño fenómeno atmosférico. U n a súbita t o r m e n t a l lueve sobre aquel la m u l t i t u d de poetas s in h i s to ­r i a y cuyo lastre o peso m u e r t o está a p u n t o de echarla a p i q u e . U n a nube aparte dejó caer, poco después, a Lope de V e g a :

Llovió otra nube al gran Lope de Vega, poeta insigne, a cuyo verso o prosa, ninguno le aventaja, n i aun le llega.

( I I , 387)

Cervantes c o m p a r a semejante pedrisco de poetas con la genera­c ión espontánea de sapos y ranas por efecto de la l l u v i a . Gran es u n elogio in f la c i onar i o y burlescamente prod igado a lo largo del p o e m a 3 5 y ahora sabemos que d i cha caída de las nubes h a de ser decodi f icada como punzante e m b l e m a alusivo a la mayúscula v a ­n i d a d de L o p e 3 6 . T a l vez debido a su dudoso e jemplo , toda aque­l la no inv i tada " p o e t a m b r e " ( I I , 396) l lena ahora los aires de versos insoportab lemente melosos 3 7 . M e r c u r i o , exasperado, decide pa-

3 5 M A U R I N O , ar t . c i t . , p. 4 4 . A p l i c a d o a diestro y siniestro a todo lo largo del p o e m a , su m a r c a d o carácter irónico es puesto de rel ieve por usos como " L l e n ó del g r a n bajel el g r a n vacío / el g r a n F r a n c i s c o de R i o j a . . . " ( I I I , 1 2 4 - 1 2 5 ) .

3 6 E l comple jo t inglado de alusiones h a cedido e n esto al perspicaz análi­sis de E L L E N L O K O S , " E l lenguaje emblemático de El viaje del Parnaso", Cer­vantes, 9 ( 1 9 8 9 ) , 6 3 - 7 4 . E l e m b l e m a y su pariente el jeroglífico constituían t a m ­bién parte importante de l a c u l t u r a o entretenimientos de las a c a d e m i a s .

3 7 S i n género de d u d a s es u n a n u e v a alusión al efecto corruptor de L o p e , c u y a autocómpasión y e x h i b i c i o n i s m o sent imental le atra jeron rechiflas desde l a m i s m a época de su r o m a n c e r o j u v e n i l , así como el remoquete (por llorón) de " A n t ó n Llórente " . Véase F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A , " L o p e , i n ­f a m a d o de m o r i s c o " , e n Lope: vida y valores, U n i v e r s i d a d de P u e r t o R i c o , S a n J u a n , 1 9 8 8 , p. 3 0 9 .

Page 19: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 711

sar a todos los advenedizos por u n cedazo, p a r a quedarse con los pocos buenos y a r r o j a r al m a r los " g r a n z o n e s " . N o se aver igua la suerte final de L o p e de V e g a , pues el Viaje del Parnaso no vuelve a n o m b r a r l o p a r a nada y h a d i cho y a bastante p a r a todo el que q u i e r a entender .

E l inc idente de L o p e y el turbión de poetas suele interpretarse p o r los comentaristas como parte del bando enemigo , que las n u ­bes conducen al ataque del P a r n a s o 3 8 . D i c h o en otros términos, l a academia de l a A r g a m a s i l l a h a estado a p u n t o de anegar l a n a ­ve apolínea y probab lemente h a i n f i l t r a d o en ella algo de su espí­r i t u , pues a l a h o r a de la verdad u n a ve intena de poetas se pasa­rán en la bata l la a l bando atacante. Quede en c laro que e l socorro español i n c l u y e u n a m u l t i t u d de pésimos poetas, que d u r a n t e el v ia je v a n , p o r e j emplo , haciendo versos a los ríñones de sus d a ­mas o comparándose con toros agarrochados de a m o r . M e r c u r i o h u b o de negarse a embarcar en l a p laya de V a l e n c i a a u n verda ­dero t rope l de ingenios locales (probables subproductos de su Aca­demia de los nocturnos)39, temeroso de que u n a vez llegados al Par ­naso se a lzaran por las buenas con él m i s m o . Inc luso la t u r b a ­m u l t a de los l lamados y elegidos inc luye a i n d i v i d u o s que beben de bruces , como brutos animales , y se h a l l a n dispuestos a p o r t a r ­se allí del m o d o más grosero:

Llegóse, en fin, a la Castalia fuente y, en viéndola, infinitos se arrojaron, sedientos, al cristal de su corriente.

Unos no solamente se hartaron, sino que pies y manos y otras cosas algo más indecentes se lavaron.

( I I I , 367-372)

3 8 P u e d e darse por típica l a impresión de H E R R E R O G A R C Í A : " E s t a s n u ­bes borrascosas , preñadas de poetas malos , sorprenden a M e r c u r i o . C e r v a n ­tes n o e x p l i c a cómo estos poetas excluidos de l a l ista de A p o l o , se presentan de i m p r o v i s o . Pos ib lemente e r a n los que i b a n a poner asedio al P a r n a s o , m o ­t ivo de l a movilización de los poetas buenos o r d e n a d a por A p o l o ' ' (Viaje del Parnaso, p. 524) .

3 9 U n a de las a c a d e m i a s más act ivas , funcionó de 1591 a 1594, p a r a r e a ­p a r e c e r guadiánicamente e n 1616 bajo el n u e v o título de Los montañeses del Par­naso. S u c l a r a especia l idad fue l a poesía erótica, s in que falten otros géneros académicos c o m o los elogios burlescos ( " R o m a n c e en a l a b a n z a de l a ave l la ­n a ' ? de Matías F a j a r d o , " R e d o n d i l l a s en a l a b a n z a de los a l c a h u e t e s " de H e r ­n a n d o P r e t e l , e t c . ) , a l a b a n z a s en tercetos de todo el elenco académico, etc. S e c o n s e r v a s u producción e n P e d r o S a l v a y F r a n c i s c o Martí y G r a j a l e s , Can­cionero de la academia de los Nocturnos, 4 vo ls . , V a l e n c i a , 1905-1912.

Page 20: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

712 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

¿Cuál es en todo esto el supuesto papel del " p o e t ó n " C e r v a n ­tes? Se apresura éste a declarar en más de u n a ocasión su no ser responsable de la l ista de poetas convocados por A p o l o . Por su par te se l i m i t a a poco más que apost i l lar la para M e r c u r i o , que n o conoce a n i n g u n o n i anda m u y puesto en cosas de l i t e r a t u r a , pero incluso en esta modesta consejería se ve acusar de a r b i t r a r i o y p a r c i a l de los colegas que p o r su cuenta y riesgo se presentan ante el Parnaso en u n a gruesa nave mercante . Cervantes n i s i ­q u i e r a niega que , en par te , p u e d a n tener a lguna razón y p o r ello se l i m i t a a p e d i r a A p o l o los mi lagros que él, c omo h u m a n o , no puede real izar . E l elenco i n i c i a l de poetas era ' ' cas i i n f i n i t o " e incluía a toda suerte de "yangüeses , vizcaínos y c o r i t o s " ( I , 333) , es dec i r , m u c h a gente rústica y semibozal en la l engua castellana. Pecaba aquel i n d i s c r i m i n a d o l l a m a m i e n t o al Parnaso de l o m i s ­m o que se proponía correg i r y de esta f o r m a in t roduce desde el p r i n c i p i o u n t es t imonio firme de la i r remediab le situación de la poesía, a l a vez que de la alocada incompetenc ia de A p o l o en el t e r reno de sus más inmediatas responsabil idades. E n c ierto m o ­m e n t o , el j o v e n dios confiesa su escaso acierto en la convocator ia de los poetas y Cervantes añade, sarcástico, que n i a u n la d i v i n i ­d a d puede presc ind ir de la experiencia :

La Prudencia, que nace de los años y tiene por maestra la Experiencia, es la deidad que advierte destos daños.

( V I I , 124-126).

L a crítica ha considerado siempre fundamenta l el t ra tamiento b u r ­lesco a que el t ema mitológico es sometido en el Viaje del Parnaso. Puesto, por lo c o m ú n , a cuenta de u n rasgo de época, d i cha b u r l a era y a conspicua en la Moría erasmiana y en el mane jo general de los temas ant iguos p o r el Baldus de Folengo. A n t e el poema de Cervantes bromeaba Rodríguez Marín si toda aquella gentualla de dioses se calificarían allí de alucianados o avelazcados^si b i en prevalezca en c o n j u n t o su inev i tab le asociación con la sensibi l i ­d a d de Velázquez en obras como Marte o La fragua de Vulcano. L a r e a l i d a d era que tales l ibertades resul taban también m u y propias de los escarceos académicos y el t e m a del O l i m p o burlesco lo h a -

4 0 Viaje del Parnaso, p. l x i . C l a r o que , c o m o también se advierte aquí ( p . 6 5 ) , Velázquez e r a a l a sazón u n a p r e n d i z de catorce años en el taller de sevi l lano de P a c h e c o y son sus c u a d r o s los que h a n sido en esto influidos por l a l i t e r a t u r a ( C e r v a n t e s , Q u e v e d o ) y no a l contrar io .

Page 21: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 713

bía ex t remado y a J u a n de la C u e v a en su Viaje de Sannio, basado en el tópico de la pobreza del poeta (Sannio lo es de los buenos) y escrito en 1585 4 1 . L o que sí hacía allí Cervantes era dar u n a n u e v a dimensión al b r o m a z o mitológico cuando usaba en las a l ­t u r a s del Parnaso aquel la l engua de jaques y tahúres, con la cual venía m i n a n d o t a n creadoramente los géneros " s e r i o s " desde los últimos años de su etapa sevi l lana. Y quede en este m o m e n t o a u n lado como t e m a merecedor de estudio aparte .

E n el Viaje del Parnaso Cervantes hace de M e r c u r i o u n simpa-. t i co jayán af ic ionado a la g u i t a r r a , de V e n u s u n a m o z a del p a r t i ­do y de A p o l o u n j o v e n amable , si b i e n perd idamente superf i c ia l . N o se da en esto t r egua n i c u a r t e l : se describe a c ierta sirena con facha de v e r d u l e r a y a N e p t u n o como u n vie jo de malas pulgas , coronado de dos lampreas y con las barbas incrustadas de m e j i ­l lones, cangrejos y otros mariscos. C ie r to que encuentra en el Par­naso a la Poesía en todo su v i r g i n a l esplendor, pero también, cer­ca de el la , a la t r i u n f a n t e V a n a g l o r i a , con su enorme v i ent re p r e ­ñado de v ientos . N a d i e da muestras de entender la situación angustiosa de las Letras n i hace allí nada útil para r e m e d i a r l a . H a y en aquellas a l turas demasiada gente de poco más o menos

4 1 A . W U L F F , Poèmes inédits de Juan de la Cueva. Publiés d'après des manuscrits autographes conservés à Seville dans la Bibl. Colombine, Viage de Sannio, L u n d , 1887. E x t r a i t de l ' A n n u a i r e de l'Université de L u n d , Lunds Universitets Arskrift, t. 23. S o r p r e n d e H E R R E R O G A R C Í A al suponer u n a absoluta o r i g i n a l i d a d por parte de C e r v a n t e s en el t e m a de l a b u r l a del O l i m p o : " E n el aspecto mitológico, C e r v a n t e s se e n c o n t r a b a ante u n prestigio intacto , abroquelado por l a áurea a r m a d u r a de l a antigüedad clásica, d i v i n i z a d o por el R e n a c i m i e n t o e ido latra ­do por l a poesía m o d e r n a [. . . ] subsistía en pie , inatacable y desafiador, el o r d e n mitológico" (Viaje del Parnaso, p. 14). E l tratamiento degradado (del que sólo se s a l v a l a personificación de l a Poesía) y sus antecedentes es estudiado p o r C O R R E A , " L a dimensión mitológica del Viaje del Parnaso de C e r v a n t e s " . S e h a señalado, por lo demás, el precedente de l a b u r l a mitológica en el Ro­mancero general, c u y o 206 " Y o , A p o l o dios de l a c i e n c i a " se q u e j a de l a m u l t i ­t u d de poetas que a h o r a c o n c u r r e n al P a r n a s o , con g r a n detr imento de sus flores, sembrados y fuentes; se h a b l a allí de los poetas que " a escapar de bo­r r i c o s / s in d u d a serán b a d a j o s " y de cierto e x a m e n de ingreso que habrá que p o n e r en práctica " p o r q u e n u e s t r a a c a d e m i a / no se pueble destos t r a s g o s " (Romancerogeneral, e d . A . González P a l e n c i a , C S I C , M a d r i d , 1947, t. 1, 141). E n otro (261) re lac ionado c o n ciertos "académicos del T a j o " se c u e n t a cómo " e n u n m o n t e , d ixo O v i d i o , / que dio u n a coz u n cabal lo , / de que h a salido u n a fuente , / donde beben tantos a s n o s " (1 , 172). E l t e m a de A p o l o y sus j o ­cosas relaciones con los poetas continuó por largo tiempo como favorito de a c a ­d e m i a s carnavalescas , como las estudiadas por H A N N A H E . B E R G M A N , " E l «jui­cio final de todos los poetas españoles muertos y vivos» ( m s . inédito) y el certa ­m e n poético de 1 6 3 8 " , BRAE, 55 (1975) , 551-610 .

Page 22: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

714 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

y que no piensa más que en fr ivo l idades ( i gua l que en la corte de M a d r i d ) . R e i n a allí u n aire de b u l l a n g a y de prosaica c l a u d i ­cac ión : entre las H o r a s que como ' 'doncel las b a i l a d o r a s " salie­r o n a so lemnizar el r e c i b i m i e n t o de los poetas no dejaba de haber también algunas ' ' m e d i o r o t a s " ( I I I , 340) . Pero lo peor de todo es que el a t u r d i d o A p o l o n i s iquiera cae en la cuenta de ofrecer algo que cenar a los poetas que v i enen en su socorro. L a excelsi­t u d del Parnaso queda p r o n t o anegada por este c a m i n o en u n ba ­ño de general prosaísmo. Se anota la d ieta que m a n t i e n e en e q u i ­l i b r i o las delicadas t r ipas del cabal lo Pegaso (que n i se " e s t r i ñ e " n i " se v a " ) , así como la h a b i l i d a d de la m u s a U r a n i a p a r a t r a n s ­f o r m a r los excrementos del m i s m o en remed io in fa l ib l e c on t ra los váguidos de cabeza que con demasiada frecuencia suelen a f l i g i r a los poetas. L a subida a las cumbres del Parnaso revela u n m u n ­do b e n i g n a m e n t e s i m i l a r a l ha l lado p o r D o n Q u i j o t e tras su des­censo a la cueva de M o n t e s i n o s 4 2 . A m b a s aventuras (escritas, además, en estrecha cercanía cronológica) m a t e r i a l i z a n " e x t r a -m u n d o s " de signo lucianesco y guevar iano , p o r completo locos y s in arreg lo , a l a vez que enderezados a i n f u n d i r en el lector u n a desencantada conciencia del a r t i f i c i o l i t e r a r i o 4 3 .

L a b r o m a o i r reverenc ia mitológica ( como en el Quijote l a ca­balleresca) es p r o n t o puesta al servicio de finalidades más s i gn i f i ­cativas. U n a vez llegado Cervantes al Parnaso comprueba con de­saliento que A p o l o tampoco le dist ingue n i reconoce, mientras que e x t r e m a sus deferencias con los poetas de rango n o b i l i a r i o y les ofrece los mejores asientos. Cervantes se queda sin poder sentar-

4 2 Véase, de entre u n a extensa bibliografía, G . F R Y , " S y m b o l i c act ion i n the episode of the c u e v a de M o n t e s i n o s " , H, 48 (1965) , 468-474 . P E T E R N . D U N N , " L a c u e v a de M o n t e s i n o s por dentro y por f u e r a " , MLA, 88 (1971) , 268 -273 . H E L E N A P E R C A S D E P O N S E T I , Cervantes y su concepto del arte, G r e d o s , M a d r i d , 1975, c a p . 7, " L a c u e v a de M o n t e s i n o s , el lenguaje como creación" . A U G U S T I N R E D O N D O , " E l proceso iniciático en el episodio de l a c u e v a de M o n ­tesinos del Quijote, I", 13 (1981) , 47-61 . E . C . R I L E Y , " M e t a m o r p h o s i s , m y t h a n d d r e a m in the cave of M o n t e s i n o s " , Essays in honour of Frank Pierce, D o l p h i n B o o k s , O x f o r d , 1982, pp . 105-119.

4 3 C o m o e x p l i c a A L B A N K . F O R C I O N E e n relación c o n l a c u e v a de M o n t e ­s inos : " T h e irreverent m e t a m o r p h o s e s of s u c h models produce the effect of a d i s m e m b e r m e n t of form of the type w h i c h is tradit ional i n sat ir ical l i terature w i t h its cu l t ivat ion o f al l devices w h i c h b r i n g about n a r r a t i v e disorientat ion a n d force the r e a d e r into a stance of d e t a c h m e n t , r a n g i n g from r e p u g n a n c e to a m u s e m e n t , as he contemplates the objects of the fictional w o r l d " (Cervantes and the mystery of lawlessness. A study of "El casamiento engañoso" y "El coloquio de los perros", P r i n c e t o n U n i v e r s i t y P r e s s , P r i n c e t o n , 1984, p. 50) .

Page 23: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 715

se, en m e d i o de tantas mediocr idades , y cuando el distraído dios le aconseja que lo haga sobre su capa ha de recordarle que , p o r su pobreza , carece de el la. C o n la paciencia casi p e r d i d a , habrá de refrescarle la m e m o r i a con u n resumen de su larga v i d a l i t e r a ­r i a y u n catálogo esencial de su obra . A p o l o deberá saber de u n a vez que no es n i n g u n a cuestión de v a n i d a d , pues se precisa u n m í n i m o de éxito y r e c o n o c i m i e n t o 4 4 para no ser despreciado de envidiosos e ignorantes . N o figura tampoco Cervantes entre los tres poetas que fueron allí m i s m o coronados. Los que en el P a r ­naso pelearon como buenos rec ib i e ron u n p r e m i o simbólico de flores y algunas perlas, pero tampoco parece que él m i s m o se h a l l a r a entre los t a n parcamente recompensados. H a y , al o t ro e x t r e m o , u n a inflación de honores , pues A p o l o envía tres coro­nas de l a u r e l p a r a vates de la Península, más otras tres p a r a los de Ñapóles 4 5 , y algunos " e n v i d i o s o s " quedan perplejos acerca de c ó m o puede España poseer nada menos que nueve testas l a u ­readas.

Es sólo tras esta inmensa desilusión cuando el largo per ip l o al Parnaso asume su pleno sentido y resulta clave, a l a l a rga , p a ­r a u n a suprema intelección de la poesía que Cervantes desea le ­gar en testamento a sus más fieles lectores. Porque el Viaje del Par­naso t iene también u n re torno que se real iza , como había de ser, a l a cal lada y s in la t ea t ra l idad n i algazara de la galera alegórica. E l discurso de bendición o despedida de la Poesía da paso a la presencia de M o r f e o (el género de los viajes al Parnaso era de los más soporíferos), q u i e n sume en p r o f u n d o sueño a los ex­combatientes p a r a el callado via je de vue l ta a sus t ierras . C e r v a n ­tes hace en este rápido re to rno breve escala en u n Ñapóles para él cargado de recuerdos juven i l es y poco después se encuentra de n u e v o en su " a n t i g u a y lóbrega p o s a d a " de la corte , donde se a r r o j a exhausto sobre el lecho, " q u e cansa, cuando es l a rga , u n a j o r n a d a " ( V I I I , 457) .

4 4 L a just i f icada base autobiográfica de tal afán de público reconocimiento fue establecida por E L I A S L . R I V E R S , ' ' C e r v a n t e s ' Journey to Parnassus", MLN, 85 ( 1 9 7 0 ) , 243 -248 . A m p l i a d o a c e r c a de éste y otros aspectos del p o e m a por J E A N C A N A V A G G I O , " L a d i m e n s i o n autobiographique d u Viaje del Parnaso", p. 172.

4 5 Según l a c o n j e t u r a de A S T R A N A M A R Í N los coronados en el P a r n a s o se­rían Q u e v e d o , G o n g o r a y E s p i n e l . L o s napol i tanos , los h e r m a n o s A r g e n s o l a y el conde de L e m o s o el de V i l l a m e d i a n a . L a s coronas e n v i a d a s a España serían dest inadas a F r a n c i s c o de A l d a n a , F r a n c i s c o de F i g u e r o a y F e r n a n d o de H e r r e r a (Vida ejemplar y heroica. . ., t. 7, 131-132) . L a selección de este últi­m o grupo h a c e sin e m b a r g o escaso sentido.

Page 24: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

716 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

Semejante retorno de u n Cervantes, m o l i d o y quebrantado tras el decepcionante v ia j e , a su miser ia madrileña de s iempre podría ser i n t e r p r e t a d o , en el contexto de u n a lec tura romántica, como el cuadro tristísimo de u n a derrota de f in i t i va : no hay laure l n i Par ­naso que va lga para el poeta, lo m i s m o que no hay más que esta­cazos para el caballero andante. Y sin embargo, como aclaran t a m ­bién aquellas páginas finales, el poeta que viajó al Parnaso no es ahora ningún pobre amargado , m a d u r o p a r a el láudano o el p is ­toletazo en la sien, sino u n ser más que n u n c a sabio y en paz con su v i d a y con su arte . Es claro que Cervantes no va a despedirse de l m u n d o con u n mensaje de r e n u n c i a n i de od io a l a poesía. N o s dirá, por el c o n t r a r i o , que la amemos , pero no como u n t ras ­to casero a lo argamasillesco n i como u n a ente lequia e r u d i t a a l a i t a l i a n a , sino t a l c omo ella es o como, m e j o r d i cho , puede l a poe­sía " s e r v i r " o " v a l e r " para los hombres .

L a l i t e r a t u r a de ficción había ten ido s iempre como u n o de sus pi lares el re lato de u n viaje de búsqueda y p rueba cuyo d is tanc ia -m i e n t o paródico puede considerarse u n a de las más decisivas cons­tantes de la tarea c e r v a n t i n a 4 6 . E l Viaje del Parnaso se inserta m u y a las claras en la tradición de la j o r n a d a a u n e x t r a m u n d o que desde la Odisea era u n o de los grandes temas épicos. Dest inado a sobrev iv i r bajo el g r a n ar t i f i c i o med ieva l de la " v i s i ó n " o su v a r i a n t e el " s u e ñ o " , había sido u t i l i z a d o p o r el m i s m o D a n t e co­m o base de su Divina Commedia41. Cervantes lo maneja , desde lue­go, dent ro de u n t r a t a m i e n t o paródico que tampoco revestía en sí m a y o r o r i g i n a l i d a d . A r i o s t o , con la eterna errabundez de sus paladines y en especial el v ia je de Asto l fo a la l u n a , así como R a -belais , con la v i s i ta de tantos lugares estrafalarios en el Tiers y en el Quart livre, son en esto los ejemplos y precedentes i m p r e s c i n d i ­bles. Habían hecho ambos de las inaudi tas correrías i n s t r u m e n t o predi lecto tanto para el r epud io de caducos valores medievales co­m o p a r a u n a autocrítica del h u m a n i s m o , real izada desde la más p r o f u n d a entraña de éste. D i c h o nuevo concepto del v ia je como mock epic equivale en rea l idad a u n a lente satírica y desmit i f i cado-

4 6 E . C . R I L E Y , " C e r v a n t e s : a quest ion of g e n r e " , Mediaeval and Renais-sance studies on Spain and Portugal in honour of P. E. Russell, Society for the S t u d y of M e d i e v a l L a n g u a g e s a n d L i t e r a t u r e , O x f o r d , 1981, p. 76.

4 7 Rodríguez Marín identi f ica e n sus anotaciones tres ecos directos de l a Divina Commedia. E s probable que el saludo de M e r c u r i o , " ¡ O h Adán de los poetas ! ¡Oh C e r v a n t e s ! " ( I , 202) , der ive del " O degli a l tr i poeti onore e l u -m e " , c o m o sugiere F . D . M A U R I N O , " E l Viaje de C e r v a n t e s y l a Commedia de D a n t e " , KFLQ, 3 (1956) , 7-12.

Page 25: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 717

r a de las últimas realidades humanas . L a m i s m a mecánica del pe-r i p l o revelador de u n m u n d o absurdo , s i tuado en n i n g u n a parte e invar iab lemente socavado por el prosaísmo socarrón, causa t a m ­bién el vaivén de regreso a u n a aprehensión lúcida de la r e a l i d a d , no ofuscada ya por el espejuelo escapista de ensueños utópicos n i paraísos de guardarropía. H a s t a l legar a D a n t e , el via je extrate -r r e n o , con su cortejo de aspectos iniciáticos, tenía p o r objeto la epifanía de u n a nueva conciencia con m i r a s a la decisiva consol i ­dac ión del m u n d o i n t e r i o r del protagonista . A h o r a , por el con ­t r a r i o , la voz n a r r a t i v a de estos viajes paródicos del R e n a c i m i e n ­to n o se ve c o n f i r m a d a sino en la r e l a t i v i d a d , l imitac iones e i n ­congruencias del f enómeno h u m a n o , t a n asediado en la época de dogmas e into leranc ias . Basándose en A r i o s t o y Rabelais , pero sin extenderse a Teóf i lo Folengo ( t a n decisivo p a r a Cervantes ) , E l i zabeth A . Chesney 4 8 ha estudiado con gran perspicacia este l o ­zano brote de la m e j o r l i t e r a t u r a del R e n a c i m i e n t o , p a r a el cual propone la terminología genérica de " c o n t r a v i a j e " (countervoyagé).

N o quiere decir esto que el Viaje del Parnaso tenga por qué i n ­vocar n i n g u n a i n t e r t e x t u a l i d a d i n m e d i a t a con el Orlando furioso, y menos aún con las "prouesses gigantales" de Rabelais . E l concep­to de " c o n t r a v i a j e " , como péndulo oscilante entre la l o cura y la c o r d u r a , no representa más que u n a nueva objetivación de la d i a ­léctica de la parado ja como p iedra angu lar del h u m a n i s m o cris­t i a n o en su recorr ido desde el De docta ignorantia del Cusano a la Stultitiae Laus de Erasmo . E l género (o m e j o r " c o n t r a g é n e r o " ) no existiría sin el concepto de adoxografía o elogio irónico de raíz luc ianesca 4 9 , conforme al modelo sobre todo de Erasmo en aque-

4 8 C H E S N E Y , The Countervoyagé of Rabelais and Ariosto: a comparative reading of two Renaissance mock epics, D u k e U n i v e r s i t y P r e s s , D u r h a m , 1 9 8 2 . E l género venía i m p l i c a n d o , entre sus características más básicas, l a pérdida del respeto a los dioses olímpicos (p . 6 2 ss). Sobre las relaciones de C e r v a n t e s con A r i o s t o y F o l e n g o , F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A , "Teófilo Folengo y C e r v a n t e s " , en Fuentes literarias cervantinas, G r e d o s , M a d r i d , 1 9 7 3 .

4 9 P a r a sus orígenes y tradición véase A R T H U R H . P E A S E , " T h i n g s w i t h -out h o n o r " , CPh, 2 1 ( 1 9 2 6 ) , 2 7 - 4 2 , A . E . M A L L O C H , " T h e techniques a n d

funct ion of the R e n a i s s a n c e p a r a d o x " , SPh, 5 3 ( 1 9 5 6 ) , 1 9 1 - 2 0 3 ; H E N R Y K .

M I L L E R , " T h e p a r a d o x i c a l e n c o m i u m , wi th special reference to its vogue i n E n g l a n d 1 6 0 0 - 1 8 0 0 " , MPh, 5 3 ( 1 9 5 6 ) , 1 4 5 - 1 7 8 . Bibliografía obl igadamente

c o m p l e m e n t a r i a son aquí los l ibros de B . C . B O W E N , The age of bluff. Paradox and ambiguity in Rabelais and Montaigne, U r b a n a , 1 9 7 2 , y R O S A L I E C O L I E , Para-doxia Epidémica, P r i n c e t o n U n i v e r s i t y P r e s s , P r i n c e t o n , 1 9 7 6 . P a r a C e r v a n t e s e n p a r t i c u l a r , " E l m u n d o l i terario de l a p a r a d o j a " y " L a p a r a d o j a c e r v a n t i ­n a " , e n F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A , " E l cabal lero del V e r d e Gabán

Page 26: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

718 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

l i a última. N i n g u n a sorpresa aquí para la crítica c e r v a n t i n a , que pisa en esto sobre terreno firme y no tendrá, seguramente , m a ­y o r d i f i c u l t a d para reconocer el Viaje del Parnaso como d i g n a coro­n a de u n a meditación sobre la parado ja que h a cubier to l a g r a n etapa de m a d u r e z creadora del m a e s t r o 5 0 . L a única r u p t u r a de Cervantes respecto de esta m o d a l i d a d genérica d e l ' ' c o n t r a v i a j e " es de orden referencial , pues mientras A r i o s t o , Rabelais y en parte también Folengo a p u n t a n a la d i a n a del per ip l o como signo de las inquie tudes intelectuales de los nuevos t iempos (centradas en los descubrimientos geográficos) y de las reservas que éstos les m e ­recen, el " p o e t ó n ya v i e j o " ( V I I I , 409) no acompaña en esto a Epistemón n i a Asto l fo p o r las regiones de u n a de l i rante geogra­fía m o r a l . Para Cervantes l a verdadera m i r a de sus desvelos no puede ser ( h a r t o " a c a d é m i c a m e n t e " ) o t r a que la l i t e r a t u r a .

L a finalidad al fin y al cabo interesada que p r e d o m i n a en la j o r n a d a al Parnaso de aquel " C e r v a n t e s " no coincidió n u n c a del todo con el p u r o ideal v i r g i l i a n o de u n a penosa subida del poeta , c a m i n o de la transparenc ia de u n a c u m b r e en que encontrarse consigo m i s m o . D i c h o carácter se d i luye aún más cuando a l l le ­gar a Car tagena encuentra el peregr ino la o rden de movil ización de A p o l o a u n ruidoso , aunque i r reprochable , episodio bélico. Se­me jante i d a al Parnaso no v a a ser u n a ascética subida, sino u n a l l ana excursión marítima y , en lugar de búsqueda sol i taria, se per­filará como el episodio vocinglero y m u l t i t u d i n a r i o del crucero m a ­rít imo. Traspuesto a o t ro lenguaje , equivale a decir que este Viaje del Parnaso no es v i r g i l i a n o sino lucianesco. E l ámbito n a r r a t i v o de l a galera y su prolongación en el " n o m b r a d o O e t a " ( I , 31)

y su reino de p a r a d o j a " , en Personajes y temas del Quijote, T a u r u s , M a d r i d , 1975, p p . 208-216 .

5 0 Véanse l a bibliografía y conclusiones relat ivas a estos aspectos de C e r ­v a n t e s en F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A , " L a l o c u r a emblemática e n l a

S e g u n d a parte del Quijote", en Cervantes and the Renaissance, ed . M i c h a e l D . M c G a h a , J u a n de l a C u e s t a , E a s t o n , P A , 1980, p p . 87 -112 . D e l m i s m o autor " L a b u e n a v e n t u r a de P r e c i o s a " , NRFH, 34 (1985-1986) , 741-768. M A N U E L D U R A N , " E l Quijote a través del p r i s m a de M i k h a i l B a k h t i n e : c a r n a v a l , d is fra­ces, escatología y l o c u r a " , en Cervantes and the Renaissance, pp. 71-86. A U G U S T I N R E D O N D O , "Tradición carnavalesca y creación l i teraria . D e l personaje de S a n ­cho P a n z a a l episodio de l a ínsula B a r a t a r i a en el Quijote", BHi, 80 (1978) , 39 -70 . D e l m i s m o autor , " E l personaje de d o n Q u i j o t e : tradiciones folklórico-l i terar ias , contexto histórico y elaboración c e r v a n t i n a " , NRFH, 29 (1980) , 36-59. " L a folie d u c e r v a n t i n Licencié de verre ( tradit ions , contexte historique et s u b v e r s i o n ) " , e n Les visages de la folie (1500-1600), e d . A . R e d o n d o et A . R o c h o n , P u b l i c a t i o n s de l a S o r b o n n e , P a r i s , 1981, p p . 33-44.

Page 27: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 719

se def ine como u n espléndido universo de locos que , en c o n t i n u o r e m o l i n o , t e r m i n a por subirse a l a cabeza de cuantos se acercan a c o n t e m p l a r l o . N o en vano hacia su final los " v á g u i d o s " de l ce­rebro de los poetas, y hasta del m i s m o A p o l o , se vue lven u n a m e n ­ción obsesiva. E l acercamiento del agua a la idea de l o c u r a 5 1 s i ­gue siendo allí básica y f u n c i o n a l . L a alegría g r a t u i t a de la de­m e n c i a preside tanto el v ia je c omo los retozos de los poetas en el Parnaso , p o r u n a vez " d e gusto llenos y de angust ia f a l t o s " ( I I I , 294) . L a galera apolínea acota u n re ino al ienante a m o d o de n u e v a abadía de Thé léme , cuyos pasajeros v i v e n el contento de darse sin t i n o a las respectivas manías. Los hay que v a n des­nudos , m i e n t r a s otros se a r r o p a n en hábito de romeros . Descu i ­dados de pagar matalotaje y cada u n o allá con su tema, todos c om­p o n e n y rec i tan la m a g n a algarabía de sus versos. E l espíritu de j o l g o r i o cunde por todas partes y no hay tampoco límite p a r a la alocada imaginación festiva: se levantó g r a n algazara con la idea de a r r o j a r al m a r a Lofraso como víctima p r o p i c i a t o r i a contra los pel igros de Escila y C a r i b d i s , pero M e r c u r i o , que i m p e r a en la galera sentado sobre seis resmas de papel , prefiere n o m b r a r l o c ó -m i t r e para que gobierne a la chusma con u n rebenque hecho de sus temibles metros . Salvo por sust i tu i r a locos musicales p o r l o ­cos poéticos, tenemos aquí la conocidísima iconografía del Narrenschiff52, que p o r p r i m e r a vez navega la " a u n q u e az u l , lí­q u i d a p l a t a " ( I , 151) del Mediterráneo y que , por fuerza, sólo podrá r e n d i r v ia je en u n a N a r r a g o n i a como tantas otras.

L o m i s m o que muchos de los episodios más locos de A r i o s t o y Rabelais o c u r r e n también con m o t i v o de largos viajes maríti­mos , el encuadre semiológico del " c o n t r a v i a j e " i m p o n e u n a m a ­nipulación creadora del personaje en que asienta u n a voz n a r r a ­t i v a , forzada a subdividirse así como a distanciarse de la del autor .

5 1 " P e r o a todo esto, el a g u a agrega l a m a s a o s c u r a de sus propios va lo ­res ; e l la lo l l e v a , pero hace algo más, lo p u r i f i c a ; además, l a navegación l i b r a al h o m b r e de l a i n c e r t i d u m b r e de su suerte ; c a d a u n o q u e d a entregado a su p r o p i o dest ino , pues c a d a via je es, potencia lmente , el último. H a c i a el otro m u n d o es adonde parte el loco e n su l o c a b a r q u i l l a ; es del otro m u n d o de d o n ­de v i e n e c u a n d o d e s e m b a r c a ' ' ( M I C H E L F O U C A U L T , Historia de la locura en la época clásica, F C E , México, 1967, p. 19) . C e r v a n t e s p e r m a n e c e fiel a l a v a l o r a ­ción n e g a t i v a del a g u a , c o m o a n o t a M Í C H É L E G E N D R E A U - M A S S A L O U X , " U n e b a r q u e enchantée et quelques j n e u n i e r s (Don Quichotte de la Manche, I I e part ie , c h . 2 9 ) " , Imprévue (1978), 115-121.

5 2 Véase p a r a el autor y l a o b r a E D W I N H . Z E Y D E L , Sebastian Brant, T w a y -n e , N e w Y o r k , 1967.

Page 28: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

720 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

E n cuanto ser v i v o que es a l m i s m o t i e m p o testigo y d u e ñ o de la v a r i t a mágica , d i cho personaje se ha l la atrapado entre dos t i ­pos de rea l idad , lo m i s m o que entre los dos extremos o cornua de la parado ja . Su papel consiste en mostrarse i gua lmente c o m p r o ­m e t i d o y capaz de f u n c i o n a r en ambos planos , cosa sólo al a l can­ce de a lguna m o d a l i d a d de loco lúcido o sucesión seriada ( como en el Quijote) de d icho t i p o de máscara. E n el caso del Viaje del Parnaso esa voz n a r r a t i v a (es dec ir , su p a r t i c u l a r " C i d e r í a m e ­t e " ) encarna en la figura semibufonesca de cierto poeta h a m b r i e n ­t o , donosamente rebaut izado allí como M i g u e l de Cervantes . Se va con esto u n paso más allá de las figuras y semiautorretratos de éste como ridículo vate fracasado in i c iada en los Entremeses^. P o r q u e ahora escuchamos también, p a r a co lmo , a u n desdichado poetastro , que no se hace i lusiones acerca de sí m i s m o y sueña p o r eso en r e m e d i a r tanto su ester i l idad como su ind igenc ia con a l g u n a fórmula mágica:

Pues descubriendo desde allí la bella corriente de Aganipe , en u n saltico pudiera el labio remojar en ella,

y quedar del licor suave y rico el pancho lleno, y ser de allí adelante poeta ilustre, o al menos magnífico.

( I , 25-36)

E n el seno de u n a c lara latencia bufonesca, el " A d á n de los p o e t a s " ( I , 202) va marcado p o r la heterodoxa i n d u m e n t a r i a del carecer de capa (es dec ir , u n a doble v i r t u a l i d a d de desnudez) , así como también por este abordaje carnavalesco en que la fa l ta de dotes poéticas se resuelve con la m a t e r i a l i d a d de hench i r el " p a n ­c h o " de las aguas creadoras. D i c h a figura de donoso " l o c o " cen­t r a el interés polar izador que el Viaje del Parnaso muestra en el c om­ple jo fenómeno l i t e r a r i o del poetastro. L o m i s m o que la A r g a m a -si l la daba pie para u n recorr ido tipológico de los bajos fondos académicos (p i ratas , pesados, paniaguados , caprichosos, b u r l a ­dores, seres ambiguos ) , el Viaje da entrada en diversos momentos a l a m i s m a clase de estereotipos negativos. Así el moc i t o i m i t a d o r de Gan imedes , el paje que se cree l l amado a la g lor ia poética, el estudiante que escribió u n a comedia de g r a n aparato , el " c h a c h o

5 3 M A R Y G A Y L O R D R A N D E L , " L a poesía y los poetas en los Entremeses de C e r v a n t e s " , ACerv, 20 (1982) , 173-203.

Page 29: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 721

n e c i o " ( I I , 95) especialista en viles sátiras o aquel d o n Quincoces que resume a los l ina judos que , tras ensartar cuatro r i m a s , se l l e ­n a n de h u m o s poét i cos 5 4 . Los tercetos del Viaje del Parnaso esta­blecen u n a b r i l l a n t e gradación léxica de subtipos del poetastro a l ­go s i m i l a r a l a de los nombres de la alcahueta en J u a n R u i z e i n ­cluye a los madrigados, los tiernos, los godescos, los cueros, los zarabandos, los alfeñicados, los melifluos, los sietemesinos, los lagartijeros, los a can­timplora acostumbrados, los monas, los no fénices sino fenices ( por " f e ­n i c i o s " , en r i m a con Alcañices), los fríos, los frescos, los calurosos y los poetisimos. Es c laro , por lo demás, que donde Cervantes e m ­pieza por proclamarse poetastro, nadie podrá considerarse allí o tra cosa n i darse tampoco por o fendido . Su lector h a sido l levado de esta f o r m a a lo más denso de u n a perspectiva adoxográfica, cuya consecuencia más inmediata es la hipoteca que desde ese m o m e n t o g rava a su catálogo de poetas y j u i c i o s l i t e rar ios . N a d a más inge­n u o , por lo m i s m o , que el t o m a r como Evangel io y verdadera con­fesión del a u t o r aquel famoso y malhadado terceto en que es tr i ­b a n todos los repetidísimos ju i c i o s acerca del " C e r v a n t e s como p o e t a " :

Yo , que siempre trabajo y me desvelo por parecer que tengo de poeta la gracia que no quiso darme el cielo.

( I , 23-25)

Q u i e n así hab la no es, c laro está, sino u n poeta m u y seguro de sí y en trance de sol ic itar el homenaje requer ido a su maestría en unos m o m e n t o s p a r t i c u l a r m e n t e a fortunados . Válidos t a l vez si se t o m a n p o r separado, los encomios d a n paso en con junto a su eventua l l e c tura bajo u n a sorna en contrar i o o adoxográfica que, de n u e v o , as imi la el Viaje del Parnaso a u n d i latado ve jamen aca­démico . T o d o es, en suma , el m i s m o juego de puertas batientes que en pequeño i l u s t r a el l l anto por la final derro ta " d e las M u ­sas de l l i m p i o T a g a r e t e " ( V I I , 353).

E l Viaje del Parnaso const i tuye por tanto u n nuevo y m u y serio g r i t o de a l a r m a ante la amenaza del academicismo argamasil les-co. Se ha l la éste representado por u n m i s m o vu lgo de poetas r o ­mancistas , trovadores o trovistas ( I V , 515) , improvisadores y malos

5 4 E l carácter genérico de tales personajes v iene conf irmado por el fraca­so y especulaciones de los anotadores p a r a identificarlos con algún poeta co­n o c i d o .

Page 30: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

722 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

comediógrafos en trance de anegar con sus locuras la exper ienc ia l i t e r a r i a española. Cervantes separa allí, como l a zaranda de M e r ­c u r i o en la galera, a los garcilasistas de los timonedas ( V I I , 294) y a los latinos de los poetas de romance ( V I I I , 106 y 109). Los r o m a n ­ces en p a r t i c u l a r v a n como chusma ( I , 250) forzada al r e m o en la galera. Cervantes reniega de los que escribiera en su j u v e n t u d y en p a r t i c u l a r los de t e m a mor isco se m u e s t r a n a r m a t e m i b l e de los atacantes al Parnaso. Esto último es como señalar con el dedo a L o p e , i g u a l que al referirse a las redondi l las como sólo buenas p a r a la " p a r l e r a " racamenta ( I , 271) de la nave, pues no h a y que o l v i d a r que desde su Isidro de 1599 pretendía aquél convert i r las en p i edra angu lar de su teorización de u n Parnaso madrileñista, t o ta lmente independizado de Grec ia y su l e n g u a 5 5 . Herej ía, p o r t a n t o , en pre lud io de la del Arte nuevo y si cabe aún más desaforada.

Pero incluso estas críticas se h a l l a n a su vez re lat iv izadas y su b u r l a mitológica dista de ser o t r a cosa que la lección de sensatez que más necesitan los poetas de su t i e m p o . E l v ia je a l a l o c u r a del Parnaso l leva consigo la dinámica inversa de u n a recupera­ción de la perspectiva en su vue l ta a u n estado de equ i l i b rada sen­satez. E l Cervantes que vuelve a M a d r i d ha superado c laramente la etapa " s u r r e a l i s t a " o "goyesca" (en real idad "Mer l ín C o c a i o " ) de su discurso argamasillesco de 1605, lo m i s m o que la desespe­ración personal del capítulo p r i m e r o de este su último poema. Su fe en la poesía se mues t ra más firme que n u n c a y su contempla ­ción cara a cara de la m i s m a const i tuye la única experiencia ínte­gra y pos i t iva de su v i s i ta a l Parnaso. Se mater ia l i za en aquel la visión la figura de o r igen emblemático e icónico con que C e r v a n ­tes viene i m a g i n a n d o a la Poesía como u n a hermosísima donce­l l a 5 6 asistida (conforme a u n ideal neoaristotélico) de todos los sa-

5 5 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A , " L a axiología del ' I s i d r o ' en Lo­

pe vida y valores, pp . 99 -106 . 5 6 E l sentido del símil fue y a comentado por Américo C a s t r o , El pensamien­

to de Cervantes, N o g u e r , B a r c e l o n a , 1972, p p . 42 -43 . C o n s i d e r a c i o n e s de inte­rés a c e r c a del m i s m o en G E O R G E S G Ü N T E R T , " ' L a gitaniHa' y l a poética de C e r v a n t e s " , BRAE, 51 (1972) , 107-134. P a r a el aspecto doctr inal de los c u a ­tro elogios de l a poesía bajo l a metáfora o alegoría de l a h e r m o s a doncel la , E . C . R I L E Y , " T e o r í a l i t e r a r i a " , en Summa Cervantina, ed . J . B . A v a l l e - A r c e y E . C . R i l e y , T a m e s i s , L o n d o n , 1973, p p . 299-300. P a r a l a p r e s e n c i a de l a m i s m a idea e n el Quijote, F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A , " E l caballero del V e r d e Gabán y su reino de p a r a d o j a " , pp . 190-195. L a base iconográfica de l a personificación de la poesía ( P e t r a r c a , R i p a ) es m e n c i o n a d a por C o r r e a , " L a dimensión mitológica del Viaje del Parnaso de C e r v a n t e s " , p. 188.

Page 31: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 723

beres y ciencias. A l c o n t r a r i o que A p o l o , abraza esta " u n i v e r s a l s e ñ o r a " ( V I I I , 190) sin distinción a los combatientes victoriosos y les d i r i ge t a n breves como sabias palabras. P r i m e r o , el agrade­c i m i e n t o por haber la salvado de caer en manos viles e i n c o m p a t i ­bles con su honesta pobreza . N o puede, por lo demás, ofrecerles ningún p r e m i o de o r d e n m a t e r i a l . E l Parnaso, les dice , carece de m i n a s de metales preciosos y a b u n d a sólo en aguas inspiradoras y salutíferas. L o más decisivo es que , lejos de i n v i t a r l o s a quedar ­se allí con el la , los exhorte a que permanezcan a su servicio tras su vue l ta a l suelo p a t r i o . M u c h o menos les hablará para nada de academias. C o m o tampoco condena la r iqueza, n i los fuerza a h u i r de e l la , su consejo es que v u e l v a n a pisar las arenas del aurífero T a j o y , sobre t odo , que pasen allí muchas "du l ces horas de pesar a j e n a s " ( V I I I , 213) , ba jo el i n c o n f u n d i b l e y noble pabellón de la herenc ia garc i las iana.

Las razones de la Poesía son u n a l l a m a d a a la rea l idad y u n bálsamo c o n t r a r i o a tantas competencias y asperezas satíricas co­m o en esos años envenenan la v i d a l i t e r a r i a española. N o t iene , pues, la poesía nada que ver con el reconoc imiento m a t e r i a l n i con la f a m a , cuestiones pertenecientes a la r e l a t i v i d a d imper fec ta de todas las cosas h u m a n a s . A p o l o respondió con sequedad a las quejas del que todavía era u n poetastro ansioso de hacer f o r t u n a : " t ú m i s m o te has for jado t u v e n t u r a " ( I V , 7 9 ) 5 7 , y es ta l vez lo más acertado que alcanza a decir en todo el poema. L a poesía es, antes que nada , y en sí m i s m a , l a recompensa inest imable de u n inmenso y d u r a d e r o goce. E l Viaje del Parnaso ob je t iva en esto el discurso sapiencial sobre la poesía con que La gitanilla se dis ­tanc iaba de t a n t a q u e j u m b r e tópica:

— C o n todo eso —respondió Preciosa, he oído decir que es po-brísima, y que tiene algo de mendiga.

—Antes es al revés —respondió el paje— porque no hay poeta que no sea rico, pues todos viven contentos con su estado, filosofía

5 7 E c o del aforismo estoico Quilibet faber propriae fortunae, e r a a l a vez c o n ­vicción favorita de C e r v a n t e s en los últimos años de su v i d a . " C a d a u n o es artífice de su f o r t u n a ' ' en el Quijote ( I I , 66) . E x p r e s i o n e s s imi lares en Persiles ( I I , 13) . Véase n o t a de L . A . M U R I L L O en su edición, Don Quijote de la Man­cha, C a s t a l i a , M a d r i d , 1978, t. 2, p. 541 . E l Viaje del Parnaso tampoco oculta q u e l a abyección l i terar ia y m o r a l h a sido también causante de l a triste s i tua­ción de los poetas, según J O R D I G R A C I A G A R C Í A , "Intención y crítica del Via­je del Parnaso: e n torno a l a adulación y l a v a n a g l o r i a " , Anthropos, 1989, núms. 8 8 - 8 9 , p. 81.

Page 32: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

724 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

que alcanzan pocos. ¿Pero qué te ha movido, Preciosa, a hacer esta pregunta? 5 8

E l poeta que volvió del Parnaso t a n pobre como se fue es aho­r a , p o r lo menos , u n discretísimo profes ional , dispuesto a sazo­n a r todo b u e n m o m e n t o de su v i d a en el of ic io con u n a dosis de socarronería. Clichés aparte y t o m a d o ob j e t i vamente , hasta "es discreto el v u l g o de la corte , / aunque le toca la c o m ú n m i s e r i a " ( V I I , 320-321) , por lo cua l , a veces, hasta es capaz de d i s t i n g u i r entre buenas y malas comedias. L a v i d a l i t e r a r i a del poeta d igno de l n o m b r e puede verse de este m o d o como u n a i n i n t e r r u m p i d a cadena de goces. E l Cervantes de vue l ta de tantas amargas y allí h a r t o visibles realidades no está, dec id idamente , p o r los aspavien­tos, n i se considera menos que a for tunado p o r su dest ino de poe­t a . S i n concesiones a picarescas n i a pedanterías de académicos " l eyentes con l e t u r a " ( I , 100), las pr imeras páginas del poema habían trazado ya u n a deliciosa i m a g e n de los poetas como seres q u e , captados p o r u n a existencia en los confines de m u n d o s i n t e ­r iores e imag inar ios , " sobre el convexo v a n de las esferas" ( I , 84) y v i v e n la c o n t i n u a m a r a v i l l a de cuanto la fantasía les ofrece en cada instante . N a d a menos práctico, pero nada también menos " r o m á n t i c o " n i académicamente " p a r n a s i a n o " que la e n v i d i a ­ble l i b e r t a d de estos seres no santos n i demonios , sino u n poco absurdos e imposibles :

Llorando guerras o cantando amores, la vida como en sueño se les pasa, o como suele el tiempo a jugadores.

Son hechos los poetas de una masa dulce, suave, correosa y tierna, y amiga del hogar de ajena casa.

El poeta más cuerdo se gobierna por su antojo baldío y regalado, de trazas lleno y de ignorancia eterna.

Absorto en sus quimeras, y admirado de sus mismas acciones, no procura llegar a rico como a honroso estado.

( I , 89-99)

Las páginas finales e m p a l m a n , por su par te , con la m i s m a be­nevolenc ia ecuánime. L o i m p o r t a n t e no es l a m u l t i t u d de malos

5 8 Novelas ejemplares, e d . J . B . A v a l l e - A r c e , C a s t a l i a , M a d r i d , 1982, t. 1, p. 107.

Page 33: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 725

poetas, sino la presencia de algunos buenos, que todavía n o f a l ­t a n . A l r e t o r n a r a su M a d r i d de s iempre se ha l la m u y feliz de sa­l u d a r y pegar la h e b r a con viejos y excelentes amigos , que son además t a n finos poetas como el j o v e n L u i s Vélez de G u e v a r a , " q u e se puede l l a m a r qu i tapesares " ( I I , 168). C l a r o que se e n ­c u e n t r a también con grandes hipócritas y hasta con a lguno de los desertores de la bata l la parnas iana , pero tiene g r a n cu idado de guardarse de pendencias e invect ivas , no p o r r e n u n c i a r a su j u s t o v e j a m e n , sino guardándolo p a r a la ocasión prop i c ia . L a acade­m i a argamasillesca h a encajado la seria derro ta supuesta por su Viaje al Parnaso, pero no dejará de estar ahí s iempre, pues de ello se encarga c ierto eterno gusto español p o r los malos poetas, c o m ­parados esta vez con hueras calabazas y sus semillas:

Desta dulce semilla referida, España, verdad cierta, tanto abunda, que es por ella estimada y conocida.

Que aunque en armas y en letras es fecunda, más de cuantas provincias tiene el suelo, su gusto en parte en tal semilla abunda.

( V , 220-225)

E l le jano Parnaso está ahora semiolv idado y sólo l legan de él nuevos indic ios de su incurab le l o cura . A p o l o escribe en la Adjun­ta acerca de su cabeza más que n u n c a a f l ig ida de " v á g u i d o s " ba ­j o el castigo del sol canicu lar . Expresa también sus temores a u n n u e v o asedio, por lo cual él y las musas a r a n de sal los campos p a r a que n o se levante o t r a generación espontánea de la sangre allí v e r t i d a por los malos poetas. L a bata l la contra los traidores a l a poesía no tendrá n u n c a fin, e inev i tab lemente habrán de su-cederse nuevos episodios bélicos. ¿Acaso no ha de lucharlos cada n u e v a generación? Pero Cervantes , al menos, ha c u m p l i d o ya con su t u r n o de servicio y no va a estar allí p a r a verlos.

D u e r m a , aunque p o r poco t i e m p o , en paz la f ement ida aca­d e m i a de la A r g a m a s i l l a , pero ¿y la " o t r a " academia? Cervantes conoc ía y a d m i r a b a las academias de I t a l i a , como e jemplo y m o ­delo de lo que no cabría n u n c a tener en España. C o n elocuencia as imi lab le a u n m u d o t es t imon io , su Viaje del Parnaso no se ocupa p a r a n a d a de aquéllas n i de cuanto en el terreno del arte s i gn i f i ­caban . Nótese que el proyecto de v ia ja r al Parnaso equivalía a u n a ilusión de acogida y reconoc imiento por la más absoluta de las academias, la única donde el clasicismo no habría m u e r t o pa-

Page 34: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

726 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

r a t rans formarse en p l a n t a de i n v e r n a d e r o o p r o g r a m a adoptado en frío por y p a r a profesionales de la l i t e r a t u r a . Por supuesto, la ausencia de este o t ro " l e g í t i m o " sector académico es sólo r e l a t i ­v a , pues queda va lorada p o r el Viaje del Parnaso a través del t ema i n d i r e c t o de I t a l i a . Es de n o t a r que A p o l o p ide a u x i l i o a España, con todos sus problemas a cuestas, pero no a Franc ia n i a I t a l i a , c o m o pone de relieve M e r c u r i o :

De Ital ia las riberas he barrido; he visto las de Francia y no tocado, por venir sólo a España dirigido.

( I , 329-331)

L a galera de M e r c u r i o v a a pasar de largo ante estas dos n a ­ciones. Es obv io que n i él n i el Parnaso esperan nada de I t a l i a , caída en u n academicismo de erudi tos inf lexibles y casi i g u a l de in fecundos , p o r o t ro c a m i n o , que los ignorantes argamasillescos. C u a n d o la nave cruza por delante de Genova , M e r c u r i o o rdena de ja r la " a l a siniestra m a n o " y seguir su derro ta " p o r la dies­t r a " ( I I I , 134), pues, como todo el m u n d o sabía, la única d i s t i n ­c ión de aquel la c i u d a d era su insaciable sed de oro . T a m p o c o hay ningún i n t e n t o de hacer l a m e n o r escala en " l a ancha r o m a n a y pel igrosa p l a y a " ( I I I , 138), u n o de los versos sin d u d a más sope­sados en toda su v i d a p o r Cervantes ( R o m a , t i e r r a de " a n c h u ­r a s " morales y , en años t r i d e n t i n o s , nada favorables a la poe­s ía ) 5 9 . Ñapóles, c iudad al fin " e s p a ñ o l a " , no es más que escena­r i o de la conspiración de los Argenso la para alzarse " c o n perezosa t i ranía" con " l a ciencia que a ser d iv inos g u í a " ( I I I , 201) , A su v u e l t a del Parnaso , y estamos supuestamente en m a y o de 1612, Cervantes renueva allí sus mejores recuerdos juven i l e s , pero no encuentra n i n g u n a a c t i v i d a d l i t e r a r i a de a l t u r a . Se celebran des­de luego en Ñapóles espléndidas fiestas en honor de los regios m a ­t r i m o n i o s hispano-franceses, pero son de exclusivo carácter cor­tesano y caballeresco. Cervantes hasta piensa en escr ibir u n a re ­lación de las mismas, proyecto en el que se le antic ipa u n burócrata de l a corte v i r r e i n a l 6 0 , t a n d igno por lo demás de o lv ido como el

5 9 L a anotación de Rodríguez Marín (Viaje del Parnaso, 225) se m u e s t r a aquí i n g e n u a m e n t e a t a d a al pos i t iv ismo de los t iempos c u a n d o no ve e n a q u e ­l l a " p e l i g r o s a p l a y a " más que u n s imple dato geográfico, que i lustra con las p r e v e n c i o n e s de u n l ibro m o d e r n o sobre navegación del Mediterráneo.

6 0 Se llamó, según d e c l a r a allí C e r v a n t e s , " e l curioso D o n j u á n de O q u i -n a " ( V I I I , 370 ) , tesorero de l a corte v i r r e i n a l . E l texto, i m p r e s o e n M a d r i d

Page 35: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 727

m i s m o ostentoso y estéril festejo. Cervantes debía saber ya que la academia r e u n i d a en t o r n o a L e m o s (b i en l l a m a d a de los O c i o ­sos) era u n completo fracaso y hasta reverdecía los laureles arga-masillescos, en su círculo íntimo, con el lamentab le género de las comedias improv isadas o " d e r e p e n t e " . C o m p r o m e t i d o s todos a la r isotada, malgastaba en ellas su talento M i r a de Amescua, m i e n ­tras el gordo sacerdote Bartolomé L e o n a r d o de Argenso la hacía las delicias de todos en la interpretación de chuscos papeles feme­n inos .

E n l a m e j o r respuesta que cabía d a r a la conducta desleal de L e m o s y los Argenso la , Cervantes cautela de este m o d o cont ra el señuelo de I t a l i a , en el que él m i s m o había creído también por u n m o m e n t o . I g u a l lo hacía el Passagero de Cristóbal Suárez de F i g u e r o a , c u a n d o , a l d i r i g i r se hacia aquellas t ierras , recordaba a sus compañeros de v ia je que en n i n g u n a parte se i m p r i m e n l i ­bros t a n a la l i gera como en la o t r a Península 6 1 . I t a l i a no es so­lución, lo m i s m o que tampoco lo es el Parnaso, que no existe y a u n si exist iera n o merecería l a pena. E l " c o n t r a v i a j e " había te ­n i d o como u n a de sus dianas el desmit i f i car los falsos paraísos 6 2

y Cervantes le suma ahora la devaluación del Parnaso o, en su equiva lenc ia , la de aquel o t ro edén de la l i t e r a t u r a que sus c o m ­pañeros de generación ident i f i caban a la l igera con u n a I t a l i a idea­l i zada .

Si España es desesperante, I t a l i a no vale tanto la pena y más que n u n c a estaremos h o y de acuerdo en el saldo favorable que , f rente al sesteo académico de la o t r a Península, arro jaba el f ebr i l h e r v i d e r o creador en t o r n o a Cervantes . N o hay por qué desper­d i c i a r energías en busca de u n a perfección que no se da en n i n g u ­na par te . E l poeta a l a a l t u r a de sus obligaciones no t iene , por t a n t o , escapatoria a su c o m p r o m i s o con el arte y no puede escati­m a r su sacrificio n i excusarse con unas condiciones menos que ideales para dar cuanto l leva d e n t r o de sí. Por d u r o que ello re ­sulte , es en aquel M a d r i d inhóspito (y en el que después de Cer ­vantes h a n l l o rado también tantos poetas) donde hay que l evan ­tarse todos los días para la obra que , a m o d o de u n servicio públi­co, se debe crear allí y no en otro lugar . Es preciso hacerlo, además,

en 1612 ( l i c e n c i a de 31 de agosto de aquel año), se cons idera hoy perdido , pe­ro se c o n s e r v a u n extracto del m i s m o en J E N A R O A L E N D A Y M I R A , Relaciones de solemnidades y fiestas públicas de España, M a d r i d , 1903, p. 163.

6 1 El Passagero, p. 149. 6 2 C H E S N E Y , The Countervoyage, p. 5 8 .

Page 36: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

728 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

con elegancia y b u e n ánimo. L o contrar i o sería querer irse a l Par ­naso, o como i b a a dec ir siglos después A l d o u s H u x l e y , desertar " t o the side o f the a n g e l s " . L o cua l , como se sabe, es p a r a u n ar t i s ta " t h e most odious o f t r easons " .

N o se t ra ta con esto de n i n g u n a consideración anacrónica, pues los frutos p o r los que se conoce el árbol estaban m u y a la v ista . L a s academias i tal ianas habían desertado en masa al lado de los ángeles, y léase aquí el c ó m o d o espacio de u n m a n i e r i s m o p a r a l i ­zador , que aislaba al poeta de la v i d a real y había m e t i d o a las letras de aquel la Península por u n callejón sin salida. E l interés en l a l i t e r a t u r a i t a l i a n a parece haberse e x t i n g u i d o p a r a C e r v a n ­tes con la v i d a de T o r c u a t o Tasso (1544-1595) 6 3 , insigne producto de las academias y víctima también de l a in to l e ranc ia y estrechez d o c t r i n a l de las mismas . Cervantes se acerca con g r a n cautela al neoar istote l i smo académico y t r i d e n t i n o , pero con su " ¡ n a d a de P a r n a s o s ! " t e r m i n a por distanciárselo i g u a l que el opuesto espí­r i t u argamasil lesco 6 4 . E l discurso erud i to de los innumerables t r a ­tadistas consideraba la poesía a m o d o de u n ideal absoluto y cod i ­ficable, a la vez que como objeto de u n cu l to cuyo pedantesco sacerdocio les estuviera en prop iedad reservado. Pero la personi ­ficación de l a poesía como aquel la marav i l l o sa doncel la del Par ­naso signif icaba desde u n p r i n c i p i o la i m p o s i b i l i d a d metafísica de su posesión p o r parte de nadie . Cervantes ha escuchado de sus hermosos labios su deseo de n o someterse n u n c a a manos h u m a ­nas y permanecer p a r a s iempre l i b r e y dueña de sí m i s m a . L a poesía es u n ideal inalcanzable fuera de su c o n t i n u a búsqueda y n i n g u n a m a y o r estult ic ia para u n vate t o n t o n i l i s to , n i p a r a u n a ins igne academia, que el i n t e n t a r lo c o n t r a r i o . Por eso Cervantes no h u b i e r a creído hoy tampoco en la poesía p u r a .

6 3 E l Viaje del Parnaso m e n c i o n a dos veces a T a s s o ( I I , 134 y V , 87) bajo i g u a l e n c a r e c i m i e n t o de a n t o n o m a s i a poética. P a r a el sentido de l a a d m i r a ­ción c e r v a n t i n a a T a s s o véase A L B A N K . F O R C I O N E , " C e r v a n t e s , T a s s o , a n d the «romanzi» p o l e m i c , , , RLC, 44 (1970) , 433-443 . Sobre l a presencia de ideas l i terar ias de T a s s o en l a m a d u r e z de C e r v a n t e s , A N T O N I O V I L A N O V A , " E l pe­r e g r i n o a n d a n t e en el Persiles de C e r v a n t e s " , BABL, 22 (1949) , 124-129.

6 4 N o sería tampoco l a única vez que C e r v a n t e s i g u a l a r a bajo u n a m i s ­m a d e n u n c i a de r a m p a n t e filisteísmo l a r u s t i c i d a d s a n c h o p a n c e s c a y l a p e d a n ­tería neoaristotélica: " A glance at R e n a i s s a n c e treatises o n poetic theory r e ­veáis that the degree of deformation i n C e r v a n t e s ' car icature of the learned poet is not n e a r l y so great as a m o d e r n r e a d e r w o u l d s u p p o s e " ( A L B A N K . F O R C I O N E , " C e r v a n t e s a n d the freedom of the a r t i s t " , Romanic Review, 61 [ 1 9 7 0 ] , p. 253) .

Page 37: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 729

E l re torno c e rvant ino del Parnaso cumple así su h a b i t u a l f u n ­c ión autocrítica de la c u l t u r a humanística de su t i e m p o . Su que ­re l l a más i n m e d i a t a es el doble falseamiento de la m i s m a , t a n t o en su volverse m o n e d a de vellón como en su r e t i r a d a a la t r i n c h e ­r a conservadora y a u t o r i t a r i a de las academias. Suponen éstas, a u n en el m e j o r de los casos, u n concepto i r rea l i s ta , por demasia ­do c ó m o d o , de la poesía y u n a manipulación interesada de la m i s ­m a que la somete (para Cervantes m u y contra natura) al servicio de las ambic iones y carreras de los poetas: " E l elogio y la a u t o -contemplación parecen esconderse en estas pequeñas repúblicas cortesanas que cop ian la es t ruc tura jerárquica del poder y su co­d i f i c a c i ó n " 6 5 . E n respuesta esencial a la m i s m a clase de p r o b l e ­m a , el " c o n t r a v i a j e " u t i l i z a b a , en cuanto género, su p r o f u n d a erudición clásica para i n t i m a r a fin de cuentas la v a n i d a d de la m i s m a 6 6 . E l Viaje del Parnaso se ríe de d i cha c u l t u r a si por el la se entendía no u n noble espíritu y u n verdadero saber sino, como había l legado a ser lo más frecuente en su época, u n mero a l m a ­cén de fórmulas y mule t i l l as poéticas, y de ahí travesuras como su p a r o d i a del tri l ladísimo 6 7 "Infandum, regina, iubes renovare dolo-rerrí' {Eneida I I , 1):

— M u c h o , me respondió, mucho te subes en tus preguntas; calla y obedece, sí haré, pues no es infando lo que jubes.

( I I , 322-324)

C r i s t i a n a m e n t e , la poesía requiere de los suyos u n a m o r res­petuoso, pero no la adoración reservada a Dios . Enra i zado en el E r a s m o que i n v i t a b a al saboreo de las Sagradas Escr i turas y re ­chazaba a los c i ceronianos 6 8 , Cervantes continúa pensando en la l i t e r a t u r a como algo que el h o m b r e hace desde sí m i s m o p a r a su p r o p i o goce y el del pró j imo. Goce que es, en sí u n a experiencia nob le y educadora , a l a vez que u n a recompensa m u y super ior

6 5 A . E G I D O , " U n a introducción a l a poesía y a las a c a d e m i a s l i terarias del siglo x v n " , p. 12.

6 6 C H E S N E Y , The Countervoyage, p. 210. 6 7 Véanse aquí las correspondientes anotaciones de Rodríguez Marín y

H e r r e r o García. 6 8 E l común r e c h a z o del ideal del poeta doctus por E r a s m o y C e r v a n t e s es

visto en relación c o n l a polémica a n t i c i c e r o n i a n a del p r i m e r o por A L B A N K . F O R C I O N E , " C e r v a n t e s ' «La gitanilla» as E r a s m i a n r o m a n c e " , en Cervantes and the Humanist visión: a study offour Exemplary Novéis, P r i n c e t o n U n i v e r s i t y P r e s s , P r i n c e t o n , 1982, p. 174.

Page 38: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

730 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

a todas las r iquezas. L l e v a d a a l terreno del poeta, la docta ignoran-tia, en cuanto parado ja angu lar del h u m a n i s m o cr i s t iano , s i g n i f i ­ca que aquél habrá de reconci l iarse de antemano con ese o t r o i m ­perfecto costado que , p o r el hecho de ser h o m b r e , tendrá s iempre de " p o e t a s t r o " . Es sólo en el seno de esa modest ia (y no en otros superbi colli) donde el poeta se encuentra a sí m i s m o y a su arte c o m o preparación para las más altas empresas creadoras. Q u i e n no l o ent ienda así se encontrará sacri f icando a dioses falsos y ello ayudará a comprender que la importanc ia concedida por Cervantes al subdiscurso del poetastro n o es f o r t u i t a n i m e r a m e n t e p i n t o ­resca. E n cuanto var iante del morio, este " p o e t ó n " terminará por a s u m i r u n a voz sapiencial , en s u t i l aplicación de ese " s e r estulto es ser h o m b r e " 6 9 que r e f o r m u l a a l p a u l i n o stulti propter Christum ( I Cor. 4 .10) . Por el lado de la autosuf ic iencia o soberbia de l sa­ber no quedará más a l t e r n a t i v a que la de convert irse en ese des­d i chado y auténtico poetastro que , en su car i ca tura de la Stultitiae Laus, se despestaña (conforme a u n r i t u a l " a c a d é m i c o " ) para con­seguir los aplausos de o t ro " l e g a ñ o s o " como é l 7 0 . E l dios A p o l o h a t e n i d o que escuchar en su Parnaso , y de boca de u n ridículo poeta ind igente , la voz con que la parado ja cr ist iana proc lama co­m o u n alto ideal estético el dar " p a s a t i e m p o al pecho melancóli­co y m o h i n o " ( I V , 2 2 - 2 3 ) 7 1 . C o n f o r m e a la dinámica usual de aque l la l i t e r a t u r a del " l o c o " , h a sido u n a figura de acento bu fo ­nesco la encargada de proc lamar las verdades centrales del poema.

Para d e n t r o de casa, la defensa cervant ina de u n a poesía c u l ­ta y de sanas raíces grecolatinas s ignif ica todo lo c o n t r a r i o de u n clasicismo a u l tranzas académicas, y en rea l idad const i tuye t a m ­bién u n l l a m a m i e n t o i renis ta al desarme i n t e r i o r del m u n d o de las letras patr ias . Ese m u n d o que , al compás de toda la sociedad

6 9 A N T O N I O V I L A N O V A , " E r a s m o , S a n c h o P a n z a y su a m i g o d o n Q u i j o ­t e " , en Erasmoy Cervantes, L u m e n , B a r c e l o n a , 1989, p. 107.

7 0 Elogio de la locura, t r a d . A . Rodríguez B a c h i l l e r , A g u i l a r , M a d r i d , 1967, c a p . 50 , p. 217 .

7 1 S u p r e s e n c i a en E r a s m o , básica p a r a l a a p e r t u r a y valoración de éste a l a l i t e r a t u r a c a r n a v a l e s c a , es e s t u d i a d a por J O E L L E F E B V R E , Les fols et la fo­lie. Etude sur les genres du comique et la création littéraire en Allemagne pendant la Re-naissance, K l i n c s i e k , P a r i s , 1968, p. 227. M e he referido en otra ocasión al p a ­pel l i b e r a d o r de E r a s m o y su adopción de l a l i t e r a t u r a del " l o c o " c o m o géne­sis de u n a m o d e r n i d a d l i t e r a r i a : " E n rigor , se t r a t a b a del ideal de la relaxatio animorum que define el De sermone de P o n t a n o , antes de l a escisión del h u m a ­n i s m o e n el siglo x v i y de su c a u t i v i d a d por el aristotel ismo académico y c o n -t r a r r e f o r m i s t a " ( " L a l o c u r a emblemática en la S e g u n d a parte del Quijote", p. 106) .

Page 39: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

NRFH, X X X V I I I E L R E T O R N O D E L P A R N A S O 731

española, se v iene cerrando entre in f in i tas pendencias al sa luda­ble espíritu crítico de que el Viaje del Parnaso da discreto e j emplo . G r a n lección p a r a aquel la o t r a stultifera navis que era la a t u r d i d a corte madrileña, capaz de acuñación t a n única como mentidero12

y q u e , haciendo del embuste u n a f o r m a de v i d a , en lugar de aca­demias t iene sólo gal l ineros . Pero este o t ro ideal c e rvant inamente " a c a d é m i c o " no podía a b r i g a r en el día l a m e n o r esperanza rea­l i s t a , y nadie lo sabía m e j o r que el poeta morosophos73 r e t o rnado del Parnaso.

E n t r e el c r i m e n argamasil lesco de p r o f a n a r la poesía y la i d o ­latría de la m i s m a conforme al academicismo i t a l i a n o , queda a m ­p l i o espacio p a r a el j u e g o creador encaminado a d is ipar melanco ­lías c o n f o r m e a l a estética erasmiana del " m o s t r a r con p r o p i e d a d u n d e s a t i n o " ( I V , 2 7 ) 7 4 . Cervantes no t iene , a la h o r a del g r a n adiós, ningún o t ro secreto trascendental que comunicar a sus m e ­jores amigos y lectores. Se ha l la satisfecho de sí m i s m o y de su o b r a (en c ierto m o d o hasta de su p r o p i a v ida ) y quiere que todos lo sepan. Por supuesto que no le va a e n m e n d a r la p lana a Aristó­teles n i a t a n t o docto t ra tad i s ta , pero sí puede hab lar con a u t o r i ­d a d acerca de c ó m o h a de ser v i v i d a la l i t e r a t u r a . " P o e t a s t r o " y t o d o , ent iende de estas cosas, al cabo de sus años, m u c h o más que el jovenzuelo A p o l o en aquellas alturas parnasianas, tan vueltas de espaldas a l a rea l idad . E l sentido final de su Viaje del Parnaso n o es así sino de u n claro o r d e n ético. Es p o r esto por lo que ha r e c u r r i d o a l terceto, p r o p i o de la poesía más re f lex iva , frente a la octava r i m a que venía pre f i r i endo la l i t e r a t u r a académica so­bre estos temas. Su iconología de la poesía v i v a en el Parnaso i n ­t roduce u n a sut i l novedad , pues, cuando D o n Q u i j o t e ( I I , 16) ha ­cía hincapié en p i n t a r l a como aux i l iada por todos los saberes, con­f o r m e a u n concepto m u y neoaristotélico, la hermosísima n i n f a , aunque " t o c a y apunta de cualquiera c i enc ia " ( I V , 185), no c om­parte allí su m o r a d a sino con " l a d i v i n a y m o r a l filosofía":

M o r a n con ella en una misma estancia la divina y moral filosofía,

7 2 " C e r v a n t e s y el m e n t i d e r o de S a n F e l i p e " (Viaje del Parnaso, e d . R O ­D R Í G U E Z M A R Í N , apéndice 1).

7 3 M A U R I C E L E V E R , Le sceptre et la marotte. Histoire des fous de cour, F a y a r d , P a r i s , 1983, " L e morosophe o u fol s a g e " , pp . 191-214.

7 4 F O R C I O N E , " M a d n e s s a n d mystéry: T h e exemplari ty of C e r v a n t e s ' No­velas ejemplares", e n Cervantes andtheHumanist visión, p. 28 . "«Desatinos de pro ­pósito»: T h e ugly shapes of s a t i r e " , en Cervantes and the mistery qf lawlessness, " I n t r o d u c c i ó n " .

Page 40: EL RETORNO DEL PARNASO - Académicaaleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26745/1/38-002... · 2019-03-08 · EL RETORNO DEL PARNASO Sed me Parnasi desert pea r ardua dulcís raptat

732 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A NRFH, X X X V I I I

el estilo más puro y la elegancia. ( I V , 190-192)

Cervantes se reconsagra al concepto de raíces platónicas n u n ­ca de él abandonado , del poeta como depositar io de responsabi l i ­dades de o r d e n m o r a l y c o l e c t i vo 7 5 de que en todo m o m e n t o h a de hallarse dispuesto a r e n d i r cuenta . Es lo que vuelve también t a n grave (por vía recíproca) que u n a sociedad que se cree o m n i ­potente deje de aquel m o d o m o r i r de h a m b r e a sus poetas. A l m e ­nos por su l ec tura del P inc iano (1596) habría de conocer l a idea horac iana de que u n o de los oficios del poeta consiste en el noble comet ido de " f u n d a r r e p ú b l i c a s " 7 6 . N o es, pues, n i n g u n a casua­l i d a d que donde hay malos poetas haya también m a l gob ierno y viceversa. P o r eso veía Cervantes como el peor de los síntomas que las academias se enquistaran en el casticismo manchego o b ien q u e , en la cara opuesta de la m i s m a dinámica, los poetas se s in ­t i e r a n tentados a fugarse a I t a l i a o, lo que era aún peor, a c ierta clase de Parnasos.

F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A H a r v a r d U n i v e r s i t y

7 5 L a c o n t i n u a preocupación m o r a l del p o e m a es resa l tada por G E O F F R E Y S T A G G , " P r o p a g a n d a a n d poetics on P a r n a s s u s : C e r v a n t e s ' Viaje del Parnaso", Cervantes, 7 (1988) , 23 -38 .

7 6 A L O N S O L Ó P E Z P I N C I A N O , Philosophia antigua poética, ed . A . C a r b a l l o P i ­c a z o , C S I C , M a d r i d , 1953, t. 1, epístola I I I , p. 214. L a relación entre ambos autores h a sido e s t u d i a d a en especial por J E A N F . C A N A V A G G I O , " A l o n s o Ló­pez P i n c i a n o y l a estética l i t e r a r i a de C e r v a n t e s en el Quijote", Acerv, 1 (1958) , 13 -107 .


Top Related