ISSN 2177-8892
2021
EDUCAÇÃO SUPERIOR AGRÍCOLA, MODERNIZAÇÃO CAPITALISTA E
INTERFERÊNCIA ESTRANGEIRA. O CASO DA ESALQ-USP, 1960 A 1980.
Rodrigo Sarruge Molina
Doutorando na Faculdade de Educação (UNICAMP)
Departamento de Filosofia e História da Educação (DEFHE)
GT História, Sociedade e Educação no Brasil (HISTEDBR)
Financiamento: CAPES
INTRODUÇÃO
Este texto é baseado no atual projeto de doutorado que o pesquisador esta
desenvolvendo no programa de pós-graduação da Faculdade de Educação da Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP) sob orientação do livre docente José Luís Sanfelice. O
objetivo do estudo é entender a História da Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz” da Universidade de São Paulo entre as décadas de 1960 e 1980, período em que
ocorreu um amplo processo de expansão da educação superior agronômica no Brasil. Este
processo foi materializado com a inauguração de 40 cursos e a ampliação dos já existentes,
quando, por exemplo, a ESALQ/USP tornou-se uma das grandes referencias nacionais em
educação e pesquisa ao sediar um dos primeiros cursos de pós-graduação (stricto sensu) na
área das ciências agrárias em 1964 por meio do financiamento de entidades nacionais
(Fapesp, CNPq), estadunidenses (USAID e Rockfeller) e internacionais, sob “direção”
ianque (ONU-FAO e IICA-OEA).
Entende-se que este fenômeno esteve inserido em um contexto amplo conhecido
como “Revolução verde”, quando o campo brasileiro passou por um processo de
“modernização capitalista”1 por meio de altos investimentos na aquisição de tratores,
fertilizantes, agrotóxicos, educação e pesquisa que resultaram na expropriação indígena e
camponesa, concentração e compra de terras por empresas multinacionais, poluição do
1 Para Prado Junior (1979, p. 9), “se houve alguma modificação (...)foi no sentido de consolidar, repetir sob
novas formas e estender os velhos padrões, no fundamental, do passado colonial, isto é, o fornecimento e
disponibilidade de mão-de-obra de fácil exploração e custo mínimo”.
ISSN 2177-8892
2022
meio ambiente e nossa dependência cultural, visto que dentro da divisão internacional do
trabalho o “suporte” estrangeiro em tecnologia, educação agronômica e pesquisas
científicas eram ideologicamente e materialmente determinadas.
Em suma, pretende-se examinar todo este processo de “subordinação” e
“modernização capitalista conservadora” e suas contradições, quando, para além da
modernização, o Brasil sofreu com a perversidade imperialista que visou lucrar, eliminar os
modelos de desenvolvimento alternativos.
1. JUSTIFICATIVAS
Por que estudar a “História da Educação Agrícola” por meio da Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP)?
Acreditamos que estudar esta instituição pode colaborar para a compreensão da
configuração e re-configuração da classe dominante brasileira, em especial sua fração
ruralista e quais eram seus projetos educacionais.
De uma instituição quase falida, a escola se consolidou, no decorrer do século XX
como um centro estratégico da classe dominante para a formação de quadros para a direção
do Estado e da agricultura nacional. Foram graduados no campus de Piracicaba: 9 Ministros
Federais de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 22 Secretários de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo, 4 Secretários do Estado de São Paulo e 5 Ministros
e Secretários de Estado Interinos. Os últimos esalqueanos na administração do Ministério
da Agricultura foram: Roberto Rodrigues (01/01/2003 a 30/06/2006) e Luiz Carlos Guedes
Pinto (03/07/2006 a 22/03/2007). Recentemente, José Graziano da Silva formado na escola
em 1972, foi eleito para assumir a gestão de 2012 a 2015 como Diretor Geral da
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Entende-se que este é um dos pontos fundamentais do estudo da ESALQ/USP, visto
que, entender seu sentido histórico é também entender a formação educacional e ideológica
dos quadros de direção do Estado brasileiro. Atualmente, no campo da História, o estudo
ISSN 2177-8892
2023
mais aprofundado e crítico da formação ou redefinição da classe dominante brasileira pouca
curiosidade tem despertado. Tal postura, contribui para reificar a própria noção de classe
dominante – “banalizada enquanto noção vazia e abstrata”(MENDONÇA, 2000, p.1).
O Estudo também se atentará para a relação entre a escola e a produção agrícola,
pois, para além de formadora de quadros para a administração do Estado, a ESALQ/USP
também se tornou uma das principais instituições formadoras de profissionais para o setor
agroindustrial, posicionando-se atualmente como uma das bases ideológicas do
“agribusiness”2. Segundo o diário oficial paulista de 2001 (resolução SAA – 14, de 15-5-
2001), o governo do Estado de São Paulo elegeu o agronegócio como “O Negócio de São
Paulo” e a “ESALQ” base deste desenvolvimento do agronegócio do Estado de São Paulo e
do Brasil”(GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2001).
Dentro de nosso recorte cronológico proposto, 1960 a 1983, também entendemos
que nosso estudo pode contribuir para a maior compreensão da relação entre a ditadura
militar e a educação superior agrícola e o avanço de agências estrangeiras, especialmente
dos Estados Unidos, que visaram orquestrar o processo de modernização capitalista do
campo brasileiro.
2.DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA
Historicamente, a ESALQ/USP foi uma instituição quase extinta em 1904 e teve
grande ascensão com destaque internacional entre os anos de 1960 e 1980, período em que
uma grande soma de capitais internacionais e nacionais foram investidos na ampliação de
instituições de ciências agrárias já existentes, como foi o caso da ESALQ/USP, ou na
inauguração de novos programas educacionais por todo o Brasil.
2 Além das instituições oficiais (CAPES, FAPESP, CNPQ), empresas privadas estrangeiras e nacionais
também investem capitais na ESALQ/USP, visando retorno para seu sistema produtivo. Entre as principais
investidoras estão a Caterpillar, Monsanto, Lannes & Hoffmann, ABS Quality Evaluations, Votorantim
Celulose e Papel (VCP), Suzano Papel e Celulose, Grupo Marchiori, Massey Ferguson, John Deere, New
Holland, Serrana, Syngenta, AGCO Corporation.
ISSN 2177-8892
2024
Entre 1910 e 1929 diversas escolas de Agronomia e Veterinária foram
criadas. Elas chegaram a atingir o número de 20, pelo País afora (Lima et
alli, 1961). Muitas delas estão hoje extintas. Elas funcionaram ora como
cursos de agronomia, ora de Veterinária, ora como ambos. Dos cursos
criados entre 1930 e 1961, permaneceram somente seis de Veterinária e
dois de Agronomia: mas, a partir de 1961, ocorre verdadeira proliferação
de escolas superior e, além disso, surgem novos cursos de Engenharia
Florestal, Zootecnia e Engenharia Agrícola (Capdeville, 1991, p. 14)
Este processo histórico também é conhecido como “Revolução Verde”, quando o
“capitalismo imperialista” aprofundou suas relações no campo brasileiro. Octavio Ianni nos
ajuda a entender este contexto histórico por meio da citação abaixo.
A inclusão da agricultura, em geral, na política governamental de
exportação a qualquer custo, levou o poder estatal a favorecer, sob todas
as formas, os negócios das empresas que se criavam ou estavam
funcionando no setor. Criaram-se estímulos e favores fiscais e creditícios
para a formação, expansão, crescimento, aperfeiçoamento ou
modernização da empresa agrícola, pecuária, extrativista ou
agroindustrial. Tanto a agricultura intensiva como a extensiva receberam
favores e estímulos fiscais e creditícios, econômicos e políticos de bancos,
superintendências e fundos pertencentes ao Estado, e postos à disposição
da empresa nacional e estrangeira. A política de crédito rural adotada
pelos governos militares situa-se nesse programa de desenvolver intensiva
e extensivamente o capitalismo na agricultura do país (...) A agricultura
foi transformada em um mercado importante e crescente para a produção
do setor industrial, principalmente máquinas, implementos agrícolas,
fertilizantes e defensivos. Ao mesmo tempo o capital industrial ainda se
beneficiava da produção agrícola devido aos fornecimentos de gêneros
alimentícios aos assalariados urbanos, em geral, e ao proletariado
industrial, em especial (IANNI, 1981, p. 47 e 90).
Entre as década de 1960 e 1980, o Estado brasileiro inaugurou 40 instituições
escolares de ensino superior agrícola, sendo que destas, apenas 1 escola encerrou suas
atividades3. Dinâmica reversa se encontra ao analisar os dados históricos entre as décadas
de 1870 a 1950, quando o Brasil vivenciou em 80 anos de História, somente 30
inaugurações de escolas agrícolas superiores que resultaram em 18 falências. (Capdeville,
3 Década de 60 (UFP, UFSM, FUB, FAMESF, UFGO, FCABJ/UNESP, FCAVJ/UNESP, ESAM, FPE);
Década de 70 (UFES, FFALM, Patos, UFAL, UEMA, ESACMA, ESAPP, UFMT, UFSC, FUA, UFPI,
FUEM, FAT/FUnBA, UEL, UFMS, UT, PUC/RS); Década de 80 (UDESC, ESUCARV, FEIS/UNESP,
UEPG, UFA, ESAI, FESIT, UESB, FCAA, UFU, FAI, UNIJUI, FAZU, UNIFENAS)
ISSN 2177-8892
2025
1991, pp. 163-64). Nesse sentido, é possível afimar que a expansão do ensino superior
agrícola entre os anos de 1960 e 1980 esta relacionado com o avanço do capitalismo no
campo e a necessidade de constituir pesquisa e mão-de-obra especializada para
supervisionar este processo economico. Segundo, Brumer e Santos:
Diversos autores caracterizam o período de governo militar que vai de
1965 até 1979, como de `modernização conservadora´, no qual o Estado
assumiu um papel importante na indução da modernização da agricultura
através de créditos subsidiados. Como indica Martine (1987), `o novo
modelo apoiava-se tanto na oligarquia rural preocupada com a
efervescência dos movimentos sociais no campo, como nos setores mais
modernos do capital urbano interessados na ampliação do seu raio de
atuação”. Como meta final, o modelo visava a internacionalização da
economia brasileira e a acelaração do processo de industrialização. (...)As
políticas de modernização favoreceram as culturas destinadas à
exportação e/ou às agroindústrias, tais como cana-de-açúcar, café, trigo e
soja, deixando num plano secundário a produção de gêneros de consumo
da população de renda mais baixa, tais como feijão e mandioca.”
(BRUMER e SANTOS, 1998, p. 21)
Dentro desta dinâmica histórica, também pretendemos examinar as contradições,
como por exemplo, a repressão no período da ditadura militar contra os projetos
alternativos a “modernização capitalista subordinada”. Dentro da ESALQ/USP
encontramos evidências de prisão de alunos, o corte de verbas para professores e a
vigilância do aparelho Estatal e estudantil de direita contra o movimento estudantil de
esquerda. Já em nível nacional, as contradições ficam evidentes com a penetração extensiva
do capitalismo imperialista e monopolista no campo, fenômeno que colaborou na
concentração de terras e a luta por sua posse.
É principalmente a luta pela terra que gera pendências e conflitos entre
índios e posseiros, índios e grileiros, posseiros e grileiros ou índios,
posseiros, grileiros, latifundiários, fazendeiros e empresários. Nessas
pendências e conflitos, entram também jagunços, pistoleiros, policiais,
advogados e outros membros da burocracia privada e pública. Em geral o
resultado das lutas é a expansão da grande propriedade, com a expulsão
ou subordinação de indígenas, sitiantes e colonos (IANNI, 1986, p. 95).
ISSN 2177-8892
2026
Nesse processo, observou-se a intensificação da exploração da força de trabalho
assalariada no mundo agrário, aumentando os problemas entre os opressores (proprietários)
e oprimidos (trabalhadores).
O maior peso da ditadura caiu sobre a classe operária, urbana e rural.
(...)Houve intervenções e fechamentos de sindicatos operários urbanos e
rurais, as ligas camponesas foram simplesmente apagadas dos seus
lugares pela brutalidade da repressão; houve prisões, processos,
cassações, sumiços e mortes. Há os que ficaram mutilados para sempre.
Muitos “mortos sem sepultura”. O aparelho repressivo “trucidou líderes
camponeses paraibanos em terras de Pernambuco, jogando seus
cadáveres no mato”. Em muitos, muitos casos “nunca se soube, ao certo
a identidade dos mortos” (...)Foram muitos os trabalhadores rurais,
camponeses e operários presos, torturados, acidentados, desaparecidos,
assassinados” (IANNI, 1981, pp. 99-100)
3. A ESALQ/USP na Guerra Fria.
Neste contexto de “modernização” capitalista no campo e as ampliações e
inaugurações de instituições de educação e pesquisas agronômicas no Brasil, retratado com
a abertura de 40 cursos (1960-1980), ocorreram grandes articulações internacionais e
bilaterais na ESALQ/USP.
No pós-segunda Guerra, ocorreram alterações nas relações políticas e econômicas
internacionais. Os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas constituíram-se como superpotências, modificando as relações e o mapa
geopolítico internacional. Um dos fenômenos observados foi o surgimento de novas nações
e novas organizações internacionais como Organizações das Nações Unidas (ONU), Banco
Mundial (BID) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), criados em 1945, com o discurso
de manter a paz mundial e o intercambio entre os países do mundo.
Contraditoriamente, após estas institucionalizações cujos objetivos seriam criar uma
nova ordem de paz, as grandes potências, implantaram, na prática, uma grande corrida
armamentista, principalmente atômica, visando o controle e hegemonia do globo. Em
decorrência disso, houve grande divisão geopolítica do globo entre um ocidente capitalista
ISSN 2177-8892
2027
liderado pelos EUA e um oriente comunista, sob orientação da URSS. (HOBSBAWN,
1995).
Este contexto internacional, conhecido por Guerra Fria, teve reflexos no
posicionamento da instituição ESALQ/USP, como mostra uma analise preliminar de
documentos que se encontram nos arquivos do prédio central e no museu “Luiz de
Queiroz”. Estas fontes evidenciam que a instituição aprofundou suas relações com
organismos internacionais como: Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO-ONU), o Centro Interamericano de Ciências Agrícolas da Organização
dos Estados Americanos (IICA-OEA), o Escritório Técnico de Agricultura Brasil – Estados
Unidos (ETA-USAID), Ohio State University e Fundação RockFeller. Segundo Capdeville
(1991):
(...)o Escritório Técnico de Agricultura (ETA/USAID) desempenhou
importante papel, para as escola de agronomia e Veterinária, entre 1955 e
1968. Sua participação foi de especial importância no treinamento de
professores, na aquisição de equipamentos, no desenvolvimento da
pesquisa e na criação dos cursos de pós-graduação stricto sensu. Por meio
dele estabeleceu-se intenso intercâmbio de professores e técnicos entre
universidades brasileiras e norte-americanas, na área agrária. O
desenvolvimento quantitativo e qualitativo dos cursos da área de ciências
agrárias ocorrido na década de sessenta muito deve às ações do Ponto IV4,
por meio do Projeto ETA-555. (CAPDEVILlLE 1991, p. 93).
Por trás destas instituições internacionais como ONU e OEA estava o Banco
Mundial, que no final da década de 1960, entendera que deveria investir nas periferias
visando seu crescimento econômico articulado com o combate a miséria, aspectos que
evitariam “distúrbios” revolucionários que ameaçariam a hegemonia capitalista, tais como
aconteceu em Cuba em 1959.
4 O Ponto IV tratou da assistência técnica aos paises em desenvolvimento. Segundo Capdeville (1991), à
imagem dos programas de assistência técnica e financeira aos paises da Europa atingidos pela segunda guerra
mundial (Plano Marshall) e ao Japão, e já no contexto da guerra fria, sua proposta visava impedir o
deslocamento dos países subdesenvolvidos para a órbita comunista. 5 Projeto ETA-55 foi um convênio entre universidades brasileiras e estadunidenses que objetivaram implantar
a pós-graduação em ciências agronômicas no Brasil. (Capdeville, 1991)
ISSN 2177-8892
2028
Este arrazoado de caráter humanitário explica apenas uma parte do
problema. A preocupação do Banco em relação á marginalização
econômica deu-se também pelas relações sociais que eclodiram no
Terceiro Mundo, marcadamente na América Latina, a partir da década de
60. Neste caso, as medidas voltadas para a distribuição mais justa da
riqueza não constituíam apenas `um objetivo moral mas, antes de tudo,
um imperativo político´ para resguardar a estabilidade do mundo
ocidental, segundo o então presidente do Banco (McNamara apud
Fonseca, 2000)
Outro exemplo foi a Organização das Nações Unidas para a educação (UNESCO),
que instrumentalizada pelo bloco capitalista, chefiados pelos EUA, visavam influenciar
todos os países do globo por meio de políticas de ajuda, objetivando forjar ideologicamente
o mundo para o capitalismo, contrários, portanto, ao crescimento socialista sob liderança
soviética. Nesse sentido, organizavam todos os anos conferências gerais, reuniões regionais
para debater o ensino, a educação de base, a educação de adultos, o combate ao
analfabetismo e a melhoria na formação de professores (MARCÍLIO, 2005, p. 154).
Foi neste contexto histórico, a década de 60, que os convênios bilaterais e
internacionais foram aprofundados na ESALQ/USP. A instituição viveu uma grande
expansão quando o campus passou a abrigar o Centro de Energia Nuclear na Agricultura
(CENA) e inaugurou seus primeiros cursos de pós-graduação. Estes cursos e centros de
pesquisa criados no pós-guerra no campus USP de Piracicaba tiveram grande participação
ideológica e financeira de agrônomos estadunidenses.
(...)em 19 de abril de 1963 firma-se um convênio entre o Estado de São
Paulo, a Universidade de São Paulo, a Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz, de um lado, e, de outro, a Agência para o
Desenvolvimento Internacional, dos Estados Unidos (USAID/Brasil), com
a participação do representante brasileiro do ponto IV, Engenheiro-
Agrônomo Luiz Simões Lopes. O item II do convênio estabelece suas
finalidades, destacando-se a primeira : 1. Adaptar o ensino, a pesquisa e a
educação do lavrador na ESALQ, ao padrão do sistema norte-americano
de `Land Grant Colleges” (CAPDEVILLE, 1991, p. 98)
ISSN 2177-8892
2029
Segundo Eurípides Malavolta6, um dos primeiros professores do CENA-ESALQ, as
intervenções das agências estadunidenses foram personificadas na figura do professor C.C.
Delwiche da Universidade da Califórnia, que fundamentou o Centro de Energia Nuclear na
Agricultura (CENA), inaugurado em 1966.
O que estava ocorrendo era o desdobramento natural da política
econômica de desenvolvimento capitalista dependente – ou de economia
aberta que os governos ditatoriais começaram a pôr em prática desde
1964, em termos agressivos e repressivos. A idéia de “economia aberta”
que fundamentou o chamada “modelo econômico” brasileiro desde 1964,
foi inspirada e alimentada pelos interesses da grande empresa imperialista.
A rigor, o “modelo” e o “milagre” econômicos, de que falam os
tecnocratas, ideólogos e cronistas, não foram senão os produtos da ampla
captura do poder estatal do país pelo capital monopolista. Por isso, e pela
forma agressiva e repressiva com que a ditadura se exerce sobre o
proletariado industrial e agrícola, é que o Golpe de Estado de 1964 ficou
na História do Brasil e da dominação imperialista no Brasil. (IANNI,
1986, p. 100).
Na “Luiz de Queiroz” as intervenções estadunidenses também eram sucedidas por
meio da fundação Rockfeller. Para prosseguir o projeto ideológico iniciado nos EUA, a
fundação doava equipamentos aos ex-bolsistas da escola que estudavam nos Estados
Unidos e voltavam para o Brasil prosseguindo as diretrizes da agricultura ianque.
Com a proclamação da Doutrina Truman, os governos dos Estados Unidos
aprofundaram a política imperialista de intervenção em todo globo terrestre, legitimandos
pelo “destino manifesto”7 e o discurso de defesa da “liberdade” e “democracia”, que
supostamente estariam sendo ameaçados pela expansão comunista.
Em nível nacional, esta intervenções estadunidenses também foram forjas por meio
do Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), fundado em maio de 1959, a
organização colaborou para a preparação ideológica para o golpe de 1964. De acordo com
Saviani, esta entidade foi:
6 http://www.cena.usp.br/historico/historicopage3.htm (acessado em 20/7/2010)
7 Destino Manifesto é a ideologia que defende a escolha divina do povo dos Estados Unidos para comandar o
mundo. (KARNAL, 2001; NARO, 1987)
ISSN 2177-8892
2030
(...)a primeira organização empresarial especificamente voltada para a
ação política. Sua finalidade explícita era combater o comunismo
(...)Fundado por Ivan Hasslocher, de quem se dizia que era agente da
Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), órgão de espionagem
do governo americano, o IBAD era financiado por grandes empresas
nacionais e internacionais, especialmente norte-americanas. Suas ações
caracterizavam por intensa propaganda e pela interferência nos bastidores
da política, mediante financiamento de candidatos para as eleições
legislativas e para os governos estaduais, lançando mão, também, do
recurso ao aliciamento e compra de parlamentares. (...)Outra investida dos
empresários, esta de maior duração e de mais amplas conseqüências no
âmbito educacional, foi o instituto de Pesquisas e Estudos sociais (IPES)
(SAVIANI, 2007, p. 339) .
No campo da educação agrícola, em julho de 1960 foi criada na ESALQ/USP a
“Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior” (ABEAS). Nos primeiros anos de
existência, esta associação teve seu funcionamento atrelado ao Escritório Técnico de
Agricultura Brasil – Estados Unidos – ETA/USAID, na cidade do Rio de Janeiro, ali
permanecendo no período de 1965 a 19688, ano em que findavam as atividades do ETA no
Brasil.
Após ser amparada pela USAID, a ABEAS passou a ser sediada no escritório do
Instituto Interamericano de Ciências Agrícolas (IICA-OEA) de 1970 a 1981, também no
Rio de Janeiro. A ABEAS tinha a função técnica e política de conduzir o ensino agrícola
nacional por meio das diretrizes estadunidenses (USAID e OEA, sob direção ianque).
Segundo a página eletrônica da instituição9, a ABEAS: “Participou e influenciou nos
processos de federalização de diversas faculdades de ciências agrárias e introduziu a
cooperação entre as IES e organismos como o IICA-OEA e as universidades norte-
americanas”.
(...)o Instituto Interamericano de Ciências Agrárias (IICA), da
Organização dos Estados Americanos (OEA) (...)desenvolveu várias
ações, principalmente em convênio com a AEAVB/ABEAS, promovendo
o treinamento de professores, apoiando as unidades de apoio pedagógico
8 Também em 1968 foi decretada à conhecida “lei do boi” (Lei n
o 5.465, de 3/7/1968), “que reservava 50%
das vagas do vestibular das instituições de ensino agrícola superior para agricultores e filhos de agricultores”.
(Capdeville, 1991) 9 http://www.abeas.com.br/wt/criacao.php (acessado em 6/5/2011)
ISSN 2177-8892
2031
(UAPs) e fornecendo infra-estrutura à AEAVB/ABEAS. A ação do IICA
foi especialmente importante na década de sessenta, mas em 1959 já
sugeria a criação, com seu apoio, de mestrado na área de Zootecnia, em
Minas Gerais, com a colaboração das Escolas Superiores de Agricultura
de Viçosa e a Escola Superior de Veterinária de Belo Horizonte e com a
participação do Instituto de Zootecnia de Minas Gerais e do departamento
Nacional de Produção Animal do Ministério da Agricultura (Capdeville,
1991, p. 94).
A ESALQ/USP entre os anos de 1964 e 1972, diferente de sua gênese entre os anos
de 1881 a 1901 e suas primeiras experiências na primeira República, quadra em que
percalços de toda ordem surgiram e se repetiam, principiou com firmeza em 1964 um dos
primeiros programas de pós-graduação (stricto sensu) na área de ciências agrárias na
América Latina. Inicialmente o programa era composto por 6 cursos nas áreas de:
Experimentação e Estatística (atualmente Estatística e Experimentação Agronômica),
Fitopatologia, Genética e Melhoramento de Plantas, Mecânica, Motores e Máquinas
Agrícolas (desativado em 1970), Nutrição de Plantas e Solos. Ainda nos anos 60, novos
cursos foram criados: Ciências Sociais Rurais (1966), Nutrição Animal e Pastagens (1966,
atualmente Ciência Animal e Pastagens), Entomologia (1968), Fitotecnia (1968); em 1969,
a ESALQ/USP foi divulgada nacionalmente como centro de excelência no
desenvolvimento de pós-graduação e pesquisa em Ciências Agrárias, título concedido pelo
CNPq. Na graduação as inovações foram a aberturas dos cursos de economia doméstica em
1967 e engenharia florestal em 1972. (A PÓS-GRADUAÇÃO DA ESALQ, 2004, p. 23).
Estes cursos, teriam a função de “formar a mão-de-obra especializada requerida pelas
empresas e preparar os quadros dirigentes do país” (SAVIANI, 2007, p. 340).
Essa iniciativa veio ao encontro das necessidades de formação de
doutores para prover as instituições de ensino superior do País e, também,
a recém criada Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),
que iniciou oficialmente suas atividades em 1973, congregando 830
pesquisadores oriundos de institutos de pesquisa, dos quais 17% tinham
pós-graduação, sendo apenas dois doutores. À época, a Diretoria da
Embrapa decidiu dar prioridade à capacitação de seus técnicos em escolas
estrangeiras e brasileiras, entre as quais figurou a Esalq. (A PÓS-
GRADUAÇÃO DA ESALQ, 2004, p. 25).
ISSN 2177-8892
2032
Paralelo ao desenvolvimento do ensino agrícola, especialmente o superior, foram
forjadas instituições destinadas à pesquisa agronômica visando difusão da tecnologia
agrícola “com programas de animação rural ou “extenção rural”. Assim, o Estado brasileiro criou
a Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural (ABCAR), que, a partir de 1973, passou a
chamar-se Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMBRATER) e a
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), também em 1973.
(Capdeville, 1991, p. 15)
Neste contexto histórico, a ESALQ/USP reorganizou sua estrutura pedagógica e
administrativa vigente desde 1963, quando as 23 cadeiras professorais foram transformadas
no ano de 1970 em 15 departamentos (Perecin, 2004). Desde 1901, a instituição era
organizada por meio das cadeiras professorais, no entanto, devido a reforma empreendida
nas unidades da Universidade de São Paulo em 1970, as disciplinas organizadas em
cadeiras professorais foram transformadas em departamentos. Por exemplo, a cadeira de
Agricultura juntamente da de Horticultura e suas respectivas seções técnicas e
disciplinares, foram transformadas no Departamento de Agricultura e Horticultura.
(Graner, 1975)
Nesta época, outra inovação institucional na ESALQ foi a criação da Fundação de
Estudos Agrários Luiz de Queiroz” (FEALQ).10
Inaugurada em 1976, a entidade privada
funcionava como captadora de recursos externos para promover programas de pesquisa
cientifica, publicações, eventos e cursos que atendem os interesses da agroindústria.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entendemos que neste período histórico, o período de preparação ao golpe de 1964
até a consolidação da ordem ditatorial, é fundamental explorar as relações da ESALQ/USP
10
Atualmente “É proprietária da Fazenda Figueira, em Londrina, Estado do Paraná, onde estabeleceu uma
estação agrozootécnica voltada ao desenvolvimento de projetos de pesquisa com bovinocultura de corte,
forragicultura, silvicultura e outras áreas relacionadas com ciências agrárias e preservação ambiental.”
(www.fealq.org.br) Atualmente, seu forte negócio esta atrelado ao mercado da educação, com a oferta de
cursos presenciais, semi-presenciais ou “a distância”.
ISSN 2177-8892
2033
com a chamada “revolução verde”, quando uma enorme quantia de recursos financeiros
dos centros capitalistas foram destinados aos paises periféricos visando sua “modernização
capitalista”. Este processo “transformou” o campo com a mecanização agrícola, uso de
insumos industriais (fertilizantes e agrotóxicos), melhoramento genético de sementes,
introdução da energia nuclear para a produção, entre outras inovações de caráter industrial
responsável pela poluição ambiental11
e expulsão dos pequenos lavradores de suas terras, já
que não tinham capital para acompanhar esta onda desenvolvimentista.
A terra devoluta, tribal e ocupada é transformada em monopólio de
grandes latifúndios e empresas nacionais e estrangeiras. Expropriam-se
índios, posseiros, caboclos, sitiantes e outros trabalhadores rurais, que se
transformam em peões, vaqueiros, agricultores, mineradores, mineiros,
operários ou mesmo lumpen. A violência privada, a jagunçagem, atua
livremente, ou associada com a violência estatal. O aparelho de Estado é
posto a serviço da formação e expansão do latifúndio e empresa, por meio
da parafernália burocrática, as isenções de impostos, os favores
creditícios, a proteção econômica e política ;enquanto são esquecidos,
controlados ou expropriados índios, posseiros, caboclos, sitiantes e outros
trabalhadores rurais, que vivem de suas roças e criações, pesca e caças,
em terras tribais, devolutas ou ocupadas (...)A terra transformada em
mercadoria, e monopolizada por latifúndios e empresas, aparece separada,
independente, do trabalhador rural, caboclo, sitiante, posseiro, índio. Está
em curso o desenvolvimento das relações capitalistas de produção no
campo, juntamente com a acumulação primitiva, como processo
estrutural. (IANNI, 1986, p. 248)
Neste processo político-economico, os EUA “prometiam” uma série de benefícios.
“Venderam” aos brasileiros um pacote que incluía desde intercâmbios entre instituições de
educação e pesquisas até importações de maquinários e insumos estadunidenses, o que
garantiu uma grande soma de lucros ao EUA e nossa dependência cultural nacional. Além
do governo estadunidense, “o projeto do Banco Mundial visava reforçar o modelo norte-
11
A modernidade da questão ambiental – da idéia de que a relação com o ambiente natural coloca um
problema radical e inescapável para a continuidade da vida humana – deve ser entendida em sentido amplo.
Ela não está relacionada apenas com as consequências da grande transformação urbano-industrial que ganhou
uma escala sem precedentes a partir dos séculos XIX e XX, mas também com uma série de outros processos
macro-históricos que lhe são anteriores e que com ela se relacionam (dentro do jogo de continuidades e
descontinuidades que caracteriza os processos históricos). É o caso da expansão colonial européia e da
incorporação de vastas regiões do planeta, uma grande variedade de territórios e ecossistemas, a uma
economia-mundo sob sua dominância. (Pádua, 2002).
ISSN 2177-8892
2034
americano de desenvolvimento rural, que fundamentava o enfoque pedagógico da escola-
fazenda.” (Fonseca, 2000, p. 236)
A partir da década de 70, os projetos do BIRD (que antes limitavam-se ao
financiamento de infra-estrutura e energia) voltam-se para o incremento
da produtividade, especialmente no setor agrícola, considerado como um
dos fatores para conter o crescimento da pobreza. O setor social, incluindo
a educação, que até então não era privilegiado no projeto de
financiamento do Banco, passa a ter acesso ao créditos dessa agência.
(Fonseca, 2000, p. 231).
Desde sua fundação, a performance destas agências internacionais e bilaterais,
caracterizou-se por um tipo de desenvolvimento econômico desigual e injusto,
concentrando renda e causando a exclusão de paises pobres, assim como devastando o meio
ambiente. Foi este o papel que cumpriu no Brasil dos anos de 1970, por meio de sua
“modernização capitalista”, o que culminou com a crise de endividamento da década de
1980. Além de forte recessão e agravamento da miséria12
pela via da exclusão social, o
Banco Mundial também passou a influenciar a própria legislação brasileira (TOMASI,
2000).
Avançando no tempo, percebe-se que estas intervenções estrangeiras na instituição,
em especial as estadunidenses, não mudaram. Segundo dados do ano de 1998, grande parte
dos recursos que a ESALQ/USP dispõe para seus programas de pesquisa e educação são
capitaneados da Fundação Rockefeller, Ohio University/Usaid, Michigan State University,
Midwest Consortium for Internacional Activities, Unicef, BID, Conselho Britânico e
Universidade de Gembloux (Bélgica). (SANTOS, 1998, p. 86)
As consequências da situação até aqui descrita, no entanto, necessitam de melhor
investigação por meio do exame das seguintes questões:
1- Quais seriam os interesses econômicos, sociais, políticos e culturais (nacionais e
internacionais), destas instituições estrangeiras ao investir recursos na ESALQ/USP e como
12
Cerca de 40% da população brasileira passou a viver abaixo da linha da pobreza, o que representa menos de
dois dólares por indivíduo para a sobrevivência diária. (SOARES in TOMASI , 2000, p. 17)
ISSN 2177-8892
2035
essas intervenções deram-se no interior da instituição, como o movimento estudantil ou as
disciplinas ministradas na escola?
2 - Qual a relação destes fatos expostos acima com a política estatal de abertura de
40 cursos superiores de agronomia entre 1960 e 1980?
BIBLIOGRAFIA
Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior. Anais da XXI Reunião Anual.
Porto Alegre, 19 a 23 de Outubro de 1981. Brasília-ABEAS, 1982.
ALMEIDA Jr, Antonio Ribeiro de; QUEDA, Oriowaldo. Trote na Esalq, s/ed. 2003.
ADUSP. Informativo, no
109 16 de agosto de 2004 – ADUSPNET
(http://www.adusp.org.br/noticias/Informativo/169/info169.pdf) – acessado em 10 de Maio
de 2011.
______. O livro Negro da USP: O Controle ideológico da Universidade, s/ed,1978.
BANDEIRA, L. A. M. Brasil – Estados Unidos: A Rivalidade Emergente (1950-1988).
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1989.
BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista, Rio de Janeiro, RJ: livros técnicos e
científicos editora S.ª, 1987.
BUFFA, E; NOSELLA. Instituições Escolares: porque e como pesquisar. Campinas, SP:
Editora Alínea, 2009.
___________________.Texto da Video Conferência –HISTEDBR-20anos, UNICAMP,
24/11/2005, interligado ao II Colóquio sobre pesquisa de Instituições Escolares UNINOVE,
São Paulo, 2005.
BRUMER, A; SANTOS, J. T. dos. Tensões agrícolas e agrárias na transição
democrática brasileira. In Giarraca, Norma e Cloquell, Silvia. Las Agriculturas Del
Mercosur: el papel de los actores sociales. Buenos Aires, Argentina: Editora La Colmena,
1998.
MARTINE, G. Efeitos esperados e imprevistos da modernização agrícola no Brasil . In:
Martine, George e Garcia, Ronaldo Coutinho (orgs.). Os impactos sociais da modernização
agrícola. São Paulo, Caetés, 1987.
ISSN 2177-8892
2036
CASTANHO, S. E. M. . Teoria da história e história da educação: por uma história
cultural não culturalista. 1. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2010. v. 1. 108 p.
CAPDEVILLE, G. O Ensino Superior Agrícola no Brasil. Viçosa-MG: Imprensa
Universitária (UFV), 1991.
DEMÉTRIO, C. G. B.; VIEIRA, M. L. C.. A pós graduação da Esalq: 40 anos de
história. Ribeirão Preto: A. A. Pinto, 2004.
ELIAS, B . “Operação Pira” ou como o regime em agonia espionou o Congresso da
UNE. Revista ADUSP, outubro 2004.
ESPINDOLA, C. R.. Memórias da A68 / Carlos Roberto Espindola, Sheila Zambello de
Pinho, Sonia Maria Pessoa Pereira Bergamasco. Campinas: Do Autor, 2010.
FONSECA, M. O Financiamento do Banco Mundial à educação brasileira: vinte anos de
cooperação internacional. In: TOMASSI, WARD E HADDAD (org). O Banco mundial e
as políticas educacionais, São Paulo, Cortez, 2000.
SÃO PAULO. Centenário da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” –
ESALQ/USP: Homenagem do Governo de São Paulo, Secretaria de Agricultura e
Abastecimento. São Paulo: Centro de Comunicação Rural, 2001.
GRAMSCI, A. Concepção dialética da História. Rio de Janeiro: 10o ed, Civilização
Brasileira, 1995.
GRANER, E. do A. “Departamento de Agricultura e Horticultura”. In: Esalq 75 (1901-
1976). 75 anos a Serviço da Pátria. Edição Comemorativa. Piracicaba, Esalq, 1975.
HOBSBAWM, E. J. Era dos Extremos: o breve século XX, 1914-1991. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995.
________________. Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
________________. Era dos impérios, 1875-1914. 13. ed. - São Paulo: Paz e Terra, 2009.
IANNI, O. Ditadura e Agricultura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986.
________. A Ditadura do Grande Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.
JACOMELI, M. R. M. PCNs e Temas Transversais: análise histórica das
políticaseducacionais brasileiras. Campinas, SP: Editora Alínea, 2007.
KARNAL, L. Estados Unidos: A formação da Nação. São Paulo: Contexto, 2001.
LOMBARDI, J. C. Questão Agrária II: A Relação Capitalismo - Agricultura.
Universidade e Sociedade (UEM), v. 4, p. 32-37, 1987.
ISSN 2177-8892
2037
TERCI, E. T. O Desenvolvimento de Piracicaba: História e Perspectivas. Piracicaba:
Ed. UNIMEP, 2001.
MARTINS, J. de S. O Cativeiro da Terra. São Paulo, Editora HUCITEC, 1990.
MARCÍLIO, M. L. História da escola em São Paulo e no Brasil. São Paulo: Imprensa
Oficial do Estado de São Paulo : Instituto Fernand Braudel, 2005.
MAGALHÃES, J. P. Tecendo nexos: história das instituições educativas. Bragança
Paulista: EDUSF, 2004.
________________. Um apontamento metodológico sobre a história das
instituições educativas In: SOUSA, Cynthia Pereira de e CATANI, Denice Bárbara
(orgs.)Práticas Educativas, Culturas Escolares, Profissão Docente. São Paulo:
Escrituras Editora, 1998.
MARX, K. e ENGELS, F. A Ideologia Alemã, trad. Bruni, José Carlos e Nogueira, Marco
Aurélio São Paulo: Editora Hucitec, 1987.
MENDONÇA, S. R. Mundo Agrario. Revista de estudios rurales.Centro de Estudios
Histórico Rurales. Universidad Nacional de La Plata. vol. 1 nº 1, 2S/2000.
________________. A Questão Agrária no Brasil: a classe dominante agrária –
natureza e comportamento – 1964-1990. São Paulo: Expressão Popular, 2006.
MOLINA, R. S. Escola Agrícola Prática “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP): sua gênese,
projetos e primeiras experiências – 1881 a 1903. Dissertação de Mestrado. Depto de
Filosofia e História da Educação, FE-UNICAMP, 2011.
NARO, N. P. S. A Formação dos Estados Unidos. Campinas: Ed.UNICAMP, 1987.
NORONHA, O. M. . Historiografia das Instituições Escolares: contribuição para a
reflexão metodológica na construção do objeto. Revista Educação e Cidadania, v. 4, p. 49-
54, 2005.
OLIVER, G. de S. O papel das Escolas Superiores de Agricultura na
institucionalização das ciências agrícolas no Brasil, 1930-1950: práticas
acadêmicas,currículos e formação profissional. Tese de doutorado, Instituto de
Geociências, UNICAMP, Campinas, 2005.
PÁDUA, J. A. Um sopro de destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil
escravista, 1786-1888. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.
ISSN 2177-8892
2038
PERECIN, M. T. G.. Os passos do saber: a Escola Agrícola Prática Luiz de Queiroz.
São Paulo: Editora da USP, 2004.
PRADO JÚNIOR, C. A Questão Agrária no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1979.
RAGAZZINI, D. Diacrônico/sicrônico e os paradoxos educativos da historiografia in
Navegando pela história da educação brasileira: 20 anos de HISTEDBR. / José
Claudinei Lombardi; Dermeval Saviani (orgs.) – Campinas, SP: Autores Associados:
HISTEDBR, 2009.
SAVIANI, D (a). “Instituições Escolares no Brasil: Conceito e reconstrução Histórica”.
In: Instituições Escolares no Brasil.../Maria Isabel Moura Nascimento... [et al.], (orgs). -
Campinas, SP: Autores Associados: HISTEDBR, 2007.
_____________(b). História das idéias pedagógicas no Brasil. São Paulo: autores
associados, 2007.
SANFELICE, J. L. História de instituições escolares: apontamentos preliminares.
QUAESTIO: Revista de estudos de educação. V. 1 (Maio 1999) – Sorocaba, SP: Uniso,
1999.
__________________.História, Instituições Escolares e Gestores Educacionais. Revista
HISTEDBR On-line, Campinas, n. especial, p.20–27, ago. 2006.
__________________História e Historiográfica de Instituições Escolares. Revista
HISTEDBR On-line, Campinas, n.35, p. 192-200, set.2009.
SANTOS, M. C. L. dos. USP, Universidade de São Paulo: alma mater paulista, 63
anos. São Paulo: Edusp/Imprensa Oficial, 1998.
SNYDERS, G. Escola, Classe e luta de classes. 2ed. Lisboa: editores Moraes, 1981.
SODRÉ, N. W. Formação Econômica do Brasil. São Paulo, Editora Brasiliense, 1967.
TOMASI, WARDE e HADDAD (org). O Banco mundial e as políticas educacionais,
São Paulo, Cortez, 2000.
ISSN 2177-8892
2039
FONTES HISTÓRICAS E OUTROS MATERIAIS.
Revista: “O Solo” – 1909 a 2011.(Biblioteca da ESALQ/USP)
Documentos de criação da pós-graduação na ESALQ/USP – 1964 (idem)
Vídeo: institucional do CALQ:
http://www.youtube.com/watch?v=ePh_OV7Z3HY ( acessado em 13/07/2011)
Vídeo: “O Veneno está na mesa” (Silvio Tendler):
www.youtube.com/watch?v=WYUn7Q5cpJ8 (acessado em 8/8/2011)