Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
Mariana Bruinje Cosentino
HOSPITAL E MATERNIDADE MUNICIPAL SÃO JOSÉ DOS PINHAISPROGRAMA DE RESIDÊNCIA DE CLÍNICA MÉDICA
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
• Progressiva• Efeitos sistêmicos• Comorbidades
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma enfermidade respiratória prevenível e tratável, que se caracteriza pela presença de
obstrução crônica do fluxo aéreo, que não é totalmente reversível.(II CONSENSO BRASILEIRO SOBRE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - 2004) .
EPIDEMIOLOGIA
• Alta prevalência• Subdiagnosticada• Subestimada• Incidência conforme sexo e idade• Frequente causa de internação• Mortalidade
2010 – SJP: 81 internações 6,17%
mortalidade
ETIOLOGIA
• Fatores ambientais e do paciente
(II CONSENSO BRASILEIRO SOBRE DPOC - 2004)
FISIOPATOLOGIA
• Inflamação crônica das vias aéreas
• Enfisema• Bronquite
DIAGNÓSTICO
• História clínica• Exame clínico• Exames complementares
DIAGNÓSTICO
CLASSIFICAÇÃO DA DISPNÉIA
0 – Dispnéia apenas para exercícios extenuantes 1 – Dispnéia quando apressa o passo ou para subir escada/ ladeira 2 – Anda mais lentamente que pessoas da mesma faixa etária ou precisa parar quando anda no próprio passo 3 – Precisa parar quando anda 100 metros no plano ou após poucos minutos 4 – Dispnéia para vestir-se ou tomar banho ou que impede sair de casa
Medical Research Council
DIAGNÓSTICO
HISTÓRIA EXAME
Exposição aos fatores de riscoTosse e expectoração crônicaDispnéia progressiva aos esforçosSibilânciaOpressão torácica
Aumento do diâmetro ântero-posteriorHipertimpanismo a percussãoFTV e MV reduzidos difusamenteEstertores finos inspiratóriosEdema, hepatomegalia, estase jugular
Clinica Médica. Vol 2. Ed. Manole. Hospital das Clínicas – FMUSP, 2009
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
PINK PUFFER BLUE BLOATER
ESPIROMETRIA
• VEF1/CVF
Estágio da DPOC Definição
1 – LEVE VEF1/CVF < 70%, pós BD ≥ 80%
2 – MODERADO VEF1/CVF < 70%, pós BD ≥ 50% e < 80%
3 – GRAVE VEF1/CVF < 70%, pós BD ≥ 30% e < 50%
4 – MUITO GRAVE VEF1/CVF < 70%, pós BD < 30% ou pós BD < 50% + IRC
Adaptado do II Consenso Brasileiro de DPOC
Tratamento
TRATAMENTO
• Avaliação individualizada• Nível educacional e socioeconômico• Objetivos
Evitar progressão da doença Alívio dos sintomas Aumentar tolerância ao exercício Evitar e tratar complicações Reduzir mortalidade
TRATAMENTO – DPOC estável
• Exposição aos fatores de risco – tabagismo– Reduz o risco de DPOC– Reduz progressão– Reduz exacerbações
• Única medida capaz de reduzir declínio funcional• Terapia cognitivo comportamental• Farmacológico
Nenhuma das medicações é capaz de modificar o declínio da função pulmonar
e a mortalidade
TRATAMENTO
• Broncodilatadores• Metilxantinas• Corticóides• Oxigenioterapia
Reduz sintomas, exacerbações e complicações Melhora tolerância a atividade física
• Vacina• Reabilitação pulmonar• Cirurgia
BRONCODILATADORES
• Alívio sintomático• Preferencialmente via inalatória• Β adrenérgicos ou anticolinérgico• Curta duração• Longa duração
BRONCODILATADORES
Agonistas Β adrenérgicos
Curta duração: fenoterol salbutamol
Longa duração: formoterol salmeterol
Anticolinérgicos
Curta duração: ipratrópio
Longa duração: tiotrópio
METILXANTINAS
• Após ausência de resposta• Maior potencial de toxicidade• Monitorar nível sérico e efeitos adversos• Aminofilina, teofilina, bamifilina
CORTICÓIDE INALATÓRIO
• Indicação:– VEF1 ≤ 50% após BD– Duas ou mais exacerbações com uso de antibiótico– Uso de corticóide oral no último ano
• Reduz número de exacerbações• Não altera mortalidade ou função pulmonar
VACINA
• Antiinfluenza e antipneumocócica• Prevenção de exacerbações
REABILITAÇÃO PULMONAR
• Reduz exacerbações e dias de internamento.• Melhora sintomas e qualidade de vida• Todos os estágios se beneficiam
OXIGENIOTERAPIA
• Aumenta a sobrevida e capacidade para exercícios• Evita progressão para hipertensão pulmonar• 15 horas/dia (incluindo 12h noturnas)• Indicação:
– PaO2 ≤ 55 mmHg ou SatO2 ≤ 88%, com ou sem hipercapnia
– PaO2 > 55 mmHg ou SatO2 > 88% e < 90% com hipertensão pulmonar, edema sugestivo de cor pulmonale ou policitemia
MANEJO DA DPOC ESTÁVELESTÁGIO TRATAMENTO
LEVE EVITAR EXPOSIÇÃO AOS FATORES DE RISCOVACINAREABILITAÇÃO PULMONARBRONCODILATADOR DE CURTA DURAÇÃO
MANEJO DA DPOC ESTÁVELESTÁGIO TRATAMENTO
MODERADA EVITAR EXPOSIÇÃO AOS FATORES DE RISCOVACINAREABILITAÇÃO PULMONARBRONCODILATADOR DE CURTA DURAÇÃOBRONCODILATADOR DE LONGA DURAÇÃO
MANEJO DA DPOC ESTÁVELESTÁGIO TRATAMENTO
GRAVE EVITAR EXPOSIÇÃO AOS FATORES DE RISCOVACINAREABILITAÇÃO PULMONARBRONCODILATADOR DE CURTA DURAÇÃOBRONCODILATADOR DE LONGA DURAÇÃOCORTICOIDE INALATÓRIOXANTINA DE LONGA DURAÇÃO
MANEJO DA DPOC ESTÁVELESTÁGIO TRATAMENTO
MUITO GRAVE EVITAR EXPOSIÇÃO AOS FATORES DE RISCOVACINAREABILITAÇÃO PULMONARBRONCODILATADOR DE CURTA DURAÇÃOBRONCODILATADOR DE LONGA DURAÇÃOCORTICOIDE INALATÓRIOXANTINA DE LONGA DURAÇÃOOXIGENIOTERAPIAVNI COM PRESSÃO POSITIVA SE HIPERCAPNIA GRAVECONSIDERAR TRATAMENTO CIRURGICO
DPOC COM EXACERBAÇÕES
EXACERBAÇÃO DA DPOC
• Piora sustentada da condição clínica• Pacientes mais graves e com exacerbações prévias• Infecções respiratórias• Pode não ter febre, leucocitose e piora radiológica
Piora da dispnéiaAlteração na quantidade e nas características da expectoração
EXACERBAÇÃO – Causas infecciosas
• Bactérias (2/3) – H. influenza– S. pneumoniae– M. catarrhalis
• Vírus (1/3)– Sincicial respiratório– Adenovirus
TRATAMENTO DOMICILIAR DA EXACERBAÇÃO
• Broncodilatador inalatório• Corticóides sistêmicos• Antibióticos
Betalactâmico + inibidor da betalactamase
Cefuroxima
Azitromicina/claritromicina
Moxifloxacino/gemifloxacino/levofloxacina
Ciprofloxacino (se suspeita de pseudomonas)
TRATAMENTO HOSPITALAR
INDICAÇÕES DE HOSPITALIZAÇÃO
Insuficiência respiratória grave
Hipoxemia refratária e hipercapnia com acidose
TEP, PNM, pneumotórax, arritmias ou IAM
IC descompensada ou DM descompensada
Condição socioeconômica
Situações de dúvida diagnóstica
Ausência de resposta ao tratamento inicial
TRATAMENTO HOSPITALAR
• Oxigenioterapia• Broncodilatador inalatório• Metilxantina • Corticóide sistêmico • Antibiótico
ANTIBIÓTICOS NA EXACERBAÇÃO
(II CONSENSO BRASILEIRO SOBRE DPOC - 2004)
TRATAMENTO HOSPITALAR
INDICAÇÕES DE ADMISSÃO IMEDIATA NA UTI
Dispnéia intensa que não responde ao tratamento inicial
Confusão, letargia e coma
Hipoxemia persistente ou em piora progressiva
Acidose respiratória persistente ou em piora
Instabilidade hemodinâmica
Necessidade de ventilação mecânica
(II CONSENSO BRASILEIRO SOBRE DPOC - 2004)
DPOC
REFERÊNCIAS
• II Consenso sobre Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica – DPOC, 2004.• Datasus. Dados de morbidade e mortalidade hospitalar. Disponível em
www.datasus.gov.br em 09/04/2011.• Clinica Médica, volume 2: doenças cardiovasculares, doenças respiratórias,
emergências e terapia intensiva. Hospital das Clínicas – FMUSP, 2009• National Clinical Guideline Centre. (2010) Chronic obstructive pulmonary
disease: management of chronic obstructive pulmonary disease in adults in primary and secondary care. London
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