82ISSN 1678-1953Dezembro, 2005
Aspectos Agroeconômicosda Cultura do Milho:Características e Evoluçãoda Cultura no Estado doCeará entre 1990 e 2003
República Federativa do Brasil
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Documentos 82
Manuel Alberto Gutiérrez CuencaCristiano Campos NazárioDiego Costa Mandarino
Aspectos Agroeconômicosda Cultura do Milho:Características e Evoluçãoda Cultura no Estado doCeará entre 1990 e 2003
Aracaju, SE2005
ISSN 1678-1953
Dezembro, 2005Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaCentro de Pesquisa Agropecuária dos Tabuleiros CosteirosMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
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1a edição1a impressão (2005): 200 exemplares
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Cuenca, Manuel Alberto GutiérrezAspectos agroeconômicos da cultura do milho: características e
evolução da cultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003. / ManuelAlberto Gutiérrez Cuenca, Cristiano Campos Nazário, Diego CostaMandarino. - Aracaju : Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2005.
p. 28 : il. color. - (Documentos / Embrapa Tabuleiros Costeiros, ISSN1517-1329, 82)
Disponível em http://<www.cpatc.embrapa.br> ISBN 1678-1953
1. Milho - Economia. 2. Miilho - Ceará I. Cuenca, Manuel AlbertoGutiérrez. II. Nazário, Cristiano, Campos. III. Mandarino, Diego CostaIV. Título. V. Série.
CDD 633.15© Embrapa 2005
Manuel Alberto Gutiérrez CuencaEconomista, M. Sc. em Econ. Rural, Pesquisador daEmbrapa Tabuleiros Costeiros - Caixa Postal 44 - Av.Beira Mar 3250 - Aracajú - SE. E-mail:[email protected]
Cristiano Campos NazárioEstudante de Economia da Universidade Federal deSergipe, Estagiário da Embrapa Tabuleiros CosteirosE-mail: [email protected]
Diego Costa MandarinoEstudante de Economia da Universidade Federal deSergipe, Estagiário da Embrapa Tabuleiros CosteirosE-mail: [email protected] [email protected]
Autores
Sumário
Introdução ........................................................................................ 7
Aspectos conjunturais da cultura do milho ............................. 8
Situação da cultura no Brasil .................................................... 10
Evolução da produção de milho no Estado do Ceará de1990 a 2003 ............................................................. 15
Evolução da área colhida com milho no Estado do Cearáde 1990 a 2003 ........................................................................... 18
Evolução do rendimento com milho no Estado do Cearáde 1990 a 2003 ........................................................................... 21
Considerações finais ................................................................... 22
Referências Bibliográficas ......................................................... 23
Anexos ........................................................................................... 24
Aspectos Agroeconômicosda Cultura do Milho:Características e Evoluçãoda Cultura no Estado doCeará entre 1990 e 2003Manuel Alberto Gutiérrez CuencaCristiano Campos NazárioDiego Costa Mandarino
Introdução
No Estado do Ceará, a cultura do milho (Zea mays L.) é praticada consorciada aoutras culturas, predominando o sistema de consórcio com feijão (IBGE, 2004a).O seu cultivo é pouco tecnificado, devido ao fato de a cultura ser utilizadabasicamente para subsistência da maioria dos grupos familiares, com utilizaçãoapenas de mão-de-obra própria. Em virtude da sua descapitalização, não conse-guem contratar trabalhadores fora da propriedade e, geralmente por falta degarantias reais, os bancos não lhes concedem nenhum tipo de crédito agrícola(CUENCA,1997, 1998,2000).
O milho é muito importante no Estado do Ceará, seja sob o ponto de vistaalimentar ou como opção econômica de exploração agrícola em pequenaspropriedades familiares, sendo importante também como atividade de ocupaçãoda mão-de-obra agrícola familiar.
As pequenas propriedades são determinantes na produção com a cultura, hajavista que, no Ceará, cerca de 60% da área colhida com milho está localizada empropriedades de até 20ha. O milho também gera renda e emprego no setoragrícola estadual por ser cultivável em todas as regiões e por se adaptar facil-mente aos diversos tipos de solo e clima existentes no Ceará.
Levando em consideração a importância que essa cultura tem para o Estado doCeará, decidiu-se elaborar este trabalho que visa a: 1) analisar as características
8 Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
conjunturais da cultura do milho; 2) analisar a evolução da área colhida, daquantidade produzida e do rendimento por hectare da cultura no Estado doCeará; 3) avaliar as diferentes contribuições de cada município em relação aoEstado, entre 1990 e 2003.
Aspectos conjunturais da culturado milho
O milho lidera o volume de produção de grãos no mundo. Em 2003 foramproduzidos por volta de 638 milhões de toneladas, sendo movimentados nomercado internacional mais de 70 milhões de toneladas anuais.
A América lidera a produção, alcançando, no ano de 2003, mais de 56% daprodução mundial, a América do Norte respondeu por 41%, a Ásia produziu26%, a Europa gerou 11%, a América do Sul respondeu por 11% e a África,7%.
A produção mundial de milho, entre 1990 e 2003, apresentou evolução de 32%,sendo que foi na América do Sul onde houve maior aumento de produção naqueleperíodo, chegando a 122%, seguida de perto pelo Caribe, onde o total colhidoaumentou 116%. Na América Central e na América do Norte o aumento ficou em28% (FAO, 2004).
A contribuição dos principais países na produção mundial, entre 1990 e 2003,também apresentou oscilações no que se refere à participação na composição dototal mundial.
Em 1990, o maior produtor eram os Estados Unidos com 43%, seguidos daChina, que respondia por 21%. O Brasil ocupava o terceiro lugar entre os princi-pais produtores, contribuindo com apenas 4% da produção mundial (FAO, 2004).
Em 2003, os países com maior contribuição na produção mundial foram: EstadosUnidos, China, Brasil e México, Argentina, Índia e África do Sul. Esses sete paísesresponderam naquele ano por, aproximadamente, 75% da produção mundial demilho, uma cultura praticada em aproximadamente 135 países (FAO, 2004).
A contribuição dos países mais expressivos na produção mundial de milho, em2003, é apresentada na Figura 1.
9Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
E.U.A.40%
Itália1%
Outros Países17%
Brasil7%
China18%
Romênia2%
Canadá2% África do Sul
2%Indonésia
2%França
2%Índia2%
Argentina2%
México3%
Fig. 1. Participação dos principais países na produção mundial de milho em 2003Fonte: FAO - 2004.
Em 2003 foram colhidas, no mundo, cerca de 142,7 milhões de hectares demilho, sendo a maior parte situada no continente americano (41%). Na Ásiaconcentram-se 30%, na América do Norte, 21%; na África, 19%; na Américado Sul, 13% e na Europa, 10%.
A área colhida com milho no mundo, entre 1990 e 2003, apresentou evoluçãode 9%, sendo que na América do Sul houve um aumento de 16%. Na África ena América Norte a área colhida com milho se expandiu 7% e na AméricaCentral a expansão foi de 5%.
Em relação ao rendimento (Kg/ha), em 2003, a liderança ficou com a Américado Norte, onde a produtividade alcançou 8.773kg/ha, a Oceania e Europaforam os outros continentes que com 6.141kg/ha e 4.659kg/ha, respectiva-mente, também conseguiram ficar acima da média mundial, que naquele ano foide 4.472kg/ha. Os demais continentes conseguiram rendimentos menores:América do Sul, com 3.901kg/ha; Ásia, 3.857kg/ha; América Central,2.391kg/ha e África, 1.605kg/ha (FAO, 2004).
O rendimento mundial da cultura, entre 1990 e 2003, evoluiu 22%. AAmérica do Sul apresentou o maior aumento de rendimento nesse período,chegando a 91%, vindo em seguida o Caribe, onde a quantidade colhida por
10 Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
hectare aumentou 55%; na América Central houve uma evolução de 22%, naAmérica do Norte o aumento ficou em 19%, sendo que no continente Africanofoi onde a cultura registrou menor evolução por área colhida (8%) (FAO, 2004).
Situação da cultura no Brasil
No Brasil existem atualmente 38 milhões de hectares plantados com lavourasanuais, das quais aproximadamente 13 milhões de hectares são ocupados commilho. Junto com a soja, é um dos cultivos anuais com maior área cultivada nopaís. A milhocultura é desenvolvida em todo o território nacional, com a utilizaçãodas mais diversas tecnologias. Estima-se que aproximadamente 20% da produçãosejam destinados ao autoconsumo nas unidades produtoras. O milho participa emmédia com 64% e 66% na composição da ração destinada à avicultura esuinocultura, respectivamente (AGRIANUAL, 2003).
Segundo dados da FAO, no período entre 1990 e 2003, o Brasil registrou umaumento de 124% na quantidade produzida de milho e uma expansão de apenas14% na área colhida. Esses números comprovam que o aumento na quantidadeproduzida deveu-se, principalmente, à elevação da produtividade, o qual teve umimpulso de 97% no mesmo período (FAO, 2004).
Em 1990, 55% da produção brasileira de milho originavam-se na Região Sul,25% no Sudeste, 15% no Centro-Oeste e apenas 3% nas Regiões Norte eNordeste, respectivamente. Já em 2003, as participações na produção nacionaldas Regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte foram de 50%, 21%,21%, 6% e 2%, respectivamente. Manteve-se, portanto, a supremacia da RegiãoSul na geração da produção de milho, registrando-se apenas uma pequena trocade participação entre as Regiões Sudeste e Centro-Oeste, que registraram queda eaumento de 5%, respectivamente, em relação à produção nacional (IBGE, 2004).
A distribuição regional da área cultivada com milho no Brasil, em 1990, era daseguinte maneira: 42% localizavam-se na Região Sul, 24% ficavam no Sudeste,no Centro-Oeste concentravam-se 19%, o Norte e Nordeste respondiam por 12%e 3%, respectivamente. Em 2003, houve suaves diminuições nas contribuiçõesdas duas principais regiões produtoras, assim como pequenos aumentos nascontribuições das outras três regiões, como pode ser observado na Figura 2, ondeestão os dados das contribuições regionais na produção, área e valor da produçãode milho no Brasil, nos anos de 1990 e 2003.
11Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
55%
25%
15%3%3%
50%
21%
21%
6%2%
42%
24%
19%
12%3%
39%
19%
18%
20%
4%
50%
30%
12%6%3%
47%
22%
20%
8%3%
prod 1990 prod 2003 área 1990 área 2003 valor 1990 valor 2003
Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte
Fig. 2. Participação regional na produção, área colhida e valor da produção brasileira
de milho em 1990 e 2003.Fonte: IBGE,2004.
Em escala estadual, o Paraná gerou no ano de 1990 a maior parte do milhobrasileiro (23%), seguido pelos Estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina,São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O Estado deAlagoas, segundo dados estatísticos do IBGE, produziu em torno de 22,400 miltoneladas, no início dos anos 90, caindo para 11,889 mil toneladas, no final de2003. A participação dos principais Estados produtores de milho é apresentada naFigura 3.
Paraná23%
Ceará1%
Outros Estados3%
Bahia1%
Maranhão1%
Espírito Santo1%
Pará1%
Goiás9%
Mato Grosso3%Mato Grosso do Sul3%
Minas Gerais11%
Santa Catarina13%
São Paulo12%
Rio Grande do Sul18%
Fig. 3. Participação por Estado na produção brasileira de milho em 1990.Fonte: IBGE,2004.
12 Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
Em 2003 continuou a supremacia do Estado do Paraná, seguido de: Rio Grande doSul, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso e Mato Grossodo Sul. A participação dos principais Estados produtores no total brasileiro éapresentada na Figura 4.
Paraná29%
OUTROS ESTADOS
1%Maranhão
1%Pará2%Ceará
2%
Bahia3%
Santa Catarina9%
Mato Grosso7%
Mato Grosso do Sul
6%Goiás
8%
Rio Grande do Sul11%
São Paulo10%
Minas Gerais11%
Fig. 4. Participação por Estado na produção brasileira de milho em 2003.Fonte: IBGE,2004.
A maior parte dos cultivos de milho utilizando cultivo isolado e sistemas deirrigação geralmente automatizados está situada nas Regiões Sul, Sudeste eCentro-Oeste; o milho também pode ser desenvolvido em cultivo, intercalado,principalmente com feijão, podendo ser associado também, com varias culturasde ciclo curto, tais como: fumo, amendoim, inhame, mandioca, etc. Este métodoprocura maximizar o uso da área por hectare e, naturalmente, eleva as possibili-dades de adquirir maior renda por unidade produtiva, principalmente na RegiãoNordeste, onde o milho é explorado, geralmente, em áreas menores que osmódulos correntemente usados no Sul, Sudeste e Centro-Oeste (IBGE, 1996).
Pode-se verificar que, quanto maior o tamanho da propriedade, melhor é adiluição dos custos fixos, sendo que, na safra 1999/2000, o custo médio porsaco numa propriedade de 150 hectares resultou em US$ 5,40/saco e em US$4,94/saco para propriedades com área de 450 hectares (AGRIANUAL, 2000).Isto se prova pelo fato de que a pequena propriedade leva desvantagem, princi-palmente na diluição do custo fixo e no investimento liquido por hectare, como
13Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
no caso do impacto causado pelo custo da mecanização, que é elevado napequena propriedade, pelo fato de não valer a pena adquirir uma colheitadeiraautomotriz, o pequeno produtor tem o custo adicional do aluguel da máquina.
A forma de exploração e os níveis de tecnologia aplicados são os determinantesna produção de receita por unidade de área explorada. Em 2001, a média derentabilidade pela milhocultura no Brasil foi de R$ 512,16 por hectare; naRegião Nordeste foi de R$ 185,08 por hectare; no Sudeste, o valor gerado porhectare foi de R$ 562,71 e, na Região Sul, esse valor chegou a R$ 628,40 porhectare (IBGE, 2003).
Apesar de a média de rentabilidade no Nordeste ficar muito abaixo da médiabrasileira, encontram-se ainda Estados que obtiveram médias acima da regional,como é o caso de Bahia que, atingiu os R$ 342,60 por hectare; o Estado deSergipe com R$ 206,66 por hectare, conseguiu superar os Estados doMaranhão, Piauí, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco, que apenasalcançaram R$ 196,51, R$ 113,22, R$ 105,55, R$ 52,62 e R$ 48,88 porhectare, respectivamente, em 2001 (IBGE, 2003).
Os produtores brasileiros de milho sofrem a cada ano, em função do aumentodos custos de produção. Eles têm a desvantagem de não terem o preço de vendaformado em dólar, como no caso da soja, enquanto os insumos utilizados sãoregidos pela variação cambial.
Por outro lado, a desvalorização da moeda brasileira, ocorrida no final de 1998,privilegiou indiretamente os produtores de milho, já que no curto prazo, devido àmudança do cenário econômico provocada pela desvalorização cambial do real,os setores da produção animal, grandes consumidores de rações preparadas abase do milho, aumentaram a demanda de rações para incrementar as exporta-ções de carne (AGRIANUAL, 2000).
Os preços pagos aos produtores de milho, entre 1993 e 2001, apresentaramquedas constantes. Assim, a auto-sustentabilidade do produtor de milho é muitodelicada, pois os preços, em algumas regiões, chegaram a cair em quase à metade,em comparação aos existentes em 1993, como foi o caso da Região Sudeste (SãoPaulo), onde se registrou queda de 47%; no Paraná caíram 42%, em Goiásdeclinaram 42% e no Rio Grande do Sul, a queda foi de 41%(Tabela 1).
14 Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
Tabela 1. Média** dos preços pagos ao produtor de milho nas principaisregiões produtoras do país 1990 a 1999– US$/saca de 60 kg
Estados
São PauloParanáGoiásRio Grande do Sul
1993
8,717,757,328,2
1994
8,587,587,118,07
1995
7,956,637,057,52
1996
7,957,966,938,72
1997
6,436,065,816,46
1998
7,386,525,987,15
1999
5,124,174,195,43
2000
7,006,085,896,23
2001
3,973,673,503,90
2002
4,584,514,284,87
Fonte: Agrianual, 2003** Média anual em dólares deflacionados segundo o Índice de Preços no Vareja (CPI-U).
Com as alterações na moeda argentina, sucedidas no ano de 2001, as importa-ções de milho ficaram mais acessíveis e baratas, isso fez com que os preçosinternos apresentassem redução naquele ano.
Já no último biênio (2001/2002), ocorreu uma recuperação nos preços pagosao produtor, devido ao desequilíbrio entre oferta e demanda, ocasionado pelaqueda da safra de verão a partir de 2001 e a quebra da safrinha de 2001/2002,devido a problemas climáticos nos principais estados produtores. Outro fator demelhoria nos preços pagos ao produtor, nesse biênio, foi a elevação na demandade grãos por parte da avicultura e suinocultura que, em 2002, responderam por52% e 32% do total do consumo animal de milho, respectivamente(AGRIANUAL, 2003). Por outro lado, a desvalorização do real perante o dólarinfluenciou duplamente o mercado do milho, consequentemente, impedindo aimportação, principalmente da Argentina, de onde vieram 1.516.325 toneladasem 2000 e apenas 24.931 toneladas em 2002. Consequentemente, o alto valordo dólar estimulou as exportações, chegando a 5,63 milhões de toneladas em2001. Para 2002, previam-se exportações insignificantes, devido ao reduzidosaldo da safra 2001; mas, o total de 1,53 milhões de toneladas, exportadas nosprimeiros sete meses de 2002, contrariou totalmente as expectativas iniciais. Agrande quantidade das exportações, somada à diminuição de área plantada (1asafra) a partir da safra 2000/2001, devido ao crescimento do plantio de soja,seguramente trouxe problemas de abastecimento em 2003, resultando umaelevação nos preços do produto no início desse ano. Isto pôde propiciar oportu-nidade de melhores ganhos aos produtores da segunda safra, assim como aosprodutores nordestinos, que fazem seus plantios coincidindo com a segundasafra do Sul e Sudeste (AGRIANUAL, 2003).
15Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
Como dito anteriormente, em situações de desequilíbrio entre a oferta e ademanda, os preços internos do milho ficam acima dos da paridade internacional,
o que não acontece com os produtos destinados ao mercado internacional, comoa soja. Assim os produtores de milho terão uma espécie de reserva de mercado,pois como as despesas de importação são elevadas (fretes, taxas, cambio, etc.)o produto importado, posto na indústria, custa aproximadamente US$7,00/saca,muito acima do preço pago ao produtor brasileiro, podendo este último atingir olimite do mencionado preço de importação.
Em médio e longo prazos há preocupação mundial de produzir bioenergia, comoo caso do incentivo dado nos Estados Unidos para a produção de álcool demilho, a ser aproveitado como aditivo natural nos combustíveis para veículos,gerou, com certeza, modificações no mercado internacional de milho e segura-mente irá favorecer as exportações brasileiras nos próximos anos.
O Brasil, tradicionalmente, comercializou o excedente da produção. Mas, além deocupar na atualidade o quarto lugar no ranking mundial, deverá tornar-se oterceiro maior exportador de milho daqui a dez anos (AGRIANUAL, 2004).
Estudos da FNP estimam projeções de queda na relação entre estoque e consu-mo mundial, caindo de 12% em 2004/05 para 10% em 2012/13. Com basenessas projeções, os preços do milho no mercado internacional deverão alcançarníveis mais altos em longo prazo, valorizando-os em 30%. Essa situação ofereceao Brasil a oportunidade única e exclusiva de aumentar ainda mais sua produçãoe participação no mercado internacional, avançando sobre as áreas atualmentecultivadas com a soja e outras culturas (AGRIANUAL, 2004).
Evolução da produção de milho noEstado do Ceará de 1990 a 2003
A milhocultura no Estado do Ceará, de forma geral, concentra-se em pequenaspropriedades. Segundo o Censo Agropecuário de 1996, cerca de 60% da áreaestadual com milho concentravam-se em propriedades com área menor a 50ha.Entre os municípios que mais participam na produção estadual observa-se que,em alguns deles, tais como Mauriti, Milagres e Canindé, a concentração de áreacolhida com milho em propriedades menores de 50ha atinge porcentuais acimados 76%. O estrato de propriedades com área entre 50 e 200ha fica acima dos20%, no caso dos municípios de Crateús, Brejo Grande, Parambu e Tauá,
16 Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
72%
16%
9%3%
54%
21%
17%
8%
59%
24%
16%1%
76%
14%
9%
62%
23%
15%1%
76%
15%
9%
58%
25%
14%3%
76%
11%
8%4%
67%
19%
11%3%
Cea
rá
Cra
teus
Bre
jo S
anto
Mau
riti
Para
mbu
Mila
gres
Tauá
Can
indé
Nov
o O
rient
e
> de 5000 ha
1000 a < 5000ha
200 a < 1000 ha
50 a < 200 ha
< de 50 ha
confirmando assim que, em muitos dos municípios cearenses, a cultura assumepapel fundamental na agricultura familiar, com predomínio de pequenas proprie-dades¹.
A concentração de área por grupo de área cultivada com milho no Ceará e nosprincipais municípios produtores é mostrada na Figura 5.
¹ Valores calculados a partir da tabela 4, em anexo
Fig. 5. Concentração de área colhida com milho por grupo de área no Ceará e nos
principais municípios produtores em 1996.
Fonte: Censo Agropecuário do Brasil, 1996-IBGEa.
O Estado do Ceará, segundo dados estatísticos do IBGE, produziu cerca de120.581 toneladas de milho em 1990, aumentando expressivamente suaprodução em 1996 (384.982 toneladas), subindo ainda mais em 2003(745.317 toneladas). A milhocultura demonstrou ser de fundamental importânciana sobrevivência da agricultura familiar cearense, encontrando-se presente emquase todos os municípios do Estado, ainda que, em alguns municípios, suapresença seja inexpressiva. O município de Crateús aparece, em 2003, comoprincipal produtor estadual, produzindo por volta de 34.850 toneladas de milho;todavia, no inicio da década, este município apresentava uma produção de 1.147toneladas.
Em relação à evolução da produção de milho no Estado do Ceará, pode-seperceber que o Estado apresentou uma evolução de 518%, no período entre
17Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
1990 e 2003. A produção dos principais municípios sofreu oscilações positivase negativas no decorrer do período em estudo. O município de Madalena foi oque sofreu a maior evolução da produção entre os principais municípios, com12.757%, em seguida aparecem os municípios de Aurora, com 7.678%;Canindé, 4.835%; Crateús, 2.938%; Tauá, 2.153%; Iço, 2.081%; Parambu,1.941%; Novo Oriente, 1.597%; Quixadá, 1.200%; Quixeramobim, 1.017%;Mauriti, 446% e Iguatu, 211%.
Separando-se a análise dos dados de evolução em períodos de seis e sete anos(1990/1996 e 1996/2003), observa-se que, no primeiro período, o Estado doCeará apresentou evolução de 219%. O município de Chorozinho, com incre-mento de 12.000%, foi o destaque do primeiro período, seguido de Tabuleirodo Norte, com 6.457%, Limoeiro do Norte, com 6.343% e Reriutaba, com5.840%. No período compreendido entre 1996 e 2003, o Estado do Cearáapresentou aumento de 94% na produção. Em relação aos principais municípiosprodutores de milho, a maior evolução foi apresentada pelo município deQuixadá, com 338%, vindo em seguida os municípios de: Madalena, com329%; Crateús, 275%; Ponteiras, 210%; Iço, 191% e Canindé e Parambu,com 178% cada.
Em relação à participação de cada município na produção estadual pode-seconstatar que, em 1990, o município de Brejo Santo era o líder na produção demilho no Estado do Ceará, contribuindo com 9% da produção estadual, vindoem seguida o município de Milagres, com 6% deste total, seguido de Porteiras,com 5%. Os percentuais de participação dos principais municípios na produçãode milho do Ceará em 1990, são apresentados na Figura 6.
Capistrano4%
Pedra Branca4%
Penaforte2%
Iguatu3%
Mauriti 4%
Porteiras 5%
Brejo Santo9%
Milagres6%
Araripe 3%
Barro 2%
Outros Mun58%
Fig. 6. Participação percentual dos principais municípios na produção de milho noCeará, 1990.Fonte: IBGE – 2004
18 Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
Outros Mun70%
Quixadá2% Novo Oriente
2%
Brejo Santo 4%
Crateús 5%
Mauriti 4%
Parambu3%Canindé
2%
Porteiras 2%
Milagres3%
Tauá 3%
Em 2003, o município de Crateús passou a ser o grande produtor estadual,participando com 5% de toda a produção de milho no Estado do Ceará, obser-vando que, em 1990, este município participava com apenas 1% da produção,seguido pelo município de Brejo Santo, que participou com 4% em 2003,caindo sua participação no decorrer do período, visto que em 1990 este municí-pio apresentava contribuição de 9% na produção estadual. O município deMauriti ficou em terceiro lugar na participação da produção, gerando em 2003cerca de 4% do total produzido no Estado, conseguindo manter o mesmodesempenho de 1990.
Os percentuais de participação dos principais municípios na produção de milhodo Ceará em 2003, são apresentados na Figura 7.
Fig. 7. Participação percentual dos principais municípios na produção de milho noCeará, 2003.Fonte: IBGE – 2004
Evolução da área colhida commilho no Estado do Ceará de1990 a 2003
O Estado do Ceará registrou evolução na área colhida com milho, passando de346.331ha em 1990, para 707.891ha em 2003. Este acréscimo de áreacolhida representou um aumento de 104% na quantidade de hectares com acultura, no período de 1990 a 2003.
Analisando-se a evolução da área colhida com milho no Ceará, pode-se perceberque o Estado evoluiu 104%, entre 1990 e 2003. A área estadual sofreu
19Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
oscilações no decorrer do período, apresentando elevação na maioria dosmunicípios. O município de Canindé demonstrou a maior evolução entre osprincipais concentradores de área colhida no período (654%), vindo a seguir osmunicipios de Santa Quitéria, com 634%; Boa Viagem, 570%; Crateús, 334%;Parambú, 308%; Tauá, 195%; Novo Oriente, 140% e Quixeramobim e PedraBranca, com 100% cada. Os municípios menos expressivos em área no Cearátambém apresentaram grandes evoluções entre 1990 e 2003, são eles:Reriutaba, com 3.708%; Chorozinho, 3.025%; Cascavel, 2.025%; Salitre,1.872%; Guaraciaba do Norte, 1.867%; Varjota, 1.840%; Croata, 1.578%;Itatira, 1.463%; Ibiapina, 1.442% e Madalena e Viçosa do Ceará, com 1.076cada.
Dividindo-se a série histórica em estudo em dois períodos, 1990/1996 e 1996/2003, observa-se que, entre 1990 e 1996, o Estado do Ceará apresentouevolução de 42%, sendo que o município de Chorozinho foi o mais representati-vo em termos de evolução (2.067%), seguido de Salitre e Ubajara, com1.663% e 1.513%, respectivamente. O município de Reriutaba ficou comevolução de 1.285% e Viçosa do Ceará, com 1.184%.
No segundo período, compreendido entre 1996/2003, o Estado do Cearádemonstrou uma elevação de 44%. O município que apresentou a maior evolu-ção foi Jijoca de Jericoacoara com incremento de 1.045% na área colhida com acultura, vindo em seguida Itaitinga, com 807%; Paraipaba, 619%; Barroquinha,614%; Trairi, 603%; Cruz, 569%; Icapuí, 536%; Guaramiranga, 515%;Amontada e Acaparé, 405%; Tururu, 287%; Pacatuba, 286% e SenadorPompeu, com 277%.
Examinando-se os municípios com maior produção no Estado do Ceará em1990, percebe-se que os municípios de Brejo Santo e Milagres concentrava osmaiores percentuais de participação na área colhida estadual, com 5% cada,seguidos pelos municípios de : Mauriti, com 4%; Porteiras, com 3% e Barro,Capistrano, Tauá, Crateús, Nova Russas, Pedra Branca, Acopiara,Quixeramobim, Novo Oriente, Parambú e Cariús que ficaram com 2% cada(IBGE, 2004).
A concentração de área cultivada com milho dos demais municípios cearensesem 1990, é apresentada na Figura 8.
20 Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
Capistrano 2%
Barro 2%
Pedra Branca 2%
Tauá 2%
Porteiras 3%
Mauriti 4%
Brejo Santo 5%
Milagres 5%
Crateús 2%
Nova Russas 2%
Outros Mun 71%
Fig. 8. Participação percentual dos principais municípios do Ceará na área colhidacom milho, em 1990.Fonte: IBGE – 2004
Em 2003, a área determinada para o cultivo do milho sofreu elevação na maioriados municípios. O município de Crateús passou a ser o principal concentrador deárea colhida com milho (4%), seguido pelos municípios de Parambu, BoaViagem, Mauriti, Tauá e Milagres, que apresentaram participações de 3%, cada.A concentração de área dos demais municípios cearenses é apresentada naFigura 9.
Outros Mun 73%
Pedra Branca 2%
Novo Oriente2%
Parambu 3%
Crateús 4%
Boa Viagem3%
Mauriti 3%
Canindé 2%
Brejo Santo 2%
Tauá 3%Milagres
3%
Fig. 9. Participação percentual dos principais municípios cearenses na área colhidacom milho, em 2003.Fonte: IBGE – 2004
21Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
Evolução do rendimento commilho no Estado do Ceará de1990 a 2003
Em 1990, o Estado do Ceará apresentava um rendimento médio de 348kg/ha,os municípios que apresentaram as maiores produtividades, em 1990, foram:Altaneira, Farias Brito e Santana do Cariri, com 900kg/ha cada; Araripe, Assaré,Iguatu, Pedra Branca, Potengi e Salitre, com 800kg/ha; Penaforte e Ponteiras,com 720kg/ha e Nova Olinda, com 700kg/ha.
Em 2003, os milharais cearenses passaram a obter produtividades médias de1.058kg/ha; naquele ano, os municípios que obtiveram os maiores rendimentoscom a cultura foram: Lavras da Mangabeira, com 2.720kg/ha; São Benedito eIbicuitinga, com 2.500kg/ha; Quixeré, com 2.400kg/ha; Quixeramobim, com2.311kg/ha; Jaguaribe, com 2.288kg/ha; Pires Ferreira, com 2.227kg/ha;Cedro, com 2.214kg/ha; Guaraciaba do Norte, com 1.904kg/ha; Madalena, com1.902kg/ha; Altaneira, com 1.870kg/ha; Pacoti, com 1.800kg/ha; Aracoiaba eEusébio, com 1.760kg/ha e Pedra Branca, com 1.716kg/ha.
O Estado do Ceará apresentou, no período entre 1990 e 2003, uma evoluçãode 202% na produtividade da cultura do milho. Os municípios principaisprodutores no Estado evoluíram seu rendimento, entre 1990 e 2003, nosseguintes porcentuais: Orós, com 2.172%; Limoeiro do Norte, 2.063%;Juazeiro do Norte, 1.648%; Jaquaretama, 1.400%; Baixio, 1.193%; Umari,1.127%; Caririaçu, 1.100%; Independência, 1.091; Abaiara, 1.072; Quixelô,1.044%; Barbalha, 1.000%; Madalena, 993%; Piquete Carneiro, 873% eLavras de Mangabeira, com 871%.
Analisando-se o período compreendido entre 1990 e 1996, pode-se perceberque o Estado do Ceará demonstrou aumento de 125%, sendo que os municípiosmais evoluíram naquele período foram: Barbalha, com evolução de 1.025%,seguido de Orós, com 999%; Abaiara, 969%; Missão Velha, 943%; Juazeirodo Norte, 913%; Jaguartetama, 885%; Baixio, 864%; Granjeiro, 808%; PiquetCarneiro, 765%; Lavras de Mangabeira, 680% e Independência, com 650%.
Quando se observa o período de 1996 a 2003, o Estado apresenta umaevolução de 34%, tendo como destaque os municípios de Limoeiro do Norte,com evolução de 232%; Quixadá, 195%; Banabuiú, 193%; Caririaçu, 157%;
22 Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
Nova Olinda, 140%; Madalena, 134%; Hidrolândia, 125%; Ibaretama, 119%;Santana do Cariri, 117%; Orós, 108% e Ararenda, com 100%.
Considerações finais
O continente americano, com 56% da produção total, foi o líder na produção demilho no ano de 2003, concentrando também 41% da área colhida no mundocom a cultura.
O milho é cultivado em todo o Brasil e sua área cultivada vem aumentando nosúltimos anos, chegando aos 13 milhões de hectares em 2003, representando25% do total da área cultivada com culturas temporárias.
Entre as regiões produtoras, a Região Sul é a de maior destaque, produzindoquase a metade do total produzido no país.
Na Região Nordeste a rentabilidade da cultura é muito baixa, devido, em grandeparte, à baixa tecnologia utilizada e a deficiência e/ou irregularidade das chuvasna Região.
No Estado do Ceará a cultura do milho é desenvolvida, geralmente, associada aofeijão e a outras culturas de subsistência, por pequenos produtores familiares,predominando os estratos de área menores que 50ha.
Em nível estadual a cultura apresentou uma evolução de 518%, no período entre1990 e 2003.
Em relação à participação de cada município na produção estadual, pode-seconstatar que, em 1990, o município de Brejo Santo era o líder na produção demilho no Estado do Ceará, contribuindo com 9% da produção estadual; já em2003, foi o município de Crateús que passou a ser o grande produtor estadual,participando com 5% de toda a produção de milho no Estado.
23Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
Referências Bibliográficas
AGRIANUAL. Agrianual 2004 – Anuário da Agricultura brasileira. São Paulo:FNP Consultoria & Comércio ed. Argos.
CUENCA, M.A.G. Perfil Caracterização agrossocioeconômica dos produtores decoco do município de Pacatuba-SE. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros,1997. 6p. (Embrapa Tabuleiros Costeiros. Pesquisa em Andamento 50).
CUENCA, M.A.G. Diagnóstico agrossocioeconômico da agropecuária no municí-pio de Barra dos Coqueiros. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 1998. 9p.(Embrapa Tabuleiros Costeiros. Comunicado Técnico 20).
CUENCA, M.A.G. Perfil agrossocioeconômico dos produtores de coco domunicípio de Conde-BA. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2000. 14p.(Embrapa Tabuleiros Costeiros. Documentos 25).
FAO. Fundation Agricultural Organization, Roma :FAOSTAT Database Gateway– FAO. Disponível: http://apps.fao.org – consultado no mês de outubro de2004.
IBGE - Censo Agropecuário do Brasil-1996. IBGE Rio de Janeiro: IBGE - SistemaIBGE de recuperação automática – SIDRA. Disponível: http://www.ibge.gov.br –consultado em novembro de 2004a.
IBGE - PRODUÇÃO AGRÍCOLA MUNICIPAL IBGE- Rio de Janeiro: IBGE -Sistema IBGE de recuperação automática – SIDRA. Disponível: http://www.ibge.gov.br – consultado no mês de outubro de 2004b.
24 Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
Anexos
25Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
Tabela 2. Produção de milho e area colhida com o milho nos municipioscearenses 1990, 1996 e 2003
CearáAbaiaraAcaraúAcopiaraAiuabaAlcântarasAltaneiraAlto SantoAmontadaAntonina do NorteApuiarésAquirazAracatiAracoiabaArarendáAraripeAratubaArneirozAssaréAuroraBaixioBanabuiúBarbalhaBarreiraBarroBarroquinhaBaturitéBeberibeBela CruzBoa ViagemBrejo SantoCamocimCampos SalesCanindéCapistranoCaridadeCariréCaririaçuCariúsCarnaubalCatarinaCatundaCaucaiaCedroChavalChoróChorozinhoCoreaúCrateúsCratoCroatá
120.581150189
2.1071.2651.123
990
3001.463
3682067
1.570-
3.20041024237214466
4209637
2.77275
93363
560483
10.85032
560336
4.56167
642867
2.184102350
-691360158
-4
1231.147
317125
384.9826.256
6506.2792.125
635364
1.050476495528465408
3.0082.3403.2061.1001.1285.2416.3201.750
8482.160
7002.880
1313.712
709539
7.33212.000
6962.5565.9663.190
5561.1633.3663.436
4341.9881.009
9333.053
3292.454
484716
9.2822.288
715
745.3175.236
8626.1194.2501.2261.081
5043.4401.057
574510
1.0654.1424.0887.0561.8401.3165.766
11.2002.2222.7901.232
4759.7501.5757.6731.3201.607
13.79630.0001.4007.289
16.5808.2452.0704.4678.4003.605
3041.9011.176
6415.075
7375.580
9002.000
34.8503.8951.476
346.331940
1.5006.0203.9802.675
1100
3.0004.6002.100
80240
2.565-
4.000675
1.719465
1.200549
1.400600170
7.700500
1.444210
4.0003.223
18.150160
1.4002.2406.859
4471.4594.3355.200
1702.500
-3.2001.200
350-
24420
6.3701.700
250
491.1353.6801.7407.4463.7131.286
2411.1171.335
5391.000
518800
3.2703.6003.0221.2501.9454.7267.9001.5101.3811.2001.0003.000
2452.900
9851.480
10.9108.0001.5741.8019.6232.9001.3232.1913.6002.988
7182.4981.6811.2902.979
3622.650
5201.147
13.6502.0141.933
707.8912.8002.565
10.1454.2001.363
630600
6.7451.0581.139
8501.4203.2723.1454.6301.4701.9474.809
10.0001.4291.550
700450
7.5001.7504.0302.2002.700
21.58512.0001.7506.372
16.8836.7252.7605.6543.5002.705
7503.3804.5941.2503.546
8103.450
7502.500
27.6592.5814.195
1990 1996 2003 1990 1996 2003
Quantidade produzida (Tonelada) Área colhida (Hectare)
Continua...
26 Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
Tabela 2. Continuação.
CruzDeputado Irapuan PinheiroErerêFarias BritoForquilhaFrecheirinhaGeneral SampaioGraçaGranjaGranjeiroGroaírasGuaiúbaGuaraciaba do NorteGuaramirangaHidrolândiaHorizonteIbaretamaIbiapinaIbicuitingaIcapuíIcóIguatuIndependênciaIpaporangaIpaumirimIpuIpueirasIracemaIrauçubaItapagéItapipocaItapiúnaItaremaItatiraJaguaretamaJaguaribaraJaguaribeJaguaruanaJardimJatiJuazeiro do NorteJucásLavras da MangabeiraLimoeiro do NorteMadalenaMaranguapeMarcoMassapêMauritiMeruocaMilagresMilhãMiraímaMissão VelhaMombaça
14451212729773618036029020668
2681389046
14032
465602730
6373.696
3041.176
240384624
016891
3502.262
16887724450
140461
1.58430
84035014
112576200
1.7305.040
4687.680
652150586922
1101.361
7702.998
909637360652
1.99556752887367122
769120
1.7521.135
98887
4.7786.1724.1701.1691.6611.7313.2101.3071.3221.4752.2031.890
3483.5841.470
4101.6591.8854.2643.600
5103.6604.013
9023.3551.764
4581.249
14.801544
12.8963.624
4596.6006.772
1.1233.3311.6323.4171.6551.694
3651.1011.962
9241.174
7851.856
1525.439
2887.500
8561.152
30213.89611.5139.3015.3253.1656.1235.149
7201.8581.2995.7865.4081.2968.4464.500
4803.0312.9067.7002.6911.4086.4176.2102.672
14.400615886
1.89727.500
71221.7804.3191.0797.1808.949
1.2001.422
864330
1.879300
1.80051870049064048015070
1.00080
1.550120180100
3.5004.6203.8002.400
8001.6002.080
0934431
3.5003.5011.000
4851.200
125334500
2.8804.400
2982.0002.500
136748
1.6002.0004.120
14.0001.200
16.0001.6301.5004.0734.500
3501.941
9202.4391.315
943600
1.2722.997
450840683
1.09626
1.898224
2.5581.2721.490
1106.8255.2876.9502.1451.6402.8026.1432.0982.3083.4854.5822.700
9905.9732.488
7882.7882.9004.1003.000
5004.2943.6751.3464.7932.2001.1501.856
19.0001.123
16.0004.4631.2384.4008.474
2.3403.5821.3002.1082.5262.850
8281.8502.308
7001.6301.0902.950
1605.970
6005.0001.8501.200
70010.1405.2009.7607.1002.4918.4855.7331.0003.8702.0309.7255.3602.7007.5805.000
6503.5002.4005.0002.300
8003.7834.5691.2008.8002.0631.4582.710
20.000890
18.0006.1001.8145.4409.300
1990 1996 2003 1990 1996 2003
Quantidade produzida (Tonelada) Área colhida (Hectare)
Continua...
27Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
Tabela 2. Continuação.
Monsenhor TabosaMorada NovaMoraújoMorrinhosMucamboMulunguNova OlindaNova RussasNovo OrienteOcaraOrósPalmáciaParacuruParaipabaParambuParamotiPedra BrancaPenafortePentecostePereiroPiquet CarneiroPires FerreiraPorangaPorteirasPotengiQuiterianópolisQuixadáQuixelôQuixeramobimQuixeréRedençãoReriutabaRussasSaboeiroSalitreSantana do AcaraúSantana do CaririSanta QuitériaSão BeneditoSão Gonçalo do AmaranteSenador PompeuSobralSolonópoleTabuleiro do NorteTamborilTarrafasTauáTejuçuocaTianguáTrairiTururuUbajaraUmariUmirimVarjotaVárzea AlegreViçosa do Ceará
24559667
252690152
1.5401.323
9459750
240270196
1.08880
5.0162.520
697319367269331
6.4801.760
4071.200
5001.200
85067925
2641.526
200595270282107330
1.225819
1.22444
197800897104165164916824
11513
900127
1.9772.857
239392831478743
1.32511.0204.1161.730
252252136
7.992614
6.9363.1501.0042.5122.024
973545
4.8451.4754.8713.5593.5504.6973.652
8401.4851.8502.6663.2841.2722.1355.026
684274
1.9602.7361.4312.8852.273
99210.400
9862.400
255228
1.2081.106
470665
3.3791.954
4.5912.520
7421.2061.2571.1711.2943.646
16.0401.9953.992
418533721
22.2082.040
13.5981.267
8834.8303.4192.0941.279
15.0005.8249.803
15.6007.688
13.4041.036
8474.411
4162.3943.0471.5095.073
10.561896560
8.0683.3662.790
8647.6072.383
20.2081.1331.7541.630
731588
2.135549
1.1744.5501.946
1.7501.616
2282.0001.232
2432.2006.3005.908
336700800
1.080980
5.493533
6.2703.5003.3203.1593.5001.1202.7609.0002.2002.7484.0002.5006.0001.7501.083
168900
4.800250
1.710300
1.569195
1.6503.5001.9503.400
4001.6402.0006.644
57633078350413520054384
3.000255
3.3524.586
392863
1.578520773
2.50013.5224.2002.218
280700253
11.1001.2939.3103.0001.8824.0002.2311.4891.0693.0001.6505.8845.5262.9905.8344.1961.2002.3272.7213.6674.4072.8221.7038.0541.563
6852.1804.4861.9394.5294.030
86713.0001.5422.606
552421
2.1781.449
700920
3.0093.274
4.3313.000
9271.9771.795
850560
3.52314.1951.4922.460
4651.7301.820
22.4322.400
12.5101.3002.5446.5003.3503.5751.9446.0004.1758.2108.2003.360
12.0001.850
6656.523
6803.6604.9301.9721.865
11.5172.0002.0008.2206.0534.4391.2007.9242.378
19.6202.3602.8703.8801.6311.4601.4501.3201.6303.3053.000
Fonte: Produção Agricola Municipal - IBGE, 2005b.
1990 1996 2003 1990 1996 2003
Quantidade produzida (Tonelada) Área colhida (Hectare)
28 Aspectos Agroeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado do Ceará entre 1990 e 2003
Tabela 3. Área colhida por estratos de área nos principais municípios cearensesprodutores de milho, 1996.
BrasilCearáBarroBoa ViagemBrejo SantoCrateúsMadalenaMauritiMilagresNovo OrienteParambuPedra BrancaQuiterianópolisAbaiaraAltaneiraAraripeBanabuiúBarroquinhaCanindéCapistranoChorozinhoCruzFarias BritoIguatuItaitingaJijoca de JericoacoaraJuazeiro do NorteLimoeiro do NorteNova RussasOrósPalhanoParaipabaPenafortePorteirasReriutabaSalitreSantana do CaririTabuleiro do NorteTauáUbajaraVarjotaViçosa do Ceará
4.936.257,13337.099,94
1.618,538.846,094.784,927.438,173.509,65
11.153,264.910,559.097,926.889,577.608,104.543,651.752,83
192,932.211,91
651,16237,39
7.849,311.777,88
114,35378,43
2.097,674.033,17
30,8598,97
186,49970,74
1.727,931.921,26
171,40241,87987,30
2.324,042.217,633.769,341.439,481.839,787.870,272.052,36
885,292.992,25
2.146.526,9573.256,91
438,862.334,461.914,022.886,40
522,372.081,69
982,302.586,582.515,911.190,30
925,52302,0245,05
451,47430,2911,97
1.092,41419,7140,0665,50
197,55602,02
6,305,40
63,54237,59569,40159,6749,339,82
266,09422,5880,86
565,76197,44
1.027,153.362,67
65,1818,50
262,82
2.131.010,6044.529,81
353,571.012,661.329,282.294,43
318,981.371,25
586,281.477,431.630,79
496,44379,5557,483,33
247,06116,81
9,53823,80516,7043,5050,5043,41
500,440,085,00
43,93137,83205,6047,6224,101,00
160,33892,6828,9071,9751,26
492,621.877,21
2,0017,0065,30
1.131.802,2213.406,10
102,85140,0080,00
1.031,00180,00
0,000,00
360,0067,6825,0036,200,000,00
110,75190,00
4,00408,75
0,000,002,00
100,00150,9017,001,50
40,000,00
10,0089,700,000,000,000,000,500,00
15,131.170,00
369,000,000,007,00
257.253,201.461,18
0,001,350,000,00
262,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,94
220,000,00
150,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,650,000,00
Fonte: Produção Agricola Municipal - IBGE, 2005b.
Menos de50 ha 2003
50 a menosde 200 ha
200 a menosde 1000 ha
1000 a menosde 5000 ha
Maior que5000 ha