-
JESUTAS BRASIL
Em EDIO 20ANO 2NOV-DEZ 2015INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
CONCLIO VATICANO II: 50 ANOS DEPOIS
pg. 11
PE. GERAL VISITA PROVNCIA DA FRICA
pg. 17
ENCONTRO LATINO-AMERICANO DA REPAM
pg. 20
especial pg. 12
DESAFIOS E CONQUISTAS DA BRA SUPERIORES DE PLATAFORMAS APOSTLICAS CONTAM COMO TEM SIDO O TRABALHO NESSE PRIMEIRO ANO APS A CRIAO DA NICA PROVNCIA DOS JESUTAS DO BRASIL
-
4 5Em Em
SUMRIO EDIO 20 | ANO 2 | NOVEMBRO - DEZEMBRO 2015
EDITORIAL Provncia BRA: estamos em construo
CALENDRIO LITRGICO
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO Pe. Joo Geraldo Kolling, SJ
O MINISTRIO DE UNIDADENA IGREJA SANTA S Papa Francisco visita continente africano 50 anos do conclio Vaticano II
ESPECIAL Um nico corpo apostlico
MUNDO CRIA GERAL Padre Geral visita a Provncia da frica Oriental Relatrio final do Snodo dos Bispos
AMRICA LATINA CPAL A Coroa do Advento Provincial e Superiores das Plataformas
Apostlicas em Manaus
Encontro latino-americano da REPAM em Bogot
GOVERNO Novo coordenador de F e Alegria Internacional
JUVENTUDES E VOCAES Companhia de Jesus celebra ordenao
de diconos
PRIMEIRO ANO APS A CRIAO DA NICA
PROVNCIA DOS JESUTAS DO BRASIL
6
78
10
12
17
19
21
-
4 5Em Em
EmJESUTAS BRASIL
SERVIO DA F Jesuta conquista Prmio Ratzinger de Teologia
PROMOO DA JUSTIA E ECOLOGIA Alunos promovem campanha de doao de sangue
DILOGO CULTURAL E RELIGIOSO Revista Jesutas Brasil, 74 anos de histria Arquivo Ignacio Ellacura, patrimnio da Amrica Latina
EDUCAO Curso da Unicap conquista conceito mximo do MEC Colgio Loyola promove simulao da ONU Alunos so premiados na Olimpada Brasileira de Robtica Colgio Medianeira promove Feira do Conhecimento
NA PAZ DO SENHOR
JUBILEUS E AGENDA
22
23
24
26
2831
INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
EXPEDIENTE
EM COMPANHIA uma publicao mensal dos
Jesutas do Brasil, produzida pelo Ncleo de
Comunicao Integrada (NCI)
CONTATO [email protected]
www.jesuitasbrasil.com
DIRETOR EDITORIALIr. Eudson Ramos
EDITORA E JORNALISTA RESPONSVELSilvia Lenzi (MTB: 16.021)
REDAOJuliana Dias
DIAGRAMAO E EDIO DE IMAGENSHanderson Silva
ANNCIODimas Oliveira e Handerson Silva
COLABORADORES DA 20 EDIODayane Silva, Pe. Francisco de Assis Secchim
Ribeiro, Glauber Vianna, Lisiane Mossmann,
Marci Nunes, Vincius Soares Pinto e Ana Zic-
cardi (reviso). Um agradecimento especial a
todos que colaboraram com a matria especial
dessa edio.
FOTOSBanco de imagens / Divulgao
TRADUO DAS NOTCIAS DA CRIAPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez
-
6 7Em Em
No ltimo dia 16 de novembro, completou-se um ano da criao da Pro-vncia dos Jesutas do Brasil. Alm das consolaes e dos passos dados ao longo deste ano, oportuno tambm avaliarmos nosso modo de pro-ceder, nosso empenho e a nossa dedicao misso que nos confiada pela Com-
panhia de Jesus.
Muitas iniciativas ocorreram nesses meses. Muitas outras ainda esto em
construo. Presenciamos tambm processos, acontecimentos e decises impor-
tantes na dinmica da Provncia BRA. Por isso, estamos vivendo um momento
muito favorvel para discernirmos a misso que queremos e podemos realizar
como uma nica provncia da Companhia no Brasil.
Destaco o processo de integrao e organizao apostlica que vivemos como
um dos principais pontos de ateno que tivemos neste ano. A sintonia entre
os fruns de Superiores e de Gesto Apostlica proporcionou essa viso ampla
da misso, dos desafios e perspectivas em toda a Provncia. O prximo passo a
construo dos Planos de Ao nas plataformas apostlicas, que contemplaro as
opes preferenciais do Plano Apostlico da Provncia, bem como alguns eixos
transversais e a multidisciplinaridade entre obras e apostolados.
Diante da novidade, reconheo que somos convocados a nos desinstalar e re-
fletir sobre as novas formas de colaborarmos na misso que de Cristo. Juntos,
jesutas e colaboradores, somos provocados a atender com novas estruturas aos
novos desafios da Igreja e da sociedade na atualidade.
inegvel que os passos dados ao longo de 2015 somente atingiram resulta-
dos com o envolvimento e dedicao de jesutas e colaboradores em cada uma e
em todas as obras e misses da Provncia.
Expresso aqui meu sincero agradecimento a todos vocs que estiveram e con-
tinuam envolvidos naquilo que antes era um sonho e que hoje j realidade em
nosso meio: a construo da Provncia da Companhia de Jesus no Brasil. Que Deus
recompense os esforos de todos!
Neste Natal, unamo-nos ao Papa Francisco com nossas oraes e nosso exem-
plo, dando testemunho de que possvel um mundo melhor para viver e glorificar
nosso Criador e Senhor.
Desejo a todos vocs, jesutas e colaboradores, um Natal cheio de paz e alegria!
Que nossas vidas e misso em 2016 sejam repletas de realizaes e consolaes.
Feliz Natal e Abenoado Ano Novo!
Boa leitura!
EDITORIAL
PROVNCIA BRA:ESTAMOS EM CONSTRUO
Pe. Joo Renato Eidt, SJProvincial dos Jesutas do Brasil
[...] SOMOS CONVOCADOS A NOS DESINSTALAR E REFLETIR SOBRE AS NOVAS FORMAS DE COLABORARMOS NA MISSO QUE DE CRISTO
-
6 7Em Em
CALENDRIO LITRGICO
Beato Ruperto Mayer, presbtero
Todos os santos e beatos da
Companhia de Jesus
Santo Estanislau Kostka, religioso
So Jos Pignatelli, presbtero
Roque Gonzlez,
Afonso Rodrguez e
Joo Del Castillo, presbtero e mrtires
Beato Miguel Agostinho Pr,
presbtero e mrtir
Edmundo Campion e Roberto
Southwell, presbtero e compa-
nheiros mrtires
So Francisco Xavier, presbtero
So Joo Berchmans, religioso
Beato Bernardo Francisco de Hoyos,
presbtero
calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus
NOVEMBRODEZEMBRO
DEZEMBRO
NOVEMBRO
DIA 3
DIA 5
DIA 13
DIA 14
DIA 23
DIA 1
DIA 26
DIA 29
DIA 19
DIA 3
-
8 9Em Em
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO
ADMINISTRAR E PLANEJAR PARA MELHOR SERVIR
Pe. Joo Geraldo Kolling, SJ
O informativo Em Companhia traz, nesta
edio, entrevista especial com o Pe. Joo
Geraldo Kolling, Administrador da Provncia
dos Jesutas do Brasil BRA. Descrita nos
documentos da Companhia de Jesus, como a
IAB (Instruo para Administrao de Bens)
e o Estatutos da BRA, esta funo tem por
objetivo apoiar o Provincial em questes
administrativas, gesto de bens e patrimnios
da Provncia, com vistas realizao da misso.
um trabalho desafiador, uma oportunidade
de colaborar em modo significativo com a
misso da Companhia de Jesus no Brasil, pois
um servio de base e infraestrutura que auxilia
na viabilizao das diversas frentes que o Plano
Apostlico nos apresenta, afirma o jesuta.
consolidar os dados das Mantenedoras e da nica Provncia.
Com melhoria nos processos de construo dos oramentos
e ferramentas mais aptas, nos prximos anos, o trabalho ser
mais fcil, mais completo e de melhor qualidade.
Qual a importncia desse trabalho para a Companhia
de Jesus?
Como para toda e qualquer Instituio, tambm para
a Companhia de Jesus este trabalho relevante enquanto
Quais os desafios do Administrador
frente consolidao da Provncia nica
no Brasil?
Desafios relevantes so a grande exten-
so territorial do Pas, a gama impressio-
nante de cosmovises do povo brasileiro,
a participao no planejamento das frentes
de misso desde o ponto de vista econmi-
co, e, naturalmente, a diversidade de mo-
dos de proceder nas vrias frentes de mis-
so, com compreenses culturais distintas.
Em 2015, a Companhia de Jesus realizou
o primeiro fechamento nacional de seu
balano financeiro. Como foi esse proces-
so? E os principais desafios?
Todos os anos, as diversas Mantenedo-
ras, nas antigas Provncias do Brasil, vinham
realizando, naturalmente, suas Assembleias
anuais, em modos e relevncias diversas,
para balano e prestao de contas. Seme-
lhantemente, os Provinciais, anualmente,
segundo as normas da IAB, informam ao Pa-
dre Geral sobre o andamento das Obras, Fun-
dos e Comunidades religiosas. Neste sentido,
em 2015, se fez pela primeira vez o esforo de
-
8 9Em Em
favorece a transparncia de dados, mune os gestores de
elementos para decises, que, traduzidas em aes, con-
cretizam o anseio de realizar a misso com generosidade
e criatividade. Na verdade, quanto maior a qualidade de
informaes, melhor ser o planejamento de longo prazo
para as diversas frentes de misso da Companhia no Brasil.
Alm do balano financeiro, a Companhia de Jesus
tambm realizou seu planejamento oramentrio a n-
vel nacional. Como foi esse trabalho e quais os resulta-
dos alcanados?
A construo dos oramentos de Obras, Residncias, Fun-
dos, Projetos e Programas Sociais, de Espiritualidade, e das
diversas frentes de Governo Provincial, de Plataformas, alm
de Secretariados, Delegados e outras frentes de misso, ain-
da est em andamento, requerendo esforo ingente de todos
os colaboradores envolvidos no processo. Espera-se que cada
ano se tenha melhores condies na construo e, posterior
importante, acompanhamento na execuo dos oramentos,
o que tornar a vida de todos mais leve.
Como funciona o acompanhamento administrativo
das Obras?
At agora, basicamente, por meio de reunies e visitas.
Em termos de reunies, aconteceram as Assembleias das
diversas Mantenedoras nos meses de maro e abril; houve
reunies nos trs Centros Administrativos, em Salvador,
So Paulo e Porto Alegre, em maio e agosto, para verificar o
orado e realizado dos oramentos das Obras; e, a constru-
o dos oramentos e sua apresentao, em Porto Alegre,
Salvador e Rio de Janeiro, entre os dias 20 e 27 de novembro;
alm da realizao da 3 Assembleia de Diretorias de Man-
tenedoras, em agosto passado, no Rio de Janeiro. O acom-
panhamento in loco foi feito em bom nmero de obras ao
longo de 2015, restando, porm, nmero significativo de
visitas por fazer em 2016.
Este ano, qual foi a principal frente de trabalho da Admi-
nistrao da Companhia de Jesus?
Em 2015, focou-se na organizao dos trs Centros Ad-
ministrativos (Salvador, So Paulo e Porto Alegre), como
Centrais de Servios para que pessoas e
obras da Companhia de Jesus possam,
sempre com maior prontido e exatido,
ter subsdios e elementos que contribu-
am no servio de todos. Pois, uma Admi-
nistrao gil, transparente e humana,
favorece e facilita a realizao da misso.
Quais os prximos passos da rea de Ad-
ministrao da Companhia de Jesus?
Nos prximos anos, significativos de-
safios se vislumbram no horizonte. Pri-
meiramente, ser preciso prosseguir na
qualificao dos servios prestados pelos
Centros Administrativos e, focar na Central
de Servios a partir da Sede Provincial, no
Rio de Janeiro. Em segundo lugar, ser de
fundamental importncia a participao de
todas as lideranas jesutas e leigos na
implantao gradativa do Projeto Sinergia
nas diversas Mantenedoras (ANEAS, AJEAS
e Companhia de Jesus no Sudeste; ANI e
CETEC no Nordeste), para qualificar a ges-
to e obteno de resultados. Em terceiro
lugar, fundamental zelar para que Planos
de Sade sejam eficientes, as Aposentado-
rias dignas, os espaos para a Formao e
Retiros e eventos sejam qualificados. Em
quarto lugar, ser importante reduzir cus-
tos e racionalizar o uso dos bens, buscar
novas fontes de receitas, para que a misso
possa ser realizada com criatividade e se-
renidade. Alm, claro, de generosidade e
austeridade como nos solicitam os Estatu-
tos da Pobreza e as palavras e os testemu-
nho de Papa Francisco. Finalmente, como
rea de apoio, na medida em que o planeja-
mento da Provncia for detalhado ao longo
do ano de 2016, a partir de elementos das
Plataformas e diversas frentes de governo
e misso, a rea de Administrao poder
ser gradativamente preparada para melhor
atender ao planejamento.
-
10 11Em Em
O MINISTRIO DE UNIDADE NA IGREJA SANTA S
PAPA FRANCISCO VISITA CONTINENTE AFRICANO
A visita histrica do Papa Fran-cisco ao continente africano foi marcada pelo acolhimento e pela alegria das pessoas. Em sua 11
viagem apostlica internacional, o Pon-
tfice chamou a ateno do mundo para
a frica. Durante os cinco dias de visita
(25 a 30 de novembro), o Santo Padre es-
teve no Qunia, em Uganda e na Rep-
blica Centro-Africana.
DAR AS MOS
Em Nairbi, capital do Qunia, o
Papa participou de um evento inter-re-
ligioso e ecumnico, no Salo da Nun-
ciatura Apostlica. Francisco recordou
os ataques de extremistas e pediu que
os crentes sejam reconhecidos como
profetas de paz.
No campus da Universidade de Nai-
rbi, o Pontfice celebrou a primeira
missa em solo africano e ressaltou que
a sade da sociedade depende do bem-
-estar da famlia. Com o Clero local, no
campo esportivo da escola Saint Mary, o
Pontfice destacou que: na vida religio-
sa, no h lugar para ambio, riqueza
ou poder e que o consagrado foi eleito
para servir, no para ser servido.
Em visita ao escritrio da ONU (Orga-
nizao das Naes Unidas), em Nairbi,
o Papa Francisco falou sobre a pobreza e
reiterou o alerta sobre a globalizao da
indiferena. No bairro pobre de Kange-
mi, o Pontfice tambm denunciou a in-
justia e a marginalizao, alertou sobre
a falta de infraestrutura adequada em
bairros marginalizados da sociedade e
destacou que a sabedoria popular desses
lugares um bem precioso.
Um dos momentos mais emocio-
nantes da visita de Francisco ao Qunia
foi o encontro com cerca de 70 mil jo-
vens que se reuniram no Estdio Kasa-
rani. No discurso, em forma de dilogo,
o Papa Francisco pediu aos presentes
que dessem as mos, de modo a formar
uma grande corrente humana, em re-
presentao de toda a nao queniana.
Em seguida, exortou-os a rejeitarem
aquilo que chamou de acar da cor-
rupo, que dissipa a alegria e a paz in-
terior. Disse ainda que os jovens devem
ter sempre esperana.
Como resposta ao testemunho pesso-
al de dois jovens que lhe fizeram algumas
perguntas sobre as dificuldades sociais
que a juventude atravessa, o Papa Fran-
cisco deixou os seguintes interrogativos:
Por que que os jovens, cheios de ideais,
se deixam arrastar pelo radicalismo reli-
gioso? Por que se distanciam da famlia,
dos amigos, da ptria e da vida?
AMIZADE E ENCORAJAMENTO
Em seu primeiro discurso em Ugan-
da, Francisco disse que sua visita frica
deveria ser vista como sinal de amizade e
encorajamento. Na cidade de Munyonyo,
foi saudado por catequistas e professores.
No encontro, o Santo Padre indicou a fi-
gura de Cristo como grande exemplo de
Mestre a ser seguido por eles.
O Papa visitou os santurios dedica-
dos aos mrtires anglicanos e catlicos
e celebrou uma missa pelos mrtires de
Uganda, na rea do Santurio Catlico.
Na homilia, Francisco destacou que o
testemunho dos mrtires mostra que os
prazeres mundanos e o poder terreno
no do alegria, nem paz duradouras.
Em encontro com os jovens no ae-
roporto de Kololo, Francisco destacou
trs pontos: a superao das dificulda-
des, a transformao do negativo em
positivo e o poder da orao.
Na Casa de Caridade de Nalukolongo,
o Pontfice ressaltou a importncia da de-
dicao aos pobres. Aps breve encontro
com os Bispos de Uganda, o Papa esteve
com sacerdotes, religiosos e seminaristas
na Catedral. O Santo Padre falou aos con-
sagrados trs atitudes importantes para
que sejam verdadeiros missionrios de
Cristo: memria, fidelidade e orao.
Visita do Papa Francisco ao Qunia
reuniu cerca de mil jovens no
Estdio Kasarani.70
-
10 11Em Em
50 ANOS DO CONCLIO VATICANO II
No dia 8 de dezembro, a Igreja Catlica celebrou os 50 anos da concluso do Conclio Va-ticano II, realizado entre outubro de
1962 e dezembro de 1965. Segundo dom
Odilo Scherer, cardeal-arcebispo de So
Paulo, o conclio foi o fato mais mar-
cante da histria da Igreja no sculo XX.
Os papas Pio XI e Pio XII, na primeira
metade do sculo passado, j haviam
cogitado da convocao de um conclio,
mas as circunstncias histricas, so-
bretudo as duas grandes guerras mun-
diais, no permitiram levar avante esse
propsito. Foi So Joo XXIII que tomou
a deciso de convocar um conclio ecu-
mnico, afirmou.
O objetivo da convocao do con-
clio foi a renovao da vida da Igreja
mediante a revitalizao da f catli-
ca, a renovao dos costumes no meio
do povo cristo e a adaptao da dis-
ciplina da Igreja s necessidades do
tempo. Joo XXIII desejava que, por
meio do conclio, a Igreja reencontras-
se o seu rosto genuno e os traos sim-
ples e puros das suas origens, disse
dom Odilo.
Fonte: O Estado de S.Paulo (14/11/2015)
FOTO
: LO
SS
ER
VAT
OR
E R
OM
AN
O
CONVITE PAZ
No seu primeiro discurso na Rep-
blica Centro-Africana, Francisco lem-
brou o lema do pas unidade, digni-
dade e trabalho e pediu empenho em
sua concretizao. Em visita ao campo
de refugiados, o Santo Padre lanou um
convite paz.
Aps um encontro com os Bispos
da Repblica Centro-Africana e com
as Comunidades Evanglicas, o Papa
celebrou uma missa com sacerdotes,
religiosos, catequistas e jovens na Ca-
tedral de Bangui. Durante a celebrao,
Francisco fez a abertura da Porta San-
ta. Na homilia, reforou a necessidade
da construo de uma Igreja-Famlia
de Deus, que est aberta a todos e que
cuida dos mais necessitados.
Em Bangui, capital do pas, o Pontfi-
ce reuniu-se com a comunidade muul-
mana, na Mesquita Central de Koudou-
kou. Francisco pediu aos muulmanos
que, juntos, digam no violncia, em
especial realizada em nome da reli-
gio. Em missa no Estdio Esportivo da
cidade, o Papa iniciou a homilia falando
sobre os tempos difceis em que o pas
se encontra atualmente e que, nessa si-
tuao, deve-se voltar os olhos a Deus.
Fonte: papa.cancaonova.com
-
12 13Em Em
UM NICO CORPO APOSTLICOAO COMEMORAR UM ANO DE CRIAO DA NICA PROVNCIA DOS JESUTAS DO BRASIL, SUPERIORES DE PLATAFORMAS APOSTLICAS REVELAM OS DESAFIOS E AS ALEGRIAS ENCONTRADOS EM SUAS MISSES
ESPECIAL
-
12 13Em Em
H um ano, um novo caminho comeou a ser traado pela Companhia de Jesus no Brasil. Com a criao de uma nica Provncia dos Jesutas no pas, em 16 de no-vembro de 2014, surgia tambm uma nova estrutura de governo,
com um nico corpo apostlico e uma nica misso. Um mo-
mento histrico, marcado pela presena do Superior Geral da
Companhia de Jesus, padre Adolfo Nicols, e por suas palavras:
As novas estruturas, por melhores que sejam, s funcionaro se
todos souberem colaborar e contribuir na misso.
Naquele momento, j se sabia que os desafios seriam
grandes, at mesmo pela dimenso continental do territrio
brasileiro. Assim, aps tomar posse como novo Provincial da
BRA, o padre Joo Renato Eidt pediu, em nome de toda a Pro-
vncia: Que Deus continue nos abenoando, que nos ilumine
e nos conduza pelo caminho que Ele tem pensado para ns,
como Corpo Apostlico.
Passado um ano, os Superiores de Plataformas que so
o meio pelo qual o Provincial chega totalidade da BRA, pre-
sente em inmeros lugares desse imenso Brasil contam
como tem sido, na prtica, essa construo da Provncia ni-
ca. Um trabalho sedimentado com viagens, encontros, dilo-
go e, principalmente, muita escuta.
A GRANDIOSIDADE DA NATUREZA
Considero que est sendo uma bonita e desafiadora expe-
rincia conhecer melhor a Plataforma Apostlica Amaznia,
ressalta Pe. Incio Luiz Rhoden, Superior da Plataforma forma-
da pelos estados do Acre, Amap, Amazonas, Par, Rondnia e
Roraima. Foi de grande abertura e acolhida essa minha aproxi-
mao. Procurei visitar as comunidades onde atuam os jesutas,
dispus-me a escutar atentamente, no com a preocupao de dar
respostas, mas, principalmente, em uma atitude para compre-
ender e dialogar. Assim, o primeiro ano resume-se mais em es-
cutar e observar, levando ao corao, meditando e discernindo.
O jesuta conta ainda que, em meio ao calor e s enormes
distncias, brotam muitas inquietaes. Assim, durante os con-
tatos, as perguntas que mais tem escutado so: Qual a nossa
misso? Como vamos realiz-la da melhor maneira possvel? O
que Deus quer de ns nessa imensa Amaznia? Eu imagino,
como prope Santo Incio de Loyola na contemplao da en-
carnao, a Santssima Trindade falando a ns: Ide colaborar na
Amaznia, no cuidado da casa comum, na restaurao da digni-
dade da criao e na redeno da humanidade. Creio que ns so-
mos chamados a evangelizar com alegria, humanizar e garantir
que a vida continue com a merecida dignidade, diz Pe. Incio.
Sobre os futuros desafios, Pe. Incio diz que esses implicam
responder a seguinte pergunta: O que fazer e como fazer para que
o Plano Apostlico chegue concretizao estratgica na Plata-
forma Apostlica Amaznia, traduzindo-se em plano de ao re-
alista e vivel, com estabelecimento de prazos, metas e respon-
sveis pela execuo? Desafio que impe um trabalho conjunto
entre jesutas, colaboradores e leigos. A importncia de cada
um desses pblicos fundamental para unir foras na mesma
misso, pois, se a Amaznia grande, bvio e natural reconhe-
cermos que, sozinhos, no vamos dar conta, afirma o Superior.
Somos interpelados a viver com misericrdia, em constante
atitude de converso. Queremos colocar-nos em permanente
atitude de aprender dos povos da Amaznia, da sua relao com
a natureza e dos seus modos de ver, viver e habitar o mundo.
ALEGRIA DE SER E VIVER
Do xaxado, forr, frevo e ax pluralidade culinria e re-
ligiosa, tudo Plataforma Apostlica Nordeste 2, destaca o
Pe. Antnio Tabosa Gomes, Superior da Plataforma que rene
Alagoas, Bahia, Paraba, Pernambuco e Sergipe. Ele conta que,
alm da arquitetura barroca, que nos faz recordar o perodo
colonial do pas, outro trao marcante desses estados a mis-
cigenao entre brancos, negros e ndios. H ainda o serto,
que fez do nordestino uma pessoa resistente s intempries
da seca e do sol causticante. Culturalmente, o nordestino
sabe viver diante das adversidades temporais, ele religioso
e expressa, na dana, sua alegria de ser e viver, suas razes an-
tropolgicas, ressalta o jesuta.
Pe. Tabosa conta que a aproximao com jesutas e leigos
tem sido contnua, para que se fortalea o vnculo de confian-
a mtua.E acrescenta que tem buscado ser amigo no Senhor,
colocando-se em atitude de escuta. Particularmente, acredi-
to que esses so os passos iniciais que vo configurando as
relaes com os jesutas e leigos, que so importantes para
que a Companhia de Jesus realize sua misso, comenta. En-
quanto Superior de Plataforma Apostlica, procuro ser supor-
te, apoio, incentivador, articulador dos diversos apostolados
e animador de cada misso realizada pela famlia inaciana.
Ao longo de 2015, foram realizados trs encontros com os
jesutas da Plataforma Apostlica Nordeste 2. Nesse primei-
ro ano, foram estabelecidas algumas aes em torno da Vida
Comum e do Plano Apostlico da BRA. A conscincia de que
[...] CREIO QUE NS SOMOS CHAMADOS A EVANGELIZAR COM ALEGRIA, HUMANIZAR E GARANTIR QUE A VIDA CONTINUE COM AMERECIDA DIGNIDADE
Pe. Incio Luiz Rhoden, Superior da Plataforma Apostlica Amaznia
13Em
-
14 15Em Em
somos poucos e temos muitas deman-
das apostlicas nos desafia a fazer mais
e melhor, como se tudo dependesse da
gente, mas sabendo que tudo depende
da nossa f em Deus, diz Pe. Tabosa.
Ide pelo mundo e anunciai a Boa Nova
a todas as pessoas (Mc 15,16).
OLHAR SOBRE O FUTURO DA MISSO
Superior da Plataforma Apostlica
Centro-Oeste, Pe. Carlos Fritzen reve-
la que o processo de conhecer essa re-
gio composta por Distrito Federal,
Gois, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul e Tocantins tem sido muito rico
e com muitas surpresas. Os diversos
contextos e realidades encontrados
me fizeram perceber, por um lado, a
histria da presena da Companhia
de Jesus em diferentes lugares, onde
j esteve e onde est atualmente, diz
o jesuta.
Outro aspecto observado foram as
diferenas culturais, ambientais, cli-
mticas e de pessoas, desde os indge-
nas e afrodescendentes, como os mais
recentes migrantes, principalmente
descendentes de italianos e alemes
que vieram do sul e centro do pas. Pe.
Fritzen relata ainda um cenrio preocu-
pante: a regio tomada pelo agrone-
gcio e, consequentemente, as reas de
reserva indgena so cobiadas, os rios
e solos envenenados pelo agrotxico e o
cerrado cada vez mais destrudo.
Quanto ao processo de aproxima-
o com jesutas e leigos, Pe. Fritzen
conta que ele foi tranquilo e se deu
basicamente com reunies peridi-
cas. O Estatuto da Provncia e o Pla-
no Apostlico da BRA tm sido a re-
ferncia para o dilogo no presente,
para maior conhecimento entre todos
e para abrir o olhar sobre o futuro da
misso dos jesutas no Centro-Oeste
do Brasil, afirma o Superior.
Em setembro, durante dois dias,
foi realizada a assembleia da Plata-
forma Apostlica Centro-Oeste. Esse
processo foi importante e conver-
gente no sentido de identificarmos
algumas linhas comuns de ao da
Plataforma que realizem a misso da
BRA, como a promover a Formao de
Lideranas, a Justia Socioambiental e
a Formao da Identidade Inaciana,
diz o jesuta.
Segundo Pe. Fritzen, o balano da
caminhada da Plataforma Apostlica
Centro-Oeste, nesse primeiro ano,
muito positivo, pois foi possvel identi-
ficar as possveis linhas de ao e focar
nelas, alm do aumento do entusiasmo
apostlico e a expectativa de realizar-se
a nica misso da Companhia de Jesus
no Brasil. Quanto aos desafios futuros,
ele ressalta que o nmero de jesutas
pequeno e no h muitos leigos for-
[...] PROCURO SER SUPORTE, APOIO, INCENTIVADOR, ARTICULADOR DOS DIVERSOS APOSTOLADOS E ANIMADOR DE CADA MISSO REALIZADA PELAFAMLIA INACIANA
Pe. Antnio Tabosa Gomes, Superior da Plataforma Apostlica Nordeste 2
[...] FORMAR LIDERANAS PARA A MISSO SER O DESAFIO MAIS ESTRATGICO PARA AVANAR NOS PRXIMOS ANOS RUMO AO QUE A COMPANHIA DE JESUS ESPERA
Pe. Carlos Fritzen, Superior da Plataforma Apostlica Centro-Oeste
FOTO: WILFRED PAULSEFOTO: PA SSARINHO/PREF.OLINDA
ESPECIAL
14 Em
-
14 15Em Em
mados para a misso. Portanto, formar
lideranas para a misso ser o desafio
mais estratgico para avanar, nos pr-
ximos anos, rumo ao que a Companhia
de Jesus espera. Preparar jesutas para
essa nova cultura e descobrir novo
modo de somar com a causa indgena
tambm sero, dentre outros, grandes
desafios que precisaremos vencer, afir-
ma o Superior.
CORPO APOSTLICO EM SINTONIA
Acompanhar e ajudar no modo de
viver e discernir os caminhos que Deus
nos coloca pela frente tm grande impor-
tncia para os jesutas, dedicados a in-
meros trabalhos para realizar a misso da
Companhia de Jesus, diz Pe. Mieczyslaw
Smyda, Superior da Plataforma Apostli-
ca Leste, que abrange os estados de Esp-
rito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Ele acrescenta que, nessa regio, a Ordem
jesuta atua nas reas de Educao Bsica
e Superior, Apostolado Paroquial, Espiri-
tualidade Inaciana e Apostolado Social,
nas quais empenha muitas foras e re-
cursos, principalmente no ensino e na
formao de crianas e jovens. Destaca-
-se ainda o Apostolado Intelectual, com-
posto de jesutas e leigos que se dedicam
formao dos prprios jesutas, de ou-
tros religiosos, seminaristas e lideranas
leigas, informa.
No primeiro semestre de 2015, Pe.
Smyda conta que foram realizadas assem-
bleias por regies: Rio de Janeiro com Es-
prito Santo e Belo Horizonte com Mon-
tes Claros, em Minas Gerais. Os jesutas
discutiram e refletiram a questo da Vida
Religiosa e a nossa vida de jesutas, o que
nos ajudar futuramente na construo
do Projeto de Vida das residncias e da
nossa comunidade da Plataforma Apos-
tlica Leste, descreve.
Em outubro, com a presena do Pro-
vincial da Companhia de Jesus no Brasil,
Pe. Joo Renato Eidt, aconteceu mais uma
assembleia, que reuniu todos os jesutas
e vrios leigos responsveis pelas Obras
da Plataforma. Pe. Smyda revela que, alm
da convivncia e partilha entre os 130 par-
ticipantes, o encontro permitiu que fosse
trabalhado um Projeto de Ao a partir do
Plano Apostlico da BRA. No momento,
com base no material produzido na as-
sembleia, estamos elaborando um nico
texto, que servir para os nossos prxi-
mos passos, comenta.
Pe. Smyda diz acreditar que o
maior desafio e urgncia seja elaborar
o Plano de Ao para a Provncia BRA e
todas as Plataformas Apostlicas com
uma viso universal e holstica, para
atuarmos como um Corpo Apostlico
em sintonia com o Esprito de Deus.
Servir as pessoas e no simplesmente
as estruturas, vivenciando mais o fra-
casso da Cruz de Cristo do que os su-
cessos de grandes empresas.
DILOGO COM AS NOVAS CULTURAS
Conhecer e participar da misso que
a Companhia de Jesus tem realizado no
estado de So Paulo e no sul de Minas
Gerais tem sido um momento de graa
para o Pe. Vicente Palotti Zorzo, Superior
da Plataforma Apostlica Sul 1. Quanto
mais vou tendo contato com jesutas,
leigos e obras, fico impressionado com
a abrangncia da presena apostlica e
profundidade dos trabalhos realizados,
diz Pe. Vicente, ressaltando que, por
conta de misses anteriores, j tinha
familiaridade com o trabalho desenvol-
vido no Paran, que tambm integra a
[...] O MAIOR DESAFIO E URGNCIA SEJA ELABORAR O PLANO DE AO PARA A PROVNCIA BRA E TODAS AS PLATAFORMAS APOSTLICAS COM UMA VISO UNIVERSAL E HOLSTICA, PARA ATUARMOS COMO UM CORPO APOSTLICO...
Pe. Mieczyslaw Smyda, Superior da Plataforma Apostlica Leste
FOTO: HUDSON FOTO: DANIEL Z ANINI H.FOTO: DIOGO CRISTOFOLINI
15Em
-
16 17Em Em
regio sob sua responsabilidade.
Entre as riquezas culturais encon-
tradas frente a nova misso, Pe. Vicente
destaca o dilogo com as novas culturas
e a fidelidade ao legado da Companhia de
Jesus.Fiquei impressionado ainda com a
disposio e acolhida das pessoas em So
Paulo. As pessoas interagem com muita
serenidade. normal darem um retorno
ao que percebem. E nas relaes h uma
distncia intrigante: longe o suficiente
para no incomodar, mas prximo o su-
ficiente para ajudar, comenta o Superior.
Pe. Vicente descreve que sua apro-
ximao com jesutas e leigos da Plata-
forma Apostlica Sul 1 tem acontecido
de maneira paulatina. E explica: como
estamos em tempo de implementao
da Provncia BRA, procura-se dar conti-
nuidade misso assumida atentos s
novas formas.
Ao longo desse primeiro ano, foram
promovidos dois encontros da Plata-
forma Apostlica Sul 1. O primeiro, em
julho, reuniu 38 jesutas e 26 colabo-
radores, que representaram todas as
presenas apostlicas da regio. Em
outubro, aconteceu a segunda reunio,
dessa vez, s com jesutas. O objetivo
foi retomar os aspectos abordados em
julho e construir uma agenda para 2016,
procurando discernir alguns apelos da
misso.O processo que est sendo vivido
provoca muitas questes. E suscita di-
logos para afinar as percepes, afirma
Pe. Vicente. Para o prximo ano, tere-
mos o desafio de desenvolver aes que
vo implementar o Plano Apostlico e
balizar o percurso para levar a bom ter-
mo o que nos propomos fazer.
CONSTRUO DO CORPO APOSTLICO
Para o Pe. Luiz Neis, assumir como
Superior da Plataforma Apostlica Sul 2
significou tambm conhecer melhor a
sua regio de origem. Nascido em San-
ta Catarina, ele passou 25 anos atuan-
do em misses nos estados de Minas
Gerais, Mato Grosso e Paraba e, h trs
anos, estava trabalhando em Pelotas (Rio
Grande do Sul). muito gratificante co-
nhecer os grandes jesutas benemritos,
vrios deles na Casa de Sade, e tambm
o imenso trabalho que se faz nas Obras,
em todas elas. Muitas pessoas so bene-
ficiadas com a presena da Companhia
de Jesus, com todos os seus colaborado-
res, observa o jesuta.
Alm de Santa Catarina, a Platafor-
ma Apostlica Sul 2 rene o Rio Grande
do Sul e parte do Paran. Entre as pecu-
liaridades da regio, o jesuta ressalta a
secularizao bastante forte, especial-
mente em terras gachas. H ainda a
diversidade de origens, com suas ricas
tradies: o gacho propriamente dito
e as descendncias europeias, como a
alem, a italiana e a polonesa, conta Pe.
Luiz. Senti-me muito bem acolhido. As
dificuldades foram as inerentes a toda
a mudana da Companhia de Jesus no
Brasil. A nova estrutura da BRA, a fun-
o especfica do Superior de Plataforma
Apostlica e a distncia geogrfica do
provincial foram perguntas, muitas ve-
zes, apresentadas.
Dois encontros foram realizados na
Plataforma Apostlica Sul 2 em maro
e setembro , com a presena de cerca de
60 jesutas em cada um deles. No primei-
ro encontro, o principal intuito foi en-
contrar-se como Plataforma, inteirar-se
da estrutura da nova Provncia e estudar
seus Estatutos. Na ocasio, fizemos o
mapeamento das fortalezas, debilidades
e urgncias da nossa regio, para com-
por o trabalho nacional encaminhado
pelos membros do Secretariado de Arti-
culao e Capacitao para a Misso, re-
lembra o Superior. No segundo encon-
tro, dedicamos um tempo para refletir
sobre o Nosso Modo de Proceder, a vida
de religiosos jesutas. Com as presenas
do Provincial, Pe. Joo Renato Eidt, e do
Administrador Provincial, Pe. Joo Geral-
do Kolling, nos debruamos sobre os di-
versos encaminhamentos institucionais
da construo da nova Provncia.
Ao fazer o balano desse primeiro
ano, Pe. Luiz diz que a implantao da
mudana, a organizao da Plataforma
Apostlica, a caminhada dos Assisten-
tes das diversas residncias e uma nova
conscincia so pontos em que houve
avanos. E completa que os grandes de-
safios vo na linha da construo do cor-
po apostlico jesutas e colaboradores
, a partir de aes concretas delineadas
com base nas grandes linhas de ao
apostlica da Provncia BRA.
COMO ESTAMOS EM TEMPO DE IMPLEMENTAO DA PROVNCIA BRA, PROCURA-SE DAR CONTINUIDADE MISSO ASSUMIDA, ATENTOS S NOVAS FORMAS
MUITO GRATIFICANTE CONHECER OS GRANDES JESUTAS BENEMRITOS, VRIOS DELES NA CASA DE SADE, E TAMBM O IMENSO TRABALHO QUE SE FAZ NAS OBRAS, EM TODAS ELAS
Pe. Vicente Palotti Zorzo, Superior da Plataforma Apostlica Sul 1
Pe. Luiz Neis, Superior da Plataforma Apostlica Sul 2
ESPECIAL
16 Em
-
16 17Em Em
PADRE GERAL VISITA A PROVNCIA DA FRICA ORIENTAL
Entre os dias 4 e 11 de novembro, o Superior Geral da Companhia de Jesus, padre Adolfo Nicols, visitou os pases da Provncia da frica Oriental,
que rene Etipia, Sudo, Sudo do Sul,
Uganda, Qunia e Tanznia.
Na cidade de Wau (Sudo do Sul), o
padre Nicols animou os sudaneses do
Sul com sua homilia. Na ocasio, o Padre
Geral falou da importncia de redescobrir
que a partilha cultural, a paz e a harmonia,
esto na base de toda sociedade. Alm dis-
so, o Superior Geral disse que os jesutas
precisam ser homens para os demais em
todo momento, aprofundando-se na mis-
so recebida de Deus de serem enviados
para construir a paz no meio de lobos.
Em Gulu (Uganda), o padre Nicols
visitou os jesutas da regio e o colgio
jesuta Ocer Campion, onde celebrou um
encontro com a equipe da instituio, no
qual sublinhou o significado de ser pro-
fessor: nessa empreitada, capacitamos
nossos alunos para que aspirem exce-
lncia, de modo que possam ajudar a to-
dos seus concidados a saberem se ajudar
uns aos outros.
Na Loyola High School, instituio
com cerca de 1300 alunos, em Dar es Sa-
laam (Tanznia), o Superior Geral plantou
uma rvore como smbolo de esperana
para o trabalho que a escola realiza. Na
Loyola High School, muitas pessoas que
frequentam a instituio seguem outras
religies, ou seja, a caracterstica inter-
-religiosa muito forte nessa regio.
Causa-me grande admirao o fato
PAPA RESPONDE CARTAS DE CRIANAS
Em maro de 2016, a Editora Loyola
Press, de Chicago (EUA), vai publicar o
primeiro livro do Papa Francisco dedi-
cado s crianas. Com o ttulo de Que-
de que cada cultura tem a sua prpria
sabedoria. Precisamos das sabedorias
do mundo, as sabedorias no plural, para
fazer a nossa vida e o nosso mundo um
pouco mais habitvel, um pouco mais
humano. O principal trabalho dos missio-
nrios no conseguir converses, no
necessariamente aumentar o nmero de
cristos, mas, sim, aprender da sabedoria
de outras tradies e incorpor-las ao n-
cleo da Igreja. Necessitamos de uma nova
teologia da misso. Precisamos integrar a
sabedoria de outras tradies e, por isso,
uma comunidade onde h cristos, mao-
metanos e budistas, dentre outros, uma
comunidade muito sbia. Extrair o me-
lhor de cada um contribuir para o bem
de todos, ressaltou o padre Geral durante
visita Loyola High School.
O padre Adolfo Nicols reforou a
mensagem do dilogo com outras religi-
es na visita ao noviciado jesuta Gonza-
ga Gonza, em Arusha (Tanznia). Em seu
encontro com os novios, ele exortou-os
a aprenderem da sabedoria das outras re-
ligies e a reconhecerem que ela no lhes
pertence com exclusividade, mas que
patrimnio da humanidade. O ponto cul-
minante da visita foi a concelebrao eu-
carstica, que inaugurou o jubileu de prata
do noviciado. Ao final da cerimnia, o Pe.
Geral, o Pe. Assistente e o Pe. Provincial
plantaram, cada um, uma rvore no recin-
to do noviciado.
EXTRAIR O MELHOR DE CADA UM CONTRIBUIR PARA O BEM DE TODOS
Pe. Adolfo Nicols, Superior Geral da Companhia de Jesus
rido Papa Francisco, a obra, editada por
Antonio Spadaro, SJ, e Tom McGrath, da
Loyola Press, reuniu as respostas pes-
soais do pontfice a trinta cartas e de-
senhos de crianas com idade entre 6 e
13 anos, de todas as regies do mundo.
COMPANHIA DE JESUS CRIA GERAL
17Em
-
18 19Em Em
RELATRIO FINAL DO SNODO DOS BISPOS
O Superior Geral da Companhia de Jesus, padre Adolfo Nicols, participou da comisso nome-ada pelo Papa Francisco para escrever
o relatrio final do Snodo dos Bispos,
realizado entre os dias 4 e 25 de outubro
de 2015. Em entrevista ao jornal italiano
Corriere della Sera, o Padre Geral disse
que os resultados foram bons e que
Francisco estava contente. Eu ensinei
teologia no Japo e sei que preciso re-
petir muito as coisas para que sejam ou-
vidas. O Papa sabe disso. E, agora, acre-
dito que do Snodo saia uma Igreja com
os ouvidos mais aguados, e isto bom,
porque poder se traduzir em medidas
concretas nas parquias e ser uma aju-
da para a comunidade crist, afirmou o
jesuta. Confira a entrevista:
No incio do Snodo, o senhor dizia:
Francisco poderia andar mais rpido,
mas no quer fazer isto sozinho e a
Igreja precisa de tempo. E agora?
O fato de que o relatrio final tenha sido
aprovado, que todos os pontos tenham
superado os dois teros, importante.
um documento que deixa as mos livres
para Francisco agir. O Papa pode fazer o
que considera bom, oportuno e necess-
rio. Na mente de todos os membros da
comisso, havia a ideia de preparar um
documento que deixasse as portas aber-
tas de tal modo que o Papa pudesse entrar
e sair, ou seja, fazer o que achar melhor.
O cardeal austraco Christoph Schn-
born dizia: a palavra-chave do docu-
mento discernimento...
Acho que o efeito desse Papa. O dis-
cernimento capital na mente de Santo
Incio, e Francisco muito inaciano. A
palavra discernimento apareceu muitas
vezes, na apresentao, nos grupos e tam-
bm no texto final...
O que quer dizer discernimento nas
situaes irregulares como dos divor-
ciados e dos recasados excludos dos
sacramentos?
A recomendao do Papa de no fa-
zer teorias, por exemplo, no colocar os
divorciados e recasados todos juntos,
porque os padres devero fazer um dis-
cernimento caso a caso e ver a situao,
as circunstncias, aquilo que acontece, e,
a partir disso tudo, decidir uma coisa ou
outra. No h teorias gerais que se tradu-
zem numa disciplina frrea, imposta a to-
dos. O fruto do discernimento quer dizer
que se leva em conta cada caso e se busca
encontrar sadas de misericrdia.
Agora, a palavra passa para Francisco,
no assim?
Sim. Haver uma exortao apostlica do
Papa. No creio que tardar, depois de um
ano, como aconteceu em outros Snodos
e com outros pontfices. Um ano de-
masiado tempo. Os entendidos em ma-
nagement me dizem que, se passam oito
meses sem dizer nada, as pessoas voltam
ao ponto de partida e, ento, preciso re-
fazer todo o processo. Acho que Francisco
ser mais rpido.
O que lhe parece que acontecer?
Penso que uma coisa sempre frgil, na
Igreja, o follow-up o retorno, a con-
firmao. O fruto do Snodo no pode
ser um documento, ainda que seja muito
bom. O fruto prtico: o que se faz, o que
acontece na situao pastoral, nas par-
quias, quando as pessoas vo at l com
suas problemticas. l que se v. Para
mim, o follow-up ideal consistiria em
Snodos particulares: cada bispo voltar
para casa e fazer um Snodo com os seus
diocesanos, padres e leigos, para avaliar o
modo at agora seguido e examinar ou-
tras possibilidades.
Qual foi a mudana mais importante
acontecida no Snodo?
Francisco no quer uma aplicao mec-
nica da lei, a defesa da letra e no do esp-
rito. Esse no o modo de agir da Igreja.
Ele mesmo nos falou dos coraes fecha-
dos que se escondem atrs do ensino da
Igreja e se sentam na cadeira de Moiss
para julgar os feridos. Ao contrrio,
preciso buscar, com compaixo e mise-
ricrdia, encontrar novos caminhos para
ajudar as pessoas. Um discernimento da
situao concreta que veja, antes de tudo,
as pessoas e, depois, os princpios. Esse
o mais forte encorajamento aos padres,
para que no sejam funcionrios: no,
no so funcionrios. Eles tm um traba-
lho de discernimento a fazer. Santo Incio
ficaria muito contente em ver que o dis-
cernimento entrou na Igreja. E tambm o
Papa Francisco est muito contente.
Fonte: www.ihu.unisinos.br/site.adital.
com.br
SNODO
A XIV Assembleia Geral Ordinria do
Snodo dos Bispos teve como tema dos de-
bates A vocao e a misso da famlia na
Igreja e no mundo contemporneo. Cerca
de 400 cardeais e bispos participaram do
evento, cuja misso foi discutir sobre os
desafios da famlia catlica atual diante
das mudanas da sociedade moderna.
-
18 19Em Em
COMPANHIA DE JESUS CPAL
J estamos no Advento, tempo de abertura novidade e de esperan-a. Espalhou-se a tradio da co-roa do Advento: cada semana, acender
uma das quatro velas da coroa. Uma
luz que vai se espalhando e iluminan-
do o caminho, como fogo que acende
outros fogos, abrindo passagem para
a chegada da salvao.
A figura de Joo Batista como abri-
dor de caminhos marca esta poca li-
trgica. Preparar a passagem do Senhor
supe assumir o risco de ousar rotas
novas, de limpar os caminhos e atrever-
-se a chegar alm das fronteiras. Uma
imagem que ressoa com o convite do
Papa Francisco para que sejamos Igreja
em sada, em busca da ovelha perdida.
Este ano, vivemos um Advento de
hemisfrio Sul. No um Advento que
nos atrai para o frio escuro e silencioso
do inverno, mas o celebramos na clari-
dade e festa de luz de uma primavera
iluminada pelo sol que a alegra. Esta-
mos em uma primavera da Igreja, que
nos convida para a festa e a aventura.
Com essa atitude interior, entramos
no novo ano litrgico preparando-nos
para o Ano da Misericrdia, que ser
tambm, para ns, ano de Congregao
Geral. A eleio de um novo Geral nos
permitir renovar-nos tambm como
A COROADO ADVENTO
Pe. Jorge Cela, SJPresidente da CPAL
corpo. Sentimos o chamado a uma mais profunda integrao
da vida espiritual, comunitria e apostlica.
A novidade que nos chega esse chamado integrao
das dimenses do nosso ser e fazer, de nossa identidade
pessoal e comunitria, de nossa vida interior e nossa forma
de governo e organizao, do discernimento da passagem
de Deus na histria e do planejamento eficiente de nossas
redes e obras, da proximidade afetiva e efetiva a partir da
pobreza e a profundidade espiritual e intelectual.
E o Natal convida-nos a descobrir a sntese dessa com-
plexidade crescente na pequenez, debilidade e simplici-
dade de um Menino recm-nascido. precisamente nossa
crescente fragilidade e pequenez que melhor nos preparam
para o encontro com o Salvador. O ano que comea deve
ser, para ns, oportunidade de adentrar-nos nesse mist-
rio que se manifesta no germinal e deixar que acontea em
ns, entre ns, a partir de ns, a alegria do Evangelho.
E, como sinal dos tempos em que vivemos, deixemos que
a sndrome do inter nos habite para abrir-nos interculturali-
dade que nos enriquece, a internacionalidade que nos faz sair
de ns mesmos, a intereclesialidade que nos convida a traba-
lhar com outros como companheiros de misso.
Deixemos que o Esprito do Natal brote em ns e em
nossas comunidades, impulsionando-nos a sair s praas
como mensageiros da misericrdia.
Feliz Natal!
PREPARAR A PASSAGEM DO SENHOR SUPE ASSUMIR O RISCO DE OUSAR ROTAS NOVAS, DE LIMPAR OS CAMINHOS E ATREVER-SE A CHEGAR ALM DAS FRONTEIRAS
-
20 21Em Em
No final de outubro, o Provin-cial, Pe. Joo Renato Eidt, e os sete Superiores de Plata-formas Apostlicas da Companhia de
Jesus no Brasil reuniram-se com os
padres Alfredo Ferro (Coordenador
do Projeto Pan-amaznico da CPAL-
-Conferncia dos Provinciais Jesu-
tas da Amrica Latina), Paco Almenar
(membro do Projeto Equipe Itineran-
te) e Fernando Lpez (CIMI-Conselho
Indigenista Missionrio). Durante o
encontro, realizado em Manaus (AM),
os trs jesutas tiveram a oportuni-
dade de apresentar suas respectivas
misses no marco da prioridade da
Amaznia, como definida pela CPAL
e pela Provncia dos Jesutas do Bra-
sil. Esse espao de dilogo foi, para
todos, boa oportunidade de visua-
lizar os desafios existentes e as res-
PROVINCIAL E SUPERIORES DAS PLATAFORMAS APOSTLICAS EM MANAUS
ENCONTRO LATINO-AMERICANO DA REPAM EM BOGOT
postas, que poderiam ser dadas como
corpo apostlico, aos gritos escuta-
dos, e que provm da realidade dos
territrios amaznicos. Assim, foi
um momento oportuno para refletir
como a misso da Rede Eclesial Pan-
-Amaznica (REPAM) e do Projeto PA-
MSJ integram-se misso apostlica
da Companhia de Jesus na Amaznia
brasileira, o que ser fundamental
para que haja articulao entre todos
para um melhor servio e cuidado
com a casa comum, como recomen-
da o Papa Francisco.
De 16 a 18 de novembro, reuni-ram-se, na cidade de Bogot (Colmbia), cerca de 90 pes-soas entre bispos, sacerdotes, reli-
giosos, leigos, agentes de pastoral e
indgenas, para trabalhar sobre a
misso, a estrutura e os comits na-
cionais da Rede Eclesial Pan-Ama-
znica (REPAM), bem como sobre o
desenvolvimento dos eixos estra-
tgicos. Os integrantes do encontro
confirmaram a importncia da REDE
para a Igreja amaznica latino-ame-
ricana, refletiram sobre a Encclica
do Papa, Laudato S, e planejaram
uma srie de atividades. Deve-se
tambm ressaltar a voz dos povos in-
dgenas, que apresentaram suas lutas
e esperanas frente s conjunturas
de ameaas.
Fonte: Pan-Amaznia SJ Carta Men-
sal n 20 e 21 Outubro e Novem-
bro 2015. Acesse o link (http://bit.
ly/1FDU44v) do Portal Jesutas Bra-
sil e faa o download das edies
completas da Pan-Amaznia SJ
Carta Mensal.
-
20 21Em Em
O Pe. Carlos Fritzen, atual Supe-rior da Plataforma Apostlica Centro-Oeste da Provncia dos Jesutas do Brasil, ser o novo coorde-
nador da Federao Internacional F e
Alegria a partir do prximo ano. Desig-
nado para a misso por Pe. Jorge Cela,
presidente da CPAL (Conferncia dos
Provinciais Jesutas da Amrica Latina),
o jesuta substituir o Pe. Ignacio Suol,
No dia 6 de dezembro, sete jesu-tas foram ordenados diconos na Parquia Santssima Trin-dade, em Santa Luzia (MG). Os jovens
Bartlomiej Przepeluk, Cleiton Nery,
Fabin Tejeda, Felix Lopes, Gonzalo Be-
navides, Mariano Torres e Stivel Toloza
receberam o sacramento da Ordem das
mos de dom Edson Oriolo, bispo refe-
rencial para a Regio Episcopal Nossa
Senhora da Conceio.
O padre Joo Renato Eidt, Provin-
cial da Companhia de Jesus no Brasil,
participou da cerimnia. Ao pedir o
sacramento da ordem para os eleitos,
o jesuta deu um testemunho sobre a
caminhada de formao vivida pelos
jovens.Alegramo-nos que mais pessoas
se entregam neste ministrio diaconal,
pois assim vamos fortalecendo cada vez
mais a vida e a misso da Companhia
de Jesus, disse, ao ressaltar que muita
vida e muitos esforos so investidos
NOVO COORDENADOR DE F E ALEGRIA INTERNACIONAL
COMPANHIA DE JESUS CELEBRA ORDENAO DE DICONOS
COMPANHIA DE JESUS GOVERNO
COMPANHIA DE JESUS JUVENTUDES E VOCAES
que esteve frente da instituio nos
ltimos seis anos.
Pe. Fritzen bacharel em Filosofia
e Teologia pelo Centro de Estudos Su-
periores da Companhia de Jesus-CES,
atual FAJE (Faculdade Jesuta de Filo-
sofia e Teologia), em Belo Horizonte
(MG), e mestre em Cincias Sociais
pela PUC-SP (Pontifcia Universidade
Catlica de So Paulo). Em 1998, atuou
no Apostolado do Centro Pastoral San-
ta F, onde tambm foi diretor, anos
mais tarde. Em 2004, assumiu a fun-
o de diretor Nacional da Fundao
F e Alegria e, em 2011, foi diretor pre-
sidente na mesma instituio. Antes
de ser nomeado Superior de Platafor-
ma, desempenhou a funo de admi-
nistrador Provincial da antiga Provn-
cia Brasil Centro-Leste (BRC).
para que os jovens jesutas tenham boa
formao, chegando ao momento da or-
denao diaconal.
Alm do Provincial, participaram
da cerimnia os superiores de plata-
forma da BRA (Provncia do Brasil) e
os padres provinciais da Colmbia e
dos Estados Unidos. O padre Edison de
Lima, reitor do Teologado da BRA, dire-
tores e colaboradores de obras jesutas
tambm marcaram presena.
O proco da Santssima Trindade,
padre Donizetti Venncio, SJ, falou so-
bre a alegria de receber a celebrao de
ordenao diaconal dos companhei-
ros jesutas. Este um momento no
qual sentimo-nos parte deste corpo,
no sentido de pertena Igreja. Vamos
concluindo o ano com uma grande ce-
lebrao, disse.
FOTO
: WW
W.P
AR
SA
NTR
I.WO
RD
PR
ES
S.C
OM
Sete jesutas receberam o sacramento da Ordem das mos de dom Edson Oriolo
-
22 23Em Em
A COMPANHIA DE JESUS NA AMRICA LATINA SERVIO DA F
Jesuta conquista Prmio Ratzinger de Teologia
O padre jesuta Mrio de Frana Miranda foi um dos vencedo-res da edio 2015 do Prmio Ratzinger de Teologia. No dia 21 de
novembro, aconteceu a cerimnia de
entrega da premiao ao sacerdote bra-
sileiro e ao telogo libans Prof. Nabil
e-Khoury. O evento realizou-se na sala
Clementina, do Palcio Apostlico do
Vaticano, em Roma (Itlia), durante a
concluso do Simpsio Deus caritas
est. Porta da Misericrdia, que marcou
os 10 anos da publicao da primeira
encclica de Bento XVI.
O prefeito da Sagrada Congregao
da F, cardeal Gerhard Mller, junto
com seu secretrio, o arcebispo Luis
Francisco Ladaria Ferrer, SJ, fez uma
breve introduo sobre a vida dos ho-
menageados, citou os cargos assumi-
dos, as publicaes e as demais ati-
vidades acadmicas realizadas pelos
vencedores. Vrios telogos j conquis-
taram o Prmio Ratzinger, mas esse ano
foi a primeira vez que um latino-ame-
ricano e um libans foram escolhidos.
Sou muito consciente de que ou-
tros telogos teriam merecido este pr-
mio mais justamente do que eu, afir-
FUNDAO VATICANA JOSEPH RATZINGER-BENTO XVI
Criada em 2010, a Fundao Vaticana
Joseph Ratzinger-Bento XVI tem como fi-
nalidades: promover estudos e pesquisas
sobre a obra teolgica de Joseph Ratzin-
ger, por meio de bolsas de estudo, pre-
miar estudiosos que tenham se destacado
na pesquisa e nas publicaes cientficas,
e organizar e promover simpsios de va-
lor cultural e cientfico. Os simpsios j
foram realizados na Polnia, na Itlia, na
Colmbia, na Espanha e no Brasil (PUC-
-Rio), em 2012.
mou padre Mrio. Eu reconheo e sou
muito grato Companhia de Jesus e aos
grandes mestres jesutas que encontrei
em minha vida acadmica. Motivao,
incentivo, tempo e possibilidade de
estudos longos e exigentes o que nos
oferece a Companhia de Jesus, sempre
almejando um servio ao Reino de Deus
na Igreja que seja de qualidade e mais
universal, ressaltou o jesuta.
Padre Mrio de Frana conta que, des-
de os primeiros anos de vida na Compa-
nhia de Jesus, sentiu forte inclinao para
a espiritualidade inaciana e, anos depois,
o encontro com telogos jesutas, como
Henri de Lubac e Karl Rahner, levou-o
para os estudos teolgicos.
O estudo constituiu a grande ati-
vidade de minha vida e forte motivo
de realizao pessoal, pois me sinto
til Igreja, mesmo reconhecendo mi-
nhas limitaes e lacunas. Em 2016,
completo 80 anos, mas ainda estarei
em atividade na Faculdade de Teologia
da PUC-Rio como professor de tempo
contnuo. Enquanto Deus estiver me
dando sade e cabea para tal, vou
continuar a propagar a Palavra de Deus
e a colaborar com o Papa Francisco na
reforma da Igreja, afirmou.
Alm da entrega do prmio, foi inau-
gurada a Biblioteca Joseph Ratzinger, no
Colgio teutnico, no Vaticano. O espao
conta com cinco mil volumes, em diver-
sas lnguas, parte dos quais doados pelo
prprio papa emrito Bento XVI.
VENCEDORES
O padre Mrio de Frana Miranda
doutor em Teologia pela Pontifcia Uni-
versidade Gregoriana (Roma) e profes-
sor da PUC-Rio (Pontifcia Universida-
de Catlica do Rio de Janeiro). Autor de
14 livros e mais de 100 artigos, foi mem-
bro da Comisso Teolgica Internacio-
nal, no perodo em que o ento cardeal
Ratzinger era presidente, como prefeito
da Congregao para a Doutrina da F.
O professor Nabil el-Khoury, de-
pois de concluir o doutorado sobre
Santo Efrm o Srio, em Tubingen
(Alemanha), ensinou na Universidade
Libanesa em Beirute e, como professor,
enviado a muitas universidades da Ale-
manha. Entre suas publicaes, desta-
cam-se suas tradues para o rabe das
obras de Joseph Ratzinger-Bento XVI.
Mais informaes pelo site:
www.fondazioneratzinger.va ou
e-mail [email protected]
-
22 23Em Em
COMPANHIA DE JESUS PROMOO DA JUSTIA E ECOLOGIA
Alunos promovem campanha de doao de sangue
Os alunos do 2 ano do Ensi-no Mdio do Colgio Santo Incio, em Fortaleza (CE), descobriram que a reserva do banco
de sangue do Hemoce (Centro de He-
matologia e Hemoterapia do Cear)
estava insuficiente para atender po-
pulao. A partir disso, os estudantes
criaram a campanha Doe Sangue Sal-
ve Vidas.
A iniciativa, apoiada pelo Co-
lgio Santo Incio e pelo Hemoce,
conseguiu mobilizar a comunidade
educativa da instituio. Alunos, fa-
miliares, ex-alunos e funcionrios
aderiram campanha, que conseguiu
captar 30 bolsas de sangue e uma de
medula ssea, no dia 9 de novembro.
As bolsas de sangue sero utilizadas
em hospitais pblicos, em casos de
cirurgias e acidentes graves.
Estudantes do Colgio Santo Incio, de Fortaleza, mobilizaram a comunidade educativa
-
24 25Em Em
COMPANHIA DE JESUS DILOGO CULTURAL E RELIGIOSO
REVISTA JESUTAS BRASIL, 74 ANOS DE HISTRIA
Aps 74 anos de histria, Jesu-tas Brasil chega a sua ltima edio, em dezembro, trazen-do como tema de capa Amaznia, Dom
para o Mundo. Meu sentimento de
misso cumprida. Busquei fazer a me-
lhor publicao possvel, dentro da de-
finio jornalstica e de contedo a que
a revista se propunha, afirma Pe. Attilio
I. Hartmann, editor e jornalista respon-
svel pela revista nos ltimos 14 anos.
Ao longo de sua existncia, a publi-
cao teve vrios nomes. Sua primeira
edio foi batizada de Notcias para os
Nossos Amigos e Benfeitores, lanada
em dezembro de 1941. Seu nascimento
foi iniciativa dos estudantes jesutas
de Teologia do Colgio Cristo Rei, em
So Leopoldo (RS), Balduno Schneider,
Gaspar Dutra e Fridolino Beuren, que
receberam o apoio do Pe. Antnio Loeb-
mann, reitor da instituio.Com distri-
buio gratuita, seu pblico-alvo eram
pais, amigos e benfeitores dos jesutas
da antiga Provncia do Brasil Meridio-
nal (BRM). A revista colaborou para a
criao de um sentimento de famlia,
com os colaboradores de diferentes
sees contribuindo com seu conheci-
mento, e os leitores e colaboradores na
Misso interagindo com suas opinies,
conta Pe. Attilio.
No mesmo ano de seu lanamen-
to, o Pe. Reinaldo Wenzel assumiu a
direo da publicao, cargo que ocu-
pou at o fim de sua vida, em 1982.
Outro importante colaborador da re-
vista foi o Ir. Valdemar Bsing, que
tambm exerceu as funes de secre-
trio e membro do Conselho Editorial.
Desde 1953, a redao de Notcias
funcionou no Colgio Anchieta, em
Porto Alegre (RS), at 1976, quando inau-
gurou a sede prpria, como Livraria e
Editora Padre Reus, e passou a ser publi-
cada trimestralmente, com tiragem de
-
24 25Em Em
ARQUIVO IGNACIO ELLACURA, PATRIMNIO DA AMRICA LATINA
A Biblioteca Pe. Florentino Ido-ate, SJ, o Centro Dom Rome-ro, por meio da Biblioteca de Teologia Juan Ramn Moreno, e o De-
partamento de Filosofia iniciaram um
projeto, em 2013, para conservar o lega-
do e pensamento do telogo e filsofo
Ignacio Ellacura. Esse esforo permitiu
a criao do Archivo Ignacio Ellacura,
que rene, entre outros, documentos
pessoais, manuscritos, apontamentos
de aula, artigos, recorte, correspondn-
cia e fitas de udio do padre, herdados
pela Companhia de Jesus depois de seu
assassinato, por um grupo paramilitar
de El Salvador, em 1990.
Este ano, o Comit Regional para a
Amrica Latina e o Caribe, do Programa da
UNESCO (Organizao para a Educao, a
Cincia e a Cultura das Naes Unidas)
Memria do Mundo, em sua 16 reunio
anual, de 21 a 23 de outubro, em Quito
(Equador), declarou o arquivo como Pa-
trimnio da Amrica Latina, sob o ttulo
Fundo Documental de Ignacio Ellacura:
Realidade Histrica e Libertao.
A declarao foi anunciada publica-
mente durante a celebrao eucarstica
da comunidade universitria em me-
mria dos mrtires da UCA (Universi-
dade Centro-Americana Jos Simen
Caas), realizada em 16 de novembro no
8 mil exemplares. Os textos da publica-
o abordavam atividades da Igreja e da
Companhia de Jesus, Misses, Vocaes
e Bblia, alm da seo Agradecem ao
Padre Reus, com as graas alcanadas
por intercesso do Servo de Deus.
Com o objetivo de imprimir um ca-
rter nacional revista, estabelecendo
um elo entre os jesutas do Brasil e seus
familiares e colaboradores, seu nome
foi mudado para Notcias Jesutas do
Brasil, em 1992. Dez anos mais tarde,
em 2002, com o Conselho Editorial for-
mado por representantes de cada uma
das antigas Provncias e Regio do pas,
a publicao ganhou o nome atual, Je-
sutas Brasil, com a ABEPARE (Associa-
o Cultural e Beneficente Padre Reus)
sendo responsvel por sua gesto. Nes-
sa poca, sua tiragem mdia por edio
Auditrio Ignacio Ellacura. Na missa, o
representante de El Salvador no Comit,
Carlos Henrquez Consalvi, entregou
UCA o ttulo que oficializa a nomeao
do patrimnio. Segundo a diretora da
Biblioteca, trata-se de um passo prvio
no sentido de o arquivo converter-se
em parte do programa da UNESCO Me-
mria do Mundo.
Em 2014, no marco do 25 aniver-
srio dos mrtires da UCA e do cente-
nrio da Companhia de Jesus no pas,
o arquivo j fora incorporado ao Re-
gistro Nacional da Memria do Mun-
do-UNESCO, tornando-se assim patri-
mnio documental de El Salvador.
Com o novo reconhecimento, o
fundo documental de Ellacura soma-
-se a 123 arquivos considerados pa-
trimnio da Amrica Latina. Docu-
mentos que, como explica o Comit
em um comunicado, constituem um
importante leque sobre a histria, a
educao, os direitos humanos, a psi-
quiatria, a msica, a arquitetura e a
comunicao da regio.
Fonte: Boletim da Cria
era de 3 mil exemplares.
Carecem dados para uma avalia-
o mais objetiva, mas h muitos tes-
temunhos pessoais que acentuam a
significativa contribuio da revista na
construo da histria da Companhia
de Jesus no Brasil. Alm disso, muitos
pesquisadores se serviram da publica-
o para trabalhos acadmicos, ressal-
ta Pe. Attilio.
Ignacio Ellacura, SJ
FOTO
: AR
CH
IVO
EL
FAR
O
-
26 27Em Em
COMPANHIA DE JESUS EDUCAO
Colgio Loyola promovesimulao da ONU
Alunos so premiados na Olimpada Brasileira de Robtica
O Colgio Loyola promoveu a 12 Edio do LoyolaMun, simulao das Conferncias das Naes Unidas ONU, entre os dias
11 e 13 de novembro. O evento, voltado
para os alunos da 2 srie do Ensino M-
dio, coloca os estudantes em um cenrio
mundial, no qual eles tm a experincia
O curso superior tecnolgico de Fotografia da Unicap (Univer-sidade Catlica de Pernambu-co) obteve nota mxima na avaliao do
MEC (Ministrio da Educao). A gradua-
o tirou cinco, numa escala de um a cin-
co. O resultado foi bastante comemorado
Nove alunos do Colgio Diocesa-no foram premiados na edio 2015 da Olimpada Brasileira de Robtica (OBR), na modalidade terica,
realizada em agosto. A avaliao abor-
dou contedos especficos da robtica,
assim como domnio de outras reas,
como Lngua Portuguesa e Cincias, que
so divididos em cinco eixos cognitivos:
domnio de linguagens, compreenso
de fenmenos, enfrentamento de situa-
es-problema, construo de argumen-
tao e elaborao de propostas.
Curso da Unicap conquista conceito mximo do MEC
A OBR divide-se em duas modalida-
des: a terica e a prtica. Alm da primei-
ra, o Colgio Diocesano destacou-se tam-
bm na avaliao prtica. Nessa ltima, a
equipe Robotronic 2, formada por alunos
do Colgio Diocesano, foi campe no n-
vel 2 (Ensino Mdio e Tcnico) e a equipe
Alfa, composta por alunos da Escola Santo
Afonso Rodriguez (ESAR), ficou classifi-
cada em segundo lugar no mesmo nvel.
As equipes, ambas formadas por alunos
de escolas da Rede Jesuta de Educao,
representaram o Piau na etapa nacional,
que aconteceu em Uberlndia (MG), no pe-
rodo de 29 de outubro a 1 de novembro.
Karla Giovanny, coordenadora de
Tecnologia Educacional do Diocesano,
fala sobre o estudo da robtica no Piau.
Em 2015, tivemos um crescimento sig-
nificativo tanto na Modalidade Terica
como na Prtica. Isso significa que nos-
sos alunos esto comeando a desenvol-
ver mais habilidades na rea de tecnolo-
gia. Segundo a coordenadora, o estudo
dessa rea desenvolve o raciocnio lgi-
co, ajuda na concentrao e facilita o tra-
balho em equipe.
por professores, alunos e funcionrios.
Os avaliadores do MEC estiveram no
campus da Unicap entre os dias 4 e 7 de
novembro. Eles visitaram os laboratrios,
salas de aula e a biblioteca. Alm disso,
analisaram a estrutura pedaggica e o cor-
po docente. O curso coordenado pela
professora Renata Victor desde sua abertu-
ra, fator determinante para um desenvol-
vimento coeso de seu projeto pedaggico,
diz um trecho do relatrio oficial do MEC.
Em clima de muita comemorao,
Renata Victor destacou o senso de co-
letividade da Unicap no s durante a
avaliao, mas tambm na rotina do
curso. Poucas vezes em toda a minha
vida profissional, eu vi um esprito de
equipe to forte quanto este da Univer-
sidade, afirmou.
de raciocnio, da oratria e do trabalho
em grupo.
No LoyolaMun, os cerca de 190
alunos participaram de debates,
criaram aes polticas e praticaram
o exerccio da diplomacia e das re-
laes internacionais. Vestidos a ca-
rter e representando vrios pases,
os jovens vivenciaram o clima da
conferncia internacional da ONU.
Segundo o estudante Joo Campos,
o evento uma oportunidade de ter
mais responsabilidade e uma viso
mais ampla do mundo.
-
26 27Em Em
Entre os dias 4 e 11 de novembro, o Colgio Medianeira promoveu mais uma edio da FLIM (Festa das Linguagens Medianeira). Durante o
evento, a instituio realizou duas im-
portantes atividades: a sesso de aut-
grafos da Coletnea dos Textos dos Alu-
nos e a Feira do Conhecimento. Essas
iniciativas so fruto de um trabalho in-
tenso por parte de alunos e educadores
que, durante todo o ano, esto compro-
metidos com a aprendizagem.
No dia 6, aconteceu o lanamento
do livro Coletnea de Textos, produzi-
do pelos estudantes do Colgio Media-
neira. A obra rene centenas de textos
e imagens tecidos durante o ano pelos
alunos e educadores e espelham, com
clareza, o projeto poltico pedaggico
inaciano. Com criatividade, reflexo
crtica e sensibilidade, os pequenos
autores propuseram um olhar sobre a
diversidade de ideias, sobre o conhe-
cimento e a produo escrita, sem pre-
conceito de estampa ou sentido.
O prefcio do livro foi escrito pelo
historiador e professor da Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas)
Feira do Conhecimento no Colgio Medianeira
Leandro Karnal, que afirma: No leio
para o vestibular ou para uma prova: so
questes passageiras. Leio porque estou
vivo e porque sou humano e quero in-
tensificar tudo isto. Leio porque muito
bom. O desafio de ler cresce a cada ano e
sempre me indica novas searas. Amo ler
porque amo viver.
O Projeto Poltico-Pedaggico do Co-
lgio Medianeira, unidade educativa da
Rede Jesuta de Educao, contempla,
como uma de suas estratgias meto-
dolgicas, o Educar pela Pesquisa. Isso
significa compreender a escola de edu-
cao bsica como produtora de conhe-
cimentos, os quais se transformam em
aprendizagem em meio s estruturas e
prticas de currculo.
O diretor acadmico, Fernando Gui-
dini, afirma: Das sries iniciais ao En-
sino Mdio, problematizar o conheci-
mento fazendo com que nossos alunos
busquem por respostas aos porqus,
torna-se princpio fundante de uma
formao integral e significativa, tendo
em vista a educao de sujeitos crticos,
competentes e criativos nas dimenses
humana e acadmica.
Pelo exerccio do questionamento,
investigao e sistematizao proposto
pelo projeto de pesquisa, cada educando
aprende a ser autnomo no pensar e no
estabelecimento de relaes entre e com
os diferentes componentes curriculares,
considerando o contexto, a tecnologia,
a cincia, a inovao, o trabalho e a vida
em sociedade. Fernando Guidini relem-
bra que essa autonomia, ao constituir
mtodos prprios de conhecimento,
configura-se como princpio fundante
frente s demandas da formao univer-
sitria, alm de central na atual configu-
rao do mundo do trabalho.
A Feira do Conhecimento, realiza-
da no dia 7, sinalizou o trmino de um
processo de ensino-aprendizagem que
divulga comunidade de educandos, fa-
miliares e educadores, a diversidade de
conhecimentos sistematizados ao longo
do ano acadmico. Da Fsica Histria,
dialogando com a Filosofia, a Biologia,
ou mesmo a Lngua Portuguesa, os alu-
nos do Medianeira apresentaram o re-
sultado de um conhecimento vivo, cien-
tfico e social, o qual objetiva formao e
transformao pessoal e coletiva.
-
28 29Em Em
NA PAZ DO SENHORIR. JOS MARIA DO NASCIMENTOPor Ir. Eudson Ramos
Nasceu no dia 9 de maro de 1927 em Massap, Sobral (CE). Era o 8 filho de uma famlia de 15 e ele, juntamente com os demais irmos,
foi educado e aprendeu os valores bsicos
da vida humana e crist. Um dia, sentiu o
chamado de Cristo para segui-lo mais de
perto. Em 1947, deixou a convivncia dos
pais e foi para o seminrio diocesano na
cidade de Sobral, onde permaneceu at o
ano de 1949. L, conheceu o Pe. Alexan-
drino Monteiro. Aps esse contato, foi
conhecer a Companhia de Jesus e veio o
desejo de tornar-se um jesuta. Assim, no
fim de dezembro de 1949, partiu de Sobral,
com mais um amigo e uma carta de reco-
mendao do Monsenhor Arnbio para o
Pe. Lira, reitor da Escola Apostlica de Ba-
turit (CE). Depois de seis meses de pos-
tulantado, entrou no Noviciado no dia 12
de agosto de 1950 e, no dia 15 de agosto de
1952, fez os votos do binio como Irmo.
Depois dos votos, foi enviado para
auxiliar o Irmo enfermeiro na mesma
casa em Baturit. Em 1954, partiu para o
colgio Antnio Vieira, em Salvador (BA),
para tomar conta da enfermaria, enquan-
to aguardava-se um irmo enfermeiro da
Espanha. Em 1955, foi para o colgio N-
brega, em Recife (PE), no intuito de ajudar
o Irmo Batista no cuidado de outros dois
jesutas: Ferreirinha e Salvador. Em 1956,
retornou para Baturit e assumiu o traba-
lho do refeitrio da comunidade e da dis-
pensa e ainda ajudou o Irmo enfermeiro.
Em 1959, o Provincial transferiu-o para o
colgio Anchieta em Nova Friburgo (RJ),
para l praticar o ofcio de dentista com o
Irmo Batista, que era dentista prtico.
Em 1960, foi para Itaici, em Indaia-
tuba (SP), fazer a Terceira Provao e, no
dia 15 de agosto de 1960, professou os
ltimos votos. Depois, foi para o colgio
Santo Incio no Rio de Janeiro, onde teve
a oportunidade de fazer um curso pro-
fissionalizante de enfermagem na Santa
Casa da Misericrdia. Quando voltou para
a provncia do Nordeste, foi lhe comuni-
cado que poderia continuar com os seus
estudos. Atendendo a um pedido do Ir.
Batista, o Provincial enviou-o para Recife.
L, concluiu o primeiro e o segundo grau,
preparando-se em seguida para o vesti-
bular de odontologia. Fez os exames e foi
aprovado. Iniciou o curso no princpio do
ano de 1973 na Universidade Federal de
Pernambuco e o concluiu em fins de 1977.
Dessa forma, Ir. Z Maria tornou-se um
dos primeiros Irmos, na dcada de 1970,
a obter um diploma de Ensino Superior,
algo que no era muito comum para os
irmos jesutas. Em 1978, foi para Baturit,
onde trabalhou como dentista at feverei-
ro de 1997.L, tambm trabalhou na cate-
quese de crianas e adultos e coordenou a
Pastoral da Criana da regio. Com ajuda
da instituio Manos Unidas, da Espanha,
montou uma carpintaria, de onde saram
vrios carpinteiros. Aps a morte do Ir.
Ferreira, foi pedido que coordenasse os
trabalhos nos Stios da Escola Apostlica,
da Caridade e do Juc, todos na mesma ci-
dade de Baturit.
Em fevereiro de 1997, foi transferido
para Fortaleza. Como a residncia So
Lus Gonzaga (Casa de Sade) ainda no
estava concluda, foi para a parquia do
Mondubim. Na parquia, envolveu-se nos
trabalhos pastorais (ministrio do Batis-
mo, Ministro Extraordinrio da Eucaristia
e Ministro da Palavra) e tambm montou
um consultrio dentrio para atender os
pobres das redondezas. Era o ministro da
comunidade jesuta, alm de estar encar-
regado pelas Finanas da Parquia. Perma-
neceu nessa misso at 2013, quando foi
transferido para a Casa de Sade So Luiz
Gonzaga. Isso aconteceu devido a um aci-
dente em Meruoca, quando estava visitan-
do seus familiares. Andava na garupa de
uma motocicleta, conduzida por um dos
muitos sobrinhos, e caiu. Sofreu leses em
uma das pernas e, como sofria de diabetes,
a cicatrizao foi complicadssima. Alm
disso, sofria de insuficincia respiratria.
Na Casa de Sade, levou uma vida
muito serena, gostava muito de estar no
quarto assistindo TV e ouvindo msi-
cas, mesmo sendo quase totalmente sur-
do. Participou normalmente das sesses
de fisioterapia enquanto lhe foi possvel.
Cuidava de programar o filme das teras-
-feiras para a comunidade e, na Hora M-
dia dos salmos, era o puxador da orao
do ngelus. Sempre gostava muito de
conversar, e histrias nunca lhe faltaram
para compartilhar com todos os que dese-
jassem. Era presena garantida em todos
os encontros de Irmos. Sentia forte dese-
jo de conviver e compartilhar sua vocao
e misso como Irmo para os mais jovens.
Carinhosamente, era sempre chamado de
Dr. Z Maria.
Esteve hospitalizado por uns 10 dias e,
ao retornar para a casa, precisou continu-
amente do oxignio. Assim foi at o seu
falecimento no dia 23 de outubro. Tinha 88
anos de idade e 65 de Companhia de Jesus.
SENTIA FORTE DESEJO DE CONVIVER E COMPARTILHAR SUA VOCAO E MISSO COMO IRMO PARA OS MAIS JOVENS
-
28 29Em Em
NA PAZ DO SENHORPE. JOS MARIA HERREROS ROBLESPor Pe. Jos Luis Fuentes Rodriguez
Nasceu em Burgos, Espanha, em 24 de maio de 1931. Ainda adolescente, frequentou o tra-dicionalssimo Colgio Nuestra Seora
del Recuerdo, que os jesutas dirigem
no Bairro de Chamartin, em Madri,
onde fez o Ensino Fundamental e o M-
dio. Cedo, sentiu o chamado de Jesus
para segui-lo mais de perto. Antes de
completar 18 anos, ingressava na Com-
panhia de Jesus ali mesmo, onde tam-
bm funcionavam os primeiros anos da
formao na Vida Religiosa, o Novicia-
do e o Juniorado. Aps concluso, em
1952, foi estudar Filosofia em Chamar-
tin e em Alcal de Henares. Certamente,
nessa ltima cidade, conheceu as salas
e os bancos escolares onde Santo Incio
estudara um dia. Nas mesmas cidades
de Madri e Alcal, exerceu o magistrio
durante dois anos. Estudou Teologia no
Sul, na bela e rabe Granada. Recebeu a
ordem presbiteral em Madri, em 14 de
julho de 1962.
A partir da comeou a realizar a se-
gunda vocao, a missionria. Desem-
barcou no Brasil, em Santos (SP), em 12
de setembro de 1963. Convm lembrar
que, naqueles anos, a Provncia Brasil
Centro-Leste abrigava colnias de japo-
neses e de russos, ambos associavam-se
em torno de misses especficas. Com
os primeiros, Pe. Herreros manteve lon-
go contato a partir do Colgio So Fran-
cisco Xavier, no bairro do Ipiranga, em
So Paulo (SP).
Para concluir as etapas obrigatrias
da formao jesutica, Pe. Herreros enca-
minhou-se a Trs Poos, Volta Redonda
(RJ), para a Terceira Provao, no ano de
1964. Depois de concluda, iniciou for-
malmente sua peregrinao apostlica,
praticamente toda exercida na cidade de
So Paulo, em duas instituies: Colgio
So Francisco Xavier e Centro de Juven-
tude Anchietanum. Entre os anos de 1965
a 1982, foi professor de Ensino Religioso,
orientador Espiritual e Educacional de
alunos, consultor da Casa e da Misso Ja-
ponesa, diretor da Congregao Mariana
e do grupo vocacional, diretor da Pasto-
ral, diretor Acadmico e reitor do Col-
gio. Alm disso, atuou como assistente
espiritual da Pastoral da Juventude (PJ) da
Regio Episcopal do Ipiranga. Em meio a
tantas atividades e responsabilidades,
ainda encontrava tempo para estudar.
Entre 1973 e 1975, fez os cursos de Pedago-
gia, Administrao Escolar e Orientao
Educacional na Faculdade de Filosofia,
Cincias e Letras de So Caetano do Sul.
Em 1983, mudou de residncia e pas-
sou a dirigir o Anchietanum. A partir de
ento, tornou-se promotor vocacional
da Provncia e passou a orientar Exerc-
cios Espirituais. Trs anos depois, retor-
nou ao Col. So Francisco Xavier como
orientador Espiritual do Ensino Mdio.
Passados trs anos, voltou ao Anchieta-
num como assistente do diretor. Alm de
promotor vocacional, passou a ser orien-
tador espiritual dos Seminaristas da Re-
gio do Ipiranga e assistente da CVX-SP.
Seis anos se passaram...
Em 1995, pela terceira vez, foi para
o Col. So Francisco Xavier como vice-
-superior da Comunidade e continuou
colaborando no Anchietanum, no Semi-
nrio do Ipiranga e na assessoria da CVX
Regional: mais sete anos de servio.
Por um ano escasso, permaneceu em
Juiz de Fora, com a Comunidade Voca-
cional composta de candidatos Com-
panhia de Jesus. Em 2008, radicou-se em
Itaici, onde passou a orientar Exerccios
e a colaborar nos ministrios sacerdotais
da Casa e da regio.
Em 2011, foi destinado para mo-
rar, orar e cuidar da sade em Belo
Horizonte (MG); primeiro, em carter
provisrio, depois definitivamente. O
guerreiro incansvel viu-se numa ca-
deira de rodas, mas sem perder o hu-
mor e a dignidade. A destinao seria
confirmada em 2011, mesmo com uma
leve perspectiva de regressar a So
Paulo, nova residncia de Nossa Se-
nhora da Estrada, o que no pde ser
concretizado. Necessitando de mais
cuidados regularmente, a chama foi-se
extinguindo at que, no dia 20 de no-
vembro de 2015, faleceu em decorrn-
cia de insuficincia respiratria aguda,
pneumonia aspirativa e doena de Pa-
rkinson. Tinha 84 anos de idade e 67 de
Companhia de Jesus.
CEDO, SENTIU O CHAMADO DE JESUS PARA SEGUI-LO MAIS DE PERTO. ANTES DE COMPLETAR 18 ANOS, INGRESSAVA NA COMPANHIA DE JESUS
-
30 31Em Em
NA PAZ DO SENHORPE. JOS DE MOURA E SILVAPor Ir. Eudson Ramos
Pe. Jos de Moura e Silva nasceu no
municpio de Ub, em Minas Gerais, no
dia 9 de julho de 1928.Ainda muito jo-
vem, ingressou na Companhia de Jesus
em Nova Friburgo (RJ), em 1 de fevereiro
de 1945. Nesse mesmo municpio, em 2
de fevereiro de 1947, emitiu os primeiros
votos e, depois, fez o Juniorado e a Filoso-
fia, permanecendo l at 1952.
De 1953 a 1955, dedicou-se ao per-
odo de Magistrio na Misso Anchieta,
em Utiariti, em Mato Grosso. E foi nesse
estado do centro-oeste brasileiro que Pe.
Moura atuou intensamente em diferen-
tes misses ao longo de sua vida. Esteve
distante da regio em poucos momentos,
como: entre 1956 e 1959, para estudar Te-
ologia, no Colgio Mximo Cristo Rei, em
So Leopoldo (RS); em 1958, quando foi
ordenado, em Belo Horizonte (MG); e, de-
pois, entre 1960 a 1961, para dar sequncia
ltima etapa da formao da Compa-
nhia de Jesus, a Terceira Provao, realiza-
da em Salamanca (Espanha), tendo como
instrutor o Pe. David Fernndez Noguera.
Retornou ao municpio mato-gros-
sense de Utiariti, em 1961, para ser vigrio
paroquial e missionrio, percorrendo s-
tios e aldeias da regio. Foi nessa mesma
cidade que, em 15 de agosto de 1962, pro-
feriu os ltimos Votos.
Em 1964, Pe. Moura tornou-se co-
ordenador da Prelazia, em Diamantino
(MT), onde tambm atuou como pro-
fessor no Colgio Conceio, Seminrio
Menor, entre 1968 e 1969. Serviu como
consultor da Casa e Misso no Semin-
rio Jesus Maria Jos, de 1969 a 1972. Pa-
ralelamente, entre 1970 e 1972, assumiu
a direo do Colgio Conceio.
Nos anos seguintes, at 1976, traba-
lhou como pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT) e coordenador dos indgenas, em Diamantino e Utiariti.
Em 1977, foi ser missionrio junto aos ndios Irantxe, na aldeia
Cravari, localizada na regio oeste de Mato Grosso. Nessa mesma
poca, assumiu a funo de Secretrio Regional do Conselho In-
digenista Missionrio (CIMI), em Cuiab.
Durante dois anos, de 1984 a 1985, trabalhou como Proco em
Alto Paraguai. E, entre 1986 e 1989, assumiu a funo de Delegado
Regional de Ensino, em Diamantino. Em seguida, de 1989 a 1994,
integrou o Conselho Estadual de Educao, em Cuiab. Nesse
mesmo perodo, dedicou-se ainda preparao do livro Mato
Grosso e seus municpios.
Paralelamente a esses trabalhos, entre 1989 e 2015, Pe. Moura
serviu tambm como vigrio paroquial da Parquia So Benedito,
em Cuiab. Ali, exerceu diversas atividades: diretor do Arquivo
Pblico de Mato Grosso, de 1991 e 1994; arquivista na Secretaria de
Educao, de 1995 a 1996; elaborao de mais um livro, Histria
da Misso de Diamantino, de 1996 a 2006; e membro do Instituto
Histrico e Geogrfico de Mato Grosso, de 1997 a 2015.
Por quatro anos, de 2000 a 2004, exerceu a funo de Scio
e Admonitor do Superior Regional da Regio Brasil-Mato Grosso
(BMT). E, entre 2002 a 2010, foi professor de Histria da Igreja
em Mato Grosso e Realidades Eclesiais no Studium Eclesistico
Dom Aquino Correa (SEDAC). A partir de 2009, atuou como Con-
sultor da Residncia Pe. Joo B. Burnier, em Cuiab.
Com a sade debilitada, Pe. Moura estava sendo cuidado
na Residncia Ir. Luciano Brando, em Belo Horizonte (MG).
As causas de seu falecimento, no dia 3 de dezembro de 2015,
foram insuficincia respiratria aguda, broncoaspirao, dis-
fagia e doena de Parkinson. Tinha 87 anos de idade e 70 de
Companhia de Jesus.
DEDICOU-SE AO PERODO DE MAGISTRIO NA MISSO ANCHIETA, EM UTIARITI, EM MATO GROSSO. E FOI NESSE ESTADO DO CENTRO-OESTE BRASILEIRO QUE PE. MOURA ATUOU INTENSAMENTE EM DIFERENTES MISSES
-
30 31Em Em
AGENDA
JUBILEUS
Centro Loyola de F e Cultura PUC-RioLocal | Rio de Janeiro (RJ)Site | www.clfc.puc-rio.br
Casa de Retiros It