Universidade de Aveiro
Departamento de Educação
Mestrado em Didáctica – Especialização em Tecnologia
Avaliação de Produtos Multimédia Educacionais
2010-2011
DDeeffiinniiççããoo ddoo PPllaannoo ddee TTrraabbaallhhoo
Avaliação do Recurso Educativo “Vogais iguais, sons iguais”
Avaliação do Recurso Educativo “Vogais iguais, sons iguais”
Avaliação dos Recursos Multimédia Educacionais 1
Autoria: Artur Gomes | Joana Loura | Margarida Cortesão
I - Introdução
O presente trabalho surge no âmbito da unidade curricular Avaliação de Produtos
Multimédia Educacionais, do Mestrado em Didáctica, ramo de Tecnologias, da
Universidade de Aveiro. Após a realização do recurso multimédia com o objectivo
pedagógico de aplicação em sala de aula designado “Vogais iguais, sons iguais?”, depois
da implementação, tornou-se pertinente proceder a uma avaliação do recurso criado
tendo em conta os objectivos a que se destinava.
Depois de termos consultado vários exemplos de avaliação de produtos multimédia,
optámos por fazer incidir a nossa avaliação na perspectiva da usabilidade do recurso
desenvolvido.
Com essa finalidade, elaborou-se este plano que aborda, numa primeira fase, o
objecto a avaliar, as funções do estudo de avaliação, os objectivos da avaliação e as
opções metodológicas tomadas. Seguidamente, apresentam-se os intervenientes, os
critérios e indicadores a avaliar, a apresentação dos instrumentos de recolha de dados e,
por último, a análise descritiva dos dados recolhidos e as respectivas conclusões.
.
II – Objecto a avaliar:
Neste estudo, iremos proceder à avaliação do flipchart “Vogais iguais, sons iguais”,
elaborado com recurso à ferramenta ActiveInspire da Promethean. Este flipchart
contempla vinte e duas páginas e na primeira será apresentada uma canção que
funcionará como motivação para o assunto a abordar no flipchart.
Relativamente ao conteúdo de cada página, este vai sendo explicado por uma
personagem que estará sempre presente ao longo de todo o flipchart, estabelecendo o
fio condutor entre as diferentes páginas e propondo os enunciados das tarefas a realizar.
Este flipchart poderá ser utilizado como ponto de partida para o ensino das vogais,
ou como material auxiliar de reforço e consolidação de outras actividades desenvolvidas
a partir do manual do aluno ou, ainda, como remediação para alunos cuja dificuldade
justifiquem a sua reutilização, tendo como finalidade levar as crianças à descoberta das
vogais orais e dos grafemas que as representam, tomando consciência que não existe
apenas uma correspondência biunívoca fonema/grafema.
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III – Funções do estudo de avaliação:
Este estudo tem como função avaliar o recurso educativo Vogais Iguais, Sons Iguais a
nível da sua usabilidade. A usabilidade é uma qualidade que deve ser inerente ao
documento e que possibilita que os utilizadores o usem com satisfação, eficácia e
eficiência na realização de tarefas. A opção de avaliar o recurso nesta perspectiva
justifica-se tendo em vista a aplicação de uma metodologia de avaliação que se possa
desenvolver num processo rápido.
IV – Objectivos da avaliação e opções metodológicas:
O Recurso a avaliar foi produzido tendo em vista a sua aplicação pedagógica a nível
de sala de aula, bem como, uma utilização individual, e como já foi dito, irá ser
avaliado numa perspectiva da sua usabilidade.
Tendo em vista essa finalidade, o presente estudo baseou-se nos critérios definidos
por Ana Carvalho (2002) no seu artigo sobre testes de usabilidade, sendo eles
facilidade em aprender, facilidade em utilizar e satisfação do utilizador, por
entendermos que os critérios que esta autora apresenta sintetizam muitos dos propostos
por outros autores, entre eles, Nielsen, Constantine & Lokwood e Shackel (Tabela 1).
Com vista à recolha de dados poder-se-á, segundo Carvalho (2002), utilizar quatro
métodos: avaliação heurística, observação, sondagem e método experimental. No
presente estudo, não se optou por recorrer às técnicas de avaliação heurística e
experimental devido ao curto espaço de tempo de que se dispunha para realizar a
avaliação do recurso. Assim, optou-se pelas técnicas de observação e sondagem para
proceder à avaliação do recurso. A primeira, uma vez que permite observar e registar
aspectos que não estavam previstos inicialmente no que diz respeito à interacção
existente entre o utilizador e o produto multimédia. A segunda, dado permitir perceber
a perspectiva dos alunos intervenientes no processo, os utilizadores, em relação à
utilização do recurso, através da aplicação de um pequeno questionário adequado à sua
faixa etária.
Seguidamente passaremos a apresentar os intervenientes no processo de avaliação do
recurso em estudo.
V – Intervenientes:
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Avaliação dos Recursos Multimédia Educacionais 3
O presente estudo foi desenvolvido em duas turmas do 1º Ciclo do Ensino Básico,
uma do 1º ano e outra do 2º ano de escolaridade do Centro Escolar de Pampilhosa, no
Agrupamento de Mealhada. A selecção da amostra foi feita na escola onde leccionam os
professores autores do flipchart a avaliar, por conseguinte, por este facto facilitar o
processo de aplicação e de recolha de dados. Ainda, tendo em conta o número de
turmas da escola dos anos de escolaridade a que este recurso poderá ser aplicado
prioritariamente (duas turmas do primeiro ano de escolaridade e três do segundo ano) e
o curto espaço de tempo de que dispúnhamos para concretizar este processo de
avaliação, pareceu-nos que uma turma do 1º ano e uma do 2º ano constituiriam uma
amostra credível, que nos permitiria retirar algumas conclusão em relação à usabilidade
do recurso em situação de aula com alunos entre os 6 e os 8 anos de idade, dos dois
anos iniciais do 1º ciclo.
Assim, a turma do 1º ano é composta por vinte e quatro alunos, doze rapazes, doze
raparigas. Os alunos desta turma pertencem a um nível socio-económico baixo e apenas
alguns dispõem de computador em casa. No dia a dia na escola, embora contactem com
as tecnologias em sala de aula, fazem-no, geralmente, observando o que faz a sua
professora e só de vez em quando intervindo activamente no Quadro Interactivo. A
turma do 2º ano é composta por dezasseis alunos, doze raparigas e quatro rapazes. Esta
turma é bastante heterogénea, com alunos pertencentes a famílias de um bom nível
socio-económico e outros oriundos de famílias carenciadas. Todos os alunos desta turma
possuem o computador portátil Magalhães e estão familiarizados com o seu uso em
contexto de aula e/ou recreativo. Na aula são utilizadores familiarizados com o Quadro
Interactivo.
VI – Critérios e indicadores:
Vários autores (Nielsen, Constantine & Lokwood, Schneiderman, Shackel, entre
outros (Seffah, 2006)) reconheceram a importância de avaliar os recursos multimédia,
no entanto referem diferentes critérios a ter em conta quando se pretende medir a
usabilidade dos softwares, conforme se pode observar na Tabela 1.
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Tabela 1 - Critérios de usabilidade segundo vários modelos (Seffah et al, 2006, pp. 161)
Existem também vários testes para medir a usabilidade de recursos multimédia.
Citamos como exemplo o QUIS (Questionnaire for User Interface Satisfaction). O QUIS,
desenvolvido por Chin et al. (1988), apresenta quatro factores: aprendizagem,
terminologia e fluxo da informação, output do sistema, características do sistema. Este, é
constituído por dezassete perguntas do tipo: “As mensagens que aparecem no monitor.”
ou “As instruções, comandos ou escolhas.”, sendo as respostas a assinalar numa escala de
diferencial semântico em que o 1 corresponde a Confusas e o 9 a Claras.
Sobre este tema, Carvalho (2002) cita Babo, referindo que “a usabilidade é uma
qualidade que deve ser inerente ao documento e que possibilita que os utilizadores o
usem com satisfação, eficácia e eficiência na realização de tarefas”. A autora refere ainda
que um software pode estar bem concebido em termos de funcionalidade, no entanto,
se não demonstrar uma boa usabilidade, o utilizador rejeitá-lo-á.
No mesmo estudo, Carvalho (2002) menciona cinco parâmetros apontados por
Nielsen e considerados como tradicionalmente aceites, para medir a usabilidade, sendo
eles a facilidade de aprendizagem de utilização do recurso, que se manifesta quando o
utilizador consegue interagir rapidamente com o recurso, aprendendo as opções de
navegação e a funcionalidade dos botões; a eficiência, depois de se ter aprendido como
funciona, consegue-se localizar rapidamente a informação necessária; facilidade de
lembrar, mesmo para um utilizador que usa o sistema ocasionalmente, é fácil recordar o
seu funcionamento; pouco sujeito a erros, os utilizadores não cometem muitos erros
durante a utilização do sistema, ou se os cometem devem conseguir recuperar, e o
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sistema deve funcionar sem erros catastróficos; e agradável de usar, os utilizadores
sentem-se satisfeitos com o sistema, gostam de interagir com ele.
Ainda no mesmo estudo, a autora cita Smith e Mayes (1996) por, na sua perspectiva,
englobar outras propostas e coincidir com os parâmetros considerados pertinentes para
se avaliar a usabilidade de um documento interactivo. De acordo com os autores, um
documento multimédia para ser facilmente aceite pelo utilizador deve ser fácil de
aprender a usar, deve ser fácil de utilizar e deve provocar satisfação no utilizador. Por
conseguinte, Carvalho aponta de igual forma, para que a usabilidade assente nestes três
aspectos, que define como facilidade em aprender, facilidade em utilizar e satisfação do
utilizador.
Reonhece na facilidade de aprendizagem (parâmetro de Nielsen) um dos atributos
mais importantes da usabilidade e que pode levar a que os futuros utilizadores optem
por determinado documento em detrimento de outro. Aconselha a medição deste
atributo mesmo em relação a utilizadores com pouca experiência.
A facilidade de utilização, segundo a autora, consiste em, depois do utilizador ter
aprendido a interagir com o documento, conseguir usá-lo com facilidade, mesmo
quando usa o documento ocasionalmente (facilidade de lembrar). Um outro ponto a ter
em atenção nesta dimensão prende-se com a orientação do utilizador no documento e
com as ajudas que este proporciona nesse sentido.
A satisfação do utilizador, verifica-se quando este gosta de navegar no documento,
devido à interface, ao conteúdo disponível, à estrutura do documento, ao processo de
interacção e navegação. Também neste domínio, as ajudas disponíveis podem contribuir
para uma maior satisfação do utilizador.
Para a elaboração dos instrumentos de recolha de dados que propomos neste
documento tivemos em conta os critérios referidos anteriormente.
No questionário a aplicar aos alunos intervenientes (Grelha 1) abordam-se, de uma
forma muito simples e adequada à faixa etária, atributos referentes aos critérios atrás
mencionados. Neste questionário os alunos devem assinalar a sua opinião em frases do
tipo afirmativo, numa escala nominal que vai do “Sim” ao “Não”, passando pelo nível
intermédio de “Às vezes”. O critério sobre a facilidade de utilização é sondado através
das frases “Gosto das imagens e das cores.”, sobre a dimensão visual, “Ao clicar nas
imagens e letras os sons ouvem-se sempre”, dimensão áudio, e “As tarefas são fáceis de
fazer.”, frase que se refere à dimensão das ações. As frases “É fácil compreender o que é
para fazer.” e “Compreendo o texto facilmente.” relacionam-se com o critério da
facilidade em aprender. Através da frase “As actividades ensinam-me coisas que não
sabia.” que também se enquadra no critério anterior mas numa perspectiva diferente,
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Avaliação dos Recursos Multimédia Educacionais 6
pretende-se recolher informação sobre se o recurso pode contribuir para a
aprendizagem de conteúdos. Com a frase “Gosto de fazer as actividades.” propomos,
simultaneamente, avaliar a satisfação dos alunos enquanto utilizadores, bem como a sua
apreciação global do recurso.
Também foi elaborado um instrumento para uma possível recolha de dados junto de
professores futuros aplicadores do recurso em sala de aula (Grelha 2). Neste
questionário destinado a professores tivemos igualmente em conta os mesmos critérios.
A escala de avaliação foi a mesma utilizada no questionário para os alunos (Sim/Às
vezes/Não), acrescentando-se a esta uma coluna com a menção “A melhorar”. Sendo
um questionário dirigido a adultos permite abordar de forma mais ampla as dimensões a
ter em conta para cada um dos critérios.
Assim, com vista à recolha de informações sobre a facilidade de utilização do recurso,
definimos indicadores que permitissem reunir informações sobre quatro dimensões que,
no nosso ponto de vista, podem influenciar de forma positiva ou negativa esse atributo:
a dimensão visual, a dimensão áudio, a dimensão das acções e a dimensão da facilidade
de lembrar, a rememoração. Em relação à dimensão visual, pretende-se analisar as
imagens, cor de fundo ou outras cores utilizadas (por exemplo, através da frase “As
imagens distinguem-se na cor do fundo.”), a distribuição imagens/texto/cores na página
(ex: “As imagens e texto não se sobrepõem.”), ou os tipos de letra utilizados (“Os tipos
de letra utilizados facilitam a leitura do texto.” Na dimensão áudio pretende-se aferir,
quer sobre resposta do programa em relação às acções que envolvem ficheiros se som,
por exemplo, na questão “Os ficheiros de som abrem ao clicar sobre as letras e
imagens.”, quer sobre a qualidade dos sons utilizados no recurso (“Os sons ouvem-se
bem.”), A dimensão das acções contempla questões de ordem técnica através das frases
“As palavras arrastam-se com facilidade e ficam nas caixas devidas.” ou “As lupas
revelam as palavras ou sons a descobrir.”), sobre a orientação do utilizador no
documento (“Há um menu inicial, podendo começar-se em pontos diferentes do
flipchart.”, “Há possibilidade de sair da actividade sempre que se quiser.” ou “A
navegação entre actividades é permitida.”) e sobre a facilidade em lembrar, ou
rememoração, como chamámos a esse atributo (“Quando utilizado após algum tempo,
é fácil de lembrar como se utiliza.”).
Em relação ao critério da facilidade de aprendizagem distinguimos duas dimensões da
aprendizagem que nos parecem indispensáveis num recurso pedagógico: a dimensão da
interacção, em que utilizador aprende a interagir com o recurso, compreendendo como
este funciona, e a dimensão dos conhecimentos e/conteúdos, isto é, a qualidade que o
recurso pode ter de transmitir ou possibilitar a aprendizagem de conteúdos. No que diz
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respeito à dimensão da interacção, vamos ao encontro do preconizado por Carvalho e
da sua definição de parâmetros para o critério da facilidade de aprendizagem. Nesse
sentido, pretende-se aqui aferir sobre a facilidade de compreensão das acções a realizar
(“As tarefas são intuitivas.”), a orientação proporcionada ao utilizador (“As páginas
contém os símbolos de acção necessários.” e “As páginas possuem enunciados ou notas
sobre as actividades.”), e a dificuldade dos textos e das actividades (“O grau de
dificuldade do texto dos enunciados ou das notas é adequado ao ano de escolaridade/
faixa etária/ grupo.” e “ A dificuldade das actividades é adequada ao ano de
escolaridade/ faixa etária/ grupo.”, respectivamente). No que concerne a dimensão dos
conhecimentos e conteúdos, em que se pretende avaliar se o recurso é pedagógico em
si, se proporciona ou facilita a aprendizagem de conteúdos, definimos como indicadores
o desenvolvimento de competências (“As actividades desenvolvem as competências que
se propõem.”), e a abordagem de conteúdos e conhecimentos (“ O recurso transmite
conhecimentos.”, “O recurso pode efectivamente completar o conhecimento.” e “As
actividades desenvolvidas consolidam conhecimentos.”).
O critério da usabilidade que se traduz na satisfação do utilizador, segundo a
literatura consultada, é considerado separadamente, no entanto, no nosso ponto de
vista, entrecruza-se com os outros dois critérios referidos anteriormente, uma vez que o
grau de satisfação do utilizador depende da facilidade de aprendizagem de utilização do
recurso e da facilidade de utilização, ou seja, da eficácia e eficiência de utilização do
recurso. Desta forma, no questionário em análise, estabeleceu-se a satisfação do
utilizador como um critério dependente da facilidade de aprendizagem e da facilidade
de utilização. Todavia, não se descura uma necessária apreciação global do recurso
inerente à satisfação do utilizador/professor, através de indicadores sobre a aplicação em
contexto de aula (“É fácil de utilizar em aula.” e “As actividades desenvolvem as
competências que se propõem”) e sobre a possibilidade de reutilização do recurso (“O
recurso pode ser utilizado mais do que uma vez.”).
Na sequência do que acabámos de expor, passaremos seguidamente a apresentar os
instrumentos elaborados para a recolha de dados: os questionários.
VII – Instrumentos a utilizar na recolha de dados:
Para a recolha dos dados propomos a utilização dos seguintes questionários:
a) Questionário de Avaliação do Recurso Interactivo “Vogais Iguais, Sons Iguais?”
para alunos utilizadores.
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Grelha 1 – Questionário para alunos/utilizadores
b) Questionário de Avaliação do Recurso Interactivo “Vogais Iguais, Sons Iguais?” para
professores aplicadores do recurso em contexto de aula.
Faço uma apreciação da actividade “Vogais iguais, sons iguais?”
Leio e assiná-lo Sim Às
vezes Não
Gosto das imagens e das cores.
Ao clicar nas imagens e letras os sons ouvem-se sempre.
As tarefas são fáceis de fazer.
É fácil compreender o que é para fazer.
Compreendo o texto facilmente.
As actividades ensinam-me coisas que não sabia.
Gosto de fazer as actividades.
No fim, apetece-me repetir as actividades.
Critérios Dimensões Itens S
Nem
sempre N
A
melhorar
Satis
fação
do
utiliz
ado
r
Facilid
ade de utiliz
ação
Visual
As imagens identificam -se bem.
As imagens distinguem-se na cor do fundo.
As imagens e texto não se sobrepõem .
O texto lê-se bem na cor do fundo.
Os tipos de letra utilizados facilitam a leitura do texto.
As cores dos caracteres facilitam a leitura.
A cor do fundo foi bem escolhida.
Áudio
A/s canção/canções ouvem-se ao clicar sobre o ícone de som.
Os ficheiros de som abrem ao clicar sobre as letras e imagens.
Os sons ouvem-se bem.
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Grelha 2 – Questionário para professores
Apesar de considerarmos uma mais-valia a proposta elaborada para a recolha de
dados junto de docentes utilizadores do recurso em contexto de aula, decidimos não
aplicar esse questionário de avaliação destinado aos professores. Esta opção deveu-se ao
facto de termos sido nós, os autores, a aplicar o recurso, pelo que, ao fazermos a
avaliação da sua aplicação ser-nos-ia difícil manter a neutralidade tornando, desta
forma, a nossa opinião pouco credível e/ou coerente. Por outro lado, o curto espaço de
Acções
As palavras arrastam-se com facilidade e ficam nas caixas
devidas.
As lupas revelam as palavras ou sons a descobrir.
Há um menu inicial, podendo começar-se em pontos diferentes
do flipchart.
Há possibilidade de sair da actividade sempre que se quiser.
A navegação entre actividades é permitida.
Inclui informações de orientação à navegação entre actividades.
Rememoração Quando utilizado após algum tempo, é fácil de lembrar como
se utiliza.
Facilid
ade de aprendiz
agem
Interacção com o recurso
As páginas contém os símbolos de acção necessários.
As tarefas são intuitivas.
As páginas possuem enunciados ou notas sobre as actividades.
O grau de dificuldade do texto dos enunciados ou das notas
é adequado ao ano de escolaridade/ faixa etária/ grupo.
A dificuldade das actividades é adequada ao ano de
escolaridade/ faixa etária/ grupo.
Conhecimentos/Conteúdos
As actividades desenvolvem as competências que se propõem.
O recurso transmite conhecimentos.
O recurso pode efectivamente completar o conhecimento.
As actividades desenvolvidas consolidam conhecimentos.
Aprecia
ção
glo
bal
O recurso é fácil de utilizar em aula.
As actividades desenvolvem as competências que se propõem..
O recurso pode ser utilizado mais do que uma vez.
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tempo de que dispúnhamos para a recolha de dados não nos daria margem suficiente
para a aplicação desse questionário e para proceder a uma reflexão cuidada sobre os
dados recolhidos, pondo em causa a validade da avaliação feita.
No entanto, comportámo-nos como aplicadores observadores, o que nos possibilitou
fazer uma recolha de informações de forma não sistematizada sobre pormenores que
não estavam inicialmente previstos, obtendo assim um feedback pessoal do trabalho
desenvolvido.
VIII – Tratamento e análise dos dados recolhidos:
A partir das respostas dadas pelos 23 alunos do 1º ano e pelos 16 alunos do 2º ano,
apresentaremos a nossa análise descritiva auxiliada por gráficos procurando, assim,
conhecer as perspectivas dos alunos face à utilização do recurso educativo “Vogais
iguais, sons iguais?”. Deste modo, começaremos por analisar as respostas dadas pelos
alunos do 1º ano com base no gráfico 1.
Como podemos observar no gráfico 1, no que diz respeito às questões pelas quais
pretendemos aferir sobre a facilidade de utilização, a totalidade dos alunos da turma do
1º ano referiu que gosta das imagens e das cores, mas em relação aos sons, grande parte
dos inquiridos afirmou que nem sempre os sons se ouvem quando se clica nas imagens
e nas letras. Ainda em relação ao critério da facilidade de utilização, no que diz
respeito à execução das tarefas, verificamos a maior parte dos alunos achou as tarefas
fáceis de fazer, enquanto que, apenas seis alunos opinaram que as tarefas nem sempre
eram fáceis de fazer.
Face às respostas dadas sobre a facilidade de aprendizagem a maior parte dos alunos
considerou que as actividades eram de fácil compreensão e a totalidade respondeu que
lhes ensinavam novos conteúdos.
Relativamente à perspectiva sobre a satisfação do utilizador, verificámos que todos os
alunos gostaram de realizar as actividades, sendo que vinte gostariam de as repetir,
enquanto dois alunos referem apenas às vezes lhes apetecer e um não lhe apetecer
repeti-las de todo.
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Gráfico 1: Respostas dadas pelos alunos do 1º Ano
Passaremos de seguida à análise das respostas dadas pelos dezasseis alunos da turma
do 2º ano a partir da observação do gráfico 2.
Como podemos verificar neste gráfico, debruçando-nos sobre as questões que
concernem a facilidade de utilização e começando pela dimensão visual, todos os alunos
referiram ter gostado das imagens e das cores do flipchart. Sobre a dimensão áudio, a
maior parte dos alunos (quinze) do 2º ano referiu também nem sempre ouvir os sons.
Relativamente à execução das tarefas, podemos constatar que a maior parte dos alunos
desta turma considerou as tarefas de fácil execução.
Face às respostas dadas sobre a facilidade de aprendizagem a maior parte dos alunos
considerou que as actividades eram de fácil compreensão porém dois alunos não
acharam as actividades fáceis de compreender. Sobre as aprendizagens proporcionadas
pelo recurso, em termos de conteúdos, bastantes alunos desta turma (dez) referiram não
ter aprendido novos conteúdos com as actividades desenvolvidas, enquanto que cinco
consideraram ter aprendido algo de novo e um aluno reconheceu que o recurso lhe
ensinava conteúdos novos.
Quanto à satisfação do utilizador, verificámos que todos os alunos gostaram de
realizar as actividades, sendo que a maior parte alunos (quinze) gostariam de as repetir.
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Gráfico 2: Respostas dadas pelos alunos do 2º Ano
IX – Considerações finais:
No que se refere aos três critérios por que nos pautámos para avaliar a usabilidade
do recurso “Vogais Iguais, Sons Iguais?” a realização deste trabalho permitiu concluir que
os alunos das duas turmas manifestaram opiniões semelhantes, embora com pequenas
diferenças, sobre os critérios avaliados.
Acerca da facilidade de utilização, no que diz respeito à dimensão visual, os alunos
das duas turmas gostaram das imagens e das cores. Assim, e de acordo com as respostas
dadas, podemos concluir que a nível visual o flipchart em avaliação é adequado à faixa
etária a que se destina e na qual foi aplicado.
Sobre os elementos áudio, os alunos de ambas turmas foram unânimes em afirmar
que os sons presentes no recurso nem sempre se conseguiam ouvir bem. Apenas dois
alunos (um do 1º e outro do 2º ano) referiram ouvir bem os sons o que nos leva a crer
que os alunos em questão poderiam estar sentados mais próximos das colunas do
quadro interactivo, o que lhes permitiria ouvir os elementos áudio com mais clareza. A
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avaliação desta dimensão reveste-se da maior importância neste processo, tendo em
vista a finalidade a que o recurso se propunha em termos de objectivos a atingir, que
era desenvolver a consciência fonológica. Nesta perspectiva a dimensão áudio assume
um papel fundamental que ultrapassa o seu contributo para a facilidade de utilização,
devendo por isso ser melhorada.
No domínio das acções, embora, numa perspectiva global a maior parte dos alunos
intervenientes considerassem as tarefas de fácil concretização, seis dos alunos do 1º ano
responderam que as tarefas apresentavam algum grau de dificuldade na sua realização.
Esta opinião pode dever-se ao facto de os alunos do 1º ano estarem pouco
familiarizados com a utilização do quadro interactivo, enquanto que, os alunos do 2º
ano estavam habituados a utilizar este recurso diariamente, tendo assim, mais facilidade
do seu manuseio e das ferramentas que este possui.
Relativamente à facilidade de aprendizagem, a maior parte dos alunos das duas
turmas responderam que era fácil compreender o que se pretendia fazer e que os textos
eram de fácil compreensão. Esta percepção dever-se-á seguramente ao facto de o
recurso ter sido aplicado no final do ano lectivo, época em que os alunos do 1º e 2º
ano dominam já a leitura o que lhes permitiu compreender todas a actividades a
realizar.
Em relação à aprendizagem de conteúdos todos os alunos do 1º ano consideraram
que as actividades lhes ensinaram novos conteúdos, enquanto que, entre os alunos do
2º ano, mais de metade referiram que as actividades não lhes proporcionaram novas
aprendizagens. Esta diferença de perspectivas entre os alunos das duas turmas
intervenientes deve-se talvez a uma menor abordagem da temática sobre consciência
fonológica na turma do 1º ano.
No que diz respeito à satisfação do utilizador, pudemos verificar que todos os alunos
envolvidos gostaram de realizar as actividades. Dos alunos das duas turmas
participantes, a grande maioria voltaria a repetir as actividades, no entanto, alguns
alunos referem não ter vontade de repetir as actividades. Esta situação poder-se-á dever
ao facto de o flipchart a avaliar se tratar de um recurso bastante extenso, podendo de
alguma forma a realização das actividades que prevê tornar-se árdua para alunos desta
faixa etária ou com dificuldades de concentração, que necessitam de mudar de
actividade com alguma frequência. Para os alunos se manterem interessados parece-nos
pertinente afirmar que a utilização mais adequada do recurso deverá ser por sessões.
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Não obstante as considerações relativas aos dados recolhidos através dos
questionários respondidos pelas crianças, podemos afirmar que a realização deste
trabalho foi-nos e ser-nos-á bastante útil na nossa prática pedagógica. Em primeiro lugar,
a construção do recurso educativo possibilitou-nos desenvolver competências ao nível
da utilização de um novo software educativo, o ActiveInspire. Ao mesmo tempo,
adquirimos conhecimentos no manuseamento de quadros interactivos que, cada vez
mais, se assumem como uma ferramenta vital na aplicação com sucesso do processo
ensino/aprendizagem. Posteriormente, numa segunda fase, optámos por avaliar o
recurso elaborado no 1º Semestre na perspectiva da sua usabilidade durante a aplicação
em contexto de sala de aula. Em suma, podemos concluir que todo o processo
desenvolvido nos tornou mais aptos e atentos ao nível das novas tecnologias e em que
perspectivas é que se pode avaliar a sua aplicação e utilização, e, certamente,
professores mais preparados para contornar algumas das contrariedades que nos surgem
no dia a dia nas escolas deste país.
X – Referências Bibliográficas:
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