Daniel
Silvio Dutra
DEZ/2015
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A474 Alves, Silvio Dutra Daniel / Silvio Dutra Alves. – Rio de Janeiro, 2015. 111p.; 14,8x21cm 1. Teologia. 2. Profeta. 3. Justiça. 4. Juízo 5. Comentário Bíblico I. Título.
CDD 230.224
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Sumário
Introdução............................................................... 4
Daniel 1 ......................................................................
5
Daniel 2......................................................................
10
Daniel 3......................................................................
25
Daniel 4......................................................................
33
Daniel 5......................................................................
41 Daniel 6......................................................................
48
Daniel 7......................................................................
54
Daniel 8......................................................................
65
Daniel 9......................................................................
72
Daniel 10....................................................................
80
Daniel 11.....................................................................
87
Daniel 12....................................................................
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Introdução
O livro do profeta Daniel contém a revelação
que lhe foi dada por Deus, especialmente por meio de interpretação de sonhos e visões, para
manter acesa em Israel a esperança messiânica, pela constatação do poder e do controle total de
Deus sobre a história das nações.
Assim, enquanto estivessem no cativeiro em Babilônia podiam estar certos de que o Senhor tornaria a lhes trazer de volta para a sua própria
terra na Palestina, de modo que pudessem guardar os seus mandamentos e manter toda a
sua vontade até que Cristo se manifestasse como o Ungido prometido ao profeta, e que
restauraria a sorte de Israel.
Babilônia não permaneceria para sempre como império mundial, pois conforme fora revelado a Daniel, ela seria subjugada pela Pérsia, e esta
também, por sua vez, pelos macedônios, dos quais, dos remanescentes do império de
Alexandre, viriam também a ser subjugados pelos romanos.
Por fim, se levantaria sobre a terra a reino mundial do Messias, mas não antes de serem
cumpridas todas as etapas estabelecidas no plano eterno de Deus.
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Daniel 1
Este capítulo nos fornece um relato da
primeira incursão que Nabucodonosor, rei de
Babilônia, fez logo no primeiro ano de seu reinado sobre Judá e Jerusalém, no terceiro ano
do reinado de Joaquim, e seu sucesso nessa expedição. Ele sitiou Jerusalém, prendeu o rei, e deixou Jeoiaquim para reinar como seu vassalo,
sendo que cerca de oito anos depois, este veio a se rebelar para a sua própria ruína.
Deus havia elegido Israel para revelar ao mundo a sua vontade e glória, e ao invés disso os
israelitas estavam fazendo exatamente o oposto por meio da sua idolatria e iniquidade. Então
lhes sobreveio este juízo da parte do Senhor para que vindicasse neles a sua santidade, revelando
que nada tinha a ver com aquele modo de proceder deles.
Eles necessitavam ser purificados para que Deus continuasse se revelando através deles, e isto seria feito por meio daquele juízo de serem
expulsos de sua própria terra.
Daniel seria, portanto, para eles, um paradigma do caráter que deve ser achado nos servos de
Deus, e para o mesmo propósito foi-lhes dado o profeta Ezequiel, que foi contemporâneo de
Daniel.
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Este capítulo nos dá conta de qual foi o comportamento de Daniel e de seus três
companheiros, que renunciaram às regalias e excessos da corte para permanecerem vivendo
de modo justo e santo.
Não é sem motivo que foi feito o registro do tipo de companhia íntima que privava Daniel –
homens sábios e tementes a Deus tal como ele, e isto nos é recomendado também como
crentes na Igreja de Cristo. Apesar de terem sido obrigados a receber nomes babilônios eles não
mudaram o seu caráter e nem se voltaram para os costumes abomináveis deles.
Pela nobreza e santidade de caráter demonstrado, Daniel passou a ser um dos
favoritos dos chefes dos eunucos.
A sua doçura de temperamento fazia com que fosse muito amado; mas, ainda assim é dito que
foi Deus que o colocou em favor com o chefe dos eunucos, e não propriamente em razão dos seus
méritos.
Por causa da sua piedade Ele fez com que obtivessem compaixão da parte daqueles que os levaram cativos; e sempre faz isto com todos os
que procedem de igual maneira.
Daniel 1.1 No ano terceiro do reinado de Jeoiaquim, rei de Judá, veio Nabucodonozor, rei
de Babilônia, a Jerusalém, e a sitiou.
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Daniel 1.2 E o Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoiaquim, rei de Judá, e uma parte dos vasos da
casa de Deus; e ele os levou para a terra de Sinar, para a casa do seu deus; e os pôs na casa do
tesouro do seu deus.
Daniel 1.3 Então disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos que trouxesse alguns dos filhos de
Israel, dentre a linhagem real e dos nobres,
Daniel 1.4 jovens em quem não houvesse defeito algum, de bela aparência, dotados de sabedoria,
inteligência e instrução, e que tivessem capacidade para assistirem no palácio do rei; e que lhes ensinasse as letras e a língua dos
caldeus.
Daniel 1.5 E o rei lhes determinou a porção diária das iguarias do rei, e do vinho que ele bebia, e
que assim fossem alimentados por três anos; para que no fim destes pudessem estar diante do
rei.
Daniel 1.6 Ora, entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
Daniel 1.7 Mas o chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel, o de Beltessazar; a Hananias, o de Sadraque; a Misael, o de
Mesaque; e a Azarias, o de Abednego.
Daniel 1.8 Daniel, porém, propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do
rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto
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pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar.
Daniel 1.9 Ora, Deus fez com que Daniel achasse graça e misericórdia diante do chefe dos eunucos.
Daniel 1.10 E disse o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que
determinou a vossa comida e a vossa bebida; pois veria ele os vossos rostos mais abatidos do
que os dos outros jovens da vossa idade? Assim poríeis em perigo a minha cabeça para com o
rei.
Daniel 1.11 Então disse Daniel ao despenseiro a
quem o chefe dos eunucos havia posto sobre Daniel, Hananias, Misael e Azarias:
Daniel 1.12 Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que se nos deem legumes a comer e água a beber.
Daniel 1.13 Então se examine na tua presença o nosso semblante e o dos jovens que comem das
iguarias reais; e conforme vires procederás para com os teus servos.
Daniel 1.14 Assim ele lhes atendeu o pedido, e os experimentou dez dias.
Daniel 1.15 E, ao fim dos dez dias, apareceram os seus semblantes melhores, e eles estavam mais
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gordos do que todos os jovens que comiam das iguarias reais.
Daniel 1.16 Pelo que o despenseiro lhes tirou as iguarias e o vinho que deviam beber, e lhes dava
legumes.
Daniel 1.17 Ora, quanto a estes quatro jovens, Deus lhes deu o conhecimento e a inteligência
em todas as letras e em toda a sabedoria; e Daniel era entendido em todas as visões e todos
os sonhos.
Daniel 1.18 E ao fim dos dias, depois dos quais o rei tinha ordenado que fossem apresentados, o chefe dos eunucos os apresentou diante de
Nabucodonozor.
Daniel 1.19 Então o rei conversou com eles; e entre todos eles não foram achados outros tais
como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso ficaram assistindo diante do rei.
Daniel 1.20 E em toda matéria de sabedoria e
discernimento, a respeito da qual lhes perguntou o rei, este os achou dez vezes mais
doutos do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino.
Daniel 1.21 Assim Daniel continuou até o primeiro ano do rei Ciro.
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Daniel 2
Temos neste capítulo uma grande prova da
existência e do poder de Deus, pois a qual
homem é dado que de si mesmo possa não somente interpretar corretamente o sonho de
outrem como também dizer-lhe qual foi o sonho que teve em todos os seus detalhes?
Foi da parte de Deus que Nabucodonosor teve o
sonho no qual estava sendo revelado as coisas que haveriam de suceder depois dele, sem que, no entanto, lhe desse a interpretação do sonho.
Quando os magos de Babilônia se anteciparam para lhe passar a interpretação, também, provavelmente dirigido por Deus não somente
lhes negou que o enganassem com suas falsas imaginações como também exigiu que lhe
dissessem qual era o conteúdo do sonho propriamente dito, uma vez que se tivessem de
fato a capacidade de interpretá-lo também teriam a de decifrar o conteúdo.
Os demônios nada poderiam fazer neste caso
porque não lhes foi dado acesso àquilo com o que o rei havia sonhado. Deus havia reservado
tudo aquilo para manifestar a sua glória, poder e soberania através de Daniel.
Como fizera com José no passado diante de Faraó, agora faria o mesmo através de Daniel
perante o rei de Babilônia.
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Então, temos aqui mais do que uma simples história ou algo que fosse de mero interesse
pessoal do rei, pois o sonho se tratava de uma profecia de larga extensão e na qual se revela
que os esforços do homem em estabelecer um império mundial, tal como estava fazendo o
próprio Nabucodonosor, sempre dariam em nada, pois isto está reservado Àquele que há de governar por toda a eternidade, a saber, nosso
Senhor Jesus Cristo.
Nabucodonosor, talvez, era um admirador de estátuas, e teve seu palácio e jardins enfeitados
com elas; no entanto, ele era um adorador de imagens, e agora, eis que uma grande
imagem está diante dele em um sonho, o que pode insinuar-lhe o que as imagens eram de fato, e às quais ele atribuía tanto valor - elas
eram meros sonhos.
Ele viu a imagem de um homem ereto, que estava diante dele, como um homem que vive; e,
porque esses impérios procuravam ser representados de modo admirável aos olhos de
seus súditos, o brilho desta imagem era excelente; e da sua forma é dito ser terrível. Mas, o que era mais notável nesta
imagem eram os diferentes metais com os quais foi composta - a cabeça de ouro (o metal mais
rico e mais durável), o peito e os braços de prata (o que segue em valor ao ouro), a barriga
e coxas de bronze, as pernas de ferro (ainda
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metais menos nobres), e por último os pés em parte de ferro e em parte de barro.
Veja o que as coisas deste mundo são; quanto
mais avançamos nelas menos valiosas são do que aparentam ser aos olhos de Deus.
O sonho dado a Nabucodonosor revela o
paganismo dos impérios que são erguidos pelos homens. Por maior que seja a glória deles é
passageira e se autodestrói ou é destruída diretamente por Deus.
De modo que a última parte do sonho mostra-
nos a imagem reduzida a nada.
Ele viu uma pedra cortada da pedreira por um poder invisível, sem mãos, e esta pedra caiu
sobre os pés da imagem, que eram de ferro e de barro, e os esmiuçou; e, em seguida, a
imagem caiu naturalmente, e assim que o ouro, e prata, e o bronze, e o ferro, foram todos quebrados em pedaços juntos, e tornados em
partículas tão pequenas que se tornaram como o pó que é dispersado pelo vento.
Mas a pedra se tornou uma grande montanha, e encheu a terra.
Entre as muitas revelações de Deus neste sonho há aquela que indica que toda a idolatria a
imagens há de ser desarraigado por Ele no tempo do fim, quando inaugurar o reino do
Messias em sua forma final.
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A imagem representava os reinos da terra que deveriam se suceder entre as nações e ter
influência sobre a nação judaica.
Os quatro impérios não foram representados por quatro estátuas distintas, mas por uma só imagem, porque eles eram todos de um único e
mesmo espírito e gênio, e todos mais ou menos contra a Igreja. Era a mesma potência, única
apresentada em quatro nações diferentes.
A cabeça de ouro significava a monarquia caldaica que estava em vigor.
Por setenta anos, conforme fixado por Deus, a cabeça de ouro deveria liderar as demais
nações.
Nabucodonosor reinou quarenta e cinco anos, Evil-Merodaque vinte e três anos, e Belssazar três. Babilônia era sua metrópole, e Daniel
esteve com eles durante os setenta anos.
O peito e os braços de prata significavam a monarquia dos medos e dos persas.
Este reino foi fundado por Dario, o medo e Ciro, o persa, em aliança, e, portanto, era
representado por dois braços, reunidos a nível do peito. Ciro era persa por parte de seu pai, e
medo por sua mãe.
Alguns acham que esta segunda monarquia durou 130 anos, outros 204 anos.
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A barriga e coxas de bronze significava a monarquia dos gregos, fundada por Alexandre,
que conquistou Darius Codomannus, o último dos imperadores persas. Este é o terceiro reino,
de bronze, inferior em riqueza e extensão de domínio em relação à monarquia persa.
As pernas e pés de ferro significavam o império
romano. Foi na época do auge dessa monarquia, que o reino de Cristo foi estabelecido no mundo
pela pregação do evangelho eterno.
O reino romano era forte como ferro. Ele esmiuçou o que havia restado do império grego,
sob o comando dos sucessores dos generais de Alexandre, que repartiram entre si os seus domínios.
O Império Romano seria enfraquecido e ramificado em dez reinos, que seriam como os dedos dos pés destes. Alguns deles eram fracos
como a argila, outros fortes como o ferro.
Isto significava que tentariam se unir novamente para o fortalecimento do império,
mas isto seria em vão, porque o fraco não se une ao forte, assim como o barro ao ferro.
A pedra cortada sem mãos representava o reino de Jesus Cristo, o qual deveria ser criado no mundo no tempo do Império Romano, e sobre
as ruínas do reino de Satanás nos reinos do mundo. Como o corte da pedra é sem mãos, por
isso não deve ser nem muito elevado nem
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apoiado pelo poder humano ou pela política; porque isto deve ser feito de forma
invisível pelo Espírito do Senhor. Esta foi a pedra que os edificadores rejeitaram, porque
não foi cortada por suas mãos, mas que se tornou agora a pedra principal, a pedra de
esquina.
Enquanto os reis da terra estiverem lutando uns contra os outros, com o intuito de estabelecer o
seu próprio domínio mundial, como se vê ainda atualmente com a tentativa de hegemonia pelos
EUA, Rússia, União Europeia e China, Deus vai fazer o seu próprio trabalho e cumprir o seu
conselho eterno.
Estes reis são todos eles inimigos do reino de Cristo, e ainda assim ele será instituído,
desafiando-os.
O reino de Cristo é um reino que não conhece a decadência, não está em perigo de destruição, e não vai admitir qualquer sucessão ou revolução.
Nunca será destruído por qualquer força estrangeira, ou invadido, como muitos outros reinos são; ferro e fogo não podem destruí-lo; os
poderes combinados da Terra e do inferno não podem privar os súditos de seu Príncipe ou o
Príncipe de seus súditos; nem este reino será deixado para outras pessoas, como os reinos da
terra.
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Cristo é um monarca que não tem sucessor, porque ele mesmo reinará para sempre.
Com a interpretação do sonho seria de se supor que Nabucodonosor, que estava intentando estabelecer o seu próprio reino eterno, que ele
ficaria furioso com Daniel, que predisse a sua queda e a elevação de um outro reino diferente,
mas em vez disso, ele o recebeu como um oráculo.
Ele olhou para Daniel como se ele fosse um pequeno deus, porque havia feito esta maravilhosa descoberta e interpretação de seus
pensamentos secretos, de modo que havia reconhecido a presença da divindade nisto, e
por isso se prostrou com o rosto em terra e reverenciou a Daniel, conforme era o costume
de se fazer nos países pagãos para horar aos reis, por se atribuir algo do poder da divindade neles.
Ele mais do que reverenciar, adorou a Daniel, e ordenou que lhe oferecessem uma
oblação e que lhe queimassem incenso. Nisto ele não pode ser justificado, mas pode, em certa
medida ser dispensado, quando Cornélio estava prestes a adorar a Pedro. Mas, embora não seja aqui mencionado, temos razão para pensar que
Daniel recusou estas honrarias, pois já havia declarado ao rei que o dom de revelar sonhos
não lhe pertencia, senão que era algo que lhe era concedido pelo único e verdadeiro Deus, ao
qual ele e os israelitas serviam.
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Daniel 2.1 Ora no segundo ano do reinado de Nabucodonozor, teve este uns sonhos; e o seu
espírito se perturbou, e passou-se-lhe o sono.
Daniel 2.2 Então o rei mandou chamar os magos, os encantadores, os adivinhadores, e os caldeus, para que declarassem ao rei os seus sonhos; eles
vieram, pois, e se apresentaram diante do rei.
Daniel 2.3 E o rei lhes disse: Tive um sonho, e para saber o sonho está perturbado o meu
espírito.
Daniel 2.4 Os caldeus disseram ao rei em aramaico: ó rei, vive eternamente; dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação
Daniel 2.5 Respondeu o rei, e disse aos caldeus:
Esta minha palavra é irrevogável se não me fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão
feitas um monturo;
Daniel 2.6 mas se vós me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim dádivas,
recompensas e grande honra. Portanto declarai-me o sonho e a sua interpretação.
Daniel 2.7 Responderam pela segunda vez: Diga o rei o sonho a seus servos, e daremos a
interpretação.
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Daniel 2.8 Respondeu o rei, e disse: Bem sei eu que vós quereis ganhar tempo; porque vedes
que a minha palavra é irrevogável.
Daniel 2.9 se não me fizerdes saber o sonho, uma
só sentença será a vossa; pois vós preparastes palavras mentirosas e perversas para as
proferirdes na minha presença, até que se mude o tempo. portanto dizei-me o sonho, para que eu
saiba que me podeis dar a sua interpretação.
Daniel 2.10 Responderam os caldeus na presença do rei, e disseram: Não há ninguém sobre a terra que possa cumprir a palavra do rei;
pois nenhum rei, por grande e poderoso que fosse, tem exigido coisa semelhante de algum
mago ou encantador, ou caldeu.
Daniel 2.11 A coisa que o rei requer é difícil, e ninguém há que a possa declarar ao rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne mortal.
Daniel 2.12 Então o rei muito se irou e enfureceu, e ordenou que matassem a todos os sábios de
Babilônia.
Daniel 2.13 saiu, pois, o decreto, segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos seus companheiros, para que
fossem mortos.
Daniel 2.14 Então Daniel falou avisada e prudentemente a Arioque, capitão da guarda do
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rei, que tinha saído para matar os sábios de Babilônia;
Daniel 2.15 pois disse a Arioque, capitão do rei:
Por que é o decreto do rei tão urgente? Então Arioque explicou o caso a Daniel.
Daniel 2.16 Ao que Daniel se apresentou ao rei e
pediu que lhe designasse o prazo, para que desse ao rei a interpretação.
Daniel 2.17 Então Daniel foi para casa, e fez saber
o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros,
Daniel 2.18 para que pedissem misericórdia ao
Deus do céu sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem, juntamente com o resto dos sábios de Babilônia.
Daniel 2.19 Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; pelo que Daniel louvou o Deus do céu.
Daniel 2.20 Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque são dele a sabedoria e a força.
Daniel 2.21 Ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; é ele quem dá a sabedoria aos sábios e o entendimento aos
entendidos.
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Daniel 2.22 Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a
luz.
Daniel 2.23 Ó Deus de meus pais, a ti dou graças e louvor porque me deste sabedoria e força; e
agora me fizeste saber o que te pedimos; pois nos fizeste saber este assunto do rei.
Daniel 2.24 Por isso Daniel foi ter com Arioque,
ao qual o rei tinha constituído para matar os sábios de Babilônia; entrou, e disse-lhe assim:
Não mates os sábios de Babilônia; introduze-me na presença do rei, e lhe darei a interpretação.
Daniel 2.25 Então Arioque depressa introduziu
Daniel à presença do rei, e disse-lhe assim: Achei dentre os filhos dos cativos de Judá um homem que fará saber ao rei a interpretação.
Daniel 2.26 Respondeu o rei e disse a Daniel, cujo nome era Beltessazar: Podes tu fazer-me saber o sonho que tive e a sua interpretação?
Daniel 2.27 Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exigiu, nem sábios, nem encantadores, nem magos, nem
adivinhadores lhe podem revelar;
Daniel 2.28 mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios; ele, pois, fez saber ao rei
Nabucodonozor o que há de suceder nos últimos dias. O teu sonho e as visões que tiveste
na tua cama são estas:
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Daniel 2.29 Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos sobre o que havia
de suceder no futuro. Aquele, pois, que revela os mistérios te fez saber o que há de ser.
Daniel 2.30 E a mim me foi revelado este mistério, não por ter eu mais sabedoria que
qualquer outro vivente, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que
entendesses os pensamentos do teu coração.
Daniel 2.31 Tu, ó rei, na visão olhaste e eis uma grande estátua. Esta estátua, imensa e de excelente esplendor, estava em pé diante de ti; e
a sua aparência era terrível.
Daniel 2.32 A cabeça dessa estátua era de ouro fino; o peito e os braços de prata; o ventre e as coxas de bronze;
Daniel 2.33 as pernas de ferro; e os pés em parte de ferro e em parte de barro.
Daniel 2.34 Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mãos, a qual
feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou.
Daniel 2.35 Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais
se fizeram como a pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se podia achar nenhum
vestígio deles; a pedra, porém, que feriu a
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estátua se tornou uma grande montanha, e encheu toda a terra.
Daniel 2.36 Este é o sonho; agora diremos ao rei a sua interpretação.
Daniel 2.37 Tu, ó rei, és rei de reis, a quem o Deus do céu tem dado o reino, o poder, a força e a glória;
Daniel 2.38 e em cuja mão ele entregou os filhos dos homens, onde quer que habitem, os animais
do campo e as aves do céu, e te fez reinar sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro.
Daniel 2.39 Depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra.
Daniel 2.40 E haverá um quarto reino, forte como ferro, porquanto o ferro esmiúça e quebra
tudo; como o ferro quebra todas as coisas, assim ele quebrantará e esmiuçará.
Daniel 2.41 Quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte
de ferro, isso será um reino dividido; contudo haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro,
pois que viste o ferro misturado com barro de lodo.
Daniel 2.42 E como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por
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uma parte o reino será forte, e por outra será frágil.
Daniel 2.43 Quanto ao que viste do ferro
misturado com barro de lodo, misturar-se-ão pelo casamento; mas não se ligarão um ao outro,
assim como o ferro não se mistura com o barro.
Daniel 2.44 Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais
destruído; nem passará a soberania deste reino a outro povo; mas esmiuçará e consumirá todos
esses reinos, e subsistirá para sempre.
Daniel 2.45 Porquanto viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela
esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro, o grande Deus faz saber ao rei o que há de suceder no futuro. Certo é o sonho, e fiel a sua
interpretação.
Daniel 2.46 Então o rei Nabucodonozor caiu com o rosto em terra, e adorou a Daniel, e ordenou
que lhe oferecessem uma oblação e perfumes suaves.
Daniel 2.47 Respondeu o rei a Daniel, e disse: Verdadeiramente, o vosso Deus é Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador dos
mistérios, pois pudeste revelar este mistério.
Daniel 2.48 Então o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitas e grandes dádivas, e o pôs por
governador sobre toda a província de Babilônia,
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como também o fez chefe principal de todos os sábios de Babilônia.
Daniel 2.49 A pedido de Daniel, o rei constituiu superintendentes sobre os negócios da
província de Babilônia a Sadraque, Mesaque e Abednego; mas Daniel permaneceu na corte do
rei.
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Daniel 3
Babilônia estava cheia de ídolos, mas nunca
seriam suficientes para atender aos desejos de idolatria de corações não regenerados.
Numa possível contraposição à visão que tivera em que Babilônia era apenas a cabeça de ouro,
Nabucodonosor erigiu uma estátua toda de ouro que refletisse a glória e a eternidade do seu
reino.
Ele havia reconhecido que a interpretação de Daniel lhe viera da parte de Deus, mas o homem
não convertido sempre haverá de ser achado em competição com Ele, em consequência do
desejo de Adão de ser igual a Deus em majestade e poder, independentemente dele.
Somente a primeira revelação era suficiente para colocar Nabucodonosor como todos os
imperadores que viessem depois dele, no seu próprio lugar de meros homens e não deuses, e
a se humilharem perante o único Deus verdadeiro.
Todavia, a obstinação e cegueira de seus corações sempre lhes enganará com a falsa
imaginação de que serão sempre poderosos e que seu poder se estenderá pela eternidade
afora.
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Ao provocar a justiça e santidade divina seria então submetido a uma segunda humilhação
quando tentasse destruir aqueles que se mantivessem fiéis ao Deus de Israel, e se
recusassem a adorá-lo (Nabucodonor) como deus.
Nunca se ouviu falar de alguém que pudesse
escapar ileso de uma grande fornalha de fogo, conforme o Senhor concedeu a Sadraque,
Mesaque e Abdnego, e o próprio Nabucodonosor reconheceu isto, e viu que não era páreo, nem ele, nem sua imagem, para o
Deus Todo-Poderoso de Israel.
O próprio Deus nos ordena que sejamos sujeitos aos que nos governam, honrando-os e lhes
servindo voluntariamente, mas não pela via da adoração, que é devida exclusivamente a Ele.
Satanás sempre procurará de um modo ou de outro infundir o terror nos servos de Deus para que eles venham a apostatar da fé e fidelidade a
Ele.
Mas, Deus sempre protegerá e honrará aqueles que o honrarem e não temerem a própria morte,
assim como fizera com aqueles três jovens que eram piedosos e amigos de Daniel.
O corajoso e fiel testemunho dado pelos jovens fez com que toda honra e glória fosse atribuída pelo rei de Babilônia somente ao Deus de Israel.
Certamente não o fizera por amor a Ele, mas por
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temer que na defesa daqueles que são seus viesse a exterminá-lo tal ocorreu com aqueles
que jogaram os jovens na fornalha e que foram inteiramente consumidos pelas chamas no
lugar deles.
Ele viu com seus olhos ao próprio Jesus em uma teofania como o quarto homem na fornalha, e
sabia que era de procedência divina, pois nenhum ser mortal seria capaz de fazer o que
Ele fez, mantendo os jovens inteiramente incólumes.
Daniel 3.1 O rei Nabucodonozor fez uma estátua
de ouro, a altura da qual era de sessenta côvados, e a sua largura de seis côvados;
levantou-a no campo de Dura, na província de Babilônia.
Daniel 3.2 Então o rei Nabucodonozor mandou ajuntar os sátrapas, os prefeitos, os
governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os magistrados, e todos os oficiais das
províncias, para que viessem à dedicação da estátua que ele fizera levantar.
Daniel 3.3 Então se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os magistrados, e todos os
oficiais das províncias, para a dedicação da estátua que o rei Nabucodonozor fizera levantar;
e estavam todos em pé diante da imagem.
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Daniel 3.4 E o pregoeiro clamou em alta voz: Ordena-se a vós, ó povos, nações e gentes de
todas as línguas:
Daniel 3.5 Logo que ouvirdes o som da trombeta,
da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte de música, prostrar-
vos-eis, e adorareis a imagem de ouro que o rei Nabucodonozor tem levantado.
Daniel 3.6 E qualquer que não se prostrar e não a adorar, será na mesma hora lançado dentro
duma fornalha de fogo ardente.
Daniel 3.7 Portanto, no mesmo instante em que todos os povos ouviram o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, e de toda a
sorte de música, se prostraram todos os povos, nações e línguas, e adoraram a estátua de ouro
que o rei Nabucodonozor tinha levantado.
Daniel 3.8 Ora, nesse tempo se chegaram alguns homens caldeus, e acusaram os judeus.
Daniel 3.9 E disseram ao rei Nabucodonozor: ó rei, vive eternamente.
Daniel 3.10 Tu, ó rei, fizeste um decreto, pelo qual todo homem que ouvisse o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do
saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte de música, se prostraria e adoraria a estátua de
ouro;
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Daniel 3.11 e qualquer que não se prostrasse e adorasse seria lançado numa fornalha de fogo
ardente.
Daniel 3.12 Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios da província de Babilônia: Sadraque, Mesaque e Abednego;
estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti; a teus deuses não servem, nem adoram a estátua de
ouro que levantaste.
Daniel 3.13 Então Nabucodonozor, na sua ira e fúria, mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abednego. Logo estes homens foram trazidos
perante o rei.
Daniel 3.14 Falou Nabucodonozor, e lhes disse: E verdade, ó Sadraque, Mesaque e Abednego, que
vós não servis a meus deuses nem adorais a estátua de ouro que levantei?
Daniel 3.15 Agora, pois, se estais prontos, quando ouvirdes o som da trombeta, da flauta,
da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte de música, para vos prostrardes
e adorardes a estátua que fiz, bom é; mas, se não a adorardes, sereis lançados, na mesma hora,
dentro duma fornalha de fogo ardente; e quem é esse deus que vos poderá livrar das minhas
mãos?
Daniel 3.16 Responderam Sadraque, Mesaque e Abednego, e disseram ao rei: ó Nabucodonozor,
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não necessitamos de te responder sobre este negócio.
Daniel 3.17 Eis que o nosso Deus a quem nós servimos pode nos livrar da fornalha de fogo
ardente; e ele nos livrará da tua mão, ó rei.
Daniel 3.18 Mas se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos
a estátua de ouro que levantaste.
Daniel 3.19 Então Nabucodonozor se encheu de raiva, e se lhe mudou o aspecto do semblante contra Sadraque, Mesaque e Abednego; e deu
ordem para que a fornalha se aquecesse sete vezes mais do que se costumava aquecer;
Daniel 3.20 e ordenou a uns homens valentes do
seu exército, que atassem a Sadraque, Mesaque e Abednego, e os lançassem na fornalha de fogo ardente.
Daniel 3.21 Então estes homens foram atados, vestidos de seus mantos, suas túnicas, seus turbantes e demais roupas, e foram lançados na
fornalha de fogo ardente.
Daniel 3.22 Ora, tão urgente era a ordem do rei e a fornalha estava tão quente, que a chama do fogo matou os homens que carregaram a
Sadraque, Mesaque e Abednego.
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Daniel 3.23 E estes três, Sadraque, Mesaque e Abednego, caíram atados dentro da fornalha de
fogo ardente.
Daniel 3.24 Então o rei Nabucodonozor se espantou, e se levantou depressa; falou, e disse
aos seus conselheiros: Não lançamos nós dentro do fogo três homens atados? Responderam ao
rei: É verdade, ó rei.
Daniel 3.25 Disse ele: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do
fogo, e nenhum dano sofrem; e o aspacto do quarto é semelhante a um filho dos deuses.
Daniel 3.26 Então chegando-se Nabucodonozor
à porta da fornalha de fogo ardente, falou, dizendo: Sadraque, Mesaque e Abednego,
servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Logo Sadraque, Mesaque e Abednego saíram do meio do fogo.
Daniel 3.27 E os sátrapas, os prefeitos, os governadores, e os conselheiros do rei, estando reunidos, viram que o fogo não tinha tido poder
algum sobre os corpos destes homens, nem foram chamuscados os cabelos da sua cabeça,
nem sofreram mudança os seus mantos, nem sobre eles tinha passado o cheiro de fogo.
Daniel 3.28 Falou Nabucodonozor, e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, o qual enviou o seu anjo e livrou os
seus servos, que confiaram nele e frustraram a
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ordem do rei, escolhendo antes entregar os seus corpos, do que servir ou adorar a deus algum,
senão o seu Deus.
Daniel 3.29 Por mim, pois, é feito um decreto,
que todo o povo, nação e língua que proferir blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque
e Abednego, seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas um monturo; porquanto não há
outro deus que possa livrar desta maneira.
Daniel 3.30 Então o rei fez prosperar a Sadraque,
Mesaque e Abednego na província de Babilonia.
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Daniel 4
A narrativa deste capítulo foi feita pelo próprio
Nabucodonosor.
Temos aqui algo que é da mesma forma habitual dos éditos reais.
Achando-se velho e recuperado de uma outra humilhação que lhe fora imposta por Deus, e que deu cumprimento a uma visão que tivera
em sonhos antes que esta lhe sobreviesse, ele reconhece e confirma a suprema soberania de
Deus sobre todos os reinos deste mundo.
Na enfermidade mental que lhe veio da parte de Deus e na sua recuperação dela pelo poder do
mesmo Deus pôde reconhecer quão frágeis são todos os homens em sua própria natureza, e que
todo o seu vigor e vida se encontram inteiramente ao dispor da sua vontade
soberana.
Ele queria deixar isto como um registro para as gerações futuras, para declarar a dívida que
tinha para com Deus, que havia lhe recuperado da sua enfermidade e restaurado o seu antigo
poder.
Ele sabia agora que há um Deus que governa o mundo e que tem um incontestável domínio
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absoluto universal e sobre todos os assuntos dos filhos dos homens.
Pôde reconhecer isto por tudo o que lhe foi
revelado e interpretado da parte de Deus através de Daniel, pois tudo lhe ocorreu na visão da
árvore exatamente como Daniel lhe disse em interpretação referindo-se à mesma como
provinda do Altíssimo.
Ele havia recebido o alarme quando estava em repouso em sua casa, e próspero no seu
palácio. Ele havia recentemente conquistado o Egito e, com isso havia concluído suas vitórias, e
terminado suas guerras, e fez-se monarca de todas as partes do mundo, por volta do trigésimo quarto ano do seu reinado.
Justamente quando pensou em descansar e desfrutar de toda a sua glória, veio-lhe a revelação de que ficaria enfermo por sete anos,
e isto se cumpriu, tendo vivido cerca de dois anos depois, tendo morrido no quadragésimo
quinto ano do seu reinado.
Quão grande lição todos nós podemos aprender destes fatos, de maneira a que andemos em
humildade perante o Senhor durante todo o curso da nossa vida.
Que não pensemos jamais que o fato de estar em descanso e em prosperidade, que isto não poderá ser alterado por alguma forma de
intervenção divina.
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Daniel 4.1 Nabucodonozor rei, a todos os povos, nações, e línguas, que moram em toda a terra:
Paz vos seja multiplicada.
Daniel 4.2 Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo.
Daniel 4.3 Quão grandes são os seus sinais, e quão poderosas as suas maravilhas! O seu reino
é um reino sempiterno, e o seu domínio de geração em geração.
Daniel 4.4 Eu, Nabucodonozor, estava sossegado em minha casa, e próspero no meu palácio.
Daniel 4.5 Tive um sonho que me espantou; e estando eu na minha cama, os pensamentos e as visões da minha cabeça me perturbaram.
Daniel 4.6 Portanto expedi um decreto, que
fossem introduzidos à minha presença todos os sábios de Babilônia, para que me fizessem saber
a interpretação do sonho.
Daniel 4.7 Então entraram os magos, os encantadores, os caldeus, e os adivinhadores, e lhes contei o sonho; mas não me fizeram saber a
interpretação do mesmo.
Daniel 4.8 Por fim entrou na minha presença Daniel, cujo nome é Beltessazar, segundo o nome do meu deus, e no qual há o espírito dos
deuses santos; e eu lhe contei o sonho, dizendo:
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Daniel 4.9 Ó Beltessazar, chefe dos magos, porquanto eu sei que há em ti o espírito dos
deuses santos, e nenhum mistério te é difícil, dize-me as visões do meu sonho que tive e a sua
interpretação.
Daniel 4.10 Eram assim as visões da minha cabeça, estando eu na minha cama: eu olhava, e
eis uma árvore no meio da terra, e grande era a sua altura;
Daniel 4.11 crescia a árvore, e se fazia forte, de
maneira que a sua altura chegava até o céu, e era vista até os confins da terra.
Daniel 4.12 A sua folhagem era formosa, e o seu
fruto abundante, e havia nela sustento para todos; debaixo dela os animais do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam
morada nos seus ramos, e dela se mantinha toda a carne.
Daniel 4.13 Eu via isso nas visões da minha cabeça, estando eu na minha cama, e eis que um vigia, um santo, descia do céu.
Daniel 4.14 Ele clamou em alta voz e disse assim: Derrubai a árvore, e cortai-lhe os ramos, sacudi as suas folhas e espalhai o seu fruto; afugentem-
se os animais de debaixo dela, e as aves dos seus ramos.
Daniel 4.15 Contudo deixai na terra o tronco com as suas raízes, numa cinta de ferro e de bronze,
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no meio da tenra relva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e seja a sua porção com os
animais na erva da terra.
Daniel 4.16 Seja mudada a sua mente, para que não seja mais a de homem, e lhe seja dada mente de animal; e passem sobre ele sete tempos.
Daniel 4.17 Esta sentença é por decreto dos vigias, e por mandado dos santos; a fim de que
conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a
quem quer, e até o mais humilde dos homens constitui sobre eles.
Daniel 4.18 Este sonho eu, rei Nabucodonozor, o
vi. Tu, pois, Beltessazar, dize a interpretação; porquanto todos os sábios do meu reino não
puderam fazer-me saber a interpretação; mas tu podes; pois há em ti o espírito dos deuses santos.
Daniel 4.19 Então Daniel, cujo nome era Beltessazar, esteve atônito por algum tempo, e
os seus pensamentos o perturbaram. Falou, pois, o rei e disse: Beltessazar, não te espante o
sonho, nem a sua interpretação. Respondeu Beltessazar, e disse: Senhor meu, seja o sonho
para os que te odeiam, e a sua interpretação para os teus inimigos:
Daniel 4.20 A árvore que viste, que cresceu, e se fez forte, cuja altura chegava até o céu, e que era
vista por toda a terra;
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Daniel 4.21 cujas folhas eram formosas, e o seu fruto abundante, e em que para todos havia
sustento, debaixo da qual os animais do campo achavam sombra, e em cujos ramos habitavam
as aves do céu;
Daniel 4.22 és ,tu, ó rei, que cresceste, e te fizeste forte; pois a tua grandeza cresceu, e chegou até
o céu, e o teu domínio até a extremidade da terra.
Daniel 4.23 E quanto ao que viu o rei, um vigia,
um santo, que descia do céu, e que dizia: Cortai a árvore, e destruí-a; contudo deixai na terra o
tronco com as suas raízes, numa cinta de ferro e de bronze, no meio da tenra relva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e seja a sua
porção com os animais do campo, até que passem sobre ele sete tempos;
Daniel 4.24 esta é a interpretação, ó rei é o decreto do Altíssimo, que é vindo sobre o rei, meu senhor:
Daniel 4.25 serás expulso do meio dos homens, e a tua morada será com os animais do campo, e te farão comer erva como os bois, e serás
molhado do orvalho do céu, e passar-se-ão sete tempos por cima de ti; até que conheças que o
Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer.
Daniel 4.26 E quanto ao que foi dito, que deixassem o tronco com as raízes da árvore, o
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teu reino voltará para ti, depois que tiveres conhecido que o céu reina.
Daniel 4.27 Portanto, ó rei, aceita o meu conselho, e põe fim aos teus pecados,
praticando a justiça, e às tuas iniquidades, usando de misericórdia com os pobres, se,
porventura, se prolongar a tua tranquilidade.
Daniel 4.28 Tudo isso veio sobre o rei Nabucodonozor.
Daniel 4.29 Ao cabo de doze meses, quando passeava sobre o palácio real de Babilônia,
Daniel 4.30 falou o rei, e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a morada
real, pela força do meu poder, e para a glória da minha majestade?
Daniel 4.31 Ainda estava a palavra na boca do rei,
quando caiu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonozor: Passou de ti o reino.
Daniel 4.32 E serás expulso do meio dos homens, e a tua morada será com os animais do campo;
far-te-ão comer erva como os bois, e passar-se- ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o
Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer.
Daniel 4.33 Na mesma hora a palavra se cumpriu sobre Nabucodonozor, e foi expulso do meio dos
homens, e comia erva como os bois, e o seu
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corpo foi molhado do orvalho do ceu, até que lhe cresceu o cabelo como as penas da águia, e as
suas unhas como as das aves:
Daniel 4.34 Mas ao fim daqueles dias eu, Nabucodonozor, levantei ao céu os meus olhos, e voltou a mim o meu entendimento, e eu
bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre; porque o seu domínio é
um domínio sempiterno, e o seu reino é de geração em geração.
Daniel 4.35 E todos os moradores da terra são reputados em nada; e segundo a sua vontade ele
opera no exército do céu e entre os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão,
nem lhe dizer: Que fazes?
Daniel 4.36 No mesmo tempo voltou a mim o meu entendimento; e para a glória do meu reino
voltou a mim a minha majestade e o meu resplendor. Buscaram-me os meus
conselheiros e os meus grandes; e fui restabelecido no meu reino, e foi-me
acrescentada excelente grandeza.
Daniel 4.37 Agora, pois, eu, Nabucodonozor, louvo, e exalço, e glorifico ao Rei do céu; porque todas as suas obras são retas, e os seus caminhos
justos, e ele pode humilhar aos que andam na soberba.
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Daniel 5
A destruição do reino de Babilônia tinha sido muitas vezes anunciada por Deus através de
todos os seus profetas, quando isto ainda estava num tempo distante.
Neste capítulo, nós temos o relato da sua consumação quando Belssazar se encontrava no trono.
Temos aqui o rei Belssazar muito alegre, mas, de repente, muito terrificado e sombrio.
Ele havia desprezado e ofendido a Deus, quando fez uma grande festa e usou os utensílios que os babilônios haviam saqueado do templo de
Jerusalém.
Ciro, que se encontrava na ocasião com o seu exército sitiando Babilônia, sabia desta festa, e
presumindo que eles estariam fora de sua guarda, mergulhados no sono e no
vinho, aproveitou a oportunidade para atacar a cidade.
Belssazar fez uma afronta sobre a providência de Deus e ousou desafiar os seus juízos, pois em vez de se humilhar e buscar a Deus quando os
persas e medos estavam sitiando Babilônia, deu um grande banquete em sua própria honra para
celebrar a glória do seu reino.
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O uso dos utensílios do templo era uma clara demonstração da sua arrogância e irreverência,
e do quão disposto estava a negligenciar e a abusar de todos os alertas que Deus havia dado
contra Babilônia através dos seus profetas.
Então receberia uma mensagem direta e clara da parte do próprio Deus quando ele juntamente com seus convidados viram que uma mão
escrevia na parede palavras que lhes eram indecifráveis. E havia uma razão para isto, pois
para confirmar que a mensagem era de proveniência do Deus de Israel, somente a
Daniel seria dado interpretá-la.
Com isto o ânimo de todos eles se abateu diante daquelas palavras de um juízo iminente, e desfalecidos que ficaram não resistiram a Ciro
quando ele tomou a cidade.
Isto sucederá a todos os arrogantes quando no juízo final a mão de Deus escrever diante de seus
olhos a sentença terrível que está destinada a eles.
Eles serão sujeitados ao Inimigo de suas almas para sempre, assim como o rei de Babilônia foi
sujeitado a Ciro.
Os setenta anos de cativeiro haviam se cumprido e o tempo da libertação de Israel do cativeiro havia chegado, conforme havia sido
prometido através do profeta Jeremias.
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Daniel teve reconhecimento deste fato histórico, segundo as profecias, e foi por isso
que fez a oração que veremos nos capítulos seguintes e recebeu a revelação das setenta
semanas que deveriam ainda ser aguardadas para o pleno cumprimento do propósito de Deus
para Israel.
Daniel 5.1 O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes, e bebeu vinho
na presença dos mil.
Daniel 5.2 Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer os vasos de ouro e de prata que Nabucodonozor, seu pai, tinha tirado do templo
que estava em Jerusalém, para que bebessem por eles o rei, e os seus grandes, as suas
mulheres e concubinas.
Daniel 5.3 Então trouxeram os vasos de ouro que foram tirados do templo da casa de Deus, que
estava em Jerusalém, e beberam por eles o rei, os seus grandes, as suas mulheres e concubinas.
Daniel 5.4 Beberam vinho, e deram louvores aos
deuses de ouro, e de prata, de bronze, de ferro, de madeira, e de pedra.
Daniel 5.5 Na mesma hora apareceram uns dedos de mão de homem, e escreviam, defronte
do castiçal, na caiadura da parede do palácio real; e o rei via a parte da mão que estava
escrevendo.
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Daniel 5.6 Mudou-se, então, o semblante do rei, e os seus pensamentos o perturbaram; as juntas
dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro.
Daniel 5.7 E ordenou o rei em alta voz, que se
introduzissem os encantadores, os caldeus e os adivinhadores; e falou o rei, e disse aos sábios de
Babilônia: Qualquer que ler esta escritura, e me declarar a sua interpretação, será vestido de
púrpura, e trará uma cadeia de ouro ao pescoço, e no reino será o terceiro governante.
Daniel 5.8 Então entraram todos os sábios do rei;
mas não puderam ler o escrito, nem fazer saber ao rei a sua interpretação.
Daniel 5.9 Nisto ficou o rei Belsazar muito
perturbado, e se lhe mudou o semblante; e os seus grandes estavam perplexos.
Daniel 5.10 Ora a rainha, por causa das palavras
do rei e dos seus grandes, entrou na casa do banquete; e a rainha disse: ó rei, vive para sempre; não te perturbem os teus pensamentos,
nem se mude o teu semblante.
Daniel 5.11 Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; e nos dias de teu pai
se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei
Nabucodonozor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos encantadores, dos
caldeus, e dos adivinhadores;
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Daniel 5.12 porquanto se achou neste Daniel um espírito excelente, e conhecimento e
entendimento para interpretar sonhos, explicar enigmas e resolver dúvidas, ao qual o rei pôs o
nome de Beltessazar. Chame-se, pois, agora Daniel, e ele dará a interpretação.
Daniel 5.13 Então Daniel foi introduzido à presença do rei. Falou o rei, e disse à Daniel: És
tu aquele Daniel, um dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá?
Daniel 5.14 Tenho ouvido dizer a teu respeito que o espírito dos deuses está em ti, e que em ti
se acham a luz, o entendimento e a excelente sabedoria.
Daniel 5.15 Acabam de ser introduzidos à minha
presença os sábios, os encantadores, para lerem o escrito, e me fazerem saber a sua
interpretação; mas não puderam dar a interpretação destas palavras.
Daniel 5.16 Ouvi dizer, porém, a teu respeito que podes dar interpretações e resolver dúvidas.
Agora, pois, se puderes ler esta escritura e fazer-me saber a sua interpretação, serás vestido de
púrpura, e terás cadeia de ouro ao pescoço, e no reino serás o terceiro governante.
Daniel 5.17 Então respondeu Daniel, e disse na presença do rei: Os teus presentes fiquem
contigo, e dá os teus prêmios a outro; todavia
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vou ler ao rei o escrito, e lhe farei saber a interpretação.
Daniel 5.18 O Altíssimo Deus, ó rei, deu a
Nabucodonozor, teu pai, o reino e a grandeza, glória e majestade;
Daniel 5.19 e por causa da grandeza que lhe deu,
todos os povos, nações, e línguas tremiam e temiam diante dele; a quem queria matava, e a
quem queria conservava em vida; a quem queria exaltava, e a quem queria abatia.
Daniel 5.20 Mas quando o seu coração se elevou,
e o seu espírito se endureceu para se haver arrogantemente, foi derrubado do seu trono
real, e passou dele a sua glória.
Daniel 5.21 E foi expulso do meio dos filhos dos homens, e o seu coração foi feito semelhante
aos dos animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses; deram-lhe a comer erva como aos bois, e do orvalho do céu foi molhado
o seu corpo, até que conheceu que o Altíssinuo Deus tem domínio sobre o reino dos homens, e
a quem quer constitui sobre ele.
Daniel 5.22 E tu, Belsazar, que és seu filho, não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste
tudo isso;
Daniel 5.23 porém te elevaste contra o Senhor do céu; pois foram trazidos a tua presença os vasos
da casa dele, e tu, os teus grandes, as tua
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mulheres e as tuas concubinas, bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de
prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem
sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, e de quem são todos os teus caminhos, a ele não
glorificaste.:
Daniel 5.24 Então dele foi enviada aquela parte da mão que traçou o escrito.
Daniel 5.25 Esta, pois, é a escritura que foi traçada: MENE, MENE, TEQUEL, UFARSlM.
Daniel 5.26 Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino, e o acabou.
Daniel 5.27 TEQUEL: Pesado foste na balança, e foste achado em falta.
Daniel 5.28 PERES: Dividido está o teu reino, e entregue aos medos e persas.
Daniel 5.29 Então Belsazar deu ordem, e vestiram a Daniel de púrpura, puseram-lhe uma cadeia de ouro ao pescoço, e proclamaram a
respeito dele que seria o terceiro em autoridade no reino.
Daniel 5.30 Naquela mesma noite Belsazar, o rei dos caldeus, foi morto.
Daniel 5.31 E Dario, o medo, recebeu o reino, tendo cerca de sessenta e dois anos de idade.
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Daniel 6
Daniel pôde contemplar em vida o
cumprimento de parte da profecia que lhe foi dado interpretar no sonho de Nabucodonosor,
por ver a queda de Babilônia - a cabeça de ouro - sob a Pérsia e Média.
Ele não foi preservado em vida, no entanto, para
dar um registro histórico destes reinos, senão para revelar a grande soberania e controle de
Deus sobre eles, para manter viva a fé e a fidelidade de Israel a Ele.
O povo se encontrava em cativeiro em cumprimento a todos os juízos que Deus havia
prometido trazer sobre eles desde os dias de Moisés, e que confirmou por meio dos profetas,
e por isso não vemos na profecia de Daniel ameaças de juízos contra o povo de Israel,
porque estes se encontravam em pleno cumprimento conforme predições anteriores.
Agora a promessa de libertação através de Ciro estava prestes a acontecer, não que sem antes, o
Senhor fosse glorificado diante daqueles reis através da vida do próprio Daniel, ao revelar o
seu poder para guardar e livrar os que são seus conforme demonstrou guardando o seu profeta
de ser devorado pelos leões.
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Mais uma vez a soberba e arrogância dos imperadores, ainda que não consentida por eles
na adoração que lhes seja dirigida, conforme foi o caso de Dario neste caso, mas aceita, seria
abatida pelo Senhor, pois aqueles que atentaram contra a vida de Daniel por causa da
sua fidelidade na adoração exclusiva a Deus vieram a cumprir no lugar dele, a pena que eles próprios haviam estabelecido, a saber, a de ser
devorado pelos leões.
Daniel 6.1 Pareceu bem a Dario constituir sobre
o reino cento e vinte sátrapas, que estivessem por todo o reino;
Daniel 6.2 e sobre eles três presidentes, dos quais Daniel era um; a fim de que estes sátrapas lhes dessem conta, e que o rei não sofresse dano.
Daniel 6.3 Então o mesmo Daniel sobrepujava a estes presidentes e aos sátrapas; porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava
constituí-lo sobre todo o reino:
Daniel 6.4 Nisso os presidentes e os sátrapas procuravam achar ocasião contra Daniel a
respeito do reino mas não podiam achar ocasião ou falta alguma; porque ele era fiel, e não se
achava nele nenhum erro nem falta.
Daniel 6.5 Pelo que estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este
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Daniel, a menos que a procuremos no que diz respeito a lei do seu Deus.
Daniel 6.6 Então os presidentes e os sátrapas foram juntos ao rei, e disseram-lhe assim: ó rei Dario, vive para sempre.
Daniel 6.7 Todos os presidentes do reino, os prefeitos e os sátrapas, os conselheiros e os governadores, concordaram em que o rei devia
baixar um decreto e publicar o respectivo interdito, que qualquer que, por espaço de trinta
dias, fizer uma petição a qualquer deus, ou a qualquer homem, exceto a ti, ó rei, seja lançado
na cova dos leões.
Daniel 6.8 Agora pois, ó rei, estabelece o interdito, e assina o edital, para que não seja
mudado, conforme a lei dos medos e dos persas, que não se pode revogar.
Daniel 6.9 Em virtude disto o rei Dario assinou o edital e o interdito.
Daniel 6.10 Quando Daniel soube que o edital estava assinado, entrou em sua casa, no seu
quarto em cima, onde estavam abertas as janelas que davam para o lado de Jerusalém; e
três vezes no dia se punha de joelhos e orava, e dava graças diante do seu Deus, como também
antes costumava fazer.
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Daniel 6.11 Então aqueles homens foram juntos, e acharam a Daniel orando e suplicando diante
do seu Deus.
Daniel 6.12 Depois se foram à presença do rei e lhe perguntaram no tocante ao interdito real:
Porventura não assinaste um interdito pelo qual todo homem que fizesse uma petição a qualquer
deus, ou a qualquer homem por espaço de trinta dias, exceto a ti, ó rei, fosse lançado na cova dos
leões? Respondeu o rei, e disse: Esta palavra é certa, conforme a lei dos medos e dos persas, que não se pode revogar.
Daniel 6.13 Então responderam ao rei, dizendo-lhe Esse Daniel, que é dos exilados de Judá, e não tem feito caso de ti, ó rei, nem do interdito que
assinaste; antes três vezes por dia faz a sua oração.
Daniel 6.14 Ouvindo então o rei a notícia, ficou muito penalizado, e a favor de Daniel propôs dentro do seu coração livrá-lo; e até o pôr do sol
trabalhou para o salvar.
Daniel 6.15 Nisso aqueles homens foram juntos ao rei, e lhe disseram: Sabe, ó rei, que é lei dos
medos e persas que nenhum interdito ou decreto que o rei estabelecer, se pode mudar.
Daniel 6.16 Então o rei deu ordem, e trouxeram Daniel, e o lançaram na cova dos leões. Ora, disse o rei a Daniel: O teu Deus, a quem tu
continuamente serves, ele te livrará.
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Daniel 6.17 E uma pedra foi trazida e posta sobre a boca da cova; e o rei a selou com o seu anel e
com o anel dos seus grandes, para que no tocante a Daniel nada se mudasse:
Daniel 6.18 Depois o rei se dirigiu para o seu palácio, e passou a noite em jejum; e não foram trazidos à sua presença instrumentos de
música, e fugiu dele o sono.
Daniel 6.19 Então o rei se levantou ao romper do dia, e foi com pressa à cova dos leões.
Daniel 6.20 E, chegando-se à cova, chamou por Daniel com voz triste; e disse o rei a Daniel: ó
Daniel, servo do Deus vivo, dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar- te dos leões?
Daniel 6.21 Então Daniel falou ao rei: ó rei, vive para sempre.
Daniel 6.22 O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca dos leões, e eles não me fizeram mal algum; porque foi achada em mim
inocência diante dele; e também diante de ti, ó rei, não tenho cometido delito algum.
Daniel 6.23 Então o rei muito se alegrou, e mandou tirar a Daniel da cova. Assim foi tirado Daniel da cova, e não se achou nele lesão
alguma, porque ele havia confiado em seu Deus.
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Daniel 6.24 E o rei deu ordem, e foram trazidos aqueles homens que tinham acusado Daniel, e
foram lançados na cova dos leões, eles, seus filhos e suas mulheres; e ainda não tinham
chegado ao fundo da cova quando os leões se apoderaram deles, e lhes esmigalharam todos
os ossos.
Daniel 6.25 Então o rei Dario escreveu a todos os povos, nações e línguas que moram em toda a
terra: Paz vos seja multiplicada.
Daniel 6.26 Com isto faço um decreto, pelo qual em todo o domínio do meu reino os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel;
porque ele é o Deus vivo, e permanece para sempre; e o seu reino nunca será destruído; o
seu domínio durará até o fim.
Daniel 6.27 Ele livra e salva, e opera sinais e maravilhas no céu e na terra; foi ele quem livrou Daniel do poder dos leões.
Daniel 6.28 Este Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario, e no reinado de Ciro, o persa.
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Daniel 7
A data deste capítulo o coloca antes do quinto
porque Daniel teve estas visões no primeiro ano de Belssazar, quando o cativeiro dos judeus na
Babilônia estava se aproximando do seu término.
Temos aqui o registro dos quatro impérios que
seriam opressivos para Israel, até que o Messias se manifestasse e realizasse no final dos tempos
a plena libertação deles.
Ainda hoje, mesmo depois de ter andado errante por todo o mundo por mais de dezoito séculos, Israel ainda é como um povo oprimido
em sua própria terra, cercado de ameaças por todos os lados, e isto tudo tem o propósito de
manter acesa neles a expectativa da libertação do Messias, o qual, a propósito eles rejeitaram
como nação no seu primeiro advento, e que será reconhecido somente no segundo.
A visão serviria para alertar aos israelitas quanto a não sonharem com um retorno para a sua
própria terra, saídos de Babilônia, para desfrutarem de uma tranquilidade plena e
ininterrupta; mas que, não deveriam, de modo algum, enganar a si mesmos, e ficarem por
conseguinte decepcionados com Deus.
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As graças que teriam mesmo aqueles que viessem a estar associados ao Messias, seriam
acompanhadas por aflições neste mundo.
Os reinos deste mundo estariam em conflitos
permanentes, e as consequências destes conflitos respingariam sobre os próprios filhos
de Deus.
Assim sucede em razão da própria natureza terrena caída no pecado que está em permanente conflito.
A soberba, a arrogância, a cobiça e o egoísmo dos homens sempre há de ser refletida em seus
governantes e nos próprios governados.
É somente em Cristo que o homem pode ser libertado disso, e como nem todos são da fé, é de se esperar então que sempre haja guerras e
rumores de guerra até que Cristo estabeleça o seu reino na sua forma final.
Daniel viu quatro grandes animais, subindo do mar, das águas turbulentas da humanidade. Os
monarcas e monarquias são representados por bestas, porque muitas vezes é pela raiva
brutal e pela tirania que eles são criados e apoiados.
Estes animais eram diferentes uns dos outros, para destacar as formas diferentes de gênios das
nações que representavam.
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A primeira besta era como um leão. Esta foi a monarquia babilônica, que era feroz e forte, e fez
os reis absolutos. Este leão tinha asas de águia, com as quais podia voar sobre a presa,
denotando a velocidade com que Nabucodonosor fez a sua conquista dos reinos.
Mas, Daniel logo vê as suas asas arrancadas, pondo um ponto final colocado sobre a carreira de suas armas vitoriosas.
Diversos países que tinham sido seus tributários se revoltaram contra eles, de moldo a fazer com que este animal monstruoso, este leão alado,
fosse colocado de pé como um homem, e o coração de homem lhe sendo dado. Ele perdeu
o coração de um leão, com o qual tinha sido famoso, perdeu a sua coragem e se tornou fraco
e débil, e conheceriam com isto que não passavam de meros homens.
A segunda besta era como um urso. Esta foi a monarquia persa, menos forte e mais generosa
do que a anterior, mas não menos voraz. Este urso se levantou de um lado contra o leão, e
logo o dominou. Este urso tinha três costelas na boca, entre os dentes, os restos daquelas nações que tinha devorado, que eram as marcas de sua
voracidade, e ainda uma indicação de que se tivesse devorado muito, não poderia, no
entanto, devorar tudo; algumas costelas ainda estão presas nos seus dentes, as quais não
poderia conquistar.
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O terceiro animal era semelhante a um leopardo. Esta foi a monarquia grega, fundada
por Alexandre, o Grande, ativo, esperto e cruel, como um leopardo. Ele tinha quatro asas de
ave; o leão parece ter tido, senão duas asas; mas o leopardo tinha quatro, pois embora
Nabucodonosor tivesse grande expedição em suas conquistas Alexandre fez uma muito maior. Em seis anos ele ganhou todo o império
da Pérsia, além de grande parte da Ásia, fez-se senhor da Síria, Egito, Índia e outras
nações. Este animal tinha quatro cabeças; após a morte de Alexandre suas conquistas foram
divididas entre seus quatro generais.
O quarto animal era mais feroz e formidável que qualquer um deles. O Império Romano, que,
quando estava em sua glória, compreendeu dez reinos: Itália, França, Espanha, Alemanha, Grã-
Bretanha, Sarmatia, Pannonia, Ásia, Grécia e Egito; e, em seguida, o pequeno chifre que
aumentou a queda de três dos outros chifres, que alguns consideram como sendo o império
turco, e outros como o reino da Síria com a família dos Selêucidas, que era muito cruel e
opressiva para o povo de Israel. E aqui se diz que o império era diferente daqueles que vieram antes, porque nenhum dos poderes anteriores
tentou obrigar os judeus a renunciarem à sua religião, mas os reis da Síria o fizeram, e de
modo bárbaro. seus exércitos e comandantes eram os grandes dentes de ferro com
que devoravam e faziam em pedaços o povo de
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Deus. Os dez chifres são, então, dez reis que reinaram sucessivamente na Síria; e, em
seguida, o chifre pequeno é Antíoco Epifânio, o último dos dez, que de uma forma ou outra
minou a três dos reis, e obteve o governo. Ele era um homem de grande talento, e, portanto, é dito
ter olhos como os olhos de um homem, e ele foi muito corajoso e ousado, tinha uma boca que falava grandes coisas. Nós nos encontraremos
novamente com ele nessas profecias.
Se entendermos o quarto animal como se referindo ao império sírio, ou ao romano, é evidente que estes versos são destinados para o
conforto e apoio do povo de Deus em referência às perseguições que eram susceptíveis de
sustentar tanto de um quanto do outro, e de todos os seus inimigos orgulhosos em todas as
épocas; porque está escrito para a sua aprendizagem sobre quem os fins dos séculos
têm chegado, que também eles, pela paciência e consolação desta Escritura, tenham esperança.
Três coisas são descritas aqui e que que são muito animadoras:
I. Que existe um juízo vindouro, e Deus é o Juiz. Agora os homens têm o seu dia, e cada pretendente acha que ele deve ter seu dia, e se
esforça para isso. Mas Aquele que se assenta no céu ri deles, pois vê que seu dia está chegando
(Sl 37.13).
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II. Que os inimigos cruéis e orgulhosos da Igreja de Deus, certamente, serão derrubados no
devido tempo (v. 11 e 12). Isto é aqui representado a nós, com a destruição do quarto animal.
III. Que o reino do Messias deve ser edificado e ser mantido no mundo a despeito de toda a oposição dos poderes das trevas.
Daniel manifestou um desejo sincero de entender o significado dessas coisas.
O anjo explicou o significado para o profeta mas ele estava muito interessado em saber maiores detalhes sobre o quarto animal que diferia
muito dos demais, que tudo devorava e fazia em pedaços.
Sabemos que a visão se referia a Antíoco Epifânio, no passado, e ao Anticristo no futuro,
porque ambos são o chifre pequeno que prevalece contra os santos e que se eleva
grandemente contra Deus.
Ambos recebem da parte de Deus três anos e meio para operarem as suas desolações, ao
término dos quais são por Ele destruídos.
Daniel 7.1 No primeiro ano de Belsazar, rei de
Babilônia, teve Daniel, na sua cama, um sonho e visões da sua cabeça. Então escreveu o sonho, e
relatou a suma das coisas.
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Daniel 7.2 Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando, numa visão noturna, e eis que os
quatro ventos do céu agitavam o Mar Grande.
Daniel 7.3 E quatro grandes animais, diferentes uns dos outros, subiam do mar.
Daniel 7.4 O primeiro era como leão, e tinha asas
de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e
posto em dois pés como um homem; e foi-lhe dado um coração de homem.
Daniel 7.5 Continuei olhando, e eis aqui o
segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três
costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne.
Daniel 7.6 Depois disto, continuei olhando, e eis
aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha nas costas quatro asas de ave; tinha também este animal quatro cabeças; e foi-lhe dado domínio.
Daniel 7.7 Depois disto, eu continuava olhando, em visões noturnas, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha
grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era
diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres.
Daniel 7.8 Eu considerava os chifres, e eis que entre eles subiu outro chifre, pequeno, diante
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do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos,
como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas.
Daniel 7.9 Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se
assentou; o seu vestido era branco como a neve, e o cabelo da sua cabeça como lã puríssima; o
seu trono era de chamas de fogo, e as rodas dele eram fogo ardente.
Daniel 7.10 Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e
miríades de miríades assistiam diante dele. Assentou-se para o juízo, e os livros foram
abertos.
Daniel 7.11 Então estive olhando, por causa da voz das grandes palavras que o chifre proferia;
estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo destruído; pois ele foi entregue para
ser queimado pelo fogo.
Daniel 7.12 Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia foi-lhes concedida prolongação de vida por um prazo e mais um
tempo.
Daniel 7.13 Eu estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como filho de homem; e dirigiu-se ao ancião
de dias, e foi apresentado diante dele.
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Daniel 7.14 E foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas
o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que
não será destruído.
Daniel 7.15 Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi abatido dentro do corpo, e as visões da minha
cabeça me perturbavam.
Daniel 7.16 Cheguei-me a um dos que estavam perto, e perguntei-lhe a verdadeira significação
de tudo isso. Ele me respondeu e me fez saber a interpretação das coisas.
Daniel 7.17 Estes grandes animais, que são
quatro, são quatro reis, que se levantarão da terra.
Daniel 7.18 Mas os santos do Altíssimo
receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, sim, para todo o sempre.
Daniel 7.19 Então tive desejo de conhecer a
verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, sobremodo terrível, com dentes de ferro e unhas de bronze;
o qual devorava, fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobrava;
Daniel 7.20 e também a respeito dos dez chifres que ele tinha na cabeça, e do outro que subiu e diante do qual caíram três, isto é, daquele chifre
que tinha olhos, e uma boca que falava grandes
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coisas, e parecia ser mais robusto do que os seus companheiros.
Daniel 7.21 Enquanto eu olhava, eis que o mesmo chifre fazia guerra contra os santos, e prevalecia
contra eles,
Daniel 7.22 até que veio o ancião de dias, e foi executado o juízo a favor dos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos
possuíram o reino.
Daniel 7.23 Assim me disse ele: O quarto animal será um quarto reino na terra, o qual será
diferente de todos os reinos; devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços.
Daniel 7.24 Quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois
deles se levantará outro, o quál será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis.
Daniel 7.25 Proferirá palavras contra o
Altíssimo, e consumirá os santos do Altíssimo; cuidará em mudar os tempos e a lei; os santos
lhe serão entregues na mão por um tempo, e tempos, e metade de um tempo.
Daniel 7.26 Mas o tribunal se assentará em juízo, e lhe tirará o domínio, para o destruir e para o
desfazer até o fim.
Daniel 7.27 O reino, e o domínio, e a grandeza dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao
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povo dos santos do Altíssimo. O seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão,
e lhe obedecerão.
Daniel 7.28 Aqui é o fim do assunto. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram e o meu semblante se mudou; mas
guardei estas coisas no coração.
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Daniel 8
As visões e profecias do presente capítulo
apontam apenas e exclusivamente para os eventos que estavam então em breve para vir a
ocorrer nas monarquias da Pérsia e da Grécia, e parecem não ter qualquer outra referência.
Nada é dito aqui da monarquia babilônica, apesar da visão ter sido dada a Daniel durante o
período de reinado de Belssazar.
O capítulo foi, portanto, escrito para que os judeus soubessem tudo o que lhes aguardava, e
os problemas que teriam que enfrentar mantendo firme a sua fé em Deus e em suas
promessas de redenção futura do seu povo.
Nós temos neste capítulo a visão do carneiro, do bode, e do chifre pequeno que deveriam lutar e prevalecer contra o povo de Deus, por um
determinado período de tempo limitado.
A interpretação desta visão por um anjo,
revelava que o carneiro significava o império persa, o bode o grego, e o chifre pequeno o rei da
monarquia grega, que se levantaria contra os judeus e a sua religião, o qual foi Antíoco
Epifânio.
A igreja judaica, desde o seu início, tinha sido o tempo todo, mais ou menos, abençoada com
profetas, homens divinamente inspirados para
66
explicar a mente de Deus a eles em suas providências e dar-lhes alguma perspectiva do
que estava por vir sobre eles; mas, logo depois da época de Esdras, a inspiração divina cessou, e
não houve mais qualquer profeta até o dia amanhecer com o evangelho de Cristo.
Daniel viu um carneiro sendo vencido por um bode. Este foi Alexandre, o Grande, o filho de Filipe, rei da Macedônia. Ele veio do oeste, a
partir da Grécia, que ficava a oeste da Pérsia. Este bode prosseguiu com incrível rapidez,
porque ele não tocava o solo em suas investidas.
Este bode tinha um chifre notável entre os olhos, como um unicórnio. Ele tinha força, e
sabia que sua própria força era um terror para todos os povos vizinhos. Em apenas seis anos se
fez senhor da maior parte do mundo então conhecido. Bem, ele pode ser chamado de
um chifre notável, porque o seu nome ainda vive na história como o nome de um dos
comandantes mais célebres da guerra que o mundo jamais havia conhecido.
Mas, este bode veio sobre o carneiro que tinha dois chifres – os dois chifres eram respectivamente a Média e a Pérsia, que
estavam coligadas num só império. Alexandre com seu exército vitorioso atacou o reino da
Pérsia, um exército que consistia em não mais do que 30 mil homens a pé e 5000 a
cavalo. Alexandre veio com seu exército contra
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Darius Codomannus, então imperador da Pérsia, pelo que Alexandre se tornou senhor
absoluto de todo o império persa, lhe quebrou os dois chifres, os reinos da Média e da Pérsia. O
carneiro que tinha destruído tudo antes dele, estava agora sendo destruído.
Mas, o grande chifre (poder) que tinha executado tudo isso, foi quebrado, pois Alexandre havia começado suas batalhas com
cerca de 20 anos, e aos 26 conquistou Dario, mas quando tinha cerca de 32 anos, ele morreu, não
na guerra, mas envenenado ou por um excesso de embriaguez.
Dele saiu um pequeno chifre que se tornou um grande perseguidor da Igreja e do povo de
Deus.
Antíoco profanou o templo do Senhor, não sem
que antes os próprios judeus o tivessem profanado com as práticas e ofertas impuras que
eles faziam, conforme vemos o profeta Malaquias lhes repreendendo por isso. E então
o Senhor permitiu que Antíoco fizesse o que fez como uma forma de juízo, e que de igual forma
permitirá que o Anticristo faça, pelo mesmo motivo.
Como estas calamidades têm um propósito corretivo para levar o povo de Deus ao arrependimento e à santidade, têm por
conseguinte um tempo de duração fixado por
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Ele – neste caso específico, de três anos e meio de tribulação.
Daniel 8.1 No ano terceiro do reinado do rei
Belsazar apareceu-me uma visão, a mim, Daniel, depois daquela que me apareceu no princípio.
Daniel 8.2 E na visão que tive, parecia-me que eu estava na cidadela de Susã, na província de Elão; e conforme a visão, eu estava junto ao rio Ulai.
Daniel 8.3 Levantei os olhos, e olhei, e eis que estava em pé diante do rio um carneiro, que tinha dois chifres; e os dois chifres eram altos;
mas um era mais alto do que o outro, e o mais alto subiu por último.
Daniel 8.4 Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia resistir, nem havia quem
pudesse livrar-se do seu poder; ele, porém, fazia conforme a sua vontade, e se engrandecia.
Daniel 8.5 E, estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre a face de toda a terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode
tinha um chifre notável entre os olhos.
Daniel 8.6 E dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois chifres, ao qual eu tinha visto em pé diante
do rio, e correu contra ele no furor da sua força.
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Daniel 8.7 Vi-o chegar perto do carneiro; e, movido de cólera contra ele, o feriu, e lhe
quebrou os dois chifres; não havia força no carneiro para lhe resistir, e o bode o lançou por
terra, e o pisou aos pés; também não havia quem pudesse livrar o carneiro do seu poder.
Daniel 8.8 O bode, pois, se engrandeceu
sobremaneira; e estando ele forte, aquele grande chifre foi quebrado, e no seu lugar outros quatro também notáveis nasceram para
os quatro ventos do céu.
Daniel 8.9 Ainda de um deles saiu um chifre pequeno, o qual cresceu muito para o sul, e para
o oriente, e para a terra formosa;
Daniel 8.10 e se engrandeceu até o exército do céu; e lançou por terra algumas das estrelas
desse exército, e as pisou.
Daniel 8.11 Sim, ele se engrandeceu até o príncipe do exército; e lhe tirou o holocausto
contínuo, e o lugar do seu santuário foi deitado abaixo.
Daniel 8.12 E o exército lhe foi entregue, juntamente com o holocausto contínuo, por causa da transgressão; lançou a verdade por
terra; e fez o que era do seu agrado, e prosperou.
Daniel 8.13 Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando
durará a visão relativamente ao holocausto
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contínuo e à transgressão assoladora, e à entrega do santuário e do exército, para serem
pisados?
Daniel 8.14 Ele me respondeu: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; então o santuário
será purificado.
Daniel 8.15 Havendo eu, Daniel, tido a visão, procurei entendê-la, e eis que se me apresentou como que uma semelhança de homem.
Daniel 8.16 E ouvi uma voz de homem entre as margens do Ulai, a qual gritou, e disse: Gabriel,
faze que este homem entenda a visão.
Daniel 8.17 Veio, pois, perto de onde eu estava; e vindo ele, fiquei amedrontado, e caí com o rosto
em terra. Mas ele me disse: Entende, filho do homem, pois esta visão se refere ao tempo do
fim.
Daniel 8.18 Ora, enquanto ele falava comigo, caí num profundo sono, com o rosto em terra; ele, porém, me tocou, e me pôs em pé.
Daniel 8.19 e disse: Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira; pois isso
pertence ao determinado tempo do fim.
Daniel 8.20 Aquele carneiro que viste, o qual tinha dois chifres, são estes os reis da Média e da
Pérsia.
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Daniel 8.21 Mas o bode peludo é o rei da Grécia; e o grande chifre que tinha entre os olhos é o
primeiro rei.
Daniel 8.22 O ter sido quebrado, levantando-se quatro em lugar dele, significa que quatro
reinos se levantarão da mesma nação, porém não com a força dele.
Daniel 8.23 Mas, no fim do reinado deles,
quando os transgressores tiverem chegado ao cúmulo, levantar-se-á um rei, feroz de
semblante e que entende enigmas.
Daniel 8.24 Grande será o seu poder, mas não de si mesmo; e destruirá terrivelmente, e
prosperará, e fará o que lhe aprouver; e destruirá os poderosos e o povo santo.
Daniel 8.25 Pela sua sutileza fará prosperar o
engano na sua mão; no seu coração se engrandecerá, e destruirá a muitos que vivem em segurança; e se levantará contra o príncipe
dos príncipes; mas será quebrado sem intervir mão de homem.
Daniel 8.26 E a visão da tarde e da manhã, que foi dita, é verdadeira. Tu, porém, cerra a visão, porque se refere a dias mui distantes.
Daniel 8.27 E eu, Daniel, desmaiei, e estive enfermo alguns dias; então me levantei e tratei dos negócios do rei. E espantei-me acerca da
visão, pois não havia quem a entendesse.
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Daniel 9
Este capítulo encerra a magnífica e conhecida
profecia das setenta semanas, as quais foram reveladas a Daniel como o tempo e o plano
engendrados por Deus para a glorificação final de seu povo Israel. Isto não sucederia conforme
Daniel ou qualquer outro israelita pudessem estar imaginando que seria logo após o retorno
imediato deles para a Palestina, uma vez tendo saído do cativeiro em Babilônia.
A glória futura de Israel estava associada e dependia da glorificação do Messias prometido.
Sem Cristo e a realização de todo o plano que está sendo cumprido nele, não pode haver qualquer glória para o povo da Aliança.
De maneira que esta profecia foi dada para fixar este tempo e propósito, indicando que não há negligência ou demora naquilo que Deus nos
tem prometido, senão simplesmente o cumprimento do cronograma que Ele tem
estabelecido em sua soberania.
A visão foi dada a Daniel quando a Pérsia passou a dominar no lugar de Babilônia e logo decretaria o retorno de Israel para a Palestina.
Os setenta anos de cativeiro estavam sendo então completados e Daniel orou para que Deus
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perdoasse a Israel e restaurasse a sua antiga glória, e ainda mais, aquela que havia sido
prometida para o futuro que se seguiria ao cativeiro por todos os seus profetas.
Deus enviou-lhe o arcanjo Gabriel para lhe
orientar quanto aos tempos que estavam determinados para tal propósito.
Gabriel lhe daria informações acerca do
Messias, do Libertador de Israel para remi-lo de seus pecados, fazendo expiação por eles por
meio do seu próprio sacrifício.
Mas, 483 anos (69 semanas) deveriam ainda ser aguardados para a sua primeira manifestação
para morrer na cruz, a contar desde a ordem para a restauração, provavelmente dos muros de Jerusalém nos dias de Neemias.
A restauração de Israel depois do cativeiro não significava que haveria tempos de perpétua paz e prosperidade para eles, senão que esta
restauração ocorreria debaixo de tempos trabalhosos e angustiosos para a nação,
conforme de fato ocorreu sob os sírios e romanos até que o Ungido se manifestasse.
Mas, a iniquidade do povo seria removida por causa da morte do Ungido por eles.
Ainda um tempo de espera deveria ser aguardado, e este é um hiato entre a penúltima
semana, quando Cristo morreu e ressuscitou, e
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a última correspondente ao governo do Anticristo, ao final do qual o Senhor voltará com
poder e muita glória, pois este período não contado para Israel entre a penúltima e última
semanas corresponde ao tempo de endurecimento em que a nação de Israel
permanecerá, para que haja a plena entrada dos gentios ao Reino por meio do evangelho.
Deus não terá esquecido da nação de Israel
mesmo neste período de endurecimento, mas sabe que a nação se converterá como um todo
somente na ocasião em que Jesus voltar para livrá-los das assolações do Anticristo.
Desta forma, a revelação é magnífica quanto à
abordagem das previsões relativas à manifestação e glória do reino do Messias
juntamente com os judeus, que eram o foco da atenção imediata de Daniel.
Daniel 9.1 No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi
constituído rei sobre o reino dos caldeus.
Daniel 9.2 no ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de
anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, que haviam de durar as desolações de
Jerusalém, era de setenta anos.
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Daniel 9.3 Eu, pois, dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com
jejum, e saco e cinza.
Daniel 9.4 E orei ao Senhor meu Deus, e confessei, e disse: ó Senhor, Deus grande e
tremendo, que guardas o pacto e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus
mandamentos;
Daniel 9.5 pecamos e cometemos iniquidades, procedemos impiamente, e fomos rebeldes,
apartando-nos dos teus preceitos e das tuas ordenanças.
Daniel 9.6 Não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, nossos príncipes, e nossos pais,
como também a todo o povo da terra.
Daniel 9.7 A ti, ó Senhor, pertence a justiça, porém a nós a confusão de rosto, como hoje se
vê; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel; aos de perto e aos de
longe, em todas as terras para onde os tens lançado por causa das suas transgressões que
cometeram contra ti.
Daniel 9.8 Ó Senhor, a nós pertence a confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e
a nossos pais, porque temos pecado contra ti.
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Daniel 9.9 Ao Senhor, nosso Deus, pertencem a misericórdia e o perdão; pois nos rebelamos
contra ele,
Daniel 9.10 e não temos obedecido à voz do Senhor, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos,
os profetas.
Daniel 9.11 Sim, todo o Israel tem transgredido a tua lei, desviando-se, para não obedecer à tua voz; por isso a maldição, o juramento que está
escrito na lei de Moisés, servo de Deus, se derramou sobre nós; porque pecamos contra
ele.
Daniel 9.12 E ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós, e contra os nossos juízes que
nos julgavam, trazendo sobre nós um grande mal; porquanto debaixo de todo o céu nunca se
fez como se tem feito a Jerusalém.
Daniel 9.13 Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não temos implorado o favor do Senhor nosso Deus,
para nos convertermos das nossas iniquidades, e para alcançarmos discernimento na tua
verdade.
Daniel 9.14 por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós; pois justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; e nós não temos
obedecido à sua voz.
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Daniel 9.15 Na verdade, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão
poderosa, e te adquiriste nome como hoje se vê, temos pecado, temos procedido impiamente.
Daniel 9.16 e Senhor, segundo todas as tuas
justiças, apartem-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte;
porquanto por causa dos nossos pecados, e por causa das iniquidades de nossos pais, tornou-se
Jerusalém e o teu povo um opróbrio para todos os que estão em redor de nós.
Daniel 9.17 Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a
oração do teu servo, e as suas súplicas, e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor.
Daniel 9.18 Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é chamada pelo
teu nome; pois não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas
em tuas muitas misericórdias.
Daniel 9.19 Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e põe mãos à obra sem
tardar, por amor de ti mesmo, ó Deus meu, porque a tua cidade e o teu povo se chamam pelo
teu nome.
Daniel 9.20 Enquanto estava eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado
do meu povo Israel, e lançando a minha súplica
78
perante a face do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus,
Daniel 9.21 sim enquanto estava eu ainda
falando na oração, o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando
rapidamente, e tocou-me à hora da oblação da tarde.
Daniel 9.22 Ele me instruiu, e falou comigo,
dizendo: Daniel, vim agora para fazer-te sábio e entendido.
Daniel 9.23 No princípio das tuas súplicas, saiu a
ordem, e eu vim, para to declarar, pois és muito amado; considera, pois, a palavra e entende a
visão.
Daniel 9.24 Setenta semanas estão decretadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para
fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para
ungir o santíssimo.
Daniel 9.25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém
até o ungido, o príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; com praças e
tranqueiras se reedificará, mas em tempos angustiosos.
Daniel 9.26 E depois de sessenta e duas semanas será cortado o ungido, e nada lhe subsistirá; e o
79
povo do príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma
inundação; e até o fim haverá guerra; estão determinadas assolações.
Daniel 9.27 E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e
sobre a asa das abominações virá o assolador; e até a destruição determinada, a qual será
derramada sobre o assolador.
80
Daniel 10
Este capítulo e os dois seguintes concluem o
livro de Daniel, e consistem numa visão
conjunta da profecia que foi comunicada a Daniel para o uso da Igreja, não por sinais e
figuras, como antes, mas por palavras diretas, e isto sucedeu cerca de dois anos depois da visão do capítulo anterior.
Esta visão é datada no terceiro ano do reinado de Ciro, ou seja, a contar da conquista de Babilônia.
Daniel encontrava-se com seu espírito contrito e jejuava na ocasião em que recebeu a visita do
próprio Senhor Jesus em uma teofania.
Jesus lhe apareceu numa visão igual à que teria o apóstolo João em Patmos.
Sua veste era sacerdotal, pois ele é o sumo
sacerdote da nossa profissão, vestido de linho, como o próprio sumo sacerdote estava no
dia da expiação, o grande dia; seus lombos cingidos com um cinto de ouro de ouro puro que
representa a eternidade da sua justiça que nos é imputada para a nossa justificação.
Seu corpo brilhava como o berilo, uma pedra preciosa que tem a cor do céu, indicando a sua
procedência celestial.
81
Seu semblante brilhava de forma intensa e os seus olhos eram como chamas de fogo.
Seus braços e pés brilhavam como bronze
polido.
Daniel não foi capaz de suportar a visão, assim como João, a ponto de não restar qualquer força
nele.
Daniel foi primeiro derrubado pela visão para que fosse reerguido e animado pela graça do
próprio Senhor. Isto Ele sempre faz com os seus servos para que saibam que não é pela própria
capacidade e poder deles que devem receber as revelações do céu, mas em fraqueza e pela força
que a graça de Cristo lhes supre.
O homem abatido em sua força está preparado para ouvir a aprovação de Deus sem ficar
inchado com isto, e nem pensar que foi por algum mérito próprio que foi visitado por tal revelação.
Jesus lhe disse que era alguém muito amado, e não há nada mais eficaz para animar os espíritos abatidos do que ouvir isto dos lábios do próprio
Senhor.
Ele acalmou os seus temores e encorajou a suas esperanças com palavras boas, palavras
consoladoras, e disse-lhe: Não temas, Daniel, e de novo, homem muito amado! não temas; paz
seja contigo; sê forte.
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Aqueles que são amados de Deus não têm nenhuma razão para ter medo de qualquer mal;
a paz é para eles o próprio Deus que fala de paz para eles.
Mas, o propósito da visão não foi o de
simplesmente revivificar Daniel e renovar a sua esperança, mas a de todos aqueles que amam a
Deus, pois Jesus lhe disse diretamente, com perfeita precisão tudo o que ainda deveria
ocorrer, sobretudo nas ações dos reinados remanescentes de Alexandre, e especialmente nos dos selêucidas e ptolomeus.
O objetivo aqui não era o de meramente ilustrar e antecipar a história, mas revelar o quanto Deus tem o controle sobre todas as ações dos que
governam o mundo e especialmente sobre aqueles que permite que por algum tempo aflija
o seu povo.
A profecia do Senhor seria um marco para Israel para tudo o que aconteceria naquele intervalo
de tempo desde a saída deles de Babilônia até os dias das assolações que seriam feitas por
Antíoco, cerca de 300 anos depois disso.
O decreto de Deus é uma escritura que permanece e não pode ser alterada. O que
escrevi, escrevi.
Ele lhe deu uma explicação geral sobre os adversários da causa da Igreja, de quem se
poderia esperar que surgiriam problemas.
83
Os reis da terra, são e serão os seus adversários; porque eles se colocaram contra o Senhor e
contra o seu Ungido (Sl 2.2).
A monarquia grega, embora favorável aos judeus, no princípio, como foi a persa, vai ainda
vir a ser vexatória para eles. Tal é o estado da Igreja militante; quando se tem livrado de um
inimigo que tem que encontrar outro.
Mas o Deus do céu é, e será, seu protetor.
Aqui está o arcanjo Gabriel ocupado no serviço da Igreja, fazendo sua parte na luta de vinte e um
dias, contra o príncipe da Pérsia, e permanecendo ali com os reis da
Pérsia, como cônsul, ou embaixador, para cuidar dos assuntos dos judeus naquele
tribunal. Embora muito tivesse sido feito contra eles pelos reis da Pérsia (se Deus permitisse
isso), é provavelmente que muito mais mal teria sido feito, e eles teriam sido completamente
arruinados, conforme testemunha o plano de Hamã, se Deus não o tivesse impedido pelo
ministério dos anjos.
Gabriel resolve, quando ele foi despachado nesta incumbência para Daniel, que ele vai
voltar a lutar com o príncipe da Pérsia, continuará a opor-se a ele, e vai
longamente humilhar e derrubar aquela monarquia orgulhosa que estava sendo
conduzida pelos principados do mal.
84
Daniel 10.1 No ano terceiro de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra a Daniel, cujo nome se
chama Beltessazar, uma palavra verdadeira concernente a um grande conflito; e ele
entendeu esta palavra, e teve entendimento da visão.
Daniel 10.2 Naqueles dias eu, Daniel, estava pranteando por três semanas inteiras.
Daniel 10.3 Nenhuma coisa desejável comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem
me ungi com unguento, até que se cumpriram as três semanas completas.
Daniel 10.4 No dia vinte e quatro do primeiro mês, estava eu à borda do grande rio, o Tigre;
Daniel 10.5 levantei os meus olhos, e olhei, e eis um homem vestido de linho e os seus lombos cingidos com ouro fino de Ufaz;
Daniel 10.6 o seu corpo era como o berilo, e o seu rosto como um relâmpago; os seus olhos eram como tochas de fogo, e os seus braços e os seus
pés como o brilho de bronze polido; e a voz das suas palavras como a voz duma multidão.
Daniel 10.7 Ora, só eu, Daniel, vi aquela visão; pois os homens que estavam comigo não a viram: não obstante, caiu sobre eles um grande
temor, e fugiram para se esconder.
85
Daniel 10.8 Fiquei pois eu só a contemplar a grande visão, e não ficou força em mim;
desfigurou-se a feição do meu rosto, e não retive força alguma.
Daniel 10.9 Contudo, ouvi a voz das suas
palavras; e, ouvindo o som das suas palavras, eu caí num profundo sono, com o rosto em terra.
Daniel 10.10 E eis que uma mão me tocou, e fez
com que me levantasse, tremendo, sobre os meus joelhos e sobre as palmas das minhas
mãos.
Daniel 10.11 E me disse: Daniel, homem muito amado, entende as palavras que te vou dizer, e
levanta-te sobre os teus pés; pois agora te sou enviado. Ao falar ele comigo esta palavra, pus-me em pé tremendo.
Daniel 10.12 Então me disse: Não temas, Daniel; porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te
perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras, e por causa das tuas palavras eu vim.
Daniel 10.13 Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-
me, e eu o deixei ali com os reis da Pérsia.
Daniel 10.14 Agora vim, para fazer-te entender o que há de suceder ao teu povo nos derradeiros
dias; pois a visão se refere a dias ainda distantes.
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Daniel 10.15 Ao falar ele comigo estas palavras, abaixei o rosto para a terra e emudeci.
Daniel 10.16 E eis que um que tinha a
semelhança dos filhos dos homens me tocou os lábios; então abri a boca e falei, e disse àquele
que estava em pé diante de mim: Senhor meu, por causa da visão sobrevieram-me dores, e não
retenho força alguma.
Daniel 10.17 Como, pois, pode o servo do meu Senhor falar com o meu Senhor? pois, quanto a
mim, desde agora não resta força em mim, nem fôlego ficou em mim.
Daniel 10.18 Então tornou a tocar-me um que
tinha a semelhança dum homem, e me consolou.
Daniel 10.19 E disse: Não temas, homem muito
amado; paz seja contigo; sê forte, e tem bom ânimo. E quando ele falou comigo, fiquei fortalecido, e disse: Fala, meu senhor, pois me
fortaleceste.
Daniel 10.20 Ainda disse ele: Sabes por que eu vim a ti? Agora tornarei a pelejar contra o
príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia.
Daniel 10.21 Contudo eu te declararei o que está gravado na escritura da verdade; e ninguém há que se esforce comigo contra aqueles, senão
Miguel, vosso príncipe.
87
Daniel 11
O arcanjo Gabriel, neste capítulo, realiza a sua
promessa feita a Daniel no capítulo anterior, que ele iria "mostrar a ele o que deveria ocorrer ao
seu povo nos últimos dias", de acordo com o que foi "escrito nas escrituras da verdade:"
Ele faz aqui uma apresentação da sucessão dos reis da Pérsia e da Grécia, e os assuntos de seus reinos, especialmente o mal que Antíoco
Epifânio fez em seu tempo à Igreja, que foi predito anteriormente.
Aqui temos uma breve previsão da criação da monarquia grega sobre as ruínas da monarquia persa, que havia sido recém-formada.
A previsão dos assuntos dos dois reinos do Egito e da Síria, com referência um ao outro (v. 5-20).
A ascensão de Antíoco Epifânio, e suas ações e
sucessos (v. 21-29).
O grande mal que ele deve fazer a nação judaica e à sua religião, bem como o seu desprezo a
todas as religiões (v. 30-39).
A sua queda e ruína no fim, quando ele estiver no auge da sua perseguição (40-45).
A ruína da monarquia persa ocorreu em 534 a.C.
88
A expedição de Xerxes contra a Grécia é famosa na história, e a derrota vergonhosa que ele
sofreu.
Quando Alexandre, depois de ter conquistado a
Ásia, foi adorado como um deus, então esta profecia foi cumprida, que ele deveria agir de acordo com a sua vontade. Isso é prerrogativa de
Deus, mas era a sua pretensão. Mas o verso 4 afirma que o seu reino em breve
seria quebrado, e dividido em quatro partes, mas não para a sua posteridade, nem
qualquer de seus sucessores de acordo com o seu domínio; nenhum deles governará sobre os
grandes territórios nem terão um poder tão absoluto. seu reino seria arrancado para outros,
além daqueles de sua própria família. Arideus, seu irmão, foi feito rei da Macedônia; Olímpia,
mãe de Alexandre, o matou, e envenenou dois filhos de Alexandre, Hércules e Alexander.
Assim foi sua família erradicada pelas suas próprias mãos.
Nos versos 5 a 20 são citados os assuntos do Egito e da Síria; o reinado e a queda de Antíoco
Magnus.
Aqui está predita a ascensão e poder de dois grandes reinos dos restos de conquistas de
Alexandre. O reino do Egito, que foi dado a Ptolomeu Lagus, um dos generais de
Alexandre. Ele é chamado de o rei do sul, isto é, o Egito. E ele estendeu seus domínios à Fenicia,
Arábia Saudita, Líbia e Etiópia.
89
O reino da Síria, que foi criado por Seleuco Nicanor, ou o conquistador; o qual era um dos
príncipes de Alexandre, e tornou-se mais forte do que o outro, e tinha o maior domínio de todos.
Foi dito que ele não tinha menos de setenta e dois reinos sob ele. Ambos eram fortes contra
Judá; Ptolomeu, logo depois que ele ganhou o Egito, invadiu a Judeia e tomou Jerusalém no sábado, fingindo uma visita amigável. Seleuco
também deu perturbação à Judeia.
A tentativa infrutífera para unir esses dois reinos como o ferro e o barro na imagem de Nabucodonosor.
No final de cerca de setenta anos após a morte de Alexandre, os ptlomeus e selêucidas se associaram, não em sinceridade, mas com
Ptolomeu Filadelfo, rei do Egito, casando com sua filha Berenice a Antíoco Theos, rei da Síria,
que já tinha uma esposa chamada Laodice. Berenice virá ao "rei do
norte, para fazer um acordo, mas não pode exercê-lo: Ela não conservará a força de seu
braço; nem ela nem sua posteridade deve estabelecer-se no reino do norte, nem Ptolomeu
seu pai, nem Antíoco seu marido, de modo que a aliança não ficaria de pé".
Haveria guerra entre os dois reinos. Um ramo da mesma raiz com Berenice se levantaria em seu lugar. Ptolemaeus Euergetes, filho e sucessor de
Ptolomeu Filadelfo, virá com um exército
90
contra Seleuco Callinicus, rei de Síria, para vingar a sua irmã, e prevalecerá; ele os levará
para longe com um rico espólio tanto de pessoas e bens ao Egito, e deve continuar mais anos do
que o rei do norte Este Ptolomeu reinou quarenta e seis anos, e se fez Senhor de todo o
reino da Síria. Mas ele será forçado a voltar para a sua terra, para manter a paz lá, motivo pelo qual ele não poderá mais manter a guerra no
exterior.
Disso se aprende que é muito comum que uma paz traiçoeira termine em uma guerra sangrenta. E é isto o que ocorre frequentemente
na história das nações neste mundo, especialmente nas guerras havidas nestes dois
últimos séculos.
Temos depois o longo e agitado reinado de Antíoco, o Grande, rei da Síria. Seleucus
Callinicus, que rei do norte que foi vencido e deixou dois filhos, Seleuco e Antioco, que
incitados, reuniriam uma multidão de grandes forças para recuperar o que seu pai tinha
perdido (v. 10).
Mas, Seleucus, o mais velho, sendo fraco e incapaz de governar o seu exército, foi
envenenado por seus amigos, e reinou apenas dois anos; e seu irmão Antíoco o sucedeu, o qual
reinou trinta e sete anos, e foi chamado o Grande. E, portanto, o anjo, embora tivesse
falado em filhos no princípio, continua com o
91
relato de apenas um, que tinha, senão apenas quinze anos de idade, quando ele começou a
reinar, e ele certamente viria e causaria uma inundação a longo prazo, e deveria restaurar o
que havia sido perdido por seu pai. O rei do sul, nesta guerra, deve em primeiro lugar ter
muito grande sucesso. Ptolemaeus Philopater, revoltado com as indignidades feitas por Antíoco, o Grande, deve (embora fosse um
príncipe preguiçoso) sair e lutar com ele, e traria um vasto exército para o campo de 70.000
homens a pé, e 5.000 a cavalo, e setenta e três elefantes. E a outra multidão (o exército de
Antíoco, que consistia em 62.000 a pé e 6.000 a cavalo, e 102 elefantes) deveria ser entregue na
sua mão.
Políbio, que vivia com Scipio, deu uma conta desta batalha de Raphia. Ptolemaeus Philopater,
tendo ganho esta vitória, ficou muito insolente; seu coração se exaltou; em seguida, ele entrou
no templo de Deus em Jerusalém, e, ao arrepio da lei, entrou no lugar santíssimo, pelo que Deus
teria uma controvérsia com ele, de modo que, embora devesse derrubar muitos
milhares, contudo ainda não seria confirmado por ele, de modo a garantir o seu interesse. Pois, o rei do norte, Antíoco, o Grande, deve voltar
com um exército maior do que o primeiro; e, ao fim dos tempos (ou seja, anos), ele deve vir
com um exército poderoso, e grandes riquezas, contra o rei do sul, ou seja, Ptolomeu
Epifânio, que sucedeu Ptolemaeus Philopater
92
seu pai, quando ele era criança, o que deu vantagem a Antíoco, o Grande. Nesta expedição
ele tinha alguns poderosos aliados (v.14). Muitos se levantariam contra o rei do sul, Filipe da
Macedônia foi confederado com Antíoco contra o rei do Egito, e Scopas seu general, a quem ele
enviou para a Síria; Antíoco os encaminhou, e destruiu uma grande parte de seu exército; após o que os judeus de bom grado cederam a
Antíoco, juntaram-se com ele, e o ajudaram a sitiar guarnições de Ptolomeu. O rei do
norte, este mesmo Antíoco Magnus, deve continuar o seu projeto contra o rei do sul de
outra maneira. Ele deve surpreender suas fortalezas; tudo o que ele tem na Síria e Samaria,
e os braços do sul, todo o poder do rei do Egito, não será capaz de resistir a ele. Ele deve fazer-se
dono da terra da Judeia (v. 16). Aquele que vem contra ele (isto é, o rei do norte) fará tudo o que
lhe agrada, e por fim se levantará e fincará seu pé na terra gloriosa, ou seja, a terra de Israel,
que seria despojada e consumida para suprir o seu vasto exército. A terra da Judeia ficava entre
esses dois reinos poderosos do Egito e da Síria, de modo que em todas as lutas entre eles sabia e
tinha a certeza que sofreria.
A guerra com os romanos é aqui anunciada (v. 18). Ele virará o seu rosto para as ilhas, a saber as ilhas das nações, Grécia e Itália. Ele levou
muitas das ilhas sobre o Helesponto - Rodes, Samos, Delos, etc, das quais por tratados ou pela
guerra se fez senhor; mas
93
um príncipe, ou estado (para alguns), até mesmo o Senado romano, ou um líder, mesmo
um general romano, deve retornar o seu opróbrio para ele mesmo. Isto foi cumprido
quando os dois Cipiões foram enviados com um exército contra Antíoco. Hannibal foi, então,
com ele, e aconselhou-o a invadir a Itália; e Scipio juntou-se à batalha contra ele, e deu-lhe uma derrota total, embora Antíoco tivesse
70.000 homens e os romanos, apenas 30.000. Assim, ele provocou a sua própria queda.
Quando ele foi totalmente vencido pelos romanos, foi forçado a lhes entregar tudo o que
tinha na Europa, e teve um tributo muito pesado exigido dele – assim voltou para sua própria
terra, e, sem saber qual maneira de levantar dinheiro para pagar seu tributo, ele saqueou um
templo de Júpiter, o que enfureceu seus próprios súditos contra o que eles deram contra
ele e o mataram; então ele foi derrubado e caiu, e não mais foi encontrado (v.19). seu
próximo sucessor, (v.20). Levantou-se um no seu lugar, um usurpador de impostos, um
ladrão dado à extorsão. Este personagem foi notavelmente cumprido em Seleucus
Philopater, o filho mais velho de Antíoco, o Grande, que era um grande opressor de seus
próprios súditos, e exigiu abundância de dinheiro deles; e, quando lhe foi dito que ele iria,
assim, perder seus amigos, ele disse que não conhecia amigo melhor do que o dinheiro. Ele
igualmente tentou assaltar o templo em Jerusalém, a que isto parece especialmente se
94
referir. Mas, dentro de poucos dias será quebrado, e isto sem ira nem batalha, mas
envenenado por Heliodoro, um dos seus servos, quando ele tinha doze anos, mas reinou, e nada
de extraordinário realizou.
De tudo isso, aprendemos que:
1 - Deus em sua providência – abate a um e exalta a outro.
2. Este mundo está cheio de guerras e contendas, que vêm das paixões dos homens, e
o tornam um teatro de pecado e miséria.
3. Todas as mudanças e revoluções dos estados e reinos, e cada caso, mesmo o mais diminuto e contingente, foram claramente e perfeitamente
previstas pelo Deus do céu, e para ele nada é novo.
4. Nenhuma palavra de Deus deve cair no chão; mas o que ele tem projetado, o que ele declarou,
virá infalivelmente a acontecer; e fará até mesmo com que os pecados dos homens sirvam
para o seu propósito, e contribuam para o bem daqueles que o amam.
5. Que, para a correta compreensão de algumas partes das Escrituras, é necessário que os
autores pagãos sejam consultados, para conhecermos o cumprimento de tudo o que foi
predito.
95
Dos versos 21 ao 44 nós temos uma profecia precisa de tudo o que ocorreria no reinado de
Antíoco Epifânio. E maior espaço é dado a ele não por sua importância como pessoa, pois era
abominável, mas pela sua importância na conexão com a história de Israel e sua futura
glória; pois é um tipo perfeito do que fará o Anticristo no tempo que antecederá imediatamente o retorno de Jesus, ao realizar as
suas assolações sobre o povo santo, mas que virá por fim a ser destruído pelo Senhor, e o reino
será dado aos santos para sempre.
Aqui é retomada a revelação relativa ao pequeno chifre citado no capítulo 8, verso
9.
Ninguém como Antíoco foi um perseguidor implacável da religião judaica, e nisto será
ultrapassado somente pelo Anticristo.
Daniel 11.1 Eu, pois, no primeiro ano de Dario, medo, levantei-me para o animar e fortalecer.
Daniel 11.2 E agora te declararei a verdade: Eis
que ainda se levantarão três reis na Pérsia, e o quarto será muito mais rico do que todos eles; e
tendo-se tornado forte por meio das suas riquezas, agitará todos contra o reino da Grécia.
Daniel 11.3 Depois se levantará um rei poderoso, que reinará com grande domínio, e fará o que
lhe aprouver.
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Daniel 11.4 Mas, estando ele em pé, o seu reino será quebrado, e será repartido para os quatro
ventos do céu; porém não para os seus descendentes, nem tampouco segundo o poder
com que reinou; porque o seu reino será arrancado, e passará a outros que não eles.
Daniel 11.5 O rei do sul será forte, como também um dos seus príncipes; e este será mais forte do que ele, e reinará, e grande será o seu domínio,
Daniel 11.6 mas, ao cabo de anos, eles se aliarão; e a filha do rei do sul virá ao rei do norte para
fazer um tratado. Ela, porém, não conservara a força de seu braço; nem subsistirá ele, nem o
seu braço; mas será ela entregue, e bem assim os que a tiverem trazido, e seu pai, e o que a
fortalecia naqueles tempos.
Daniel 11.7 Mas dum renovo das raízes dela um se levantará em seu lugar, e virá ao exército, e entrará na fortaleza do rei do norte, e operará
contra eles e prevalecerá.
Daniel 11.8 Também os seus deuses, juntamente
com as suas imagens de fundição, com os seus vasos preciosos de prata e ouro, ele os levará
cativos para o Egito; e por alguns anos ele deixará de atacar ao rei do norte.
Daniel 11.9 E entrará no reino do rei do sul, mas voltará para a sua terra.
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Daniel 11.10 Mas seus filhos intervirão, e reunirão uma multidão de grandes forças; a
qual avançará, e inundará, e passará para adiante; e, voltando, levará a guerra até a sua
fortaleza.
Daniel 11.11 Então o rei do sul se exasperará, e sairá, e pelejará contra ele, contra o rei do norte;
este porá em campo grande multidão, e a multidão será entregue na mão daquele.
Daniel 11.12 E a multidão será levada, e o coração
dele se exaltará; mas, ainda que derrubará miríades, não prevalecerá.
Daniel 11.13 Porque o rei do norte tornará, e porá
em campo uma multidão maior do que a primeira; e ao cabo de tempos, isto é, de anos, avançará com grande exército e abundantes
provisões.
Daniel 11.14 E, naqueles tempos, muitos se levantarão contra o rei do sul; e os violentos
dentre o teu povo se levantarão para cumprir a visão, mas eles cairão.
Daniel 11.15 Assim virá o rei do norte, e levantará baluartes, e tomará uma cidade bem fortificada; e as forças do sul não poderão resistir, nem o seu
povo escolhido, pois não haverá força para resistir.
Daniel 11.16 O que, porém, há de vir contra ele fará o que lhe aprouver, e ninguém poderá
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resistir diante dele; ele se fincará na terra gloriosa, tendo-a inteiramente sob seu poder.
Daniel 11.17 E firmará o propósito de vir com toda a força do seu reino, e entrará em acordo com
ele, e lhe dará a filha de mulheres, para ele a corromper; ela, porém, não subsistirá, nem será
para ele.
Daniel 11.18 Depois disso virará o seu rosto para as ilhas, e tomará muitas; mas um príncipe fará
cessar o seu opróbrio contra ele, e ainda fará recair sobre ele o seu opróbrio.
Daniel 11.19 Virará então o seu rosto para as fortalezas da sua própria terra, mas tropeçará, e
cairá, e não será achado.
Daniel 11.20 Então no seu lugar se levantará quem fará passar um exator de tributo pela glória do reino; mas dentro de poucos dias será
quebrantado, e isto sem ira e sem batalha.
Daniel 11.21 Depois se levantará em seu lugar um homem vil, ao qual não tinham dado a
majestade real; mas ele virá caladamente, e tomará o reino com lisonja.
Daniel 11.22 E as forças inundantes serão varridas de diante dele, e serão quebrantadas,
como também o príncipe do pacto.
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Daniel 11.23 E, depois de feita com ele a aliança, usará de engano; e subirá, e se tornará forte com
pouca gente.
Daniel 11.24 Virá também em tempo de segurança sobre os lugares mais férteis da província; e fará o que nunca fizeram seus pais,
nem os pais de seus pais; espalhará entre eles a presa, os despojos e os bens; e maquinará os
seus projetos contra as fortalezas, mas por certo tempo.
Daniel 11.25 E suscitará a sua força e a sua coragem contra o rei do sul com um grande
exército; e o rei do sul sairá à guerra com um grande e mui poderoso exército, mas não
subsistirá, pois maquinarão projetos contra ele.
Daniel 11.26 E os que comerem os seus manjares o quebrantarão; e o exército dele será varrido
por uma inundação, e cairão muitos traspassados.
Daniel 11.27 Também estes dois reis terão o coração atento para fazerem o mal, e assentados
à mesma mesa falarão a mentira; esta, porém, não prosperará, porque ainda virá o fim no
tempo determinado.
Daniel 11.28 Então tornará para a sua terra com muitos bens; e o seu coração será contra o santo pacto; e fará o que lhe aprouver, e tornará para a
sua terra.
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Daniel 11.29 No tempo determinado voltará, e entrará no sul; mas não sucederá desta vez
como na primeira.
Daniel 11.30 Porque virão contra ele navios de
Quitim, que lhe causarão tristeza; por isso voltará, e se indignará contra o santo pacto, e
fará como lhe aprouver. Voltará e atenderá aos que tiverem abandonado o santo pacto.
Daniel 11.31 E estarão ao lado dele forças que profanarão o santuário, isto é, a fortaleza, e
tirarão o holocausto contínuo, estabelecendo a abominação desoladora.
Daniel 11.32 Ainda aos violadores do pacto ele perverterá com lisonjas; mas o povo que
conhece ao seu Deus se tornará forte, e fará proezas.
Daniel 11.33 Os entendidos entre o povo ensinarão a muitos; todavia por muitos dias
cairão pela espada e pelo fogo, pelo cativeiro e pelo despojo.
Daniel 11.34 Mas, caindo eles, serão ajudados com pequeno socorro; muitos, porém, se
ajuntarão a eles com lisonjas.
Daniel 11.35 Alguns dos entendidos cairão para serem acrisolados, purificados e embranquecidos, até o fim do tempo; pois isso
ainda será para o tempo determinado.
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Daniel 11.36 e o rei fará conforme lhe aprouver; exaltar-se-á, e se engrandecerá sobre todo deus,
e contra o Deus dos deuses falará coisas espantosas; e será próspero, até que se cumpra
a indignação: pois aquilo que está determinado será feito.
Daniel 11.37 E não terá respeito aos deuses de
seus pais, nem ao amado das mulheres, nem a qualquer outro deus; pois sobre tudo se
engrandecerá.
Daniel 11.38 Mas em seu lugar honrará ao deus das fortalezas; e a um deus a quem seus pais não
conheceram, ele o honrará com ouro e com prata, com pedras preciosas e com coisas agradáveis.
Daniel 11.39 E haver-se-á com os castelos fortes com o auxílio dum deus estranho; aos que o reconhecerem, multiplicará a glória; e os fará
reinar sobre muitos, e lhes repartirá a terra por preço.
Daniel 11.40 Ora, no fim do tempo, o rei do sul lutará com ele; e o rei do norte virá como turbilhão contra ele, com carros e cavaleiros, e
com muitos navios; e entrará nos países, e os inundará, e passará para adiante.
Daniel 11.41 Entrará na terra gloriosa, e dezenas de milhares cairão; mas da sua mão escaparão estes: Edom e Moabe, e as primícias dos filhos
de Amom.
102
Daniel 11.42 E estenderá a sua mão contra os paises; e a terra do Egito não escapará.
Daniel 11.43 Apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata, e de todas as coisas preciosas do
Egito; os líbios e os etíopes o seguirão.
Daniel 11.44 Mas os rumores do oriente e do norte o espantarão; e ele sairá com grande furor, para destruir e extirpar a muitos.
Daniel 11.45 E armará as tendas do seu palácio entre o mar grande e o glorioso monte santo;
contudo virá ao seu fim, e não haverá quem o socorra.
103
Daniel 12
Após a predição dos problemas dos judeus sob
Antíoco, prefigurando os problemas da Igreja
cristã sob o poder anticristão, nós temos aqui descritos os preciosos encorajamentos para
apoiar o povo de Deus nesses tempos de angústia; de modo que possa agir indiferentemente tanto quanto naqueles
antigos tempos de angústia sob Antíoco e os últimos que foram prefigurados por eles (v. 1-4).
Temos aqui uma conferência entre Cristo e um anjo em relação ao tempo da continuação desses eventos, para a satisfação de Daniel (v.5-
7).
Uma pergunta de Daniel para sua própria satisfação, e a resposta que ele recebeu (v. 9-12).
Jesus Cristo aparece como protetor da sua
igreja. Naquela época, quando a perseguição for a mais quente, se levantará Miguel.
Miguel permanecerá, pelo desígnio de Deus,
trabalhando para o livramento dos judeus, quando ele vir que seu poder está
desaparecendo.
Cristo é o grande príncipe, porque ele é o príncipe dos reis da terra (Apo 1.5), e se ele se
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levanta em favor da sua Igreja, quem pode prevalecer contra ele?
Mas, isso não é tudo, porque naquele tempo de
angústia, Miguel deve se levantar em favor do trabalho da nossa salvação eterna; o Filho de
Deus deve ser encarnado, deve ser manifestado para destruir as obras do diabo.
Então Israel deve ser preservado porque está
determinado que o Messias deve proceder desta nação eleita.
O diabo, por seus instrumentos, como foi o caso
de tantos e em particular de Antíoco, tentou por todos os meios impedir a primeira vinda de Cristo, como também tentará impedir a sua
volta.
Mas como não pôde impedir a primeira também, de igual modo, não poderá impedir a
segunda.
Quando Cristo aparecer ele recompensará a tribulação do seu povo.
Não será um tempo de angústia, ameaçando a todos, mas arruinará a todos os inimigos implacáveis do reino de Deus entre os homens.
Haverá uma ressurreição distinta para os que dormem no pó.
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Uns para a vida, e honra, e conforto que serão duradouros e eternos; mas para outros, que não
abandonam a sua iniquidade, será uma ressurreição para vergonha e desprezo.
Haverá uma recompensa gloriosa conferida aos que, no dia da tribulação e da angústia, foram
sábios nas coisas de Deus e que ensinaram a muitos.
Eles farão um serviço precioso ainda que venham a cair pela espada ou pelo fogo.
Aqueles que têm sabedoria e que a comunicam a outros devem brilhar com o brilho da
firmamento, devem brilhar na glória, com a glória celestial - a glória do mundo superior.
Para aqueles que trabalham neste mundo, especialmente para as almas dos homens,
maior será a sua glória e recompensa no outro mundo.
Aqueles que trouxerem pessoas à justiça de Cristo, e que as fazem abandonar os seus
caminhos de erro e pecado, irão dividir a glória daqueles que contribuíram para o céu.
Eles devem brilhar como as estrelas de diferentes magnitudes, alguns em menor,
outros em maior brilho; mas, ao passo que o dia está chegando quando as estrelas cairão do céu
como folhas no outono, estas estrelas
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devem brilhar para sempre e sempre, jamais caindo.
Daniel deveria agora fechar estas palavras e selar este livro, porque o tempo demoraria
muito antes que estas coisas pudessem ser consumadas.
Daniel havia sido levantado para prever as revoluções surpreendentes de estados e reinos,
tanto quanto o Israel de Deus estava em causa neles; nelas ele previu tempos angustiosos para
a Igreja, sofrendo tempos difíceis, a perspectiva do que muito lhe afetou e encheu-o de
preocupação.
Por isso perguntou ao anjo quando isto tudo sucederia.
E foi dado por Cristo permissão ao anjo para trazer a revelação a Daniel.
Qual é o tempo prefixado nos conselhos divinos para a consumação destas maravilhosas promessas, nestes tempos difíceis, e o
sofrimento pelo qual deve passar o povo de Deus?
Este estado de angústia deve continuar por um tempo, de tempos, e meio, ou seja, um ano, dois
anos, e metade de um ano, como foi insinuado antes em 7.25, ou seja, a metade de uma semana
profética.
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Temos uma citação correspondente em Apocalipse onde os três anos e meio é colocado
às vezes como quarenta e dois meses, e às vezes 1.260 dias.
Agora, esta determinação do tempo é aqui
confirmada por um juramento. O homem vestido de linho levantou ambas as
mãos para o céu, e jurou por aquele que vive para sempre e sempre que assim seja.
Note-se que um juramento é feito para
confirmação.
A mensagem a ser apreendida é: Deus deixará o Anticristo prevalecer até que ele tenha acabado
de espalhar o poder do povo santo. Deus o deixa fazer o seu pior, e executar o máximo de
extensão da sua malignidade, mas todas estas coisas serão cumpridas. Note, o tempo de Deus para socorrer e aliviar o seu povo é quando seus
assuntos são trazidos ao extremo.
Agora o evento responde à previsão; Josefo diz expressamente, no seu livro das Guerras dos
judeus, que Antíoco Epifânio surpreendeu Jerusalém pela força, e segurou-a três anos e
seis meses, e depois foi expulso do país pelos Asmoneus ou Macabeus.
A continuação da sua angústia; deve durar 1290 dias, três anos e sete meses, ou três anos, seis meses e quinze dias; e, em seguida, é provável, o
sacrifício diário foi restaurado, e a abominação
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da desolação removida, em lembrança de que a festa da dedicação foi observada mesmo nos
dias do nosso Salvador (Jo 10.22).
É difícil de precisar os tempos de 1290 e 1335 dias proféticos citados em Daniel 12, mas uma coisa é certa, que há um tempo exato e fixado por
Deus para o término completo dos problemas da Igreja.
E bem-aventurado é todo aquele que guarda a fé pois virá a dizer: “Este é o nosso Deus em quem
temos esperado.”
Daniel 12.1 Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos
filhos do teu povo; e haverá um tempo de tribulação, qual nunca houve, desde que existiu
nação até aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for
achado escrito no livro.
Daniel 12.2 E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e
outros para vergonha e desprezo eterno.
Daniel 12.3 Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que converterem a muitos para a justiça,
como as estrelas sempre e eternamente.
Daniel 12.4 Tu, porém, Daniel, cerra as palavras e sela o livro, até o fim do tempo; muitos
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correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará.
Daniel 12.5 Então eu, Daniel, olhei, e eis que
estavam em pé outros dois, um de uma banda à beira do rio, e o outro da outra banda à beira do
rio.
Daniel 12.6 E perguntei ao homem vestido de linho, que estava por cima das águas do rio:
Quanto tempo haverá até o fim destas maravilhas?
Daniel 12.7 E ouvi o homem vestido de linho, que
estava por cima das águas do rio, quando levantou ao céu a mão direita e a mão esquerda,
e jurou por aquele que vive eternamente que isso seria para um tempo, dois tempos, e metade de um tempo. E quando tiverem acabado de
despedaçar o poder do povo santo, cumprir-se-ão todas estas coisas.
Daniel 12.8 Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso perguntei: Senhor meu, qual será o fim destas coisas?
Daniel 12.9 Ele respondeu: Vai-te, Daniel, porque estas palavras estão cerradas e seladas até o tempo do fim.
Daniel 12.10 Muitos se purificarão, e se embranquecerão, e serão acrisolados; mas os ímpios procederão impiamente; e nenhum
deles entenderá; mas os sábios entenderão.
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Daniel 12.11 E desde o tempo em que o holocausto contínuo for tirado, e estabelecida a
abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias.
Daniel 12.12 Bem-aventurado é o que espera e chega aos mil trezentos e trinta e cinco dias.
Daniel 12.13 Tu, porém, vai-te, até que chegue o fim; pois descansarás, e estarás no teu quinhão ao fim dos dias.
Ao Senhor Jesus pertence o domínio sobre todas as nações!