LABORATÓRIODE LEITURA EPRODUÇÃOTEXTUAL
C U L T U R A L
ANO I NÚMERO 04
JAN/2018
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ENTREVISTA
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COLÉGIO TÉCNICODE FLORIANO
FLORIANO E SUA HISTÓRIA
OS JOVENS E A PRÁTICA ESPORTIVA
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A prática esportiva possui vários benefícios
para a saúde das pessoas, entre eles,
diminui o risco de doenças do coração, de
pressão alta, de osteoporose, de diabetes e
de obesidade, bem como aumenta a
resistência muscular, melhora os níveis de
colesterol sanguíneo, combate a insônia e
deixa os tendões e ligamentos mais
flexíveis. No entanto, não são apenas
resultados físicos que ela traz, pois, os
exercícios também ajudam a aliviar o
estresse e a tratar a depressão, provocan-
do, assim, o bem-estar.
Mesmo com esses benefícios, a prática de
esportes ainda é pouco estimulada e
desenvolvida na cidade de Floriano/PI.
Logo, percebemos que as instituições de
ensino do município, na maioria das vezes,
só desenvolvem essa prática quando há
campeonato, como os Jogos Universitários
da Universidade Federal do Piauí, realiza-
dos de 2 a 7 de outubro de 2017, na capital
piauiense, em que foi realizada apenas
uma seletiva para diversas modalidades
(futsal, vôlei, atletismo e natação) sem a
devida preparação prévia, que deveria
contar com rotina diária de treinamentos e
cuidados com a alimentação.
Segundo Wanda Valéria, aluna do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Piauí, Campus de Floriano, “no começo,
usava o esporte para fugir de alguns
problemas. Quando eu estava com raiva ou
triste com algo ou alguém, ia correr ou
jogar e me sentia melhor, mas, depois de
algum tempo, passei a perceber que era
muito bom para a saúde, inclusive para a
minha, que já tive pneumonia. É uma
melhora na saúde tanto física quanto
psicológica. O esporte só tem coisas boas a
oferecer, pois é uma ótima forma de
praticar o bem, digamos assim”.
Assim como percebemos o quanto é
benéfica a prática de esporte na fala da
Wanda, pode-se observar, também, seus
benefícios no depoimento de Cleverton,
aluno do Colégio Técnico de Floriano: “O
esporte para minha formação foi essencial,
pelo seguinte motivo: fez com que
interagisse mais com as outras pessoas,
trabalhasse em equipe e fosse mais
paciente com as outras pessoas. E os Jogos
Universitários fizeram com que eu
ganhasse mais experiência e soubesse que
posso melhorar a cada dia”.
Para a Marcela Costa, professora de
educação física do Centro Estadual de
Educação Profissional Calisto Lôbo, “o
esporte educa, ajuda a disciplinar. O jovem
aprende a respeitar as regras e o próximo.
Aprende a ganhar e a perder também. O
esporte é parecido com a vida, pois, na
vida, perdemos e ganhamos. Temos que
respeitar o limite das pessoas e saber o que
é certo e errado. Além de que, quando o
jovem se apaixona pelo esporte, ele deixa
de estar ocioso e evita que se envolva com
drogas ou outras coisas ruins. O espírito
esportivo pode mudar a vida de qualquer
criança e/ou adolescente”.
Assim, pode-se observar que o esporte não
é apenas uma competição, mas sim uma
maneira de interagir e conhecer outras
pessoas, pela qual se aprende a ganhar e a
perder, além de ir na contramão dos
caminhos perigosos que todos corremos
risco de trilhar. Isso faz refletir que, com o
incentivo à prática esportiva, é possível a
formação de mais cidadãos de bem e
saudáveis, conforme relata Vitor Eduardo,
aluno do IFPI/Floriano: “O esporte me
proporcionou experiência que me fez ser
uma pessoa melhor a cada dia, uma pessoa
paciente, respeitosa, que vê o lado do
outro, uma pessoa que entende que nem
sempre vai ser vitoriosa e é exatamente
nesses dias que a vida vai me exigir
paciência e uma superação que só depen-
de de mim, isso no esporte e na vida.”
A revista CAIS CULTURAL,
produzida pelos alunos do
Colégio Técnico de Floriano
(CTF), é um projeto realizado
pelo Laboratório de Produção
Textual (LPT), com o intuito de
apresentar informações sobre a
cultura e educação de Floriano.
Esta edição, que encerra o
pr imeiro ano do projeto,
apresenta o acervo e as ativida-
d e s d o E s p a ç o C u l t u r a l
Christiano Castro. A reporta-
gem de capa mostra a impor-
tância da prática esportiva para
os estudantes de Ensino Médio
e Técnico. Nesse sentido, não
poderíamos deixar de falar
sobre o ensino técnico de
Floriano oferecido por nossa
instituição, que acarretou no
ingresso de jovens no mercado
de trabalho, devido ao curso em
que eles estudaram. Foram
entrevistados dois jovens que
expuseram suas percepções em
relação ao ensino técnico
disponibilizado na área.
Editorial
ExpedienteCRIAÇÃO E CONCEPÇÃO
LPT e 3º ANO DO ENS. MÉDIOREPORTAGEM
DANIELE LOPESFILANGE SOARES
LARISSA NOGUEIRA LUIZ FRANCISCOIZA KELLY RIBEIRO VICTOR AUGUSTO
ENTREVISTA
AUREA COSTAMANUELA RODRIGUES
FOTOGRAFIA
ÉTNNY COÊLHOFILANGE SOARES
LARISSA NOGUEIRA
DICAS
ÉTNNY COÊLHOFÁTIMA HELLEN
REVISÃO
RIBAMAR JR.DENISE TAMAE
SANDRO XAVIER
DIAGRAMAÇÃO
ROMANO ROCHA
CONTATO
[email protected] 98125-8251
O ESPORTE MUDA A VIDA
DICAS
"O Alquimista" de Paulo Coelho.
O livro narra a história de um jovem
que se chama Santiago, um pastor
que percorre os vales da Andaluzia,
com as suas ovelhas, e numa noite
sonha com um tesouro localizado
próximo às pirâmides do Egito.
Primeiramente, ele ignora o sonho e
volta à vida normal até encontrar
um velho rei, na cidade de Tarifa. O
velho rei fala com ele e diz-lhe para
seguir a sua lenda. Santiago vende
tudo o que tem para ir à procura do
seu tesouro e arranja um emprego
numa loja de cristais. Com a sua
presença, a loja progrediu. Quando
juntou mais dinheiro, o rapaz
prosseguiu a sua jornada pelo
deserto à procura do seu tesouro.
Ao chegar ao oásis, conheceu
Fátima, por quem se apaixonou.
Per to do oásis conheceu um
a lqu imis ta , a quem a juda a
descobrir o seu tesouro. A obra se
encerra revelando-nos que o seu
tesouro se encontra onde estiver o
seu coração, e o tesouro era a
jornada em si, as descobertas feitas
e a sabedoria adquirida.
“Stranger Things” de The Duffer
Brothers.
Quando o garoto desaparece, a
cidade toda participa das buscas.
Mas o que encontram são segredos,
forças sobrenaturais e uma menina.
“O Príncipe do Natal” de Alex
Zamm.
Uma jovem jornalista recebe um
belo presente de Natal ao ser
enviada para cobrir a história de um
príncipe prestes a se tornar rei.
O atual Espaço Cultural Christiano
Castro é um casarão de 1915 que
pertencia à família do Christiano
Castro, casado com Zezé Castro. Juntos,
tiveram 13 filhos. Em 1920, com seu
irmão Agripino, fundou a firma
Christiano e irmão.
Logo após, o grande empresário saiu
de sua cidade natal, Nova Iorque do
Maranhão, e veio com sua família marar
em Floriano-PI. Com o êxito do seu
trabalho, formou uma das maiores e
mais importantes empresas em sua
época.
O grande empresário pioneiro que
desbravou a Região Sul dinamizou o
mercado florianense, de modo a
expandir a município e torná-lo uma
c i d a d e c o m f a t o r e s a t r a t i v o s
(empregos, baixo custo de vida,
grandes produções de algodão e
couro).
A c i d a d e c r e s c e u d e v i d o à
movimentação e ao aumento da renda
local. O início da Segunda Guerra
Mundial trouxe consequências que
dificultaram os seus negócios e assim
foi até decretar falência na sua firma.
Christiano Castro morreu em 1950.
Depois disso, seus filhos se casaram e
se formaram sucessivamente, e foram
morar em outas cidades.
Alda Castro, professora, ficou residindo
e cuidando do casarão. Após seu
fa lec imento, por meio de uma
cessãode comodato em 2002, o imóvel
foi entregue ao estado para fazer dele
um espaço destinado à preservação da
memória e da cultura de Floriano.
Desse modo, foi criado o espaço
cultural que dispõe do anfiteatro Alda
Castro, o qual está aberto para
quaisquer apresentações culturais, de
uma biblioteca do Castro e Silva, que
funciona para empréstimo e pesquisas
para a população local, o Museu Zezé
Castro, que guarda e preserva objetos e
pertences da família, e um laboratório
de informática.
O loca l é super v is ionado pela
pedagoga Silmaria Castro e pela
diretora Haurijane Morais. É aberto
para visitas escolares e outros eventos.
Atualmente está dispondo de quatro
c u r s o s , s e n d o e l e s : a u l a s d e
computação, capoeira, violão e dança
do ventre.
Curiosidade: cada janela do casarão
representa os filhos de Christino Castro,
e a telha da casa medida com a perna
do proprietário.
LIVRO
A preservação da cultura local
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SERIADO
A Revista Cais Cultural conversou, nessa edição,
com os ex-alunos Gênio Soares (técnico em
agropecuária) e Felippe Crhistian (técnico em
informática) sobre suas experiências ao longo do
curso.
Cais Cultural: O que levou você a escolher um
curso técnico? Com qual matéria você se
identificou mais?Gênio Soares: Bem, a questão maior de eu ter
cursado um curso técnico, e principalmente de
agropecuária, foi pelo simples fato de, desde
pequeno, eu ter contato com a terra e os animais.Sem sombra de dúvidas, a matéria que eu mais
me identifiquei foi apicultura.Felippe Crhistian: Desde criança eu sou curioso
e procuro entender como as coisas funcionam.
Então, quando meus pais me deram meu
primeiro computador eu me interessei por tentar
compreender todo esse mundo novo que estava
à minha frente. Fiz o máximo que pude para
aprender com os recursos que tinha. Ainda assim,
como morava em uma cidade do interior do
Piauí, onde o acesso à internet só podia ser feito
por meio de lanhouses, e onde as pessoas
dificilmente iriam dividir o conhecimento que
tinham com um garoto de 11 anos, decidi que iria
aprender o máximo que podia até poder cursar
informática. Na ocasião, apenas dois colégios
técnicos ofertavam o curso de informática, o
Cefet (atual IFPI) e o CAF (atual CTF). Quando eu
soube disso, decidi que iria ingressar no ensino
técnico, ainda mais porque poderia terminar dois
cursos juntos e ingressar no mercado de trabalho
quando os terminasse, o que garantiria que eu
pudesse custear um curso superior, o que
provavelmente meus pais não seriam capazes de
fazer sozinhos. Com relação à matéria com que
eu mais me identifiquei, foi programação.
Acredito que por ser uma das matérias que mais
exigem raciocínio e criatividade. Além do mais,
eu amo resolver problemas, então foi uma das
que eu mais gostei e me dediquei.
C C : Q u a i s f o r a m o s m o t i v o s q u e
influenciaram na sua decisão de trabalhar
como técnico?GS: O desejo de montar um próprio negócio para
mim. Portanto, eu vi, no curso técnico, a
oportunidade de fazer isso.FC: Particularmente, eu gostava da ideia de
poder ser independe financeiramente dos meus
pais durante o período em que estivesse no
ensino superior. Isso não era só um desejo, era
também uma necessidade. Independentemente
de você estudar em uma universidade pública, se
você precisa se mudar para outra cidade, isso
gera custos para sua família, e acredito que não
seria possível para meus pais arcar com todas as
despesas envolvidas nisso. Por isso que, hoje, sou
defensor das políticas de assistência estudantil,
que são tão criticadas como "assistencialismo".
Existem alunos que não poderiam ter acesso a
educação de qualidade sem esse tipo de auxílio.
CC: O que você diria para um aluno que está
terminando o curso técnico e está pensando
em trabalhar com a sua formação?GS: Ter muita dedicação ao que deseja e buscar
inovação sempre em sua área.FC: Essa é uma pergunta interessante porque eu
tenho dito isso ao meu irmão caçula com uma
cer ta frequência ult imamente. Ele está
terminando o curso técnico integrado com o
médio no IFPI e quer trabalhar e ainda continuar
os estudos no ensino superior. Essa é uma
situação desafiadora, afinal, trabalhar e ainda ter
energia e tempo para estudar não é fácil. Por
outro lado, você evolui como profissional, visto
que você consegue pôr em prática o que
aprendeu, aprender sobre o mercado de
trabalho, e como ser inovador e ainda observar o
que há de novo em pesquisa na academia. Então
é uma situação única, cheia de desafios. Ademais,
há quem não deseje continuar sua formação no
ensino superior. Para esses, eu diria que não se
contente apenas com o que aprendeu no ensino
técnico. Continue se capacitando e melhorando
como profissional e ser humano. Afinal, somos
muito mais do que o ofício que desempenhamos
com nossas mãos.
CAIS CULTURAL ENTREVISTA
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