CT2-Módulo 3271
Desenvolvimento da Criança
Curso Técnica de Ação Educativa
2011/2013
Ana Correia
ANNE GEDDES
“A noção de desenvolvimento está atrelada a um contínuo de evolução, em que nós caminharíamos ao longo de todo o ciclo vital. Essa evolução, nem sempre linear, se dá em diversos campos da existência, tais como afetivo, cognitivo, social e motor.”
RABELLO, E.T. e PASSOS, J. S. Vygotsky e o desenvolvimento humano.
Ana Correia
O que é?
Físico e psicomotor
Sócio-Afetivo
Cognitivo
Da Linguagem
aspeto Engloba a componente mental e as habilidades motoras
Afecto/carinho Social/pessoas/meio
Conhecimento que cada criança vai adquirindo ao longo do seu crescimento
Ana Correia
Evolução da postura e da descoberta do corpo;
Evolução da ideia, do espaço e do tempo;
Lateralidade;
Percepção: sua importância para o desenvolvimento infantil.
Ana Correia
Evolução da postura e da descoberta do corpo
- Evolução Motora
Wallon afirma que o movimento é uma expressão fundamental da
criança.
Depende de fatores biológicos e da estimulação externa
Estádio da Impulsividade Motora A criança entre os 2/3 meses encontra-se neste estádio, pois comunica essencialmente por gestos e movimentos.
Função Postural
Ana Correia
MATTA, J. (2001) “Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem”. Universidade Aberta. Lisboa (p140/1441). Ana Correia
Olhar
- 6ºsemana o bebé torna-se capaz de fixar visualmente os olhos de outra pessoa;
- Final do 3ºmês, o sistema visual-motor atinge a maturidade. O bebé segue os pais com o
olhar, quando estes se afastam;
- 6º mês desenvolve a maturidade a nível da coordenação mãos-olhar.
Expressões faciais
- O bebé produz enumeras expressões faciais (rejeição, “beiço”, sorriso, etc.);
- Não sente o mesmo que o adulto ao realizar estas expressões mas a sua presença não deixa
de ser provocatória.
Sorriso
- Nas primeiras semanas, o bebé sorri durante o sono, e o sorriso quase não se vê quando está
acordado;
- Entre as 6 semanas e os 3 meses o sorriso é mais social;
- No 3º mês torna-se um comportamento instrumental. O bebé pode produzir um sorriso para
obter de alguém uma reação;
- 4º mês, surgem expressões mais complexas (um sorriso com um franzir da testa);
Ana Correia
Indicar à criança as partes do corpo com os seus nomes. Podem-se utilizar
canções que mencionem as partes do corpo;
Reproduzir um boneco grande que se possa mover pelas articulações
mediante um sistema de rebites; assim, os educadores poderão contar uma
história ou um conto enquanto movem o boneco e a criança terá de o
imitar.
Um jogo muito divertido e adequado por volta dos 3 anos é o chamado
espelho, em que a criança se coloca diante do educador e tenta imitar todos
os seus movimentos. Se houver possibilidade, num lugar da casa/sala com
um espelho para que a criança se possa ver enquanto se move diante dele.
Ana Correia
Piaget
Descreveu todo o desenvolvimento segundo quatro estágios:
• Estágio Sensório-motor (do nascimento até aos 2 anos);
• Estágio pré-operatório/ da Inteligência simbólica (dos 2 aos 7 anos);
• Estágio das operações concretas (dos 7 aos 11 anos);
• Estágio das operações formais (dos 12 aos 15/16anos).
Ana Correia
• Estágio Sensório-Motor – (do nascimento aos 2 anos)
Chama-se assim pois a criança adquire o conhecimento por meio das suas ações que
são controladas por informações sensoriais (sentidos). Neste período a inteligência é
prática. As noções de espaço e tempo são construídas pela ação e contato com o meio
que é direto e imediato, sem representação ou pensamento.
Exemplo: o bebé pega o que está em sua mão; “mama” o que é posto na boca; “vê” o
que está diante de si.
• Estágio Pré-Operatório/ Estágio da Inteligência simbólica –
(dos 2 anos 7 anos)
Neste período surge a função semiótica, que permite o surgimento da linguagem, do
desenho, da imitação, da dramatização, etc.. É o período da fantasia, do faz de conta, do
jogo simbólico, dos “por quês”. A criança neste período é egocêntrica, centrada em si
mesma, e não se consegue colocar no lugar do outro.
Exemplo: A criança “dá alma” (animismo) aos objetos : "o carro do papá foi 'dormir' na
garagem”; Dá-se duas bolas de massa iguais e a um delas dá-se a forma de uma
salsicha. A criança nega que as quantidades de massa sejam as mesmas, pois as formas
são diferentes. Não relaciona as situações.
Ana Correia
• Estágio das operações concretas (dos 7 aos 11 anos)
A criança desenvolve a noção de tempo, espaço, velocidade, ordem,
casualidade, já resolve problemas concretos, etc.;
Este estágio coincide com a entrada da criança para o 1ºciclo.
Mostra-se menos egocêntrica, demonstrando um aumento da empatia com os
sentimentos e as atitudes dos outros;
Começam a ser aprimoradas algumas caraterísticas das crianças como por
exemplo já se concentram mais nas atividades, colaboram mais com os
colegas, apresentam responsabilidade e respeito pelas opiniões dos outros.
Ana Correia
• Estágio das operações formais (dos 12 aos 15/16 anos)
Começa no início da adolescência.
É o ápice do desenvolvimento da inteligência e corresponde ao nível de
pensamento hipotético-dedutivo ou lógico-matemático.
Está apto para calcular uma probabilidade (se fizer “isto”, acontece “aquilo”).
É a “abertura para todos os possíveis”. A partir desta estrutura de pensamento,
o individuo já é capaz de discutir um assunto para se chegar a uma conclusão.
Sua organização grupal pode estabelecer relações de cooperação e
reciprocidade. A criatividade atinge o seu “cume”.
Exemplo: Já mostra capacidade de analisar provérbios como “Grão a grão enche
a galinha o papo”, trabalhando já com a lógica da ideia passada pelo mesmo.
Ana Correia
É aos 2 anos que a criança demonstra preferência por um dos lados do corpo.
Esta evolução é dada pela própria maturação do organismo.
Por volta dos 2 anos, a criança mostra ter preferência por um lado ou outro, e isto é indicativo de uma
orientação do corpo no espaço que posteriormente será objecto de desenvolvimento e estruturação:
trata-se da lateralidade do corpo.
Um teste que pode informar da maturidade da lateralidade da criança é o seguinte:
Lateralidade da mão, senta-se a criança no chão com as pernas abertas e em frente dela coloca-se uma
bola mais pequena que a de ténis e diz-se que agarre. É importante assinalar que quando o adulto
coloca a bola diante da criança o deve fazer com as duas mãos, para que ela não imite por assimetria a
acção do adulto. Repete-se a operação umas cinco vezes e assim observaremos se o faz sempre com a
mesma mão ou não.
Lateralidade do pé, coloca-se uma bola de plástico no chão e diz-se à criança que lhe dê um pontapé,
seguindo-se o mesmo processo do caso anterior. E para observar a preferência do olho da criança,
faz-se com que olhe para dentro de um tubo de cartão, como se tratasse de um binóculo.
Capacidade que a criança tem para realizar tarefas motoras dando preferência a um lado do corpo sobre o outro.
Ana Correia
Um inadequado processo de lateralidade pode traduzir-se em lentidão motora e em
dificuldade por parte da criança para seguir certas aprendizagens escolares, como a
leitura e a escrita, já que são actividades orientadas da esquerda para a direita.
Atividades:
Em crianças de 2 anos, pô-las sentadas no chão e empurrar a bola pelo chão, primeiro
com uma das mãos e depois com a outra. Sem mencionar que uma das mãos se chama
esquerda e a outra direita;
Em crianças de 3/4 anos, atirar diferentes objectos, primeiro com a mão e com um pé
de um lado e depois do outro;
Em crianças de 5/6 anos ,atirar a bola ou lança-la ao ar e apanha-la com uma mão e
depois com a outra.
À medida que a lateralidade da criança se vai orientando, devem iniciar-se os processos
de coordenação motora, que são os que facilitam que corra, salte, rode e ande de gatas,
e os de coordenação olho-mão e olho-pé, que possibilitarão que adquira maior pontaria
nos seus lançamentos.
Ana Correia
O comportamento das pessoas é feito com base na interpretação que fazem da realidade.
Logo, a percepção do mundo é diferente para cada um de nós, cada pessoa percebe um objeto ou uma situação de acordo com os aspetos que têm especial importância para si
PROCESSO:
Atenção
“Processo pelo qual um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais no sentido de atribuir significado ao seu meio.”
in Dicionário Porto-Editora
Fatores Externos (Próprios do meio ambiente)
Fatores Internos (Próprios do nosso organismo)
PERCEPÇÃO, Wikipédia (online). http://pt.wikipedia.org/wiki/Percep%C3%A7%C3%A3o (Acedido em 10 de Janeiro de 2012).
Ana Correia
Fatores externos
Intensidade – a nossa atenção é despertada mais facilmente quando ouvimos, por
exemplo uma sirene de uma ambulância, pois possuem um barulho insistente e alto;
Movimento – essencial para despertar a atenção. A criança reage mais facilmente a um brinquedo que se move do que a um que está intacto;
Incongruência – Nós prestamos mais atenção a coisas diferentes do que ao que é normal. Exemplo: No verão prestamos mais atenção a uma pessoa que apanhe sol com um cachecol do que a outra que use um fato de banho;
Contraste – A atenção é mais despertada quando existe um contraste, como acontece com os sinais de transito com cores vivas e contrastantes.
Ana Correia
Quadros de Vasarely
Fatores internos
Motivação – Damos mais atenção àquilo que nos motiva e que gostamos, do que àquilo
que para nós não interessa;
Força do hábito / Experiência anterior – Ao que conhecemos e entendemos;
Fenómeno social – Conceitos sociais diferentes; Culturas. Exemplo: os livros e os filmes que se dá importância em Portugal, não despertam a mesma atenção no Japão.
Ana Correia
http://gestaodepessoasrh.wordpress.com/category/gestao-de-pessoas/motivacao/page/2/