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Revista Criacionista nº 68

Capítulo 10

Dinossauros nos registros anglo-saxões e outros

Tenho feito palestras na Alemanha, na Bélgica e em muitos locais na Inglaterra, sobre o assunto da Tabela das Nações e da história da Europa imediatamente após o di-lúvio, e o que inicialmente me surpreendia, nos momentos destinados a perguntas, foi como o assunto rapidamente se voltava à questão dos dinossauros. Aparecem eles nas crô-nicas antigas? Existem descrições suas? E assim por diante. Por isso, reuni aqui os exemplos de menção a dinossauros que pude encontrar de imediato, embora sem dúvida mui-tos outros casos existam para ser considerados. Alguns dos exemplos mencionados aqui provêm dos próprios registros que justamente estamos considerando com relação à descen-dência das nações.

O inter-relacionamento dos dois assuntos é lógico, pois se a Terra é tão recente quanto nossos antepassados pressu-punham e quanto o modelo criacionista das origens prediz, então deverão ser encontradas evidências que nos apontem para a coexistência do homem com os dinossauros em pas-sado recente. De fato, existem boas evidências que sugerem a coexistência entre ambos ainda hoje, o que se opõe direta-mente ao modelo evolucionista que ensina que os dinossau-ros viveram milhões de anos antes de ter surgido o homem, e que, portanto, nenhum ser humano jamais poderia ter visto um dinossauro vivo. Para pôr à prova tal asserção, examina-remos agora a questão a partir da consideração das evidên-cias escritas que sobreviveram nos registros de vários povos antigos, que descrevem – às vezes com impressionante deta-lhe gráfico – encontros de seres humanos com répteis gigan-tes vivos, que chamaríamos hoje de dinossauros. E, como veremos, alguns desses registros não são assim tão antigos.

Existem de fato, as famosas descrições de duas dessas criaturas monstruosas, no AntigoTestamento – o Behemoth e o Leviathan – no livro de Jó, capitulo 40, verso 15, e capí-tulo 41, verso 34. O behemoth é descrito como um gigantes-co animal vegetariano que vivia nos pântanos, e o leviathan como um anfíbio algo mais aterrorizante, recoberto de es-camas, e que somente crianças ou débeis mentais gostariam de ter como animal de estimação. Os Egípcios conheciam o behemoth pelo nome p’ih.mw,(1) que de fato corresponde à sua transliteração. O leviathan, semelhantemente, era co-nhecido como lotan pelos habitantes de Ugarit.(2) A literatura de Babilônia e da Suméria preservou detalhes de criaturas semelhantes, da mesma forma que o folclore escrito e oral de povos ao redor do mundo. Entretanto, talvez as descrições mais notáveis de dinossauros vivos sejam as que os povos saxônicos e célticos da Europa nos legaram.

1. Ver por exemplo “Behemoth”. The New Bible Dictionary. Inter-Varsity Press. London. 1972. p. 138.

2. Ibid. pp. 729-30. Ver também Pfeiffer, C. F. “Lotan and Leviathan”. Evangelical Quarterly. XXXII. 1960. pp. 208 ff.

Depois Do DiLúvioSCB: 14.3.1

Bill Cooper reside em Ashford, Mi-ddlesex, Reino Unido. O capítulo 10 de seu livro After the Flood aqui transcrito foi publicado no número 68 da Revista Criacionista.

Bill Cooper

O livro “Depois do Dilúvio”, de autoria de Bill Cooper será publicado em Português pela SCB neste ano de 2008, podendo ser adquirido através da Loja Virtual constante do site da Sociedade: www.scb.org.br.

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Os antigos Bretões, dos quais descendem os modernos Ga-leses, nos fornecem os mais antigos relatos europeus existentes sobre répteis monstruosos, um dos quais matou e devorou o rei Morvidus (Morydd), cerca do ano 336 a.C. É-nos dito, no relato traduzido por Geoffrey de Monmouth, que o monstro “engoliu o corpo de Morvidus como um grande peixe engole um me-nor”. Geoffrey descreveu o animal como sendo um Belua.(3)

Peredur – não o rei de mesmo nome (306-296 a.C.), mas um filho do Conde Efrawg, bem mais recente – teve melhor sorte que Morvidus, realmente conseguindo matar o monstro, um addanc (pr. athanc; var. afanc), em um local chamado Llyn Llion, no País de Gales.(4) Em outros locais do País de Gales fala-se do addanc juntamente com outra espécie de répteis co-nhecidos como carrog. O addanc sobreviveu até tempos re-lativamente recentes em locais como Bedd-yr-Afanc próximo a Brynberian, Llyn-yr-Afanc acima de Bettws-y-Coed no rio Conwy (a morte deste monstro foi descrita no ano de 1693), e Llyn Barfog. O carrog é relembrado na denominação de Carrog perto de Corwen, e em Dol-y-Carrog, no vale de Conwy.(5)

Além do mais, “dinossauros” na forma de répteis voadores foram característicos da vida galesa até tempos surpreendemen-te recentes. No início do século XX, pessoas idosas em Penllin, Glamorgan, costumavam contar a respeito de uma colônia de serpentes aladas que viviam nas florestas em torno do Castelo de Penllin, como Marie Trevelyan nos relata:

“As florestas em torno do Castelo de Penllin, em Glamorgan, tinham a fama de ser freqüentadas por serpentes aladas, que eram o terror tanto dos adultos como dos jovens. Um velho habitante de Penllyne, que morreu há poucos anos, disse que em sua infância as serpentes aladas eram descritas como muito lindas. Elas ficavam enrodilhadas quando em repouso, e ‘pa-reciam estar cobertas de jóias de todas as espécies; algumas tinham cristas reluzindo com todas as cores do arco-íris’. Quando perturbadas, elas deslizavam suavemente até os seus esconderijos, ‘reluzindo sobre tudo’. Quando zangadas, ‘voavam por sobre as cabe-ças das pessoas, com suas asas abertas brilhando, e ‘às vezes com os olhos também brilhando, como as penas da cauda de um pavão’. Ele declarou, ainda, que isso ‘não era uma velha história inventada para atemorizar as crianças’, mas um fato real. O seu pai e um tio ha-viam matado algumas delas, pois elas eram tão dano-sas para a criação das galinhas quanto as raposas. O velho homem atribuía a extinção das serpentes aladas ao fato de que elas eram ‘um terror para as fazendas e reservas de caça’.”(6)

Este relato é interessante sob muitos aspectos, dentre os quais pelo menos o fato de não ser tipicamente relativo a dra-gões. As criaturas envolvidas não são animais monstruosos e solitários, mas pequenos seres que viviam em colônias. Inteira-

3. Thorpe, Lewis tr. The History of the Kings of Britain, Geoffrey of Monmouth. Guild Publishing. London. 1982. pp. 101-2.

4. Jones, G. E Jones, T. (tr.) The Mabinogion. Revis. Ed. Everyman’s Library. J. M. Dent & Sons Ltd. 1974. pp. 209-212 e 217.

5. Ver Westwood, J. Albion. Granada. London. 1985. pp. 270, 275, 289.

6. Trevelyan, M. 1909. Folk-Lore and Folk Stores of Wales. (cit. Simpson, J. British Dragons. B. T. Batsford Ltd. London. 1980).

mente diferentes, por exemplo, das espécies de répteis alados de maior porte que costumavam fazer seus ninhos sobre um antigo monte tumular em Trellech-a’r-Betws, no condado de Dyfed. Como estamos no País de Gales ainda, vale observar que em Llanbardan-y-Garrag (Garrag seria corruptela de carrog?) a igreja local tem um entalhe de um réptil gigante cuja forma in-clui nadadeiras semelhantes a remos, um pescoço comprido e uma cabeça pequena. Glaslyn, em Snowdon, é um lago onde recentemente, em 1930, foi avistado um afanc. Nessa ocasião, dois montanheses que escalavam as encostas de uma montanha, olhando para baixo, para a superfície do lago, viram essa cria-tura, que descreveram como tendo um corpo acinzentado, e que se levantou do fundo do lago, até a sua superfície, elevou a sua cabeça, e novamente submergiu.(7)

Relatos como este poderiam ser multiplicados às cente-nas. Na Inglaterra e na Escócia, novamente ainda em tempos relativamente recentes, outros répteis monstruosos foram avistados e relatados em vários locais. O quadro no final des-te capítulo apresenta 81 locais, somente nas Ilhas Britânicas, em que foi relatada a presença de dinossauros (existem na re-alidade cerca de 200 desses locais na Grã-Bretanha), mas o aspecto mais relevante desses fatos, no que diz respeito a este nosso estudo, é que alguns desses avistamentos e encontros subseqüentes com dinossauros vivos podem ser datados como sendo de um passado relativamente recente. O réptil gigante de Bures, em Suffolk, por exemplo, nos é conhecido a partir de uma crônica de 1405:

“Perto da cidade de Bures, nas proximidades de Sudbury, tem aparecido ultimamente, para grande prejuízo da área rural, um dragão, de corpo enorme, com uma crista na cabeça, dentes como de serra, e uma cauda enorme. Tendo matado o pastor de um re-banho, devorou muitas ovelhas.”

Após uma tentativa malsucedida de arqueiros locais para matar o animal, devido ao seu couro impenetrável, “... para destruí-lo foram convocados todos os camponeses da região. Mas quando o dragão viu que novamente estava sendo ataca-do com setas, fugiu para um pântano ou lagoa, e lá se escon-deu entre os juncos e não mais foi visto”.(8)

Mais tarde, ainda no século XV, de acordo com uma crô-nica contemporânea que ainda subsiste na biblioteca da Ca-tedral de Canterbury, foi relatado o seguinte incidente. Na tarde de sexta-feira, dia 26 de setembro de 1449, foram vistos dois répteis gigantes lutando nas margens do rio Stour (perto da vila de Little Cornard), que demarca as fronteiras entre os condados ingleses de Suffolk e Essex. Um era negro, e outro “avermelhado, com manchas”. Após uma hora de luta que ocorreu “para a admiração de muitos [habitantes locais] que os avistaram, o monstro negro retrocedeu e voltou para a sua toca, ficando conhecida desde então a cena do conflito como “Sharpfight Meadow”.(9)

7. Whitlock, R. 1983. Here Be Dragons. Allen & Unwin. Boston. pp. 133-4.

8. Esta crônica foi iniciada por John de Trokelow e terminada por Henry de Blaneford, e foi traduzida e reproduzida na Rolls Series, 1866. IV ed. H. G. Riley. (cit. Simpson, J. British Dragons. B. T. Batsford Ltd. 1980. p. 60).

9. Ibid. p. 118. Ver também “The Fighting Dragons of Little Cornard”. Folklore, Myths and Legends of Britain. Reader’s Digest. 1973. p. 241.

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Em torno de agosto de 1614 foi feito o seguinte relato so-lene sobre um estranho réptil que foi encontrado na Floresta de St. Leonard, em Sussex. A ocorrência se deu perto de uma vila que ficou conhecida como Dragon’s Green, muito antes de ter sido publicado este relato:

“Esta serpente (ou dragão, como alguns a cha-mam) é mencionada como tendo cerca de dois metros de comprimento, com a forma aproximada de um eixo de carroça: mais volumosa no meio, e algo menor nas extremidades. A parte dianteira, que se lança para a frente como um pescoço, parece ter cerca de pouco mais de 1 metro de comprimento, com algo semelhante a um anel branco de escamas. As escamas ao longo de seu dorso parecem ser enegrecidas, e o que se pode perceber sob a sua barriga parece ser vermelho. Pode-se ver também que ela tem grandes pés, o que pode ser ilusório, já que algumas pessoas supõem que as serpentes não possuem pés. ... [O dragão] foge (como poderíamos dizer) tão rápido quanto uma pessoa pode correr. Sua alimentação (coelhos), pensa-se, na maior parte é feita em criações de coelhos, bastante freqüen-tadas por ele. ... Descobrem-se, a cada lado seu, dois grandes calombos do tamanho de uma bola de futebol, que (acreditam algumas pessoas) com o tempo crescem transformando-se em asas, mas espero em Deus que (em defesa do povo pobre das redondezas) ele seja des-truído antes que essas asas cresçam.”(10)

Esse dragão foi avistado em vários locais dentro de um cír-culo de cinco a seis quilômetros, e o panfleto mencionava os nomes de testemunhas que ainda estavam vivas, que o haviam visto. Dentre eles, John Steele, Christopher Holder e uma “cer-ta viúva que morava perto de Faggate”. Outra testemunha foi “o carteiro de Horsham, que mora na estalagem White Horse, em Southwark”. Um dos habitantes locais instigou seus dois mastins para atacar o monstro, e apesar de perder os cães, foi feliz por escapar vivo do encontro, já que o dragão tinha sido responsável pela morte de um homem e uma mulher em quem ele havia cuspido, e que conseqüentemente haviam sido mortos pelo seu veneno. Ao se aproximar inadvertidamente, nosso es-critor conta que o monstro era...

“...de aparência muito orgulhosa, e avistando ou ouvindo pessoas ou animais, levantava seu pescoço na vertical para ouvir e olhar em torno, com grande ar-rogância”.

Relato este, feito por testemunhas oculares, de um compor-tamento típico de répteis.

Novamente, em 27 e 28 de maio de 1669, um enorme réptil foi avistado muitas vezes, como relatado no panfleto “Um re-lato verdadeiro de uma serpente monstruosa vista em Henham (Essex) no Monte de Saffron Waldon”.(11)

10. True and Wonderful: A Discourse Relating a Strange and Monstrous Serpent (or Dragon. # lately discovered and yet living, to the great Annoyance and divers Slaughters of both Men and Cattell, by his strong and violent Poison: in Sussex, two Miles from Horsham, in a Woode called St. Leonard’s Forrest, and thirtie Miles from London, this present month of August 1614. With the true Generation of Serpents. Cit. in Harleian Miscellany. 1745. III. pp. 106-9 (também cit. Simpson. p. 118).

11. Ibid. p. 35

Em 1867 foi visto, pela última vez, o monstro que vivia nos bosques em torno de Fittleworth, em Sussex. Ele corria em dire-ção às pessoas silvando e cuspindo, se acontecesse toparem com ele inadvertidamente, embora nunca tivesse ferido ninguém. Vá-rios casos como este poderiam ser citados, mas é suficiente dizer que muitíssimos incidentes como estes têm sido relatados através dos séculos e em todos os tipos de locais, para que pudéssemos dizer que todos eles eram meros contos de fadas. Por exemplo, o famoso monstro de Loch Ness, na Escócia, freqüentemente é tido como um produto recente dos esforços do Escritório Turís-tico local para ativar o comércio na região, embora Loch Ness de maneira nenhuma seja o único lago escocês em que tenham sido feitos relatos de monstros semelhantes. Loch Lomond, Loch Awe, Loch Rannoch e o Loch Morar (com mais de 300 metros de profundidade, em uma propriedade privada) também acusam registros de presença de monstros em anos recentes. De fato, desde o fim da última guerra, somente em Loch Morar foram avistados mais de quarenta vezes, e em Loch Ness mais de mil vezes, monstros semelhantes. No que diz respeito ao Loch Ness, entretanto, poucas são as pessoas que se lembram de que répteis monstruosos, sem dúvida de mesma espécie, têm sido avistados ao redor do lago desde a chamada Idade Escura, sendo o caso mais notável o que foi descrito na famosa obra de Adamnan, do século sexto, Life of St. Columba.

Nessa obra lemos que, no ano de 565 A.D., Columba em uma de suas viagens missionárias no norte, teve de atravessar o rio Ness. Ao estar prestes a fazê-lo, deparou-se com um cortejo fúnebre, e ao inquirir sobre a ocorrência foi informado que esta-vam enterrando um homem que acabava de ser morto por uma dentada de um monstro selvagem que o agarrou enquanto nada-va. Ao ouvir isto, e sem nem pensar em sua segurança própria, o bravo santo imediatamente ordenou a um de seus seguidores que mergulhasse na água gelada para ver se o monstro ainda es-tava nas vizinhanças. Adamnan relata como a agitação da água produzida pelo infeliz e assustado nadador, de nome Lugne Mocumin, atraiu a atenção do monstro. Subitamente, subindo à superfície, o monstro foi avistado deslocando-se rapidamente em direção ao infeliz rapaz com a boca aberta e gritando como um fantasma. Columba, entretanto, não entrou em pânico, e com segurança da terra firme repreendeu o animal. Se o nada-dor acrescentou também alguma repreensão de si mesmo não é relatado, mas o monstro voltou atrás após ter-se aproximado do nadador tão perto que não ficou entre eles sequer a distância de um cajado.

Naturalmente, Columba teve o crédito de salvar a vida do nadador, embora a relutância do monstro em realmente ferir o rapaz tenha sido o mais notável neste incidente. O primeiro nadador tinha sido atacado e morrido, embora não devorado, e o segundo nadador, da mesma maneira, foi ameaçado pela ira da criatura, embora não fatalmente. É muito provável que ambos tivessem inadvertidamente entrado na água perto de onde a criatura mantinha sua cria, e a sua reação foi típica da maioria das espécies. Gorilas, elefantes, avestruzes, e todas as espécies de criaturas atacarão uma pessoa, silvando, berrando e dando alarme, embora raramente matando-a ou ferindo-a, desde que ela entenda a advertência e se retire. Podemos acre-ditar que aquele seguidor de Columba, não tendo totalmente a santa convicção de seu mestre, tivesse mostrado haver enten-dido a advertência do monstro com tempo suficiente para que ele percebesse que não seria necessário matá-lo.

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Entretanto, mesmo essa experiência de Lugne Mocumin não foi assim tão incomum. Ainda recentemente, no século XVIII, em um lago chamado Llyn-y-Gader, em Snowdon, no País de Gales, um certo homem foi nadar. Depois de chegar ao meio do lago, estava ele retornando à praia quando seus amigos que o observavam viram que ele estava sendo seguido por:

“...um objeto longo, deslocando-se vagarosamen-te atrás dele. Eles ficaram com medo de dar alarme, mas foram na sua direção para encontrá-lo tão logo ele chegasse à praia, onde haviam ficado. Exatamente quando ele se aproximava, o objeto que se deslocava levantou a cabeça, e antes que alguém pudesse pres-tar auxílio, o homem foi envolvido pelo enrodilhar do monstro”.(12)

Parece que o corpo do homem nunca foi recuperado.

No início do século XX aconteceu o seguinte incidente, relatado por uma certa Lady Gregory, da Irlanda, em 1920:

“... pessoas de idade me contaram que estavam nadando lá [em um lago irlandês chamado Lough Graney] e um homem tinha nadado até o meio, quan-do viram algo semelhante a uma enorme enguia in-vestindo sobre ele...”(13)

Felizmente, nessa ocasião, o homem conseguiu voltar à praia, mas o que nos importa notar é que são esses somente alguns poucos dentre numerosos relatos referentes ao avista-mento de monstros lacustres nos tempos recentes, os quais, se tão somente seus fósseis tivessem sido encontrados, teriam sido chamados de dinossauros.

Entretanto, as Ilhas Britânicas não são o único local em que se podem encontrar relatos semelhantes. Eles ocorrem, literalmente, em todo o mundo.(14) William Caxton, por exem-plo, o primeiro impressor da Inglaterra, deixou-nos registrado, em 1484, o seguinte relato de um réptil monstruoso na Itália medieval (com a grafia e a pontuação modernizada):

“Foi encontrado em um grande rio [o Pó, na Itá-lia] um monstro marinho, com a forma ou aparên-cia descrita a seguir. A forma era a de um peixe, com duas metades, isto é, duplicado. Ele tinha uma grande barba, e dois chifres imensamente grandes acima de suas orelhas. Tinha também grandes mamas e uma boca horrível e imensamente grande. E em ambos os seus cotovelos ele tinha asas largas e com escamas de peixe, com as quais nadava, ficando somente com a cabeça fora da água. Aconteceu, então, que mui-tas mulheres lavavam roupa e utensílios à margem do dito rio em que estava esse animal horrível e terrível, [que] por falta ou escassez de carne veio nadando em direção às ditas mulheres. Dentre elas, ele tomou uma pela mão querendo puxá-la para dentro da água. Mas ela era forte e bem avisada, e resistiu ao dito monstro. E ao se defender, começou a gritar em alta voz “Acu-da, acuda!” Ao que vieram correndo cinco mulheres

12. Ibid. p. 21.13. Gregory, Lady. Visions and Beliefs in the West of Ireland. 1920.

(repr. 1976). (cit. Simpson. pp. 42-3).14. Ver Steiger, B. Worlds Before Our Own. W & J. Mackay Ltd.

Chatam (England). 1980. pp. 41-66. Steiger de maneira alguma é criacionista).

que atirando pedras, mataram o dito monstro, pois ele havia vindo muito para dentro da terra firme, e não pôde voltar para as águas. E depois, ao render o seu espírito, ele deu um pequeno berro. Ele era bastante corpulento, mais do que qualquer homem. E ainda, diz Poge (Pogius Bracciolini de Florença] deste modo, que ele, estando em Ferrara, viu o dito monstro e ainda disse que as crianças que estavam acostumadas a ir banhar-se no dito rio nem sempre voltavam. E por isso as mulheres não mais lavavam suas roupas e utensílios no dito rio, pois o povo pre-sumia e achava que o monstro matava as crianças que eram afogadas.”(15)

Caxton também apresenta o seguinte relato de uma “ser-pente” que deixou uma vaca grandemente ferida e atemori-zada, embora devamos ter em mente que nos dias de Caxton uma serpente não era o que imaginamos ser hoje, pois esse termo mudou de sentido ligeiramente desde a Idade Média. No livro de Caxton existem umas duas ilustrações interessan-tes dessas serpentes, sempre como répteis bípedes e com esca-mas, e grandes bocas:

“...nas regiões da Itália, em uma campina, apa-recia às vezes uma serpente de tamanho enorme, hor-rível e espantosa. Primeiramente, ela tinha a cabeça maior do que a de um bezerro. Em segundo lugar, ela tinha o pescoço do comprimento de um asno, e seu corpo com a semelhança do corpo de um cachorro. Sua cauda era imensamente grande, grossa e compri-da, sem comparação com nada. Uma vaca ... [ven-do] ... um animal assim tão horrível, ficou agitada e levantou-se, querendo fugir. Mas a serpente, com sua cauda extremamente longa, enlaçou as suas duas pernas traseiras, e então começou a mamar nela. E de fato tanto ela chupou, e durante tanto tempo, que saiu algum leite. E quando a vaca pôde escapar dela, correu para junto das outras vacas. E seu úbere, suas pernas traseiras, e tudo que a serpente havia tocado, ficou preto durante um grande período de tempo.”(16)

Esses relatos são claramente testemunhos factuais e são mais próximos de reportagens jornalísticas do que de contos de fada, como vemos sempre em trabalhos da Idade Média. Mas, como um exemplo mais moderno de tais reportagens jor-nalísticas, consideremos o artigo seguinte que apareceu recen-temente no mais sério dos jornais britânicos, The Times:

“Pescadores japoneses apanharam um monstro morto, pesando duas toneladas e com 9 metros de comprimento, ao largo da costa da Nova Zelândia, em abril, foi noticiado hoje. Acredita-se ser ele sobre-vivente de uma espécie pré-histórica, e foi apanhado à profundidade de 300 metros no litoral da Ilha do Sul, perto de Christchurch. Paleonto-logistas do Mu-seu de Ciências Naturais, perto de Tóquio, concluí-ram que o animal pertencia à família dos plessiossau-ros – enormes répteis com cabeça pequena, pescoço

15. Caxton, Wm, 1484. Aesop. Folio 138. A única cópia deste livro está na Royal Library do Castelo de Windsor. Este extrato aparece aqui por graciosa permissão de Sua Majestade a Rainha.

16. Ibid. Este extrato aparece aqui por graciosa permissão de Sua Majestade a Rainha

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longo e quatro nadadeiras. ... Após um membro da tripulação o ter fotografado e medido, o capitão da traineira mandou que o corpo fosse atirado de volta ao mar, devido ao perigo de contaminação para os seus peixes.”(17)

Desperta curiosidade a consideração de que os japoneses não julgam haver nenhum problema com a aceitação oficial da exis-tência atual de dragões, monstros marinhos ou dinossauros. De fato, eles publicaram até um selo de correio com o desenho de um plessiossauro para comemorar aquele achado. Somente nós no Ocidente parecemos ter problemas com a existência atual des-sas criaturas, pois logo nove dias após a publicação do artigo do Times foi melancolicamente anunciado pela BBC, em 30 de julho de 1977, que o monstro somente se parecia com um plessiossau-ro, e que de fato era um tubarão que tinha se decomposto de tal forma a dar a impressão de que havia um longo pescoço, uma pequena cabeça e quatro grandes nadadeiras. Como eles, ou seus informantes do Museu de História Natural, em Kesington, pu-deram afirmar isso quando a criatura não mais estava disponível para exame, somente podemos imaginar, especialmente conside-rando que o biologista marinho a bordo do navio Zuiyo-maru ha-via feito o esquema da estrutura óssea da criatura, que nada tinha a ver com a de um tubarão (veja a figura abaixo). Os biologistas marinhos são cientistas altamente treinados, cuja capacidade para detectar doenças e mutações em peixes e mamíferos marinhos é crucial para a saúde do consumidor, e muito mais para os lucros do navio pesqueiro em questão, pelo que o seu conhecimento da vida marinha é necessariamente muito profundo. Não obstante, a BBC quis nos fazer acreditar que Michihiko Yano, o biologista marinho altamente qualificado, especialista do governo, que exa-minou, fotografou e mediu o monstro, não sabia reconhecer um tubarão morto!

O oficialismo ocidental, porém, nem sempre tem sido tão adverso assim para reconhecer, e mesmo mencionar em relatórios oficiais, a existência de criaturas que, pela ciência oficial atual supostamente se extinguiram há milhões de anos. Lembre-se de que se trata de um relatório oficial e muito sério do governo, que estamos lendo:

“No fim de novembro e início de dezembro passa-do, muitas pessoas do campo observaram ... dragões

17. The Times. 21 de Julho 1977.

... surgindo no norte e voando rapidamente para o leste; do que se concluiu, e suas conjecturas estavam corretas ... que viria um tempo tempestuoso.”(18)

Este relatório é curioso pelo fato de que exatamente mil anos antes outro relatório praticamente idêntico surgiu na Crô-nica Anglo-Saxônica, do ano de 793. Os dois relatórios nada mais são do que a demonstração da capacidade dos habitantes rurais em predizer o tempo pela observação do comportamento dos animais, capacidade esta que eles sempre possuíram e usa-ram. E estes relatos, combinados com outros registros antigos, dos anos de 1170, 1177, 1221 e 1222, 1233 e 1532, sugerem que essas criaturas podiam prever a aproximação de mau tempo vindo do Atlântico, e simplesmente migrar para regiões mais amenas enquanto durasse o mau tempo. Esses relatórios fazem sentido especialmente se considerarmos a fragilidade das asas dos pterodáctilos e seres semelhantes.

Chegamos agora aos mais notáveis registros de todos. Eles são obras escritas que se destacam pelo detalhe gráfico com que descrevem os répteis gigantes que os antigos Saxões, Dinamar-queses e outros encontraram no norte da Europa e Escandiná-via. Em várias sagas nórdicas é descrita a morte de dragões com alguns detalhes, o que nos ajuda a reconstruir a aparência física de algumas dessas criaturas. No Volsungassaga,(19) por exem-plo, a morte do monstro Fafnir foi um feito de Sigurd (ver ilus-tração na terceira capa), que cavou uma cova e esperou dentro dela que o monstro se arrastasse por cima dela em seu percurso à procura de água. Isso permitiu-lhe ferir o ventre desprotegido do animal. Fafnir claramente andava apoiando-se com as qua-tro patas e com o ventre próximo do chão.

Da mesma maneira, a Voluspa nos fala de um certo monstro que os primeiros Vikings chamavam de Nithhoggr, cujo nome (“estraçalhador de cadáveres”) revela o fato de que ele vivia de carniça. Saxo Grammaticus, em sua Gesta Danorum, nos conta da luta do rei dinamarquês Frotho contra um réptil gigante, e é em um conselho dado ao rei por um habitante local, registrado por Saxo, que o monstro é descrito com grande detalhe. Era, diz ele, uma serpente:

‘... enrolada, entrelaçada com muitas dobras, e com uma cauda para fora agitando-se em espiral, ver-tendo veneno. ... Sua saliva queima tudo o que salpica. ... Apesar disso [ele diz ao rei com palavras que sem dúvida destinavam-se a encorajar e não intimidar] ... lembra-te de manter a intrépida têmpera de tua mente; não deixes a ponta do dente afilado perturbar-te, nem a frieza do animal, nem o veneno. ... Há um local sob o seu ventre, no qual podes enfiar a lâmina...”(20)

A descrição deste monstruoso réptil assemelha-se muito à do que foi avistado em Henham, e os dois animais bem pode-riam ter pertencido à mesma espécie ou espécies semelhantes. É notável, especialmente, o seu mecanismo de defesa, de cuspir veneno corrosivo sobre suas vítimas.

Entretanto, é o poema épico anglo-saxão Beowulf(21) que nos provê descrições verdadeiramente valiosas dos enormes

18. ‘Flying Dragons at Aberdeen’. A Statistical Account of Scotland. 1793. Vol. VI. P. 467.

19. Ver Morris, W. Volsungassaga.20. Tradução de Elton citada por Klaeber, p. 259.21. O texto anglo-saxônico utilizado neste estudo é o de Klaeber.

Desenhos e medidas feitos por Michihiko Yano do esqueleto da criatura que foi apanhada ao longo da costa da Nova Zelândia, em que a BBC e o Museu Britânico de História Natural afirmam ser a carcaça de um tubarão

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répteis que somente há 1.400 anos infestavam a Dinamarca e outras partes da Europa, e em seguida volveremos nossa aten-ção para um exame mais próximo e bastante detalhado deste notável relato.

Alguns locais de aparecimento de “Dinossauros” ao longo da Grã-Bretanha

Aller, Somerset; Anwick, Lincolnshire; Bamburgh, Nor-thumberland; Beckhole, North Yorkshire; Bedd-yr-Afanc, Wales; Ben Vair , Scotland; Bignor Hill, West Sussex; Bishop Auckland, Durham; Bisterne, Hampshire; Brent PeIham, Her-tfordshire; Brinsop, Hereford and Worcester; Bures, Suffolk; Cadbury Castle, Devon; Carhampton, Somerset; Castle Carl-ton, Lincolnshire; Castle Neroche, Somerset; Challacombe, Devon; Churchstanton, Somerset; Cnoc-na-Cnoimh, Scotland; Crowcombe, Somerset; Dalry, Scotland; Deerhurst, Glou-cestershire; Dol-y-Carrog, Wales; Dragon-hoard (nr Garsing-ton), Oxfordshire; Drake Howe, North Yorkshire; Drakelow, Derbyshire; Drakelowe, Worcestershire; Filey Brigg, North Yorkshire; Handale Priory, North Yorkshire; Henham, Essex;

Hornden, Essex; Kellington, North Yorkshire; Kilve, Somer-set; Kingston St Mary, .Somerset; Lambton Castle, Durham; Linton, Scotland; Little Comard, Suffolk; Llandeilo Graban, Wales; Llanraeadr-ym-Mochnant, Wales; LIyn Barfog, Wales; Llyn Cynwch (nr DoIgellau), Wales; Llyn Llion, Wales; Llyn-y-Gader, Wales; Llyn-yr-Afanc, Wales; Loch Awe, Scotland; Loch Maree, Scotland; Loch Morar, Scotland; Loch Ness, Scotland; Loch Rannoch, Scotland; Longwitton, Northurn-berland; Ludham, Norfolk; Lyrninster, West Sussex; Mana-ton, Devon; Morfey Hill, Northurnberland; Moston, Cheshire; Newcastle Emlyn, Wales; Norton Fitzwarren, Hereford and Worcester; Nunnnington, North Yorkshire; Old Field Barro-ws (nr Bromfield), Shropshire; Penllin Castle, Wales; Pen-mark, Wales; Penmynydd, Wales; St AIbans, Hertfordshire; St Leonard’s Forest, West Sussex; St Osyth, Essex; Saffron Waldon, Essex; Sexhow, North Yorkshire; Shervage Wood, Hereford and Worcester; Slingsby, North Yorkshire; Sock-bum, Durham; Stinchcombe, Gloucestershire; Strathmartin, Scotland; Walmsgate, Lincolnshire; Wantley, South Yorkshi-re; Well North Yorkshire; Wherwell, Hampshire; Whitehorse Hill, Oxfordshire; WinkIeigh, Devon; Wiston, Wales; Worme-low Tump, Hereford and Worcester; Womingford, Essex.

Revista Criacionista nº 6866

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Resumo

Dados de duas fontes (Texto massorético e Septuagin-ta) são utilizados para a geração de funções exponenciais que exprimem a duração da vida dos patriarcas pós-dilu-vianos. Ao serem as funções estendidas a um período de tempo menos questionável do que o dos patriarcas, e ao serem utilizadas para calcular datas e intervalos de tem-po naquele período, duas delas, baseadas na Septuaginta, mostram razoável concordância com valores conhecidos. Essas funções são então usadas para o estabelecimento de um fator de correção para o processo de datação ba-seada no Carbono-14.

introdução

As funções exponenciais são usadas para a descrição de inúmeros processos naturais. Os exemplos incluem a desintegração radioativa, carga e descarga de condensa-dores, e determinados processos biológicos. A expressão matemática de uma função exponencial é usualmente ba-seada no número e.(**) Como exemplo considere-se a fun-ção do tempo

f (t) = 1 - e –t/T

onde t é expresso em unidades de tempo adequadas e T é a constante de tempo peculiar a certo processo. Para uma função exponencialmente crescente como essa, T é o tempo necessário para a função atingir 63,2% de seu valor máximo. Essa função inicia-se em f (t) = 0 para t = 0, e tende à unidade quando t tende ao infinito. Uma função exponencialmente decrescente, baseada na mesma constante de tempo T teria a forma

f (t) = e-t/T

onde T é o tempo necessário para a função atingir 36,8% do seu valor inicial. Para t = 0, resulta f (t) = 1, e f (t) ten-de a zero quando t tende ao infinito. Quando uma função exponencial é representada graficamente em escala loga-rítmica, ela assume o aspecto de uma linha reta.

Com essa rápida recapitulação, voltaremos a atenção para os patriarcas pós-diluvianos.

(*) James E. Strickling é B. S. E. E. e trabalha em Estatística na Western Eletric Co. Quando escreveu este artigo, cursava a pós-graduação na Universidade de Carolina do Norte, em Greensboro, U.S.A.

(**) O número e é dado pela expressão e = lim (1+ x)1/x x → 0

os patriarcas do Livro de Gênesis

As representações gráficas dos intervalos de vida de-crescentes dos patriarcas, delineados no Livro de Gênesis, parecem indicar uma função exponencial decrescente. Essa possibilidade foi investigada por Patten (1) e Armstrong(2). Ambos os trabalhos atribuem esse decréscimo a mudanças das condições ambientais pós-dilúvio (3), (4).

Whitcomb e Morris sugerem que o colapso de uma possível camada atmosférica constituída de vapor d’água, durante o dilúvio, tenha posteriormente deixado a Terra exposta a perigos antes desconhecidos, por exemplo, aos raios cósmicos. Observa-se também que o Carbono-14 é formado nas altas camadas da atmosfera. O Carbono-14 é, de fato, a base de um método bastante usado de datação radioativa. A camada de vapor d’água poderia ter evitado que o Carbono-14 chegasse às mais baixas camadas da atmosfera (biosfera) de tal modo que remanescentes or-gânicos anteriores ao dilúvio conteriam pouco ou nenhum Carbono-14.

Armstrong supõe, ainda, que o Carbono-14 atingiu condições de regime permanente em torno do ano 1000 a.C. Melvin Cook (6), por outro lado, insiste que tal regime permanente não foi ainda atingido.

Armstrong (5) supõe “... que a taxa de alteração ou aumento da concentração do Carbono radioativo (C-14) seja proporcional à taxa de alteração ou decréscimo do intervalo de vida médio. [Isto em organismos vivendo de-pois do dilúvio]. Isso parece plausível se ambas as alte-rações forem devidas à mesma causa”. Tenta ele estabele-cer então um fator de correção para o método de datação baseado no Carbono-14, utilizando as genealogias dos patriarcas.

O autor acredita ter sido “fixado” o limite de idade em 70 anos por volta do ano 1000 a.C. [Certamente tem ele variado, decrescendo até cerca de 36 anos na Grécia e Roma antigas, e até cerca de 49 anos na Europa, durante a Idade Média. Entretanto 70 parece ser a expectativa, con-siderando-se práticas higiênicas, ausência de epidemias, etc. Esse nível tem sido atingido novamente nas moder-nas nações desenvolvidas.] Esse limite resultou de uma transformação exponencial até atingir esse valor, tendo sido então inibido por outros fatores. Se isso for verdade, não pode ser determinado um fator de correção baseado somente nas genealogias; deve ser conhecido também o ponto inicial (isto é, a data do dilúvio).

Seria interessante verificar se há uma função expo-nencial que se aproxime, com boa margem, dos dados apresentados em Gênesis 11.

UMA ANÁLise QUANTiTATivA DA DURACÃo DA viDA Dos

pATRiARCAs Do LivRo De GÊNesisJAMes e. sTRiCkLiNG (*)

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Análise Matemática

Os gráficos que mostram os intervalos de vida em fun-ção do tempo decorrido desde o Dilúvio podem ser algo ambíguos. Por exemplo, o texto massorético afirma que Arfaxade nasceu dois anos depois do Dilúvio e viveu 438 anos. Não há dificuldade em marcar 438 no eixo vertical, mas que valor deveria ser usado no eixo horizontal para representar essa condição de longevidade?

Ele viveu desde dois anos após o Dilúvio, até 440 após o Dilúvio. Deveria ser posta no eixo horizontal a data do seu nascimento (o valor numérico 2), o ponto médio do seu intervalo de vida (valor numérico 22), ou a data de sua morte, (valor numérico 440)? Armstrong constrói o gráfico da idade dos patriarcas em função do tempo acumulado em que atingiram sua maturidade, ou como diz ele, do tempo acumulado da “geração do seu primogênito”.

Há dois relatos divergentes principais das genealogias patriarcais: o Massorético e a Septuaginta. As Tabelas I e II apresentam a tabulação de dados desses textos (7). A primei-ra coluna de cada uma das tabelas dá a idade do patriarca “ao gerar seu primogênito”. A segunda coluna dá a idade em sua morte (intervalo de vida), exceto para Enoch “que

foi trasladado e não viu a morte”. Os pontos médios (meta-de da idade atingida) de cada intervalo de vida são lançados nos gráficos das Figuras 1 e 2 respectivamente para cada um desses textos.

Uma análise de regressão gera a curva mais adequada para representar os dados conhecidos. Assim se procedeu com as datas da maturidade e com os pontos médios dos in-tervalos de vida para o texto da Septuaginta, e com as datas da maturidade para o Texto massorético. Os pontos médios

obtidos com o Texto massorético não se prestaram a essa análise. Os resultados expressam-se sob a forma

A = k e - t/T

onde A é a idade (intervalo de vida) do patriarca, k uma cons-tante determinada a partir da análise (deveria ser aproximada-mente igual à média dos intervalos de vida antediluvianos), t o tempo decorrido desde o Dilúvio, e T a constante de tempo determinada a partir da análise.

A função determinada a partir do Texto massorético, base-ada nas datas da maturidade é

A = 929 e - t/244

A função determinada a partir do Septuaginta, baseada nos datas da maturidade é

A = 929 e - t/163

Os pontos médios dos intervalos de vida, obtidos dos mes-mos dados levam a

A = 929 e - t/1010

Para eliminar a já mencionada ambigüidade pode-se fazer um gráfico com a idade do falecimento no eixo vertical e o

período de tempo total de vida indicado para cada patriarca no eixo horizontal (eixo do tempo decorrido após o dilúvio). Em papel semilogarítmico, a linha reta que representa a função exponencial a qual se supõem relacionar os intervalos de vida, deveria seccionar cada linha indicativa dos intervalos de vida. Mostra-se esse fato na Figura 3, com base nos dados do texto massorético.

Uma linha reta pode ser traçada por sobre os intervalos de vida somente se for excluído a patriarca Naor. Se Naor for ex-

Nome dos patriarcasTexto Massorético septuaginta

Idade da geração do primogênito Intervalo de vida Idade da geração

do primogênito Intervalo de vida

Adão 130 930 230 930Sete 105 912 205 912Enos 90 905 190 905Cainã 70 910 170 910

Maalelel 65 895 165 895Jerede 162 962 162 962Enoque 65 865 165 365

Metusalém 187 969 187 969Lameque 182 777 188 753

Noé 500 950 500 950Sem 100 600 100 600

Arfaxade 35 438 135 535Cainã - - 130 460Salá 30 433 130 460Éber 34 464 134 404

Pelegue 30 239 130 339Réu 32 239 132 339

Serugue 30 230 130 330Naor 29 148 179 304Terá 130 205 130 205

Abraão 175 175

Tabela i Tabela ii

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cluído, traçando-se uma linha a partir da ordenada 925 sobre o eixo vertical, obtém-se a constante de tempo de 225 anos, de tal modo que resulta

A = 925 e - t/225

Considere-se agora um gráfico análogo, baseado na Sep-tuaginta, conforme indicado na Figura 4.

A linha cheia representa a função exponencial. As linhas tracejadas representam os intervalos de vida dos patriarcas pós-diluvianos. Naor, cujo intervalo de vida não é seccionado pela linha sólida, é apresentado pela linha tracejada.

A linha cheia representa a função exponencial. As linhas tracejadas representam os intervalos de vida dos patriarcas pós-diluvianos.

Novamente construindo-se uma linha a partir da ordena-da 925 sobre o eixo vertical, todos os intervalos de vida são seccionados. Neste caso, a constante de tempo é 850 anos, de tal modo que

A = 925 e - t/850

Na Tabela III são tabuladas as cinco relações encontra-das. Deveria ser dada preferência à relação que fosse mais compatível com os dados de um período de tempo que não

Tabela iiiFunções exponenciais representando os intervalos de vida dos patriarcas após o Dilúvio

Texto Massorético Análise de Regressão Construção visualMaturidade Ponto-médio

SeptuagintaA = 929 e - t/244 (I)*

Não aplicávelA = 929 e - t/225 (II)*

A = 929 e - t/1163 (III)* A = 929 e - t/1010 (IV)* A = 929 e - t/850 (V)*

Figura 1 – Representação dos intervalos de vida dos patriarcas (Texto Massorético)

Figura 2 - Representação dos intervalos de vida dos patriarcas (septuaginta)

Figura 3 – Construção visual da função exponencial baseada no texto massorético

Figura 4 - Construção visual da função exponencial baseada no texto da septuaginta

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fosse tão questionável como o dos patriarcas. Portanto, os da-dos deveriam provir de um período de tempo anterior ao em que tivesse sido atingido o limite inferior do intervalo de vida (70 anos).

As idades (intervalos de vida) de Abraão e Josué provêm os dados para tal compatibilidade. (Poder-se-ia também usar outros intervalos de vida conhecidos). Usam-se essas idades para calcular o intervalo de tempo que decorreu entre Abraão e Josué, mediante a constante de tempo da curva exponencial.

Dois valores v1 e v2 de uma função exponencial, separados por um intervalo de tempo t relacionam-se entre si da seguinte maneira:

v2 /v1 = e – t/T

sendo v2 maior do que v1.

Determina-se então o intervalo de tempo t, sendo v1 o in-tervalo de vida de Josué ( = 110 anos), e v2 o intervalo de vida de Abraão (= 170 anos), da maneira seguinte:

e – t/T = 110/175 = 0,629

-t/T = ln (0,629) = - 0,464

t = 0,464 T

O valor de t calculado dessa maneira é algo ambíguo, pois as idades nas quais ele se baseia são intervalos de tempo, e não pon-tos. Entretanto, fornecerá ele uma indicação da validade da função, pois se reconhece que esse período foi cerca de quatrocentos a qui-nhentos anos. Os cinco valores de t são indicados na Tabela IV.

Outra verificação de compatibilidade pode ser feita determi-nando-se quando é atingido o limite inferior de 70 anos com cada uma das funções. Sabe-se que tal limite foi atingido antes da época de Davi (que viveu até a idade de 70 anos), em torno do ano 1000 a.C. Tomam-se então as expressões exponenciais, impõe-se A = 70 e obtém-se o valor de t.

Pelas expressões obtidas da análise de regressão resulta

929 e - t/T = 70

e - t/T = 70/929 = 0,0753

-t/T = ℓn (0,0753)

t = 2,59 T

Pelas expressões obtidas por construção visual resulta

925 e - t/T = 70

e - t/T = 70/925 = 0,0757

- t/T = ℓn (0,0757)

t = 2,58 T

A data do Dilúvio calculada pelo texto massorético é aproxi-madamente 2460 a.C. A partir da Septuaginta obtém-se a data de aproximadamente 3398 a.C. Na Tabela V apresentam-se as datas obtidas para se atingir a idade de 70 anos, para as cinco expres-sões exponenciais analisadas.

Utilizaram-se a data de 3398 A. C. para o Dilúvio, e as cons-tantes de tempo de 850 anos e 1010 anos (Funções IV e V indica-das na Tabela IV) para a determinação de fatores de correção para o método de datação com Carbono-14. A Figura 5 mostra esse fato.

Em “The Genesis Flood” relata-se o resultado de um ensaio com Carbono-14 indicando a data de 2620 a 2630 a.C. para uma

antiga estrutura nas muralhas de Durrington, Inglaterra (8). Res-salta-se que a data dessa estrutura, de acordo com convincentes evidências arqueológicas, deveria ser pelo menos mil anos mais recente. Isso significa uma idade aparente de 4600 anos para um objeto de 3600 anos. A curva baseada na constante de tempo de 850 anos (V) na Figura 5 indica uma idade real de 3550 anos para um objeto datado de 4600 anos pelo processo do Carbono-14. Isso é mencionado apenas como ilustração; muitas outras compa-rações seriam necessárias para estabelecer uma curva de correção fidedigna.

Muitos “fatores de ajustamento” foram sugeridos para o método de datação com Carbono-14. Se a taxa de produção de Carbono-14 variou ao longo do tempo, nenhum fator de correção poderá levar em conta aquela variação (9).

Tabela ivintervalo de Tempo calculado entre Abraão e Josué

T (anos) t (anos) Funções da Tabela iii

Análise de regressãoTexto Massorético Maturidade 244 113 I

SeptuagintaMaturidade 1163 540 III

Ponto-médio 1010 469 IV

Construção VisualTexto massorético 225 104 II

Septuaginta 850 395 V

Tabela vData inicial do intervalo de vida de 70 anos

t (anos) Data dos 70 anos (A. C.)

Funções da tabela iii

Análise de regressãoTexto Massorético Maturidade 631 1829 I

SeptuagintaMaturidade 3007 391 III

Ponto-médio 2611 787 IV

Construção VisualTexto massorético 581 1879 II

Septuaginta 2194 1204 V

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Conclusão

Nenhuma das funções exponenciais apresentadas corre-laciona adequadamente o intervalo de tempo com a data nas verificações feitas. Entretanto, duas delas (IV e V) levam a valores próximos aos esperados. Ambas são baseadas na Sep-tuaginta (ponto-médio, e construção visual). Poder-se-ia ser induzido a concluir que a Septuaginta é o texto preferível.

Entretanto, não se insiste na validez dessas funções; são elas apresentadas como modelos matemáticos comparativos da longevidade patriarcal decrescente em função do tempo, e como possível fator de correção para datações com Carbono-14. Espera-se que continuem trabalhos posteriores nessa área.

Referências

(1) Patten, D. W. 1970. A symposium on creation II. Baker Book House. Grand Rapids, Mich., p. 38.

(2) Armstrong, H. L. 1965. An attempt to correct for the effects of the flood in determining dates by radioactive Carbon, Creation Research Society Quarterly, 2(4):28.

(3) Whitcomb, J. C. and H. M. Morris. 1961. The Genesis flood. The Presbyterian and Reformed Publishing Co., Philadelphia, Penn., pp. 23-25, 399-405.

(4) Patten, Op. cit., pp. 33-35.

(5) Armstrong, Op. cit.

(6) Cook, M. A. 1966. Prehistory and earth models. Max Parrish, London, p. 6.

(7) Teachout, R. A. 1971. A new case for Biblical Chronolo-gy. Bible-Science Newsletter, 9(l):lff. January.

(8) Whitcomb and Morris, Op. cit., p. 43.

(9) Hefferlin, Ray. 1972. A mathematical formulation of a creationist-flood interpretation of radiocarbon dating, Creation Research Society Quarterly, g(l):68-71.

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Figura 5 - Curvas de correção para o método de datação com o Car-bono-14A curva superior é obtida da função exponencial com constante de tempo igual a 850 anos.A curva inferior é obtida da função exponencial com constante de tempo igual a 1010 anos.

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É de grande interesse termos uma perspectiva cronológica da vida dos patriarcas, incluindo o período em que gerações sucessivas puderam ter convivido.

Com este objetivo em vista, a partir dos dados obtidos no texto bíblico usual (tradução de Almeida revista e atua-lizada, edição da Sociedade Bíblica do Brasil) puderam ser elaborados os quadros ilustrativos apresentados nas páginas seguintes.

O primeiro quadro ilustrativo, cuja formatação final foi feita por Márcia Gonçalves Chaves, apresenta vinte e oito colunas, das quais as vinte e três últimas correspondem aos patriarcas, em ordem cronológica de nascimento, desde Adão até Noé. Para cada linha, a primeira coluna indica o ano do nascimento do patriarca cujo nome está mencionado na quinta coluna, e a segunda coluna indica o ano de seu falecimento, No caso de Enoque (sétima linha), tem-se o ano de sua trans-ladação.

Todos os anos indicados nas duas primeiras colunas são "Anno Mundi", isto é, referem-se ao início da criação.

Deve ser lembrado que outras traduções, apoiadas na ver-são grega conhecida como "Septuaginta", apresentam valores distintos para as idades dos patriarcas. Não obstante, as con-clusões a que se chega, em ambos os casos, são perfeitamente convergentes.

Para cada linha, a terceira coluna indica o número de anos que viveu o patriarca (cujo nome está indicado na quinta co-luna) até o nascimento do filho que deu seqüência à linhagem genealógica. O nome deste filho é sempre o indicado na linha subseqüente, também na quinta coluna.

Finalmente, para cada linha a quarta coluna indica o núme-ro de anos que o patriarca (cujo nome está indicado na quinta coluna) viveu ainda após o nascimento do filho referido.

A parte do quadro compreendida abaixo da primeira linha e à direita da quinta coluna corresponde a uma estrutura matri-cial cuja diagonal apresenta em fundo amarelo o número total de anos de vida de cada patriarca. Para obter-se esse número para cada patriarca, pode-se dar entrada, indistintamente, a partir do seu nome indicado na primeira linha ou na quinta coluna.

Na parte do quadro situada abaixo da diagonal podem ser obtidos os números de anos de convivência possível entre cada patriarca e seus descendentes. Entrando-se na primeira linha com o nome do patriarca, tem-se o número de anos pro-curado, na interseção da coluna correspondente ao seu nome com a linha correspondente ao nome de seu descendente. Evidentemente, após a morte do patriarca deixa de existir a possibilidade de convivência com sua descendência, motivo pelo qual nesta parte do quadro deixa de existir a indicação de

(*) Walbert de Araújo Linhares é formado em Medicina e exerce a pro-fissão em Brasília, no Instituto Médico Legal e outras instituições da área da saúde no Distrito Federal. Pode ser contactado por cor-respondência no endereço da Sociedade Criacionista Brasileira.

números após um determinado limite inferior correspondente a uma linha quebrada ressaltada em negrito. Alguns exemplos ilustrativos podem ser dados:

1 - Na coluna correspondente a Adão, tem-se na interseção com a linha correspondente a Lameque a indicação de 56 anos. São esses os últimos anos da vida de Adão, e os primeiros da vida de Lameque, e constituem o possí-vel período de sua convivência.

2 - Na interseção da coluna correspondente a Noé com a linha correspondente a Naor, tem-se a indicação de 148 anos como período de possível convivência entre ambos. Como Naor viveu 148 anos (ver indicação na diagonal), conclui-se que Noé teve oportunidade de ver o nascimento e a morte de Naor, seu "septaneto".

3 - Na interseção da linha correspondente a Enoque com a coluna correspondente a Adão tem-se a indicação de 308 anos de possível convivência entre ambos. Como Enoque foi transladado com 365 anos (ver indicação na diagonal), a morte de Adão ocorreu 57 anos antes da transladação de Enoque. Estavam ainda vivos todos os patriarcas, de Sete até Lameque, quando Enoque foi transladado.

4 - Na interseção da coluna correspondente a Noé com a linha correspondente a Abraão tem-se a indicação de 58 anos de possível convivência entre ambos. Da mesma forma obtêm-se 50 anos de possível convivência entre Sem e Israel. Fica, assim, bastante clara a continuidade da linhagem patriarcal antes e após o dilúvio.

Pode-se observar que Matusalém pôde ter convivido com Noé durante 600 anos. Como o dilúvio ocorreu no ano 600 de Noé, pode-se ver que nessa ocasião Matusalém havia acabado de falecer. Da mesma maneira, pode-se ver que nes-sa ocasião já haviam morrido todos os patriarcas anteriores a Noé.

Uma última observação merece ser feita, referente à parte do quadro situada acima da diagonal. Esta parte é a imagem especular da parte situada abaixo da diagonal. Para evitar repetir nessa parte praticamente as mesmas informa-ções constantes da parte situada abaixo da diagonal, foram omitidos os números e deixado apenas um fundo escuro que permite destacar de imediato a possível convivência entre várias gerações. Exemplificando, verifica-se na linha corres-pondente a Adão ter sido possível a sua convivência até com Lameque (fim do trecho de fundo escuro na parte do quadro situada acima da diagonal). Da mesma forma, Enoque pode ter convivido até com Lameque; Noé até com Abraão, e Sem até com Israel.

O segundo quadro ilustrativo apresenta-se dividido em duas partes (a primeira com 11 colunas, e a segunda com 12), devido à extensão que teria se estas 23 colunas permaneces-sem em sequência. Adotou-se, assim, o recurso de colocar graficamente a segunda parte do quadro (as últimas 12 colu-nas) na parte inferior, embora essas 12 colunas constituam a sequência das 11 primeiras.

GeNeALoGiA Dos pATRiARCAsWalbert de Araújo Linhares(*)

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Nas duas partes do quadro tem-se a indicação dos nomes dos patriarcas, com seu respectivo número de anos de vida es-crito entre parênteses, em uma diagonal que facilmente pode ser identificada.

Os ancestrais de cada patriarca, com os quais ele poderia ter convivido, são indicados na parte superior da coluna correspon-dente ao patriarca identificado na diagonal. Na primeira linha tem-se sempre o nome do ancestral mais distante, e entre parên-teses o número de anos da possível convivência entre ambos.

Exemplificando, o patriarca Noé, identificado na diagonal na décima coluna, pôde conviver 84 anos com Enos, neto de Adão, tendo também sido contemporâneo de Cainã, Maala-lel, Jared, Matusalém e Lameque. Em face da transladação de Enoque, Noé não teve período de convivência possível com ele. O número 84 indicado entre parênteses na primeira linha da décima coluna corresponde aos últimos anos da vida de Enos, e aos primeiros anos da vida de Noé, período em que ambos puderam ter convivido.

QUADRo i* NASC. FALEC. ANTES APÓS PATRIARCAS ADÃO SETE ENOS CAINÃ MAALALEL JAREDE ENOQUE MATUSALÉM LAMEQUE NOÉ SEM ARFAXADE SELÁ HÉBER PELEGUE REÚ SERUGUE NAOR TERÁ ABRAÃO ISAQUE ISRAEL JOSÉ

1 930 130 800 ADÃO 930

130 1042 105 807 SETE 800 912

235 1140 90 815 ENOS 695 807 905

325 1235 70 840 CAINÃ 605 717 815 910

395 1290 65 830 MAALALEL 535 647 745 840 895

460 1422 162 800 JAREDE 470 582 680 775 830 962

622 987 65 300 ENOQUE 308 365 365 365 365 365 365 T R A N S L A D A D O

687 ** 1656 187 782 MATUSALÉM 243 355 453 548 603 735 300 969

874 1651 182 595 LAMEQUE 56 168 266 361 416 548 113 777 777

1056 2006 502 448 NOÉ 84 179 234 366 600 595 ##

1558 2158 100 500 SEM 98 93 ## 600

1658 2095 35 402 ARFAXADE ## 437 437

1693 2126 30 403 SELÁ ## 433 402 433

1723 2187 34 430 HÉBER ## 435 372 403 464

1757 1996 30 209 PELEGUE ## 239 239 239 239 239

1787 2026 32 207 REÚ ## 239 239 239 239 209 ##

1819 2049 30 200 SERUGUE ## 230 230 230 230 177 ## 230

1849 1997 29 119 NAOR ## 148 148 148 148 147 ## 148 148

1878 2083 70 135 TERÁ ## 205 205 205 205 118 ## 171 119 205

1948 2118 100 70 ABRAÃO 58 170 147 170 170 48 78 101 49 135 170

2048 2228 60 120 ISAQUE 110 47 78 139 1 35 70 180

2108 2255 91 56 ISRAEL 50 79 10 120 147

2199 2309 +/- 32 +/-78 JOSÉ 29 56 110

* Datas a partir da criação** Data do Dilúvio

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14. O Livro de Jó

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Folha Criacionista nº 54/55

Os descendentes de cada patriarca, com os quais ele poderia ter convivido, são indicados na parte inferior da coluna corres-pondente ao patriarca identificado na diagonal. Na última linha da coluna tem-se sempre o nome do descendente mais distante com o qual o patriarca poderia ter convivido, e entre parênteses o número de anos da possível convivência entre ambos.

Exemplificando, o patriarca Noé, identificado na diagonal na décima coluna, pôde ter convivido até com Abraão. O nú-mero 58 indicado entre parênteses na última linha da décima coluna corresponde aos primeiros anos da vida de Abraão e aos últimos anos da vida de Noé, período em que ambos po-deriam ter convivido.

QUADRo i* NASC. FALEC. ANTES APÓS PATRIARCAS ADÃO SETE ENOS CAINÃ MAALALEL JAREDE ENOQUE MATUSALÉM LAMEQUE NOÉ SEM ARFAXADE SELÁ HÉBER PELEGUE REÚ SERUGUE NAOR TERÁ ABRAÃO ISAQUE ISRAEL JOSÉ

1 930 130 800 ADÃO 930

130 1042 105 807 SETE 800 912

235 1140 90 815 ENOS 695 807 905

325 1235 70 840 CAINÃ 605 717 815 910

395 1290 65 830 MAALALEL 535 647 745 840 895

460 1422 162 800 JAREDE 470 582 680 775 830 962

622 987 65 300 ENOQUE 308 365 365 365 365 365 365 T R A N S L A D A D O

687 ** 1656 187 782 MATUSALÉM 243 355 453 548 603 735 300 969

874 1651 182 595 LAMEQUE 56 168 266 361 416 548 113 777 777

1056 2006 502 448 NOÉ 84 179 234 366 600 595 ##

1558 2158 100 500 SEM 98 93 ## 600

1658 2095 35 402 ARFAXADE ## 437 437

1693 2126 30 403 SELÁ ## 433 402 433

1723 2187 34 430 HÉBER ## 435 372 403 464

1757 1996 30 209 PELEGUE ## 239 239 239 239 239

1787 2026 32 207 REÚ ## 239 239 239 239 209 ##

1819 2049 30 200 SERUGUE ## 230 230 230 230 177 ## 230

1849 1997 29 119 NAOR ## 148 148 148 148 147 ## 148 148

1878 2083 70 135 TERÁ ## 205 205 205 205 118 ## 171 119 205

1948 2118 100 70 ABRAÃO 58 170 147 170 170 48 78 101 49 135 170

2048 2228 60 120 ISAQUE 110 47 78 139 1 35 70 180

2108 2255 91 56 ISRAEL 50 79 10 120 147

2199 2309 +/- 32 +/-78 JOSÉ 29 56 110

* Datas a partir da criação** Data do Dilúvio

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2. W

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scha

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eorie

14. O

Liv

ro d

e Jó

www.scb.org.br

QUADRo iiADÃO (930) ADÃO (800) ADÃO (695) ADÃO (605) ADÃO (535) ADÃO (470) ADÃO (308) ADÃO (243) ADÃO (56) ENOS (84) MATUSALÉM (98)

SETE SETE (912) SETE SETE SETE SETE SETE SETE SETE CAINÃ LAMEQUE

ENOS ENOS ENOS (905) ENOS ENOS ENOS ENOS ENOS ENOS MAALALEL NOÉ

CAINÃ CAINÃ CAINÃ CAINÃ (910) CAINÃ CAINÃ CAINÃ CAINÃ CAINÃ JAREDE SEM (600)

MAALALEL MAALALEL MAALALEL MAALALEL MAALALEL (895) MAALALEL MAALALEL MAALALEL MAALALEL MATUSALÉM ARFAXADE

JAREDE JAREDE JAREDE JAREDE JAREDE JAREDE (962) JAREDE JAREDE JAREDE LAMEQUE SELÁ

ENOQUE ENOQUE ENOQUE ENOQUE ENOQUE ENOQUE ENOQUE (365) ENOQUE ENOQUE NOÉ (950) HÉBER

MATUSALÉM MATUSALÉM MATUSALÉM MATUSALÉM MATUSALÉM MATUSALÉM MATUSALÉM MATUSALÉM (969) MATUSALÉM SEM PELEGUE

LAMEQUE (56) LAMEQUE (168) LAMEQUE LAMEQUE LAMEQUE LAMEQUE LAMEQUE (113) LAMEQUE LAMEQUE (777) ARFAXADE REÚ

NOÉ (84) NOÉ (179) NOÉ (234) NOÉ (366) NOÉ NOÉ SELÁ SERUGUE

SEM (98) SEM (93) HEBER NAOR

PELEGUE TERÁ

REÚ ABRAÃO

SERUGUE ISAQUE

NAOR JACÓ (50)

TERÁ

ABRAÃO (58)

NOÉ (348) NOÉ (313) NOÉ (283) NOÉ (239) NOÉ (219) NOÉ (187) NOÉ (148) NOÉ (128) NOÉ (58) SEM (110) SEM (50) ISAQUE (29)

SEM SEM SEM SEM SEM SEM SEM SEM SEM ARFAXADE HÉBER (79) ISRAEL (56)

ARFAXADE (437) ARFAXADE ARFAXADE ARFAXADE ARFAXADE ARFAXADE ARFAXADE ARFAXADE ARFAXADE SELÁ ABRAÃO (10) JOSÉ (110)

SELÁ SELÁ (433) SELÁ SELÁ SELÁ SELÁ SELÁ SELÁ SELÁ HÉBER ISAQUE (120) MANASSÉS (+/-75)

HÉBER HÉBER HÉBER (464) HÉBER HÉBER HÉBER HÉBER HÉBER HÉBER SERUGUE ISRAEL (147)

PELEGUE PELEGUE PELEGUE PELEGUE (239) PELEGUE PELEGUE PELEGUE PELEGUE PELEGUE TERÁ JOSÉ (56)

REÚ REÚ REÚ REÚ REÚ (239) REÚ REÚ REÚ REÚ ABRAÃO

SERUGUE SERUGUE SERUGUE SERUGUE SERUGUE SERUGUE (230) SERUGUE SERUGUE SERUGUE ISAQUE (180)

NAOR NAOR NAOR NAOR NAOR NAOR NAOR (148) NAOR NAOR ISRAEL

TERÁ TERÁ TERÁ TERÁ TERÁ TERÁ TERÁ TERÁ (205) TERÁ JOSÉ (29)

ABRAÃO ABRAÃO ABRAÃO ABRAÃO (48) ABRAÃO (78) ABRAÃO ABRAÃO (49) ABRAÃO ABRÃO (170)

ISAQUE (47) ISAQUE (78) ISAQUE ISAQUE (1) ISAQUE (35) ISAQUE

ISRAEL (79) JACÓ (10)

Legenda: PATRIARCA ANCESTRAL DESCENDENTE Nota: Consulta do livro de Gênesis Por: Walbert de Araújo Linhares

Folha Criacionista nº 54/5544

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Folha Criacionista nº 54/55

QUADRo iiADÃO (930) ADÃO (800) ADÃO (695) ADÃO (605) ADÃO (535) ADÃO (470) ADÃO (308) ADÃO (243) ADÃO (56) ENOS (84) MATUSALÉM (98)

SETE SETE (912) SETE SETE SETE SETE SETE SETE SETE CAINÃ LAMEQUE

ENOS ENOS ENOS (905) ENOS ENOS ENOS ENOS ENOS ENOS MAALALEL NOÉ

CAINÃ CAINÃ CAINÃ CAINÃ (910) CAINÃ CAINÃ CAINÃ CAINÃ CAINÃ JAREDE SEM (600)

MAALALEL MAALALEL MAALALEL MAALALEL MAALALEL (895) MAALALEL MAALALEL MAALALEL MAALALEL MATUSALÉM ARFAXADE

JAREDE JAREDE JAREDE JAREDE JAREDE JAREDE (962) JAREDE JAREDE JAREDE LAMEQUE SELÁ

ENOQUE ENOQUE ENOQUE ENOQUE ENOQUE ENOQUE ENOQUE (365) ENOQUE ENOQUE NOÉ (950) HÉBER

MATUSALÉM MATUSALÉM MATUSALÉM MATUSALÉM MATUSALÉM MATUSALÉM MATUSALÉM MATUSALÉM (969) MATUSALÉM SEM PELEGUE

LAMEQUE (56) LAMEQUE (168) LAMEQUE LAMEQUE LAMEQUE LAMEQUE LAMEQUE (113) LAMEQUE LAMEQUE (777) ARFAXADE REÚ

NOÉ (84) NOÉ (179) NOÉ (234) NOÉ (366) NOÉ NOÉ SELÁ SERUGUE

SEM (98) SEM (93) HEBER NAOR

PELEGUE TERÁ

REÚ ABRAÃO

SERUGUE ISAQUE

NAOR JACÓ (50)

TERÁ

ABRAÃO (58)

NOÉ (348) NOÉ (313) NOÉ (283) NOÉ (239) NOÉ (219) NOÉ (187) NOÉ (148) NOÉ (128) NOÉ (58) SEM (110) SEM (50) ISAQUE (29)

SEM SEM SEM SEM SEM SEM SEM SEM SEM ARFAXADE HÉBER (79) ISRAEL (56)

ARFAXADE (437) ARFAXADE ARFAXADE ARFAXADE ARFAXADE ARFAXADE ARFAXADE ARFAXADE ARFAXADE SELÁ ABRAÃO (10) JOSÉ (110)

SELÁ SELÁ (433) SELÁ SELÁ SELÁ SELÁ SELÁ SELÁ SELÁ HÉBER ISAQUE (120) MANASSÉS (+/-75)

HÉBER HÉBER HÉBER (464) HÉBER HÉBER HÉBER HÉBER HÉBER HÉBER SERUGUE ISRAEL (147)

PELEGUE PELEGUE PELEGUE PELEGUE (239) PELEGUE PELEGUE PELEGUE PELEGUE PELEGUE TERÁ JOSÉ (56)

REÚ REÚ REÚ REÚ REÚ (239) REÚ REÚ REÚ REÚ ABRAÃO

SERUGUE SERUGUE SERUGUE SERUGUE SERUGUE SERUGUE (230) SERUGUE SERUGUE SERUGUE ISAQUE (180)

NAOR NAOR NAOR NAOR NAOR NAOR NAOR (148) NAOR NAOR ISRAEL

TERÁ TERÁ TERÁ TERÁ TERÁ TERÁ TERÁ TERÁ (205) TERÁ JOSÉ (29)

ABRAÃO ABRAÃO ABRAÃO ABRAÃO (48) ABRAÃO (78) ABRAÃO ABRAÃO (49) ABRAÃO ABRÃO (170)

ISAQUE (47) ISAQUE (78) ISAQUE ISAQUE (1) ISAQUE (35) ISAQUE

ISRAEL (79) JACÓ (10)

Legenda: PATRIARCA ANCESTRAL DESCENDENTE Nota: Consulta do livro de Gênesis Por: Walbert de Araújo Linhares

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