CENÁRIO DA MECANIZAÇÃO DA CAFEICULTURA DE MONTANHA
J. B. Matiello, Eng Agr Mapa/Fundação Procafé
Importância da Cafeicultura de Importância da Cafeicultura de MontanhaMontanha
Abrange diferentes regiões - Zona da Mata de Minas, Espirito Santo, Norte do RJ, parte do Sul de MG e Zona limítrofe em SP, totalizando cerca de 700 mil ha de cafezais.Responsável por uma produção anual de cerca de 13-15 milhões de sacas de café arabica.Concentrada em pequenas propriedades, tendo em média menos de 10 ha de lavouras por propriedade.Onde o café ocupa apenas cerca de 20% das áreas, mas representa mais de 70% da renda bruta das propriedades.Ocupa áreas e gera empregos em áreas sem boas outras alternativas agrícolas.O café, como cultura perene, muito adequada à conservação dos solos e todo o ambiente.
Facilidades e dificuldades da Facilidades e dificuldades da cafeicultura de montanhacafeicultura de montanha
Boa infra-estrutura.Boa condição climática e condição física adequada do solo. Boa tradição no café.
Topografia desfavorável.Exige o uso de tratos predominantemente manuais, que demandam mais mão-de-obra.Região mais úmida, com mais dificuldade no preparo de cafés de bebida suave.
Mecanização e competitividadeMecanização e competitividade
Nas condições de montanha a mecanização, dos tratos e da colheita, não é possível com o uso de maquinas, tratorizadas ou automotrizes.Com isso, a competitividade dessa cafeicultura vem sendo reduzida.Pois mecanização, dos tratos e, principalmente, da colheita, tem sido um fator essencial na redução dos custos de produção.Uma vez que a mão de obra, para os tratos manuais, tem se tornado cada vez mais cara, escassa e de baixa produtividade.
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Alternativas de melhorar a Alternativas de melhorar a mecanizaçãomecanização
Três alternativas se apresentam – 1ª - Adaptar máquinas de colheita menores ou as normais, para serem usadas nas pequenas partes das áreas onde a topografia for inferior a 30%. 2ª - Adaptar o terreno para a entrada de máquinas adequadas.3ª - Adequar as plantações com sistemas de plantio e podas, para facilitar o trato e a colheita, com o uso de sistemas simplificados e maquinas de operação manual já existentes.
1- Aproveitamento de áreas menos 1- Aproveitamento de áreas menos declivosasdeclivosas
O aproveitamento de áreas menos declivosas dentro da cafeicultura de montanha tem despertado o interesse de grandes produtores.Alugando máquinas ou comprando.Alguns já iniciaram os trabalhos nessa safra, especialmente na zona da Mata de Minas, com bons resultados iniciais.Mas exigem muito trabalho e gastos na adaptação do terreno e das lavouras. Mesmo assim, vai atingir uma pequena parte do total cultivado (5%). Áreas com menor declividade são escassas na zona de montanha.
2- Adaptação do terreno2- Adaptação do terrenoA adaptação do terreno, para facilitar tratos e a colheita, vem sendo demonstrada viável, em algumas fazendas, na região da divisa do Sul de Minas com São Paulo. Com o uso do micro-terraceamento nas ruas do cafezal, para ali transitarem tratores estreitos, com seus implementos. A técnica preconiza o uso de tratores traçados operando de marcha-ré, com lâmina traseira. Embora ainda não se tenha trabalhos científicos, têm sido observados problemas quanto ao custo elevado da prática e seu risco operacional. Ultimamente, tem havido experiências mais favoráveis com uso de pequenos tratores de esteira, com lâmina dianteira e de uso de BobCat de esteira, munido de concha escavadeira e de lamina dianteira esta somente para acerto do terraço.
Faz 1,2 m por minuto, custando a hora= R$100,00, fica a 1,50 por m ou, para lavoura de 3 m de rua, à razão de cerca de 5000,00 por ha.
3- Adaptação das lavouras3- Adaptação das lavourasJá foram feitos avanços significativos, com adensamento de plantio, até o super adensamento com recepa em ciclos curtos. Para sempre colher lavouras novas, com plantas de porte baixo. Como se utiliza na Colômbia e Costa Rica.O adensamento é fator que otimiza a utilização dos terrenos, intensifica a cultura e aumenta sua produtividade, básica na redução dos custos de produção. No entanto, o adensamento dificulta os tratos e a colheita.
Sistemas básico de espaçamento
Adensado:
1,70 – 2,5 m X 0,5 – 0,7 m , com 5000 – 10000 pl/ha
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Dois sistemas alternativos
Super-adensado:
1,0 – 1,5 m X 0,3 – 0,5 m , com 15000 – 25000 pl/ha 3-4 safras e recepa em seguida, em ciclos curtos
Semi-adensado:
2,5 – 3,0 m X 0,5 – 0,7 m, com 6500 – 8000 pl/há Esqueletamento constante, cada 2-3 safras
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Produção das 6 primeiras safras, em sacas/ha, em cafeeiros sob diferentes espaçamentos adensados, e efeito de recepas em ciclos curtos, Var Catucai amarelo. Martins Soares – MG, 2010.
Espaçamentos 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Média
1,30 x 0,25 m 156,0 77,0 53,4 150,5 70,8 114,4 103,7
1,0 x 0,5 m 124,8 51,2 60,5 121,2 69,3 71,0 83,0
2,0 x 0,5 m 83,7 41,1 43,1 93,6 36,6 64,8 60,5
Fonte - Matiello, et alli, Anais do 36º CBPC, 2010 ,p 45
Espaçamentos Produtividade média em 3 safras ( scs/ha)
Catucai V. 785-15 Catuai V. 44
1,8 x 0,5 m 113,4 aA 108,8 aA
2,4 x 0,5 m 94,5 bB 101,9 aA
3,0 x 0,5 m 77,3 cA 74,6 bA
3,6 x 0,5 m 61,0 cA 66,2 cA
Média 86,5 87,8
Produtividade, na média das três primeiras safras, em cafeeiros de 2 variedades, em 4 espaçamentos, em área com M. exigua, S.D. das Dores-MG, 2012.
3- Adaptação das lavouras3- Adaptação das lavourasDuas novas linhas de trabalho –
1ª - Derrama progressiva dos ramos laterais baixos dos cafeeiros, mantendo a lavoura livre.Facilitando a colheita, de baixo pra cima, com o uso de derriçadeiras costais motorizadas.
2ª - Colheita simplificada, de maior rendimento, com o uso de batidas de varas sobre os cafeeiros.
Acoplada ao esqueletamento das plantas, no sistema safra zero.
Um sistema novo de condução
Adensado:
1,5 – 2,0 m X 0,5 m , com 10 -15000 pl/ha Condução da lavoura sempre fechada, com derrama
anual, mantendo somente os ponteiros, acoplada à colheita com máquina derriçadeira costal
Adaptação na mplantação do cafezal Locar a lavoura facilitando o acesso e transito – • Locar carreadores em nível a menores distancias
(40-60 m), facilitando chegada de insumos, retirada do café e pulverizações com canhão.
• Abertura de valas com tração animal, para facilitar abertura das covas, ou com equipamentos perfuradores mecanizados.
• Usar variedades de porte baixo e resistentes e espaçamentos adensados.
Recomendações no manejoRecomendações no manejoNas montanhas, modos diferentes adotados na
execução das práticas –Usar variedades de porte baixo e resistentesUsar os insumos de preferência via solo, pois as pulverizações são dificultadas pela topografia e pelo adensamento. Em áreas maiores usar o canhão atomizador. No controle do mato dar prioridade para o uso de herbicidas, com menor gasto de mão-de-obra. Trabalhar com o sistema safra zero. Na colheita adotar a derriçadeira motorizada e no preparo pós-colheita, dar prioridade ao sistema CD.
Metas de produtividade, qualidade e Metas de produtividade, qualidade e custocusto
40-70 scs/ha.
60-70 % dos cafés de padrão bebida dura para melhor.
Custo inferior a 280,00 por saca.
CONTATOCONTATO
35 – 3214-1411 (Fundação Procafé)35 – 3214-1411 (Fundação Procafé)
21- 2233-8593 (Rio de Janeiro)21- 2233-8593 (Rio de Janeiro)
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